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76901372 Pregacao Pura e Simples Stuart Olyott

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raduzido e impresso com raduzido e impresso com permissão depermissão de Brynirion Press - País de Gales - eino Unido. Brynirion Press - País de Gales - eino Unido. Copyrigh

Copyrigh©© 2008 Ediora Fiel 2008 Ediora Fiel

Primeira Edição em Poruguês - Fevereiro de 2008 Primeira Edição em Poruguês - Fevereiro de 2008

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odos os direitos em língua portuguesa reservados por odos os direitos em língua portuguesa reservados por  Editora

 Editora Fiel da Fiel da Missão EvMissão Evangélica Langélica Literáriaiterária

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Edior: Pr. icardo Denham Edior: Pr. icardo Denham

Coordenação Ediorial: iago Sanos Coordenação Ediorial: iago Sanos radução: Pr. Wellingon Ferreira radução: Pr. Wellingon Ferreira

evisão: Laura Macal e Marilene Paschoal evisão: Laura Macal e Marilene Paschoal Capa e diagramação: Edvânio Silva

Capa e diagramação: Edvânio Silva Direção de are: ick Denham Direção de are: ick Denham

Editora Fiel

Editora Fiel

 Av

 Av. Cidade Ja. Cidade Jardim, 3978rdim, 3978

Bosque dos Eucalipos

Bosque dos Eucalipos

São José dos Campos-SP

São José dos Campos-SP

PABX.: (12) 3936-2529

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memória de Hugh David

Morgan (1928-1992),

que já foi descrito como

“o pastor mais amado do

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Introdução ...9

Parte 1 O que é Pregação? ...13

Parte 2 O que Torna a Pregação Excelente? 1 Exaidão Exegéica ...29 2 Coneúdo Dourinário ...49 3 Esruura Clara ...67 4 Ilusrações Vívidas ...83 5 Aplicação Penerane ... 101 6 Pregação Eficiene ... 115 7 Auoridade Sobrenaural ... 131 Parte 3 Sugesão de um Méodo de Preparação de Sermões ... 149

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 J

ohn esá em seus vine anos de idade e Jack em quase cinqüena, mas se ornaram bons amigos. Eles não se conheciam, aé se enconrarem em uma série de seminários mensais sobre pregação, em uma cidade vizinha. Essas reuniões mensais lhes proporcionaram não somene uma nova amiza-de, como ambém mudaram as suas vidas para sempre.

 Anes de assisir aos seminários, John nunca havia pregado. Ele pen-sara no assuno por muio empo, mas nunca soubera como começar. Mas, o que é realmene pregar? Qual a diferença enre um sermão e uma pa-lesra? Por que algumas pregações são poderosas e caivanes, enquano ouras são enfadonhas e monóonas? Quais os elemenos essenciais de um bom sermão? Os seminários responderam as pergunas de John e o colocaram no rumo cero. Hoje, ele prega com regularidade e seu minisé-rio realiza uma boa obra espiriual.

 A hisória de Jack é muio diferene. Anes de assisir aos seminários, ele esivera envolvido na pregação por mais de vine anos. Apesar disso, senia que precisava melhorá-la. Havia lido alguns livros sobre o assuno e buscara o conselho de algumas pessoas. Por que os seus sermões pareciam não ali-menar ninguém? Por que as pessoas se desligavam menalmene, quando ele ainda esava nos minuos iniciais de seu sermão? E, o que é mais imporane, por que Jack conhecia ão poucas pessoas ransformadas por seus sermões? Os seminários rouxeram-lhe alívio inenso, colocando udo em ordem ao fa-zerem-no livrar-se de coisas desnecessárias, preservando as essenciais. Agora, muias pessoas agradecem ao Senhor pela poderosa pregação de Jack.

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Os seminários foram bem modesos. Cada um deles consisia em uma palesra inroduória que não apresenava nenhuma novidade e devia muio ao discernimeno de ouros. Enão, era seguido por pergunas e meia hora de discussão orienada. Mas, os Johns e os Jacks que freqüenaram aquelas reuniões se referem a elas com freqüência e usam o maerial dos seminários para avaliarem não somene a si mesmos, mas ambém uns aos ouros. Eles pediram que a essência do que aprenderam fosse colocada na forma de um livro. Eis o livro.

Suar Olyot

Movimeno Evangélico do País de Gales Brynirion, Bridgend

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S

e alguém gasasse uma semana lendo oda a Bíblia e, na semana seguin-e, se familiarizasse com os principais aconecimenos da hisória da igreja, o que observaria? Que a obra de Deus no mundo e a pregação esão inimamene ligadas. Onde Deus age, ali a pregação floresce. Em odos os lu-gares em que a pregação é menosprezada ou esá ausene, ali a causa de Deus passa por um empo de improduividade. O reino de Deus e a pregação são irmãos siameses que não podem ser separados. Junos, eles permanecem de pé ou caem.

O que iso significa para nós? Significa que, se emos um desejo sério de ver Deus sendo adorado mais do que Ele realmene o é, precisamos nos ineressar ardenemene pelo assuno da pregação. Iso será verdade, quer sejamos pregadores, quer não. Se pregamos, desejaremos fazê-lo melhor. Se não pregamos, desejaremos fazer udo o que pudermos para ajudar e enco-rajar aqueles que pregam.

Enão, o que é pregação? Ficamos admirados ao observar quão poucas pessoas são capazes de apresenar uma resposa exaa a esa perguna. Iso é verdade aé enre aqueles que pregam durane muios anos! O problema é que muias pessoas êm formulado sua idéia de pregação a parir do que ouvem e lêem, e não a parir de um esudo aencioso das Escriuras.

Quatro palavras do Novo Testamento que significam pregar

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ma-neiras diferenes, porém reserva um lugar especial para quaro palavras.  Ao escrever sobre elas, usarei a sua forma verbal, mas erei em mene ouras palavras da mesma família. Por exemplo, quando uso kerusso (“pregar”), ambém enho em mene kerygma (“a mensagem pregada”) e keryx (“um arauo”). Porano, consideremos esas quaro palavras e vejamos de que forma elas nos ajudam a compreender o que é  pregação. alvez alguns de nós devamos nos preparar para uma surpresa!

(1) kerusso

Nenhuma oura palavra que significa pregar é mais imporane do que esa. Ela sempre nos ocorre quando falamos sobre pregação. É usada mais de sessena vezes no Novo esameno. Significa “declarar, como o faz um arauo”. efere-se à mensagem de um rei. Quando um soberano inha uma mensagem para seus súdios, ele a enregava aos arauos. Eses a ransmi-iam às pessoas sem mudá-la ou corrigi-la. Simplesmene ransmiransmi-iam a mensagem que lhes havia sido enregue. Os ouvines sabiam que esavam recebendo uma proclamação oficial.

O Novo esameno usa ese verbo para enfaizar que o pregador não deve anunciar sua própria mensagem. Ele fala como pora-voz de Ourem. A ênfase desa palavra esá na transmissão exaa da mensagem. O pregador não fala com sua própria auoridade. Ele oi enviado e fala com a auoridade dA-quele que o enviou. Palavras da família de kerusso são usadas para descrever a pregação de Jonas (M 12.41), de João Baisa (M 3.1), de nosso Senhor  Jesus Criso (“proclamar” e “apregoar” � Lc 4.18b-19) e de seus apósolos

(“pregador” � 1 m 2.7; 2 m 1.11).

(2) euangelizo

Esa é a palavra da qual obivemos a nossa palavra “evangelizar”. O ver- bo grego significa “razer boas noícias” ou “anunciar boas-novas”. Em Lucas 2.10, onde lemos que o anjo disse: “Eis aqui vos trago boa-nova...”, ele usou ese verbo. Mas é imporane observar que kerusso e euangelizo não signi-ficam algo oalmene diferene. Muias pessoas abraçaram a idéia de que esses verbos falam sobre duas aividades separadas. Apegaram-se a esa idéia

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sem esudar as Escriuras, para saber o que elas dizem a respeio do assuno.  Assim, desenvolveram ponos de visa errados quano à pregação.

