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Um Treinar Para Um Jogar

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Academic year: 2021

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(1)Um Treinar para um Jogar. O planeamento e realização de uma época desportiva – Juvenis A – Varzim SC. Relatório de Estágio apresentado às provas de Mestrado em Ciências do Desporto, realizado no âmbito do curso de 2º Ciclo em Treino de Alto Rendimento, nos termos do Decreto – Lei nº 74/2006 de 24 Março Orientador: Mestre José Guilherme Oliveira Supervisor: Dr. Eduardo Esteves Realizado por: Eduardo Daniel Marafona Maia. Porto, 2010.

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(3) Maia, E. (2010), Um Treinar para um Jogar. O Planeamento e realização uma época desportiva – Juvenis A – Varzim S.C. Porto: E. Maia. Relatório Estágio profissionalizante para a obtenção do Grau de Mestre em Treino Alto Rendimento Desportivo, apresentado à Faculdade de Desporto Universidade do Porto.. de de de da. Palavras-chave: FUTEBOL, TREINO, RELATÓRIO DE ESTÁGIO, MODELO DE JOGO, “PERIODIZAÇÃO TÁCTICA”.. iii.

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(5) Agradecimentos Aos meus Pais, aos quais estou eternamente grato… A todos aqueles que me ensinaram, apoiaram e ajudaram a evoluir: Professor Vítor Frade Mestre Guilherme Oliveira Professor Eduardo Esteves Professor Marco Silva Augusto Neves Rui Barbosa João Mota Mestre Paula Cardoso Professora Helena António Ana Silva À Fato por aturar o meu egocentrismo A todos os meus familiares A todos os meus companheiros da Faculdade A todos os meus amigos do Varzim Aos meus jogadores. Se me esqueci de alguém, não foi por mal, é mesmo falta de jeito…. Eduardo Maia. v.

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(7) Índice Índice Geral Agradecimentos ................................................................................................. v Índice ................................................................................................................. vii Índice Geral .................................................................................................... vii Índice de figuras .............................................................................................. ix Índice de anexos ............................................................................................. xi Resumo ............................................................................................................ xiii Abstract ............................................................................................................. xv 1. Introdução ...................................................................................................... 1 2. Varzim S.C. .................................................................................................... 5 2.1 Enquadramento com o Clube ................................................................... 5 2.2 Departamento de Formação ..................................................................... 6 2.3 Objectivos a cumprir nos diversos escalões de Formação ....................... 7 2.4 Organigrama da organização do futebol juvenil ........................................ 9 2.5 Condições de trabalho ............................................................................ 11 2.6 A equipa de Juvenis A ............................................................................ 11 2.7 Avaliação da equipa ................................................................................ 12 2.8 “Sistema” de Jogo ................................................................................... 13 2.9 Objectivos da época 2009/2010 .............................................................. 13 2.10 Problemas a resolver no futuro ............................................................. 15 2.11 Conclusão da época ............................................................................. 15 3. Relatório de estágio – Varzim S.C. .............................................................. 19 3.1 Evolução do processo de treino .............................................................. 19 3.2 O nosso processo de treino .................................................................... 22 3.3 Alguns princípios do nosso Modelo de Jogo ........................................... 27 3.4 Progressão metodológica da preparação da época ................................ 36 3.5 Morfociclo Padrão ................................................................................... 39 3.6 Exercícios padrão do nosso Modelo de Jogo ......................................... 45 3.7 Observação de jogos .............................................................................. 57 4. Considerações finais .................................................................................... 61 5. Referências Bibliográficas ............................................................................ 65 vii.

(8) 6. Síntese Final ................................................................................................ 69 Anexos ................................................................................................................ I. viii.

(9) Índice de figuras Figura 1 – Organigrama da organização do futebol juvenil ……………………...9 Figura 2 – Pirâmide de exigência dos escalões .………………….……………..10 Figura 3 – Constituição da equipa ……………………………………….………..12 Figura 4 – Exemplo Morfociclo semanal ……………………………………….…43 Figura 5 – Manutenção da posse de bola (MPV) em estrutura ………….……..46 Figura 6 – Organização ofensiva intersectorial com transição defensiva (1ª e 2ª fase de construção) ………………………………………………………….….…..47 Figura 7 – Organização ofensiva intersectorial com transição defensiva (3ª e 4ª fase de construção) ……………………………………………………….….……..47 Figura 8 – Organização ofensiva intersectorial com transição defensiva (3ª e 4ª fase de construção) em contexto mais específico …………………………...….47 Figura. 9. –. Organização. ofensiva. colectiva. com. transição defensiva. (favorecendo a 3ª e 4ª fase de construção) ………………………………...…....48 Figura 10 – Organização ofensiva colectiva com transições defensivas (jogo) ……………………………………………………………………………………..…..48 Figura 11 – Organização defensiva intersectorial com transições ofensivas (defesas e pivô) ……………………………………………………………..……….49 Figura 12 – Organização defensiva intersectorial com transição ofensiva (defesas e médios) ………………………………………………………...………..49 Figura 13 – Organização defensiva intersectorial com transição ofensiva (defesas, médios e PL ou defesas, médios e extremos) ……………….……… 50 Figura 14 – Organização defensiva intersectorial com transição ofensiva (laterais, médios e avançados (referências de pressão)) …………………...….50 Figura 15 – Organização defensiva colectiva com transições ofensivas (jogo) ………………………………………………………………………………………….51 Figura 16 – Organização defensiva colectiva (basculações defensivas) …….51 Figura 17 – Transições defensivas em jogo ……………………………………...52 Figura 18 – Transições ofensivas em jogo …………………………………..…...52 Figura 19 – Transições ofensivas e defensivas (mudança de atitude) …….… 53 Figura 20 – Transições defensivas e ofensivas (MPV) …………………..…......53 Figura 21 – Finalização com transições (3x2+GR X GR+3x4+GR) …………...54 Figura 22 – Finalização (3x2+GR) ………………………………………….……..54 ix.

(10) Figura 23 – Passe, recepção e condução (triangulo, losango, duplo triangulo, Y…) ……………………………………………………………………….…………..55 Figura 24 – Passe, recepção e condução (em semi-estrutura) ………………. 55 Figura 25 – Finalização técnica ………………………………….…………….…..56 Figura 26 – Cruzamentos com finalização ………………………………………..56 Figura 27 – Jogos técnicos …………………………………………….…………..56. x.

(11) Índice de anexos Anexos 1 – Calendário Jogos/Resultados …………………………………....….. III Anexos 2 – Exemplo da operacionalização dos treinos (duas semanas) ….... VII Anexos 3 – Material Fornecido aos Jogadores no inicio da época ............. XXXI Anexos 4 – Reconhecimento do bom trabalho ……..……………………... XXXVI. xi.

