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UM OLHAR SOBRE A EFICÁCIA DE AMBIENTES DE ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE (EAS)

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UM OLHAR SOBRE A EFICÁCIA DE AMBIENTES DE

ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE (EAS)

Ernani Simplício Machado(1); Giselle Arteiro Nielsen Azevedo(2); José Gustavo Francis

Abdalla (3)

(1) CES-JF, e-mail: ernaniarq@yahoo.com.br

(2) UFRJ, e-mail: gisellearteiro@globo.com

(3) UFJF, e-mail: gustavofrancis@ig.com.br

Resumo

O presente artigo apresenta uma discussão sobre a eficácia dos ambientes de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS). Reflete sobre como a humanização do ambiente físico hospitalar é capaz de tornar mais eficaz o processo terapêutico do paciente, contribuindo para a qualidade dos serviços de saúde prestados pelos profissionais envolvidos e tornando ambientes mais agradáveis para pacientes e respectivos acompanhantes. Através da apresentação de pesquisas e estudos, as relações intrínsecas entre o homem e o ambiente evidenciam a influência do ambiente construído no processo de restabelecimento da saúde. Discute sobre a importância do projeto arquitetônico de EAS, de forma a obter a satisfação dos diferentes usuários e atender à premissa de ser um ambiente de cura, preservação e promoção da saúde. Partindo do pressuposto de que a humanização do ambiente hospitalar não é compendiada somente por aspectos formais e decorativos, pode-se concluir que a satisfação dos usuários não é meramente proveniente da funcionalidade do espaço, mas também pela significação atribuída à ambientação na arquitetura.

Palavras-chave: Ambiente Construído, Promoção da Saúde, Arquitetura. Abstract

This article presents a discussion of the effectiveness of the Health-Care Facilities environments. It is a reflection of the capability of the hospital physical environment humanization on turning more effective the patient’s therapeutic process, contributing to a better quality of the provided health services and making these environments more pleasant for patients and their caregivers. Studies about the intrinsic relations between human being and the environment are presented, showing the influence of the built environment in the healing process. It is discussed the importance of the architectural design of the EAS on getting the satisfaction of different users and on meeting the premise of being an environment of healing, keeping and promotion of health. Assuming that the hospital’s humanization is not only summed for formal and decorative aspects, it could be concluded that users’ satisfaction it is not merely originated from the functionality of the space, but also by the significance attributed to the ambiance in architecture.

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1. INTRODUÇÃO

Nas primeiras décadas do século vinte, os profissionais da área da saúde começaram a se preocupar em desenvolver ambientes funcionais, reflexos de uma nova visão científica e tecnológica. Nos anos que se seguiram, muitos ambientes foram desenvolvidos e considerados eficientes para o restabelecimento da saúde. Hoje, se sabe que eles eram na verdade estressantes e inadequados, pois não supriam as necessidades emocionais e psicológicas dos pacientes. Surgiu então a necessidade de se criar locais de trabalho que, além de funcionais, proporcionam ao paciente um ambiente mais tranqüilo e o suporte psicológico necessário para lidar com suas limitações (COOPER MARCUS & BARNES, 1999). Posteriormente, a definição de saúde pela OMS (1946) como completo estado de bem-estar físico, mental e social, e não meramente ausência de doença ou enfermidade, avança pelo fato de ir além de um sentido negativo (ausência de doença) e comportar um sentido positivo (presença de bem-estar).

Atualmente, uma unidade hospitalar é considerada um complexo espaço de cura, preservação e promoção da saúde. Diversas pesquisas e conseqüentes transformações ao longo da história atestam que a garantia de satisfação por parte dos usuários e os resultados positivos obtidos em um Estabelecimento Assistencial de Saúde (EAS) não é proveniente essencialmente do desempenho de suas questões tecnológicas (COOPER MARCUS & BARNES, 1995 e 1999; ULRICH, 1981, 1990, e 2002; SANTOS & BURSZTYN, 2004; TOLEDO, 2002 e 2008; AZEVEDO, 2002; PENNA, 2004; ABDALLA, 2004 e 2005; ABDALLA et al 2004; COOPER MARCUS, 2005 e 2006; MACHADO, AZEVEDO e ABDALLA, 2011). Deste modo ponderamos sobre o que deve ser considerado determinante para a eficácia deste tipo de ambiente construído, no que se refere às questões projetuais.

