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INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE Pró-Reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação Programa de Pós-Graduação em Produção e Sanidade Animal

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Academic year: 2021

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INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE

Pró-Reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação Programa de Pós-Graduação em Produção e Sanidade Animal

Dissertação

Avaliação da Transferência da Metodologia de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão Perna perna no Litoral de Santa Catarina

Suelen Eskelsen

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Suelen Eskelsen

Avaliação da Transferência da Metodologia de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão Perna perna no Litoral de Santa Catarina

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Produção e Sanidade Animal do Instituto Federal Catarinense, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências (área de concentração: Produção e Sanidade Animal).

Orientador: Prof. Dr. Robilson Antônio Weber Co-orientador: Prof. Dr. Carlos Eduardo N. Martins

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Dedicatória

À minha família, que dignamente me apresentou o caminho da honestidade e da persistência.

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Agradecimentos

A Deus, por ter me guiado até aqui, e por toda a força concedida na concretização desse sonho.

Ao meu orientador Prof. Dr. Robilson Antônio Weber, o meu reconhecimento pela oportunidade de ter feito esta pesquisa ao lado de alguém com tamanha sabedoria.

Aos meus pais e minhas irmãs, pela compreensão de minha ausência em momentos festivos, por tanto amor, por tudo o que sou, por terem me proporcionado educação e amor pelos estudos, e, apesar das inúmeras dificuldades, por sempre me estimularem a continuar. Ao meu amor Stefano, por sua boa vontade de estar comigo por longos fins de semana só para me fazer companhia, por corrigir e aclarar minhas ideias, por me incentivar a prosseguir e a superar meus limites. Amo você.

Aos extensionistas da EPAGRI, pelo auxílio no andamento desta pesquisa, em especial para Fabiani Sokoloski e Naiara Sampaio Silva, que me acompanharam pessoalmente na jornada até os produtores e aproximaram-me da realidade local.

Ao Prof. Dr. Gilberto Manzoni, por me aceitar gentilmente na sua unidade de pesquisa e em incentivar o tema deste estudo. Ao Prof. Dr. Carlos Eduardo N. Martins por toda sua contribuição e sua paciência em ensinar estatística.

Aos colegas Giana, Juliana, Douglas, Sérgio, Marília e Artur por toda amizade e motivação.

Aos produtores e pescadores que aceitaram responder o questionário e, dessa forma, contribuíram fundamentalmente para esta pesquisa. A humildade e seus ensinamentos jamais serão esquecidos.

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“Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem”. Palavras de Pero de Vaz Caminha, escritas ao rei D. Manuel I para descrever sua chegada ao Brasil.

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Resumo

ESKELSEN, Suelen. Avaliação da Transferência da Metodologia de Assentamento Remoto de

larvas de mexilhão Perna perna no Litoral de Santa Catarina. 2018. 47f. Dissertação

(Mestrado em Ciências) - Curso de Pós-Graduação em Produção e Sanidade Animal, Pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, Instituto Federal Catarinense, Araquari, 2018. O cultivo de mexilhões Perna perna, denominado mitilicultura, se consolidou fortemente como atividade econômica no litoral de Santa Catarina e vem tomando notoriedade. A demanda por sementes de mexilhão associadas à sustentabilidade ambiental convergiu para a metodologia de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão. Este estudo objetivou analisar o uso desta técnica, pela perspectiva dos produtores, com uma abordagem técnica, cultural e social. Foram realizados 110 questionários estruturados, divididos entre os municípios de Palhoça, Governador Celso Ramos, Penha, Florianópolis e Bombinhas. Por meio de procedimentos estatísticos de porcentagem e Teste qui-quadrado, verificou-se que, a despeito da técnica de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão ser continuamente pesquisada e, referenciada no âmbito acadêmico, constatou-se a baixa incidência de seu uso pelos produtores, que em 95,50% dos entrevistados não utilizam a técnica, entretanto 87% relataram conhecer a técnica. Através dos dados gerados foi possível definir o perfil dos mitilicultores entrevistados: 95,50% dos produtores são homens, 41% possuem o ensino fundamental incompleto e 52,70% estão acima de cinquenta anos de idade. Em relação aos impactos sociais e econômicos da mitilicultura, 62% dos entrevistados afirmaram não possuir a atividade como principal fonte de renda, comercializando seus produtos de forma mista e 80,90% dos produtores relataram alcançar uma produção anual superior a 10 toneladas de mexilhões. Tecnicamente, envolvendo suas experiências e conhecimentos, 84,50% dos produtores utilizam sistema de coletores artificiais para adquirir sementes de mexilhão e 84,50% possuem seus cultivos por sistema long line. 87,30% dizem conhecer a técnica de Assentamento Remoto e 77,30% dos entrevistados gostariam de participar de cursos sobre o desenvolvimento desta metodologia. Já em relação ao desenvolvimento local ou setorial, 52,70% dos entrevistados, não pertencem ao terceiro setor. Espera-se que as informações geradas por esta pesquisa possam servir como elementos para aprimorar a visão de parte de um segmento da cadeia produtiva da mitilicultura, possibilitando a compreensão da rede de relações entre diversos agentes produtivos, e assim tornar possíveis alternativas para transformar o estado de Santa Catarina em uma potência aquícola quando comparada ao cenário mundial.

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Abstract

ESKELSEN, Suelen. Evaluation of the Transfer of the Remote Settlement of mussel larvae Perna perna Methodology on the Coast of Santa Catarina. 2018. 47f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Curso de Pós-Graduação em Produção e Sanidade Animal, Pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, Instituto Federal Catarinense, Araquari, 2018.