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(13) Resumo O Futebol é um desporto universal, visualizado e praticado (directa ou indirectamente) por um número indeterminado de pessoas. Por isso, devemos perceber que existem várias maneiras de ver e treinar o jogo de Futebol. Não existe uma forma correcta ou errada, existem sim diferentes formas de entendimento do jogo de Futebol. Neste relatório, pretendemos demonstrar a nossa maneira de olharmos para o jogo e para o treino de Futebol, aplicando os conhecimentos, adquiridos ao longo de vários anos a estudar esta modalidade, na operacionalização de uma época desportiva. Procuraremos evidenciar os pontos essenciais da nossa maneira de treinar e que nos permitiram obter sucesso nesta época desportiva, ao serviço do Varzim S.C., no escalão de Juvenis A. Verificamos que os pontos fundamentais que o treinador deve ter presente, prendem-se com a intervenção deste e com a criação de um Modelo de Jogo. Será esse Modelo que irá guiar e direccionar todo o processo de treino, sendo a intervenção do treinador que vai permitir a sua aplicação, pois não chega saber o que se pretende, é fundamental aliar o saber “o que fazer”, ao “saber fazer”. Para isso, a intervenção do treinador deve ser ajustada ao jogador, à situação e tem de ser coerente com o seu Modelo de Jogo, pois se queremos chegar a um determinado “jogar”, temos de treinar esse “jogar”. Aliado a estes dois pressupostos, relacionamos alguns princípios que para nós assumiram uma grande importância no planeamento de toda a época desportiva. Em suma, neste relatório de estágio, para além de criarmos um Modelo de Jogo e salientarmos a importância da intervenção do treinador, fazemos referência a vários princípios como essenciais para o êxito, tais como: a ““desmontagem”em diferentes níveis de organização”, a “especificidade”, a “alternância horizontal do tipo de esforço em especificidade”, a “progressão complexa” e o “princípio das propensões”. Sendo a interacção de todos estes princípios, fundamental para a obtenção do sucesso. Palavras-chave: FUTEBOL; TREINO; RELATÓRIO DE ESTÁGIO; MODELO DE. JOGO;. “PERIODIZAÇÃO. xiii. TÁCTICA”..

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(15) Abstract Football is a universal sport, viewed and practised (directly or indirectly) by an undetermined number of people. Therefore, we must realize that there are several ways to see and coach the game of football. There is no right or wrong way of understanding the game of football, there are different points of view of de game. In this report, we intend to show our view of the game and the football training, applying the knowledge acquired over several years studying this modality, namely the operationalization of a season. We will seek to highlight the essential points of our way of train and that allowed us to succeed this season, in service of Varzim SC, in the under 17 category. We found that the key points that the coach should keep in mind is the establishment of a game model and the training intervention. This game model will guide and direct the entire training process, under the coach orientation. Such intervention is going to allow the implementation of the game model, because it isn’t enough to know what you want, it is essential to combine the knowledge of “what to do”, with the know “how to do”. For that, the intervention of the coach has to be adjusted to the player and the situation, and must be consistent with their model game, because if we want to reach a certain "play," we have to train this "play". Beside these two assumptions, we list some principles that we found to be of great importance for the whole season planning. In summary, in this report we show a game model establishment with special emphasys in the coach intervention. We refer to several essential principles to succeed, such as the “"dismantling" in different levels of organization”, the “specificity”, “horizontal alternation type. of. effort. in. specificity”, “progression complex” and the “principle of the propensities”. We are aware that the interaction of all these principles, is fundamental to achieve success.. Keywords: FOOTBALL; PRACTICE; STAGE REPORT; GAME MODEL; "PERIODIZATION TACTIC".. xv.

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(17) 1. Introdução Futebol é uma modalidade desportiva colectiva, fazendo assim parte de um conjunto de modalidades designadas como jogos desportivos colectivos (Garganta, 1994a). De entre todas, a actividade citada é a forma de desporto mais popular do mundo, sendo praticada por todas as culturas à escala planetária (Reilly & Williams, 2005). Como consequência de tal popularidade, existem diferentes análises do processo de treino. Sendo essas diferenças evidentes quando olhámos para o passado e analisamos a evolução desse mesmo processo. Martins (2003) identifica três tendências de treino ao longo dos anos: A tendência originária do Leste da Europa, a tendência originária do Norte da Europa e da América do Norte e a tendência Latino-Americana ou “Treino Integrado”. Cada uma delas é representativa de uma época, que por necessidade foram surgindo, levando a alterações no processo de treino. Apesar de cada uma destas tendências permitirem a evolução do jogo de Futebol ao longo dos tempos, apresentam objectivos diferentes, que fizeram com que surgisse uma nova análise do jogo, onde o processo de preparação deve centrar-se na operacionalização de um “jogar” através da criação e desenvolvimento contínuo de um Modelo de Jogo, como referem: Faria (1999); Oliveira, J.G. (2004); Frade (2006); Gomes (2007). A curiosidade da aplicação prática desta nova análise leva-nos à escolha do Estágio Profissionalizante em detrimento à elaboração de uma Dissertação. A escolha deve-se também à proximidade do papel assumido no estágio com a profissão que desejamos para o futuro, Treinador de Futebol. O que nos permite uma maior assimilação e transferência de conhecimentos. Sendo vivências práticas que só o estágio pode proporcionar. Por conseguinte, neste trabalho propomo-nos a desenvolver um estudo sobre o planeamento e realização de uma época desportiva, no escalão sub 17 do Varzim S.C., participante no Campeonato Nacional de Juniores B, da Federação Portuguesa de Futebol. Neste relatório procuramos expor esse processo definindo os seguintes objectivos: . Elucidar acerca do nosso processo de treino, tendo em conta as nossas convicções; 1.

(18) . Apresentar o Modelo de Jogo criado;. . Apresentar o planeamento da progressão metodológica seguida;. . Apresentar o planeamento da época desportiva (morfociclos e treinos).. Para sustentar os objectivos referidos anteriormente, utilizaremos referências bibliográficas que ajudaram a suportar as nossas convicções. A estruturação deste estudo será organizada nos seguintes pontos:  Introdução;  Varzim S.C. . Enquadramento com o Clube;. . Departamento de Formação;. . Objectivos a cumprir nos diversos escalões de Formação;. . Organigrama da organização do futebol juvenil;. . Condições de trabalho;. . A equipa de Juvenis;. . Avaliação da equipa;. . “Sistema” de jogo;. . Objectivos para a época 2009/2010;. . Problemas a resolver no futuro;. . Conclusão da época;.  Relatório de estágio – Varzim S.C. – Evidenciamos os pontos essenciais da realização da nossa época, tendo em conta a nossa análise do jogo, sustentando sempre com referências bibliográficas; . Evolução do processo de treino – Neste, procuramos demonstrar a existência de várias formas de análise do treino;. . O nosso processo de treino – Com este ponto pretendemos demonstrar os pensamentos que estão na base do nosso processo de treino;. . Alguns princípios do nosso Modelo de Jogo – Neste procuramos evidenciar os princípios do Modelo de Jogo que criamos, “desmontandoo em diferentes níveis de organização”, e estruturando-o em princípios, sub princípios e sub dos sub princípios, evidenciando a “especificidade” 2.

(19) e a intervenção do treinador como essenciais para a aplicação do Modelo de Jogo; . Progressão metodológica da preparação da época – Procuramos elucidar acerca da progressão utilizada para assimilação do nosso Modelo de Jogo, realçando a “progressão complexa” como meio de evolução;. . Morfociclo Padrão – Demonstramos a elaboração do nosso morfociclo padrão, justificando-a com a “alternância horizontal do tipo de esforço em especificidade”;. . Exercícios Padrão do nosso Modelo de Jogo – Elaboramos um conjunto de exercícios que fomos exercitando ao longo da época, nos diferentes dias, respeitando sempre os princípios da “especificidade”, das “propensões”, da “alternância horizontal do tipo de esforço em especificidade” e da “progressão complexa”;. . Observação de jogos – Salientámos os pontos que queríamos observar na análise dos jogos das equipas adversárias e da nossa;. . Nota Final – Fizemos um apanhado dos pontos essenciais do nosso processo de treino, pontos que levaram ao sucesso desta época..  Referências Bibliográficas;  Síntese Final;  Anexos.. Desta forma, procuramos realizar um relatório baseado no trabalho desenvolvido no estágio, tendo em conta o nosso processo de treino. Sendo esse processo de treino suportado por um conjunto de referências bibliográficas, que apesar de recentes, são aquelas com que nos identificamos e projectamos o nosso futuro.. 3.

