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TUTELA MENOR TUTELADO

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Academic year: 2021

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TUTELA – MENOR TUTELADO

Ana Paula Pereira Alencar1

Jéssica Cristina Serrão de F. Aquino2

José Henrique Bonela Dinon3

Larissa Cristina R. Merino4

Luzivânia A. Freire5

RESUMO

A tutela é o direito que uma pessoa recebe prevista no Código Civil, para zelar por um indivíduo menor de idade. O instituto da tutela tem regulamentação no Código Civil a partir do artigo 1728 cc, visando uma proteção do menor e dos seus bens que serão tutelados.

Palavras chaves: MENOR.PROTEÇÃO.TUTELA. INTRODUÇÃO

A tutela é um dos institutos do direito de família que visa à proteção do menor incapaz, este que por motivos de força maior, não está mais concentrado no poder de sua família. Ocorrendo este caso, o poder judiciário tem de acompanhar o destino deste menor, que por previsão legal ainda não apresenta capacidade civil plena para responder por seus próprios atos. O instituto da tutela tem regulamentação no Código Civil a partir do artigo 1728 cc, visando uma proteção do menor e dos seus bens que serão tutelados por alguém escolhido outrora pelo país ou pelo poder judiciário (competente).

DESENVOLVIMENTO

A tutela é o direito que uma pessoa recebe prevista no Código Civil, para

zelar por um indivíduo menor de idade. Tutela é dar amparo, proteção e auxílio á aquelas crianças que por quaisquer motivos que sejam, ficaram órfãs, pais ausentes, pais até presentes, todavia, perderam o poder de família. O direito de nomear tutor compete somente aos pais em decisão conjunta (somente), e na sua ausência a competência será do poder judiciário (juízo competente para estes casos).

O código civil institui sobre a tutela, prevendo as formas de ocorrer a tutela, quem pode ser tutor, quem pode escusar de ser tutor, as funções do tutor com o

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menor, responsabilidade civil e remuneração do tutor, dos bens que podem ser tutelados, da prestação de contas e por fim da extinção da tutela, primeiramente veremos as formas de tutela, adotadas pelo CC, estas são três espécies elencadas nos artigos 1731, 1732 e 1733 CC, sendo elas:

a) Tutela Testamentária: Trata-se da tutela que se institui por meio de

nomeação de tutor, através de um testamento ou documento autêntico. Esta seria uma declaração de última vontade dos pais (decisão em conjunto) a qual detinham do poder familiar e por meio desta declaração de última vontade nomeiam um tutor para o menor.

Não cabe a declaração de última vontade feita por um dos genitores se sobrevive o outro genitor. Nas mesmas condições é nula a nomeação de tutor para o descendente menor que tenha um dos genitores vivo, será inadmissível, pela sua natureza, com exercício do poder familiar, também é nula a nomeação de tutor pelo pai ou pela mãe que, ao tempo de sua morte não detinham o poder familiar.

b) Tutela Legítima: A tutela legítima consiste na falta de tutor nomeado

pelos genitores, cabendo assim o exercício da tutela aos parentes consanguíneos do menor, sendo sua ordem estabelecida pelo artigo 1.731 do Código Civil:

I – Aos ascendentes, preferindo o de grau mais próximo ao mais remoto; II – Aos colaterais até terceiro grau, preferindo os mais próximos ao mais remotos, e , no mesmo grau, os mais velhos aos mais moços; em qualquer dos casos, o juiz escolherá entre eles o mais apto a exercer a tutela em benefício do menor.

c) Tutela Dativa: A tutela dativa é aquela que possuem a nomeação pelo juiz, este nomeará um tutor idôneo e residente no domicílio do menor, de acordo com as situações do artigo 1732 do CC, que são:

I – Na falta de tutor testamentário ou legítimo; II – Quando estes forem excluídos ou escusados da tutela; III – Quando removidos por não idôneos o tutor legítimo e o testamentário.

Antes de ser estabelecido o tutor, seja da forma testamentária, legítima ou dativa, o CC prevê no artigo 1735, as pessoas que são consideradas ilegítimas para serem tutores, ou seja, não apresentam legitimidade alguma para tutelar menor incapaz, são:

I- Aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens. Não seria possível conferir tutela a aquele que não tem aptidão para cuidar de si mesmo e de seus bens pessoais. Nesse caso, a lei entende que já que o tutor não tem capacidade alguma de cuidar de si próprio, como teria capacidade para administrar os bens do menor tutelado.

