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1. RESUMO 2. INTRODUÇÃO 3. OBJETIVOS 4. METODOLOGIA

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1. RESUMO

O trabalho analisa as consequências da intolerância religiosa, responsável por gerar guerras e conflitos durante toda a história, bem como as normas internacionais criadas para proteger a liberdade de crença e combatê-la. No Brasil, apesar do número razoável de episódios de intolerância e discriminação contra pessoas, templos e objetos religiosos, verificou-se a ineficácia das normas vigentes para combater e punir tais atos, concluindo- se que se faz necessário o endurecimento da legislação existente, bem como a criação de novo tipo penal que vise a proteção constitucional da liberdade de crença e sua expressão.

2. INTRODUÇÃO

Por meio de uma análise histórica, é cristalino o quanto o choque cultural, com destaque para a intolerância religiosa, tem efeito danoso nas relações internacionais e nas sociedades nacionais. Diante disso, busca-se analisar as normas internacionais sobre a liberdade e a intolerância religiosa a fim de verificar os esforços da sociedade internacional em reconhecer a gravidade de tais condutas, principalmente quando incentivadas por Estados, e dentro do seio de cada país, ao provocar exclusões, perseguições, prisões, torturas e outros atos igualmente graves.

No Brasil, desde o descobrimento a intolerância religiosa revelou-se presente, inclusive, por vezes, com apoio estatal; por conta disso, dados demonstram que algumas religiões, sobretudo as de matriz africana, sofrem mais discriminação do que outras.

3. OBJETIVOS

Por intermédio da análise do conceito e da história da intolerância religiosa no Brasil e no mundo, demonstrar a necessidade de um endurecimento da lei penal brasileira no tocante a atos contra religiões, templos e objetos sacros. Como objetivo específico têm-se compreender como o Poder Legislativo e Poder Judiciário brasileiro se portam perante a temática.

4. METODOLOGIA

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A partir do levantamento bibliográfico quanto a história e da consulta e análise da legislação e jurisprudência pertinente, foi utilizado o método dedutivo para compreender a relação entre os fatos históricos e a construção do direito quanto a intolerância religiosa e suas penas no Brasil.

5. DESENVOLVIMENTO

5.1 A intolerância religiosa ao longo da história

Desde os primeiros escritos da humanidade no séc. VII a.C. é possível constatar a crença em seres divinos, para explicar a origem e o funcionamento dos fenômenos naturais. E tão antigo quanto a mencionada crença é o choque, cultural e religioso, quando diferentes sociedades entram em contato. Ramos (2014, p. 31-37), reconhece em sua obra a contribuição das diversas bases religiosas para a construção dos valores contidos na afirmação e construção dos Direitos Humanos, como justiça e igualdade.

Entretanto, o autor pondera que apesar de seus ensinamentos, muitas religiões abrigaram desigualdades inconcebíveis, como escravidão, apedrejamento e perseguições.

Em um esforço de defender a liberdade religiosa, foram criados os seguintes documentos: a Paz de Westfália (1648), a Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), a Convenção Europeia de Direitos Humanos (1950), o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (1966), a Convenção Americana de Direitos Humanos (1969) e a Declaração sobre a Eliminação de Todas as Formas de Intolerância e Discriminação Fundadas na Religião ou nas Convicções (1981).

A Paz de Westfália pôs fim a Guerra dos Trinta Anos, conflito que envolvia os

católicos e protestantes na Europa, e além de ser considerado por muitos autores o

marco inicial da sociedade internacional ao reconhecer a soberania dos Estados, uma

grande contribuição histórica, segundo Jesus (2010) foi a prerrogativa concedida aos

estados germânicos de estipularem suas religiões sem que houvessem intervenção

externa. Apesar de nessa época Estado e religião se confundirem, foi o primeiro

documento a reconhecer um tipo de liberdade religiosa.

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A Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, apesar de ser um documento nacional, é considerado um marco por seu conteúdo de proteção aos Direitos Humanos. Em seu art. 10 dispõe de forma cristalina sobre a tolerância religiosa, in verbis: “Ninguém pode ser molestado por suas opiniões, incluindo opiniões religiosas, desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida pela lei”. Tal dispositivo é revolucionário por se tratar de um período em que o Estado não era laico e a Igreja exercia grande poder na vida dos súditos.