Precisamos considerar com aenção Lucas 4.18-19. Eses versículos descrevem nosso Senhor falando na sinagoga de Nazaré, a cidade da Gali-léia na qual Ele fora criado. Nosso Senhor começou a sua mensagem lendo o profea Isaías. Ele escolheu uma passagem que, cenenas de anos anes, predissera o seu minisério. Não há dúvida de que sua leiura ocorreu em língua hebraica, mas Lucas narrou o aconecimeno usando a língua grega. No versículo 18a, “evangelizar” é uma forma do verbo euangelizo, enquano nos versículos 18b e 19, “proclamar e anunciar” são formas do verbo kerusso. Nosso Senhor usou ambos os verbos para descrever seu minisério. Ao fazer um, Ele fazia ambém o ouro. “Proclamar” é “evangelizar”, que, por sua vez, é “proclamar”!

“Evangelizar” pode aé ser usado em referência a algo que fazemos aos crenes! Iso pode ser viso, por exemplo, em omanos 1.15. Depois de saudar os seus leiores, que eram crenes, no versículo 7, e de apresenar as informações dos versículos 8-14, Paulo coninuou: “Quano esá em mim, esou prono a anunciar o evangelho ambém a vós ouros que esais em oma”. A expressão “anunciar o evangelho” é uma radução do verbo euan- gelizo. Paulo iria a oma para evangelizar aqueles que já eram converidos! É empo de pensarmos novamene a respeio de como usamos nossas várias palavras que expressam a idéia de pregar.

3) martureo

Ese verbo significa “dar esemunho dos faos”. Hoje, porém, quando os crenes falam sobre testemunhar, o que eles geralmene querem dizer? Com freqüência, usam esa palavra a fim de descrever aqueles momenos em que conam aos ouros sua experiência pessoal com o Senhor. Na Bíblia, martu-reo não é usado dessa maneira, em nenhuma ocasião. Muio freqüenemene, esse verbo é usado ao dar esemunho no ribunal. Em ouras ocasiões, mar-tureo é usado com o senido de invocar a Deus (ou mesmo pedras) para esemunhar algo. Esse verbo se refere compleamene à objeividade, e não à subjeividade; refere-se a conar às pessoas faos e aconecimenos, e não

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os

os meusmeussenimenos ou o que aconeceu asenimenos ou o que aconeceu a mim.mim.

Quem já omou empo para esudar a Sepuagina (a aniga radução

Quem já omou empo para esudar a Sepuagina (a aniga radução

grega do Anigo esameno) sabe que as afirmações do parágrafo anerior

grega do Anigo esameno) sabe que as afirmações do parágrafo anerior

são verdadeiras. Um esudo do Novo esameno nos leva rapidamene à

são verdadeiras. Um esudo do Novo esameno nos leva rapidamene à

mesma conclusão. No relao de J

mesma conclusão. No relao de João, quando a mulher samarioão, quando a mulher samariana usouana usoumar-

mar-tureo

tureo (“anunciara” � Jo 4.39), ela se referiu ao coneúdo de uma conversa. (“anunciara” � Jo 4.39), ela se referiu ao coneúdo de uma conversa.

Em 1 João 1.2, quando o apósolo empregou

Em 1 João 1.2, quando o apósolo empregou martureomartureo (“damos esemu- (“damos

esemu-nho”), ele falava do que vira e ouvira. Em Aos 26.5, quando Paulo usou

nho”), ele falava do que vira e ouvira. Em Aos 26.5, quando Paulo usou

martureo

martureo (“esemunhar”), ele o fez porque esava apelando a um esemu-(“esemunhar”), ele o fez porque esava apelando a um

esemu-nho diane de uma core.

nho diane de uma core.

Mas, ao esudarmos esa palavra, exise uma passagem que é

Mas, ao esudarmos esa palavra, exise uma passagem que é

sobremo-do relevane. A passagem é Lucas 24.44-48. Neses versículos, nosso Senhor

do relevane. A passagem é Lucas 24.44-48. Neses versículos, nosso Senhor

ressusciado esá dizendo aos discípulos

ressusciado esá dizendo aos discípulos o que o que deveriam fazerdeveriam fazer. Deveriam sair. Deveriam sair

por odo o mundo pregando (

por odo o mundo pregando (kerussokerusso) o arrependimeno e a remissão dos) o arrependimeno e a remissão dos

pecados (v. 47 � “pregasse”) e sendo

pecados (v. 47 � “pregasse”) e sendo testemunhastestemunhas (uma palavra da família(uma palavra da família

de

demartureomartureo) dos grandes faos do evangelho, que eles mesmos presenc) dos grandes faos do evangelho, que eles mesmos presenciaramiaram

(v. 48). Aqueles que proclamam dão esemunho; e aqueles que dão

(v. 48). Aqueles que proclamam dão esemunho; e aqueles que dão

ese-munho proclamam. E, se olhássemos Maeus 28.20, perceberíamos que os

munho proclamam. E, se olhássemos Maeus 28.20, perceberíamos que os

recepores da Grande Comissão ambém deveriam ensinar (

recepores da Grande Comissão ambém deveriam ensinar (didaskodidasko).).

 A que conclusão chega

 A que conclusão chegamos? Aprendemos quemos? Aprendemos que kerussokerusso não é algo sepa-não é algo

sepa-rado de

rado de euangelizo.euangelizo. ambém aprendemos que ambém aprendemos que kerussokerusso não é algo separado não é algo separado

de

de martureo.martureo. E agora emos aprendido que E agora emos aprendido que kerussokerusso ee martureomartureo não são aivi-não são

aivi-dades divorciadas de

dades divorciadas de didaskodidasko � nossa quara grande palavra � à qual nos � nossa quara grande palavra � à qual nos

 volver

 volveremos em seguida.emos em seguida.

Por favor, observe: não esou dizendo que esas palavras são

Por favor, observe: não esou dizendo que esas palavras são

inercam- biáveis. Esou

 biáveis. Esou mosrando que, mosrando que, ao fazermos ao fazermos algumas algumas desas coisas, desas coisas, fazemosfazemos

ambém as ouras � v

ambém as ouras � viso que pregar incluiiso que pregar incluitodastodas elas! Ese é um argumenoelas! Ese é um argumeno

que não podemos enfaizar demais. Adiane, ressalaremos novamene ese

que não podemos enfaizar demais. Adiane, ressalaremos novamene ese

argumeno. Por enquano, devemos considerar nossa quara palavra.

argumeno. Por enquano, devemos considerar nossa quara palavra.

4) didasko

4) didasko

Esa palavra significa “pronunciar em ermos concreos o que a

Esa palavra significa “pronunciar em ermos concreos o que a

mensa-gem significa em referência ao viver”. É um erro grave separar

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palavra da família de

palavra da família de kerussokerusso) de) de didachedidache (uma palavra da família de(uma palavra da família de dis-

dis-dasko

dasko). Não são apenas os eólogos erudios que êm procurado fazer isso,). Não são apenas os eólogos erudios que êm procurado fazer isso,

pois há inúmeros crenes, em nossas igrejas, que fazem uma clara disinção

pois há inúmeros crenes, em nossas igrejas, que fazem uma clara disinção

enre uma “mensagem evangelísica” e uma “mensagem dourinária”. Logo

enre uma “mensagem evangelísica” e uma “mensagem dourinária”. Logo

falaremos um pouco mais sobre isso.

falaremos um pouco mais sobre isso.

“Pronunciar em ermos concreos o que a mensagem significa em

“Pronunciar em ermos concreos o que a mensagem significa em

re-ferência ao viver” não deve ser um mero acréscimo à nossa pregação; deve

ferência ao viver” não deve ser um mero acréscimo à nossa pregação; deve

ser uma pare da mensagem que proclamamos. Iso pode ser comprovado

ser uma pare da mensagem que proclamamos. Iso pode ser comprovado

ao lermos Aos dos Apósolos. Em Aos 5.42, lemos que os apósolos não

ao lermos Aos dos Apósolos. Em Aos 5.42, lemos que os apósolos não

cessavam “de ensinar e de pregar” (

cessavam “de ensinar e de pregar” (didaskodidasko ee euangelizoeuangelizo) a Jesus, o Criso.) a Jesus, o Criso.

