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Número: Data Autuação: 08/03/2016

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Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região - 1º Grau PJe - Processo Judicial Eletrônico

Consulta Processual

23/05/2017

Número: 0024365-50.2016.5.24.0007

Data Autuação: 08/03/2016

Classe: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO

Valor da causa: R$ 40.000,00

Partes

Tipo Nome

AUTOR ROBSON SANTOS MEDRADO - CPF: 021.932.681-93

ADVOGADO CORINI ADRIANA MALJAARS - OAB: MS18760

RÉU DIPALMA COMERCIO DISTRIBUICAO E LOGISTICA DE PRODUTOS ALIMENTICIOS LTDA.

- CNPJ: 07.721.579/0001-20

ADVOGADO Elton Luis Nasser de Mello - OAB: MS5123 Documentos

Id. Data de Juntada Documento Tipo

dcd84 15

08/03/2016 11:34 Petição Inicial Petição Inicial

513b6 1a

08/07/2016 14:41 contestação Contestação

b75f7 74

17/08/2016 16:04 Impugnação Manifestação

c0e25 1e

11/05/2017 20:38 Ata da Audiência Ata da Audiência

(2)

Rua José Garcia Veloso, 828 – Zé Pereira, Campo Grande, MS – CEP 79107-422 – Tel. (67) 9134-1726/(67) 9255-7707

EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA __ª VARA DO TRABALHO DE CAMPO GRANDE-MS.

ROBSON SANTOS MEDRADO, brasileiro, casado, auxiliar administrativo, CPF n°021.932.681-93, residente nesta cidade na Rua Rodolfo Garcia, nº 58, Bairro Universitário, CEP nº 79.071-312, vem por sua advogada que esta assina digitalmente propor:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Em face de DIPALMA COMERCIO DISTRIBUICAO E LOGISTICA DE PRODUTOS ALIMENTICIOS LTDA., com sede nesta cidade na Rodovia BR 163, nº 7389, Bairro Cidade Morena, CEP nº 79.060-000, CNPJ nº 07.721.579- 0004-73, estribado nas razões de fato e de direito que a seguir passa a articular:

ID. dcd8415 - Pág. 1

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CORINI ADRIANA MALJAARS

https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16030811083520600000004812363 Número do documento: 16030811083520600000004812363

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I. DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA

Nos termos do art. 14, parágrafo 1° da Lei 5.585/1970, das Leis 1.060/1950 e 7.115/1983, bem como do art. 790, parágrafo 3° da CLT, o reclamante declara para os devidos fins e sob pena da Lei, ser pobre, encontrando-se desempregado e não tendo como arcar com o pagamento de custas e demais despesas processuais sem o prejuízo de seu sustento, pelo que requer os benefícios da justiça gratuita.

II. CONTRATO DE TRABALHO.

O autor foi admitido em 16.06.2010 exercendo por último a função de auxiliar administrativo.

Foi demitido em 16.02.2016. O reclamante pleiteia reversão da demissão por justa causa para dispensa sem justa causa por não terem sido preenchidos os requisitos do art. 482 da CLT.

A última remuneração recebida pelo autor foi no valor de R$ 1.549,95, por mês.

III. REVERSÃO EM JUÍZO PARA DISPENSA SEM JUSTA CAUSA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.

Conforme minuciado, o autor foi demitido por justa causa em 16.02.2016.

No dia 08.02.2016 ao chegar para laborar o autor fora surpreendido ao receber uma notificação, informando que este seria afastado de suas atividades pelo período de oito dias, com o intuito de averiguação de irregularidades em recibos emitidos.

Ao retornar ao trabalho no dia 16.02.2016 recebeu notificação de sua demissão por justa causa, com a justificativa de desviar valores referentes à descarga de mercadorias.

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Em momento algum o autor fora informado do andamento de suposta investigação e no momento da dispensa, não fora demonstrado quais supostos valores foram desviados, nem quando isso ocorreu, ou seja, o autor fora demitido “às cegas”.

Sabe-se que a mais grave das penas aplicáveis ao trabalhador é a dispensa por justa causa. Enfocada por diversos preceitos celetistas, a penalidade conduz à extinção do contrato sob ônus do trabalhador faltoso. Com isso, a pena não somente autoriza o descumprimento do princípio trabalhista geral da continuidade da relação de emprego, como extingue o pacto, negando ao trabalhador quaisquer verbas rescisórias previstas em outras modalidades de rompimento do contrato.

Segundo orientação de Amauri Mascaro do Nascimento, é necessário que haja uma gradação nas penalidades antes da aplicação da justa causa, como por exemplo, a advertência, a suspensão e somente após a demissão por justa causa, o que não ocorreu no caso em tela.

Como medida excepcional que é, a dispensa do empregado por justa causa deve ter lastro probatório seguro, a cargo do empregador, a fim de comprovar a prática de ato grave por parte do obreiro, que torne impraticável a continuidade do vínculo de emprego, com a quebra definitiva da fidúcia que deve nortear o liame empregatício.

In casu, a tese empresária é de que o reclamante foi dispensado por justa causa por motivo de desviar valores referente a descarga de mercadorias. Todavia, o conjunto probatório não permite concluir com segurança que o autor tenha desviado de qualquer valor.

Desta maneira, a aplicação da justa causa foi arbitrária, pois, não foi devidamente fundamentada e não foi feita de forma criteriosa, pois a ré sequer apontou de forma objetiva o enquadramento da justa causa nos itens do artigo 482, da CLT.

Assim, deverá ser desconsiderada a dispensa por justa causa, reconhecendo-se a dispensa imotivada, com o pagamento das verbas correspondentes, inclusive, o aviso prévio com integração no tempo de serviço (OJ SBDI nº 82 do TST), diante da inexistência da prática da conduta elencada no artigo 482, da CLT.

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A ré não expediu carta de recomendação ao autor, sendo que tal documento é vital para a continuidade de sua vida profissional.

O afastamento por justa causa trouxe repercussão negativa na vida pessoal e, em consequência, na esfera íntima do reclamante. O dano moral evidenciado, no caso, não resultou propriamente do uso do poder disciplinar pela reclamada na aplicação da justa causa, mas na exacerbação desse poder de que derivaram danos à imagem, à honra e à dignidade do reclamante.

A forma como se deu a rescisão do contrato de trabalho, causou ao reclamante sofrimento, humilhação e constrangimento, pois foi injustamente taxado com empregado negligente e irresponsável, que reiteradamente faltava ao trabalho.

Ressalte-se que pelo fato de ter sido dispensado por justa causa, ficou impedido de levantar os depósitos do FGTS e receber o seguro desemprego, além de perder algumas verbas rescisórias.