Para tratar sobre o funcionamento dos ambientes de uma arquitetura hospitalar, se faz necessário compreendermos e distinguirmos os termos eficiência e eficácia os quais são estrategicamente utilizados neste artigo. Fundamentando-se em definições no campo das ciências da administração, Cohen e Franco (1993), Cotta, (1998), Glowacki (2003) e Cavalcanti (2006) entendem que o conceito de eficiência está relacionado à competência para se produzir resultados com dispêndio mínimo de recursos e esforços. Em suma, pode-se definir como utilizar produtivamente os recursos, ou seja, produzir mais com menos. Já a noção de eficácia se refere ao “grau em que se alcançam os objetivos e metas do projeto na população beneficiária, em um determinado período de tempo, independentemente dos custos implicados” (COHEN e FRANCO, 1993: 102). Em uma análise do ambiente construído devemos verificar que a eficiência e a eficácia projetual são dois conceitos distintos. Assim, um determinado projeto pode ser eficiente pelo ponto de vista de um projetista em todos seus aspectos tecnológicos e projetuais (conforto ambiental, fluxos, legislação, etc.). Entretanto, é necessário verificar se esta eficiência projetual proporcionou plena satisfação aos usuários, conferindo eficácia ao projeto. Esta só é alcançada quando se constata que o ambiente funciona como esperado, sendo coerente com a ideia inicial estabelecida em projeto. Dentro desta ótica, é fundamental conhecer os usuários da edificação, suas necessidades, seus anseios e particularidades para garantir a satisfação destes em relação ao lugar.

2. OS AMBIENTES DE SAÚDE E SEUS USUÁRIOS

Objetivando obter maior eficácia no âmbito da arquitetura hospitalar, o conceito de Promoção da Saúde resultou em diversos movimentos que propuseram aos hospitais a inclusão de recursos físicos para melhorarem a qualidade de vida dos pacientes internados. A partir de

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AZEVEDO e ABDALLA, 2011). Assim como Sommer (1973) afirma que em qualquer tipo de projeto existem questões de valores dos usuários de um ambiente construído que devem ser atendidos, reforçamos a ideia de que o projeto de arquitetura de um EAS não deve ser concebido somente com as adequações às normas vigentes, sem um questionamento maior sobre as necessidades tipicamente humanas dos indivíduos.

TOLEDO (2002) cita medidas que visam melhorar as condições de conforto para pacientes e acompanhantes por meio de uma maior atenção aos projetos de áreas de espera, consultórios e enfermarias, com a adoção de tratamentos arquitetônicos diferenciados, inclusive no que se refere ao uso das cores, especialmente nos hospitais infantis. Para o arquiteto João Filgueiras Lima, o Lélé, a integração da arquitetura com a natureza e com obras de artes proporciona beleza ao ambiente. Segundo Lima (2004), esta beleza tem caráter funcional de “alimentar o

espírito”. Nos centros projetados por Lelé podemos observar a inserção de amplos espaços

coletivos no programa da arquitetura hospitalar, nos quais jardins, obras de arte e a própria arquitetura são elementos para humanização do ambiente construído (Figura 1).

Figura 1: Ambientes externos e internos do Centro de Reabilitação Infantil Sarah-Rio, projetados por Lelé

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Com a inserção dos conceitos de humanização da arquitetura hospitalar, verifica-se a partir de diversos exemplos em todos os continentes que o tratamento espaços diferenciados em ambientes de saúde é fator que deve ser tratado com importância para a finalidade que o espaço propõe (VERDERBER & FINE, 2000). Por muitas vezes, verifica-se que espaços aconchegantes e familiares como jardins, áreas envidraçadas, leitos e ambientes de estar com mobiliários que promovam uma convivência descontraída e agradável tendem a assemelhar-se, propositalmente, a uma moradia (Figura 2).

Figura 2: (a): Janela de quarto para corredor do hospital Musquodoboit Valley - N.Scotia, Canadá – projeto: Willian Nycum Architects Ltd. (b) Quarto particular - Greater Baltimore Medical Center

(Fonte: VERDERBER & FINE, 2000)

Entretanto, não se pode confundir humanização do ambiente hospitalar com aspectos formais e decorativos. É importante dar ênfase às atividades que ocorrem dentro de um EAS, compreendendo que o bem-estar psicológico gerado por meio das relações com o ambiente construído suscita nos pacientes, médicos e demais profissionais, atitudes mais humanas e respeitosas. Portanto, entende-se como premissa que o ambiente hospitalar deve ser reconsiderado como um instrumento terapêutico onde a humanização torna-se uma característica indispensável.

Diversos hospitais brasileiros adotaram esta concepção, em sua grande maioria da rede particular, como exemplo, a Clínica São Vicente na cidade do Rio de Janeiro. Fundada em 1933, fora contemplada na década de 70 com um projeto - executado por Rolf Werner Hüther - para transformação da instituição em um hospital moderno, com o intuito da inserção do empreendimento no mercado privado de saúde. Salvo questões de constantes atualizações que toda edificação em saúde deve prever, as características de hotelaria hospitalar contidas na Clínica São Vicente não solucionam por completo questões de humanização e promoção da saúde. Através de uma Avaliação Pós-Ocupação (APO) realizada por Del Rio, Rheingantz e Ornstein (1998) verificou-se necessidades de solucionar problemas de fluxos, legibilidade, áreas de descanso para funcionários e orientabilidade para áreas internas e externas.