Em Aos 15.35, lemos que Paulo e Barnabé demoraram-se em Anioquia,

Em Aos 15.35, lemos que Paulo e Barnabé demoraram-se em Anioquia,

“ensinando e pregando” (

“ensinando e pregando” (didaskodidasko ee euangelizoeuangelizo), a palavra do Senhor. Em), a palavra do Senhor. Em

 Aos 28.31, lemos

 Aos 28.31, lemos que Paulo usou sua que Paulo usou sua casa em casa em oma para poma para pregaregar e r e ensinarensinar

(

(kerussokerusso ee didaskodidasko). Precisamos ser sensíveis ao vocabulário do ). Precisamos ser sensíveis ao vocabulário do relarelao inspi-o

inspi-rado

rado. Quando alguém faz o que . Quando alguém faz o que significa um desses verbos, essa significa um desses verbos, essa pessoa esápessoa esá

fazendo, ao mesmo empo, o que significa algum ouro deles!

fazendo, ao mesmo empo, o que significa algum ouro deles!

Precisamos dizer mais do que isso. Se compararmos Aos 19.13 com

Precisamos dizer mais do que isso. Se compararmos Aos 19.13 com

 Aos

 Aos 19.8, ve19.8, veremos remos que Pque Pauloaulo, ao , ao pregar pregar ((kerussokerusso) em Éfeso, ambém “falava) em Éfeso, ambém “falava

ousadamene, disserando e persuadindo”. Desa maneira, Lucas nos

ousadamene, disserando e persuadindo”. Desa maneira, Lucas nos

mos-ra que, quando alguém prega (

ra que, quando alguém prega (kerussokerusso), esá fazendo muio mais do que os), esá fazendo muio mais do que os

ouros rês verbos expressam. Seguir esa

ouros rês verbos expressam. Seguir esa linha de pensameno nos levaria alinha de pensameno nos levaria a

um esudo que vai

um esudo que vai além do escopo dese livro. Mas, anealém do escopo dese livro. Mas, anes de deis de deixarmos Aosxarmos Aos

dos Apósolos, devemos obser

dos Apósolos, devemos observar Aos 20.24-25. Nesa passagem, Pvar Aos 20.24-25. Nesa passagem, Paulo ex-aulo

ex-plicou aos presbíeros de Éfeso que dar esemunho solene do evangelho

plicou aos presbíeros de Éfeso que dar esemunho solene do evangelho

(“es

(“esemunhar” � uma palavra da famíemunhar” � uma palavra da família delia de martureomartureo) foi algo que ocorreu) foi algo que ocorreu

enquano ele eseve “pregando” (

enquano ele eseve “pregando” (kerussokerusso).).

O que isto significa para nós

O que isto significa para nós

Esamos em perigo de dar muia aenção aos dealhes e não enender

Esamos em perigo de dar muia aenção aos dealhes e não enender

o que é realmene imporane. Que argumeno esamos, de fao, procurando

o que é realmene imporane. Que argumeno esamos, de fao, procurando

esabelecer? É ese: quando alguém prega, não impora o lugar em que eseja

esabelecer? É ese: quando alguém prega, não impora o lugar em que eseja

ou para quem esá falando, esá fazendo odas as quaro coisas que

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menciona-mos. No Novo 

mos. No Novo esameno, não emos uma palavra esameno, não emos uma palavra que sigque signifique nifique pregar parapregar para

o perdido e oura que signifique pregar para o salvo. Simplesmene não

o perdido e oura que signifique pregar para o salvo. Simplesmene não

en-conramos mensagens conhecidas como “mensagens dourinárias”, enquano

conramos mensagens conhecidas como “mensagens dourinárias”, enquano

ouras são conhecidas como “mensagens evangelísicas”. Alguns leiores

ouras são conhecidas como “mensagens evangelísicas”. Alguns leiores

po-dem achar iso desagradável, mas não popo-demos alerar o que a Bíblia diz. A

dem achar iso desagradável, mas não podemos alerar o que a Bíblia diz. A

pregação, oda a pregação, envolve fazer quaro coisas de uma vez.

pregação, oda a pregação, envolve fazer quaro coisas de uma vez.

Se pudermos enender isso, muias passagens das Escriuras nos

Se pudermos enender isso, muias passagens das Escriuras nos

ain-girão de maneira diferene. Um bom exemplo é 2 imóeo 4.1-5. Neses

girão de maneira diferene. Um bom exemplo é 2 imóeo 4.1-5. Neses

 versículos,

 versículos, PaPaulo ulo escreveescreveu u suas suas palavras palavras finais finais a a alguém alguém que, que, mesmo mesmo sen-

sen-do jovem, já era um imporane líder crisão. Paulo o insrui solenemene

do jovem, já era um imporane líder crisão. Paulo o insrui solenemene

a pregar “a Palavra”! Nesse pono, ele usou o verbo

a pregar “a Palavra”! Nesse pono, ele usou o verbo kerussokerusso. Mas, por que. Mas, por que

imóeo devia fazer isso? Por que viria o empo em que as pessoas não

imóeo devia fazer isso? Por que viria o empo em que as pessoas não

su-porariam a sã “dourina” (uma palavra da família de

porariam a sã “dourina” (uma palavra da família de didasko didasko) e se cercariam) e se cercariam

de “mesres” (oura palavra da família de

de “mesres” (oura palavra da família de didasko didasko). É óbvio que Paulo esava). É óbvio que Paulo esava

dizendo a imóeo que pregar (

dizendo a imóeo que pregar (kerussokerusso) é a maneira de ensinar () é a maneira de ensinar (didaskodidasko) a) a

igreja e proegê-la do erro.

igreja e proegê-la do erro.

Mas isso não é udo. Paulo exorou imóeo a fazer o rabalho de um

Mas isso não é udo. Paulo exorou imóeo a fazer o rabalho de um

“evangelisa” (uma palavra da famílevangelisa” (uma palavra da família deia deeuangelizoeuangelizo). É claro que P). É claro que Paulo queriaaulo queria

dizer que, à medida que imóeo pregasse (

dizer que, à medida que imóeo pregasse (kerussokerusso) e, conseqüenemene,) e, conseqüenemene,

ensinasse [

ensinasse [didaskodidasko], deveria assegurar-se de que o verdadeiro evangelho], deveria assegurar-se de que o verdadeiro evangelho

(

(euangelizoeuangelizo) fosse manido em primeiro plano. Assim, em um único pará-) fosse manido em primeiro plano. Assim, em um único

pará-grafo, vemos que rês de nossas quaro palavras foram usadas para descrever

grafo, vemos que rês de nossas quaro palavras foram usadas para descrever

a arefa de imóeo. Se ele era um verdadeiro pregador, não faria apenas

a arefa de imóeo. Se ele era um verdadeiro pregador, não faria apenas

uma dessas coisas e

uma dessas coisas e sim odas elas. Onde quer que sim odas elas. Onde quer que enconrenconremos a verdadei-emos a

verdadei-ra pregação, várias coisas aconecem ao mesmo empo.

ra pregação, várias coisas aconecem ao mesmo empo.

Se não levarmos isso em cona, jamais seremos verdadeiros pregadores.

Se não levarmos isso em cona, jamais seremos verdadeiros pregadores.

emos de nos livrar da idéia de que exisem dois ipos de pregação: uma que é

emos de nos livrar da idéia de que exisem dois ipos de pregação: uma que é

adequada ao não-converido e oura que é conveniene para o converido. De

adequada ao não-converido e oura que é conveniene para o converido. De

agora em diane, emos de rejeiar o pensameno de que pregar para o perdido

agora em diane, emos de rejeiar o pensameno de que pregar para o perdido

e pregar para o salvo são dois fenômenos disinos. Não devemos esabelecer

e pregar para o salvo são dois fenômenos disinos. Não devemos esabelecer

uma divisão enre um ipo e ouro de pregação.

uma divisão enre um ipo e ouro de pregação. odaoda pregação é uma pro-pregação é uma

pro-clamação da salvação (no pleno senido desse ermo) a homens e mulheres,

clamação da salvação (no pleno senido desse ermo) a homens e mulheres,

rapazes e moças. É verdade que a audiência pode ser consiuída de pessoas

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muio diferenes. É verdade que os não-converidos e os converidos não êm as mesmas necessidades. Porano, é verdade que a maneira como a Bíblia é aplicada pode variar consideravelmene. Mas não é verdade que a pregação minisrada aos não-converidos possui uma naureza diferene da pregação apresenada aos converidos. A idéia de que há dois ipos disinos de prega-ção (e de que algumas pessoas são boas para um ipo de pregaprega-ção; e ouras pessoas são boas para ouro ipo de pregação) esá impedindo as pessoas de odos os lugares a enenderem o que é a verdadeira pregação.