Diante dos requisitos da obrigação de indenizar presentes no caso em tela, diga-se, o ato ilícito da reclamada, o dano moral experimentado pelo reclamante (danum in re ipsa) e o nexo de causalidade entre a conduta e o dano, e com fundamento nos artigos 186 e 927 do CCB e no artigo 5º, inciso V, da CF/88, deverá a reclamada ser condenada a reparar o dano moral causado ao reclamante.

IV. DA MULTA DO ARTIGO 477, § 8º DA CLT.

Afastada a dispensa por justa causa e, por consequência, reconhecida a dispensa imotivada e deferidas as verbas rescisórias, deverá a reclamada ser condenada ao pagamento da multa prevista no artigo 477, § 8º, da CLT.

Sobre tema, é o entendimento do TST:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO – MULTA DO ART. 477, §8º, DA CLT – REVERSÃO JUDICIAL DA DISPENSA POR JUSTA CAUSA – A multa prevista no artigo 477, § 8º, da CLT é devida ainda que as verbas rescisórias sejam deferidas em juízo. Precedentes. Agravo de Instrumento a que se

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nega provimento.” (TST – AIRR 440-21.2012.5.15.0070 – Rel. Min. João Pedro Silvestrin – DJe 05.11.2013 – p. 407)

V. ACÚMULO DE FUNÇÃO.

O autor exercia a função de auxiliar administrativo. Nesta função, era responsável pelo lançamento de notas e recibos de carga e descarga de mercadorias da ré e lançamento destas no sistema.

Todavia, o autor acumulava as funções de auxiliar financeiro e balancistas, funções estas diversas da que fora contratado.

O art. 468 da CLT aduz:

Art. 468 – Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

É evidente que uma sobrecarga de trabalho foi imposta ao reclamante, havendo assim, uma alteração unilateral prejudicial ao empregado.

Desta maneira, exercendo o empregado dupla atividade de forma simultânea, a empresa fica desobrigada de contratar novo empregado, gerando assim prejuízos não só de ordem financeira ao empregado, mas também de origem orgânica.

É o entendimento do TST:

Ementa: RECURSO DE REVISTA - 1. ACÚMULO DE FUNÇÃO.

“O Tribunal Regional, soberano na análise do conjunto fático-probatório, concluiu que incide, na hipótese, o princípio da equivalência salarial, segundo o qual se preserva o caráter sinalagmático do contrato de trabalho. Se as tarefas ou as responsabilidades do empregado são ampliadas de tal forma a violar o equilíbrio havido entre as partes, deve o julgador restabelecê-lo mediante a elevação do valor do salário- e que deve ser -acrescido à condenação o pagamento

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de acréscimo salarial equivalente a 10% do salário do autor, a partir de outubro de 2010, data em que, por certo, passou a cumular as funções de instalador e encarregado, conforme prova testemunhal-. Assim, para se chegar a conclusão contrária, seria necessário o revolvimento dos fatos e da prova, o que é vedado nesta esfera extraordinária, nos termos da Súmula nº 126 do TST. Ora, exercendo o empregado dupla atividade de forma simultânea, a empresa viu-se desobrigada de contratar novo empregado, gerando assim prejuízos não só de ordem financeira ao empregado, mas também de origem orgânica. Indo mais além, a conduta da empresa lesa inclusive a coletividade como um todo, pois os encargos sociais deveriam ser recolhidos com base em dois contratos e não apenas sobre o do autor. A formalização do contrato de emprego depende do ajuste de vontade das partes, pelo que, o que for pactuado, tem caráter de imutabilidade, ressalvando-se a alteração permitida por mútuo consentimento, desde que a modificação do contrato, é claro, não resulte em prejuízos diretos ou indiretos ao empregado segundo o disposto no art. 468 da CLT . Com efeito, o reclamante teve o seu contrato modificado apenas ao alvedrio do empregador, que lhe atribuiu uma carga maior de trabalho sem a devida contraprestação salarial, reputando-se tal alteração em desequilíbrio à natureza comutativa e onerosa decorrente da relação de emprego. Exsurge desta forma, o direito do autor em receber as diferenças salariais advindas do acúmulo de funções a que foi obrigado pela reclamada. Recurso de revista não conhecido.” (RR 4677320115050019 – Relator: Valdir Florindo. Data de publicação: 22/11/2013) (destacamos)

Assim, o autor faz jus ao “plus” salarial, como modo de restabelecer o caráter sinalagmático do pacto laboral, consistente na reciprocidade e no equilíbrio das obrigações contratuais entre empregado e empregador.

VI. JORNADA EXTRAORDINÁRIA DE TRABALHO.

Inicialmente, cumpre informar que a ré possui mais de 10 empregados em seu quadro, motivo pelo qual deve ser invertido o ônus da jornada de trabalho realizada pelo autor, conforme S.338 TST.

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O autor laborava de segunda-feira a sexta-feira das 07h00min às 18h45min/19h00min.

O reclamante usufruía de intervalo intrajornada de 1h10min.

Não laborou aos sábados, domingos e feriados.

Como exposto anteriormente, o autor realizava diariamente horas extras. A prestação habitual de horas extras descaracteriza o acordo de compensação de jornada de trabalho, conforme previsão da S. 85 do TST.

VII. MULTA POR INFRAÇÃO À CCT.

A ré descumpriu as cláusulas 12ª, 14ª, 36ª, 37ª e 44ª da CCT, sendo devido o pagamento da multa estatuída na cláusula 61ª.

VIII. DA INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

A reparação dos danos causados pela ré à autora deve ser levada a efeito na sua maior amplitude possível, inclusive no que toca aos honorários advocatícios que o obreiro ajustou com suas patronas para promover a lide e assegurar os seus direitos, como expressamente determinam os artigos 389 e 404 do Código Civil.

Não obstante a possibilidade de postular em juízo sem a assistência de advogado, devido ao princípio do jus postulandi, admitido na Justiça do Trabalho, é certo que a busca da tutela jurisdicional sem o apoio do advogado, não raro, torna ineficaz a busca pelos direitos violados e fraudados pela ré.

Nesse sentido, o Enunciado nº 53 da 1ª Jornada de Direito Material e Processual na Justiça do Trabalho:

“ENUNCIADO 53, ANAMATRA. REPARAÇÃO DE DANOS - HONORÁRIOS CONTRATUAIS DE ADVOGADO. Os artigos 389 e 404 do Código Civil autorizam o Juiz do Trabalho a condenar o

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vencido em honorários contratuais de advogado, a fim de assegurar ao vencedor a inteira reparação do dano”.

IX. DEVOLUÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA E ASSISTENCIAL.

A ré efetuou os descontos da contribuição confederativa e assistencial do autor sem sua autorização legal para tal.

Frise-se que o autor não assinou qualquer termo de filiação a qualquer sindicato, motivo este que requer a devolução de todos os descontos realizados em seu salário a tais títulos.