O presente trabalho se debruça sobre a intolerância religiosa, que no §2º, art. 2º da Declaração sobre a Eliminação de Todas as Formas de Intolerância e Discriminação Fundadas na Religião ou nas Convicções é assim conceituada:

§2º. Aos efeitos da presente declaração, entende-se por “intolerância e discriminação baseadas na religião ou nas convicções” toda a distinção, exclusão, restrição ou preferência fundada na religião ou nas convicções e cujo fim ou efeito seja a abolição ou o fim do reconhecimento, o gozo e o exercício em igualdade dos direitos humanos e das liberdades fundamentais.

Muitos dos desastres, guerras e derramamento de sangue no mundo têm como pano de fundo o choque entre religiões e, principalmente, pela intolerância estimulada dentro dos dogmas religiosos que causaram As Cruzadas, a Jihad, a Guerra Santa, a Inquisição, ataques terroristas etc. e, justamente por constatar o poder destrutivo que essas guerras e perseguições deixam na história, a sociedade internacional criou normas de proteção a minorias religiosas, liberdade de crença e combate à intolerância.

5.2 Normas internacionais

Após as duas Grandes Guerras e a criação da Organização das Nações Unidas na tentativa de manter a paz e a segurança internacional, a Assembleia Geral da ONU proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) em 1948. O art. 18 dispõe:

Todo o homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião;

este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.

Porém, por se tratar de uma declaração da Assembleia Geral, não possuir força

vinculante e, à época não ser reconhecida como jus cogens, foram criados dois pactos

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internacionais divididos pelo seu conteúdo, sendo o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e o Pacto Internacional Sobre Direitos Civis e Políticos, ambos datados de 1966, de modo que, estes últimos, agora possuindo conteúdo vinculante aos Estados que o ratificaram, traz em seu bojo extenso conteúdo sobre liberdade religiosa:

ARTIGO 18

1. Toda pessoa terá direito a liberdade de pensamento, de consciência e de religião. Esse direito implicará a liberdade de ter ou adotar uma religião ou uma crença de sua escolha e a liberdade de professar sua religião ou crença, individual ou coletivamente, tanto pública como privadamente, por meio do culto, da celebração de ritos, de práticas e do ensino.

2. Ninguém poderá ser submetido a medidas coercitivas que possam restringir sua liberdade de ter ou de adotar uma religião ou crença de sua escolha.

3. A liberdade de manifestar a própria religião ou crença estará sujeita apenas à limitações previstas em lei e que se façam necessárias para proteger a segurança, a ordem, a saúde ou a moral públicas ou os direitos e as liberdades das demais pessoas.

4. Os Estados Partes do presente Pacto comprometem-se a respeitar a liberdade dos pais e, quando for o caso, dos tutores legais - de assegurar a educação religiosa e moral dos filhos que esteja de acordo com suas próprias convicções.

No mesmo sentido, é o disposto na Convenção Europeia de Direitos Humanos (1950):

Artigo 9.º (Liberdade de pensamento, de consciência e de religião)

1. Qualquer pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de crença, assim como a liberdade de manifestar a sua religião ou a sua crença, individual ou colectivamente, em público e em privado, por meio do culto, do ensino, de práticas e da celebração de ritos.

2. A liberdade de manifestar a sua religião ou convicções, individual ou colectivamente, não pode ser objecto de outras restrições senão as que, previstas na lei, constituírem disposições necessárias, numa sociedade democrática, à segurança pública, à protecção da ordem, da saúde e moral públicas, ou à protecção dos direitos e liberdades de outrem.

Bem como a Convenção Americana de Direitos Humanos (1969):

Artigo 12. Liberdade de consciência e de religião

1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e de religião. Esse direito implica a liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças, bem como a liberdade de professar e divulgar sua religião ou suas crenças, individual ou coletivamente, tanto em público como em privado.

2. Ninguém pode ser objeto de medidas restritivas que possam limitar sua liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças.

3. A liberdade de manifestar a própria religião e as próprias crenças está sujeita unicamente às limitações prescritas pela lei e que sejam necessárias para

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proteger a segurança, a ordem, a saúde ou a moral públicas ou os direitos ou liberdades das demais pessoas.

4. Os pais, e quando for o caso os tutores, têm direito a que seus filhos ou pupilos recebam a educação religiosa e moral que esteja acorde com suas próprias convicções.

Ainda, em 1981 foi proclamada a Declaração sobre a Eliminação de Todas as Formas de Intolerância e Discriminação Fundadas na Religião ou nas Convicções (Resolução 36/55 AG-ONU) que em seus considerandos reconhece a gravidade da intolerância religiosa:

CONSIDERANDO que o desprezo e a violação dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, em particular o direito a liberdade de pensamento, de consciência, de religião ou de qualquer convicção, causaram direta ou indiretamente guerras e grandes sofrimentos à humanidade, especialmente nos casos em que sirvam de meio de intromissão estrangeira nos assuntos internos de outros Estados e são o mesmo que instigar o ódio entre os povos e as nações.