Resposta à nossa pergunta

Enão, o que é pregação? A pregação, oda a pregação, é consiuída de quaro coisas:

1. É proclamar a mensagem dada pelo ei (kerusso). Iso nos fala sobre a

 onte da mensagem e a autoridade que a acompanha.

2. É anunciar boas-novas (euangelizo). Iso nos fala sobre a qualidade da

mensagem e o espírito com que ela é apresenada.

3. É dar esemunho dos faos (martureo). Iso nos fala sobre a natureza da

mensagem e a base na qual ela esá consruída.

4. É um esclarecimeno das implicações da mensagem (didasko). Iso nos

fala sobre o alvo da mensagem (a consciência do ouvine) e a medida do seu sucesso (ela muda a vida de alguém?).

Enquano não esivermos esclarecidos quano a ese assuno, nunca eremos pregado realmene, de modo algum. Porano, a fim de ornar as coi-sas ão claras quano possível, você virá comigo a uma igreja local? Ela não possui muios membros, e, conforme pensamos, odos eles são verdadeiros crenes. Quando subo ao púlpio a fim de pregar para eles, o que faço?

Primeiramene, oda a minha mensagem é obida nas Escriuras. Não a inveno. Descobrirei o que o ei afirma em sua Palavra e mosrarei isso aos membros da igreja. Iso é kerusso.

alvez eu enha de falar ousadamene sobre o pecado deles. Esas serão más noícias. Mas não os deixarei confusos, em desespero. Eu lhes

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mosrarei como a passagem os leva a Criso, dizendo-lhes como Ele é, e o que fez em benefício dos pecadores. Isso afeará o modo como udo é anunciado. Anes de erminar o culo, eles erão ouvido as boas-novas da graça de Deus. Iso é euangelizo.

Minha mensagem lhes falará sobre a daa e os empos do livro bíblico que esamos considerando; eu lhes darei abundância de informações fac-uais, quer sejam aconecimenos, geografia, culura ou ouras coisas. E o melhor de udo: eles ouvirão novamene os grandes faos da encarnação, da  vida, more, ressurreição e ascensão do Senhor Jesus Criso. Não os deixarei

aeando em um mundo absrao. Iso é martureo.

Falarei direamene à consciência deles. Mosrarei o que a passagem significa, mas não pararei ali. Eu lhes mosrarei o que a passagem significa para eles. E saberão de que maneira a passagem exige uma mudança em sua  vida. Em nome de Criso, insisirei no arrependimeno. Apresenarei ins-ruções práicas fundamenadas na Bíblia. Por úlimo, lhes recordarei como eles presarão conas a Deus mesmo. Iso é didasko.

 Ao final, terei pregado porque fiz as quaro coisas que a Palavra de Deus exige de mim. E volarei para casa. Conudo, no caminho de vola, enconra-rei alguns adolescenes nas ruas. E, viso que vocês esão comigo, pararemos para conversar com eles. Vocês e eu sabemos que emos de suporar alguns momenos de insensibilidade. ambém sabemos que evenualmene eles concordarão em ouvir o que emos a dizer-lhes. Enão, onde começaremos?

Não invenarei o que devo dizer-lhes. alvez não possamos abrir nossa Bíblia diane deles, mas udo que dissermos virá do Livro. rans-miiremos, ão fielmene quano possível, o que o ei em a dizer a jovens como esses. Iso é kerusso.

É claro que nos concenraremos nas grandes verdades do evangelho. Nós lhes falaremos a respeio de Deus, de suas exigências, do seu Filho, da necessidade de que se arrependam e creiam. Falaremos sobre a ira de Deus. E, com alegria, lhes proclamaremos o amor de Deus e o que Ele fez na cruz.  Amaremos esses jovens enquano conversarmos com eles. E odos eles sa- berão que a nossa mensagem é boas-novas. Iso é euangelizo.

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so- bre a exisência de Deus, o pecado deles, a vinda de Criso, a sua expiação e a sua ressurreição, o fim do mundo e o que Deus promee àqueles que se converem a Ele. Iso é martureo.

Incuiremos nossa mensagem com oda a energia que pudermos. Ex-plicaremos que eles se perderão eernamene, se permanecerem como são. Nós lhes ordenaremos, exoraremos, convidaremos e apelaremos a que se arrependam de seus pecados e converam-se a Criso. Diremos a eles que não há nada mais imporane do que isso. Insisiremos que precisam se arre-pender e volar-se para Criso agora. Iso é didasko.

 Assim, ano na igreja como nas ruas, eremos feio as mesmas qua-ro coisas � kerusso, euangelizo, martureo, didasko.  Daremos apenas um sermão, mas eremos pregado duas vezes! Passaremos por duas siuações  bem diferenes: uma na igreja, oura na rua. Falaremos a pessoas que são muio diferenes umas das ouras, mas cujas necessidades profundas são as mesmas. Faremos aplicações diferenes. Experimenaremos resulados dife-renes. Mas não eremos feio duas coisas difedife-renes. Apesar das diferenças enormes, no que concerne às siuações, em ambas teremos pregado!

Algumas das características-chave da pregação do Novo Testamento

Porano, já ficou claro o que significa a pregação. Agora, sabemos o su-ficiene sobre ela para descobrirmos se esamos realmene pregando ou não. ambém já sabemos a respeio do espírio em que ela deve ser realizada. Mas seria errado erminar um capíulo inroduório como ese, sem obser- varmos que o Novo esameno enfaiza rês caracerísicas pariculares da  verdadeira pregação.

1) Compulsão

 A primeira é compulsão. Exise algo no ínimo do pregador que o im-pulsiona à sua obra. Ele possui um consrangimeno inerior que é maior do que ele mesmo. Em seu coração, há um fogo que se recusa a exinguir-se. Ele não pode deixar de pregar. Ele tem de pregar. E clama: “Ai de mim, se não

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pregar o evangelho!” (1 Co 9.16). Quando ordenado a parar, o pregador declara como os apósolos: “Não podemos deixar de falar das coisas que  vimos e ouvimos” (A 4.20). Ele em um senso de vocação que não encon-ra dificuldade para enender o que significavam as palavras de seu Senhor, quando disse: “Vamos a ouros lugares, às povoações vizinhas, a fim de que eu pregue ambém ali, pois para isso é que eu vim” (Mc 1.38).

Onde não exise essa coerção inerior, ambém não exise um verdadeiro pregador. Na Bíblia, o homem que proclama, anuncia, dá esemunho dos fa-os e deseja aingir a consciência é um homem impulsionado. Nos recessos de sua alma, Deus o conquisou, e esse homem vive cada hora com a consciência de que foi enviado. A experiência é ão profunda que ele não enconra palavras para descrevê-la. O melhor que ele pode fazer é conversar a respeio do seu “chamado”, embora nunca enha escuado uma voz ou recebido uma visão.

Em circunsâncias normais, o “chamado” do pregador é reconhecido, de um modo ou de ouro, pela igreja de Jesus Criso. Ese reconhecimen-o é designado, freqüenemene, de “chamado exerior”. Seria anormal um homem coninuar pregando sem esse chamado. odavia, muias vezes, as igrejas evangélicas possuem ão pouco discernimeno e mauridade; são ão mundanas e dominadas pelo pecado, que são incapazes de reconhecer um homem enviado dos céus. O homem que é verdadeiramene chamado não desisirá por causa disso. O fogo dado por Deus arderá ão inensamene como sempre ardeu. A energia inerior impelirá esse homem. Ele pregará, pregará e pregará de novo, porque a compulsão de seu ínimo é invencível e o deixará sem opções.

2) Clareza

 A segunda caracerísica-chave é clareza. E em de ser! Os arauos sem-pre falam na linguagem das pessoas que os ouvem. A boa-nova asem-presenada com palavras e frases difíceis não é boa-nova. Se os faos são mosrados sem clareza parecerão ficção. E como alguma coisa pode ser incuida na consci-ência, se não pode ser enendida?