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(21) 2. Varzim S.C. 2.1 Enquadramento com o Clube Desde 25 de Dezembro de 1915 que o Varzim S.C. constrói uma história no futebol português. Através da prática profissional e amadora do futebol, o clube procura promover o crescimento e desenvolvimento desportivo e social da comunidade poveira, especialmente dos mais jovens. Com vista o espectáculo desportivo proporcionado pela modalidade de futebol, acredita oferecer um conjunto de valências e mais-valias, que visam a promoção do desporto como instrumento essencial para o bem-estar físico e psicológico de toda a sociedade. Este clube tem uma longa história na formação de jovens jogadores e grande parte do prestígio que o Varzim possui no futebol português, foi alicerçado no trabalho desenvolvido nas Camadas Jovens. Conseguir formar bons jogadores e bons Homens, capazes de alcançar sucesso aos níveis desportivo, social e até económico, tem sido ao longo dos anos, a maior vitória do Clube. Tendo o exemplo de jogadores descobertos pelo Varzim S.C. que chegaram a jogar ao mais alto nível do futebol internacional, como o Bruno Alves, o Paulinho Santos, Hélder Postiga, entre outros, que estão espalhados pela II Liga e a I Liga. É de salientar que 11 dos 26 jogadores do plantel profissional do Varzim S.C. são jogadores formados nas camadas jovens do clube. No contexto actual, o Varzim S.C. é constituído, por cinco escalões de formação e um escalão profissional, fazendo um total de dez equipas. No departamento de formação existem: duas equipas de escolinhas, duas de infantis, duas de iniciados, duas de juvenis e uma de juniores, fazendo também parte, a equipa sénior englobada no departamento profissional. De salientar que todas as equipas AA das camadas jovens competem nas divisões mais altas, onde procuram todos os anos ficar nos lugares da frente, passando assim para as fases seguintes de cada competição. O plantel sénior do Varzim S.C. compete na Liga Vitalis e têm uma longa história a nível nacional. Sendo os feitos mais representativos: a época de 96/97, onde o Varzim S.C. subiu à I Liga, e a época 06/07, onde os varzinistas viram o seu clube a chegar aos quartos de final na taça de Portugal, após 5.

(22) derrotarem o Benfica. Porém, o feito notável foi o Varzim ter terminado o jogo com 10 jogadores formados nas suas camadas jovens.. 2.2 Departamento de Formação Uma ideia para formar O departamento de formação do Varzim Sport Clube tem três vertentes: . A pré–formação (escola de futebol);. . A formação competitiva (equipas de competição jovens);. . A maturação (equipa de competição profissional);. Na pré-formação (Tarrotes) incluímos jovens na faixa etária 6 aos 15 anos e é aberta a todos os interessados (mediante o pagamento de uma mensalidade), havendo também a pré-formação com competição, onde há uma selecção dos jogadores (escolas e infantis). O objectivo da pré-formação é o desenvolvimento das qualidades primárias de um jogador de futebol, nomeadamente as qualidades técnicas (técnica de controlo de bola – passe, remate, recepção), qualidades tácticas básicas (visão de jogo, posicionamento mais racional em função do espaço e não da bola…), algumas qualidades físicas (velocidade, coordenação…) e mentais (disponibilidade para o jogo, espírito de equipa e fair play…). Ao longo desta pré-formação é criado um dossier individual de cada jogador que servirá de apoio ao acompanhamento e selecção dos jovens para o quadro competitivo do clube. Ao longo desta fase de formação dos jogadores, os seus treinadores devem seleccionar os mais capazes para integrar os quadros competitivos do clube, treinando e jogando nas equipas federadas passando para o processo de formação competitiva (formação gratuita). A formação competitiva incorpora jovens com idades entre os 13 e os 18 anos e é exclusiva para jovens que cumpram os requisitos de selecção (qualidades técnicas, físicas e mentais) e que sejam referenciados pelos treinadores responsáveis pela selecção. Estes jovens podem ser seleccionados da escola de futebol das jornadas de selecção e captação de talentos assim como da prospecção. 6.

(23) O objectivo da formação competitiva é a optimização das qualidades físicas, o aprimorar a utilização das qualidades técnicas em favor do contexto táctico do futebol moderno, o melhoramento das qualidades tácticas complexas (inteligência de jogo) e o aperfeiçoar das qualidades mentais (concentração, espírito de equipa e competitivo, autoconfiança…), tudo com o objectivo de aproximar o jogador a realidade competitiva profissional. A maturação serve para uma preparação e integração dos jogadores seleccionados na equipa profissional. Estes jogadores podem integrar pontualmente ou definitivamente os treinos com a equipa profissional, podendo à posteriori fazer parte do plantel do Varzim ou emprestados a uma equipa profissional com quem poderá ser estabelecido um protocolo e dado o respectivo apoio e acompanhamento.. 2.3 Objectivos a cumprir nos diversos escalões de Formação No escalão de Escolas, temos como objectivos: Desenvolver a técnica de controlo de bola (fundamentos básicos *); Promover a visão periférica / combater o olhar para a bola; Combater a aglutinação em torno da bola; Combater o imobilismo dos jogadores sem bola; Promover a intencionalidade dos passes; Introdução de sistemas tácticos simples (posicionais/estáticos – fundamentos tácticos específicos **); Conhecimento das regras (bola dentro/fora, faltas, reposição de bola em jogo); Espírito de equipa; Fair Play; Qualidades Humanas. *- Fundamentos Básicos: Passe; Domínio de bola; Condução; Drible; Remate; Desarme; Cabeceamento. ** - Fundamentos Tácticos Específicos: Guarda – redes; Defesa Lateral; Defesa Central; Médio ofensivo/defensivo; Extremos; Avançados. Para o escalão de Infantis queremos que respeitem todos os anteriores e: Desenvolver a técnica de controlo de bola (fundamentos derivados ***); Combater o “abuso” da comunicação verbal; Promover a ocupação mais racional do espaço; Promover a circulação de bola entre sectores (objectividade/intencionalidade); Promover a construção de situações de finalização de um modo mais organizado e não aleatório; Desenvolver sistemas tácticos simples (organizativos do ataque/defesa - sem trocas ou permutas). 7.