O Pacto e as Convenções são muito semelhantes em seus textos, procurando assegurar a liberdade religiosa para todos os cidadãos, prevendo ainda a liberdade de mudança de crenças, bem como a não limitação arbitraria ao indivíduo de expressar sua fé. Todos os documentos servem como diretriz para que os Estados assegurem esses dispositivos mínimos e, como objetivo geral dos Direitos Humanos, expandam as garantias e proteção sempre que possível.

Ao ter contato com todos esses documentos, fica nítida a construção de normas internacionais que visem a paz e a segurança mundial, e que, acreditam que assegurar a liberdade religiosa é um meio de evitar muitos conflitos.

5.3 A intolerância religiosa no Brasil

A colonização brasileira é marcada pelo genocídio indígena, catequização forçada da população não dizimada e, ainda, proibição e perseguição aos cultos de matriz africana quando do período da escravidão (LOPES, 2008; LEITE, TAVARES NETO, 2016). Todos esses fatores demonstram que a fundação do país se fez com base na intolerância religiosa, e essas posturas, que tinham apoio estatal, reverberam até os dias atuais.

Segundo os dados divulgados em 2020 pelo Disque 100 (BRASIL, 2020),

vinculados ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, até o primeiro semestre

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de 2019, houve mais de trezentas denúncias sobre casos de discriminação religiosa, sendo os dados separados por crenças: de matrizes africanas 61, espirita e kardecista 18, católico 12, budista 2, ateu 1, testemunha de jeová 12, evangélica cristã 11. A maioria das denúncias (233) não especificou a qual religião pertencem. Há indícios de que esses números sejam ainda maiores, pois, muitas vezes, as vítimas não adotam providências para responsabilizar os agressores. Isso demonstra que, em pleno século XXI, ainda se faz necessário combater a intolerância religiosa para que uma conduta tão danosa à sociedade não reste ilesa e incentivada.

Olhando para o histórico mundial, e verificando o quanto a intolerância religiosa tem o potencial de gerar conflitos, guerras e divisões, a exemplo do choque entre o Islã e a Europa atualmente, o Brasil precisa adotar medidas, principalmente educativas, para assegurar a liberdade religiosa de todos os seus cidadãos.

5.4 Legislação brasileira de combate à intolerância religiosa

Além de programas educacionais e políticas públicas, um país demonstra como lida com determinada conduta por meio de sua legislação sobre o tema. Desse modo, no Brasil, a garantia e a proteção a religião e suas liturgias está prevista na Constituição Federal, nos incisos VI, VIII e VIII do art. 5º:

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

Já o Código Penal dispõe em seu art. 140 a tipificação do crime de injúria e traz como um dos agravantes, no §3º, a injúria ter como elemento a religião, acrescentado pela Lei 10.741/03:

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:

Pena - reclusão de um a três anos e multa.

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No título dedicado ao sentimento religioso, há um único dispositivo, cuja pena fixada é branda, sendo considerada, dentro do sistema penal, crime de menor potencial ofensivo:

TÍTULO V

DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS

CAPÍTULO I

DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO

Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo

Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.

Na Lei nº 7.716/89, o art. 1º, diz respeito aos crimes resultantes de preconceito de raça e de cor, e apenas em 1997 foi dada nova redação a ela, acrescentando-se como bens jurídicos tutelados a etnia, a religião e a procedência nacional. No art. 20, há a única tipificação que envolve a questão religiosa:

Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

Pena: reclusão de um a três anos e multa [...]

§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza:

Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa

Após a análise da legislação vigente, percebe-se que no Brasil a intolerância religiosa não costuma ser motivo para agravamento de penas, tampouco recebe adequada atenção dentro do ordenamento jurídico, pois ainda há lacunas na legislação.

Por exemplo, se o ato cometido contra espaços e objetos religiosos não for feito publicamente, a tipificação não será a do art. 208 do Código Penal mas, sim, como crime de dano ou comumente chamado de “vandalismo”, previsto no Art. 163, “Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.”

Com isso, verifica-se que, mesmo com o aumento de denúncias, as queixas

levadas aos órgãos competentes não possuem base jurídica suficiente a levar à punição

dos infratores, os quais, quando muito, se encaixam na transação penal, prevista na Lei

9.099/95, que resulta em medidas restritivas de direito, ou seja, aplicação de pequenas

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multas, prestação de serviço à comunidade, comparecimento periódico em juízo. Além disso, tal benefício faz com que nada conste como antecedente criminal, sendo, portanto, ineficiente para desencorajar, combater ou punir condutas de intolerância religiosa.

