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Gemas - Ametista, Esmeralda e Turmalina

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Academic year: 2021

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Gemas - Ametista, Esmeralda e Turmalina

Descrição: Este documento contém informações sobre as principais características físicas e químicas desse grupo de minerais, suas aplicabilidades e formas de ocorrência.

Palavras-chave: composição química, propriedades óticas, cor, dureza, clivagem, densidade, cor, brilho, diversidades mineralógicas, usos, ocorrências.

1. Características físicas e químicas das gemas 2. Aplicabilidade das gemas

3. Ocorrências das gemas

1. Características físicas e químicas das gemas

AMETISTA

1. FAMÍLIA /GRUPO: Família dos Tectossilicatos; Grupo do Quartzo.

2. FÓRMULA QUÍMICA: SiO2. Óxido de silício.

3. COMPOSIÇÃO: Si = 46,7%, O = 53, 3%. Apresenta compostos de ferro e manganês, que lhe rendem sua cor característica.

4. CRISTALOGRAFIA: sistema Hexagonal-trigonal

5. PROPRIEDADES ÓPTICAS: Isotrópico uniaxial positivo (biaxial quando deformado, 2V de 5º ou mais).

Quase sempre contém inclusões, tais como: turmalina, clorita, mica, magnetita, zircão. Pode conter vacúolos.

6. HÁBITO: Prismático, granular, maciço.

7. CLIVAGEM: Imperfeita {1011} ou {0111}.

8. DUREZA: 7 9. DENSIDADE: 2,65

10. FRATURA: Conchoidal, quebradiça.

11. BRILHO: Predomina o brilho vítreo.

12. COR: Geralmente violeta, roxa ou púrpura.

13. TRAÇO: Incolor.

14. VARIAÇÕES: Existe uma variedade bicolor, denominada quartzo ametista, trata-se de uma forma mais compacta de ametista que, freqüentemente possui bandas de quartzo leitoso. Além de, uma variedade tricolor com uma extremidade de cor roxa, a outra extremidade amarela, sendo cortada por uma faixa incolor. Outras espécies são: Ametista Jacobina, variedade de ametista escura com tonalidades vivas;

Ametista Madagascar, variedade de ametista violeta-escura, levemente enfumaçada ou violeta-púrpura quando mais clara; Ametista –mosquito, variedade com pequenas inclusões de goethita; Ametista- espanhola, nome dado a ametistas finas comercializadas na Espanha de origem desconhecida e cor púrpura. Também existe a ametista Uruguai, ametista-uraliana, ametista-siberiana, etc.

15. PROPRIEDADES DIAGNÓSTICAS: Caracterizado por sua cor violeta, seu brilho vítreo, fratura conchoidal, e forma cristalina.

16. CONSIDERAÇÕES GERAIS: Devido a mostrar em muitas vezes alternância de faixas claras e escuras, a ametista costuma ser lapidada com a mesa inclinada em relação ao plano das faixas. Também costuma ser lapidada em cabochão, pêra ou brilhante. É considerada símbolo da sinceridade e lucidez, antigamente acreditava-se que a ametista combatia a embriaguez, o sono e até mesmo gafanhotos. A Rússia tem produzido ametista sintética de ótima qualidade. Quando aquecida à ametista pode se transformar em citrino. A ametista pode atingir grandes dimensões, sendo conhecido um cristal com cerca de 250Kg no Museu Britânico.

Referências:

BRANCO, P. M. (1984). Glossário Gemológico, Ed. da UFRS, Porto Alegre, RS. pp. 19-20.

DANA, J. D. (1978). Manual de Mineralogia 1ª edição. 5ª revisão. Rio de Janeiro, RJ, p. 529.

DIANA, F. R. (2004). Pedras Brasileiras. Ed. Reler, Rio de Janeiro, RJ, p. 52.

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SCHUMANN, W. (2002). Gemas do Mundo, Ed. Ao Livro Técnico Indústria e Comércio Ltda., traduzido por Mário Del Rio, 9ª Edição, p. 118.

ESMERALDA 1. FAMÍLIA/GRUPO: Família de Ciclossilicatos; Grupo do Berilo 2. FÓRMULA QUÍMICA: Be3Al2(Si6O18)

3. COMPOSIÇÃO: Silicato de berilo e alumínio. BeO 14,0%, Al2O3 19,0% , SiO2 67,0%. Freqüentemente estão presentes pequenas quantidades de álcalis, constituindo, muitas vezes, parcialmente, em césio.

4. CRISTALOGRAFIA: Hexagonal, classe bipiramidal-dihexagonal 5. PROPRIEDADES ÓPTICAS: Uniaxial

6. HÁBITO: Prismático, freqüentemente estriado e entalhado.

7. CLIVAGEM: Indistinta, imperfeita basal.

8. DUREZA: 7,5 a 8

9. DENSIDADE: 2,75 - 2,80

10. FRATURA: concóide, estilhaçada e irregular 11. BRILHO: vítreo

12. COR: verde-esmeralda, verde-claro, verde-escuro, verde-amarelo, azul, amarelo do ouro, róseo, branco e incolor.

13. TRAÇO: branco

14. VARIAÇÕES: Esmeralda (verde-escuro); berilo (verde-claro); água marinha (azul-pálido); morganita (róseo); berilo-dourado (amarelo-ouro).

15. PROPRIEDADES DIAGNÓSTICAS: Reconhecido, usualmente por sua forma cristalina hexagonal e pela cor. Distingue-se da apatita pela sua dureza. Risca o quartzo. Possui diversas fraturas, inclusões, fato que lhe deixa susceptível a impactos, com características quebradiças.

