• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO ANA DANTAS PEREIRA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO ANA DANTAS PEREIRA"

Copied!
67
0
0

Texto

(1)

ANA DANTAS PEREIRA

DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO SENSORIAL DE BOLOS E

BISCOITOS UTILIZANDO COMO INGREDIENTE A FARINHA DE

RESÍDUO DO CAJU (Anacardiumoccidentale L.)

Santa Cruz

2016

(2)

DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO SENSORIAL DE BOLOS E BISCOITOS UTILIZANDO COMO INGREDIENTE A FARINHA DE RESÍDUO

DO CAJU (Anacardiumoccidentale L.)

Orientadora: Professora Ms.Manuela Alves da Cunha.

Santa Cruz 2016

Monografia apresentada à Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de nutricionista.

Orientadora: Prof.ª Ms. Manuela Alves da Cunha

(3)
(4)

ANA DANTAS PEREIRA

Desenvolvimento e avaliação sensorial de bolos e biscoitos utilizando como ingrediente a farinha de resíduo do caju (Anacardiumoccidentale L.)

Aprovado em: _______ de ____________ de __________.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________NOTA __________ Professora Ms. Manuela Alves da Cunha - Orientadora

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

________________________________________________NOTA __________ Professora Ms. Vanessa Teixeira de Lima Oliveira – Membro da Banca

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

________________________________________________NOTA __________ Professora Drª. Ediane Maria Gomes Ribeiro – Membro da Banca

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Monografia apresentada à Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Nutricionista.

(5)

Dedico este trabalho aos meus familiares, em especial a minha avó Francisca e meu pai, que sempre dedicaram parte de seu tempo para me educar e estimular aos estudos, contribuindo para que esse momento um dia seconcretizasse.

(6)

A Deus pela dádiva da vida, por guiar meus passos rumo ao caminho do bem, por me capacitar e me fortalecer todos os dias ao longo desses quatro anos e meio.

Agradeço também a minha mãe, pelas palavras de conforto mesmo estando ausente fisicamente. Aos meus tios Humberto e Daguia, vocês são meus segundos pais, obrigada por tudo que fizeram e fazem por mim.

Ao meu irmão e primos pelo apoio e pelas ajudas prestadas. As minhas queridas amigas Clarissa Morgana e Paloma Batista que me receberam em Santa Cruz logo no início de tudo, vocês foram meus anjos aqui na terra.

A minha querida orientadora e professora Manuela Alves a quem tenho tanto respeito e quero bem, obrigada pela dedicação e contribuição para que este trabalho fosse concluído, sem você eu não haveria conseguido.

Aos outros anjos que Deus colocou em meu caminho, Flaubert Higor, Rafael Pontes, Marcio Rodrigues e Gézyca Dayane vocês foram muito importantes em diversos momentos e para sempre serei grata por tudo.

Aos colegas de estágio e preceptoras, Luanna, Karla, Elielson, e Francisco; Cláudia Godeiro, Emília e Joana, vocês contribuíram significativamente para a minha formação profissional e tenho certeza que os laços de amizade criados serão eternos.

Aos colegas de sala Werbson Sávio, Gislani e a técnica Romayana que me ajudaram de alguma forma para que esse trabalho fosse concluído. Meu obrigada, pois sem vocês também eu não teria conseguido concluir o trabalho.

Por fim, quero agradecer aos meus colegas de sala, vocês se tornaram minha segunda família, com vocês vivenciei momentos de tristeza, alegria, medo, angustia e vitórias, juntos descobrimos que somos mais fortes. E não menos importante, quero agradecer aos meus mestres, em especial Katya Anaya, Dinara Leslye, Ana Elizabeth, Fábio Resende, Fernanda, Vanessa, Juliana Franco, Thayse Hanne e Thais Sureira; com vocês aprendi o que alguém jamais poderá me retirar, o conhecimento. A todos vocês meus sinceros agradecimentos.

(7)

E levo esse sorriso Porque já chorei demais

Hoje me sinto mais forte Mais feliz, quem sabe Só levo a certeza De que muito pouco sei Ou nada sei

Conhecer as manhas E as manhãs

O sabor das massas E das maçãs

É preciso amor Pra poder pulsar

É preciso paz pra poder sorrir É preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida Seja simplesmente

Compreender a marcha E ir tocando em frente

Como um velho boiadeiro Levando a boiada

Eu vou tocando os dias Pela longa estrada, eu vou Estrada eu sou

O sabor das massas E das maçãs

É preciso amor Pra poder pulsar

É preciso paz pra poder sorrir É preciso a chuva para florir

Todo mundo ama um dia Todo mundo chora Um dia a gente chega E no outro vai embora

Cada um de nós compõe a sua história

Cada ser em si

Carrega o dom de ser capaz E ser feliz...”

(8)

RESUMO

PEREIRA, Ana Dantas. Desenvolvimento e avaliação sensorial de bolos e

biscoitos utilizando como ingrediente a farinha de resíduo do caju

(Anacardiumoccidentale L.). 2016. 67 f. Monografia (Graduação em Nutrição)

- Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Santa Cruz, 2016.

Nas regiões Nordeste, principalmente nos Estados do Ceará, Paraíba, e Rio Grande do Norte, a cajucultura é uma atividade de destaque socioeconômico, sendo nestes estados onde se encontram os maiores plantios do país. As indústrias produtoras de sucos de caju geram resíduos popularmente conhecidos como bagaço do caju que, em geral, são reaproveitados para o enriquecimento da ração animal ou descartados por falta de incentivo de seu uso na alimentação humana. Esta pesquisa teve como objetivo a elaboração de uma farinha a partir do resíduo do pedúnculo do caju, e posterior verificação da viabilidade do uso desta farinha no desenvolvimento de produtos alimentícios. Foi desenvolvida a farinha de resíduo de caju e produzido os produtos de panificação que passaram por análise sensorial. Os resultados obtidos na avaliação sensorial demonstraram que os produtos desenvolvidos com a farinha do resíduo do caju como parte dos ingredientes utilizados ou quando em substituição total da farinha de trigo aliada a outros ingredientes, se mostrou com ótima aceitação para serem inseridos na indústria de alimentos.

(9)

ABSTRACT

PEREIRA, Ana Dantas. Development and sensory evaluation of cakes and cookies using as an ingredient cashew residue flour

(Anacardiumoccidentale L.). 2016. 67 f. Monograph (Graduation in Nutrition Studies) - Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Santa Cruz, 2016.

In the Northeast, especially in the states of Ceará, Paraíba and Rio Grande do Norte, the cashew cultivation is a socioeconomic prominent activity, in these states are located the country's largest plantations. The producing industries of cashew juice generate residues popularly known as bagasse, which, in general, are reused for enrichment of animal feed or discarded due to lack of encouragement of its use for human consumption. This research aimed to develop a flour from the cashew peduncle residue, and subsequent verification of feasibility of using this flour in the development of food products. Cashew residue flour was developed and subsequently bakery products were produced and underwent sensory analysis. The results of the sensory evaluation showed that the products developed with flour cashew waste as part of the ingredients used or when total replacement of wheat flour combined with other ingredients, was highly appreciated to be inserted in the food industry.

(10)

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Etapas para a obtenção da farinha a partir do resíduo de caju...19 Figura 2 Imagens dos produtos desenvolvidos: bolos e biscoitos com e sem glúten...24 Figura 3 Avaliação sensorial de bolo com glúten produzido com farinha de resíduo de caju...25 Figura 4 Intenção de compra do bolo com glúten produzido com farinha de resíduo de caju...26

Figura 5 Avaliação sensorial de bolo sem glúten produzido com farinha de resíduo de caju...27 Figura 6 Intenção de compra do bolo sem glúten produzido com farinha de resíduo de caju...28 Figura 7 Avaliação sensorial de biscoito com glúten produzido com farinha de resíduo de caju...29 Figura 8 Intenção de compra do biscoito com glúten produzido com farinha de resíduo de caju...31

Figura 9 Avaliação sensorial de biscoito sem glúten produzido com farinha de resíduo de caju...32

Figura 10 Intenção de compra do biscoito sem glúten produzido com farinha de resíduo de caju...33

(11)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Ingredientes utilizados na produção dos bolos...23 Tabela 2 Ingredientes utilizados na produção dos biscoitos...23

(12)

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 12 2 JUSTIFICATIVA ... 17 3 OBJETIVOS ... 18 3.1. OBJETIVO GERAL ... 18 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 18 4 MÉTODOS ... 19