6. RESULTADOS

Conforme o levantamento e análise das informações históricas e da construção de normas internacionais, é possível constatar um maior nível de conscientização da sociedade internacional no século XX sobre a importância de se assegurar a liberdade religiosa e, ao reconhecer nos considerandos da Declaração sobre a Eliminação de Todas as Formas de Intolerância e Discriminação Fundadas na Religião ou nas Convicções o efeito danoso que a intolerância produz, se avança mais um passo rumo a almejada paz mundial e expansão dos Direitos Humanos.

Por meios dos dados governamentais brasileiros é possível constatar que apesar do número razoável de denúncias feitas apenas no primeiro semestre de 2019, a maioria não informa a que religião ou crença pertence, não há dados sobre qual foi a conduta praticada e, principalmente, dado a falta de divulgação para a população sobre o funcionamento do canal de denúncias Disque 100, resta bastante comprometido o alcance dessas denúncias em relação à realidade da sociedade brasileira. Além disso, outro resultado obtido foi em relação a legislação vigente, na qual foi possível verificar a falta de efetividade e garantia ao direito fundamental de liberdade religiosa e de crença e pela falta de dispositivos legais que efetivamente combatem a intolerância religiosa no país.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A sociedade internacional, por sua própria história de guerras e conflitos

reconhece a importância da liberdade religiosa para os fins de paz mundial e segurança

internacional e através do tempo construiu normas a fim de que os Estados se

comprometessem de forma ativa a combater a intolerância e assegurar aos seus

cidadãos que possam se expressar de forma livre e segura, sem perseguições e

discriminações. Porém, para que tais direitos sejam de fato efetivados, é preciso que os

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Estados criem normas compatíveis com suas realidades e procurem ser assertivos quanto as tipificações e penas considerando a gravidade da conduta.

O Brasil, apesar de seu histórico de intolerância religiosa, não parece se preocupar com uma reparação histórica, não possui programas escolares que incentivem o respeito a crença alheia, não apresenta campanhas nacionais para que os canais de denúncia, como o referido Disque 100 seja conhecido e utilizado pela população e, após a ocorrência de uma conduta discriminatória ou danosa, não possui meios legais de punir o infrator, a ponto de utilizar um instituto despenalizador, como a mencionada transação penal, tornar ainda mais leve a punição.

A história mostra que, o etnocentrismo desenfreado, a discriminação e a intolerância têm efeito gravíssimo dentro de uma sociedade, podendo causar guerras civis, tomadas de poder, entre outros, quando as tensões e ataques aumentam. Por isso, além da necessidade de políticas públicas voltadas para a educação, conhecimento e tolerância, se faz necessário a criação de novos tipos penais, ou agravantes, para que as condutas que visem o desrespeito e destruição da fé alheia possam ser judicialmente respondidas, além de, claro, um endurecimento das penas, para que não ocorra sobre a população um desestimula a queixa, com a impressão de que esse tipo de ação “não dá em nada”.

8. FONTES CONSULTADAS

BRASIL, GOVERNO FEDERAL. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Balanço Geral 2011 ao 1º semestre de 2019 – Discriminação Racial. 2020.

Disponível em: < https://www.gov.br/mdh/pt-br/acesso-a-informacao/ouvidoria/balanco- disque-100> Acesso em: 21/09/2020.

JESUS, Diego Santos Vieira de. O baile do monstro: o mito da paz de Vestfália na história das relações internacionais modernas. Revista História. Vol. 29. N.2. Franca,

dez/2010. Disponível em:

<https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742010000200012>

Acessado em: 23/09/2020.

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LEITE, Carla Vladiane Alves; TAVARES NETO, José Querino. O genocídio indígena e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos: uma análise da influência e efetividade na proteção de direitos dos povos indígenas no Brasil. CONPEDI LAW REVIEW. Uruguai. v.2, n.4, p. 90-103, jul/dez.2016. Disponível em:

<https://indexlaw.org/index.php/conpedireview/article/view/3655/3155> Acesso em:

20/09/2020.

LOPES, Ana Maria D’Ávilla. Desafios e perspectivas dos direitos das minorias no século XXI. Revista do Curso de Mestrado em Direito da UFC. 2008/2.

RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos. São Paulo: Saraiva, 2014.

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