Ademais, cláusulas da CCT que obriguem ao desconto a título de taxa para custeio do sistema confederativo, sindical ou constitucional, é nula de pleno direito, em face de ofensa ao preceito constitucional que assegura o direito de livre associação e sindicalização, conforme já definido pela Res. 82 do TST., pelo precedente normativo 199 do TST, que os empregados que não são sindicalizados, não estão obrigados à contribuição confederativa ou assistencial.

Em que pese à existência desta cláusula nas convenções coletivas a mesma é inválida, sobretudo quando há estipulação abrangendo todos os integrantes da categoria, não assegurando o direito de oposição ou quando assegurado, a fazendo de forma mais onerosa possível, haja vista a necessidade de protocolização da carta oposicionista de forma individualizada pelo trabalhador dentro de certo prazo.

A falta de autorização expressa para tais descontos torna os descontos ilícitos. Assim, a autora não compareceu a qualquer sindicato, bem como nunca filiou-se, não concordando com tais descontos.

A contribuição confederativa tem por objetivo precípuo o custeio do sistema confederativo, do qual são integrantes os sindicatos, federações e confederações, tanto da categoria profissional (trabalhadores) como da econômica (empregadores), sendo fixada por assembleia geral com base legal no art. 8º, IV, da Constituição.

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O artigo. 545 da CLT aduz:

Art. 545. Os empregadores ficam obrigados a descontar, na folha de pagamento dos seus empregados, desde que por eles devidamente autorizados, as contribuições devidas ao sindicato, quando por este notificados, salvo quanto à contribuição sindical cujo desconto independe dessas formalidades. (grifo nosso)

Verifica-se que primeiramente não há estipulação de prazo para a oposição, mas somente para o repasse do valor descontado e, por segundo, pela necessidade da anuência expressa do empregado autorizando o desconto, nada mencionando quanto à autorização tácita.

Ademais, o artigo 8º, V da CF, serve de base inclusive para solidificar o posicionamento dos Tribunais Superiores, conforme Precedente Normativo nº 119 do TST, OJ 17 da SDC e Súmula 666 do STF, a saber:

Contribuições Sindicais – Inobservância de Preceitos Constitucionais. "A Constituição da República, em seus arts. 5º, XX e 8º, V, assegura o direito de livre associação e sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de liberdade cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa estabelecendo contribuição em favor de entidade sindical a título de taxa para custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento ou fortalecimento sindical e outras da mesma espécie, obrigando trabalhadores não sindicalizados.

Sendo nulas as estipulações que inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores irregularmente descontados."

OJ-SDC-17 Contribuições para Entidades Sindicais. Inconstitucionalidade de sua Extensão a não associados. Inserida em 25.05.1998 As cláusulas coletivas que estabeleçam contribuição em favor de entidade sindical, a qualquer título, obrigando trabalhadores não sindicalizados, são ofensivas ao direito de livre associação e sindicalização, constitucionalmente assegurado, e, portanto, nulas, sendo passíveis de devolução, por via própria, os respectivos valores eventualmente descontados.

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STF Súmula nº 666 - Contribuição Confederativa - Exigibilidade - Filiação a Sindicato Respectivo. A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.

X. ROL DE PEDIDOS:

1. Requer os benefícios da justiça gratuita, nos termos da declaração anexa.

2. Requer seja declarada a reversão da demissão por justa causa para demissão pela ré sem justa causa.

3. Requer seja a ré condenada a retificar a baixa da CTPS com a projeção do aviso prévio e ao pagamento de todas as verbas rescisórias: aviso prévio proporcional e seus efeitos, 13º salário, férias+1/3, saldo de salário, FGTS e multa rescisória, seja expedido alvará para liberação do saldo em conta, multas do art. 467 da CLT, à entrega de guias CD/SD ou o pagamento de indenização substitutiva e o FGTS sobre todas as verbas salariais deferidas nestes autos, corrigidos monetariamente (súmula 381 do TST) e com juros de 1% a.m. (artigo 883 da CLT e súmula 15 do TRT da 3ª Reg.).

4. Requer seja a ré condenada a entregar a carta de referência ao autor.

5. Requer seja a ré condenada ao pagamento de indenização pelos danos morais por todas as ofensas à honra narradas na causa de pedir do tópico III desta peça, a ser fixada pelo juízo, respeitado o teto mínimo de R$ 10.000,00.

6. Requer seja a ré condenada a pagar a multa do artigo 477 da CLT, conforme causa de pedir.

7. Requer seja declarada a alteração unilateral e prejudicial da função do autor pela ré e requer seja a ré condenada a pagar 40% do salário de auxiliar administrativo, conforme narrado na causa de pedir e seus reflexos em 13º salário, férias+1/3, aviso prévio, horas extras, RSR e todos no FGTS+40%.

8. Requer seja declarada a nulidade do sistema de compensação de jornada de trabalho, bem como de banco de horas por ventura instituída pela ré.

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9. Requer seja a ré condenada a pagar ao autor as horas trabalhadas superiores à 8ªh diária, como horas extras, ou superiores à 44ªh semanal, o que for mais benéfico, durante todo o período de trabalho, com adicional convencional e seus respectivos RSR.

10. Requer seja revertido o ônus da prova da jornada de trabalho do autor para que passe a ser da ré, nos termos da S. 338 do TST.

11. Requer seja a ré condenada a pagar os reflexos das horas extras acima pleiteadas sobre o 13º salário, férias+1/3, aviso prévio e todos no FGTS+40%.

12. Requer sejam as rés condenadas ao pagamento da multa estatuída na cláusula 61ª pela infração às cláusulas 12ª, 14ª, 36ª, 37ª e 44ª.

13. Requer seja a ré condenada a reembolsar à autora a contribuição sindical descontada em holerite.

14. Requer se proceda à notificação da ré, para que compareça à audiência a ser designada e contestar a ação, querendo, sob pena de revelia e confissão à matéria de fato, e que ao final seja JULGADA PROCEDENTE A RECLAMAÇÃO, condenando-as em todas as verbas e direitos acima pleiteados, com os devidos acréscimos de juros legais e correção monetária, custas processuais, perícias e demais cominações legais.

15. Pretende provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente pelo depoimento das rés, o que desde já requer sob pena de confesso, oitiva de testemunhas, juntada de documentos, perícias e vistorias.

DÁ –SE À CAUSA PARA FINS FISCAIS E DE ALÇADA O VALOR DE R$

40.000,00.

Nesses termos, pede deferimento.

Campo Grande-MS, 08 de março de 2016.

CORINI ADRIANA MALJAARS OAB/MS 18.760

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO TRABALHO DA 7ª. VARA DO TRABALHO DE CAMPO GRANDE - MS

DIPALMA COMÉRCIO DISTRIBUIÇÃO E LOGÍSTICA DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS LTDA., empresa já qualificada nos autos da reclamação trabalhista n. 0024365-50.2016.5.24.0007 que lhe promove ROBSON SANTOS vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar MEDRADO,

pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

CONTESTAÇÃO,

I - DA AÇÃO PROPOSTA

O reclamante ajuizou reclamação trabalhista em desfavor da reclamada, alegando em síntese que, foi admitido em 16.06.2010 exercendo por último a função de auxiliar administrativo.