16. CONSIDERAÇÕES GERAIS: Devido à presença de várias fraturas inclusões e outros planos de fraqueza na esmeralda, foi desenvolvida uma forma de lapidação em degraus, na qual os quatro ângulos agudos são cortados e facetados, de forma que a gema fique menos vulnerável aos possíveis impactos. Lapida-se a água-marinha em tesoura e em degraus. A água-marinha pode apresentar canais finos, onde a luz é refletida na cor branca. Se estes canais forem abundantes pode-se conseguir o efeito olho-de-gato ou asterismo com estrelas de seis pontas. Podem-se confundir a água-marinha com o euclásio, cianita, topázio, turmalina, zircão e imitações do vidro. A esmeralda pode ser confundida com a aventurina, demantóide, diopsídio, dioptásio, grossulária, hiddenita, peridoto, uvarovita, verdelita. A cor verde da esmeralda está associada com a presença do cromo, o verde do berilo está associado ao vanádio. A cor azul da água-marinha está associada com o ferro. O nome esmeralda vem do grego “smaragdos” significa pedra verde.

Referências:

BRANCO, P. M. (1984). Glossário Gemológico, Ed. da UFRS, Porto Alegre, RS. p. 29.

DANA, J. D. (1978). Manual de Mineralogia, 1ª edição. 5ª revisão. Rio de Janeiro, RJ, p. 376.

DIANA, F. R. (2004). Pedras Brasileiras. Ed. Reler, Rio de Janeiro, RJ, p. 46, 64, 88.

SCHUMANN, W. (2002) Gemas do Mundo, Ed. Ao Livro Técnico Indústria e Comércio Ltda., traduzido por Mário Del Rio, 9ª Edição, p. 90-96.

TURMALINA

1. FAMÍLIA /GRUPO: Família dos Ciclossilicatos; Grupo da Turmalina

2. FÓRMULA QUÍMICA: XY3Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)4, na qual X = Na, Ca e Y = Al, Fe3, Li e Mg.

3. COMPOSIÇÃO: Trata-se de um borossilicato complexo de alumínio com composição variada.

4. CRISTALOGRAFIA: Sistema hexagonal-trigonal - Classe: dipiramidal.

5. PROPRIEDADES ÓPTICAS: Uniaxial.

6. HÁBITO: Prismático, algumas compactas, maciças; também em colunas grossas e finas, tanto radiadas como paralelas.

7. CLIVAGEM: Indistinta.

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8. DUREZA: 7 a 7,5.

9. DENSIDADE: 3,0 a 3,25.

10. FRATURA: Desigual, concóide, quebradiça.

11. BRILHO: vítreo a resinoso.

12. COR: Incolor, rósea, vermelha, amarela, parda, verde, azul, roxa, preta e multicolorida.

13. TRAÇO: Branco.

14. VARIAÇÕES: Acroíta (incolor ou quase incolor, muito rara); Dravita (amarelo-castanho e castanho- escuro); Indigolita (azul em todos os graus); Rubelita (rósea ou vermelha, ocasionalmente com tonalidade violeta. A mais valiosa tem a cor do rubi); Schorlita (negra muito comum. Usadas em joalheria); Siberita (vermelho-lilás até azul-violeta); Verdelita (todos os matizes do verde); etc.

15. PROPRIEDADES DIAGNÓSTICAS: Reconhecida, usualmente, pela seção transversal triangular, arredondada, dos cristais e pela fratura concóide. Apresenta estria paralela ao eixo “c”. Distingue-se da hornblenda pela ausência de clivagem prismática. Pode-se identificar a turmalina no microscópio óptico pelo seu forte pleocroísmo e elevada birrefringência. Um mesmo cristal pode ter uma cor em cada extremidade e ainda uma terceira no centro. Ou ter uma cor externamente e outras no seu interior.

16. CONSIDERAÇÕES GERAIS: Seu nome vem do cingalês, “Turmalii”. Nenhum mineral utilizado para gemas possui uma variedade de cores tão rica como a turmalina, esta característica foi responsável por despertar um grande interesse em seu uso como gema. Podem-se confundir a turmalina com ametista, andaluzita, crisoberilo, citrino, demantóide, hiddenita, peridoto, prasiolita, quartzo enfumaçado, rubi, esmeralda, espinélio sintético verde, topázio róseo, vesuvianita, zircão e algumas imitações do vidro. A turmalina é fortemente piroelétrica e piezoelétrica. Existem turmalinas bicolores, tricolores e multicoloridas.

Referências:

BRANCO, P. M. (1984). Glossário Gemológico, Ed. da UFRS, Porto Alegre, RS. p. 181-182.

DANA, J. D. (1978). Manual de Mineralogia, 1ª edição. 5ª revisão. Rio de Janeiro, RJ, 468-470.

DIANA, F. R. (2004). Pedras Brasileiras. Ed. Reler, Rio de Janeiro, RJ. p. 124

SCHUMANN, W. (2002). Gemas do Mundo, Ed. Ao Livro Técnico Indústria e Comércio Ltda., traduzido por Mário Del Rio, 9ª Edição, p. 110-112.

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2. Aplicabilidade das Gemas ESMERALDA

As esmeraldas transparentes, de puro verde, são muito raras e podem ser mais valiosas que o diamante.

A esmeralda geralmente é lapidada em um tipo facetado próprio, cuja coroa tem seção retangular ou quadrada, com os cantos e a mesa cortados (biselados), com oito lados em degraus inclinados. Neste tipo de lapidação a coroa apresenta 24 facetas mais a faceta da mesa perfazendo um total de 25 facetas acima da cintura, o culote também exibe 25 abaixo da cintura. A forma geral da pedra pode ser retangular, oblonga, losangular, triangular, quadrada ou condiforme.