4.1 OBTENÇÃO DA FARINHA A PARTIR DO RESÍDUO DE CAJU ... 19

4.2 SUBMISSÃO AO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA FACISA ... 20

4.3. DESENVOLVIMENTO DOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS UTILIZANDO COMO INGREDIENTE A FARINHA DE RESÍDUO DO CAJU ... 20

4.4. AVALIAÇÃO SENSORIAL DOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS DESENVOLVIDOS COM A FARINHA DE RESÍDUO DO CAJU ... 20

5 RESULTADOS ... 23

6 DISCUSSÃO ... 35

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 39

REFERÊNCIAS ... 40

APÊNDICES ... 44

APÊNDICE A – Termo de consentimento livre e esclarecido – TCLE ... 45

APÊNDICE B – Ficha técnica de preparação do bolo com glúten ... 47

APÊNDICE C – Ficha técnica de preparação do bolo sem glúten ... 50

APÊNDICE D – Ficha técnica de preparação do biscoito com glúten. ... 53

APÊNDICE E – Ficha técnica de preparação do biscoito sem glúten. ... 56

APÊNDICE F - Ficha de avaliação sensorial primeiro dia. ... 59

APÊNDICE G – Ficha de avaliação sensorial segundo dia. ... 60

ANEXO ... 61

(13)

1 INTRODUÇÃO

Devido sua localização e características geográficas, o Brasil dispõe de clima e terras favoráveis quanto à produção de frutas, contribuindo para a expansão da fruticultura, além da grande variedade. Por se tratar de um solo fértil e rico, as frutas brasileiras tendem a ser nutritivas, saudáveis e saborosas (ALVEZ; MACHADO; QUEIROGA, 2011).

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas (45 milhões de toneladas no ano de 2011) (IBGE, 2013). A produção de frutas acontece em todos os estados brasileiros, como atividade econômica, envolvendo mais de cinco milhões de pessoas que trabalham de forma direta e indiretamente no setor (FACHINELLO et al, 2011).

Nos últimos anos, a fruticultura vem se apresentando como um dos segmentos mais importantes da agricultura brasileira. Sua área se expandiu a uma taxa até então nunca vista antes na história. Nesse sentido, ampliaram-se suas fronteiras rumo ao Nordeste do país, tendo em vista as condições climáticas que a região possui, sendo estas favoráveis à prática da fruticultura em relação às regiões Sul e Sudeste onde até então eram desenvolvidas (LACERDA; LACERDA; ASSIS, 2004).

Nas regiões Nordeste, principalmente nos Estados do Ceará, Paraíba, e Rio Grande do Norte, a cajucultura é uma atividade de destaque socioeconômico, sendo nestes estados onde se encontram os maiores plantios do país. (ARAGÃO, 2007).

Em estudo feito por Garruti (2001), o autor fala sobre as características do caju e menciona sobre seu valor nutricional. Segundo o autor, caju é composto por uma polpa carnosa e avolumada compreendendo está ao pseudofruto e apresenta também a castanha que consiste no fruto, o pseudofruto é rico em vitamina C, enquanto que a castanha se apresenta como de ótima qualidade, tais características fazem do caju um produto de especial interesse nutricional e econômico.

Conforme Lima (2004), as amêndoas de castanhas de caju são excelentes fontes de vitamina E, dispondo ainda, de vitaminas do complexo B e minerais, enquanto que o pseudofruto é rico em vitamina C e minerais. O caju apresenta em sua composição teores de ácido ascórbico que variam de 120 a 300mg/100g. Além do seu consumo natural, o caju é amplamente utilizado na fabricação de doces e bebidas, tais quais: doce em massa, caju-ameixa, cristalizado, doce em calda, geléia, suco, cajuínas, vinho, champanhe, vinagre entre outros produtos. Enquanto que o

(14)

bagaço extraído do suco, é pouco aproveitado, sendo seu destino geralmente empregado na alimentação animal.

As indústrias produtoras de sucos de caju geram resíduos popularmente conhecidos como bagaço do caju que, em geral, são reaproveitados para o enriquecimento da ração animal ou descartados por falta de incentivo de seu uso na alimentação humana (PINHO, 2009). Segundo Siqueira e Brito (2013), o bagaço de caju consiste em um produto que é adquirido após a retirada da castanha (fruto) e extração do suco do pedúnculo, sendo composto principalmente pela polpa do pedúnculo restante.

Esse resíduo industrial quando descartado na natureza gera poluentes tanto para atmosfera, como para a água e o solo, desse modo, se faz necessário que o mesmo tenha um destino adequado para o seu descarte, devendo este procedimento ocorrer somente depois que os resíduos se encontrarem dentro dos padrões postos pela legislação ambiental para que não ocasionem poluição ao meio ambiente (PONTES, 2009).

No caso dos frutos tropicais, que geram grandes quantidades de resíduos, estes se apresentam como ótima alternativa para as indústrias alimentícias, uma vez que estas podem estar aproveitando os resíduos para substituir de forma parcial ou integral alguns componentes básicos da composição de alimentos, resultando na melhora quanto à oferta dos mesmos (RAMOS et al., 2006).

A utilização de resíduos no desenvolvimento de novos produtos alimentícios tem evidenciado um importante seguimento para as indústrias de alimentos, especialmente no que envolve a demanda por produtos para dietas especiais (ALVEZ; MACHADO; QUEIROGA, 2011).

Faustino (2014), ao realizar análise da composição físico-química do resíduo de caju em sua pesquisa, encontrou os seguintes resultados. Umidade (63,99%), cinzas (0,92%), lipídeo (0,68%), proteína (2,56%), carboidrato (21,61%), fibra total (10,26%), pH (4,43%), BRIXº (17,12%) e VET/ Kcal (102,08). Logo, se percebe que o resíduo de caju apresenta considerável valor nutritivo, tendo em vista os valores encontrados para os nutrientes analisados.

(15)

Esses resíduos são de baixo custo, sendo constituídos essencialmente por matéria orgânica, ricas em açucares e fibra o que torna o seu processamento interessante. Ao empregar-se a tecnologia de desidratação, estes resíduos podem ser secos e triturados obtendo-se em um novo produto que é a farinha (ALVEZ; MACHADO; QUEIROGA, 2011).

De acordo com a Resolução n°12/78, farinha mista consiste em um produto que é obtido através de processo de moagem da planta comestível e de vegetais, sendo submetida a processos de tecnologia adequados. A partir disso, sua utilização pode ser recomendada na substituição do trigo, desde que sua adição não venha causar prejuízos na qualidade dos produtos (BUENO, 2005).

Ao desenvolver farinhas de frutas, estas mostram vantagens uma vez que apresentam maior conservação e concentração dos valores nutricionais, além de menor tempo de secagem, e diferenciadas propriedades físicas e químicas, o que torna possível um amplo aproveitamento da farinha (MELONI, 2006 apud ALVEZ; MACHADO; QUEIROGA, 2011, p. 132).

Atualmente, há uma conscientização mundial sobre o uso de resíduos industriais, já que o desperdício de alimentos causa grande impacto na sociedade e no meio ambiente, o que estabelece uma necessidade de aproveitamento, como a utilização dos resíduos para o desenvolvimento de produtos alimentícios (RORIZ, 2012). Corroborando, a Embrapa e outros membros que compõe o sistema agroindustrial do caju, afirmam que o pedúnculo desse fruto é visto como um resíduo importante, e o seu beneficiamento integral é um alvo a ser alcançado. Algumas pesquisas já evidenciam resultados que sinalizam novas alternativas de emprego do resíduo, transformando, assim, o bagaço residual da extração numa importante matéria-prima para a obtenção de novos produtos industriais (SIQUEIRA; BRITO 2013).

Os produtos de panificação têm se mostrado como ótimas opção para se utilizar a farinha que é obtida por meio de secagem desse resíduo de caju. Conforme Santana (2007), os produtos de panificação são amplamente difundidos e apreciados em todo o mundo. Eles constituem parte importante no provimento de nutrientes na dieta de diversas culturas, especialmente a dos brasileiros.

(16)

A aplicabilidade de farinhas obtidas por meio de resíduos agroindustriais na panificação, além de contribuir com a sustentabilidade, agrega valor aos produtos desenvolvidos, uma vez que traz como benefício o enriquecimento nutricional desses alimentos.