(24) *** - Fundamentos derivados: Cruzamentos; Cobranças de faltas; Cobranças de penaltys; Lançamentos. No escalão de Iniciados, para além de acatarmos todos os objectivos anteriores, pedimos para: Promover o jogo Dinâmico - Introdução aos sistemas tácticos. complexos. (com. algumas. compensações. –. Defesa. e. trocas/permutas/combinações – Ataque); Introdução à cultura táctica evoluída (tarefas individuais ao serviço do colectivo - decisão); Promover os princípios básicos de ocupação do espaço no ataque e defesa (Ataque – amplitude, Defesa – Compactos); Desenvolver a comunicação através da acção (posicionamento de acordo com – Bola, colega, adversário, espaço). Juvenis, para este escalão, sempre respeitando o pedido nos anteriores, procuramos: Desenvolver os sistemas tácticos complexos (Acções colectivas complexas – Defesa e Ataque), assim como, os métodos de jogo evoluídos – ataque organizado/contra ataque, transições defesa - ataque e ataque – defesa, defesa zona/individual/mista, pressing, etc. Para terminar, no escalão de Juniores, pretendemos que consigam efectuar todos os anteriores a um nível muito próximo do futebol profissional, havendo, sempre que desejado, uma interacção dos jogadores alvo (possíveis jogadores para a equipa sénior do Varzim S.C.) com o plantel profissional.. 8.

(25) 2.4 Organigrama da organização do futebol juvenil Como ilustrado na Figura 1, o sector juvenil é organizado desde a préformação até à maturação, havendo uma selecção de jogadores à medida que vão subindo de escalão, sendo essa selecção cada vez mais rigorosa.. S E. Seleccionados. Tarrotes. Não seleccionados. Escolas e infantis. Formação competitiva. Seleccionados. Iniciados. Formação competitiva. Seleccionados. Juvenis. Pré - formação. L E. Escola de futebol. C Ç Ã O. E. P R O S P. Formação para o rendimento. Seleccionados. Juvenis e Juniores. Seleccionados. Juniores e Seniores. E C Ç Ã. Maturação. O. Figura 1 – organigrama da organização do futebol juvenil. 9.

(26) Na formação devemos tentar, à medida que avançamos nos escalões etários, estreitar o “filtro”, sermos mais exigentes nos critérios de selecção e prospecção diminuindo assim a margem de erro. Reduzindo o número de jogadores, ao estritamente necessário, permitindo-nos potenciar ainda mais as condições e tempos de treino, como demonstra a Figura 2.. Seniores Juniores Juvenis Iniciados Infantis Escolas Figura 2 – Pirâmide de exigência dos escalões. Ao longo da evolução dos diversos escalões etários devemos tentar reduzir a necessidade de recrutamento externo e prospecção, não querendo dizer que devemos negligenciar este campo, pois os bons jogadores são sempre bem-vindos, mas a nossa formação deve ser a nossa principal garantia.. 10.

(27) 2.5 Condições de trabalho Apesar do Varzim S.C. ser uma equipa com grande história, quer a nível profissional, quer a nível da formação, é um dos clubes com maiores dificuldades ao nível de infra-estruturas na formação (das equipas que competem nos campeonatos nacionais, o Varzim é uma das equipas que piores condições de trabalho apresenta, se não a pior). O Varzim S.C., neste momento, apenas tem um campo pelado, onde todas as equipas da formação, com a excepção dos juniores, treinam. Podendo também usufruir do complexo Municipal, às quintas-feiras (1 campo sintético). Logo, temos que, em todos os treinos, dividir o campo com uma ou mais equipas. Tendo em conta essa divisão, para além do espaço de treino ser limitado, também o material, nomeadamente o número de bolas por equipa, é reduzido. Em suma, o espaço de treino torna-se tão reduzido e o material escasso, ao ponto de não conseguirmos, em muitas situações, trabalhar aspectos que precisávamos, condicionando a evolução da equipa e dos jogadores.. 2.6 A equipa de Juvenis A Na equipa de juvenis A do Varzim S.C. podemos distinguir diferentes funções:. Coordenador. Técnico;. Treinador. de. guarda-redes;. Fisioterapeuta/Massagistas; Técnicos de equipamentos (comuns a todos os escalões); Directores; Treinadores e Jogadores (comuns à equipa de juvenis). Esta equipa participa no Campeonato Nacional do escalão sub 17, da Federação Portuguesa de Futebol. Porém, no ano passado participava na 1ª divisão do Campeonato Distrital, da Associação do Porto, que sendo uma equipa de 1º ano a competir com equipas com jogadores de 2º ano, teve algumas dificuldades, acabando por descer de divisão. No entanto, esta equipa contém jogadores de grande qualidade, podendo realizar um bom campeonato este ano. Para tal, pretendíamos potencializar ao máximo as qualidades dos jogadores, com o intuito de, para além da realização de uma boa época, formar jogadores que mais tarde. 11.

(28) possam integrar o plantel sénior do Varzim S.C., ou que consigam ser jogadores de Futebol profissionais. A equipa é constituída por vinte e um jogadores, sendo três deles guarda-redes, como podemos ver na Figura 3. Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21. Nome Chico Fábio Brasileiro (Filipe) Miguel Adriano Albano Zé Santos João Alberto Hernâni Lucho (Diogo) Anselmo Daniel Carlos Pedro Sá Zé Rui André Lima Ricardo Craveiro Anelka (Bruno) Ribeiro Zé Diogo. Posição GR GR GR DD DD DC DC DC DC DE Pivô/MI Pivô Pivô MI MI MI MI/PL PL Extremo Extremo Extremo. PL – Ponta de lança MI – Médio interior GR – Guarda-redes. Pé preferido Direito Direito Esquerdo Direito Direito Esquerdo Esquerdo Direito Direito Esquerdo Direito Direito Direito Direito Esquerdo Direito Direito Direito Esquerdo Esquerdo Direito. Idade sub 17 sub 17 sub 17 sub 17 sub 17 sub 17 sub 17 sub 17 sub 17 sub 17 sub 17 sub 17 sub 17 sub 17 sub 17 sub 17 sub 17 sub 17 sub 17 sub 17 sub 16. DC – Defesa central DD – Defesa direito DE – Defesa esquerdo Figura 3 – Constituição da equipa. Nota: Devido ao grande interesse demonstrado por diversos clubes face aos nossos jogadores, foi-nos pedido que ocultássemos qualquer informação sobre eles, pelo que a análise individual dos jogadores foi retirada do relatório.. 2.7 Avaliação da equipa Na época 2009/2010, realizámos várias avaliações dos jogadores, quer a nível colectivo, quer a nível individual. Inicialmente fizemos uma avaliação diagnostica da equipa, sendo analisado os aspectos individuais de cada um, assim como a sua relação com. 12.

(29) o jogo e a sua interacção com os colegas. O meio de avalização foi através da observação directa dos jogadores em jogos reduzidos (desde 2x2 até ao 7x7). Ao longo da época fazíamos uma avaliação formal e continua dos jogadores, sendo realizada em todos os jogos, com o intuito de melhorar os aspectos em que tinham mais dificuldades, eliminando alguns erros a nível individual e colectivo. Procurávamos salientar o que de bom faziam, melhorando ao longo da semana de treino, o que de pior demonstravam. Terminamos a época com uma avaliação final dos jogadores e da equipa, quer a nível qualitativo, quer a nível quantitativo, sendo positivo o resultado.. 2.8 “Sistema” de Jogo Tendo em conta as características dos jogadores desta equipa, poderíamos utilizar vários “sistemas” de jogo, sendo os melhores para a equipa, o 1:4:3:3, o 1:4:4:2 losango e o 1:3:4:3 losango. No entanto, utilizámos o 1:4:3:3 como principal sistema, sendo o 1:3:4:3 o sistema de recurso. Preferimos o 1:4:3:3 em relação ao 1:4:4:2 losango, pois achámos o sistema mais equilibrado em termos ocupação do espaço, sendo um sistema de mais rápida e fácil assimilação dos comportamentos por nós pretendidos. Contudo, através do conhecimento prático e teórico dos princípios específicos do jogo e da sua interligação com os princípios de jogo do nosso Modelo de Jogo, os nossos jogadores terminaram a época com uma cultura táctica. que lhes permite. jogar em qualquer sistema, mantendo os. comportamentos/princípios pretendidos e treinados pelo treinador.. 2.9 Objectivos da época 2009/2010 Do ponto de vista quantitativo, o objectivo, pedido pela direcção, era assegurar a manutenção no nacional. Sendo o objectivo mais real face às condições de trabalho que o Varzim S.C. oferece. Em termos qualitativos, pretendíamos formar jogadores que táctica, física, psicológica e tecnicamente, fossem capazes de mais tarde integrar o plantel sénior do Varzim S.C. No entanto, o objectivo, que a equipa técnica pretendia atingir, era o apuramento para a 2ª fase do campeonato nacional de juvenis. Um objectivo 13.