Algumas esmeraldas são utilizadas para a confecção de esmeralda sintética, a partir de várias sementes colocadas em autoclaves.

As esmeraldas de mais baixa qualidade e/ou berilos, juntamente com sua rocha encaixante, tem sido usada em artesanato mineral, para a confecção de “máscaras” e estatuetas.

Muitas amostras de mais baixa qualidade gemológica tem sido adquiridas por universidades (objetivando seu uso em estudos de inclusões minerais, identificação de defeitos, etc.), museus e colecionadores.

Referências:

BRANCO, P. M. (1984). Glossário Gemológico, Ed. da UFRS, Porto Alegre, RS. p. 29.

DANA, J. D. (1978). Manual de Mineralogia, 1ª edição. 5ª revisão. Rio de Janeiro, RJ, p. 376.

DIANA, F. R. (2004). Pedras Brasileiras. Ed. Reler, Rio de Janeiro, RJ, p.46, 64, 88.

SCHUMANN, W. (2002) Gemas do Mundo, Ed. Ao Livro Técnico Indústria e Comércio Ltda., traduzido por Mário Del Rio, 9ª Edição, p. 90-96.

TURMALINA

Usada principalmente como gema, antigamente era usada para limpar cachimbos, devido a propriedades pirelétricas.

Emprega-se também em aparelhos de radio e em instrumentos ópticos. Por razões comerciais (suprimento irregular), o caráter piezoelétrico da turmalina é pouco aproveitado.

A turmalina apresenta cor variável: verde-pálido a escuro com uma tonalidade azul, rosa a vermelho- rubi profundo. As pedras bicolores são comuns; ora com zonação concêntrica, ora com extremidades de tonalidades diferentes.

As turmalinas preferidas para lapidação são as transparentes, e de cor amarelo-esverdeada, amarelo- mel, azul escura, vermelha, verde escura e rosa.

As turmalinas devem ser lapidadas de modo a ter a mesa perpendicular ao eixo óptico. São lapidadas com formato retangular, oval, retangular com cantos cortados, quadrado, baguete e redondo.

Algumas inclusões da turmalina (tubos bastante finos e paralelos ao eixo ótico) podem favorecer a formação de um lindo efeito conhecido pelo nome de acatassolamento (chatoyance), após sua lapidação em cabochão

As turmalinas que ocorrem isoladamente, com partes aproveitáveis de boa qualidade, são utilizadas como gemas. As turmalinas que se dispõem em grupos sem orientação definida são geralmente comercializadas como pedras de coleção. Certos espécimes são comercializados para museus e colecionadores, geralmente gemas de vários quilogramas.

As turmalinas de mais baixa qualidade podem ser usadas em artesanato mineral.

Referências:

BRANCO, P. M. (1984) Glossário Gemológico, Ed. da UFRS, Porto Alegre, RS. p. 181-182.

DANA, J. D.,(1978) Manual de Mineralogia, 1ª edição. 5ª revisão. Rio de Janeiro, RJ, 468-470.

DIANA, F. R. (2004) Pedras Brasileiras. Ed. Reler, Rio de Janeiro, RJ. p. 124.

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DNPM/CPRM (1991) Grandes Depósitos Minerais do Brasil. V.4. Parte A. Coord. Geral Carlos Schobbenhaus, Emanuel Teixeira de Queiroz e Carlos Eduardo Silva Coelho. (Capítulo III – ADENDO I - autor: CASSEDANNE, J.P).

SCHUMANN, W. (2002) Gemas do Mundo, Ed. Ao Livro Técnico Indústria e Comércio Ltda., traduzido por Mário Del Rio, 9ª Edição, p. 118.

3. Ocorrências das gemas

AMETISTA

Ocorre em cavidades de rochas vulcânicas e em pegmatitos.São encontradas em geodos, gretas ou jazidas. Os cristais sempre crescem sobre uma base (substrato). É quase ausente nas rochas que constituem o assoalho oceânico; pode ocorrer em abundancia tanto nas rochas ígneas (principalmente graníticas), quanto nas sedimentares.

PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS BRASILEIRAS (SVISERO & FRANCO, 1991)

Estado da Bahia - Bom Jesus dos Meiras, Brejinho das Ametistas, Vitória da Conquista, Ituaçu, Jacobina, Macaúbas e Rio de Contas.

Estado do Rio Grande do Sul - Iraí, Lajeado, Livramento, Rio Taquari, Santa Maria, São Gabriel, Soledade, Três Arroios, Erechim, Bento Gonçalves e Cruz Alta.

Estado de Minas Gerais - Viçosa, Ataléia e Itamarandiba (MG).

Estado do Ceará - Russas, Quixeramobim e Solonópole.

Estado de Pernambuco – Petrolina.

Estado de São Paulo – Itapirapuã.

Estado de Goiás – Xambioá.

Estado Santa Catarina – Timbó.

Estado dão Paraná - Porto Guairá.

Estado do Pará - Marabá.

Estado do Mato Grosso do Sul - Corumbá

A ametista também é comum nos pegmatitos pouco evoluídos do extremo sul da Bahia, porém aparecem mais como curiosidade do que como produto econômico (Misi & Azevedo, 1975).

Uma pequena produção é assinalada nos pegmatitos de Espírito Santo, (Mimoso do Sul, Fundão, Itaguaçu), Minas Gerais (Marambaia, Serro, Matias Barbosa), Ceará, e Rio de Janeiro (Menezes e Sigolo, 1981).