Desse modo, para que estes produtos passem a ser desenvolvidos e comercializados, se faz necessário a realização de pesquisas. Assim sendo, a realização da avaliação sensorial dos alimentos desenvolvidos é de extrema importância para evidenciar o nível de aceitação destes, e para realizar pesquisas de mercado (SOARES et al. 2012). Enquanto conhecimento científico a avaliação sensorial é um procedimento usado para evocar, medir, analisar e interpretar reações às características dos alimentos e materiais, percebidas pelos sentidos da visão, olfato, paladar, tato e audição (ARAÚJO et al., 2015).

Ainda de acordo com Soares et al. (2012), para realizar a avaliação da qualidade de um produto dois tipos de métodos podem ser empregados, sendo estes os objetivos que abrangem avaliações microbiológicas, biológicas, físicas e químicas, e métodos subjetivos ou sensoriais que permitem uma avaliação do produto e de sua qualidade por meio da impressão de um indivíduo. Ainda no que diz respeito à avaliação sensorial, está pode se dar por meio de testes informais da qualidade, por testes especiais pelos consumidores ou por painéis de analistas treinados.

Segundo Minim (2006), os testes afetivos podem ser qualitativos ou quantitativos. Os testes afetivos quantitativos são empregados para avaliar as respostas dos consumidores em relação às suas preferências, gostos e opiniões e aos atributos sensoriais dos produtos. Sendo assim, estes testes são aplicados nas seguintes situações: para determinar a preferência global ou aceitação de um ou mais produtos por um grupo de consumidores que representem a população-alvo, para determinar a preferência ou aceitação do produto em relação ao aroma, sabor, textura e aparência e para medir as respostas dos consumidores em relação a atributos sensoriais específicos do produto.

(17)

Estes tipos de testes podem ainda ser classificados de forma básica em duas categorias, são elas: testes de preferência, quando o objetivo é avaliar a preferência do consumidor ao comparar dois ou mais produtos. E por último, os testes de aceitação, que tem como objetivo avaliar o grau em que os consumidores gostam ou desgostam do produto, buscando uma medida da disposição do consumidor de comprar o produto (MINIM, 2006).

Face ao exposto, esta pesquisa teve como meta a elaboração de uma farinha a partir do resíduo do pedúnculo do caju, e posterior verificação da viabilidade do uso desta farinha no desenvolvimento de produtos alimentícios.

(18)

2 JUSTIFICATIVA

Tendo em vista que a região Nordeste é um dos maiores produtores de caju e que em sua maioria esse fruto é utilizado na produção de sucos e polpas gerando o acúmulo e desperdício de resíduos, o presente estudo tem por finalidade o aproveitamento integral do bagaço (resíduo) do pedúnculo de caju para o desenvolvimento de uma farinha, visando o aproveitamento do mesmo e a redução da poluição ambiental uma vez que o resíduo seria descartado na natureza.

Foi visto que já existem diversos estudos relacionados ao aproveitamento do resíduo, no entanto, estas pesquisas mostram o uso deste em sua forma integra, como parte dos ingredientes a serem empregados no desenvolvimento de algum produto alimentício, ou o uso para elaboração de rações para ruminantes.

Desse modo, o presente estudo consiste na elaboração de uma farinha a partir do aproveitamento de um resíduo agroindustrial, que será empregado no desenvolvimento de produtos de panificação, contribuindo para a expansão de novas pesquisas e evidenciando a relevância acadêmica do estudo para a área de alimentos e nutrição. Os dados da pesquisa servirão para análise da viabilidade quanto ao desenvolvimento de produtos alimentícios e a aceitabilidade dos mesmos.

No que diz respeito à relevância profissional, o tema abordado irá instigar o surgimento de novas pesquisas e discursões no campo da Nutrição enquanto ciência da área alimentar e nutricional, somando conhecimentos sobre o tema.

Nesse sentido, ao serem desenvolvidos produtos alimentícios a partir da farinha obtida, além do beneficiamento do bagaço e contribuição para questões voltadas à sustentabilidade, essa poderá ser uma nova estratégia de geração de renda, possibilitando a ampliação do comércio agroindustrial e geração de empregos para as famílias da região e cidades circunvizinhas.

(19)

3 OBJETIVOS

3.1. OBJETIVO GERAL

Desenvolver produtos alimentícios (bolos e biscoitos) a partir da utilização da farinha de resíduo de caju como ingrediente de suas formulações, e verificar a aceitabilidade destes.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Obter uma farinha a partir do resíduo do pedúnculo de caju;

 Elaborar bolos e biscoitos utilizando a farinha de resíduo do caju como ingrediente, e produzir a Ficha Técnica de Preparação (FTP) para cada produto desenvolvido;

 Realizar a avaliação sensorial dos produtos desenvolvidos;

 Verificar a intenção de compra dos consumidores com relação aos produtos desenvolvidos.

(20)

4 MÉTODOS

4.1 OBTENÇÃO DA FARINHA A PARTIR DO RESÍDUO DE CAJU

Os resíduos do pedúnculo do caju foram doados pela indústria produtora de concentrado de suco de caju “Incaju Agro Indústria Ltda”, localizada na cidade de Lagoa Nova/RN. Os resíduos foram transportados, em sacolas plásticas, até o Laboratório de Técnica Dietética da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA), onde foram distribuídos em sacolas menores e armazenados em freezer doméstico para posterior utilização.

Para produção da farinha, os resíduos foram descongelados e levados até o Laboratório de Análise e Bioquímica de Alimentos da FACISA, onde foram dispostos em bandejas higienizadas e submetidos a tratamento térmico em estufa ventilada à 60°C, até que estivessem desidratados (aproximadamente 14 horas). Em seguida, os resíduos foram então triturados em processador de alimentos Cutter, até obtenção de uma farinha conforme metodologia desenvolvida no estudo de (BATISTA, et al. 2012). A farinha obtida foi armazenada em sacolas plásticas próprias para alimentos, para posteriormente ser utilizada como ingrediente de produtos alimentícios. O fluxograma abaixo (Figura 1) mostra de forma sucinta as etapas para a obtenção da farinha.

Figura 1: Etapas para a obtenção da farinha a partir do resíduo de caju

(21)

4.2 SUBMISSÃO AO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA FACISA

O projeto foi submetido à avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa da FACISA e foi aprovado. A pesquisa encontra-se registrada sob o CAAE: 54048816.7.0000.5568 (ver parecer no Anexo A).

4.3 DESENVOLVIMENTO DOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS UTILIZANDO COMO INGREDIENTE A FARINHA DE RESÍDUO DO CAJU

Os produtos alimentícios foram desenvolvidos no Laboratório de Técnica Dietética da FACISA. Os alimentos elaborados com a farinha de resíduo de caju consistiram em bolos e biscoitos com e sem glúten. Nestes, a farinha de resíduo de caju foi inserida como ingrediente, substituindo totalmente ou em parte a farinha de trigo. As receitas originais continham farinha de trigo que foi substituída pelas farinhas de caju, arroz e aveia, além de amido e aveia em flocos. Com exceção da farinha de caju os demais ingredientes para produção dos produtos foram comprados em mercado comercial de alimentos na cidade de Santa Cruz/RN. Para cada produto foi desenvolvida ficha técnica de preparação. As fichas são constituídas por informações referentes a quantidade total de ingredientes, peso líquido (PL), fator de correção (FC), peso bruto (PB), medida caseira, número de porções, técnica de preparo, rendimento total e rendimento per capita, medida padrão, custo total e custo per capita, fator de cocção, tempo de preparação, aceitação, observações e informações nutricionais.

4.4 AVALIAÇÃO SENSORIAL DOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS DESENVOLVIDOS COM A FARINHA DE RESÍDUO DO CAJU

Após desenvolvimento dos produtos alimentícios, estes foram submetidos à avaliação sensorial. Os provadores voluntários foram convidados para participar da análise mediante a divulgação da pesquisa nas dependências da Faculdade.

A análise sensorial ocorreu em dois dias, sendo o primeiro dia realizado com as amostras de bolos, com glúten e sem glúten, que foram codificadas com as seguintes numerações (142) e (263) respectivamente. E no segundo dia com as amostras dos biscoitos, com glúten (456) e sem glúten (387).

(22)

O painel sensorial foi composto por 52 e 58 provadores não treinados, no primeiro e segundo dia. O número de participantes foi estipulado com base na metodologia de Minim (2006), que sugere que neste tipo de teste sensorial participem pelo menos trinta provadores. Os participantes recrutados compreenderam em alunos e funcionários da FACISA, de ambos os gêneros.