(30) difícil de alcançar, face às fracas condições de trabalho que dispomos no Varzim, mas que graças ao empenho de todos e à qualidade de trabalho apresentado, poderíamos atingir. Qualitativamente. pretendíamos. aumentar. a. cultura. táctica. dos. jogadores, tornando-os auto-suficientes em campo, formando jogadores que futuramente conseguissem tornar-se jogadores de futebol. Pretendíamos que, no final, conseguissem reunir todas as condições necessárias para singrar no Futebol e se tornassem jogadores de profissionais. O objectivo quantitativo pedido pela direcção foi atingido com relativa facilidade, porém o objectivo da equipa técnica, não foi conseguido. Apesar de estarmos a lutar até ao último jogo pela 2ª fase, não conseguimos passar à fase seguinte, acabando a época com 13 vitórias, 4 empates, 5 derrotas, 70 golos marcados (melhores marcadores), 26 golos sofridos e 43 pontos (pontos estes que em épocas anteriores davam acesso à 2ª fase). Em termos qualitativos, conseguimos atingir todos os objectivos pedidos, havendo uma enorme evolução da cultura táctica dos jogadores, conseguindo, cada um dos jogadores, adaptar-se a qualquer sistema táctico proposto, mantendo sempre os princípios e comportamentos pedidos. Acreditamos que, consequentemente, também houve uma evolução técnica (muito trabalhada ao longo da época), uma evolução física (conseguimos jogar e manter o ritmo elevado na grande parte dos jogos) e uma evolução psicológica enorme, visto passarem de uma equipa que desceu de divisão (na distrital) na época anterior para uma equipa que esteve muito perto de passar à 2ª fase do campeonato nacional (conseguimos formar uma mentalidade ganhadora e manter níveis de concentração elevados durante um longo período de tempo, nos treinos e na maior parte dos jogos). Esperamos que o assimilado durante esta época seja fortalecido e evoluído por futuros treinadores, pois assim, garantimos o futuro de alguns destes jogadores como profissionais do Futebol. Como objectivo pessoal, pretendíamos melhorar a nossa concepção de jogo ao nível da organização ofensiva em relação à época anterior, melhorando o nosso Modelo de Jogo e consequente operacionalização de todo o processo de treino. O objectivo foi conseguido, sendo a nossa equipa considerada com o melhor ataque do nosso grupo (70 golos marcados). Apesar disso não 14.

(31) descuramos a organização defensiva, conseguindo manter o equilíbrio defensivo em quase todos os momentos (28 golos sofridos, sendo a maior parte de bola parada), considerada também, uma das melhores defesas do nosso grupo.. 2.10 Problemas a resolver no futuro A maior dificuldade encontrada é impossível, a curto prazo, ser resolvida, visto ser um problema de infra-estruturas. Como relatado anteriormente, as condições de prática que o Varzim S.C. possui na formação não são as melhores. Outra dificuldade está relacionada com os problemas financeiros que o Clube atravessa. Tendo os treinadores da formação muitos meses de salário em atraso, o que leva a alguma desmotivação e consequente abandono do Clube. Em termos técnicos, pretendemos no futuro, para além de continuar a evoluir em todos os aspectos do nosso Modelo de Jogo, melhorar as nossas bolas paradas, visto que a maior parte dos golos sofridos foram de bola parada ou consequente a esta (cerca de 16 dos 28 golos sofridos).. 2.11 Conclusão da época Tendo a época terminado e fazendo uma retrospecção do realizado, concluímos que foi atingido o sucesso desportivo individual e colectivo de todos os envolvidos nesta equipa. A nível dos objectivos quantitativos esperados, conseguimos atingir a meta traçada pela direcção com facilidade (assegurar a manutenção). Apesar do objectivo esperado pela equipa técnica e jogadores não ter sido atingido (passar à segunda fase) ficamos muito satisfeitos com o realizado durante toda a época (sempre a disputar os três primeiros lugar até aos últimos 4 jogos, onde aconteceram situações muito “estranhas”). Apesar de sermos a equipa com mais dificuldades estruturais (e não só), conseguimos fazer um campeonato muito interessante e à altura das melhores equipas. Ao nível dos objectivos qualitativos em mente para esta época, também conseguimos atingi-los. Tínhamos referido no inicio da época que o principal objectivo era preparar os jogadores para mais tarde terem a hipótese de se 15.

(32) tornarem profissionais. Para isso, pretendíamos aumentar a cultura táctica de cada um, de maneira a conseguirem adaptar-se a qualquer Modelo de Jogo, independente do treinador e da estrutura com que joga. Pensamos ter conseguido essa evolução táctica, pois fizemos os jogadores passarem por diferentes estruturas ao longo da época (por necessidade ou para evidenciar algumas diferenças entre elas), ao que responderam sempre de forma positiva, cumprindo com todos os princípios tácticos respectivos. O que nos fez acreditar que os nossos princípios de jogo e comportamentos estavam assimilados. Conseguimos, do ponto de vista técnico, eliminar alguns défices que os jogadores demonstravam, principalmente na utilização do pé menos favorito, tornando-se cada vez mais um recurso a utilizar pelos jogadores em jogo. Os princípios específicos de jogo também foram bem assimilados, dando a base necessária para implementarmos o nosso Modelo de Jogo, que respeitando sempre os princípios específicos de jogo, fomos direccionando e evoluindo no sentido de atingirmos a concepção de jogo desejada. Apesar das dificuldades que o clube atravessa, estamos conscientes da possibilidade de alguns destes jogadores se tornarem profissionais. A nível pessoal, pretendíamos evoluir a nossa concepção de jogo e consequente Modelo de Jogo, em relação ao ano passado. Assim, tínhamos planeado para esta época melhorar a organização ofensiva do nosso Modelo de Jogo, mantendo sempre o equilíbrio e a consistência defensiva. Como referidas no nosso Modelo de Jogo, procuramos criar dinâmicas ofensivas que nos permitissem evoluir e originar muitas dificuldades ao adversário, sem nunca comprometer o equilíbrio defensivo. Pessoalmente foi fantástico vermos e sentirmos a evolução da maneira como treinávamos na época passada e como treinamos esta época, conseguindo atingir o objectivo pessoal pretendido. Conseguimos mais vinte golos (50 golos da época passada para 70 golos desta época), tivemos o melhor ataque desta época e mantivemos os mesmos golos sofridos (28 em cada época). Apesar desta melhoria, este ano fizemos menos dois pontos que na época passada (época em que fomos à segunda fase, após oito anos da última ida do Varzim a essa fase), contudo os pontos que tivemos este ano, davam acesso à segunda fase na época transacta (anexos 1).. 16.