Deste modo, é possível afirmar que o fato de simplesmente atender às normas para aprovação de projetos ou modificar espaços físicos para assemelharem-se a hotéis, residências ou espaços lúdicos não garantem a humanização e promoção da saúde de qualquer ambiente. ABDALLA et al (2004) salientam a importância de considerar a particularidade dos ambientes e seus ocupantes, observando seus aspectos individuais, culturais, psicológicos e

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compreensão do significado de humanização ainda limita-se muito à imagem sendo, inclusive, fatores de concorrência de mercado. A humanização do ambiente físico hospitalar deve ter como objetivo tornar mais eficaz o processo terapêutico do paciente, tornando ambientes mais agradáveis para pacientes e respectivos acompanhantes, além de contribuir para a qualidade dos serviços de saúde prestados pelos profissionais envolvidos. É preciso compreensão no que se dizem respeito aos valores, as atividades, as individualidades e expectativas destes atores.

Para tanto, a integração de disciplinas como psicologia, antropologia, sociologia, geografia e arquitetura reafirmam que a apreciação de que a utilização do ambiente construído é um problema interdisciplinar, favorecendo os estudos para melhor compreender as inter-relações entre o homem e o ambiente construído, gerando estudos sobre Percepção Ambiental e APO. Estes estudos convergiram-se inicialmente para o desenvolvimento de conceitos fundamentais que envolvem o usuário do ambiente construído, tais como privacidade, territorialidade, espaço pessoal, mapeamento cognitivo, entre outros, confirmando a importância do espaço sobre o bem-estar do indivíduo. No Brasil destacam-se grupos de pesquisas como o ProLUGAR (PROARQ-FAU-UFRJ), Espaço Saúde (PROARQ-FAU-UFRJ), PROJETAR (PPGAU-UFRN), PROPAR (FAU-UFRGS), entre outros das áreas de Arquitetura e Urbanismo e Psicologia Ambiental os quais têm-se aprofundado no campo de estudos sobre a influência do espaço construído no processo de restabelecimento da saúde.

3. A ANÁLISE DO AMBIENTE CONSTRUÍDO

Atualmente os trabalhos na área de APO têm focado nos elos afetivos das pessoas com os lugares, com reflexões a respeito de metodologias projetuais capazes de gerar arquiteturas mais adequadas e mais coerentes com as ações, os sentimentos e os valores dos indivíduos. Tratando-se de estudos que analisam as inter-relações entre ambientes e comportamento humano verifica-se a importância desta investigação, identificando o impacto do espaço sobre as ações humanas, e destas sobre o espaço (DE YOUNG,1999; KOPEC, 2006). No entanto, é importante ressaltar que a relação entre o homem e o ambiente não é determinística, isto é, de simples causa-e-efeito, uma vez que o comportamento não é exclusivamente definido por atributos ambientais, mas também por fatores como contexto social, cultural e econômico. Reforçando que a compreensão das relações entre o homem e o ambiente é uma questão multidisciplinar, Bechtel (1997) afirma que este tipo de estudo - originado somente após a Segunda Guerra Mundial - foi fruto de um movimento interdisciplinar centralizado nas pesquisas referentes à satisfação das necessidades dos indivíduos em relação à qualidade do ambiente físico. Ressaltam-se os trabalhos do psicólogo Roger G. Barker, do antropólogo Edward Hall, do psicólogo Robert Sommer, do arquiteto Christopher Alexander e do urbanista Kevin Lynch, onde Bechtel (1997: 77) nomeia-os como "os cinco pioneiros".

Estes pioneiros pesquisaram diferentes aspectos de relações de homem x ambiente, procurando encontrar meios para tornar o ambiente construído mais satisfatório às suas necessidades (BECHTEL, 1997). Por exemplo, Roger Barker auxiliou os projetistas a terem uma melhor compreensão das necessidades das pessoas através da observação e da análise do cotidiano destas. O conceito de Robert Sommer de espaço pessoal também contribuiu com a forma de concepção do ambiente construído para diferentes usuários. No campo da arquitetura, os estudos de Christopher Alexander explicitaram a importância da acessibilidade do usuário no processo de projeto e construção. Ao tratar de temas relativos à imaginabilidade (imageablity, no original) da cidade, Kevin Lynch torna-se também um dos precursores dos estudos de percepção ambiental.