Os critérios para participação da degustação foram os seguintes: não possuir menos de 18 ou mais de 60 anos de idade, não apresentar gripes, alergia ou intolerância a algum dos componentes dos produtos, não dispor de qualquer limitação que afete a percepção sensorial dos sabores e expressar seu consentimento com as condições do estudo através de assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (Apêndice A), que foi elaborado com base nas diretrizes e normas da Resolução 466/12 – CNS/MS (BRASIL, 2013).

A previsão de riscos para os participantes da pesquisa foi mínima. Os riscos ou desconfortos envolvidos poderiam ser: efeitos adversos, como gases, náuseas ou transtornos gastrintestinais, caso ele tenha alergias e/ou intolerância a substâncias presentes na formulação, ou ainda engasgos. Tais riscos foram minimizados pelo questionamento antecipado destas alergias e/ou intolerâncias, bem como o esclarecimento prévio de todos os ingredientes utilizados nas receitas. Adicionalmente, também foi oferecida água, o que facilitou a deglutição dos produtos. Em casos de alguma intercorrência, o participante seria encaminhado, para o Hospital Regional Aluízio Bezerra (Rua. São Nicolau, nº: 13, Conego Monte, Santa Cruz/RN), onde receberia assistência gratuita.

Foi aplicado o teste afetivo de aceitação por escala hedônica, de acordo com a metodologia de Minim (2006), contendo sete pontos. Os atributos avaliados compreenderam a cor, sabor, aroma, textura, impressão geral e intenção de compra, enquanto que as variáveis empregadas para avaliação consistiram em: “gostei muitíssimo”, “gostei”, “gostei ligeiramente”, “nem gostei nem desgostei”, “desgostei ligeiramente”, “desgostei” e “desgostei muitíssimo”. Em relação a intenção de compra outras variáveis foram consideradas tais quais: “compraria”, “possivelmente compraria”, “talvez comprasse/ talvez não comprasse”, “possivelmente não compraria” e “jamais compraria”.

(23)

Neste teste, os provadores preencheram o Formulário de Avaliação Sensorial (Apêndices F e G), expressando o grau de aceitação dos produtos em relação a cada atributo específico e demonstraram também a intenção de compra dos produtos. Os provadores foram ainda orientados a iniciarem a degustação dos produtos da esquerda para direita, e para realização do “branco” entre uma amostra e outra foram ofertados água e biscoito do tipo cream cracker água e sal.

O Índice de Aceitabilidade (I.A.) dos produtos foi calculado de acordo com Oliveira (2012), a partir das notas médias do atributo impressão geral dos produtos, considerando a equação IA= (A x 100)/ B, em que A é a nota média dada ao atributo e B nota máxima da escala utilizada para avalia-lo. Segundo o referido autor, um produto é considerado de boa aceitabilidade quando o seu I.A. é superior a 70%.

(24)

5 RESULTADOS

A farinha de resíduo de caju foi utilizada, juntamente com outros ingredientes (Tabela 1), para a produção dos bolos contendo glúten e isento de glúten. As FTP desenvolvidas para cada um dos bolos encontram-se nos apêndices (Apêndice Be C).

Tabela 1. Ingredientes utilizados na produção dos bolos

BOLO COM GLÚTEN BOLO SEM GLÚTEN

INGREDIENTES QUANTIDADES (g/mL) INGREDIENTES QUANTIDADES (g/mL)

Margarina 100 Margarina 100 Açúcar 104 Açúcar 104 Ovos Farinha de trigo 119 71 Ovos 111

Farinha de arroz 85 Farinha de arroz 164

Farinha de resíduo de caju

64 Farinha de resíduo de caju

64

Leite desnatado 120 Leite desnatado 120

Fermento químico 6,4 Fermento químico 6,8

Canela 9,0 Canela 10

Fonte: Autoria própria

Para a produção dos biscoitos, contendo glúten e isento de glúten, a farinha de resíduo de caju foi utilizada, juntamente com outros ingredientes (Tabela 2). As FTP desenvolvidas para cada biscoito também se encontram nos apêndices (Apêndice D e E).

Tabela 2. Ingredientes utilizados na produção dos biscoitos

BISCOITO COM GLÚTEN BISCOITO SEM GLÚTEN

INGREDIENTES QUANTIDADES (g/mL) INGREDIENTES QUANTIDADES (g/mL)

Farinha de resíduo de caju 62 Farinha de resíduo de caju Farinha de arroz 65 86 Farinha de aveia Aveia em flocos 51 73 Amido 73 Açúcar 54 Açúcar 59 Margarina 17 Margarina 15 Ovos 112 Ovos 163

Castanha do Pará 15 Castanha do Pará 14

Chia 9,4 Chia 10 Canela em pó Gergelim Fermento em pó 2,4 7,2 5,0 Canela em pó Gergelim Fermento em pó 2,7 7,2 4,5

(25)

Ambos os bolos atingiram as características esperadas para o produto. Todavia, o bolo com glúten diferentemente do bolo sem glúten apresentou melhores características, pois, devido este dispor de farinha de trigo em sua composição, o glúten propiciou liga ao produto, deixando-o com um melhor aspecto. Apesar do bolo sem glúten ter ficado com aspecto mais “fofo”, se esfarelando facilmente, este ainda pôde ser considerado um bolo com adequadas características.

Em relação aos biscoitos, o biscoito com glúten evidenciou uma característica mais “fibrosa” com relação a sua textura, visto que dentre os ingredientes utilizados estava aveia em flocos e a farinha do resíduo de caju, cujos grânulos são maiores, deixando o produto mais semelhante as características de “cookies”, enquanto que no biscoito sem glúten foram utilizados amido e farinha de arroz, logo, o produto se mostrou com uma textura macia e característica de biscoito. A seguir, estão dispostas as fotos dos produtos desenvolvidos (Figura 2.):

Figura 2: Imagens dos produtos desenvolvidos: bolos e biscoitos com e sem glúten

Fonte: autoria própria

Bolo com glúten Bolo sem glúten

(26)

A figura 3 mostra os resultados alcançados com a avaliação sensorial do bolo contendo glúten.

Figura 3: Avaliação sensorial de bolo com glúten produzido com farinha de resíduo de caju

Fonte: Autoria própria

Como é possível visualizar no gráfico, o bolo contendo glúten apresentou boa aceitação para todos os atributos analisados. Em relação a cor, um maior número de avaliadores considerou a variável “gostei”, atingindo os 51,92% de aceitação. Este valor é pouco mais da metade do percentual total de avaliação do produto, em segundo lugar a variável que alcançou maior percentual foi “gostei muitíssimo” com 34,62%. Logo, percebe-se que o produto no quesito cor foi bem aceito.

Para o atributo sabor, o maior percentual foi para a variável “gostei muitíssimo” com 48,08% de aceitação, seguido de 32,69% para “gostei”. Todavia, as avaliações atingiram a variável “desgostei”, indicando um pequeno percentual de rejeição em relação ao sabor.

Tratando-se do aroma foi visto que a aceitação variou de “gostei muitíssimo” a “desgostei ligeiramente”, e os maiores valores expressos em percentual foram de 50% e 34,62% para “gostei muitíssimo” e “gostei”, respectivamente. Quanto a textura, este teve 42,31% de aceitação para a variável “gostei”, 19,23% para “gostei ligeiramente” e 17,31% para “gostei muitíssimo”.

(27)

Ao analisar a impressão geral foi visto que 44,23% “gostaram” do produto em sua totalidade, seguido de 38,46% para “gostei muitíssimo” e 11,54% correspondendo a “gostei ligeiramente”. Observa-se que esse último quesito teve sua variação entre “gostei muitíssimo” a “desgostei ligeiramente”, o que mostra que a aceitação do novo produto foi boa.

Após análise dos dados referentes a impressão geral, o Índice de Aceitabilidade (I.A.) do bolo contendo glúten, produzido com farinha de resíduo de caju, foi calculado, e o valor encontrado foi um I.A. de 89,86%. Portanto, o bolo desenvolvido é um produto de boa aceitabilidade.

A intenção de compra para o bolo com glúten pode ser visualizada através da figura 4.