Os verdadeiros pregadores são pregadores de linguagem clara. Decla-ram a palavra do ei; por isso, não araem a aenção para si mesmos. Não

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permiem que nada obscureça a mensagem da cruz. Anseiam que cada ouvine grave os faos e não seja disraído pela maneira como eses são apre-senados. Mosram-se resoluos a fazer com que ninguém enha dúvidas quano ao que se espera deles em seguida.

O apósolo Paulo falou por odos os verdadeiros pregadores da Palavra, quando descreveu a sua pregação como uma proclamação franca da verdade (2 Co 4.2). Ele decidiu “pregar o evangelho; não com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Criso” (1 Co 1.17). Eis uma descrição de seu minisério:

 Eu, irmãos, quando ui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria.  Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este cruci- ficado. E oi em faqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em lin- guagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito

e de poder, para que a vossa é não se apoiasse em sabedoria huma-na, e sim no poder de Deus. (1 Co 2.1-5.)

3) Cristocêntrica

 A erceira caracerísica-chave é a cenralidade de Criso. E em de ser. Iso é verdade, porque os pregadores são arauos da Escriura. E oda a Es-criura fala sobre a pessoa de Criso. Implícia ou expliciamene, direa ou indireamene, cada pare da Bíblia nos revela Criso. Em oda a Escriura, não há qualquer passagem que seja uma exceção.

O Espírio de Criso moveu odos os auores do Anigo esameno a escreverem os seus livros (1 Pe 1.10-12). O próprio Senhor Jesus escla-receu o Anigo esameno para os seus discípulos e lhes explicou que Ele esava conido em cada pare das Escriuras (Lc 24.25-27, 44-48). Jesus é o grande assuno dos quaro evangelhos, de Aos dos Apósolos, de odas as epísolas e do Apocalipse. Enão, o que diremos a respeio de um prega-dor que abre a sua Bíblia e não prega a Criso com base na passagem que em diane de si? Esse pregador não enendeu o Livro; e, se não o enen-deu, não deveria esar pregando!

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O Senhor Jesus Criso é o coneúdo e o cenro de udo o que Deus re- velou em sua Palavra. Jesus é o foco da hisória bíblica. É o âmago de odos

os escriores sagrados, desvendando-se a Si mesmo à mene deles e guiando os seus escrios. Ele se revela nas páginas das Escriuras a cada pessoa que comissionou, pessoalmene, ao minisério da pregação. Onde Criso não é pregado, ali não exise pregação.

Por que este livro possui esta estrutura

Com odas esas coisas em mene, esamos em condições de enen-der por que ese livro possui esa esruura. Agora, sabemos o que significa a pregação. emos viso rês das suas caracerísicas-chave. Enão, como pregar com deerminação? Como podemos er cereza de que esamos pre-gando correamene?

Não é difícil responder a esas pergunas. econhecendo que somos arauos do ei e que em seu Livro esá escrio udo que Ele em a dizer-nos, não pode haver nada mais imporane do que ober o seu significado cor-reo. E não obemos ese significado, se não vemos a Criso nas páginas das Escriuras. Pregar requer exatidão exegética.

 A Bíblia é um livro compleo. Nada lhe pode ser acrescenado. Se iso é verdade, podemos esudá-la e desenvolver o que ela ensina a respeio de um assuno específico. Ao esudá-la, descobrimos que ela ensina um sisema compleo de dourina, que revelo em qualquer passagem sobre a qual eu prego. Por isso, enho de mosrar às pessoas que sisema é esse. Pregar exige conteúdo doutrinário.

Mas, não aprendemos que a clareza é uma das caracerísicas-chave da pregação bíblica? Podemos dizer que uma mensagem é clara, se emos difi-culdade em acompanhá-la e não podemos recordá-la? Pregar exige clareza na estrutura. E, por essa mesma razão, requer ilustrações vívidas.

Não devemos esquecer que a Palavra do ei, as boas-novas, enree-cida nos faos, em de aingir a consciência (didasko). Ela insise que odo ouvine corrija o seu viver. Pregar requer aplicação penetrante.

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Não devemos permiir que nada lhe obsrua o seu objeivo. A maneira como um pregador fala e se movimena pode ser uma ajuda ou um obsáculo. Pre-gar exige uma pregação eficiente.

Por causa do fogo inerior que se recusa a apagar-se, o pregador se en- volverá emocionalmene com os seus ouvines. O pregador falará a palavra do ei em nome dEle, mas não desejará fazer isso sem experimenar a pre-sença e a bênção do ei. Na verdadeira pregação, há uma dimensão que não ousamos desprezar. Pregar requer autoridade sobrenatural.

Eses são os elemenos que consiuem a verdadeira pregação. Não bas-a er a maioria deles; precisamos de odos eles. ambém precisamos de um méodo de preparar sermões que, enquano possível, nos proporcione eses elemenos. Por isso, nosso livro ermina com uma sugesão de um méodo de preparação de sermões.

Noas:

1 Minha aenção foi araída, pela primeira vez, a esas quaro palavras pela leiura do clássi-co Preaching and Biblical Teology (Pregação e eologia Bíblica), escrio por Edmund P. Clowney (London, Te yndale Press, 1962), p. 54-59.

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O que Torna a

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Exatidão Exegética

N

ossa arefa é clara: emos de usar os lábios para explicar e proclamar a Palavra de Deus, aplicando-a à consciência e vida das pessoas que nos ouvem. Mas, onde enconramos a Palavra de Deus? udo o que Deus em a dizer aos homens e mulheres foi escrio nas palavras e senenças que consiuem a Bíblia. Essas palavras e senenças possuem um significado in-encional. Porano, nada � nada mesmo � pode ser mais imporane do que conhecer o significado correo. O esudo que revela o significado inen-cional das palavras e senenças da Bíblia chama-se exegese. Não haverá um pregador verdadeiro, se udo o que ese disser não esiver fundamenado em exatidão exegética.

Pecamos quando pregamos aquilo que achamos que as Escriuras afirmam, e não pregamos o seu verdadeiro significado. ambém pecamos quando pregamos os pensamenos que a Palavra despera em nosso inelec-o e não aquilo que a Palavra realmene declara. Um arauinelec-o é um raidor, se não ransmie exatamente o que o ei diz. Quem ousará colocar-se diane de uma congregação e proclamar: “Assim diz o Senhor”, afirmando em se-guida, no nome do Senhor, aquilo que Ele não disse? Precisamos enfaizar novamene: na pregação, não exise nada � nada mesmo � que seja mais imporane do que a exaidão exegéica.

Quando a “exegese” não é exegese

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ho-ras esudando a Bíblia são bons exegeas. Oração, empo e esforço precisam ser unidos a princípios correos de inerpreação. Muias pessoas sinceras enendem a Bíblia de modo oalmene errado. Eles se manifesam e levam seus ouvines ao erro. Iso não pode aconecer.1

1) Superstição

Por exemplo, algumas pessoas esudam a Bíblia de maneira supersti-ciosa. Em vez de focalizarem o senido claro das palavras e senenças das Escriuras, esão sempre procurando significados oculos. O que esá escrio com clareza na Bíblia não comove ais pessoas; porém, se enconrarem algo que as pessoas comuns não podem ver, ficam foremene impressionadas! Para elas, ese é o significado “espiriual” das Escriuras, e o consideram mais imporane do que o seu significado evidene.

Enre os que esudam as Escriuras desa maneira, enconram-se aque-les que ribuam grande aenção ao valor numérico das leras do hebraico. Quase odo o Anigo esameno foi escrio em hebraico. Cada lera do alfa- beo hebraico serve não apenas como lera, mas ambém como número. Se  você quiser, pode somar os números represenados pelas leras de uma pala- vra, dando a esa um valor numérico. Pode fazer o mesmo com as senenças. Pode aé enconrar ouras leras e senenças com o mesmo valor numérico. Com odos esses números ane os seus olhos e um pouco de imaginação, pode chegar a odo ipo de conclusão. Considere o que você poderá dizer às pessoas depois de um esudo de odas as palavras e senenças que êm valor numérico igual a 666!