DESCRIÇÃO DE OCORRÊNCIAS BRASILEIRAS 1) BAHIA

JAZIDA DE AMETISTA DA GROTA DO COXO, JACOBINA.

A ametista está encaixada em quartzito vertical, de grã fina e cor branca da Formação Rio do Ouro, exibe litificação variável e marcas de ondas.

A jazida corresponde a uma zona levemente tectonizada, vertical, paralela à direção regional N-S.

Blocos de quartzitos, freqüentemente enormes, bascularam uns sobre os outros. São algumas vezes cimentados por um arenito cinza rosado mais escuro. Todas as cavidades resultantes desse amontoamento foram recobertas por ametista. Existem também drusas de quartzo hialino ou leitoso variavelmente britado e cimentado por quartzo hematóide. Algumas grandes drusas apresentam um excepcional preenchimento de material orgânico carbonoso (Pioco do Barro). Uma areia branca preenche os condutos formados entre os blocos e as drusas.

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2) RIO GRANDE DO SUL AMETISTA DE IRAÍ

As Ametistas dos Basaltos de Iraí

As drusas são muito abundantes nos imensos platôs do sul do Brasil. Todas as jazidas de ametista localizam-se na bacia do Paraná, vasta sinéclise onde as erupções vulcânicas da era secundária formaram um lençol de aproximadamente 1.200.000km2 de trapps cuja espessura média é de 650 metros. Essa sucessão de derrames suborizontais é essencialmente constituída por rochas basálticas cujos minerais principais são: labradorita, augita e pigeonita. Como elementos acessórios ocorrem:

titano-magnetita, apatita, quartzo, feldspato potássico e biotita. A textura é basáltica, rica em vidro intersticial. Termos mais ácidos tais como hialodacitos, dacitos e delenitos ocorrem na parte superior de alguns derrames. Brechas basálticas e andesina-basaltos são localmente conhecidos.

Dois ciclos magmáticos foram reconhecidos: o mais antigo iniciou-se antes do Jurássico Superior e somente formou intrusões; o segundo foi responsável por enorme emissão de lavas, que jorraram através de fissuras. Todas as lavas pertencem ao Grupo São Bento, Formação Serra Geral (Jurássico- Cretáceo).

O início da exploração de ametistas no estado do Rio Grande do Sul data de 1840. Atualmente quase toda a produção provém da região de Iraí, que inclui os múnicípios de Alpestre, Iraí, Frederico Westphalen, Nonoaí, Planalto e Rodeio Bonito.

3) PARÁ

3.1 Garimpo do ALTO BONITO

“No garimpo de ametista do Alto Bonito em Marabá, Estado do Pará, foram caracterizados dois tipos de depósitos:

a) DEPÓSITOS PRIMÁRIOS - a ametista encontra-se associada a cristais de rocha puros ou leitosas, sob a forma de geodos e/ou drusas encaixados nas zonas de falhas que afetaram o quartzito;

b) DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS - são depósitos detríticos de material mal selecionado que foram desagregados e transportados para as partes mais baixas da área do garimpo. Nesse tipo de depósito, a extração da ametista se torna mais fácil.

Os depósitos primários são resultado da intensa atividade hidrotermal que afetou a área. Tal atividade estaria ligada a um último evento magmático que remobilizou, a SiO2, o Fe e Mn das rochas encaixantes gerando as ametistas, ou mesmo os cristais de rocha e quartzo fumê que foram formados em zonas de falha” (COLLYER. et al. 1991).

3.2 garimpo de PAU D’ARCO

A concentração de ametista, sob a forma sedimentar, está relacionada à sedimentação pleistocênica, com platôs remanescentes da desnudação pliocênica da depressão periférica do sul do Pará, atuante na região da confluência dos rios Araguaia e Tocantins. A ametista apesar do baixo aproveitamento em lapidação, possui um elevado valor no mercado joalheiro pela tonalidade extra que apresenta.

COLLYER et al. (1991).

A concentração da ametista ocorreu devido a desagregação dos veios, transporte e deposição fluvial do material desagregado, com um posterior retrabalhamento, que deu origem a terraços no antigo leito do rio Araguaia. O conjunto de processos erosivos e deposicionais pós-pliocênicos permitiram a concentração de bens minerais como a ametista.

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Referências:

BRANCO, P. M. (1984) Glossário Gemológico, Ed. da UFRS, Porto Alegre, RS. p. 19-20.

CASSEDANNE, J. P (1991) A Ametista da Mina da Grota do Coxo. In: Adendo V do Capítulo III de Principais Depósitos Minerais do Brasil, V.4. Parte A - Gemas e Rochas Ornamentais. Coord. Geral Carlos Schobbenhaus, Emanuel Teixeira de Queiroz e Carlos Eduardo Silva Coelho. DNPM/CPRM, Brasília, DF. p47 e 48.

CASSEDANNE, J. P. & CASSEDANNE, J.O. (1979) La mine d'améthyste de la Grota do Coxo: une merveille inconnue. Rev.

Gemmologie AFG 59: 2-5.

COLLYER, T. A. & MÁRTIRES, R. A. C (1991) O Depósito de Ametista do Alto Bonito, Município de Marabá, Pará. In: Capítulo XVII de Principais Depósitos Minerais do Brasil Vol. IV Parte A, Coordenação Geral Carlos Schobbenhaus, Emanuel Teixeira de Queiroz e Carlos Eduardo Silva Coelho), Brasília, DF. DNPM/CPRM, p291 e 295.