ID. 513b61a - Pág. 1

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Foi dispensado sem justa causa em 16.02.2016. O reclamante pleiteia a reversão da demissão por justa causa para dispensa sem justa causa sob alegação de não terem sido preenchidos os requisitos do art. 482 da CLT.

A última remuneração recebida pelo autor foi no valor de R$1549,95.

Postula, em síntese: reversão da dispensa por justa causa em dispensa sem justa causa e consequente retificação da CTPS, pagamento de verbas rescisórias, indenização por danos morais, multa do art. 477 da CLT, plus salarial por acúmulo de função, horas extras e reflexos, multa de infração a CCT, honorários advocatícios, devolução de contribuição confederativa e assistencial.

Atribuiu à causa o valor de R$ 40.000,00.

Conforme restará evidenciado, nenhuma razão assiste a demandante.

II - PRELIMINARMENTE

PRECRIÇÃO QUINQUENAL

A reclamante ajuizou a presente reclamação trabalhista em 08.03.2016 postulando verbas que retroagem a data do início do contrato de trabalho, ou seja, 16.06.2010.

Nos termos do art. 7º, inciso XXIX da CF/1988 e art. 11, inciso I da CLT, o direito de

ação quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos para o trabalhador urbano, contados do ajuizamento da ação (súmula 308 do TST).

ID. 513b61a - Pág. 2

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: Elton Luis Nasser de Mello

https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16070814284169800000005793764 Número do documento: 16070814284169800000005793764

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Diante do exposto requer a extinção do processo com resolução do mérito quanto às

parcelas postuladas anteriores a 08.03.2011, nos termos do art. 487,inciso II do CPC/2015.

III - NO MÉRITO

CONTRATO DE TRABALHO

O reclamante foi contratado em 16.06.2010, para laborar na função de auxiliar de , foi promovido em 01.08.2010 para e por fim foi promovido em

serviços gerais auxiliar de escritório

01.08.2013 para auxiliar administrativo, ficando neste cargo até o fim do contrato de trabalho, qual seja 16.02.2016, data a qual foi dispensado por justa causa, por desvio de valores referente descarga de mercadorias.

O reclamante sempre cumpriu as atribuições para as quais fora contratado. Jamais se ativou em atividades estranhas à sua função, ficando desde logo impugnada as alegações de acúmulo de função.

Ressalte-se que foi devida a aplicação da demissão por justa causa do reclamante, não sendo devida a reversão para dispensa sem justa causa. Antes da demissão por justa causa, foi realizada uma apuração sobre os fatos praticados pelo reclamante, ou seja, ficou comprovado que o mesmo desviava de valores referente descarga de mercadorias.

O reclamante jamais se ativou em sobrejornada, sempre foi respeitada a jornada máxima diária de 08 horas e semanal de 44 horas, ficando impugnado desde já o pleito de horas extras e reflexos.

Ante o exposto, em relação às postulações da exordial, passa a reclamada a impugnar as alegações, na forma que segue:

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(16)

REVERSÃO EM JUÍZO PARA DISPENSA SEM JUSTA CAUSA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. IMPROCEDÊNCIA.

O reclamante alega que:

"Conforme minuciado, o autor foi demitido por justa causa em 16.02.2016.

No dia 08.02.2016 ao chegar para laborar o autor fora surpreendido ao receber uma notificação, informando que este seria afastado de suas atividades pelo período de oito dias, com o intuito de averiguação de irregularidades em recibos emitidos.

Ao retornar ao trabalho no dia 16.02.2016 recebeu notificação de sua demissão por justa causa, com a justificativa de desviar valores referentes à descarga de mercadorias.

Em momento algum o autor fora informado do andamento de suposta investigação e no momento da dispensa, não fora demonstrado quais supostos valores foram desviados, nem quando isso ocorreu, ou seja, o autor fora demitido "às cegas".

Sabe-se que a mais grave das penas aplicáveis ao trabalhador é a dispensa por justa causa.

Enfocada por diversos preceitos celetistas, a penalidade conduz à extinção do contrato sob ônus do trabalhador faltoso. Com isso, a pena não somente autoriza o descumprimento do princípio trabalhista geral da continuidade da relação de emprego, como extingue o pacto, negando ao trabalhador quaisquer verbas rescisórias previstas em outras modalidades de rompimento do contrato.

Segundo orientação de Amauri Mascaro do Nascimento, é necessário que haja uma gradação nas penalidades antes da aplicação da justa causa, como por exemplo, a advertência, a suspensão e somente após a demissão por justa causa, o que não ocorreu no caso em tela.

Como medida excepcional que é, a dispensa do empregado por justa causa deve ter lastro probatório seguro, a cargo do empregador, a fim de comprovar a prática de ato grave por parte do obreiro, que torne impraticável a continuidade do vínculo de emprego, com a quebra definitiva da fidúcia que deve nortear o liame empregatício.

In casu, a tese empresária é de que o reclamante foi dispensado por justa causa por motivo de desviar valores referente a descarga de mercadorias. Todavia, o conjunto probatório não permite concluir com segurança que o autor tenha desviado de qualquer valor.

Desta maneira, a aplicação da justa causa foi arbitrária, pois, não foi devidamente fundamentada e não foi feita de forma criteriosa, pois a ré sequer apontou de forma objetiva o enquadramento da justa causa nos itens do artigo 482, da CLT.

Assim, deverá ser desconsiderada a dispensa por justa causa, reconhecendo-se a dispensa imotivada, com o pagamento das verbas correspondentes, inclusive, o aviso prévio com integração no tempo de serviço (OJ SBDI nº 82 do TST), diante da inexistência da prática da conduta elencada no artigo 482, da CLT.

A ré não expediu carta de recomendação ao autor, sendo que tal documento é vital para a continuidade de sua vida profissional.

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O afastamento por justa causa trouxe repercussão negativa na vida pessoal e, em consequência, na esfera íntima do reclamante. O dano moral evidenciado, no caso, não resultou propriamente do uso do poder disciplinar pela reclamada na aplicação da justa causa, mas na exacerbação desse poder de que derivaram danos à imagem, à honra e à dignidade do reclamante.

A forma como se deu a rescisão do contrato de trabalho, causou ao reclamante sofrimento, humilhação e constrangimento, pois foi injustamente taxado com empregado negligente e irresponsável, que reiteradamente faltava ao trabalho.

Ressalte-se que pelo fato de ter sido dispensado por justa causa, ficou impedido de levantar os depósitos do FGTS e receber o seguro desemprego, além de perder algumas verbas rescisórias.