(33) A equipa foi considerada como uma das que melhor Futebol jogava, sendo mesmo no final da primeira volta a equipa da semana no “Jornal de Noticias” (Silva, 2009) e a equipa sensação do jornal “o Jogo” (Nunes, 2009) (anexos 4), dignificando o clube e demonstrando que estes jogadores, apesar de terem descido de divisão no ano anterior, têm qualidade e podem chegar longe.. 17.

(34)

(35) 3. Relatório de estágio – Varzim S.C. Para o estágio profissionalizante entendemos ser importante abordar alguns temas, que serão relevantes para percebermos o realizado ao longo da época.. 3.1 Evolução do processo de treino As diferentes concepções de treino existentes no Futebol estão relacionadas com a interligação de distintos aspectos que foram ocorrendo ao longo dos tempos. Até à década de setenta, o jogo de Futebol passou por diversos períodos com características diferentes, mas o que marcou as diferentes épocas e o que fez evoluir o jogo foram as equipas e os jogadores cujas ideias colectivas e individuais de jogo e as habilidades técnicas sobressaíram das demais. Oliveira, J.G. (2004) indica Hurbert Chapman, Vitorio Pozzo, Hugo Meisl, Gustav Sebes e Helenio Herrera, cujas ideias marcaram o Futebol, direccionaram a evolução e solidificaram culturas de jogo. Nessa altura, o processo de treino era direccionado pela dimensão táctica, isto é, ideias e conhecimentos de jogo, e pela dimensão técnica, ou seja, habilidades específicas e conhecimentos relativos a essas habilidades. Isto, porque neste período o desporto de rendimento estava sob a orientação de antigos jogadores cuja formação se relacionava com as suas experiências e respectivos conhecimentos empíricos. Nesse sentido, o processo de treino tinha como preocupações centrais a preparação técnica e a preparação táctica (Tani, 2002). Contudo, este é um período em que existia uma forte implementação de algumas correntes do pensamento cujos objectivos eram a disjunção, a redução e a abstracção da realidade e dos fenómenos. As ideias que estavam subjacentes a essas correntes procuravam a divisão e redução dos fenómenos em partes, para mais facilmente os conhecer e actuar sobre eles, no entanto, não eram salvaguardadas a interacção das relações. Desta forma, o processo de treino era dividido em técnico e em táctico e cada um deles também subdividido, criando-se fases e etapas evolutivas das diferentes habilidades técnicas e comportamentos tácticos, mas a interacção de relações que dão sentido ao jogo não era manifestada (Oliveira, J.G., 2004). 19.

(36) No entanto, as décadas de cinquenta e sessenta foram completamente revolucionárias no que concerne ao jogo e ao jogador, e, posteriormente, ao processo de treino em Futebol. O reconhecimento de uma nova característica de jogo, a ”Dinâmica de Jogo”, que por implicar um maior desgaste físico, fez com que a capacidade física fosse vista como determinante para o sucesso das equipas e dos jogadores (Castelo, 1996). Isto levou ao aparecimento de novas ideias, novas funções e acções de jogadores fossem permitidas, sugeridas e promovidas, novos entendimentos e conhecimentos do jogo passassem a ser criados e, em consequência de tudo isto, os processos de treino sofressem grandes alterações. As ideias criativas de jogo dos treinadores, a evolução interactiva e dialéctica do jogador e do jogo, as diferentes correntes de pensamento, o aparecimento de novas disciplinas científicas condicionadoras do processo de treino, o surgimento de novas profissões relacionadas com o treino, a adopção de metodologias de treino de outras modalidades desportivas e alterações estruturais e organizativas no Futebol levaram ao aparecimento de diferentes concepções do treino (Oliveira, J.G., 2004). Podemos identificar a existência de três tendências de treino (Martins, 2003). A tendência originária do Leste da Europa, a tendência originária do Norte da Europa e da América do Norte e a tendência Latino-Americana ou “Treino Integrado”. A tendência originária no Leste da Europa promove a dimensão física, embora encarada de uma forma abstracta, como a dimensão coordenadora do rendimento desportivo, tanto da equipa como do jogador. Caracteriza-se pela divisão da época desportiva em “períodos”, estruturados para atingir “picos de forma” em determinados momentos competitivos. Para além disso, este modelo de preparação confere primazia à variável “física”, assente numa preparação geral e sem qualquer ligação com a forma de jogar. Deste modo, preconiza um processo abstracto centrado nos “factores da carga física”, através de métodos analíticos. A tendência originária do Norte da Europa e da América do Norte elege a dimensão física como a coordenadora do desempenho do jogador e da equipa, mas já reconhece que essa dimensão física deve ser tratada consoante a especificidade da modalidade. Tentou transcender o carácter universal da 20.

(37) primeira tendência, dando grande importância ao desenvolvimento das capacidades “físicas” exigidas na competição, definindo-as de “específicas”. Reconhecendo que deve haver uma relação entre a dimensão física e as outras dimensões e que a dimensão física em alguns momentos do treino deve ser exercitada através de exercícios específicos da modalidade. A partir daqui, exacerbou-se a avaliação das “cargas” através dos testes “físicos” procurando conhecer assim, a “forma” dos jogadores. Realçando a importância da individualização do treino físico, tendo em consideração as diferentes exigências que são requisitadas no jogo consoante as posições ocupadas pelos jogadores. Em virtude deste aspecto, os defensores desta metodologia dão grande importância ao esforço específico da modalidade e aos testes de condição física para o controlo e direccionamento do processo de treino. A tendência Latino-Americana ou “Treino integrado” faz apologia de um processo de treino que se manifesta pela integração das diferentes dimensões relacionadas com o jogo. Os defensores desta tendência realçam que o jogo de Futebol é algo indivisível e que como tal deve ser abordado. Deste modo, procura promover uma maior semelhança com as exigências da competição conferindo uma grande importância ao Jogo e à sua especificidade. Contudo, esta concepção pode tornar-se abstracta se o treinador não souber bem o que quer, uma vez que se refere a um Jogo geral a partir do qual se faz a estruturação do processo de treino. Para colmatar os “défices” das concepções de treino referidas anteriormente, surge uma nova análise do treino, onde o processo de preparação deve centrar-se na operacionalização de um “jogar” através da criação e desenvolvimento contínuo de um Modelo de Jogo e portanto, dos seus princípios. Neste contexto, a periodização e programação do processo confere coordenação à Táctica, ou seja, regula-se no desenvolvimento de uma organização colectiva que coordena a variável física, técnica e psicológica. O processo centra-se na aquisição de determinadas regularidades no “jogar” da equipa através da operacionalização dos princípios do Modelo de Jogo assumindo-se por isso, num Treino Específico (Faria, 1999; Oliveira, J.G., 2004; Frade, 2006; Gomes, 2007; Campos, 2008; Oliveira, J.G., 2008).. 21.