Figura 4: Intenção de compra do bolo com glúten produzido com farinha de resíduo de caju

Fonte: Autoria própria

Quando avaliada a intenção de compra do bolo com glúten, mais da metade dos provadores (65%) demonstraram que “comprariam” o produto, caso esse estivesse no mercado, e 21% afirmaram que “possivelmente comprariam”. As demais variáveis (“talvez comprasse/ talvez não comprasse e possivelmente não compraria”) atingiram um percentual mínimo de 8% e 6% quando comparada com as já citadas, enquanto que a opção “jamais compraria” não chegou a ser expressa por nenhum dos provadores. Assim, a amostra se apresenta como um bom produto para ser desenvolvido e comercializado.

A figura 5 mostra os resultados alcançados com a avaliação sensorial do bolo isento de glúten.

(28)

Figura 5: Avaliação sensorial de bolo sem glúten produzido com farinha de resíduo de caju

Fonte: Autoria própria

Com relação a amostra do bolo sem glúten, de uma forma geral também se obteve uma boa aceitação para todos os atributos, exceto para a textura. É válido ressaltar que para esse produto, houveram maiores variações percentuais, deixando os resultados mais fragmentados. O atributo cor mostrou-se com um maior percentual para a variável “gostei” (28,85%), seguido de 25% para a variável “gostei ligeiramente”, e 21,15% para “gostei muitíssimo”. Enquanto isso, as demais variáveis se mantiveram na faixa dos 1,92% a 11,54 % que se somando atinge 25% do total, ou seja, um quarto dos avaliadores ficaram imparciais e/ou “desgostaram” em alguma das intensidades postas.

Apenas 9,62% dos provadores afirmaram ter “gostado muitíssimo” do sabor do produto. Todavia, os resultados mostram que o produto foi bem aceito com relação ao sabor, já que as variáveis “gostei” e “gostei ligeiramente”, foram as que apresentaram maiores percentuais para este atributo (32,69% e 28,85%, respectivamente). É possível perceber ainda que a opção “desgostei muitíssimo” não foi apontada por nenhum dos provadores.

(29)

Com relação ao aroma, este atributo também apresentou maior percentual para a opção “gostei” (30,77%), seguida da opção “gostei muitíssimo”(28,85%), enquanto que 15,38% dos provadores apontaram a opção“ nem gostei/ nem desgostei”. As demais variáveis ficaram entre 3,85% (“desgostei”) a 13,46% (“gostei ligeiramente”). Para este atributo, nenhum dos provadores apontaram a opção “desgostei muitíssimo”.

Já para o atributo textura, foi possível observar que este teve um maior percentual para opção “desgostei ligeiramente”, com 26,92%, seguido de “gostei”, com 23,08%, e “gostei ligeiramente”, com 21,15%. Neste a variável “desgostei muitíssimo” mais uma vez não foi a opção de nenhum dos provadores. Portanto, apesar de se ter atingindo um percentual significativo para a opção “desgostei ligeiramente”, de uma forma geral, para o atributo textura, o bolo sem glúten ainda sim teve uma boa aceitação.

Quando se avalia a impressão geral do produto é possível perceber que 36,54% dos provadores apontaram opção “gostei”, 25,00% a opção “gostei ligeiramente” e 15,38% a opção “nem gostei/ nem desgostei”. A opção “desgostei muitíssimo” obteve percentual de 1,92%, o que demostra que uma parcela mínima dos avaliadores não gostou do produto. Porém, quando calculado o Índice de Aceitabilidade (I.A.) obteve-se que este é igual a 72,57%, o que comprova que o bolo sem glúten, produzido com farinha de resíduo de caju, é um produto de boa aceitação. A intenção de compra para o bolo sem glúten pode ser visualizada através da figura 6.

Figura 6: Intenção de compra do bolo sem glúten produzido com farinha de resíduo de caju

(30)

Ao avaliar a intenção de compra expressa na figura 6, referente ao bolo sem glúten, foi identificado que 39% dos provadores foram imparciais, pois optaram pela opção “talvez comprasse/talvez não comprasse”, e 25% dos avaliadores demonstraram que “possivelmente não compraria” o produto. Apesar de boa parte dos avaliadores terem demonstrado imparcialidade, a somadas percentagens das opções “compraria” e “possivelmente compraria” (34%) é maior que as das opções “possivelmente não compraria” e “jamais compraria” (27%), o que aponta que o bolo sem glúten, desenvolvido com farinha de resíduo de caju, pode ser uma boa opção de produto a ser inserido no mercado.

A seguir, estão dispostos os gráficos e seus respectivos resultados referentes a análise sensorial do segundo dia. Os produtos avaliados consistem em biscoitos, sendo uma amostra com glúten e outra sem glúten:

Figura7: Avaliação sensorial de biscoito com glúten produzido com farinha de resíduo de caju

Fonte: Autoria própria

A figura 7 expressa os resultados da avaliação sensorial do biscoito com glúten, produzido com farinha de resíduo de caju. É possível perceber que o produto desenvolvido teve uma ótima aceitação, pois os resultados se concentraram em todos os atributos avaliados, principalmente, entre as variáveis “gostei”, “gostei muitíssimo” e “gostei ligeiramente”.

A cor obteve 46,55% para “gostei”, 20,69% “gostei muitíssimo” e 15,52% com “gostei ligeiramente”. Os valores restantes se distribuíram entre as demais variáveis, e nesse atributo não teve resultados para “desgostei muitíssimo”.

(31)

Em relação ao sabor, este apresentou 34,48% para “gostei muitíssimo” e 29,31% referente a “gostei” e “gostei ligeiramente” com 24,14% sendo estes os maiores valores expressos em percentual para o atributo avaliado, desse modo, os valores restantes distribuíram-se entre “nem gostei/ nem desgostei” e “desgostei ligeiramente”. Com isso, “desgostei” e “desgostei muitíssimo” não expressaram resultados.

O aroma evidenciou 31,03% de aceitação para a variável “gostei”, onde em seguida 29,31% mostrou-se como o segundo maior percentual para “gostei muitíssimo” e “gostei ligeiramente” com 18,97%. Assim como no atributo sabor, o aroma também não conteve resultados para “desgostei” e “desgostei muitíssimo”, ficando o percentual restante difundido entre as demais variáveis avaliadas.

Quanto a textura esta demonstrou um elevado percentual para “gostei” com 48,28% e 24,14% para “gostei muitíssimo”. “Gostei ligeiramente” ficou com 15,52% e os valores restantes compreenderam as outras variáveis. É preciso ressaltar que nesta avaliação também não houve resultados referentes a “desgostei muitíssimo”.

Por fim, a impressão geral teve 46,55% de aprovação para “gostei”, 22,41% ficou em “gostei muitíssimo” e 20,69% “gostei ligeiramente”, as outras variáveis se igualaram em seus percentuais, sendo 3,45% “nem gostei/ nem desgostei” e “desgostei ligeiramente” e 1,72% “desgostei” e “desgostei muitíssimo”. Fica demonstrado que, este produto obteve um ótimo percentual quanto a sua análise em geral. Quando calculado o Índice de Aceitabilidade, foi verificado que este foi igual a 81,29%, sendo o biscoito, portanto, um produto de boa aceitação.

(32)

A intenção de compra para o biscoito com glúten pode ser visualizada através da figura 8.

Figura 8: Intenção de compra do biscoito com glúten produzido com farinha de resíduo de caju

Fonte: Autoria própria

A intenção de compra para o biscoito com glúten, produzido com farinha de resíduo de caju também apresentou ótimos valores percentuais sendo a variável “compraria” a primeira colocada chegando aos 46% de aprovação para o novo produto. Na sequência, com 29% tivemos a opção “possivelmente compraria”, seguido da terceira maior que foi 14% correspondente a “talvez comprasse/ talvez não comprasse”. Somando-se esses três valores obteve-se 89% para intenção de compra, ou seja, bem mais da metade dos avaliadores consideraram o produto suficientemente bom para ser comprado.

(33)

Figura 9: Avaliação sensorial de biscoito sem glúten produzido com farinha de resíduo decaju

Fonte: Autoria própria

A figura 9 expressa os resultados da avaliação sensorial do biscoito sem glúten, produzido com farinha de resíduo de caju. Em geral, o produto avaliado também demonstrou bons resultados. O atributo cor mostrou-se com maior percentual para variável “gostei” com 43,10%. Em segundo e terceiro lugar com os maiores percentuais identificou-se as variáveis “gostei ligeiramente” 18,97% e “nem gostei/ nem desgostei” com 17,24%. É válido ressaltar que não houve resultados para “desgostei” e “desgostei muitíssimo”, se distribuindo os percentuais restantes entre “gostei muitíssimo” (13,79%), e “desgostei ligeiramente” que foi a opção que se mostrou com um menor percentual (6,90%).