Diante dos requisitos da obrigação de indenizar presentes no caso em tela, diga-se, o ato ilícito da reclamada, o dano moral experimentado pelo reclamante (danum in re ipsa) e o nexo de causalidade entre a conduta e o dano, e com fundamento nos artigos 186 e 927 do CCB e no artigo 5º, inciso V, da CF/88, deverá a reclamada ser condenada a reparar o dano moral causado ao reclamante."

NÃO ASSISTE RAZÃO AO RECLAMANTE.

Não é verdade

que o autor não fora informado do andamento da investigação e que no momento da dispensa, não fora demonstrado quais supostos valores foram desviados, nem quando isso ocorreu. Não sendo verdade que o autor fora demitido "às cegas". Veja-se da documentação anexa que o autor foi suspenso do trabalho para averiguação do ocorrido, tendo o autor assinado o termo de afastamento, não sendo verdade que não foi informado sobre a investigação.

Ressalte-se que a reclamada não possuía interesse algum em dispensar o reclamante,

pois o mesmo fora admitido em 16.06.2010 e somente foi dispensado em 16.02.2016 por praticar falta grave contra seu empregador.

Foram constatadas irregularidades por parte do reclamante o qual emitia recibos para

desvio de valores referente a descargas de mercadorias, após prévio aviso ao reclamante de que seriam realizadas apurações.

Segue em anexo relatório da sindicância realizada pela reclamada que confirma as

irregularidades praticadas pelo reclamante, o qual descreve que o reclamante recebia um valor X dos fornecedores e lançava recibos com valores menores, retendo assim as diferenças, ou recebia tais valores e sequer lançava no sistema.

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(18)

Ressalte-se que no presente caso foi praticado pelo reclamante falta gravíssima que não

comportava nenhuma outra sanção que não fosse à dispensa por justa causa. Não era o caso de advertência, nem suspensão, visto o prejuízo financeiro que causou à reclamada.

que o conjunto probatório não permite concluir com segurança que o Não é verdade

autor tenha desviado de qualquer valor. Conforme documentos anexos ficam comprovadas as diligências necessárias para apuração de falta grave praticada pelo empregado, nos termos do art. 482 "a" e "b" da CLT. Não é verdade que a aplicação da justa causa foi arbitrária, que não foi devidamente fundamentada e que não foi feita de forma criteriosa, não sendo verdade também que a ré sequer apontou de forma objetiva o enquadramento da justa causa nos itens do artigo 482, da CLT.

Devido à correta aplicação da dispensa por justa causa, não é devida a reversão do pedido de demissão em dispensa sem justa causa, bem como o pagamento de verbas rescisórias.

A reclamada não é obrigada a fornecer carta de recomendação ao reclamante, inclusive

no presente caso, o qual o reclamante comente falta gravíssima contra a reclamada, ficando impugnado o referido pleito.

Não existe dano moral na presente demanda, visto que a única prejudicada na história é

a própria reclamada, que sofreu prejuízo financeiro em virtude das condutas do reclamante.

O afastamento por justa causa somente ocorreu por culpa exclusiva do reclamante.

Ressalte-se que pelos atos praticados pelo reclamante pode a reclamada representar

contra o mesmo na esfera criminal para as devidas procedências. Não há que se falar em dano moral evidenciado, conforme provas anexas aos autos resta comprovada a atitude ilícita do reclamante. A penalidade de demissão por justa causa não resultou da exacerbação do uso do poder disciplinar da reclamada na aplicação da pena, pois esta procedeu a todas as averiguações possíveis antes de tomada da medida.

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NÃO HÁ QUE SE FALAR EM DANOS À IMAGEM, À HONRA E À DIGNIDADE DO RECLAMANTE.

Não se encontram presentes os requisitos autorizadores da responsabilidade civil,

previstos nos arts 186 e 927 do CC, quais sejam: culpa, dano e nexo. Observe-se: No presente caso não há dano, o reclamante não sofreu qualquer humilhação, dano a sua imagem ou honra. O mesmo foi dispensado por justa causa após procedimento de investigação próprio que apurou irregularidades, sendo devida portando a dispensa. Desta maneira não que se falar culpa ou nexo da reclamada, visto ausência de dano.

Quem sofreu dano com toda a situação foi à própria reclamada, que deu oportunidade de

emprego ao mesmo, e lhe confiava importante atribuição, porém causou prejuízo financeiro a ora contestante.

Muito embora o reclamante tenha sido dispensado por justa causa, jamais foi ofendido,

humilhado, ou injustamente taxado como empregado negligente e irresponsável, e que reiteradamente faltava ao trabalho.

A reclamada preza pelo bom convívio, pela paz e harmonia, desta maneira jamais

destratou o reclamante, ou lhe submeteu a tratamento degradante ou humilhante. Sempre foram respeitados todos os direitos do reclamante não havendo que se falar em danos morais.

O fato de ficar impedido de levantar o FGTS e receber o seguro desemprego são

situações previstas na legislação trabalhista como forma de punição contra aquele que pratica falta grave contra o empregador, desta maneira não há que se falar em liberação de guias de FGTS e seguro desemprego.

Veja-se que é necessária prudência na avaliação da caracterização de dano moral, sob

pena de banalização e desvirtuamento do instituto. A vida moderna a todos impõe certa medida de descontentamentos, insatisfações, desagrados, o que, ao certo, é inerente às relações intersubjetivas. Os meros aborrecimentos, todavia, não se configuram dano moral, não estão sujeitos à reparação, porquanto, à evidência, não representam violação dos direitos da personalidade, segundo inteligência do art. 5º, X, da CF/88. Não houve infringência dos art.5 º, incisos III, V e X da CF/1988, 927 e 186 do CC.

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(20)

Para que exista dano moral é imprescindível que o reclamante tenha sofrido algum dano

a sua personalidade, humilhação, prejuízo a sua honra e dignidade.

Este é o entendimento dos tribunais:

"DANO MORAL - CONDUTA ILÍCITA - NÃO COMPROVAÇÃO - INDENIZAÇÃO INDEVIDA. A indenização por danos morais é devida quando o trabalhador tenha sofrido, por parte do empregador, tratamento que cause prejuízo à sua honra e à sua dignidade.

Não demonstrada a conduta patronal ilícita capaz de ensejar dano à moral do (TRT 24ª região, empregado, indevido o deferimento da indenização pleiteada.

PROCESSO Nº 0000898-80.2012.5.24.0072-RO.1; 2ª TURMA; RELATOR: NICANOR DE ARAUJO LIMA; Publicado: 18/07/2013)."