(38) 3.2 O nosso processo de treino Depois de reflectirmos sobre as diferentes maneiras de análise do treino de Futebol, tirámos as nossas ilações e traçámos um trajecto a seguir. Esta equipa vinha de um ano difícil, visto ter descido de divisão no ano transacto. Como tal, tentamos incutir, desde o início, uma mentalidade ganhadora com uma cultura táctica que lhes permitisse ter confiança para assumir o comando de todos os jogos. Tendo como objectivo a evolução da cultura táctica do jogador e a possível integração do mesmo num plantel profissional, procurámos trabalhar o jogo através do jogo, dando-lhes a conhecer alguns princípios que serão importantes ao longo das suas carreiras, assim como os princípios por nós adoptados e que fazem parte do nosso Modelo de Jogo. Entendemos, juntamente com Garganta (1997), o jogo como um fenómeno complexo pela interacção existente entre os jogadores e os adversários, que tornam o jogo e as suas dinâmicas imprevisíveis e aleatórias. Pelo que a formação táctica específica da modalidade, torna-se fundamental para o êxito desportivo, como refere Ivoilov (1973). Concordando com Oliveira, J.G., 2004, para haver uma evolução da cultura táctica dos jogadores, é importante que aprendam a lidar com aleatoriedade e imprevisibilidade que o jogo provoca. Desta forma, analisámos o jogo na sua globalidade para podermos perceber as interacções que ele evidencia dentro e fora, quais os conhecimentos que provoca, como organizálos, direccioná-los e de certa forma entender a sua dinâmica e complexidade. Como o Futebol é predominantemente um jogo de julgamentos e decisões (Hughes, 1994), os problemas prioritários que se colocam aos jogadores nas acções a realizarem, são de natureza táctica. O jogador deve saber “o que fazer”, para poder resolver o problema subsequente, mas também deve saber o “como fazer”, através da selecção e utilização da resposta motora mais adequada (Garganta & Pinto, 1994). Para o jogador saber o que queremos e seleccionar a resposta mais adequada é importante termos linhas que guiam todo o processo de treino. Sendo que a forma de um jogador perceber o jogo e de nele se expressar,. 22.

(39) depende de um fundo, que poderemos chamar de Modelo de Jogo (Garganta, 1997). Assim, um dos aspectos mais importantes no nosso processo de treino foi a criação de um Modelo de Jogo, que surge para nós, no estágio, como o guia de todo o processo. É ele que define e orienta como as variadas componentes devem ser tratadas. O Modelo de Jogo é fundamental para se conceber e desenvolver um processo coerente e específico preocupado em criar um jogar (Oliveira, J.G., 1991). Porém, não existe apenas um Modelo de Jogo, existem vários, pois cada treinador tem as suas ideias e princípios, logo objectivos comportamentais diferentes. O Modelo de Jogo depende de vários factores sendo um deles as ideias que o treinador tem do jogo (Oliveira, J.G., 2004). O que acontece é que cada treinador constrói uma “paisagem de observação”, compreendida como um conjunto de estímulos organizados em relação ao ponto de vista que ele possui sobre o jogo, ou seja, guarda o que lhe aparenta pertinente, interpreta os dados dispersos e organiza-os dando-lhes um sentido próprio (Garganta, 1997). Desta forma, no decorrer do estágio, a criação do Modelo de Jogo, a planificação dos “morfociclos1” e dos treinos, centram-se na concepção de jogo idealizada por nós, isto é, depende da maneira como olhamos para o jogo de Futebol. Autores como Teodorescu (1984) e Castelo (1996) dividem o jogo de Futebol em duas fases, fase ofensiva e fase defensiva. Caracterizando a fase ofensiva como sendo a posse de bola, onde a equipa através de acções. 1. Preferimos chamar de morfociclo em vez de microciclo porque o plano semanal tem uma. configuração própria que assume uma forma particular, ou seja, está condicionado à forma dos exercícios e à forma do nosso modelo de jogo, que deve ser identificadora de uma forma mais macro que é o jogo que pretendemos implementar, tal como refere Frade (2006). Segundo o mesmo autor, chama-se morfo porque queremos que adopte forma do nosso modelo de jogo, e para isso acontecer existem alguns processos, como o da continuidade, onde a semana de treino em algumas dinâmicas será sempre a mesma, o que se alterna são os objectivos que poderão surgir dentro dos problemas apresentados no jogo, por isso, Morfociclo, porque queremos modelar a equipe a uma certa forma.. 23.

(40) colectivas e individuais, sem infringir as leis de jogo, tenta marcar golo. E entendendo a fase defensiva como sendo caracterizada pela equipa não ter a posse de bola, onde através de acções colectivas e individuais procura ganhála de maneira a evitar o golo na sua baliza, isto, sem infringir as leis de jogo. Fazendo uma leitura diferente, Oliveira, J.G. (2004) e Frade (2006) consideram fundamental a perspectivação do jogo segundo momentos e não fases, pela inexistência de uma sequencialidade destas mesmas fases. Não basta “só” defender ou “só” atacar, é imprescindível “ligar” estes dois momentos, no sentido de os potenciar para um rendimento superior com base num entendimento global do jogo. Desta forma, vários autores (Van Gaal citado por Mourinho, 1999; Mourinho, 1999; Valdano, 2001; Oliveira, J.G., 2004; Frade, 2006, Gomes 2008) optam por uma divisão diferente. Para nós, o processo de treino tem como objectivo desenvolver uma determinada forma de jogar e, portanto, defender, atacar e transitar entre estes dois momentos. Assim, partilhamos a ideia que no jogo de Futebol existem quatro momentos: o momento de organização ofensiva, o momento de organização defensiva, o momento de transição ataque-defesa e o momento de transição defesa-ataque. Conscientes que a representação do todo é muito importante, a inter-relação dos quatro momentos são um factor chave. Oliveira, J.G., (2004) caracteriza os quatro momentos no seu estudo da seguinte forma: o momento de organização ofensiva é caracterizado pelos comportamentos que a equipa adopta quando tem a posse de bola, com o intuito de preparar e criar situações ofensivas de forma a marcar golo; o momento de transição ataque-defesa é assinalado pelos comportamentos que se devem ter imediatamente após se perder a posse de bola (estes segundos iniciais revelam-se de particular importância, uma vez que ambas as equipas se encontram momentaneamente desorganizadas para as novas funções que têm de assumir, como tal, ambas tentam aproveitar as desorganizações adversárias); o momento defensivo é representado pelos comportamentos que a equipa deve assumir quando não tem a bola em seu poder, tendo como meta a organização da equipa de maneira a impedir que a equipa adversária crie e prepare situações de finalização e consequentemente marque golo; e por último,. o. momento. de. transição 24. defesa-ataque. diz. respeito. aos.

(41) comportamentos que a equipa deve revelar nos segundos imediatos ao ganho da posse de bola (esse momento inicial é importante porque as equipas encontram-se desorganizadas para as novas funções e o objectivo é aproveitar essa desorganização para benefício próprio). Baseados nesta ideia, a criação de um Modelo de Jogo assume, para nós, um papel importante neste estágio profissional, abrangendo os princípios/comportamentos desejados para a equipa, nestes quatro momentos. Para este ano, tivemos como objectivo trabalhar ao nível da cultura táctica de cada jogador (não esquecendo o resto). Concordando com Oliveira, J.G. (2004) assumimos a importância da dimensão táctica como estimuladora das qualidades de desempenho e como gestora e direccionadora do processo de treino, com o intuito de preparar os jogadores para poderem jogar em qualquer equipa, independente do modelo de jogo e da estrutura que o treinador possa vir a utilizar. Tendo sempre presente que na construção da atitude táctica, o crescimento das possibilidades de escolha de um jogador depende do conhecimento que este possui do jogo, estando a sua forma de actuação fortemente condicionada pela maneira como ele concebe e entende o jogo (Garganta, 1997). Para isso, assentamos a base da nossa concepção de jogo, nos princípios específicos do jogo, pois acreditamos que se os conseguirem perceber e aplicar em qualquer situação, conseguirão aumentar o seu entendimento do jogo e actuar em qualquer equipa, em qualquer estrutura, independente do modelo de jogo, tornando-os auto-suficientes em jogo. Foi atribuída, portanto, grande importância ao aumento da cultura táctica específica do jogador, com o objectivo da evolução colectiva e individual ser constante e permanente. Sustenta-se, frequentemente, que a expressão mais elevada da performance, no Futebol, decorre de um alto grau de desenvolvimento e especialização de diversos factores, tradicionalmente agrupados em quatro dimensões: táctica, técnica, física e psicológica (Kunze, 1981; Bangsbo, 1993; Millher, 1995; Garganta, 1997).. 25.