No que diz respeito ao sabor, este mostrou um maior percentual para “gostei” com 37,93%, e 27,59% referente a “gostei ligeiramente”, enquanto que “gostei muitíssimo” atingiu os 13,79%. Os demais valores se distribuíram entre “nem gostei/ nem desgostei” a “desgostei”, portanto, “desgostei muitíssimo” não teve resultados expressos para a análise realizada. O aroma exibiu valores de 41,38% para “gostei”, seguido de “gostei ligeiramente” 25,86% e 20,69% “gostei muitíssimo”, neste atributo não houveram resultados para “desgostei” e “desgostei muitíssimo”, mostrando assim, boa aceitação quanto a essa característica para o produto desenvolvido.

Em relação a textura, a opinião dos provadores sobre esse atributo se apresentou muito variada. O maior percentual expresso foi para a variável “gostei ligeiramente” com 25,86% e 24,14% para “gostei”.

(34)

Na sequência com maiores valores identificou-se “nem gostei/ nem desgostei” 17,24%, “desgostei ligeiramente” 15,52% e “gostei muitíssimo” com 10,34%, as outras duas variáveis (“desgostei” e “desgostei muitíssimo”) compreenderam aos percentuais restantes e menores.

Na impressão geral foi observado que a variável “gostei”, novamente se apresenta com o maior percentual 48,28%, logo abaixo se tem “gostei ligeiramente” com 27,59%e “nem gostei/ nem desgostei” com 13,79%. A opção “desgostei muitíssimo” mais uma vez não evidencia resultados, logo, os valores restantes e menores se dividem entre as demais variáveis. O Índice de Aceitabilidade (I. A.) para o biscoito sem glúten, produzido com farinha de resíduo de caju, foi de 75,00%, o que mostra que o produto desenvolvido teve boa aceitação pelos consumidores.

A intenção de compra para o biscoito sem glúten pode ser visualizada através da figura 10.

Figura 10: Intenção de compra do biscoito sem glúten produzido com farinha de resíduo de caju

Fonte: Autoria própria

A intenção de compra do biscoito sem glúten apresentou-se bastante distribuída, todavia, ao analisar as variáveis percebe-se que 34% dos avaliadores demonstraram que “possivelmente compraria” e 16% disseram “comprar”. Assim, ao somar esses valores verificamos que 50% dos provadores apresentam uma possível intenção de comprar o produto caso ele seja lançado no mercado.

(35)

Quando comparado com os 24% de “possivelmente não compraria” e apenas 2% para “jamais compraria”, se consegue atingir 26% do percentual, sendo este valor representativo de pouco mais de um quarto do total. Tendo em vista que quase um quarto também afirmou que “talvez comprasse/talvez não comprasse”, ficando estes na imparcialidade, é conclusivo que a maior parte dos avaliadores considera que o produto seria comprado, tornando esse produto uma boa opção para ser desenvolvida posteriormente.

Em suma, os resultados obtidos na avaliação sensorial demonstraram que os produtos desenvolvidos com a farinha do resíduo do caju como parte dos ingredientes utilizados ou quando em sua substituição total da farinha de trigo aliada a outros ingredientes, se mostrou com ótima aceitação para serem inseridos na indústria de alimentos. Apesar de os produtos desenvolvidos contendo glúten apresentarem uma melhor aceitação do que os produtos desenvolvidos isentos de glúten, estes últimos também foram bem aceitos pelos consumidores.

(36)

6 DISCUSSÃO

No estudo feito por Alves; Machado; Queiroga (2011), foi realizada uma pesquisa quanto ao desenvolvimento de produtos de panificação com a farinha de caju obtida por meio da secagem do resíduo, em substituição da farinha de trigo, os mesmos testaram preparações do tipo bolo e biscoito com três tipos de formulações diferentes para a quantidade de farinha utilizada, sendo estas, 20%, 30% e 40%. Ao avaliar os resultados os pesquisadores concluíram que os produtos eram mais aceitos quando nas quantidades de30% a 20% de farinha de caju. Tais resultados se aproximam do encontrado no presente estudo, em que foram utilizadas as seguintes porcentagens para a farinha de resíduo de caju: bolo com glúten 29% e bolo sem glúten 28%, enquanto que o biscoito com glúten utilizou 33% e o biscoito sem glúten 29%. Os resultados obtidos demonstram que os produtos quando utilizadas as quantidades citadas a cima, apresentou melhor aceitação.

Em outra pesquisa feita por Santana; Silva (2008), também foram desenvolvidos biscoitos com a farinha obtida por meio do resíduo do caju, utilizando 30% da mesma para formulação do produto. No estudo as autoras afirmam que o produto desenvolvido se mostrou com boa aceitação pelos possíveis consumidores quanto aos parâmetros de aroma, sabor e textura. Resultados estes igualmente encontrados na pesquisa em questão com os produtos que foram parcialmente substituídos com a farinha desenvolvida.

Apesar de muitos estudos sobre o caju, poucas ainda são as pesquisas desenvolvidas com a farinha do seu pedúnculo, havendo mais pesquisas disponíveis quanto ao uso do próprio resíduo para formulação de novo produtos alimentícios. Foram ainda encontrados na literatura estudos desenvolvendo produtos de panificação com farinhas obtidas a partir de resíduos de frutas in natura, polpas e outros vegetais que tem se mostrado como ótimas alternativas tanto para beneficiamento de resíduos industriais, como para opções de produtos para dietas especiais em substituição total ou parcial da farinha de trigo.

Assim sendo, Oliveira et al. (2013), em seu estudo relata sobre barras de caju produzidas com o resíduo do pseudofruto. Para este foi empregado o teste de aceitação para avaliar os atributos sabor, textura e impressão global utilizando escala hedônica estruturada de nove pontos variando de “desgostei extremamente” a “gostei extremamente”.

(37)

Estes obtiveram boa aceitação mediante à opinião dos julgadores, onde 96% dos provadores gostaram do produto, sendo, 24% gostaram muitíssimo, 38% gostaram muito, 14% gostaram pouco e 20% gostaram, restando 4% referente aos que nem gostaram/ nem desgostaram. Nesse mesmo estudo também houve a análise da intenção de compra, em que 100% dos provadores demonstraram interesse em comprar a barra, sendo, 74% certamente comprariam e 26% talvez comprassem. Esses resultados são semelhantes ao encontrado na presente pesquisa uma vez que ao avaliar a intenção de compra dos produtos, todos tiveram seus maiores percentuais concentrados nas variáveis “compraria”, “possivelmente compraria” e “talvez comprasse/ talvez não comprasse”.

Cruz (2014), ao desenvolver também barras de caju sendo uma com dez dias pós-produção e outra recentemente produzida também mostrou resultados satisfatórios. Foi observado que em todos os atributos avaliados a barra de cereal recém-produzida, foi a que se mostrou com maiores resultados segundo os avaliadores sendo o atributo sabor o que obteve maior média com 5,9 na escala hedônica de 7 pontos, correspondendo a variável “gostei” ao passo que o atributo que apresentou menor média foi a crocância da barra de dez dias, com nota 4,6 equivalente a opção nem gostei/ nem desgostei.

Ainda nesse estudo foi avaliada a aceitabilidade, preferência e intenção de compra e em todos os valores observados obtiveram-se resultados satisfatórios. A intenção de compra evidenciou as maiores percentagens para as variáveis “compraria”, possivelmente compraria” e “talvez compraria”, resultados estes igualmente observados na atual pesquisa. Tais resultados evidenciam o quanto o resíduo tem apresentado boa aceitabilidade quando inserido na formulação de produtos de panificação, seja na forma de farinhas, ou em sua forma integral.

Atualmente outra preocupação da indústria de alimentos tem sido quanto a busca pela elaboração de produtos para dietas especiais. Visto que a cada dia que passa, maiores são os números de pessoas com intolerâncias, alergias e restrições alimentares. Como é o caso de indivíduos que possuem sensibilidade as proteínas do glúten. Novas fontes de alimentos sem glúten estão sendo descobertas, e novos produtos alimentícios estão sendo desenvolvidos, para atender os consumidores celíacos (SANTANA, 2014).