"DANO MORAL TRABALHISTA. CARACTERIZAÇÃO. O dano moral trabalhista só se caracteriza quando provada a ocorrência de ação lesiva ao trabalhador, que atente . (TRT- 5º região; RO00004438720125050511 BA contra sua honra e dignidade

0000443-87.2012.5.05.0511; 5ª TURMA; RELATOR: PAULINO COUTO; Publicado:

15/05/2015)."

"DANO MORAL TRABALHISTA. CARACTERIZAÇÃO. Para que se caracterize o dano moral trabalhista é necessário que a lesão causada ao obreiro abale sua dignidade, . (TRT 5ª região; RO 1407120105050017 BA causando-lhe turbação de ordem moral

0000140-71.2010.5.05.0017; 5ª TURMA; RELATOR: PAULINO COUTO; Publicado:

10/06/2011)."

No presente caso não ficou demonstrado nenhum tipo de humilhação, prejuízo à sua

honra ou personalidade e nenhum outro tipo de abalo psíquico, não existindo qualquer dano moral. A mera alegação de dano moral sem especificar um abalo concreto não da direito a tal pleito.

Dessa feita, o pedido de danos morais merece ser rejeitado, seja diante da

improcedência, seja porque o valor pleiteado de teto mínimo de R$10000,00 apresenta-se nitidamente

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(21)

como exagerado e desproporcional, o que desde logo requer, com base no princípio da eventualidade, seja reduzido o montante para R$ 500,00.

Requer a improcedência do pleito de reversão da demissão por justa causa para demissão sem justa causa. REQUER AINDA A IMPROCEDÊNCIA do pleito de retificação da baixa da CTPS e a condenação da reclamada ao pagamento de aviso prévio e ao pagamento de todas as verbas rescisórias: aviso prévio proporcional e seus efeitos, 13º salário, férias+1/3, saldo de salário, FGTS e multa rescisória, bem como INDEFERIMENTO de expedição de alvará para liberação do saldo em conta, do pagamento da multa do art. 467 da CLT, e indeferimento da entrega de guias CD/SD ou o pagamento de indenização substitutiva e o FGTS sobre todas as verbas salariais.

DA MULTA DO ARTIGO 477, § 8º DA CLT. IMPROCEDÊNCIA.

Também não é o caso de aplicação da multa do art. 477 da CLT, considerando não serem devidas nenhuma das parcelas requeridas pelo reclamante na presente demanda. Restou demonstrado que todas as verbas rescisórias foram devida e oportunamente pagas, além do fato de que toda a situação apresentada na inicial é controversa. Deste modo resta improcedente a aplicação da referida multa.

ACÚMULO DE FUNÇÃO. IMPROCEDÊNCIA.

O reclamante alega que:

"O autor exercia a função de auxiliar administrativo. Nesta função, era responsável pelo lançamento de notas e recibos de carga e descarga de mercadorias da ré e lançamento destas no sistema.

Todavia, o autor acumulava as funções de auxiliar financeiro e balancistas, funções estas diversas da que fora contratado.

O art. 468 da CLT aduz:

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Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

É evidente que uma sobrecarga de trabalho foi imposta ao reclamante, havendo assim, uma alteração unilateral prejudicial ao empregado.

Desta maneira, exercendo o empregado dupla atividade de forma simultânea, a empresa fica desobrigada de contratar novo empregado, gerando assim prejuízos não só de ordem financeira ao empregado, mas também de origem orgânica.

É o entendimento do TST:

Ementa: RECURSO DE REVISTA - 1. ACÚMULO DE FUNÇÃO. "O Tribunal Regional, soberano na análise do conjunto fático-probatório, concluiu que incide, na hipótese, o princípio da equivalência salarial, segundo o qual se preserva o caráter sinalagmático do contrato de trabalho.

Se as tarefas ou as responsabilidades do empregado são ampliadas de tal forma a violar o equilíbrio havido entre as partes, deve o julgador restabelecê-lo mediante a elevação do valor do salário- e que deve ser -acrescido à condenação o pagamento de acréscimo salarial equivalente a 10% do salário do autor, a partir de outubro de 2010, data em que, por certo, passou a cumular as funções de instalador e encarregado, conforme prova testemunhal-. Assim, para se chegar a conclusão contrária, seria necessário o revolvimento dos fatos e da prova, o que é vedado nesta esfera extraordinária, nos termos da Súmula nº 126 do TST. Ora, exercendo o empregado dupla atividade de forma simultânea, a empresa viu-se desobrigada de contratar novo empregado, gerando assim prejuízos não só de ordem financeira ao empregado, mas também de origem orgânica. Indo mais além, a conduta da empresa lesa inclusive a coletividade como um todo, pois os encargos sociais deveriam ser recolhidos com base em dois contratos e não apenas sobre o do autor. A formalização do contrato de emprego depende do ajuste de vontade das partes, pelo que, o que for pactuado, tem caráter de imutabilidade, ressalvando-se a alteração permitida por mútuo consentimento, desde que a modificação do contrato, é claro, não resulte em prejuízos diretos ou indiretos ao empregado segundo o disposto no art. 468 da CLT . Com efeito, o reclamante teve o seu contrato modificado apenas ao alvedrio do empregador, que lhe atribuiu uma carga maior de trabalho sem a devida contraprestação salarial, reputando-se tal alteração em desequilíbrio à natureza comutativa e onerosa decorrente da relação de emprego. Exsurge desta forma, o direito do autor em receber as diferenças salariais advindas do acúmulo de funções a que foi obrigado pela reclamada. Recurso de revista não conhecido." (RR 4677320115050019 - Relator: Valdir Florindo.

Data de publicação: 22/11/2013) (destacamos)

Assim, o autor faz jus ao "plus" salarial, como modo de restabelecer o caráter sinalagmático do pacto laboral, consistente na reciprocidade e no equilíbrio das obrigações contratuais entre empregado e empregador."

NÃO ASSISTE RAZÃO AO RECLAMANTE.

Não é verdade

a alegação do reclamante de que acumulava funções de auxiliar financeiro e balancistas, atividades diversas da que fora contratado.

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(23)

Não é verdade

que uma sobrecarga de trabalho foi imposta ao reclamante, havendo uma alteração unilateral prejudicial ao empregado.

que o empregado realizava dupla atividade de forma simultânea, ficando Não é verdade

a empresa desobrigada de contratar novo empregado. Também não sendo verdade que gerava assim prejuízos não só de ordem financeira ao empregado, mas também de origem orgânica.

Não há que se falar em plus salarial, o reclamante sempre se ativou nas atribuições

inerentes as suas funções, sendo a última de auxiliar administrativo.

O reclamante foi contratado como auxiliar de serviços gerais em 16.06.2010, sendo

promovido para auxiliar de escritório em 01.08.2010, e por fim em 01.08.2013 foi promovido para auxiliar administrativo, desempenhando esta função até o término do contrato de trabalho.

Ademais excelência o auxiliar administrativo possui várias atribuições típicas de sua

função, ficando impugnada a alegação de acúmulo de função.