Ouras pessoas não chegam a esse pono, mas são conroladas por essa menalidade. Se não se mosram ineressadas em leras hebraicas, podem ser fascinadas pelo significados dos nomes dos lugares na Bíblia, sobre os quais fundamenam grande pare de seu ensino. Para eses, o imporane é o significado que as pessoas comuns não podem ver. “Afinal de conas”, eles argumenam, “1 Corínios 2.14 não ensina que as coisas espiriuais são discernidas espiriualmene?”

O fao de que eles usam ese versículo nos mosra como eles são péssimos exegeas! No versículo, Paulo esava falando sobre pessoas

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não-converidas. Esava ensinando que ais pessoas não aceiam as coisas espiriuais, nem se imporam com elas. Pensam que essas coisas são loucura e irrelevanes. Esa é a razão por que não êm qualquer senso espiriual. Para que venha a apreciar as coisas espiriuais, uma pessoa em de experimenar uma mudança de naureza e receber um novo coração.

 A Bíblia não ensina que sua mensagem pode ser enendida somene por uma elie espiriual. E, com cereza, ambém não afirma que seu verda-deiro significado é al que a maioria das pessoas não pode descobri-lo! Os  verdadeiros pregadores da Palavra rejeiam oda exegese supersiciosa.

2) Alegoria

 Algumas pessoas esudam a Bíblia alegoricamente. A maneira de pensar deles possui ceras semelhanças com o que acabamos de descrever, mas não é idênica. Elas esão verdadeiramene ineressadas no senido gramaical da Palavra de Deus, mas crêem que, em adição a ese senido, algo mais precisa ser descobero.

Pessoas êm esudado a Bíblia de maneira alegórica desde os primeiros séculos da igreja crisã. Para enendermos como elas analisam as Escriu-ras, devemos alvez pensar no famoso livro O Peregrino, de John Bunyan. Nese livro, enconramos diversos personagens que passam por avenuras exraordinárias. Os personagens e as avenuras são imporanes, porque sem eles o livro não exisiria. Mas o que realmene impora não são os dealhes da hisória, e sim o que John Bunyan esá ransmiindo, enquano cona a hisória. Ele em verdades a ensinar e lições que precisamos aprender. Esas são as coisas imporanes, e não os personagens e as avenuras usadas para ransmii-las.

Os que esudam a Bíblia de maneira alegórica lêem-na de modo se-melhane. O significado claro das palavras e senenças é imporane, mas não é ão imporane quano as verdades e lições que esão por rás desse significado. A Bíblia esá replea de significados, e o significado evidene esá enre os menos valiosos.

Esse ipo de inerpreação leva a fanasias ilimiadas e às mais grossei-ras inerpreações. O Anigo esameno, em paricular, significa aquilo que

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o pregador deseja que signifique. Esse ipo de “exegese” aniquila o esudo sério e recompensa a ingenuidade. Pregar orna-se apenas uma demonsra-ção dos poderes invenivos do pregador, enquano o rabalho árduo exigido pela exegese séria desaparece de cena.

Cera vez, ouvi um sermão baseado em Gênesis 24. Fiquei assenado em meu banco por 75 minuos, senindo-me oalmene encanado, en-quano o pregador conava a hisória de como Abraão mandara seu servo de confiança à Mesopoâmia, a fim de enconrar uma esposa para Isaque, seu filho. O propósio da mensagem era mosrar como Deus Pai raz uma noiva para seu Filho. No sermão, Abraão foi igualado a Deus Pai; Isaque, a Deus Filho; o servo de confiança, ao Espírio Sano; ebeca, à igreja; e os camelos, às promessas divinas que levam a igreja, guiada pelo Espírio, em segurança ao céu!

 Já passaram-se quarena anos desde que ouvi esse sermão. Ainda posso recordar quase odas as palavras. Foi pregado por um homem a quem eu devo mais do que posso expressar. Ele já esá no céu há alguns anos, e não preendo manchar sua memória, de maneira alguma. odavia, o seu sermão eria sido oalmene correo, se ele ivesse apenas usado Gênesis 24 como ilusração da dourina que esava ensinando. Mas não o fez. Ele deu a im-pressão de que Gênesis 24 foi escrio com a intenção de ensinar como Deus raz uma noiva para seu Filho. Conudo, esse não é, de modo algum, o sig-nificado encionado pela passagem. Assim, infelizmene, preciso dizer: um sermão que me deixou fascinado era um péssimo sermão.

 A verdadeira pregação exige que descubramos o significado proposital da passagem que esamos abordando. Não há lugar para o alegorismo, a menos que digamos às pessoas que o esamos fazendo para ilusrar nosso argumeno � e em de ser um argumeno já esabelecido pela exegese cor-rea. Não é proveioso apelarmos à passagem como Gálaas 4.21-31 para argumenarmos que às vezes a alegoria é permiida. Algumas pessoas am- bém mencionam 1 Corínios 10.1-3 e Hebreus 7.1-3, para apoiar ese pono de visa. Se considerarmos com aenção esas passagens, perceberemos que não são realmene alegorias, embora pareçam à primeira visa. São exemplos de como o Anigo esameno pode ser usado como ilusração. ambém é

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ineressane observar que nenhuma desas passagens é usada para provar qualquer ipo de dourina.

É empo de abandonar o uso de exegese alegórica. Há uma pergun-a simples que nos diz quando usamos uma passagem como alegoria ou como ilusração: no esudo desa passagem, o significado intencional das palavras e senenças esá em primeiro plano ou oculo no conexo? Se o significado intencional não ocupa a posição primária de nossa exegese, a alegoria esá espreiando perigosamene em algum lugar � e em de ser aniquilada imediaamene!

3) Dogma

Exise ouro grupo de pessoas que esuda a Bíblia dogmaticamente. Não há nada errado com o vocábulo dogma, desde que enendamos o que ele significa. Esa não é uma palavra que goso de usar com freqüência, por-que é aniquada e, no por-que diz respeio a muias pessoas, ransmie idéias indesejáveis. “Dogma” é uma palavra aniga que significa dourina. “eolo-gia dogmáica” é oura maneira de descrever “eolo“eolo-gia sisemáica”. Mas, o que é isso realmene? É uma afirmação do sisema de dourina ensinado na Bíblia, sem o emprego de qualquer oura informação, além daquela que a própria Bíblia nos fornece.

Os pregadores mais poderosos são sempre aqueles que são fores em eologia dogmáica. Aceiam um sisema de dourina que governa odo o seu viver. Esse sisema de dourina deermina a crença e conrola o com-porameno deles. Expressa-se nas orações e se manifesa claramene na pregação deles. São homens de convicções; por isso, esão em perigo.

 À medida que esudam qualquer pare da Bíblia, enconram facilidade em inerpreá-la à luz de seu sisema, em vez de lembrarem que a própria Bí- blia é a fone do sisema eológico deles. O fao é que algumas passagens das Escriuras são muios difíceis de serem enendidas. Somos enados a fazer com que elas se encaixem em nosso sisema eológico, em vez de gasarmos empo e esforço necessários para fazermos uma exegese rigorosa. Muios pregadores que são fores em eologia dogmáica caem nessa armadilha. Po-de-se aé dizer que caem com regularidade. Fazem ceros exos e passagens

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parecerem dizer coisas que realmene não dizem!

Podemos omar Hebreus 6.4-8 como exemplo. Inúmeros pregadores e comenarisas bíblicos êm inerpreado eses versículos à luz do seu sisema e, por isso, êm deixado de enendê-los correamene. Aqueles que êm um sisema de eologia que ensina a perda de salvação do verdadeiro crene usam eses versículos para provar o seu ensino. Aqueles que possuem um sisema de eologia cujo ensino é de que o crene não perde a salvação, afirmam que a adverência dada nesa passagem de Hebreus é apenas hipoéica � o auor esava pinando um quadro ameaçador, mas não descrevia a realidade.

Em ambos os casos, esudar as Escriuras com uma abordagem dog-máica leva os seus seguidores ao erro. Se qualquer desses ponos de visa for pregado, o pregador será culpado de inexatidão exegéica. A passagem não esá comenando se o crene pode ou não perder a salvação. Esse não é o propósio. E a siuação sobre a qual a passagem fala não é hipoéica, como é bem evidene no versículo 9. A passagem é uma das várias na Epís-ola aos Hebreus que êm a inenção de mosrar que é possível alguém er uma verdadeira experiência do Espírio Sano, sem er necessariamene uma experiência de salvação. A prova de que você eve uma experiência salvado-ra da pare do Espírio Sano não é o fao de que seniu algo, e sim de que  você persevera na fé e produz fruo. Se isso não aconece, você esá perdido � porano, precisa examinar a si mesmo e omar os passos concreos para assegurar-se de seu progresso espiriual.

