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Arq. Bras. Cardiol. vol.82 número6

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Academic year: 2018

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Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 8 2 , Nº 6 , Junho 2 0 0 4

567

Correlação Clínico-Radiográf ica

Caso 6/ 2004 – Lactente de 14 meses com tetralogia de Fallot e com discreto

hiperfluxo pulmonar. Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FM USP

Edmar At ik

São Paulo, SP

Editor da Seção: Edmar Atik

Correspondência: Edmar Atik - InCor - Av. Dr. Eneas de Carvalho Aguiar, 4 4 Cep 0 5 4 0 3 -0 0 0 - São Paulo, SP - E-mail: conatik@ incor.usp.br

Dados clínicos - Em lactente com 1 4 meses de idade, do sexo masculino, e de cor branca, sopro cardíaco foi auscultado de rotina com 3 0 dias de vida. O diagnóstico inicial fora de comuni-cação interventricular de moderada repercussão por características do sopro sistólico, acompanhado de frêmito, sobrecarga biventri-cular no eletrocardiogram a e tram a vasbiventri-cular pulm onar e área cardíaca aumentadas na radiografia de tórax. Na evolução com 6 meses de idade o desaparecimento do frêmito e a sobrecarga ventricular direita no eletrocardiograma orientaram ao diagnóstico de estenose pulmonar infundibular associada. Cianose ao choro aos 8 meses, progressiva até os 1 4 meses, crise de hipóxia e irritabilidade motivaram à indicação operatória corretiva. Ao exame físico apresentava-se em bom estado geral, cianótico + + , eupnéico e com pulsos normais. A pressão arterial era de 9 0 /6 0 mmHg, a freqüência cardíaca de 1 2 0 bpm, o peso de 8 ,6 kg, a altura de 7 3 ,5 cm e a saturação de oxigênio 7 0 %. A aorta não foi palpada na fúrcula. No precórdio não havia deformidades ou impulsões e o

ictus cordis não era palpado. As bulhas eram hiperfonéticas, sendo a 2a bulha mais acentuada na área tricúspide que pulmonar. Havia

sopro sistólico + /+ + , de ejeção, suave, no 3o, 2o e 4o espaços

intercostais esquerdos. O fígado não era palpado.

O eletrocardiograma mostrou ritmo sinusal e sinais de sobre-carga ventricular direita com onda R em V1 de 2 3 mm e complexo rS em V6 . A onda T era positiva em V1 , mas menos positiva que em V6 . A onda P tinha 3 mm de amplitude em D2 , indicativa de sobrecarga atrial direita. SÂP: + 6 0o, SÂQRS: + 1 4 0o, SÂT: + 5 0o.

Imagem radiográfica - Mostra área cardíaca normal com ponta cardíaca elevada, arco médio retificado, arco aórtico à direita e trama vascular pulmonar algo aumentada nas regiões hilares di-minuindo na periferia, até para os lobos inferiores (fig.1 ).

Impressão diagnóstica - A imagem orienta para o diagnóstico da tetralogia de Fallot, dada a morfologia cardíaca característica, ainda mais apresentando o arco aórtico desviado à direita e com o arco médio retificado. A trama pulmonar aumentada pode correspon-der à presença de situação hemodinâmica prévia de hiperfluxo pul-monar, antes do agravamento da estenose pulmonar infundibular.

Diagnóstico diferencial - Associação da tetralogia de Fallot com

outras anomalias que aumentem o fluxo pulmonar devem ser lembra-das como a agenesia valvar pulmonar, vasos colaterais sistêmico-pulmonares ou mesmo o canal arterial. Ainda mais, outras anoma-lias que se acompanhem da comunicação interventricular e da estenose pulmonar como na atresia tricúspide, ventrículo único, atresia pulmonar, atresia mitral, devem também ser lembradas.

Confirmação diagnóstica - Os elementos clínicos eram ca-racterísticos para, facilmente, estabelecer o diagnóstico da tetra-logia de Fallot. O ecocardiograma mostrou os elementos que ca-racterizam esse diagnóstico, como a comunicação interventricular perimembranosa, a estenose pulmonar infundibular por desvio do septo infundibular e a dextroposição da aorta cavalgando o septo ventricular. As artérias pulmonares tinham diâmetros de 8 mm. O cateterismo cardíaco mostrou pressões sistêmicas em ventrículo direito, discreta dextroposição da aorta, estenose pulmonar infun-dibular acentuada e artérias pulmonares de bom calibre. A aorta dilatada tinha arco à direita.

Conduta - Á operação, o anel pulmonar era bom e não foi ampliado. A estenose infundibular foi ressecada e a comunicação interventricular fechada com boa evolução clínica. Não houve demonstração posterior de defeitos residuais.

Imagem

Fig. 1  - Radiografia de tórax mostra a forma característica encontrada na tetralogia de Fallot, mas com acentuação da trama vascular pulmonar nas regiões hilares e arco médio retificado.

Referências

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