COLLYER, T. A.; MÁRTIRES, R. A. C.; MACHADO, J. I. L. O depósito de Ametistas do Pau D’Arco, Município de Conceição do Araguaia, Pará. Cap. XVIII de Principais Depósitos Minerais do Brasil, V.4. Parte A - Gemas e Rochas Ornamentais. Coord. Geral Carlos Schobbenhaus, Emanuel Teixeira de Queiroz e Carlos Eduardo Silva Coelho. DNPM/CPRM, Brasília, DF..

DANA, J. D. (1978) Manual de Mineralogia 1ª edição. 5ª revisão. Rio de Janeiro, RJ, p. 529.

DIANA, F. R. (2004) Pedras Brasileiras. Ed. Reler, Rio de Janeiro, RJ, p. 52.

MENEZES, S. O. & SIGOLO, J. B. (1981) Contribuição ao conhecimento geológico de ametistas no Estado do Rio de janeiro. Min.

Met. XLV (431): 25-31.

MISI, A. AZEVEDO, M. C. A. (1975) A PROVÍNCIA PEGMATÍTICA DO EXTRMO SUL DA Bahia. Min. & Met. XXXVIII (359), p 6-10.

SCHUMANN, W. (2002) Gemas do Mundo, Ed. Ao Livro Técnico Indústria e Comércio Ltda., traduzido por Mário Del Rio, 9ª Edição, p. 118.

SVISERO, D. P. & FRANCO, R. R (1991) A Província Gemológica Brasileira Principais. In: Capítulo II de Principais Depósitos Minerais do Brasil. Vol. IV Parte A, Coordenação Geral Carlos Schobbenhaus, Emanuel Teixeira de Queiroz e Carlos Eduardo Silva Coelho), DNPM/CPRM, Brasília, DF, p14.

ESMERALDA

Ocorre principalmente em rochas metamórficas e pegmatitos graníticos. Na Colômbia ocorre em um calcário betuminoso escuro junto a pegmatitos.

DEPÓSITOS DE ESMERALDA NO BRASIL

As esmeraldas são formadas por processo hidrotermal associado ao magma e metamorfismo. Ocorre em rochas graníticas, drusas ou pegmatitos e seus arredores. Também podem ocorrer em xistos.

Quase não ocorrem em aluviões,. As jazidas secundárias são apenas de meteorização (CASSEDANNE, 1991).

DESCRIÇÃO DAS OCORRÊNCIAS

Esmeraldas em Pegmatitos que cortam Rochas Ultrabásicas.

A intrusão de pegmatitos beriliferos em rochas ultrabásicas desenvolve em seu contato um leito filitoso (sludito) composto de uma mica intermediária entre biotita e flogopita, no qual estão dispersas as esmeraldas. Essas últimas podem também estar disseminadas em lentes estratiformes de talco- xistos, que resultam do metamorfismo de rochas ultrabásicas ricas em cromo e são cortados por pegmatitos, ou foram mineralizados a partir de rochas levemente berilíferas subjacentes (CASSEDANNE, 1991).

A JAZIDA DE CARNAÍBA (BA) foi, durante anos, o principal produtor brasileiro, sendo extraídas a cada ano toneladas de esmeraldas de qualidade bastante variável. Os pegmatitos divergem de um grande batólito granítico que fez intrusão em rochas ultrabásicas (lavradas nas vizinhanças para cromita). O conjunto, de idade pré-cambriana média, é anarquicamente lavrado por milhares de garimpeiros. Quartzo, apatita, schorl e um pouco de scheelita, molibdenita e alexandrita estão associados a esmeralda (CASSEDANNE, 1991).

A JAZIDA DE SOCOTÓ (BA) fica a NNE das minas de cromita de Campo Formoso e a 50km a NE da mina de Carnaíba, numa seqüência muito inclinada de gnaisses, quartzitos e talco-xis¬tos associados a serpentinitos e atravessada por delgados pegmatitos graníticos (Cesta do Povo, Mamona). Como em Carnaíba, a esmeralda é encontrada no sludito. Estão associados: schorl e morião, com pouco crisoberilo, alexandrita, molibdenita e fenacita (CASSEDANNE, 1991)..

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No GARIMPO SANTA TEREZINHA DE GOIÁS (GO) os leitos de talco-xistos, com espessura de alguns decímetros a vários metros, encaixados em quartzo e sericita-talco-clorita-xistos, são ricos em esmeraldas, ocorrendo sempre em pequenos cristais. Os xistos foram dobrados em grandes anticlinais submeridianas com vergência geral para leste e cujos eixos mergulham para norte. Há várias áreas de garimpagem (Trechos Velho, Novo, do Zé Maria, do Netinho) onde a exploração das diversas lentes de talco-xistos se realiza por poços profundos (CASSEDANNE, 1991).

Neste garimpo, de Santa Terezinha, ocorrem “dois conjuntos litológicos distintos, representados pelo complexo granito gnáissico e pela Seqüência Santa Terezinha, composta pelas litologias referidas”

(MENDES, 1989).

Segundo MENDES, 1989, as “descrições petrográficas referentes ao perfil de um poço de 117 m de profundidade revelaram que as rochas mineralizadas em esmeraldas são representadas por quartzo- carbonato-talco xistos (1) e biotita/flogopita xistos, ao passo que as rochas isentas de esmeraldas são compostas por biotita/flogopita-carbonato xistos (2), moscovita-clorita-carbonato-quartzo xistos e blastomilonitos.

Essas litologias pertencem às rochas de baixo grau da Seqüência Santa Terezinha. Nas rochas pertencentes aos níveis mineralizados, a turmalina, o berilo (esmeralda) e os carbonatos exibem biaxialidade anômala, sugerindo que as encaixantes da esmeralda foram submetidas a esforços tectônicos após a formação da esmeralda. As esmeraldas de Santa Terezinha de Goiás caracterizam- se principalmente pela sua cor verde-intensa (MENDES, 1989).