Somene um compromisso com a exegese complea nos capacia a pre-gar o significado inencional da passagem. E o que é verdade a respeio de Hebreus 6.4-8 ambém é verdade a respeio de qualquer oura pare da Bí- blia. A eologia dogmáica é boa, mas emos de aprender a manê-la no seu

devido lugar. Se não o fizermos, ela arruinará nossa pregação.

4) Razão humana

Gosaria de concluir esa secção dizendo que exisem pessoas que esu-dam a Bíblia racionalisticamente. Para eses, o grande faor é a razão humana; eles rejeiam udo que a ofendem. Iso significa que elas não crêem em mi-lagres ou em qualquer fenômeno sobrenaural. Esas pessoas esão ceras de

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que a verdade esá na Bíblia, mas não podem crer que oda pare da Bíblia seja verdadeira. Como poderia ser verdadeira oda a Bíblia? Ela não foi es-cria por homens imperfeios?

Esse ipo de abordagem em um grande efeio na maneira como a Bí- blia é inerpreada. Moisés e os israelias não aravessaram o mar Vermelho da maneira como foi descria no livro de Êxodo, pois quem pode acrediar que as águas se abriram formando muros em ambos os lados dos israelias? Podemos realmene crer que Isaías predisse o surgimeno de Ciro, citando-o  por nome, muio anes de ele nascer? A alimenação de cinco mil pessoas em de ser explicada de alguma oura maneira, bem como a ressurreição física de nosso Senhor Jesus Criso.

 A “desmisificação” da Bíblia, e dos evangelhos em paricular, em sido uma das maneiras pelas quais a confiança na razão humana em se manifes-ado em anos recenes. A idéia é que, ao escreverem os quaro evangelhos, os seus auores, do século I, podiam pensar apenas como pensavam as pessoas daquele século. Para enendermos o que disseram, não devemos seguir a maneira que eles inham para ver as coisas, e sim considerar as verdades subjacenes usando uma perspeciva do século presene. Por exemplo, não emos de crer que Jesus ressusciou fisicamene denre os moros. Basa crer que, por meio da experiência de Jesus, homens e mulheres podem er  vida verdadeira. A hisória da ascensão de Jesus não deve ser enendida li-eralmene. O que aconeceu foi que os escriores dos evangelhos esavam ressalando a oura naureza de Jesus.

O que devemos dizer a respeio disso? ejeiamos essa abordagem, e a rejeiamos por compleo. A Bíblia, embora escria por homens imperfeios, é a Palavra de Deus. Ele a inspirou e garaniu que seus auores humanos escre- vessem com exaidão, sem massacrar, de alguma maneira, a personalidade e

os diferenes esilos deles. Se reirarmos da Bíblia o sobrenaural, ela não em mensagem. emos de enender o Anigo esameno como nosso Senhor o enendeu. emos de crer no Novo esameno, sujeiando-nos a ele como as Escriuras que nosso Senhor ordenou a seus apósolos que escrevessem.

Se reirarmos da Bíblia udo que causa dificuldade à razão humana, se-remos culpados de disorção exegéica. erminase-remos pregando nada mais

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do que nossas próprias idéias. ejeiar o sobrenaural reduz a Bíblia ao ab-surdo. Assim, o pregador pode fazê-la dizer apenas o que ele quer. Princípios de inerpreação que esão cenralizados compleamene no homem, nunca serão bem-sucedidos em enender o Livro de Deus. Nenhuma exegese ver-dadeira (e, conseqüenemene, nenhuma pregação verver-dadeira) resula do campo racionalisa.

Que princípios devem governar o exegeta?

Enão, que princípios devo adoar para descobrir o que deerminada passagem realmene diz? Como descubro o seu significado inencional e, ainda assim, enho algo para pregar?

Muios livros foram escrios sobre ese assuno, e os maiores deles não são necessariamene os melhores. Ese pequeno livro sobre prega-ção alvez não possa resumir o que eles êm a dizer. Pode apenas ressalar alguns ponos, caivando nossa aenção ao que é básico. Ese livro pode impedir que você caia no abismo do desasre exegéico, ao colocar seu pé em solo firme e seguro.

Para eviar a ruína ano de nós mesmos como de nossos ouvines, emos de pergunar e responder see pergunas, anes de pregar qualquer passagem da Palavra de Deus. Gase empo! Não esude para produzir um sermão � não! não! Esude a fim de enender o exo. Esta é a regra que o  pregador tem de respeitar antes de qualquer outra regra. O sermão que você prega evenualmene é quase nada, se comparado com aquela grandiosa obra que você realiza no lugar secreo.

1) O que Deus espera de mim

quando me envolvo nesta tarefa?

Ele espera haver em mim a recordação de que o Livro a ser esudado é a sua sana Palavra. Espera que eu encare ese livro com admiração e sussurre em emor: “Deus alou neste livro! Deus ala neste livro!” Ele espera que eu o abra com adoração, emor, graidão e reverência. As profundezas de minha alma êm de ser laceradas pelo pensameno de que esou na presença de

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uma revelação divina. Ese é um momeno sagrado. Lágrimas podem surgir,  bem como um choro de alegria.

Deus espera que eu creia em udo que vier a ler. Deseja que eu fale com Ele, enquano faço a leiura. Deus espera que eu enesoure udo no coração, comprovando que o Livro é mais doce do que o mel e mais precioso do que o ouro. Ele espera que eu renove meus voos de colocar udo em práica.

Deus espera haver em mim a lembrança de que Ele me deu o seu Livro como uma revelação. Porano, ele em um significado. Sim, a passagem que esou lendo em um significado. O auor humano esava cero não somene do significado que encionava ransmiir (e isso eu preciso descobrir), mas ambém do fao que as suas palavras inham um significado mais compleo do que ele mesmo podia assimilar. Ele esava ciene de que escrevia para ra-ar de uma siuação específica e de que suas palavras aingiriam oda a igreja de Criso, em odas as gerações. Como posso esar cero disso? Por que 1 Pedro 1.10-12 o ensina. O Senhor espera que eu ambém lembre isso.

Deus espera que eu me aproxime de sua Palavra sem quaisquer no-ções preconcebidas a respeio do que ela deveria dizer e que, em vez disso, descubra com humildade e obediência o que a Palavra realmene diz. Ele espera que haja a lembrança de que sou uma criaura cujo enendimeno é basane limiado. E não somene isso, mas ambém que sou um pecador cuja habilidade de enender foi severamene prejudicada. Deus espera que eu admia que jamais enenderei seu Livro sem a ajuda pessoal dEle mesmo, e que suplique essa ajuda.

 A Bíblia pode ser esudada por qualquer homem em seu escriório. Mas ese não pode ser um verdadeiro exegea, e um verdadeiro pregador, se não esudar com uma aiude ínima de submissão. A exegese é um rabalho árduo. É uma disciplina acadêmica que impomos sobre nós mesmos. Anes de udo isso, a exegese é um ao de adoração.

2) Qual o significado gramatical das palavras?

O Sagrado Livro de Deus é consiuído de palavras. Algumas delas são subsanivos; ouras, verbos. Há ambém arigos, adjeivos, advérbios, numerais, pronomes, preposições, conjunções, inerjeições, ec. Os

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subs-anivos podem esar no singular ou no plural. Os verbos podem er variação de senidos, empos, modos e vozes. odas as palavras esão disposas em senenças, e a maneira como esão disposas dá significado à senença!

Iso não deve amedronar-nos. Você já leu ese livro por algum empo. Ele ambém é formado de palavras de várias classes, disposas em senenças, endo em visa comunicar algo de minha mene à sua. Se eu ivesse usa-do palavras diferenes ou se ivesse disposo as mesmas palavras em oura ordem, você oberia um significado diferene. Porano, a gramáica é im-porane. Sem ela, é impossível escrever um livro.