(38)

No estudo feito por Santana (2014), a autora realizou três tipos de teste com análise sensorial, dentre eles o teste de aceitação para os atributos aparência, textura, sabor e impressão global para dois tipos de biscoitos desenvolvidos, sendo um padrão, cujas características são semelhantes às dos produtos comumente encontrados nos mercados, estando assim, os consumidores adaptados a tais características e outro biscoito nomeado como amostra, este consistiu no produto desenvolvido a partir da farinha de inhame em substituição a farinha de trigo. Os resultados obtidos foram expressos em médias e por meio do índice de aceitação e concluiu-se que em todos os atributos avaliados, a amostra obteve resultados satisfatórios quando comparado ao produto já existente no mercado, todavia, em relação a textura, a amostra apresentou menor média e índice de aceitação, sendo estes de 5,64 (média) e 62,7% (índice de aceitação), enquanto que o padrão se mostrou com 6,47 (média) e 71,9% (índice de aceitação).

Esses dados quando comparados ao presente estudo, se mostra com resultados semelhantes, visto que ambos demonstraram por meio de suas análises respostas satisfatórias quanto aos novos produtos desenvolvidos. Mas, em relação a textura, os dois identificaram uma maior insatisfação por parte dos julgadores e tal razão, como a própria autora explica, pode se dar devido a granulometria das farinhas desenvolvidas, uma vez que estas foram maior quando comparadas a farinha de trigo, cujos grânulos se desintegram. Ainda com relação ao estudo, também foi realizada a intenção de compra dos produtos e foi visto que o biscoito desenvolvido com a farinha de inhame teve melhores resultados para intenção de compra quando comparado com o biscoito padrão. Logo, os maiores percentuais se concentraram em “certamente compraria” (35%), “possivelmente compraria” (35%) e “talvez comprasse/ talvez não comprasse (17%). Estes dados também se aproximam do encontrado no presente estudo. Evidenciando, a importância e necessidade de maiores investimentos em estudos que consistam no desenvolvimento de produtos a partir dessas farinhas, visto que as mesmas têm apresentado boa aceitação por consumidores.

Foi identificado ainda na literatura o desenvolvimento de produtos de panificação do tipo biscoitos e bolos com farinhas de bagaço de uva, casca de limão siciliano e maçã.

(39)

Piovesana; Bueno; Klajn (2013), ao desenvolverem três formulações diferentes de biscoitos enriquecidos com farinhas de aveia e farinha de bagaço de uva identificaram que estes também apresentaram boa aceitação. Quando avaliada a intenção de compra, foi visto que os produtos obtiveram bons resultados visto que as notas alcançadas compreenderam as escalas “talvez comprasse/ talvez não comprasse” e “possivelmente compraria”. Já no estudo realizado por Thomaz et al. (2012), foram elaboradas cinco formulações diferentes de biscoitos do tipo cracker acrescidos de farinha de casca de limão e todos apresentaram boa aceitação, todavia, conforme aumentou a porcentagem da farinha, menor foi a classificação para aceitação. Em relação a intenção de compra, foi visto que os biscoitos acrescidos com as menores porcentagens de farinha de casca de limão demonstraram intenção de compra positiva.

Nesse caso, apesar dos resultados serem satisfatórios uma vez que dentre os produtos desenvolvidos uma pequena parte ainda obteve bons resultados para a intenção de compra, estes dados quando comparados ao presente estudo, diferem um pouco visto que para todas as porcentagens utilizadas da farinha de resíduo de caju, obtiveram-se resultados satisfatórios quanto a intenção de compra. Por outro lado, tal situação pode se dar devido o tipo de fruto que foi utilizado para o desenvolvimento da farinha. Baldi (2013), em sua pesquisa, desenvolveu dois tipos de bolos com uma combinação de farinhas de arroz, maçã e soja em diferentes concentrações, realizando em seguida testes sensoriais para verificar a aceitabilidade dos mesmos, e como resultado verificou que os dois diferentes tipos de bolos apresentaram boa aceitação pelos consumidores. Nesse estudo também foi aplicado o teste de intenção de compra e o produto com maior concentração da farinha desenvolvida obteve maior percentual para a intenção de compra. Assim, é possível observar que produtos de panificação acrescidos de farinhas obtidas por meio de frutas e seus resíduos apresentam boa aceitação.

Portanto, os estudos citados bem como o presente trabalho, afirmam por meio de resultados encontrados em suas pesquisas que tanto o resíduo de caju quanto a farinha obtida por meio de processamento do mesmo, se apresentam como uma opção viável de formulações a serem inseridas como parte dos ingredientes ou em substituição da farinha de trigo no desenvolvimento de novos produtos para a indústria de alimentos, em especial os produtos de panificação.

(40)

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos resultados encontrados na avaliação sensorial dos produtos de panificação elaborados com a farinha obtida a partir do processamento do resíduo do pedúnculo de caju, conclui-se que é possível desenvolver produtos alimentícios com boa aceitabilidade sensorial, utilizando a farinha de resíduo de caju como ingrediente de suas formulações.

Os resultados da avaliação sensorial comprovaram uma excelente aceitação pelos provadores para os produtos de panificação obtidos com a farinha de caju, demonstrando que a farinha de caju possui um grande potencial de exploração pela indústria de alimentos, podendo esta ser utilizada na formulação de uma variada gama de produtos alimentícios. Foi visto ainda que, quando a farinha de trigo é substituída parcialmente pela de caju, os produtos evidenciaram uma maior aceitação, todavia, ambos produtos desenvolvidos, com ou sem a farinha de trigo, se apresentaram com resultados satisfatórios, atendendo as expectativas da pesquisa.

Para tanto, a farinha do pedúnculo de caju mostrar-se como uma alternativa viável para a redução das perdas do pedúnculo de caju, além de poder contribuir para melhorar a qualidade nutricional dos produtos de panificação obtidos com sua utilização, agregando valor e gerando fonte de renda para os produtores, além de serem ótimas opções para indivíduos com restrições alimentares.

(41)

REFERÊNCIAS

ALVES, F. M. S.; MACHADO, A. V.; QUEIROGA, K. H. Alimentos Produzidos a Partir de Farinha de Caju, obtida por secagem. Revista Verde de

Agroecologia e Desenvolvimento SustentávelGrupo Verde de Agricultura Alternativa (GVAA).Mossoró, v.6, n.3, p.131-138, 2011.

ARAGAO, R. F. Secagem de fatias de caju (Anacardiumoccidentale L.) em

secador de bandejas. 2007. 126p. Tese (Doutorado em Engenharia de

Processos) - Universidade Federal de Campina Grande. Centro de Ciências e Tecnologia, Campina Grande, 2007.

ARAÚJO, W. M. C.; MONTEBELLO, N. P.; BOTELHO, R. A.; BORGO, L. A.

Alquimia dos Alimentos. Brasília: Ed. SENAC – DF, 2015. (Série Alimentos e

Bebidas, v. 2).

BATISTA, E. M.; MOISÉS, R. M. M.; LIMA, G. M. S.; FREITAS, H. L.;

BARBOSA, M. C. F.; COSTA, C. H. C. Avaliação do teor de fibra de biscoitos doces elaborados com substituição parcial da farinha de trigo por farinha de resíduos do pedúnculo de caju. VIICONNEPI: congresso norte nordeste de pesquisa e inovação, Tocantins, 2012.

BALDI, J. S. Produto de panificação (Bolo) a partir das farinhas de arroz,

maçã e soja,Campo Mourão/PR. 2013. 30p. Monografia (Graduação em

Tecnologia em alimentos) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campo Mourão, 2013.

BUENO, R.O.G. Características de qualidade de biscoitos e barra de

cereais ricos em fibra alimentar a partir de farinha de semente e polpa de nêspera. 2005. 118p. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Alimentos)-

Universidade do Ceará. Setor de Tecnologia, Curitiba, 2005.

BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n° 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília: Diário Oficial da União, 2013.

CRUZ, P. O. Determinação da vida de prateleira, Índice Glicemico e Carga

Glicêmica de barra de cereal desenvolvida a partir do bagaço do

pedúnculo do caju.Santa Cruz/RN. 2014. 63p. Monografia (Graduação em

Nutrição) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Faculdade de Ciências da Saúde do Trairí, Santa Cruz, 2014.

(42)

FACHINELLO, J. C.; et al. Situação e perspectivas da fruticultura de clima temperado no Brasil.Revista Brasileira de Fruticultura, v.33, n. 1, p. 109-120, 2011.