The growth of mussels Perna perna called mitiliculture was strongly consolidated as economic activity on the coast of Santa Catarina and has become notorious. The demand for seeds of mussel associated to environmental sustainability converged to the methodology of Remote Settlement of mussel larvae. This study aimed to analyze the use of this technique, from the perspective of the producers, with a technical, cultural and social emphasis. There were 110 structured questionnaires, divided between the cities Palhoça, Governador Celso Ramos, Penha, Florianópolis and Bombinhas. Through Percent Statistical Procedures and Chi-Square Tests, it was found that, despite the fact that the Remote Settlement Technique of mussel larvae was continually researched and referenced in the academic field, the low incidence of its use by the producers was verified, low incidence of its use by producers, which in 95.50% of the interviewees do not use the technique, however 87% reported knowing the technique. Through the generated data it was possible to define the profile of the mussel producers interviewed: 95.50% of the producers are male, 41% have incomplete primary education and 52.70% are over fifty years of age. Regarding the social and economic impacts of mussel farming, 62% of the respondents stated that they did not have the activity as their main source of income, marketing their products in a mixed way and 80.90% of the producers reported reaching an annual production of more than 10 tons of mussels. Technically, involving their experiences and knowledge, 84.50% of the producers use a system of artificial collectors to acquire mussel seeds and 84.50% have their crops by long line system. 87,30% say they know the Remote Settlement technique and 77,30% of the interviewees would like to participate in courses on the development of this methodology. Regarding local or sectoral development, 52.70% of respondents do not belong to the third sector. It is hoped that the information generated by this research can serve as element to improve the vision of part of a segment of the production chain of the mussel culture, making possible the understanding of the network of relations among several productive agents, and thus to make possible alternatives to transform the state of Santa Catarina in an aquaculture power when compared to the world scenario.

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Lista de Figuras

Figura 1 Localização da zona costeira de Santa Cantarina, destacando os municípios de 1.Palhoça, 2.Florianópolis, 3.Governador Celso Ramos, 4.Bombinhas e

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Lista de Tabelas

Tabela 1 Número e proporção dos entrevistados divididos de acordo com o sexo. 23 Tabela 2 Número e proporção dos entrevistados divididos de acordo com a idade. 23 Tabela 3 Número e proporção dos entrevistados que realizaram cursos sobre o

cultivo de mexilhões. 24

Tabela 4 Número e proporção dos entrevistados divididos de acordo com a

escolaridade. 24

Tabela 5 Número e proporção dos entrevistados que possui a mitilicultura como

principal fonte de renda. 25

Tabela 6 Número e proporção dos entrevistados conforme comercialização de sua

produção de mexilhões. 25

Tabela 7 Número e proporção dos entrevistados que fazem parte do terceiro

setor. 26

Tabela 8 Número e proporção dos entrevistados de acordo com seu sistema de

cultivo de mexilhões. 27

Tabela 9 Número e proporção dos entrevistados de acordo com sua produção

anual em toneladas de mexilhões. 27

Tabela 10 Número e proporção dos entrevistados de acordo com a forma de

obtenção de sementes de mexilhões 28

Tabela 11 Número e proporção dos entrevistados que possuem conhecimento sobre a técnica de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão. 28 Tabela 12 Número e proporção dos entrevistados de acordo com o interesse em

participar de Cursos sobre a técnica de Assentamento Remoto de larvas

de mexilhão. 29

Tabela 13 Número e proporção dos entrevistados que utilizam a técnica de

Assentamento Remoto de larvas de mexilhão 29

Tabela 14 Motivos que levaram os entrevistados a não optar pelo uso da técnica de

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Tabela 15 Relação entre a utilização da técnica de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão e a principal fonte de renda dos entrevistados. 30 Tabela 16 Relação do conhecimento sobre a técnica de Assentamento Remoto de

larvas de mexilhão e a participação de cursos sobre a metodologia. 31 Tabela 17 Relação entre a utilização da técnica de Assentamento Remoto de larvas

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Lista de Abreviaturas e Siglas

EPAGRI Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural

FAO Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura IFC Instituto Federal Catarinense

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis LMM Laboratório de Moluscos Marinhos

MAPA Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento ONU Organização das Nações Unidas

SC Santa Catarina

UFSC Universidade Federal de Santa Catarina UNIVALI Universidade do Vale de Itajaí

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Lista de Símbolos cm Centímetro kg Quilograma > Maior < Menor m Metro μm Micrômetro N.° Número % Porcentagem t Tonelada

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SUMÁRIO

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA E ESTADO DA ARTE 14

1.1 Panorama da Aquicultura no Brasil 14

1.2 Mitilicultura em Santa Catarina 14

1.3 Mexilhão Perna perna 15

1.4 Mitilicultura e Sustentabilidade 16

1.5 Assentamento Remoto de larvas de mexilhão 17

2 OBJETIVOS 19

2.1 Geral 19

2.2 Específicos 19

3 AVALIAÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DA METODOLOGIA DE ASSENTAMENTO REMOTO DE LARVAS DE MEXILHÃO PERNA PERNA NO LITORAL DE SANTA

CATARINA 20 3.1 Introdução 20 3.2 Material e Métodos 21 3.2.1 Área de estudo 21 3.2.2 Metodologia 22 3.3 Resultados e Discussão 23 3.4 Conclusão 32 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 33 5 REFERÊNCIAS 34 6 ANEXOS 38

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA E ESTADO DA ARTE

1.1 Panorama da Aquicultura no Brasil

O Brasil possui algumas das maiores bacias hidrográficas do mundo com heterogeneidades topográficas, climáticas, edáficas e demográficas. A oferta e o consumo de pescado no país têm crescido devido à expansão da aquicultura. A aquicultura brasileira, em específico a produção de moluscos bivalves marinhos (malacocultura), é realizado em áreas costeiras, classificada como uma atividade de regime extensivo de produção (Eler & Millani, 2007; Ostrensky et al., 2007).

Em 2016, a aquicultura nacional alcançou um valor de produção de R$4,61 bilhões de reais. Dentro do setor da malacocultura, a produção de ostras, vieiras e mexilhões foi de 20,83 toneladas, o que representou R$68.480 milhões para economia interna (IBGE, 2016). Contudo, a produção deste setor ainda apresenta números rudimentares em termos tecnológicos, com baixos níveis de produtividade se comparada ao dos maiores produtores mundiais, como a China, Chile, Indonésia e Índia (ACEB, 2014).

1.2 Mitilicultura em Santa Catarina

A pesca industrial em Santa Catarina tem destaque expressivo, contribuindo com um valor de produção superior a R$400.000 milhões, todavia, o cultivo de mexilhões (mitilicultura), surgiu como uma alternativa para substituir a pesca artesanal e se consolidou no estado como uma fonte promissora de geração de emprego e renda (Rodrigues, 2007; Santos, 2009; UNIVALI, 2013).

A produção de mexilhões representou em 2016 mais de 80% da comercialização de todos os moluscos bivalves produzidos em Santa Catarina. Segundo boletim da Secretaria de Agricultura e Pesca do Estado de Santa Catarina, considerando o preço de venda de ostras, vieira e mexilhões, a produção catarinense atingiu nesse mesmo ano o valor total de US$ 55 milhões (Santos et al., 2016).

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O Estado comercializou somente no ano de 2016, um montante de 12.534,1 toneladas de mexilhões, com 510 agentes envolvidos de forma direta. Os principais municípios que contribuíram para a produção de mexilhões, em 2016, por representatividade, foram: Palhoça, com uma produção de 6.801 toneladas; Penha, com uma produção de 2.180 toneladas; Bombinhas, com uma produção de 1.405 toneladas; Governador Celso Ramos, com uma produção de 865 toneladas; e Florianópolis, com uma produção de 826 toneladas (Santos et al., 2016). Estas cinco cidades foram responsáveis por comercializar um montante de 12.077 toneladas, o que representou 96% do total da produção de Santa Catarina.

1.3 Mexilhão Perna perna

Mexilhão é o termo técnico utilizado para identificar as diversas espécies de moluscos bivalves, animais de duas conchas, que pertencem à família Mytilidae. Coloquialmente recebem diferentes nomes como marisco, marisco-preto, marisco da pedra, ostra-de-pobre e sururu da pedra (Marenzi & Castilho-Westphal, 2011).

A espécie comercial produzida em Santa Catarina é o Perna perna, que possui características próprias, destacando-se por sua fertilidade, a alta velocidade de crescimento, garantindo que se sobressaia na competição com as demais espécies bentônicas. E a sua rusticidade, por poder permanecer longos períodos fora da água, apenas com o oxigênio presente na água em suas conchas (Marques, 1998; Spencer, 2002).

Esta espécie habita costões rochosos da região de entre-marés, podendo ser encontrados até 10 metros de profundidade. Neste ambiente vivem aderidas às rochas e estruturas rígidas que servem de substrato, e que favorecem a fixação de sua estrutura resistente e filamentosa, denominada de bisso (Gosling, 2003).

Em relação à reprodução, estes organismos encontram-se sexualmente maduros quando as gônadas estão repletas de gametas. O dimorfismo sexual pode ser notado no período pré-desova, no qual o macho apresenta uma coloração branca e a fêmea uma coloração laranja avermelhada (Manzoni, 2005).

A fecundação ocorre na água, em que a fêmea libera os ovócitos e o macho os espermatozóides, formando os ovos que destes eclodem as larvas. As larvas passam por diferentes fases de desenvolvimento até a alcançarem a forma pedivéliger, em que o bivalve torna-se séssil (Marenzi & Castilho-Westphal, 2011).

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1.4 Mitilicultura e Sustentabilidade

O termo sustentabilidade propõe uma nova forma de modelo de desenvolvimento e, de acordo com Guimarães e Feichas (2009), o conceito traz a necessidade de incorporar seis dimensões ao processo: ecológica, ambiental, social, cultural, política e ética. Dificilmente um outro princípio ou causa terá alcançado tanta adesão e consenso, em escala mundial, quanto a necessidade de que o desenvolvimento decorra de forma sustentável (Eler & Millani, 2007). O Relatório de Brundtland trouxe o conceito da sustentabilidade como sendo “o desenvolvimento que encontra as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidade” (ONU, 2016).

A mitilicultura como atividade economicamente consolidada, está em constante desafio para se moldar ao conceito da sustentabilidade. De uma maneira geral, é mais sensível a impactos externos, resultantes da ação tanto do homem, quanto do meio ambiente (Eler & Millani, 2007).

No relatório técnico da Organização das Nações Unidas (ONU) é possível evidenciar, por exemplo, que a acidificação do oceano está intimamente ligada a mudanças na química do carbonato das águas, o que pode levar a um enfraquecimento significativo de muitas espécies marinhas, como os moluscos bivalves (ONU, 2016).

De forma superficial, os impactos resultantes de um desequilíbrio podem ser classificados em três conjuntos: de origem externa, como impactos oriundos do meio ambiente; de origem endógena, da atividade resultante da própria aquicultura e o último conjunto, causado pela aquicultura diretamente no meio ambiente (Eler & Millani, 2007).

Como forma de garantir a continuidade do setor aquícola, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), já apontou diretrizes para identificar as responsabilidades, deveres e obrigações do Estado e dos atores envolvidos na cadeia da aquicultura (Eler & Millani, 2007).

Inegavelmente, a aquicultura traz uma série de benefícios sociais e econômicos, mas se executada de forma agressiva e irresponsável, a sobrevida de produção será drasticamente afetada. Sob o mesmo ponto de vista, as pesquisas em Santa Catarina, quando relacionadas à mitilicultura, estão voltadas para a produção sustentável do mexilhão Perna perna, aprimorando e tecnificando uma atividade de caráter familiar e artesanal (Marques, 1998).

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Naturalmente, os mexilhões Perna perna podem ser obtidos através da exploração de costões ou com o uso de coletores artificiais, aproveitando os mexilhões juvenis (sementes) que se assentam nas estruturas de cultivo (Novaes et al., 2016).

Para ter uma adequada obtenção das sementes, provenientes do ambiente natural, é preciso compreender os melhores períodos que ocorre a desova de mexilhões. A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Universidade do Vale de Itajaí (UNIVALI) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (EPAGRI) desenvolveram um calendário ilustrando as datas prováveis.

Desta forma, orienta-se a coleta das larvas dispersas no ambiente da segunda quinzena de março à primeira quinzena de maio e da segunda quinzena de agosto à primeira quinzena de novembro. Todavia, é preciso considerar mudanças climáticas e ambientais que podem influenciar no aparecimento de lotes disformes em peso e tamanho, e dificuldade em mensurar a quantidade de produção (Ferreira et al., 2007).

De acordo com a Instrução Normativa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) número 105, de 20 de julho de 2006, é preciso considerar o período de defeso, que compreende de primeiro de setembro à trinta e um de dezembro. Nesta estação fica proibida a retirada, o abastecimento de cultivos e a comercialização de mexilhão Perna perna, em qualquer fase de seu ciclo de vida, com o objetivo de impedir a destruição dos bancos naturais destes bivalves, e comprometer a biodiversidade destes ecossistemas (Brasil, 2006).

Ainda de acordo com essa Normativa, o produtor está limitado quanto à concessão de autorização para extração e transporte de sementes, à cota máxima anual de extração de sementes e quanto à forma de extração (Brasil, 2006).

Para mitigar as dificuldades apresentadas pelas técnicas naturais, desenvolveu-se a metodologia de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão, o qual transfere larvas no estágio pedivéliger produzidas em laboratório para estruturas específicas que, posteriormente, serão introduzidas nas áreas de cultivo. A UFSC, através do seu Laboratório de Moluscos Marinhos (LMM), possui o único laboratório no Estado que produz as larvas de mexilhão Perna perna, não existindo, até o momento, outra forma comercial de se adquirir as larvas (Novaes, 2016).

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Sendo assim, para iniciar a primeira etapa da técnica de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão, são adquiridas aproximadamente 1 milhão larvas no estágio pedivéliger ou larvas olhadas, medindo entre 225μm a 250μm (UFSC, 2014).

Para a prossecução da segunda etapa, as larvas são assentadas em estruturas, em geral, caixas flutuantes de madeira (1,0 m x 1,0 m), divididas em quatro repartições (0,5m x 0,5m cada), contendo cabos filamentosos para fixação das larvas e imersas nas áreas de cultivo. As faces das caixas são feitas de telas de náilon e precisam ser constantemente limpas, para que ocorra bastante circulação de água influenciando a dispersão das sementes, oxigenação da água e entrada de alimentos planctônicos (UFSC, 2014).

A rotina de manejo das caixas demanda a limpeza periódica das telas e a transferência das formas jovens de mexilhão para novas caixas, com abertura de tela maior, até que as sementes atinjam tamanho adequado (2-3 cm), com aproximadamente 90 – 120 dias. Posteriormente, são transferidas para as cordas de cultivo e, consequentemente, para cultivos de acordo com as técnicas tradicionais da mitilicultura (UFSC, 2014; Novaes, 2016).

Uma das grandes vantagens desta técnica alternativa a obtenção de sementes de mexilhão é a obtenção de larvas em qualquer época do ano. Também, por meio desta prática, é possível ter uniformidade da qualidade dos mexilhões, evitando a introdução de outros organismos e diminuindo a predação natural nos primeiros ciclos da larva, bem como, a preservação da biodiversidade dos costões rochosos (Novaes et al., 2016).

A implementação da metodologia de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão é uma atividade que se tornou eficiente para garantir a qualidade e a oferta das sementes com sustentabilidade. Desta forma, o objetivo da pesquisa foi analisar o uso do método, pela perspectiva dos produtores de mexilhões, abordando aspectos técnicos, culturais e sociais.

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2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Avaliar a transferência da Metodologia de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão Perna perna no Litoral de Santa Catarina.

2.2 Específicos

a) Identificar a metodologia de obtenção de sementes de mexilhão Perna perna; b) Avaliar a capacitação técnica dos produtores;

c) Verificar se os produtores conhecem a Metodologia de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão;

d) Conhecer a Metodologia de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão na perspectiva dos produtores;

e) Quantificar o percentual de produtores que fazem uso da técnica de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão;

f) Contribuir para o desenvolvimento da mitilicultura catarinense.

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3 AVALIAÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DA METODOLOGIA DE ASSENTAMENTO REMOTO DE LARVAS DE MEXILHÃO PERNA PERNA NO LITORAL DE SANTA CATARINA

Ciência Animal Brasileira: https://www.revistas.ufg.br/vet/index

Suelen Eskelsen Carlos Eduardo N. Martins

Robilson Antônio Weber

3.1 Introdução

A mitilicultura, produção de mexilhões, vem tomando impulso e notoriedade, e seu crescimento enseja mudanças no paradigma de produção. Elementos essenciais na cadeia, como viabilidade econômica, preservação do ecossistema e desenvolvimento social tornam-se fatores intríntornam-secos para a atividade.

A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que nos próximos 30 anos o consumo per capita, de produtos oriundos da aquicultura, deverá ser em torno de 14 kg. Em valores absolutos serão consumidos aproximadamente 115 milhões de toneladas de pescados e derivados (Marenzi & Castilho-Westphal, 2011; ONU, 2016).

Ainda, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a contribuição da aquicultura à economia cresceu substancialmente, gerando empregos diretos e indiretos para milhares de trabalhadores (FAO, 2017).

Diante deste contexto, destaca-se o litoral catarinense, com o seu potencial para desenvolver a atividade da aquicultura, especialmente a produção de mexilhões, devido à sua área litorânea e água de excelente qualidade e produtividade (Santos, 2009).

Marques (1998) expõe que o cultivo de moluscos é uma das modalidades da aquicultura mais lucrativas, sobretudo pelos seguintes fatores: ausência da necessidade de fornecimento de ração aos animais, e um alto índice de conversão alimentar, o que resulta em rápido crescimento e biomassa e maior facilidade nos manejo dos animais, quando

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comparada a outras espécies de produção, sendo dispensável o investimento em aquisição de terras.

A espécie cultivada no Estado é o mexilhão Perna perna. Esta espécie apresenta crescimento mais rápido entre os mexilhões cultivados em todo o mundo. Esse fato, aliado ao seu sabor agradável e à sua rusticidade, estimulou a expansão da oferta, convergindo para o desenvolvimento e a industrialização desta espécie (Marques et al., 2008).

Sendo assim, é perceptível o uso de diferentes técnicas de colheita de sementes, e um consenso de que a boa gestão dos recursos naturais relacionados à atividade é a chave para a o seu desenvolvimento no longo prazo.

Buscando o equilíbrio da atividade e levando-se em consideração os diversos coeficientes da sustentabilidade de forma integrada, a técnica de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão vem se tornando um alicerce para o equilíbrio dos recursos naturais e a segurança para continuidade desta prática (Eler & Millani, 2007; Pereira, 2012; Novaes, 2016). Contudo, para analisar se os produtores utilizam o método, foi necessário realizar um estudo técnico, cultural e social, tomando-se os municípios de Palhoça, Governador Celso Ramos, Florianópolis, Bombinhas e Penha, como marco de referência.

3.2 Material e Métodos

3.2.1 Área de estudo

O Estado de Santa Catarina está localizado na região Sul do país, possuindo 561,4 km de extensão litorânea, entre as latitudes de 25°57'41"S e 29°23'55"S, com importante atividade no litoral, entre elas, a mitilicultura, sendo os municípios de Palhoça, Governador Celso Ramos, Florianópolis, Bombinhas e Penha responsáveis por mais de 80% da produção de mexilhões no Estado.

Levando-se em consideração a representatividade, foram tomados estes municípios como marco de referência para aplicação da metodologia (Rodrigues et al., 2004; Santos et al., 2016).

Figura 1 Localização da zona costeira de Santa Cantarina, destacando os municípios de 1.Palhoça, 2.Florianópolis, 3.Governador Celso Ramos, 4.Bombinhas e 5.Penha.

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Fonte: Modificado de Vianna e Novaes (2011).

3.2.3 Metodologia

Para atingir os objetivos propostos neste estudo, foi utilizada a pesquisa exploratória, através de uma abordagem qualitativa, por meio de um questionário estruturado, com uma amostra de 110 produtores de mexilhões distribuídos nos 5 municípios.

O questionário, composto por um roteiro pré-elaborado com 18 perguntas (Anexo 1), aprovado pelo Comitê de Ética Humana do Instituto Federal Catarinense, com o número do parecer 2.018.067 (Anexo 2), com posterior atualização sob número 2.591.297 (Anexo 3).

As questões obedeciam a sequência para a formulação das perguntas, sendo a posição do entrevistador neutra, evitando esboçar qualquer opinião ou visão pessoal e, para que os procedimentos fossem uniformes, qualquer dúvida a respeito do conteúdo da pergunta formulada, era repetido apenas o enunciado, sem oferecer explicações complementares que não foram previstas pelo roteiro inicial. A participação era voluntária, e para envolver a permissão das informações coletadas, todo entrevistado recebia o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 4).

Através dos dados obtidos foram determinadas as frequências absolutas e relativas, por meio de procedimentos estatísticos de porcentagem e Teste Qui-quadrado com o nível de significância de 5% (p<0,05).

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3.3 Resultados e Discussão

Através das entrevistas, foi possível identificar o perfil dos mitilicultores entrevistados, sendo que 95,50% dos produtores são homens (Tabela 1) e 52,70% estão acima de cinquenta anos de idade (Tabela 2).

Tabela 1 Número e proporção dos entrevistados divididos de acordo com o sexo.

Sexo N.° %

Masculino 105 95,50

Feminino 5 4,50

Total 110 100

*N.°= número de indivíduos.

Tabela 2 Número e proporção dos entrevistados divididos de acordo com a idade.

Idade N.° % >50 58 52,70 41-50 29 26,40 31-40 19 17,30 20-30 4 3,60 Total 110 100 *N.°= número de indivíduos.

**A variável idade está representada por anos.

Em relação à participação de cursos e capacitações técnicas, 77,30% já participaram de cursos sobre mexilhões (Tabela 3). Todavia, pode-se observar que dos 110 entrevistados, 41% possuem o ensino fundamental incompleto e 10% são analfabetos (Tabela 4).

Ostrensky et al. (2007) já enfatizaram a importância e necessidade da capacitação, sendo um fator importante para incrementar a produção e negociar com os demais setores da cadeia produtiva.

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Tabela 3 Número e proporção dos entrevistados que realizaram cursos sobre o cultivo de mexilhões. Cursos N.° % Sim 85 77,30 Não 25 22,70 Total 110 100 *N.°= número de indivíduos.

Tabela 4 Número e proporção dos entrevistados divididos de acordo com a escolaridade.

Escolaridade N.° % Analfabeto 11 10,00 Fundamental Incompleto 45 41,00 Fundamental Completo 9 8,20 Médio Incompleto 8 7,30 Médio Completo 28 25,50 Superior Incompleto 1 0,90 Superior Completo 8 7,30 Pós-Graduação 0 0,00 Total 110 100 *N.°= número de indivíduos.

A mitilicultura é uma atividade desenvolvida principalmente por pequenos produtores, desta forma, propensos a maiores dificuldades econômicos, que impactam na falta de serviços de inspeção e de instalações adequadas para manipulação do mexilhão, interferindo diretamente na renda. Como consequência, sentem-se forçados a procurar outros meios de suprir o orçamento familiar (Ostrensky et al., 2007).

Esta situação foi verificada na pesquisa, onde quase 62% dos mitilicultores entrevistados não possuem a mitilicultura como principal fonte de renda (Tabela 5).

Contudo, mesmo com as dificuldades supracitadas, os 05 municípios referenciados nesta pesquisa comercializaram em 2016, 12.534 toneladas de mexilhões, posicionando o Estado como o maior produtor no ranking nacional (Santos et al., 2016).

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Tabela 5 Número e proporção dos entrevistados que possui a mitilicultura como principal fonte de renda. Renda N.° % Sim 42 38,20 Não 68 61,80 Total 110 100 *N.°= número de indivíduos.

Em relação à comercialização dos mexilhões (Tabela 6) foram utilizados os conceitos dos autores Bárbara e Simões (1981). Sendo a venda direta a comercialização feita diretamente ao consumidor final. Venda indireta, o método que engloba um ou mais intermediários ao longo da cadeia comercial. E venda mista, que é técnica que unifica as duas anteriores, ou seja, a comercialização dar-se-á por ambos os métodos.

Através destes conceitos, foi possível identificar que 50,90% dos entrevistados comercializam os mexilhões de maneira mista, isto é, são vendidos para o consumidor final, restaurantes, peixarias, empresas e “atravessadores”, termo comumente utilizado para identificar compradores de matéria-prima que a repassam adiante.

Tabela 6 Número e proporção dos entrevistados conforme comercialização de sua produção de mexilhões.

Comercialização

Direta Indireta Mista Total

N.° 0 54 56 110

% 0,00 49,10 50,90 100

*N.°= número de indivíduos.

**Os entrevistados puderam escolher mais de uma opção.

A mitilicultura é uma atividade economicamente viável e atrativa, porém medidas devem ser tomadas para que a atividade consiga ser sustentável. Alternativas para viabilizar os pequenos e médios produtores devem ser ponderadas de forma conjunta, pois isoladamente, os custos em suprir a produção serão elevados (Ostrensky et al., 2007).

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Desta forma, a inserção destes mitilicultores em modelos de terceiro setor, como Associações ou Cooperativas, pode garantir uma competitividade mais justa no mercado, aprimorando a qualidade do produto e do serviço (Fernandes, 2005).

A despeito disso, notou-se que dentre os entrevistados, 52,70% não pertencem a nenhum modelo de terceiro setor (Tabela 7), evidenciando a carência no fomento ao associativismo e ao cooperativismo.

Tabela 7 Número e proporção dos entrevistados que fazem parte do terceiro setor.

Terceiro Setor N.° %

Sim 52 47,30

Não 58 52,70

Total 110 100

*N.°= número de indivíduos.

Em Santa Catarina são observadas diferentes metodologias de cultivo de mexilhões: através de balsas, construídas com materiais que permitam sua flutuação; uso do sistema long-line com cordas, que possui como base um cabo mestre, onde são amarradas as cordas de produção, com aproximadamente dois metros de comprimento, sustentados por por um conjunto de flutuadores; sistema long-line contínuo, no qual as cordas de produção entre 500 a 1000 metros são penduradas em formato de alças no cabo principal também sustentados por flutuadores (Marenzi & Castilho-Westphal, 2011).

Como foi observado nesta pesquisa (Tabela 8), dos 110 entrevistados, 84,50% possuem seus cultivos por sistema long-line, 15,50% através de sistema contínuo e nenhum dos produtores entrevistados utiliza balsas como estrutura de cultivo, apenas como suporte na rotina e manejo das atividades.

Através dos diferentes sistemas de cultivo, 80,90% dos produtores relataram alcançar uma produção anual superior a 10 toneladas de mexilhões (Tabela 09). Corroborando a representatividade no setor Estadual, já apontada pela EPAGRI em 2016, no último censo publicado, em que afirma que, no agregado, os munícipios objeto desta pesquisa foram responsáveis em comercializar 12.077 toneladas de mexilhões (Santos et al., 2016).

Assim como qualquer outro segmento do agronegócio, os entrevistados expuseram que a produção oscila conforme implicações ambientais, econômicas e sanitárias. Igualmente

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explanado por Suplicy (2017), em que a produção de mexilhões está sujeita a riscos e ameaças com predadores, contaminações por bactérias, florações de microalgas nocivas, vazamentos de produtos tóxicos, roubo de sementes e eventos climáticos.

Acrescido também da dificuldade em adquirir as licenças ambientais, o que é plenamente justificado, pois isto interfere na inclusão de medidas públicas como a liberação de créditos, implicando diretamente no crescimento e investimento da produção (Souza et al.; 2011).

Vale salientar, que Santa Catarina é o único estado brasileiro que realiza o monitoramento de algas nocivas. Este dar-se-á por meio da agência estadual de defesa sanitária animal, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC), que firmou convênio com o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e em cumprimento ao Programa Nacional de Controle Higiênico Sanitário de Moluscos Bivalves (PNCMB), realiza análises periódicas de moluscos e da água de cultivo para detectar florações de algas nocivas e ficotoxinas (Jacomel & Campos, 2014).

Tabela 8 Número e proporção dos entrevistados de acordo com seu sistema de cultivo de mexilhões.

Sistema de Cultivos N.° % Long line - cordas 93 84,50 Long line - contínuo 17 15,50

Balsa 0 0,00

Total 110 100

*N.°= número de indivíduos.

Tabela 09 Número e proporção dos entrevistados de acordo com sua produção anual em tonelada (t) de mexilhões. Produção >10 6-10 3-6 1-3 Total N.° 89 14 4 3 110 % 80,90 12,70 3,60 2,70 100 *N.°= número de indivíduos

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O aumento da produção é refletido na demanda por sementes, podendo ser extraídas de coletores ou das estruturas de cultivo, dos costões, da compra de terceiros e de laboratórios na sua forma larval (Tabela 10). Neste estudo foi possível verificar que 84,50% dos produtores fazem uso de coletores, dado superior quando comparado a 2011, em que 52% do grupo estudado, era adepto a esta técnica (Souza et al.; 2011).

Para Manzoni (2005), em alguns municípios o uso de coletores não é suficiente para a demanda da produção comercializada e isto resulta em aumento na comercialização ilegal de sementes, agravando o impacto nos costões rochosos.

Apesar de o estudo evidenciar uma incidência baixa da aplicação da técnica de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão, o conhecimento da metodologia foi relatado por 87,30% dos produtores (Tabela 11) e 77,30% dos entrevistados gostariam de participar de cursos sobre o tema, seja na forma presencial ou à distância (Tabela 12).

Sabe-se que com a apropriação do conhecimento técnico e sua aplicação prática é que combater-se-ão as sementes de baixa qualidade e a quantidade insuficiente. Denotando-se assim, a necessidade de se aprimorar e popularizar técnicas alternativas.

Tabela 10 Número e proporção dos entrevistados de acordo com a forma de obtenção de sementes de mexilhões. Obtenção de Sementes N.° % Coletores 93 84,50 Terceiros 40 36,40 Costões 18 16,40 Laboratório 6 5,50 *N.°= número de indivíduos

** Os entrevistados puderam escolher mais de uma opção.

Tabela 11 Número e proporção dos entrevistados que possuem conhecimento sobre a técnica de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão.

Conhecimento sobre a técnica

Sim Não Total

N.° 96 14 110

% 87,30 12,70 100

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Tabela 12 Número e proporção dos entrevistados de acordo com o interesse em participar de Cursos sobre a técnica de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão.

Curso sobre a técnica de assentamento

Sim Não Total

N.° 85 25 110

% 77,30 22,70 100

*N.°= número de indivíduos

A metodologia de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão Perna perna é considerada uma alternativa para a obtenção de sementes de forma regular, com previsibilidade, programação e ambientalmente sustentável. Inicialmente foi desenvolvida para a obtenção de larvas de ostras. Sendo que as pesquisas sobre a utilização desta técnica para o cultivo de mexilhões iniciou em 2004, entre a UNIVALI, o Laboratório de Moluscos Marinhos da UFSC (LMM) e a Fazenda Marinha Atlântico Sul, e vem desde então sendo aprimorada e estudada em ambito acadêmico (Novaes et al., 2016; Suplicy et al., 2017). Entretanto, mais de uma década após sua criação, apenas 4,50% dos entrevistados utilizam esta metodologia como ferramenta para obter sementes (Tabela 13).

Tabela 13 Número e proporção dos entrevistados que utilizam a técnica de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão.

Faz uso da técnica

Sim Não Total

N.° 5 105 110

% 4,50 95,50 100

*N.°= número de indivíduos

Dentre os motivos selecionados pelos entrevistados para não utilizar a técnica de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão, o manejo e o custo, 76,40% e 71,85%, respectivamente, foram as principais justificativas dadas pelos produtores para não optar pelo uso da metodologia (Tabela 14).

A despeito do que os autores Novaes et al. (2016) descreveram em sua pesquisa, evidenciando que a técnica desenvolvida em Santa Catarina é considerada relativamente mais simples e barata.

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Tabela 14 Motivos que levaram os entrevistados a não optar pelo uso da técnica de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão.

Motivos N.° %

Manejo 84 76,40

Custo 79 71,80

Conhecimento 29 26,40

Mão de obra especializada 21 19,10

*N.°= número de indivíduos

** Os entrevistados puderam escolher mais de uma opção.

Ao analisar a relação entre a fonte de renda e o uso da técnica de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão (Tabela 15), através do Teste Qui-quadrado (p<0,05), verificou-se que a natureza da renda do produtor não interfere no uso do Asverificou-sentamento Remoto, ou seja, o nível de profissionalismo não aumenta a freqüência do uso da técnica.

Porém, sob perspectiva social, de atendimento à geração de emprego e renda, a profissionalização da produção poderia inseri-los em outros mercados e, desta forma, tornar a atividade economicamente viável e bastante atrativa (Ostrensky et al., 2007).

Tabela 15 Relação entre a utilização da técnica de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão e a principal fonte de renda dos entrevistados.

Variáveis

Uso da técnica

Sim Não Total

Principal fonte de renda

Pesca/Ostras e Vieiras 3 55 58

Mitilicultura 1 41 42

Aposentadoria 1 8 9

Empresário 0 1 1

Total 5 105 110

Não houve diferença estatística entre o uso da técnica de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão e a participação em cursos sobre a metodologia, considerando o nível de significância de 5% (Tabela 16). Todavia, o fomento à pesquisa, bem como a disponibilização de cursos aos produtores deve ser contínuo, com vistas à incorporação sistemática da ideia

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da sustentabilidade econômica e ambiental. Assim como os autores Ostrensky et al. (2007) enfatizam a imprescindibilidade no aprofundamento no conhecimento das realidades locais e a replicação dos casos de sucesso, para se obter avanços de forma mais sustentáveis.

Tabela 16 Relação do conhecimento sobre a técnica de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão e a participação em cursos sobre a metodologia.

Variáveis

Conhecimento da técnica

Sim Não Total

Sim 75 10 85

Fez algum curso

Não 21 4 25

Total 96 14 110

Ao relacionar o uso do Assentamento Remoto de larvas de mexilhão com a idade dos produtores (Tabela 17), constatou-se que não há variação estatística significativa. Contudo, as intensas transformações que vem afetando o mundo do trabalho nas últimas décadas, impulsionam uma nova geração de profissionais no mercado de trabalho, desta maneira, esperava-se identificar no grupo de mitilicultores, um número expressivo de jovens com interesse em utilizar técnicas atualizadas e distintas, a fim de modificar seu sistema econômico e social (Cavazotte et al., 2012).

Tabela 17 Relação entre a utilização da técnica de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão e a idade dos entrevistados.

Variáveis

Uso da técnica

Sim Não Total

Idade >50 2 56 58 41-50 0 4 4 31-40 1 18 18 20-30 2 27 29 Total 5 105 110

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3.4 Conclusão

A implementação da técnica de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão é eficiente para garantir a qualidade e a oferta das sementes de mexilhão com sustentabilidade. Nos municípios analisados, 110 produtores foram entrevistados e, a despeito de ser continuamente pesquisada e referenciada no âmbito acadêmico, constatou-se a baixa incidência da aplicação desta metodologia pelos produtores devido à disponibilidade de larvas e sementes no ambiente. Todavia observou-se, contraditoriamente, que os produtores conhecem a técnica e evidenciaram interesse em participar de cursou ou capacitações sobre a mesma.

Espera-se que as informações geradas por esta pesquisa possam servir como elementos para aprimorar a visão sistemática da cadeia produtiva da mitilicultura, possibilitando a compreensão da teia de relações entre diversos agentes produtivos, e assim, tornar viáveis alternativas para garantir a permanência do estado de Santa Catarina como potência na produção de mexilhões, quando comparada ao cenário nacional.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A metodologia aplicada para extrair as respostas que criaram esta pesquisa, apesar de estruturadas, possibilitou acender reflexões e discussões sobre as diferentes técnicas de se obter sementes. Outros assuntos também acabaram sendo abordados nesta semântica, o que culminou por destacar problemas que afetaram o setor da mitilicultura, como a dificuldade em se renovar as licenças ambientais, a mortalidade de sementes no ano de 2017, a carência de Políticas Públicas e a deficiência em estruturar associações e/ou cooperativas.

Frente ao exposto, fazem-se também necessários estudos ecológicos que estabeleçam qual a capacidade de suporte do uso de sementes de mexilhão provenientes do ambiente, bem como a consequente divulgação destes studos, principalmente aos produtores.

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6 ANEXOS

Anexo 1 Questionário: Avaliação da Transferência da Metodologia de Assentamento Remoto de larvas de mexilhão Perna perna no litoral de Santa Catarina.

1-Sexo: [ ]Masculino [ ]Feminino

2 - Idade: [ ]<20 [ ]entre 20-30 [ ]entre 31-40 [ ]entre 41-50 [ ]>50

3 - Escolaridade:

[ ]Analfabeto [ ]Ensino Fundamental Incompleto [ ]Ensino Fundamental Completo [ ]Ensino Médio Incompleto [ ]Ensino Médio Completo [ ]Superior Incompleto [ ]Superior Completo [ ]Pós-Graduação

4-Fez algum curso de cultivo de mexilhões:

[ ]Sim, onde (nome da Instituição) [ ]Não, por quê? [ ]Falta de cursos [ ]Falta recursos (dinheiro, horário)? [ ]Cursos ofertados longe?

5 - Atividades exercidas pelos produtores antes de trabalhar com mexilhão:

[ ]Estudante Universitário [ ]Estudante de Escola Técnica [ ]Empregado de micro ou

pequena empresa [ ]Empregado de média ou grande empresa [ ]Funcionário de instituição pública [ ]Empresário [ ]Pescador [ ]Outra:

6 - A atividade é a principal fonte de renda? [ ]Sim [ ]Não, qual é a principal então?

7 - Quanto tempo está trabalhando com cultivo de mexilhão (está na atividade)? [ ]<1 [ ]entre 1-5 [ ]entre 5-10 [ ]>10

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[ ]Vende a produção aos restaurantes [ ]Vende à intermediários (Mercado público, peixaria) [ ]Venda direta ao consumidor (possui box no mercado público, possui peixaria) [ ]Outros:

9 – Faz parte de alguma cooperativa? [ ]Sim, qual [ ]Não

10 – Qual o sistema que utiliza para produção de mexilhões:

[ ]long line (cordas de cultivo 2 m) [ ]long line (sistema contínuo de mexilhões) [ ]balsa

11-Qual o volume de sua produção (ano):

[ ]< 500Kg [ ]entre 500Kg e 1.000Kg [ ]entre 1.000Kg e 3.000Kg [ ]entre 3.000Kg e 6.000Kg [ ]entre 6.000Kg e 10.000Kg [ ]> 10.000Kg

12-Forma de obtenção de sementes:

[ ]Retira dos costões [ ]Utiliza coletores artificiais [ ]Compra as larvas do laboratório [ ]Compra de terceiros

13-Qual o volume necessita anualmente:

Larvas: [ ]< 1 milhão [ ]de 1 a 3 milhões [ ]de 3 a 5 milhões [ ]> 5 milhões Sementes: [ ]<250 mil [ ]de 250 a 500 mil [ ]de 500 mil a 1 milhão [ ]> 1 milhão

14-Possui conhecimento sobre a metodologia de assentamento remoto de larvas de mexilhão: [ ]Sim [ ]Não

15-Utiliza a técnica de assentamento remoto de larvas de mexilhão: [ ]Sim [ ]Não

16-Por que não utiliza a técnica de assentamento remoto?

[ ]Necessita contratar mão de obra qualificada [ ]Pela falta do conhecimento da técnica [ ]Custo de implantação ou falta de capital de giro [ ]Exige manejo contínuo

17-Se você não utiliza a técnica teria interesse de conhecê-la através de cursos? [ ]Sim [ ]Não

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18-Qual a forma que seria mais interessante para você realizar o curso? [ ]Cartilha [ ]Curso presencial [ ]Ensino a Distância

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Anexo 2 Parecer consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos número 2.018.067.

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Anexo 3 Parecer consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos número 2.591.297.

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Anexo 4 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Prezado(a) participante:

Você está participando do projeto de pesquisa: “Análise do uso da metodologia de assentamento remoto de pré-sementes de mexilhões no litoral de Santa Catarina”, sob coordenação do Prof. Dr. Robilson Antônio Weber, do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia Catarinense - Campus Araquari e a aluna médica veterinária Suelen Eskelsen. Estamos interessados na sua opinião sobre o uso da técnica de assentamento remoto, e sobre a forma que você obtém suas sementes. Nosso principal interesse é nas relações entre as respostas de cada entrevistado às questões colocadas.

Sua participação é voluntária, e envolve a permissão para a utilização das informações coletadas na pesquisa. Você será esclarecido (a) sobre a natureza da pesquisa, sua justificativa e seus objetivos e estará livre para participar ou recusar-se a participar. Caso venha a sentir-se revoltado, indignado ou invadido pelo teor das questões, poderá retirar sentir-seu consentir-sentimento ou interromper a participação a qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em participar não acarretará qualquer penalidade ou modificação na forma em que é atendido pelo pesquisador.

Sua participação nesta pesquisa não traz complicações legais e nenhum dos procedimentos usados oferece riscos à sua dignidade. Nós iremos ao seu encontro, cada pergunta será realizada de maneira pausada respeitando seu tempo para a resposta. Você será entrevistado individualmente, em local reservado para evitar qualquer tipo de constrangimento.

Não há previsão de benefícios diretos na sua participação, mas indiretamente você estará contribuindo para a compreensão e desenvolvimento da mitilicultura, como por exemplo a expansão da metodologia de Assentamento Remoto visando o incremento de produção e a divulgação de uma tecnologia sustentável, além de cooperar para a produção de conhecimento científico. Nosso propósito com os resultados desta pesquisa é embasar e fortalecer discussões sobre as formas de se obter sementes de mexilhão, as dificuldades no uso da técnica do assentamento remoto e sua difusão entre os produtores e principalmente contribuir de alguma maneira para o crescimento comercial da mitilicultura.

A sua identidade será mantida no mais rigoroso sigilo por todos os pesquisadores envolvidos na pesquisa. Em qualquer publicação dos resultados desta pesquisa, somente os dados gerais,

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considerando todos os participantes no conjunto, serão utilizados. Em todo momento serão omitidas todas as informações que permitam identificá-lo(a).

Não há despesas pessoais para o participante em qualquer fase do estudo. Também não há compensação financeira relacionada à sua participação.

Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que uma cópia será arquivada pelo pesquisador responsável e a outra será fornecida a você.

Se você tiver alguma dúvida a respeito desta pesquisa, ou se em qualquer momento você quiser retirar este consentimento, entre diretamente em contato com o Prof. Dr. Robilson Antônio Weber no endereço eletrônico robilsonweber@ifc-araquari.edu.br, ou no endereço postal: Prof. Dr. Robilson Antônio Weber, IFC, Rod. BR 280, km 27, Cx. Postal 21 - CEP 89245-000, Araquari/SC, e/ou a aluna médica veterinária Suelen Eskelsen no telefone +55 (47) 99932-5580 e endereço eletrônico eskelsen.suelen@gmail.com.

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEPSH) do Instituto Federal Catarinense – IFC, caso persistam dúvidas, sugestões e/ou denúncias após os esclarecimentos do pesquisador o comitê está disponível para atender-lhe. O CEPSH do IFC está localizado no IFC - Campus Camboriú, atendendo pelo telefone (47) 2104-0882 e endereço eletrônico cepsh@ifc-camboriu.edu.br.

Atenciosamente.

______________________________ _________________________ Entrevistadora: Suelen Eskelsen Consinto em participar deste estudo. Médica Veterinária CRMV/SC 4951

______________________________ Local e data: Nome e Assinatura do Participante

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