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A "convergência de disciplinas" realizada por investigadores de diversas áreas acadêmicas contribuiu para um núcleo de estudos que atingiu um alto nível de conhecimento prático. Por esta multidisciplinadidade, os estudos direcionados à relação Homem X ambiente tiveram várias denominações: psicologia arquitetônica, arquitetura psicológica, psicologia ambiental, psicologia ecológica, sociologia ambiental, antropologia ambiental, comportamento ambiental, design ambiental, etc. (BECHTEL, 1997). Assim, define-se a apreciação de que a utilização do ambiente construído é um problema interdisciplinar, beneficiando os estudos para obter melhor compreensão sobre as inter-relações entre o homem e o ambiente construído. Favorece também a reflexão a respeito de metodologias projetuais capazes de gerar arquiteturas mais adequadas e mais coerentes com as ações, os sentimentos e os valores dos indivíduos.

Em sequência, somam-se trabalhos de outros profissionais, como os estudos do geógrafo sino-americano Yi-Fu Tuan, que desde a década de 70 tem apresentado novos e fundamentais conceitos para a compreensão do ambiente e das aspirações do homem em termos de qualidade ambiental. Este defende que os seres humanos estabelecem uma relação afetiva com o lugar em que habitam, seja sob os aspectos de topofilia ou de topofobia. Resumidamente, entende-se por Topofilia como “[...] o elo afetivo entre a pessoa e o ambiente físico. Difuso como conceito e concreto como experiência” (TUAN, 1980, p.5). É o conjunto de atributos dos ambientes que nos remete sentimentos de forma a experienciá-los como dando-nos prazer. Este conceito está associado à valorização do lugar - através da afetividade - podendo ser definido em sentido amplo, incluindo todos os laços afetivos dos seres humanos com o ambiente. Assume muitas formas e varia muito em amplitude emocional e intensidade, tendo seu conteúdo baseado nas características físicas do lugar. Por sua vez, a Topofobia é o antônimo destas características, introduzindo a ideia de paisagem do medo, expressando uma aversão ao lugar, que é tido como não agradável para seus frequentadores, podendo ser degradado por não ter uma função clara aos seus usuários (TUAN, 1980).

Uma APO tem como objetivo a compreensão do olhar do usuário de uma determinada edificação a respeito de seus ambientes, sendo fator determinante para garantir a satisfação destes em relação ao ambiente construído (MACHADO, AZEVEDO e ABDALLA, 2011). Dentro do âmbito dos ambientes de saúde, Cavalcanti, Azevedo e Bins-Ely (2009) concluem que além das questões de imagem, os hospitais devem ser lugares pensados para a vivência, em especial a vivência do paciente. Os espaços devem transpor a concepção meramente formal ou imagética do ambiente e ser propício ao usuário vivenciar experiências agradáveis. Através do atendimento humanizado ou entretenimento entre os atores pode ser possível a criação de um vinculo afetivo entre o individuo e o ambiente, transformando o espaço, gerando atributos de topofilia em relação ao lugar.

A boa arquitetura hospitalar, assim como a boa arquitetura, deve constituir cenários para a ação humana, locais que sejam facilmente apropriáveis e que contribuam para a expressão pessoal dos usuários e para sua identificação com o local. (CAVALCANTI, AZEVEDO E BINS-ELY 2009, p.75).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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arquitetura de ambientes de promoção à saúde deve ser gerado pela obtenção de respostas projetuais através de objetivos, finalidades e valores, e não somente de especificações técnicas. O fato de encarar este tipo de projeto complexo como o atendimento a algo que Sommer (1973) denomina como “lista de ferragens” compromete a eficácia do projeto. Assim, a construção do programa de necessidades deve ser mais filosófica do que técnica, sendo fundamentada em uma apresentação de objetivos. Considerando a importância das inter-relações entre o ambiente e o homem, ressalta-se que este passa grande parte de sua vida em um espaço que não possui e nem controla, principalmente em ambientes hospitalares. Verifica-se ainda que mesmo quando o layout ou determinado mobiliário não atende imediatamente às necessidades dos pacientes, estes tendem a se adaptar, ao invés de realizar alterações espaciais.

Um grande desafio do arquiteto é compreender os ambientes hospitalares, de forma a tratá-los ou transformá-los em ambientes menos traumáticos e até passiveis de elos afetivos. Para tanto, o estudo do comportamento espacial torna-se fundamental, pois, normalmente os pacientes têm seus espaços pessoais continuamente violados por médicos, enfermeiras e visitantes. Tendo-se a impressão que estes estão muito debilitados ou muito sensíveis para evitar qualquer invasão espacial, é de grande valia compreender como gerar possibilidades espaciais para conservar sentimentos de intimidade e individualidade nestes ambientes. A atribuição de valores como territorialidade, privacidade, agradabilidade, apropriação, espaço pessoal e topofilia ao significado de humanização de um EAS é fator preponderante na obtenção da eficácia de seu objetivo final: a promoção da saúde.

5. REFERÊNCIAS

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AGRADECIMENTOS

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