Estudos ópticos, de difração de raios X e de microssonda eletrônica revelaram que a esmeralda de Santa Terezinha de Goiás contém uma grande variedade de inclusões cristalinas, destacando-se por ordem de abundância, a cromita, os carbonatos (dolomita e calcita), o talco, a flogopita, a pirita, a patronita, o quartzo, a barita, o berilo e a ferropargasita. As inclusões fluidas constituem uma feição notável dessa esmeralda, especialmente quando observadas sob aumentos maiores, podendo-se afirmar que estão presentes praticamente em todos os espécimes estudados. Essas inclusões possuem uma, duas ou três fases distintas, mostrando uma grande variedade de formas e uma certa variação nos conteúdos presentes nas cavidades.” (MENDES, 1989)

A MINA BELMONT, ou de ITABIRA, está localizada num complexo de xistos com intercalações de rochas ultrabásicas alteradas, recortado por pegmatitos. O conjunto, incluído em gnaisses, está muito dobrado, com planos axiais NNE-SSW e mergulho para oeste. As esmeraldas ocorrem num xisto alterado róseo que contém também um pouco de alexandrita e crisoberilo. (CASSEDANNE, 1991).

A jazida de Salininha, município de Pilão Arcado (BA), cujas esmeraldas são coloridas pelo vanádio, está recoberta pelas águas da barragem de Sobradinho. Relacionava-se a um pegmatito cortando talco-xistos (CASSEDANNE, 1991)..

As outras jazidas brasileiras de esmeralda são de pouca importância e freqüentemente de interesse histórico (CASSEDANNE, 1991).:

Minas Gerais (Santana dos Ferros),

Bahia (Brumado, Açude Socego, Serra dos Pombos), Ceará (Tauá),

Goiás (Porangatu, Mara Rosa, Pela Ema, Pirenópolis, Fazenda das Lages).

Referências:

BRANCO, P. M. (1984) Glossário Gemológico, Ed. da UFRS, Porto Alegre, RS. p. 29.

CASSEDANNE, J. J. (1991) Tipologia das Jazidas Brasileiras de Gemas. In: Cap. III de Principais Depósitos Minerais do Brasil, Vol IV Parte A - Gemas e Rochas Ornamentais. Coordenação Geral: Carlos Schobbenhaus, Emanuel Teixeira de Queiroz, Carlos Eduardo Silva Coelho. DNPM/CPRM, Brasília, DF., p23-24.

DANA, J. D. (1978). Manual de Mineralogia, 1ª edição. 5ª revisão. Rio de Janeiro, RJ.

DIANA, F. R. (2004). Pedras Brasileiras. Ed. Reler, Rio de Janeiro, RJ, p.46, 64, 88.

MENDES, J. C. (1989) Aspectos mineralógicos, geológicos e econômicos da esmeralda de Santa Terezinha de Goiás. Dissert.

Mestrado, São Paulo, SP, 163 p.

Retirado de: http://dedalus.usp.br:4500/ALEPH/POR/USP/USP/TES/FULL/0730485

SCHUMANN, W. (2002) Gemas do Mundo, Ed. Ao Livro Técnico Indústria e Comércio Ltda., traduzido por Mário Del Rio, 9ª Edição, p. 90-96.

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TURMALINAS

As turmalinas ocorrem em rochas ígneas ácidas, pegmatitos graníticos, gnaisses e ardósias.

Aparecem muitas vezes como inclusões no quartzo.

DESCRIÇÃO DAS OCORRÊNCIAS: Geralmente ocorrem em granitos pegmatíticos e em rochas imediatamente ao redor destes depósitos. A variedade mais comum da turmalina é de cor preta, porém, variedades de cristais com cores claras também podem ser achados. A turmalina, normalmente se associa nos pegmatitos com minerais de ortoclásio, albita, quartzo e moscovita;

também com berilo, lepidolita, apatita, fluorita. Achada também como mineral acessório em rochas ígneas e metamórficas, como gnaisses, xistos e calcários cristalinos. Também achadas em depósitos aluvionares.

OCORRÊNCIAS BRASILEIRAS (SVISERO & FRANCO, 1991)

Em MINAS GERAIS: Araçuaí, Barra de Salinas, Governador Valadares, Malacacheta, Turmalina, Rubelita, Novo Cruzeiro, Itaporé, Rubim, Conselheiro Pena, Araguari, Coronel Murta, Taquaral, Santa Maria do Suaçuí, Coimbra, Itamarandiba e São José da Safira;

No CEARÁ: Quixeramobim, Quixadá, Senador Pompeu e Solonópole, ocorrência de turmalina em pegmatitos de Itatiaia

Em GOIÁS: Mata Azul

Na BAHIA: Tremendal e Encruzilhada

OCORRÊNCIAS E DEPÓSITOS DE TURMALINA NO BRASIL

Turmalinas são encontradas nos pegmatitos da Região Nordeste do Brasil, Itambé (BA), Cruzeiro, Limoeiro (turmalinas de vários decímetros são freqüentes, e Pedra Azul Marambaia, serro, Matias Barbosa(MG), Ceará, Goiás (Xambioá) e Rio de Janeiro (Menezes e Sigolo, 1981)Espírito Santo (Mimoso do Sul, Fundão, Itaguaçu),.

1) MINAS GERAIS

PEGMATITO DO CRUZEIRO

Localiza-se nas vizinhanças de Governador Valadares, é conhecido internacionalmente desde a segunda guerra mundial. Posteriormente, a descoberta de magníficos cristais de turmalina, tanto rosa quanto verde, de qualidade gema, concorreu para reforçar a fama dessa jazida um tanto excepcional (CASSEDANNE et al., 1980) e (CASSEDANNE, 1991).