II- Aqueles que, no momento de lhes ser diferida a tutela, se acharem constituídos em obrigação para com o menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aquele cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda contra o menor

III- Os inimigos do menor ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente excluídos da tutela. Não é aconselhável a nomeação de tutores

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aqueles que possuem “rixa” ou conflitos com os menores, ou até mesmo com seus genitores.

IV- Os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade contra família ou os costumes, que tenham ou não cumprido a pena. A falta de idoneidade é o ponto principal em relação aos crimes contra o patrimônio que tenham sido ou não condenados, assim não tendo capacidade para cuidar da pessoa e de seus bens tutelados e os crimes contra a família e os costumes, por falta de clareza da personalidade do tutor, assim tornando impossível o exercício do encargo.

V- Pessoas de má procedimento ou falha em probidade, e as culpadas por abuso de tutorias anteriores. As pessoas de má procedimento são consideradas aquelas que atuam contra os bons costumes (corrupção de menores) e aquelas que exercem profissões ilícitas

VI- Aqueles que exercerem a função pública incompatível com a boa administração da tutela. Não é qualquer função que é considerada incompatível, assim tem que existir evidências de dificuldade e a incompatibilidade de tutela direcionada aos interesses do menor, com a proteção e administração de seus bens. Conforme Maria Helena Diniz “ tal proibição não é absoluta”, pois poderá ser levantada pelo juízo incumbido do caso, se eles entender inconveniente a nomeação dessas pessoas aos interesse do menor.

Após conferido o poder de tutela a aquele que o Juiz verifica estar apto para ser tutor, pode ainda ocorrer deste recusar esta responsabilidade a que lhe foi conferida, todavia o CC prevê um rol taxativo no artigo 1736 daqueles que podem escusar-se e o prazo estabelecido para entrar com pedido de escusa. Assim, as pessoas que podem escusar-se da tutela são:

I – Mulheres Casadas

II – Maiores de Sessenta Anos

III – Aqueles que tiverem mais de 3 filhos, sob sua guarda V – Os impossibilitados por enfermidade

V – Os que residem longe do tutelado VI – Os que já exercem uma tutela VII – Militares em serviços

A escusa deve ser apresentado nos dez (10) dias subsequentes á designação, sob pena de entender-se renunciado o direito de alegá-lo, se o motivo acusatório ocorrer depois de aceita a tutela, os 10 dias contar-se-ão do em que ele sobrevier. Pode ocorrer do juiz não admitir a escusa, exercerá o

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nomeado a tutela, enquanto o recurso interposto não tiver provimento, e responderá desde logo pelas perdas e danos que o menor venha sofrer.

Conferido o poder da tutela , o tutor exercerá suas funções conforme estabelece a lei, observando que algumas das funções desempenhadas necessitam de autorização do Juiz e há outras funções que mesmo autorizadas por Juiz não poderão ser exercidas. são alguns exercícios incumbidos ao tutor sem autorização judicial previstos no artigo 1740 do cc:

I- Dirigir-lhe a educação, defende-lo e prestar-lhe alimentos, conforme seus haveres e condição.

II- Representar o menor, até os 16 anos, nos atos da vida civil, e assisti-lo após essa idade nos atos que for parte.

são alguns exercícios incumbidos ao tutor com autorização judicial previstos no artigo 1748 do cc:

I- Pagar as dividas do menor.

II- Aceitar por ele herança, legados ou doações, ainda que com encargos.

são alguns exercícios que não pode ser exercidos pelo tutor, ainda que haja autorização judicial previstos no artigo 1749 do cc:

I- Adquirir por si, ou por interposto a pessoa, mediante contrato particular,

bens móveis ou imóveis pertencentes ao menor.

II- Dispor dos bens do menor a título gratuito.

Embora o exercício da tutela seja algo que pode ser delegado pela vontade dos pais ou instituída judicialmente, esta é uma função remunerada. Com a vigência do Código Civil de 2002, foi conferido ao Juiz estabelecer a quantia a ser paga ao tutor, proporcional á importância dos bens administrados, tendo ainda o tutor direito ao reembolso da quantia gasta do exercício do seu encargo, exceto a hipótese do menor abandonado, em que o múnus é praticada de maneira voluntária.

O tutor também responde civilmente pelos seus atos, todavia é uma responsabilidade civil subjetiva, estando subordinado a regra geral do artigo 186 do cc. O tutor responde pelos prejuízos que, por culpa, ou dolo, tiver causado ao tutelado, todavia, só pagará pelo que realmente despender no exercício da tutela.

Os bens do menor serão entregues ao tutor mediante termo especificado deles e seus valores, ainda que os pais o tenham dispensados. Incumbe ao

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tutor, sob a inspeção do juiz , administrar os bens do tutelado, em proveito deste cumprimento seus deveres com zelo e boa- fé. Para fiscalização dos atos do tutor, pode o juiz nomear um produtor. Se os bens e interesses administrativos exigirem conhecimento técnicos, forem complexos, ou realizados em lugares distantes do domicílios do tutor, poderá este, mediante aprovação judicial delegar a outras pessoas físicas ou jurídicas o exercícios parcial da tutela. Embora, seja conferido ao tutor administrar grande parte dos bens do menor, o CC dispõe de bens que não podem ser tutelados, ou seja são restritos ao exercício do tutor, como:

I- Não podem consonar em seu poder dinheiro dos tutelados, além do necessário para as despesas ordinárias com o seu sustento, a sua educação e administração de seus bens .

II- Os valores que existirem em estabelecimento bancário oficial, não se poderão retirar, senão mediante autorização do juiz.

O tutor conforme expresso no texto legal deverá prestar contas a cerca de

sua administração sobre os bens do tutelado. A prestação de contas será feita em juízo com audiência do ministério público sendo que as contas deverão ser organizadas em formas mercantil ou contábil. A lei ainda exige a apresentação de balanços anualmente, organizado de maneira contábil, contendo o resumo da receita e das despesas do tutelado. Serão prestados contas de dois em dois anos, ou por qualquer motivo deixarem o exercício da tutela, ou quando convier ao juiz, e serão prestadas em juízo.

Em fim, após todo essa burocratização do instituto da tutela, têm-se a sua cessação, ou seja, a sua extinção. A tutela, pode cessar, sob o prisma do tutelado, com a maioridade ou emancipação do menor, ou ao cair o menor sob o poder familiar (caso de adoção, por exemplo) e sob o prisma do tutor, ao expirar o termo, em que era obrigado a servir (dois anos, conforme prevê o art. 1765), ao sobrevir escusa legítima ou ao ser removido. Também têm-se a possibilidade de destituição do tutor quando negligente (isto é, descaso ou falta de zelo no exercício de suas funções), prevaricador (é o que descumpre o dever a que está obrigado, por improbidade ou má-fé) ou incurso em incapacidade (todas as vezes em que o tutor se encontrar em qualquer das hipóteses do Código Civil).

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RESULTADOS OU DISCUSSÃO

A tutela sendo um instituto essencial para o menor, deve se adaptar e aprimorar mais com o desenvolvimento que o mundo tem a cada ano. Ela é de suma importância, pois estabelece alguém de forma direta(pelos pais) ou indireta (pelo Juiz) a cuidar de outrem conforme as regras do poder judiciário.

CONCLUSÕES

O intuito do trabalho foi explicar de modo claro, as regras da tutela, de como ocorre a sua forma, o que pode e não pode ser protegido no caso dos bens do menor se tiver, da legitimidade e por fim a sua extinção. Ocorrendo a tutela, o poder judiciário tem de acompanhar o destino deste menor, atividade desempenhada pelo tutor, para que não ocorra nenhuma lesão ou ameaça aos direitos deste menor incapaz que ainda não apresenta capacidade civil plena para responder por seus próprios atos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Vade mecum

Curso de Direito Civil brasileiro. 5° Volume: Direito de Família. 8ª ed., aum. e

ampliada, São Paulo: Saraiva, 1994

http://www.normaslegais.com.br/guia/clientes/bens-do-tutelado.htm

http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,o-instituto-da-tutela-comentarios-ao-direito-assistencial-em-materia-de-familia,37501.html

Referências

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