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Radiol Bras vol.39 número3

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Academic year: 2018

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Radiol Bras 2006;39(3):V–VI

QUAL O SEU DIAGNÓSTICO?

Felipe Ferreira de Souza1, Marcelo Bordalo Rodrigues2

1. Médico Residente do 3º ano de Radiologia do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. 2. Médico Diretor do Serviço de Radiologia do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Endereço para corres-pondência: Dr. Marcelo Bordalo Rodrigues. Avenida Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 255, Cerqueira César. São Paulo, SP, 05043-001. E-mail: mbordalo@uol.com.br

Paciente do sexo masculino, 18 anos de idade, com queixa de dor no joelho esquerdo há quatro meses, sem história de trauma.

Figura 6. Ressonância magnética do joelho esquer-do, imagem sagital ponderada predominantemente em T1, com saturação de gordura, obtida após a administração endovenosa do contraste paramag-nético (gadolínio).

Figura 7. Ressonância magnética do joelho esquer-do, imagem coronal ponderada predominantemente em T1, com saturação de gordura, obtida após a administração endovenosa do contraste paramag-nético (gadolínio).

Figura 1. Radiografia simples em perfil do joelho esquerdo.

Figura 2. Tomografia computadorizada do joelho es-querdo, reformatação sagital.

Figura 3. Ressonância magnética do joelho esquer-do, imagem coronal ponderada predominantemente em T1, sem saturação de gordura.

Figura 4. Ressonância magnética do joelho esquer-do, imagem sagital ponderada predominantemente em T2, com saturação de gordura.

Figura 5. Ressonância magnética do joelho esquer-do, imagem axial ponderada predominantemente em T2, com saturação de gordura.

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VI Radiol Bras 2006;39(3):V–VI Descrição das imagens

Figura 1: Lesão lítica arredondada epi-fisária proximal da tíbia, de contornos bem definidos e regulares, sem esclerose ao seu redor, notando-se calcificação central grosseira.

Figura 2: Lesão lítica arredondada epi-fisária proximal da tíbia, de contornos bem definidos e regulares, sem esclerose ao seu redor, notando-se calcificação central grosseira. Observa-se rotura da cortical e extensão articular.

Figura 3: Imagem lítica arredondada epifisária proximal apresentando baixo sinal, margens bem definidas e calcifica-ção no seu interior.

Figura 4: A lesão apresenta intenso edema da medula óssea ao seu redor e alto sinal no seu interior, com a calcifica-ção central apresentando baixo sinal.

Figura 5: A lesão apresenta intenso edema da medula óssea ao seu redor e alto sinal no seu interior, com a calcifica-ção central apresentando baixo sinal. Há espessamento e hipersinal periosteal ad-jacente.

Figuras 6 e 7: A lesão apresenta realce no seu interior, tratando-se de uma ma-triz sólida. O edema da medula óssea tam-bém apresentou realce importante. Tam-bém se observa leve realce sinovial, in-dicando sinovite.

Diagnóstico: Condroblastoma.

COMENTÁRIOS

Condroblastoma é um raro tumor car-tilaginoso que caracteristicamente se ori-gina na epífise de ossos longos, princi-palmente em pacientes jovens, represen-tando menos de 1% de todas as neopla-sias ósseas(1,2).

Esses tumores acometem principal-mente pessoas entre 10–30 anos de ida-de, sendo que há relatos em indivíduos na faixa etária de 3–73 anos (90% ocor-rem entre 5–25 anos).

A localização mais comum é no mem-bro inferior (72% dos casos), e 50%

ocor-rem ao redor do joelho. Estudos mostram números semelhantes em casos localiza-dos no fêmur distal, tíbia proximal e úmero proximal (20% cada). O restante origina-se de ossos planos e pequenos ossos tu-bulares das mãos e dos pés(2).

O quadro clínico é bastante inespecí-fico e inclui dor local, inchaço e rubor muscular. Derrame articular pode estar presente.

Os condroblastomas quase sempre se iniciam ou estão centrados na epífise (mais de 95% dos casos). No entanto, de acordo com o aumento da lesão, podere-mos ter extensão para a metáfise, obser-vando-se irregularidades endosteais, re-modelamento da cortical óssea adjacente e reação periosteal. A reação periosteal, que ocorre em 15–30% das vezes, pode ser sólida ou lamelada, mas nunca de forma agressiva, por exemplo, em raios de sol ou triângulo de Codman(3).

Na avaliação por imagem dos condro-blastomas, o raio-X demonstra lesão ra-dioluzente — 40% são uniformemente radioluzentes e 60% apresentam aspecto moteado devido a matriz condróide, cal-cificações amorfas e septações peri-féricas —, ovalada, geográfica, com mar-gens bem delimitadas, localizadas excen-tricamente nas epífises de ossos longos, principalmente fêmur distal, tíbia proxi-mal e úmero proxiproxi-mal.

Tais lesões medem de 1–4 cm de diâ-metro, embora haja relatos de lesões com 13 cm(1,2,4).

A tomografia computadorizada (TC) demonstra melhor a matriz tumoral, ero-sões corticais e possíveis extenero-sões do tumor para partes moles, sendo bastante utilizada na avaliação de lesões agressi-vas e recorrentes.

Já a ressonância magnética (RM) for-nece informações importantes da locali-zação tumoral, extensão para metáfise e partes moles adjacentes. Os condroblas-tomas apresentam hipossinal nas ima-gens ponderadas em T1 e sinal variável nas imagens ponderadas em T2, sendo

usualmente observado anel periférico de marcado hipossinal em T2 em todas as seqüências. Centralmente, notam-se fo-cos de hipossinal nas imagens pondera-das em T2, decorrentes da abundante presença de matriz codróide imatura, condroblastos, calcificações e depósito de hemossiderina no interior da lesão. Assim como na TC, a RM pode mostrar nível líquido.

A maioria dos condroblastomas está associada a alterações importantes do sinal da medula óssea e de partes moles adjacentes, que, além de edemaciadas, apresentam realce intenso e homogêneo pelo meio de contrate paramagnético(1). Tal realce normalmente é maior que o do próprio tumor, sendo que alguns autores observaram que este aspecto também ocorre em outros tumores benignos com características agressivas, como osteoma osteóide e histiocitose de células de Lan-gerhans.

O diagnóstico dos condroblastomas é feito por meio de biópsia cirúrgica, e o tratamento preconizado é a curetagem cirúrgica estendida com a colocação de enxerto ósseo. Há recorrência de cerca de 25%, sendo mais freqüente em pacientes com fise de crescimento aberta, lesões maiores que 3,7 cm e quando localizadas no fêmur proximal e pelve.

Dentre os diagnósticos diferenciais destacam-se o condrossarcoma, o granu-loma eosinofílico, o tumor de células gi-gantes e a histiocitose de células de Lan-gerhans(1).

REFERÊNCIAS

1. Ecklund K, Jaramillo D, Buonomo C. Pediatric case of the day. Chondroblastoma. RadioGraphics 1996;16:979–982.

2. Bloem JL, Mulder JD. Chondroblastoma: a clini-cal and radiologiclini-cal study of 104 cases. Skeletal Radiol 1985;14:1–9.

3. Jee WH, Park YK, McCauley TR, et al. Chon-droblastoma: MR characteristics with pathologic correlation. J Comput Assist Tomogr 1999;23: 721–726.

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