Três veios de pegmatitos de direção N20° W, cujo mergulho varia de subvertical a muito forte para SW, foram explotados e são conhecidos como veios 1, 2 e 3; o primeiro sendo o principal. A espessura varia de poucos metros a mais de 50 m, com alargamentos nas zonas mais diferenciadas com um núcleo de quartzo. Outros veios paralelos, de menor importância, são conhecidos nas proximidades:Campinho, Safirinha, Rio Preto, Foratini, Jazida do Oliveira (CASSEDANNE, 1991).

O contato com as rochas encaixantes (quartzitos branco e xistos) é sempre nítido, com bastante reentrâncias e protuberâncias no caso dos quartzitos. Esses quartzitos, são esbranquiçados, beges ou róseos, com delgadas intercalações de moscovita e lentes de granulação grosseira. (CASSEDANNE, 1991).

Os mica-xistos são compostos essencialmente de biotita, quartzo e oligoclásio ou andesina. Existem variedades com grafita, clorita e anfibólios. Os afloramentos, sempre bastante alterados, assim como o solo residual, são avermelhados (CASSEDANNE, 1991).

Anfibolitos que não afloram, ocorrem numa lente atravessada por diversas galerias, entre as quais a 1D. São compostos de peridoto e serpentina, com piroxênio, hornblenda, anfibólio fibroso, biotita, clorita, quartzo, calcita e localmente granada (CASSEDANNE, 1991)..

Segundo CASSEDANNE (1991), quase todos os veios de pegmatitos apresentam uma zonação nítida, que pode ser esquematizada, da rocha encaixante até o núcleo, como segue:

a) camada de mica com granulação grosseira no contato com a rocha encaixante;

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b) rocha com textura granítica formada por quartzo e feldspato, com manchas gráficas, conhecida como sal grosso pelos garimpeiros;

c) zona intermediária externa, localmente rica em livros de moscovita ou com textura granítica maior que no sal grosso;

d) zona intermediária interna, formada essencialmente de feldspato potássico localmente albitizado;

e) zona central, quartzo largamente cristalizado e feldspato potássico com drusas de albita (algumas vezes atapetadas por turmalinas) e grandes cristais de espodumênio. Os fosfatos ocorrem sempre nessa faixa;

f) núcleo de quartzo.

A turmalina gema ocorre na zona central do pegmatito, geralmente envolvida por grandes cristais de feldspato que apresentam estrutura gráfica, associados a cristais alterados de vários decímetros de espodumênio e manchas de lepidolita. As gemas crescem sobre as lamelas de cleavelandita que atapetam as drusas: ali cristais bem desenvolvidos chegam a ultrapassar 2 decímetros. Aqueles que se dispõem em grupos sem orientação determinada são geralmente comercializados como pedras de coleção, enquanto os que ocorrem isoladamente, com bastante partes aproveitáveis de boa qualidade, são utilizados como gemas. Os hábitos são diversos: cristais alongados, biterminados, aciculares, arredondados ou achatados (CASSEDANNE, 1991).

2) PEGMATITO DE LIMOEIRO, MG

Localiza-se no declive NW de um vale bastante encaixado. É formado por uma lente N30oE com mergulho oeste muito fraco.

3) CAMPO PEGMATITÍCO de MARILAC

Está inserido no Distrito Pegmatítico de Governador Valadares, um dos segmentos da grande Província Pegmatítica Oriental do Brasil. Essa província possui uma forma lenticular alongada no sentido NS, embora sua maior parte esteja localizada no Estado de Minas Gerais, e seus limites situam-se nos Estados do Rio de Janeiro, Espirito Santo e Sul da Bahia. Esta província é produtora de minerais industriais, sendo a principal região de minerais-gemas do País e, ao mesmo tempo, uma das principais províncias gemológicas do mundo no tocante à variedade e volume de minerais gemológicos produzidos. O Campo Pegmatítico de Marilac possui cerca de uma centena de pegmatitos (GANDINI,1999). Quanto à estrutura dos corpos, estes são zonados simples ou complexos, sendo que suas dimensões médias estão entre 10 a 20m de espessura e 20 a 100m de comprimento. As formas mais comuns dos pegmatitos são lenticulares, seguidas das tabulares, sendo estes corpos encaixados de maneira concordante, em sua maioria, em xistos da Formação São Tomé do Grupo Rio Doce que, estruturalmente, foi deformado de maneira complexa e metamorfizado no fácies anfibolito (GANDINI, 1999).

A mineralogia essencial é constituída por microclina pertitizada, às vezes amazonita, quartzo (hialino, fumê, róseo e leitoso), muscovita e albita. Os minerais acessórios são: biotita, berilo [escória (berilo industrial), água-marinha, morganita egoshenita], granada (almandina, espessartina), nióbio- tantalatos e turmalinas (pretas, verdes, azuis e róseas) (GANDINI, 1999).

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4) RIO GRANDE DO NORTE

PEGMATITO DOS QUINTOS – MUNICÍPIO DE PARELHAS

SOARES (1998) dá ênfase a qualidade gemológica da turmalina azul brilhante, também chamada

"turmalina Paraíba". O pegmatito dos Quintos, de idade Brasiliana, é intrudido discordantemente em quartzitos Precambrianos da Formação Equador. A direção principal dos quartzitos é 45ºNE; a direção principal do pegmatito é 10ºNW, com mergulho de 30º para leste. O posicionamento do pegmatito é complexo, com encurvamentos e mergulhos levemente diferentes.