O reclamante somente se ativou nas atividades inerentes as suas funções, quais sejam, auxiliar de serviços gerais, auxiliar de escritório e de auxiliar administrativo, jamais laborou em atividades estranhas as suas funções, não sendo devido qualquer plus salarial sob este título.

Segue em anexo sentença paradigma que dispõe não ser devido o acúmulo de função (processo n. 0024449-28.2014.5.24.0005, autora Priscila Silva de Souza - 5ª vara do trabalho TRT 24ª região.)

Fica impugnada a alegação de acúmulo de função, pois a empresa conta com quadro de funcionários com hierarquia, para realização de cada atividade e que não retrata o alegado acúmulo. NÃO É VERDADE QUE O AUTOR LABOROU COMO AUXILIAR FINANCEIRO E BALANCISTA. SEQUER CITA PARADIGMA, SEQUER APONTA QUAIS ATIVIDADES SUPOSTAMENTE EXERCEU, HORÁRIOS, TESTEMUNHAS.

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(24)

AS ALEGAÇÕES SÃO IMPROCEDENTES E MERECEM REJEIÇÃO!!!

Há que se ressaltar que não houve acúmulo de função. O que ocorre é que o autor sempre laborou na conformidade do Jus Variandi poder diretivo do empregador e tem como finalidade adequar o labor do empregado às transformações sociais e econômicas em que a empresa passa. Assim, há que se considerar, ainda, que o reclamante sempre laborou dentro do jus variandi, contratualmente estabelecido, atuando sempre nos limites das funções sem ocorrer desvios.

Assim, requer seja julgado improcedente o pleito do autor, uma vez que a função desempenhada pelo mesmo foi verdadeiramente registrada em sua CTPS.

O Egrégio TRT da 8ª. Região já decidiu:

"ACÚMULODE FUNÇÕES. DIFERENÇA SALARIAL. O acúmulo de tarefas relacionadas à mesma função e dentro da mesma jornada, não gera acréscimo salarial, já que tais atividades decorrem da manifestação do jus variandi do empregador, consoanteart. 456, parágrafo único, da CLT. Provimento negado".[1]

Não é verdade que o reclamante exercia além das atribuições de auxiliar administrativo, a de auxiliar financeiro e a de balancista ou outras atribuições que não eram inerentes a sua função.

O reclamante não mencionou quais seriam as funções laboradas na empresa, sequer especificou em que consistia o acúmulo de função, em quais funções desempenhadas que estariam presentes o alegado acúmulo.

Apenas houve alegação de maneira genérica de que acumulava funções, não citou quais eram realmente as funções laboradas que pudessem dar ensejo ao adicional de acúmulo de função.

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Ressalte-se que nos termos do art. 818 da CLT e 373, I do CPC/2015, a prova dos fatos incumbe ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito, não existindo no presente caso qualquer prova de que acumulava funções.

Os documentos acostados aos autos comprovam que o reclamante sempre laborou nas funções de auxiliar de serviços gerais, auxiliar de escritório e auxiliar administrativo, desta maneira jamais se ativou em atribuições diversas da contratada.

Por tais razões, vem requerer o indeferimento do pedido de pagamento do plus salarial e declaração de alteração unilateral e prejudicial da função do autor, e a condenação da ré a pagar 40% do salário de auxiliar administrativo, e bem como seus reflexos em 13º salário, férias+1/3, aviso prévio, horas extras, RSR e todos no FGTS+40%.

JORNADA EXTRAORDINÁRIA DE TRABALHO. IMPROCEDÊNCIA.

O reclamante alega que:

"Inicialmente, cumpre informar que a ré possui mais de 10 empregados em seu quadro, motivo pelo qual deve ser invertido o ônus da jornada de trabalho realizada pelo autor, conforme S.338 TST.

O autor laborava de segunda-feira a sexta-feira das 07h00min às 18h45min/19h00min.

O reclamante usufruía de intervalo intrajornada de 1h10min.

Não laborou aos sábados, domingos e feriados.

Como exposto anteriormente, o autor realizava diariamente horas extras. A prestação habitual de horas extras descaracteriza o acordo de compensação de jornada de trabalho, conforme previsão da S. 85 do TST."

NÃO ASSISTE RAZÃO AO RECLAMANTE.

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(26)

Nos termos do art. 818 da CLT e 373, I do CPC, o ônus de prova incumbe ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito, desta maneira resta ao reclamante a comprovação da alegação de jornada extraordinária, não havendo que se falar em inversão do ônus da prova.

Não é verdade

que o reclamante laborava de segunda a sexta-feira das 07h00min às 18h45min/19h00min.

A jornada do reclamante basicamente era:

a) Do início do pacto laboral até 29.10.2012, de segunda a sexta-feira das 07h30min às 17h00min, com 02h de intervalo para descanso e refeição, quando eventualmente laborou aos sábados foi das 07h30min às 15h10min, com 01h10min de intervalo para descanso e refeição.

b) De 30.10.2012 até 17.04.2014, de segunda a sexta-feira das 07h30 às 17h28min, com 01h10min de intervalo para descanso e refeição.

c) De 18.04.2014 até 30.05.2014, de segunda a sexta-feira das 06h00min às 15h58min, com 01h10min de

intervalo para descanso e refeição.

d) De 31.05.2014 até 18.08.2015, de segunda a sexta-feira das 07h30 às 17h28min, com 01h10min de intervalo para descanso e refeição.

e) De 19.08.2015 até o fim do contrato de trabalho, de segunda a sexta-feira das 07h00min às 16h58min,

com 01h10min de intervalo para descanso e refeição.

Registre-se que o reclamante sempre laborou dentro da jornada máxima semanal, de 08 horas diárias e 44 semanais. Não se ativava em jornada extraordinária, e, quando eventualmente laborou houve a devida compensação dentro da semana, ou o devido pagamento.

A reclamante não prestava diariamente e habitualmente horas extras. Ressalte-se que não se ativava em sobrejornada, quando eventualmente laborou em regime de horas extras, as mesmas foram devidamente compensadas, não havendo que se falar em descaracterização do acordo de compensação de jornada de trabalho, não sendo caso de incidência da súmula 85 do TST.

Pela análise dos holerites em anexo, observa-se que o limite constitucional de 44 horas, com intervalo de 1 hora, da jornada sempre foi respeitado. Aliás, dentro desta perspectiva, registre-se que raras foram as horas extras (portanto não habituais) e, quando ocorreram foram devidamente compensadas.

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(27)

Desta análise emerge que:

a) Durante toda a vigência do contrato de trabalho, a jornada de trabalho da reclamante foi devidamente e corretamente registrada (o que rechaça por completo o registrado na exordial), conforme se depreende dos cartões de ponto juntados.

b) Há autorização expressa na convenção coletiva da categoria prevendo a possibilidade de compensação de todo o período excedente ao da jornada regular de trabalho por meio do instituto do Banco de Horas. Deste modo, todo excesso, eventualmente prestado, sempre foi devidamente compensado durante a vigência do pacto laboral por meio de acordo de prorrogação por compensação, operacionalizada com Banco de Horas implantado pela reclamada, conforme convencionado, com respaldo no art. 7º, XXIII, da CF/88.

Da análise dos registros contidos nos cartões de ponto, percebe-se que todas as horas excedentes à jornada da reclamante foram compensadas (frisa-se que as compensações estão inscritas nos cartões de ponto com a letra "C"). Ou seja, cada hora extraordinária foi registrada nos controles de jornada , bem como a hora destinada à compensação, de maneira a permitir a aferição e a fiscalização do saldo existente. Cumpre destacar que a reclamada observou integralmente todo o arcabouço normativo referente ao sistema de compensação de jornada, conforme se pode observar dos documentos juntados à defesa, inclusive no tocante ao acréscimo de tempo de 20%, coletivamente convencionados, não havendo, ainda, o que se cogitar de habitualidade, pois as horas extras, quando ocorreram, foram de forma eventual.

Desta forma, fica impugnada a inicial em relação ao presente tópico.

Registra-se que em recentíssima decisão em acórdão proferido pelo relator Tomas Bawden de Castro Silva, a Egrégia Primeira Turma do TRT da 24ª Região validou a compensação mediante banco de horas em processo movido também contra empresa do mesmo grupo econômico da recorrida, nos seguintes termos:

2.1 - HORAS EXTRAS - INTERVALO DO ARTIGO 384 DA CLT Sustenta a reclamante que o banco de horas é nulo pois a reclamada não demonstrou a regular contabilização das horas prorrogadas e compensadas. Busca, dessa forma, o deferimento de diferenças de horas extras. Caso reconhecido o direito a horas extras, requer o pagamento do período do intervalo do art. 384 da CLT. Analiso. O contrato de trabalho da reclamante perdurou de 5.8.2013 a 12.3.2014, na função de repositora (TRCT com ID 17cd9d1, p.1). A sentença indeferiu as horas extras com base na validade do banco de horas. Com efeito, os cartões de ponto são incontroversamente válidos e há nos autos instrumento coletivo prevendo 44 horas semanais de trabalho e a adoção de banco de horas, com prazo para compensação de sessenta dias. Verifica-se que havia prestação de horas extras de forma eventual e consta a contabilização das horas trabalhadas, compensadas e o saldo do mês, sendo ônus da reclamante demonstrar, portanto, ser credora de diferenças (art. 818 da CLT), do que não se desincumbiu. Nesses termos, nego provimento ao recurso. (processo n.

0024790-48.2014.5.24.0007, reclamante Pamela Generosa dos Santos)

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Ainda, decisão em acórdão proferido pelo relator MARCIO VASQUES THIBAU a Egrégia Primeira Turma do TRT da 24ª Região também validou a compensação DE ALMEIDA,

mediante banco de horas em processo movido também contra empresa do grupo econômico da recorrida, nos seguintes termos:

2.1 - HORAS EXTRAS

Insurge-se a reclamante em face do indeferimento das horas extras, sob o argumento de invalidade do banco de horas. Afirma que não havia a compensação das horas extras laboradas e que os dias que foram abonados se referem a atestados médicos.

Seus argumentos não se sustentam. Com efeito, os cartões de ponto de ID 561584 e os extratos do banco de horas de ID 561579 evidenciam a prática do banco de horas, cuja implementação por negociação coletiva ficou comprovada nos autos (ID 290331, 290326 e 290320).

Em que pese as alegações obreiras acerca da invalidade do banco de horas adotado, a realidade que emerge dos autos demonstra o contrário.

Da simples análise dos registros de ponto é possível verificar a concessão de folgas em diversas oportunidades, em dias diversos das faltas justificadas por atestados médicos. A título de exemplos, citam-se as datas de 8.6.2012, 22.6.2012, 24.7.2012, além de outras. Também é possível verificar o correto lançamento no banco de horas, em conformidade com as negociações coletivas entabuladas (proporção de 1 por 1,20) e, ainda, a observância do período compensatório (90 dias).

Denoto que a reclamante não se desincumbiu a contento de seu ônus de demonstrar irregularidades na adoção do instituto em comento e, ainda, diferenças a serem quitadas (art. 818 da CLT c/c art. 333, I, do CPC). Desta feita, a sentença de primeiro grau não merece retoques.

Nego provimento. (processo n. 0024094-49.2013.5.24.0006, reclamante LORIENE VIEIRA DE OLIVEIRA)

Deste modo, não há que se falar no pagamento de verbas a título de horas extras ou de quaisquer reflexos que delas, supostamente, pudessem advir, sendo improcedente a pretensão autoral na sua totalidade.

Por tais razões, requer o indeferimento do pedido de declaração de nulidade do sistema de compensação de jornada de trabalho e do banco de horas, bem como o indeferimento do pleito de condenação da reclamada ao pagamento de horas extras superiores à 8ª diária ou à 44ª semanal, durante todo o pacto de trabalho com adicional convencional e demais reflexos (13º salário, férias com 1/3, aviso prévio e todos no FGTS com multa de 40%).

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https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16070814284169800000005793764 Número do documento: 16070814284169800000005793764

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MULTA POR INFRAÇÃO À CCT. IMPROCEDÊNCIA.

O reclamante alega que a ré descumpriu as cláusulas 12ª, 14ª, 36ª, 37ª e 44ª da CCT, sendo devido o pagamento da multa estatuída na cláusula 61ª.

Não é verdade que a reclamada descumpriu a cláusula 12ª da CCT, visto que sempre

pagou os 13º salários nos prazos em conformidade com a legislação vigente, não existindo qualquer infração a CCT.

Não houve infração à cláusula 14ª da CCT, pois conforme consta nos holerites do

reclamante, era oferecido o vale transporte e as refeições.

Não houve infração à cláusula 36ª da CCT, visto que o reclamante jamais laborou aos

domingos.

Não houve infração a cláusula 37ª da CCT, pois a reclamada sempre controlou a jornada

do reclamante e sempre houve o fornecimento de cópia dos registros ao trabalhador até a data do pagamento da remuneração referente ao período em que estava sendo aferida a frequência.

E por fim não houve infração à cláusula 44ª da CCT, visto que não houve descontos de

contribuição confederativa, como se pode verificar pelos holerites acostados aos autos.

Na presente CCT juntada aos autos sequer há cláusula 61ª, ademais requer o

indeferimento da reclamada ao pagamento de qualquer multa, visto que não houve infração à CCT.

DA INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

IMPROCEDÊNCIA.

Na exordial, mais uma vez, foi declinado pleito que se verá ser improcedente.

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Referências

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