De modo semelhane, cada senença da Bíblia em um significado. Se as palavras fossem diferenes, e a esruura gramaical fosse modificada, eria um significado diferene. Porano, quer gosemos, quer não, jamais poderemos er exaidão exegéica, se não ribuarmos aenção cuidadosa às palavras e à maneira como elas esão disposas na senença. Ese é o rabalho da exegese.

Os pregadores êm de aprender a amar gramáica! Precisam fazer o esforço para enender como a linguagem funciona. Se não fazem isso, é impossível que cumpram a sua arefa. É verdade que a Bíblia é um livro ins-pirado por Deus. Mas é um livro. em de ser lida como um livro. Precisamos respeiar o senido gramaical básico de suas palavras e senenças. Sem dú- vida, iso pode ser afeado pelo ipo de lieraura em que as suas palavras

foram escrias � e ese é o assuno que consideraremos a seguir. Mas, emos de encarar o fao: a exegese pode ser feia apenas por pessoas que enendem a Bíblia em seu primeiro senido e que aceiam as suas palavras e senenças no seu significado normal.

Nesa época de minha vida, enho desfruado do privilégio de viajar por muios lugares e conhecer vários pregadores. Sino-me rise em dizer-lhe que muios deles êm sido infecados pela epidemia mundial de negligência para com a gramáica. Não conhecem a gramáica, não se imporam com ela, não lhe ribuam muia aenção, quando esudam as passagens bíblicas sobre as quais pregarão. Apesar disso, quase odos os pregadores que co-nheço crêem que a inspiração divina da Bíblia se esende a cada uma de suas palavras! Há algo seriamene errado; é empo de corrigirmos isso.

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3) Em que tipo específico de literatura se encontram as palavras da Bíblia?

 As palavras não exisem para si mesmas. Aé o simples “não” é uma res-posa a algo que acabou de ser dio. oda palavra em um conexo. Algo foi dio anes e algo virá depois. Não esamos apenas falando sobre frases e senenças, mas ambém sobre o ipo de lieraura em que essas frases e senenças foram escrias. Iso é algo ao que devemos dar aenção cuidadosa, enquano procuramos descobrir o significado inencional de uma pare es-pecífica da Palavra de Deus.

Exisem inúmeras leis na Bíblia, especialmene na primeira pare do  Anigo esameno. As leis foram escrias em forma de prosa, bem como os relaos hisóricos. Mas o esilo que usamos para falar uns com os ouros é bem diferene. ornamos nossa conversa mais ineressane por usarmos odo ipo de linguagem figurada � “Ela é uma fera”, “Ele caiu do cavalo!”, “O feiiço virou-se conra o feiiceiro”, “Ele é uma besa!”. odos sabemos que essas frases não devem ser enendidas lieralmene, mas compreende-mos o seu significado. Porano, é evidene que a prosa e a conversa pessoal não devem ser inerpreadas da mesma maneira. Iso ambém é verdade quando lemos a Bíblia.

Não podemos inerprear da mesma maneira odo ipo de lieraura.  Além da prosa usada na Lei e nos relaos hisóricos, conforme já mencio-namos, exise abundância de poesia na Bíblia: uma pare dessa poesia se enconra no livros de Jó, Salmos e Cânico dos Cânicos; oura pare, nos livros proféicos; e oura pare, em seções longas ou curas de ouros livros das Escriuras. Enconramos ambém a lieraura sapiencial, os evangelhos e as epísolas. E emos ainda a linguagem apocalípica � uma maneira de argumenar usando linguagem exagerada, números, figuras de monsros e  visões exraordinárias. Se lêssemos odos esses ipos de lieraura da mesma

maneira, ficaríamos realmene basane confusos!

Embora enhamos diferenes ipos de lieraura na Bíblia, jamais deve-mos esquecer de presar aenção ao senido gramaical de udo que ledeve-mos. Mas, ao fazer isso, devemos gasar empo para recordar que o significado lieral de uma passagem pode não ser, necessariamene, o seu significado

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intencional. E este é o significado que esamos buscando.

Por exemplo, ao escrever a respeio de um empo de alegria exraor-dinária, Isaías predisse: “E odas as árvores do campo baerão palmas” (Is 55.12). O que ele preendia dizer? Com cereza, Isaías não esava dizendo que as árvores desenvolverão novas qualidades admiráveis em algum empo fuuro! De modo semelhane, a afirmação “o juso florescerá como a pal-meira” (Sl 92.12) não ensina que os crenes idosos broarão. Igualmene, a exoração “acauelai-vos dos falsos profeas, que se vos apresenam disfar-çados em ovelhas” (M 7.15) não é uma adverência conra pregadores que  vesem casacos feios de lã! Não podemos enender esas afirmações sem

assimilarmos o senido gramaical das suas palavras, mas nenhum de nós é demasiadamene olo, a pono de pensar que o senido lieral de ais palavras é o significado intencional. É esse significado inencional que nossa exegese procura descobrir, para depois pregarmos em público.

4) Qual é o contexto imediato e o mais amplo?

 As palavras são enconradas em frases e senenças; e senenças formam, geralmene, parágrafos. Esses parágrafos, por sua vez, fazem pare de algo maior, como um capíulo. E os capíulos são pares de um livro. ambém precisamos er isso em mene quando nos dedicamos à exegese.

Se ignorarmos o conexo imediao e o conexo mais amplo, pode-mos fazer a Bíblia afirmar o que desejapode-mos que ela afirme. O maerial que consiui ese livro sobre pregação foi apresenado originalmene em forma de palesras. odas as palesras foram gravadas. Agora, imaginemos alguém comprando uma fia cassee ou CD e gasando empo para ediar as pales-ras. Imaginemos que essa pessoa maném cada senença inaca, mas usa seus aparelhos elerônicos para colocar as senenças em ordem diferene. Depois de fazer isso, al pessoa coloca um anúncio num jornal evangélico e começa a vender seus próprios cassees e CDs.

 A voz na gravação seria a minha. Cada senença seria minha, exaa-mene como as proferi. Mas a palesra seria oura. alvez pareceria uma miscelânea de senenças incoerenes ou eria um significado diferene do que eu encionava originalmene.

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Iso é exaamene o que aconece quando pregamos sobre uma frase ou senença da Bíblia e não esclarecemos o seu conexo imediao ou mais amplo. Quanas vezes já ouvimos “impora-vos nascer de novo” sendo pregado como um mandamento. Iso é uma oal disorção do seu significado. Pregar essas palavras como um mandameno equivale a enganar cada adulo e cada criança que nos ouve. O novo nascimeno não é ordenado em nenhum lugar da Bí- blia. O arrependimeno é ordenado. A fé no Senhor Jesus ambém é ordenada.

Mas o novo nascimeno não é, nem pode ser, ordenado na Bíblia, porque é uma obra realizada compleamene por Deus. Quando nosso Senhor disse a Nicodemos: “Impora-vos nascer de novo”, esava fazendo uma declaração  veemene do fao. Essa é a verdade que em de ser enfaizada a qualquer

con-gregação que nos ouve em nossos dias. Pregar qualquer ouro significado não é somene uma fala de exaidão exegéica, é ambém um pecado.

Em várias ocasiões, ouvi sermões que mencionam 1 Corínios 2.9, um  versículo em que Paulo se refere a Isaías 64.4. A pare principal dese versí-culo diz: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penerou em coração humano o que Deus em preparado para aqueles que o amam”. odos os pregadores que ouvi usaram ese versículo para falar sobre o céu. Fizeram isso porque iraram as palavras de seu conexo. 1 Corínios 2 não é um capíulo que fala sobre o céu, mas sobre o fao de que o povo do Senhor pode ver e apreciar coisas que esão escondidas para os não-converidos. Que privilégio exraordinário nós emos! Que coisas maravilhosas podemos  ver! O coração não-converido é incapaz aé de imaginar essas coisas. Mas essas são as coisas que nos emocionam compleamene. Este é o assuno do  versículo. Por isso, ano é errado como prejudicial dar-lhe um significado

que o auor divino não encionava que ele ivesse.

Dedicar-se mais é a única maneira de eviar erro exegéico. Anes de pregar sobre qualquer pare de um livro da Bíblia, devemos er fa-miliaridade com odo o livro. Não somene isso, devemos possuir um enendimeno compeene a respeio de quem o escreveu, para quem, por que e quando o escreveu.

O quando é especialmene imporane, pois é a razão da nossa próxima perguna.

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