Os principais minerais do pegmatito dos Quintos são quartzos, microclínio e muscovita, com grandes corpos de substituição que consistem em albita (cleavelandita), lepidolita e elbaíta. Minerais acessórios são berilos, espodumênio, schorlita, columbita, autunita, gahnita e cookeíta. Estágio tardio de lepidolita é distribuído ao longo de todo o pegmatito.

A origem da cor azul turquesa brilhante é considerada como sendo devido a conteúdo adicional de cobre.

5) PARAÍBA

TURMALINAS DO ALTO QUIXABA

O pegmatito Alto Quixaba está situado na região do Seridó, aproximadamente 15 km a NE da cidade de Frei Martinho, Paraíba. O pegmatito granítico está encaixado subvertical e discordantemente no biotita-xisto da Formação Seridó, com direção geral 60°/80° SW. O pegmatito complexo é composto basicamente por quartzo, microclina, cleavelandita, moscovita e ambligonita, com quantidades menores de turmalina preta, lepidolita, berilo, turmalinas gemas e minerais metálicos. Apresenta uma variação mineralógica e textural possibilitando a sua divisão em três zonas (externa, intermediária e núcleo). Na parte central do pegmatito pode ser observado um corpo de substituição, ou seja, um enriquecimento característico em turmalina gema, lepidolita, manganotantalita "irisada" e um mineral da série pirocloro/microlita (FERREIRA, 1998).

A turmalina gema do Alto Quixaba é elbaíta, e a turmalina preta, schorlita

As turmalinas gema ocorrem nas cores verde, azul esverdeada, azul e violeta em várias tonalidades, além de amostras bi e tricolores. Os cristais mostram hábitos prismáticos com estriações paralelas ao eixo c e faces prismáticas arredondadas. Pode ser observado grupos de cristais paralelos de cores diferentes, muitos deles transparentes, com poucas inclusões. Estas turmalinas caracterizam-se principalmente pelas cores azuis e verdes e ótima qualidade gemológica. Possuem forte pleocroísmo (FERREIRA, 1998).

As elbaítas do Alto Quixaba possuem uma deficiência em álcalis (sítio X) de 12 a 17 %. São relativamente ricas em Mn, com o conteúdo variando entre 1,69 e 2,87 % de MnO. Possuem elevado teor de Zn, com valores de até 2,98 % em peso de ZnO, teor este, que pode ou não ser resultado da presença de inclusões de outros minerais. As cores nestas elbaítas, especialmente verde, azul esverdeado e azul violetado, podem ser caracterizadas por maiores concentrações de FeO, MnO e ZnO, enquanto a cor azul, além da concentração de FeO, pode estar relacionada à presença mais significativa dos elementos traço Cu e V (FERREIRA, 1998).

Referências:

BRANCO, P. M. (1984). Glossário Gemológico, Ed. da UFRS, Porto Alegre, RS. p. 181-182.

CASSEDANNE, J. P. (1991). As Turmalinas do Pegmatito do Cruzeiro. In: ADENDO I ao Capítulo III de Principais Depósitos Minerais do Brasil. V.4. Parte A. Coord. Geral Carlos Schobbenhaus, Emanuel Teixeira de Queiroz e Carlos Eduardo Silva Coelho.

DNPM/CPRM, Brasília, DF. p37 e 39

CASSEDANNE, J. P. (1991) Os Topázios do Pegmatito do Limoeiro. In: ADENDO II ao Capítulo III de Principais Depósitos Minerais do Brasil. V.4. Parte A. Coord. Geral Carlos Schobbenhaus, Emanuel Teixeira de Queiroz e Carlos Eduardo Silva Coelho.

DNPM/CPRM, Brasília, DF. p40-41.

DANA, J. D. (1978). Manual de Mineralogia, 1ª edição. 5ª revisão. Rio de Janeiro, RJ, p.624.

DIANA, F. R. (2004). Pedras Brasileiras. Ed. Reler, Rio de Janeiro, RJ, p.124.

GANDINI, A. L. (1999) Aspectos da Mineralogia, Geoquímica, Gêneses e Potencialidade Econômica do Campo Pegmatítico de Marilac, Minas Gerais. Tese Dout. São Paulo, SP. Resumo da Tese Dout. consultado em 25-08-2006) em:

http://dedalus.usp.br:4500/ALEPH/POR/USP/USP/TES/FULL/1079858

FERREIRA, A. C. M. (1998) Caracterização Mineralógica e Gemológica das Turmalinas do Alto Quixaba Dissertação de Mest. Instit.

Geoc, UFPE. Recife - PE. Resumo da Dissertação consultado em http://www.sbgeo.org.br/571.html (consultado em 24-08-2006).

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SCHUMANN, W. (2002) Gemas do Mundo, Ed. Ao Livro Técnico Indústria e Comércio Ltda., traduzido por Mário Del Rio, 9ª Edição, p. 110-112.

SOARES, D. R. (1998) Estudo Mineralógico e Gemológico das Turmalinas do Pegmatito dos Quintos, Parelhas, RN., Dissert. de Mestrado, Instituto de Geociências, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE. Resumo da Dissert. consultado em 24-08- 2006 em: http://www.sbgeo.org.br/572.html

SVISERO, D. P. & FRANCO R. R. (1991) A Província Gemológica Brasileira. In: Cap. II de Principais Depósitos Minerais do Brasil.

V.4. Parte A. - Gemas e Pedras Ornamentais. Coord. Geral: Carlos Schobbenhaus, Emanuel Teixeira de Queiroz e Carlos Eduardo Silva Coelho. DNPM/CPRM Brasília, DF., p 15.

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