FAUSTINO, Adla Françoíse de Macêdo. Análise físico-química do resíduo do

pedúnculo do caju para possível utilização em produtos alimentícios.2014.

23 f. Monografia (Graduação em Nutrição) - Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Santa Cruz, 2014.

GARRUTI, Deborah dos S. Composição de voláteis e qualidade de aroma

do vinho de caju. Campinas, 2001. 218 p. Tese (Doutorado) - Faculdade de

Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas.

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.

Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home>. Acesso em: 27 out. de 2013.

LACERDA, M. A. D; LACERDA, R. D.; ASSIS, P. C. O. A participação da

fruticultura no agronegócio brasileiro. Revista de biologia e ciências da terra, v.4, n. 1, 2004.

LIMA, A. C. Estudo para a agregação de valor aos produtos de caju:

elaboração de formulações de fruta e castanha em barra,Campinas/ SP.

2004. 173p. Tese (Doutorado em Tecnologia de Alimentos) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2004.

MINIM, V. P. R. Analise Sensorial: Estudos com Consumidores. 2. ed. Editora: Fundação Arthur Bernardes - Editora UFV, 2006.

OLIVEIRA, A. F, Análise sensorial dos alimentos. (Dissertação) Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Londrina, Curso de Tecnologia de Alimentos. Londrina, 2012.

OLIVEIRA, C.F.P.et al. Desenvolvimento, avaliação sensorial e físico-química de barra de cereal de caju. Revista Brasileira de Tecnologia Agroindustrial, v. 07, n. 01, p. 934-942, 2013.

(43)

PINHO, L. X. Aproveitamento do resíduo do pedúnculo do caju

(AnacardiunOccidentali L.) para alimentação humana. 2009. 85p.

Dissertação (Ciências e tecnologia de alimentos) – Universidade Federal do Ceará. Departamento de tecnologia de alimentos, Fortaleza, 2009.

PIOVESANA, A.; BUENO, M. M.; KLAJN, V. M. Elaboração e aceitabilidade de biscoitos enriquecidos com aveia e farinha de bagaço de uva. Brazilian

Journal of Food Technology. Campinas: v. 16, n. 1, p. 68-72, jan./mar. 2013.

PONTES, C. R. Enriquecimento protéico do bagaço de caju através de

fermentação semi-sólida utilizando Aspergillus niger. 2009. 70p.

Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Alimentos) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2009.

RAMOS, L. S. N. et al. Polpa de caju em rações para frangos de corte na fase final: desempenho e característica da carcaça. Revista Brasileira de

Zootecnia, v. 35, n. 3, p. 804-810, 2006.

RORIZ, R. F. C. Aproveitamento dos resíduos alimentícios obtidos das

centrais de abastecimento do estado de Goiás S/A para alimentação humana, Goiânia/GO. 2012. 158p. Dissertação (Mestrado em Ciência e

tecnologia de Alimentos) – Universidade Federal de Goiás. Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, Goiânia, 2012. Disponível em:

<http://ppgcta.agro.ufg.br/uploads/71/original_Dissertacao_Renata_Fleury.pdf? 1337367690>. Acesso em: 23 ago 2013.

SANTANA. B.F. Desenvolvimento de Novos Produtos: Pão de Forma com Polpa de Cenoura e Beterraba,Lavras/MG. 2007.116p. Dissertação (Mestrado em Ciências dos Alimentos) – Universidade de Lavras, Lavras, 2007.

SANTANA, M. F. S.; SILVA, I. C. Elaboração de biscoitos com resíduo da

extração de suco de caju. Belém: Embrapa Amazônia Oriental, 2008. 4 p.

(Embrapa Amazônia Oriental. Comunicado técnico, 214).

SANTANA, J. S. Elaboração De Biscoitos Com Farinha De Inhame: Uma Alternativa Para Celíacos.João Pessoa/ PB. 2014. 63p. Monografia (

Graduação em Tecnologia de Alimentos) - Universidade Federal da Paraíba. Centro de Tecnologia e Desenvolvimento Regional. Departamento de

(44)

SIQUEIRA, A. M. de A; BRITO, E. S. de. Aproveitamento do bagaço do caju para alimentação humana e utilização em outras indústrias de alimentos. In: ARAÚJO, J. P. P. de (Ed.). Agronegócio caju: práticas e inovações. Brasília, DF: Embrapa, 2013. parte 5, cap. 3, p. 349-361.

SOARES, D. J.; RODRIGUES, C. S.; MAIA, G. A.; SOUSA; P. H. M.;

FIGUEIREDO, R. W. Avaliação sensorial de amêndoas de castanha de caju obtidas dos cultivos convencional e orgânico. Revista Brasileira de Produtos

Agroindustriais, Campina Grande, v.14, n.3, p.245-250, 2012.

THOMAZ, A.C.;SILVA, G.R.;NOVELLO, D.;DALLA SANTA, H.S.;RAYMUNDO, M.S.;BATISTA, M.G. Aceitabilidade sensorial de biscoito tipo cracker

adicionado de farinha de casca de limão siciliano (Citruslimon L. Burm.).

(45)
(46)

APÊNDICE A – Termo de consentimento livre e esclarecido – TCLE

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Este é um convite para você participar da pesquisa: Desenvolvimento de produtos

alimentícios utilizando como ingrediente a farinha de resíduo do caju

(Anacardiumoccidentale L.), que tem como pesquisador responsável a Prof.ª Manuela Alves da Cunha.

Esta pesquisa pretende avaliar o quanto as pessoas gostam de diferentes tipos de produtos de panificação (biscoito, bolo, pão), que além dos seus ingredientes tradicionais, possuem outro ingrediente, uma farinha feita a partir do bagaço do caju. A análise sensorial é de grande importância para avaliar a qualidade e a aceitabilidade destes produtos.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é a busca de alternativas para o aproveitamento do bagaço de caju, que normalmente é descartado na natureza pelas indústrias de suco de caju. Estudos mostram que esse bagaço é rico em nutrientes e pode ser transformado em farinha para ser utilizado como ingrediente de produtos alimentícios.

Caso você decida participar, você deverá preencher um formulário de avaliação dos diferentes produtos de panificação (biscoito, bolo e pão). Todo o procedimento terá duração de no máximo dez minutos.

Durante a realização, você vai provar os produtos, e em seguida vai marcar sua opinião, com relação a cada um deles, no formulário de avaliação. Cada produto será provado individualmente e, no intervalo entre um produto e outro você receberá 100 ml de água filtrada para lavagem da cavidade oral e neutralização do paladar. A previsão de riscos é mínima. Os riscos ou desconfortos envolvidos são: efeitos adversos, como gases, náuseas ou transtornos gastrintestinais, caso você tenha alergias e/ou intolerância a substâncias presentes na formulação, ou ainda engasgos.

Tais riscos serão minimizados pelo questionamento antecipado destas alergias e/ou intolerâncias, bem como o esclarecimento prévio de todos os ingredientes utilizados na receita. Adicionalmente, também será oferecida água filtrada, o que facilita a deglutição da preparação. A sua participação nesta pesquisa é muito importante, uma vez que proporcionará a ampliação do conhecimento científico para a área de saúde e nutrição da população.

Caso ocorra alguma intercorrência, você será encaminhado, pelo pesquisador responsável, para o Hospital Regional Aluízio Bezerra (Rua. São Nicolau, nº: 13, Conego Monte, Santa Cruz/RN), onde receberá assistência gratuita.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para o pesquisador responsável, Manuela Alves da Cunha, no telefone (84) 3291-2411, ou pelo e-mail manuelanutri@yahoo.com.br.

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe identificar.

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos.

Referências

Documentos relacionados

ATLESTISMO CAMPEAO Recife

Isto pode ocorrer em vista do diferencial de temperatura (interna x externa), e não se trata de um defeito de fabricação, e sim de um fenômeno natural do clima. 7 - Nunca forre

Posturas prejudiciais resultante de inadequações do campo de visão/tomada de informações, do envoltório acional/alcances, do posicionamento de componentes comunicacionais,

Um processo que depende inicialmente de ambas as partes e, após o seu início, mais ainda delas, ao invés do que sucede na própria instância jurisdicional; um processo

MARCOS MERCADANTE

Na primeira corrida da Cup em Buenos Aires, Marcel Visconde chegou à sua centésima prova na categoria do Porsche GT3 Cup Challenge Brasil.. Ele é o único a

[r]

Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Doutor pelo Programa de Pós-graduação em Direito da PUC-Rio.. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo