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ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE CANTEIROS DE OBRAS: SISTEMA CONSTRUTIVO CONVENCIONAL VERSUS SISTEMA CONSTRUTIVO LIGHT STEEL FRAME (LSF)

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Academic year: 2021

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ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE

CANTEIROS DE OBRAS: SISTEMA

CONSTRUTIVO CONVENCIONAL

VERSUS SISTEMA CONSTRUTIVO

LIGHT STEEL FRAME (LSF)

JANAINA DO CARMO FREIRIA (UNIFRAN )

janaina.freiria@unifran.edu.br

JULIANO FERREIRA DELGADO (UNIFRAN )

juliano.delgado@unifran.edu.br

Glauco Fabricio Bianchini (UNIFRAN )

glauco.bianchini@unifran.edu.br

Kamilla Caetano Ribeiro (UNIFRAN )

kamilla_cr@yahoo.com.br

Carlos do Amaral Razzino (UNESP )

carlos.razzino@feb.unesp.br

O planejamento de um canteiro de obra pode ser definido como o layout e a logística das suas instalações provisórias, instalações de segurança e sistema de movimentação e armazenamento de materiais. Um dos aspectos mais negligenciados da inndústria da construção é que o planejamento do canteiro de obra é feito no decorrer do progresso da obra, tendo uma consequência direta no desenvolvimento e evolução da produtividade e geralmente, carecem da aplicação de princípios básicos de organização e segurança. Com o objetivo de analisar a realidade dos canteiros de obras, conhecer as necessidades atuais e os seus pontos positivos e negativos, foi realizada uma pesquisa utilizando como método de pesquisa o estudo de caso múltiplo com amostra intencional não generalizada em dois tipos de construções diferentes, uma utilizando o sistema construtivo convencional e outra utilizando o sistema construtivo em Light Steel Frame (LSF). Para realização da comparação entre os canteiros, foi utilizada uma lista de verificação elaborada por Saurin e Formoso (2006), avaliando as instalações provisórias, a segurança na obra e o sistema de movimentação e armazenamento de materiais, dos canteiros de obra. Dentre os principais resultados obtidos neste trabalho, identificou-se que as empresas são responsáveis pelas instalações provisórias e segurança, sendo possível um comparativo dos sistemas construtivos a movimentação e armazenamento de materiais, onde a o sistema LSF obteve melhor nota apesar de possuir uma quantidade menor de material a ser armazenado.

Palavras-chave: Canteiro de obra; Light Steel Frame (LSF); Sistema Construtivo Convencional

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1. Introdução

O planejamento de um canteiro de obras pode ser definido como o layout e a logística das suas instalações provisórias, instalações de segurança e sistema de movimentação e armazenamento de materiais. O planejamento envolve a definição do arranjo físico de trabalhadores, materiais, equipamentos, áreas de trabalho e de estocagem, visando obter a melhor utilização do espaço físico disponível (SAURIN e FORMOSO,2006).

Analisando o sistema construtivo convencional verifica-se que a alvenaria funciona como vedação e a edificação é estruturada por vigas e pilares em concreto armado, estrutura metálica ou madeira. Os blocos, sejam cerâmicos ou de concreto, são dispostos entre os pilares formando paredes de vedação. Na construção de elementos como pilares e vigas, são usados aço estrutural e formas de madeira.

O sistema construtivo Light Steel Frame (LSF) é um sistema caracterizado pelo uso de perfis de aço galvanizado formados a frio e esbeltos que compõe sua estrutura. Esse sistema trabalha em conjunto com subsistemas leves (acabamento, cobertura, etc.), proporcionando uma construção industrializada, com elevada rapidez de execução e a seco (RODRIGUES, 2006). Devido a essas diferenças entre os sistemas construtivos, este trabalho têm por objetivo analisar parte da realidade vivida dentro do canteiro de obra, buscando conhecer as necessidades atuais e os seus pontos positivos e negativos. Para realização dessa pesquisa, utiliza-se como método o estudo de caso múltiplo com amostra intencional não generalizada em dois tipos de construções diferentes, uma utilizando o sistema construtivo convencional e outra utilizando o sistema construtivo em Light Steel Frame (LSF) e através de uma lista de verificação, desenvolvida por Saurin e Formoso (2006), foram analisadas as instalações provisórias, a segurança na obra e o sistema de movimentação e armazenamento de materiais dos canteiros.

2. Canteiro de obra

Para a NR-18 (2015) o canteiro de obra é a área de trabalho fixa e temporária, onde são desenvolvidas as operações de apoio e execução de uma obra. Esta norma estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção.

2.1. Características gerais

O processo de planejamento do canteiro visa a obter a melhor utilização do espaço físico disponível, de forma a possibilitar que homens e máquinas trabalhem com segurança e eficiência, principalmente através da minimização das movimentações de materiais, componentes e mão de obra (SAURIN e FORMOSO,2006).

Na indústria da construção civil um dos aspectos mais negligenciados é o planejamento do canteiro de obra, muitos dos engenheiros acreditam que este será feito com o progresso da obra. Os efeitos desta situação são visíveis no canteiro de obra, os quais geralmente carecem da aplicação de princípios básicos de organização e segurança (SAURIN, 1997). Conforme definido no projeto de execução, o canteiro de obras deve conter as instalações necessárias de maneira planejada e organizada.

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3 As instalações provisórias são um conjunto de áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção civil, dividindo-se em: áreas operacionais e áreas de vivência. As áreas ocupacionais compreendem as instalações que desempenham função de apoio à produção, abrigando funcionários durante todo período de trabalho e as áreas de vivência são destinadas a suprir as necessidades básicas humanas de alimentação, higiene, descanso e lazer.

2.3. Segurança na obra

Segurança do trabalho é o conjunto de medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade a capacidade de trabalho do trabalhador. É a base para produtividade e qualidade da obra. Dentro desse contexto as instalações de segurança desempenham um papel fundamental na busca pela redução de acidente de trabalho, através de instalações como proteção contra quedas, bandeja salva vidas, escadas, fechamento de aberturas de piso, etc (SAURIN,1997). A cada nova versão da NR 18 têm-se uma evolução em relação aos problemas de segurança na construção civil, buscando minimizar os incidentes e garantir melhores condições de trabalhos aos operários.

2.4. Sistema de movimentação e armazenamento de materiais

De acordo com Santos (1995) o sistema de movimentação e armazenamento de material é de grande importância para melhoria dos níveis de produtividade na indústria da construção civil, onde a produtividade global da obra depende da sua eficiência e planejamento. O

armazenamento de materiais de acordo com a NR 18 (2015) deve ocorrer de modo a não prejudicar o trânsito de pessoas e trabalhadores, liberar a circulação de materiais e

equipamentos, manter acesso aos equipamentos de combate a incêndio, não obstruir portas ou saídas de emergências e não provocar empuxos ou sobrecargas nas paredes, lajes ou estruturas de sustentação.

3. Sistema construtivo convencional e sistema construtivo Light Steel Frame (LSF) 3.1. Sistema construtivo convencional

O sistema construtivo convencional e o mais utilizado no País para construção de edificações residenciais, podendo ser utilizado bloco cerâmico de vedação ou estrutural, com capacidade portante. Em seu processo construtivo, a construção convencional pode ser dividida em três etapas, sendo elas:

Fundações - A construção de uma edificação começa pela sondagem do terreno sobre o qual ela será construída, sendo fundamental para definir o tipo de fundações. As fundações diretas são aquelas em que as cargas das estruturas são transferidas

diretamente ao solo pela fundação. Sendo sapata um elemento de fundação superficial de concreto armado, dimensionado de modo que as tensões de tração nela produzidas não sejam resistidas pelo concreto, mas sim pelo emprego da armadura. E também o radier que são lajes de concreto armado, em contato direto com o solo que absorve carga dos pilares e paredes. As fundações profundas são aquelas que transferem a carga por efeito de atrito lateral do elemento com o solo e por meio da resistência de ponta do fuste. Sendo a estaca um elemento de fundação profunda. Podendo ser estaca pré-moldada de concreto, metálica, Strauss e estaca escavada

(OLIVEIRA,2013).

Estruturas - As Estruturas convencionais de concreto armado, pilares, vigas, lajes e cintas de amarração fazem a função estrutural da obra. A alvenaria de vedação suporta

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4 apenas o seu próprio peso e as paredes têm por objetivo fechar a estrutura da obra entre colunas e vigas sem contribuir de forma direta para na capacidade portnte (OLIVEIRA, 2013).

Acabamentos e instalações - Depois da construção das paredes, é preciso “rasgá-las” para embutir as instalações hidráulicas e elétricas. Em seguida, deve ser iniciada a etapa de revestimento, caracterizada pela aplicação do chapisco, massa grossa, massa fina e pintura.

3.2. Sistema construtivo LSF

O sistema construtivo LSF consiste na utilização de materiais “secos”, cuja estrutura é constituída por perfis formados a frio de aço galvanizado que são utilizados para a

composição de painéis estruturais e não estruturais, vigas de piso, vigas secundárias, tesouras de telhados e demais componentes (OLIVEIRA, 2013). O sistema LSF pode ser dividido em seis etapas, sendo elas:

Fundação - A escolha do tipo de fundação vai depender da sondagem do terreno. Na estrutura LSF, os componentes de fechamento exigem menos da fundação do que em outras construções. Como a estrutura distribui a carga uniformemente ao longo dos painéis estruturais, a fundação deverá ser continua suportando os painéis em toda sua extensão, podendo ser executada em laje radier, sapata corrida ou viga baldrame (FREITAS E CASTRO,2006)

Estrutura - O conceito principal da estrutura utilizada no LSF é dividir a estrutura em uma grande quantidade de elementos estruturais, de maneira que cada um resista a uma pequena porção da carga total. Adotando esse critério, é possível utilizar

elementos mais esbeltos, mais leves e fáceis de manipular (CONSULSTEEL, 2015). Os painéis podem funcionar como sistema de vedação e como sistema estrutural. Os painéis são estruturais quando suportam as cargas da edificação, e podem ser internos e externos. (FREITAS E CASTRO 2006).

Lajes – Seus elementos trabalham bi apoiados e deverão, sempre que possível, transferir as cargas continuamente, ou seja, sem elementos de transição, até as fundações. Nesse sistema, as lajes podem denominadas quanto á estrutura do seu contrapiso, podendo ser “seca” ou “úmida” (JARDIM; CAMPOS, 2015).

Cobertura – É a parte da construção destinada a proteger a edificação das intempéries e possui também a função estética. Como acontece na construção convencional, a versatilidade do LSF possibilita a realização dos mais variados projetos de cobertura. (BIANCHINI, 2015).

Fechamento - Os componentes de fechamento devem ser constituídos por elementos leves, posicionado externamente à estrutura juntamente com os perfis galvanizados, estes formam a vedação interna e externa da edificação (FREITAS E CASTRO, 2006). Quando o fechamento é externo, sujeito as intempéries, são utilizadas placas cimentícias e quando o fechamento é interno placas de OSB (Oriented Strand Board) são utilizadas (BIANCHINI, 2015).

Instalações elétricas e hidráulicas - As instalações elétricas e hidráulicas no sistema LSF são projetadas e executadas seguindo os mesmos princípios e materiais utilizados na construção convencional. A vantagem do sistema é a facilidade de execução dessas instalações, pois, devido ao vazio interno das paredes e a presença dos furos nos montantes permite uma execução rápida e sem a necessidade de rasgar paredes. (CONSTRUSECO, 2015).

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4. Método de pesquisa

Para a realização da pesquisa, foram realizadas visitas periódicas, durante seis meses ao canteiro de duas obras, uma utilizando o sistema construtivo convencional e outra com o sistema construtivo em LSF. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com os engenheiros responsáveis pela obra e aplicado o questionário de verificação elaborado por Saurin e Formoso (2006). Está verificação tem por objetivo classificar o canteiro de obra em uma nota de zero a dez.

4.1. Aplicação da lista de verificação

A lista de verificação se divide em três partes: Instalações provisórias, segurança na obra e sistema de movimentação e armazenamento de materiais. Para o preenchimento são três possíveis respostas: SIM, NÃO E NÃO SE APLICA, das quais se deve assinalar somente uma. Os critérios de Saurin e Formoso (2006) determinam que as questões marcadas com a opção “sim” demonstram pontos positivos as questões respondidas, a opção “não” demonstra pontos negativos e as que forem preenchidas com “não se aplica” mostram fatores que não são necessários no presente canteiro.

Preenchida a lista de verificação podem-se obter as notas de cada grupo, instalações

provisórias, segurança e movimentação e armazenamento de materiais. Cada item obtém um ponto (PO) caso assinalado à opção “sim”. Os pontos possíveis (PP) é a soma de todos os itens avaliados positivamente ou negativamente, e os itens marcados com a opção “não se aplica” são desconsiderados para fins de atribuição de nota. Dessa forma a nota do grupo é a relação entre PO e PP conforme a expressão (1):

NOTA grupo= (1)

Usando as notas obtidas nos três grupos se forma a nota geral do canteiro, calculando a média aritmética das notas obtidas. Demonstrado na expressão (2):

NOTA geral = (2)

Apesar de a nota geral poder ser calculada de maneira global, ela possui importância

secundaria para estudo do canteiro se for comparada com as notas individuas de cada grupo.

5. Estudo de caso 5.1. Obra em LSF

A obra em LSF (Figura 01) estudada é uma residência unifamiliar de dois pavimentos com aproximadamente 260,00 m², de médio padrão, localizada no centro da cidade de Bebedouro – SP. Os pavimentos possuem três metros de pé direito e uma altura total por volta dos nove metros. O canteiro de obra conta com oito funcionários, a empresa responsável (construtora 01) trabalha na execução e também na produção de projetos, os quais estão distribuídos pelo estado de São Paulo, e a execução de obras possui um atendimento regional.

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5.2. Obra convencional

A edificação executada com sistema construtivo convencional analisada é uma residência unifamiliar de um pavimento com aproximadamente 200,00m², de médio padrão, localizada no condomínio fechado Villa Toscana na zona sul da cidade de Franca – SP. A construção possui pé direito de três metros e meio nas áreas de sala e cozinha e três metros nas demais áreas, e uma altura total aproximadamente seis metros (Figura 02). A obra possui quatro funcionários, é gerenciada pela (construtora 02), que trabalha com projeto e execução de obras no estado de São Paulo.

Figura 02 – Obra convencional

5.3. Instalações provisórias

O canteiro da obra em LSF deixa muito a desejar nesse quesito, falhas em vários itens desse gênero. Começando pela tipologia das instalações provisórias se observa que não há

existência de containers na obra de acordo com lista de verificação, causando um índice negativo nesse item. Outro ponto observado se encontra no item “acessos”, em que a obra possui apenas uma entrada pra atender todas as necessidades, com caminho sem cobertura e piso sem ser concretado.

A situação no local para refeições (Figura 03) também não traz aspectos positivos, não existe lavatório instalado, não há isolamento durante as refeições, nem assentos em número para atender aos usuários e ainda não existe mesa no local.

Outros itens que obtiveram nota baixa foram vestiário e instalações provisórias, pois a obra não possui nenhum dos itens referidos. Levando em conta todos os pontos de instalações provisórias o canteiro obteve uma nota baixa, considerando que de 39 apenas 6 itens foram marcados positivamente, obtendo nota 1,54 de 10.

Dentro da obra em alvenaria convencional nota-se um desempenho melhor, apesar de ainda obter uma nota baixa, 4,70 de 10 dentro desse grupo. Esse canteiro se destaca no item

“tipologia das instalações provisórias”, pois são utilizadas instalações móveis (containers) na obra, isso faz com que tenha nota máxima nesse item.

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7 O local para refeição possui lavatório (Figura 04), tem piso lavável, deposito para detritos e assentos suficiente para atender aos usuários. Porém não tem fechamento para isolamento durante as refeições e as mesas não são separadas para que os trabalhadores se agrupem como queiram. Percebe-se que itens de vestiário se misturam nesse ambiente, o que não atende as necessidades ainda transmite um aspecto negativo visualmente.

Figura 03 – Refeitório (LSF) Figura 04 – Refeitório (Convencional)

Dentro do canteiro não há uma local especifico destinado ao item “vestiário” e apesar de existir armário guarda volumes passível de uso, encontra se em local incorreto. Dessa maneira considera-se inexistente o item vestiário.

No quesito instalações sanitárias o canteiro possui chuveiro, lavatório, e vaso sanitário, no entanto, os chuveiros não estão instalados em locais com paredes de alvenaria ou material impermeável, e ainda os banheiros não estão ao lado do vestiário.

5.4. Segurança na obra

Nesse grupo a obra em LSF obteve uma nota muito baixa, observando-se aspectos positivos praticamente nulos para todos os itens. A começar pelas transposições de pisos onde não havia escadas e nem rampas. As escadas de mão não obedecem às normas de segurança (NR 18).

A sinalização de segurança não acontece na obra, não havendo identificação dos locais de apoio e nem alerta quanto à obrigatoriedade do uso de EPI. Não existe no canteiro nenhum extintor para combate de incêndio. Com relação aos EPI’s nota-se que não são fornecidos capacetes para visitantes, nem todos trabalhadores usam capacetes e botinas, e nem cinto de segurança em andaimes ou qualquer outro serviço com mais de dois metros de altura (Figura 05).

O canteiro da obra convencional se destaca nos itens de segurança, existem alertas de obrigatoriedade do uso de EPI’s, são fornecidos capacetes para os visitantes e todos trabalhadores usam botinas e capacetes.

No item “instalações elétricas” não há partes vivas expostas como fios desencapados, os fios condutores estão em locais livres do transito de pessoas. O canteiro também possui quatro extintores para proteção contra princípios de incêndio (Figura 06).

Alguns pontos negativos em relação à segurança nesse canteiro são a falta de identificação dos locais de apoio e o fato dos trabalhadores não usarem cinto de segurança em alturas superiores a dois metros.

Com todos os itens de segurança analisados de ambas as obras, a obra construída em LSF recebe 2 pontos de 18 possíveis, ficando com nota 1,11. Já a obra convencional recebe 9 pontos de 14, ficando com nota 6,43.

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5.5. Sistema de movimentação e armazenamento de materiais

O canteiro da edificação em LSF se destaca nesse item, a começar pelas vias de circulação, onde há contra piso, possibilidade de movimentação de materiais e o entulho produzido é separado por tipo de material para ser reaproveitado.

Outro aspecto positivo está no armazenamento de materiais, as placas cimentícias e OSB que são estocadas em local limpo e nivelado, são descarregadas no local de armazenamento definitivo e estão cobertas com lona para proteger contra chuva (Figura 07). Os perfis

metálicos são armazenados sobre piso de concreto impedindo contato direto com o solo e são separados e identificados de acordo com o tipo.

Os fatos que marcam negativamente a obra são a existência de sobra de perfis metálicos espalhados pelo canteiro prejudicando a segurança e circulação de pessoas e materiais e também a estocagem de maneira errada dos tubos de PVC, que são estocados sem nenhum tipo de separação de acordo com a bitola das peças e estão em local que sofre ação das intempéries.

Na obra convencional destaca-se o trânsito livre para carrinhos perto dos estoques para transporte de material dentro do canteiro, o ambiente de trabalho está limpo, sem sobra de materiais espalhados.

Quanto ao armazenamento observa-se que o cimento é empilhado sobre estrado e com pilhas de no máximo 10 sacos e o estoque encontra-se em deposito fechado protegido da umidade. Os agregados (areia, brita) são armazenados em baias com contenção em três lados, são descarregados próximos a betoneira em local definitivo de armazenagem (Figura 08). Os blocos são separados por tipo, são descarregados em local definitivo e estocados em pilhas de até 1,80 metros de altura.

Na produção de argamassa e concreto a betoneira descarrega diretamente nos carrinhos, há indicação de traço para produção de argamassa e em local visível e a dosagem de agregados e água é feita com equipamento dosador.

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9 Ao analisar o canteiro nota-se também muitos pontos negativos em vários itens da lista. Nas áreas de circulação não existe contra piso, não há cobertura para transporte de material da betoneira até a edificação e não há caminhos pré-definidos para fluxo de materiais. Na estocagem de cimento não se utiliza o tipo primeiro saco a entra é o primeiro a sair (PEPS) o que pode causar a perda do material, as baias para agregados não contam com fundo

cimentado e ficam expostas a ação da chuva, o estoque de blocos está em contato direto com o solo, em piso irregular e sem proteção contra chuva.

Dois itens que se sobressaem negativamente são a estocagem de aço e tubos PVC (Figura 09). O aço está em contato direto com o solo, em local descoberto e sem nenhum tipo de proteção contra chuva, não são separadas e nem identificadas. Os tubos PVC são armazenados sem separação por bitola das peças e estão em local que sofre ação direta do sol.

Figura 09 – Armazenamento de tijolos, aço e tubos de PVC

Com todos os itens de movimentação e armazenamento de materiais analisados de ambas as obras, a obra construída em LSF obtém 11 pontos de 14 pontos possíveis, ficando com nota 7,86. A obra convencional recebe 20 pontos de 32 pontos possíveis, ficando com nota 6,25.

5.6. Discussão

Fazendo uma análise de modo geral foi possível observar que dentro do canteiro de obra LSF ocorrem inúmeras falhas de segurança e instalações provisórias. As falhas nos itens

“segurança” e “instalações provisórias” foram determinantes para o baixo desempenho da obra em LSF. Sendo visto que como um sistema construtivo inovador e de alto desempenho de qualidade e produção, a empresa responsável pela obra deixa a desejar no cumprimento de regras normativas.

Um diferencial encontrado no sistema LSF está no “armazenamento e transporte de

materiais”, único grupo com desempenho melhor se comparado ao sistema convencional. Ao analisar o canteiro nota-se que há poucos itens a serem armazenados, o que causa menos poluição visual, sendo mais fácil manejar e organizar os materiais dentro do canteiro.

A obra convencional obteve notas equilibradas entre os três grupos, o que levou a um melhor desempenho geral em relação ao LSF, mas ainda sim longe do ideal para os parâmetros de boas práticas no canteiro de obra.

No sistema de movimentação e armazenamento de materiais a obra convencional possui muitos itens a mais que no sistema LSF, fato esse que dificulta a organização e o

cumprimento de todos os requisitos necessário para um bom funcionamento do canteiro nesse aspecto. Segue abaixo o gráfico 01 com comparativo de grupos.

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10 Em uma comparação direta com o canteiro de obra LSF e o convencional nota-se uma

diferença significativa, considerando-se as notas globais (3,5) e (5,79) para o sistema LSF e convencional respectivamente. O gráfico 02 apresenta um comparativo entre as notas globais.

Gráfico 02 – Comparativo global

6. Conclusão

Como definido inicialmente esse trabalho teve como principal objetivo analisar parte da realidade vivida dentro da indústria da construção civil. Através de visitas as obras e

entrevistas com os engenheiros responsáveis, permitindo-se preencher a lista de verificação que proporcionou indicadores e dados necessários para avaliar e comparar os canteiros de obra convencional e LSF.

O método se mostrou eficaz na obtenção de resultados, permitindo a comparação direta entre canteiros de diferentes sistemas construtivos, e uma boa percepção dos pontos forte e das falhas de cada um.

Através dessa pesquisa, pode-se concluir que as empresas deixam a desejar no planejamento dos canteiros de obra, considerando os baixos índices obtidos para ambos os sistemas. Foi possível fazer um único comparativo que é o de movimentação e armazenamento de materiais que depende do sistema construtivo, ao contrário das instalações provisórias e de segurança que dependem de cada empresa responsável por sua obra.

Logo se entende que é necessário um empenho maior das empresas em relação a canteiros de obra, para que se consiga um melhor funcionamento sistêmico, no que diz respeito a

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11 Por fim pode-se dizer que os objetivos indicados nesse trabalho foram alcançados e

identificaram-se pontos positivos e negativos dos canteiros dentro de parte da realidade atual da construção civil. Apontaram-se as necessidades e carências encontradas bem como as possibilidades de desenvolvimento para uma mudança de quadro em uma realidade futura.

REFERÊNCIAS

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CONSTRUSECO. Sistema Ligth Steel Framing. Disponível em:

<http://www.construseco.com.br/sistemas.html>. Acesso em: Outubro 2015.

FREITAS, A. M. S.; CRASTO, R. C. M. Steel Framing: Arquitetura. Rio de Janeiro: Instituto brasileiro de siderurgia/Centro brasileiro da construção em aço.2006.

JARDIM. G. T. C.; CAMPOS, A. S. Light Steel Framing: uma aposta do setor siderúrgico no

desenvolvimento tecnológico da construção civil. Instituto Uniemp.2015.

NORMA REGULAMENTADORA. NR 18: Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da

construção. Brasília, atualizada 2015.

OLIVEIRA, J.P.B. Otimização de processos construtivos através da inserção de novas tecnologias na

indústria da construção civil: Vantagens da aplicação do sistema Light Steel Framing em residências unifamiliar. Pato Branco. Trabalho de conclusão de curso. Universidade tecnológica federal do Paraná. 2013.

RODRIGUES, F.C. Steel Framing: Engenharia. Rio de Janeiro:IBS/CBCA, Série Manual da Construção em Aço.2006.

SANTOS, A. Método de intervenção em obras de edificações enfocando o sistema de movimentação e

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engenharia da universidade Federal do Rio Grande do Sul.1995

SAURIN, T.R. Método de diagnóstico e diretrizes para planejamento de canteiros de obra e edificações. Tese de mestrado. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 1997.

SAURIN, T.A.; FORMOSO C.T. Planejamento de canteiro de obra e gestão de processos. Recomendações técnicas Habitare, vol.3. Porto Alegre. Programa de tecnologia e habitação. 2006.

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