(42) Desta forma, o futebol conta com quatro principais dimensões de rendimento: o físico, o psicológico, o técnico e o táctico (Queiroz, 1986; Pinto, 1988; Garganta, 1997; Castelo, 2002). Nós, tendo em conta a análise do jogo escolhida, teremos a dimensão táctica como orientadora das restantes dimensões (técnica, física e psicológica). No entanto, apesar de ser a dimensão táctica que direcciona todo o processo de treino, as restantes dimensões não são menos relevantes, pois a dimensão táctica necessita delas para se manifestar. Assim, o táctico, não é o físico, não é o psicológico, não é o estratégico, mas sem eles não pode existir, pois o táctico só é táctico se incorporar todas as dimensões, isto é, a interacção entre elas. Na mesma linha de Faria (2002) e Frade (2006) favorecer o táctico e a organização do jogo foi o propósito principal do nosso processo de treino, pois ao estarmos a privilegiar o táctico, estamos a privilegiar todas as outras dimensões do rendimento, porque por necessidade do táctico surgem todas as outras componentes. Estamos conscientes que apesar da dimensão táctica orientar as restantes, o mais importante é conotá-los e considerá-los sempre como uma globalidade, como referem Queiroz (1986) e Tavares (1998). Tendo a dimensão táctica como orientadora, procurámos através do processo de treino criar hábitos relativos a princípios/comportamentos do nosso Modelo de Jogo nos quatro momentos. Os hábitos resultam de conhecimentos que são criados através das experiências que ficam gravadas na memória, sendo a finalidade dos hábitos, preparar o cérebro antecipadamente para os cenários possíveis, tendo em conta um determinado envolvimento, e criar mecanismos para que o cérebro consiga reagir o mais rapidamente possível a uma situação específica (Damásio, 2000; McCrone, 2002). Tendo esta ideia presente, no inicio da época realizámos treinos todos os dias da semana, sendo o Sábado ou o Domingo, destinado a jogos treinos, que serviam como avaliação da equipa, em que analisávamos se os comportamentos/princípios estavam a ser assimilados e a transformarem-se em hábitos. Decidimos ter treinos todos os dias, pois achamos importante nessa fase, tendo o táctico e a organização do jogo como principal objectivo, dar-lhes. 26.

(43) alguma intensidade de treino. Pretendendo trabalhar acima de tudo a cultura táctica dos jogadores, não descurando as restantes dimensões. Assim, manipulámos o treino de forma a criar adaptação. Sendo que quando essa adaptação atinge níveis altos, por consequência o rendimento também os atinge, concordando com Bompa (2009). Desta forma, com uma elevada intensidade nos treinos pretendíamos criar adaptações por parte da equipa e por parte dos jogadores, para que muitos dos comportamentos que pretendíamos. que. acontecessem,. aparecessem. muitas. vezes. com. naturalidade, isto é, que se tornassem hábitos.. 3.3 Alguns princípios do nosso Modelo de Jogo O modo como se idealiza o jogo de Futebol é determinante para a construção do Modelo de Jogo, isto é, para se atingir um determinado jogar, é necessário treinar esse jogar. Para se construir um Modelo de Jogo é importante que o treinador saiba muito bem aquilo que deseja para a sua equipa. Tem que ter ideias muito concretas em relação às “invariantes/padrões” que pretende que a equipa e os respectivos jogadores manifestem. O Modelo de Jogo foi um aspecto fundamental de todo o processo de treino, sendo ele que orientava, direccionava tudo o que fazíamos e que pedíamos para fazer, tendo Oliveira, J.G. (2006) e Gomes (2008) a mesma linha de pensamento. “Um Modelo de Jogo condiciona um modelo de treino, um modelo de exercícios, um modelo de jogador. O modelo de jogo é um projecto consciente do que é a concepção de jogo do treinador, onde as características individuais dos jogadores são determinantes na definição desse mesmo Modelo de jogo” (Faria, 1999, pp 49). Desta forma, o processo de treino deve ser elaborado sofrendo influências do Modelo de Jogo, do modelo de preparação e do modelo de jogador (Araújo, 1987). Devendo, os modelos de preparação e de jogador, aquando da organização do processo de treino, ter como ponto de partida o Modelo de Jogo da equipa (Tschiene, 1985, citado por Garganta, 1997). Assim sendo, apresentamos alguns princípios do nosso Modelo de Jogo, o qual vamos decompor em princípios, sub princípios e sub dos sub princípios. “Desmontando. em. diferentes. níveis. 27. de. organização”,. ou. seja,.

(44) descomplexificando o nosso Modelo de Jogo, de forma a podermos trabalhá-lo melhor e ser de mais fácil compreensão e assimilação para o jogador.. 3.3.1 Organização defensiva Na organização defensiva, temos como principal princípio a defesa à zona pressionante, isto é, após determinarmos uma zona de pressão (que poderá ser alta, média ou baixa consoante o jogo) a equipa tem de mudar rapidamente de atitude e pressionar para provocar o erro do adversário ou ganhar a posse de bola. Seguindo os seguintes sub princípios – pressão ao portador da bola pelo jogador mais próximo (contenção); coberturas defensivas por parte dos colegas mais próximos ao colega que realiza a pressão; restantes elementos da equipa organizam-se defensivamente (concentração), mantendo sempre a equipa equilibrada defensivamente. Dentro destes sub princípios convém destacar alguns dos sub dos sub princípios como: não entrar de primeira na pressão ao portador da bola, tentar provocar o erro numa fase inicial para depois procurar “roubar” a bola, fechar os espaços e as linhas de passe e agressividade em todos os momentos de pressing e quando falamos em agressividade falamos em retirar espaço para jogar e tempo para pensar ao portador da bola. 3.3.1.1. Alguns dos comportamentos da dinâmica defensiva da equipa: - Os avançados são os primeiros a defender, onde o PL, procura condicionar os centrais mantendo-se sempre entre o central que tem a bola e a nossa baliza, cortando linhas de passe para o pivô e condicionando o passe longo. - Os extremos condicionam a linha de passe para os laterais, realizando logo pressão quando a bola entra nestes (referência de pressão); os extremos quando a bola se encontra no lado oposto, têm de fechar dentro, retirando espaço e equilibrando a nossa equipa; à medida que vai rodando o jogo para o seu lado, o extremo báscula, subindo no terreno de jogo, condicionando o passe para o lateral. O mesmo tem de dar coberturas por cima ao médio interior e ao lateral do seu lado, cortando linhas de passe e fechando espaços.. 28.

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