NORMALIZAÇÃO DE TÔNUS MUSCULAR EM PRATICANTES DE EQUOTERAPIA
Thatyane Cruvinel Silva Hungria1, Kele Emidio Firmiano2, Fabiana Santos Franco3,Patrícia Leão da Silva Agostinho4
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CISAU – Regional Jatai, Universidade Federal de Goiás, 2CISAU – Regional Jatai, Universidade Federal de Goiás, 3 PPGCAS- Regional Jatai, Universidade Federal de
Goiás, 4 CISAU/PPGCAS – Regional Jatai, Universidade Federal de Goiás
thaatyc@gmail.com
PALAVRAS CHAVE: Equoterapia; Espasticidade; Membro Inferior.
Introdução
A equoterapia teve início no Brasil em 1983 e sua oficialização como método cientifico ocorreu em 1997 pelo Conselho Nacional de Medicina. Desde então a equoterapia se tornou uma estratégia terapêutica que apresenta extraordinários benefícios a saúde (FERREIRA, 2008; SILVA, AGUIAR; 2008). Ela consiste em um método de reabilitação que tem por objetivo auxiliar na obtenção e desenvolvimento das funções neuromotoras, por intermédio da utilização do cavalo como agente terapêutico em pessoas portadoras de deficiência ou necessidades especiais, podendo ser uma terapia principal ou complementar (GREGÓRIO, KRUEGER; 2013). O tratamento realizado através da equoterapia é ideal para crianças com paralisia cerebral por apresentar um padrão motor anormal, espasticidade muscular e hiperreflexia. Ela traz assim vários benefícios por adequar o tônus muscular na correção postural, melhorar a integração das percepções proprioceptivas e táteis, controle postural e de movimento.
Sendo um dos distúrbios motores mais frequentes nos indivíduos com lesão do sistema nervoso central, a espasticidade é conceituada como “aumento da resistência muscular à mobilização passiva dependente da velocidade do movimento realizado e ocorrência de hiperatividade dos reflexos miotáticos” (LEITÃO et. al; 2006).Os membros espásticos
apresentam um aumento da resistência ao serem submetidos a movimentação passiva, isto é, quanto maior a velocidade e a amplitude de movimento que se tenta realizar, maior é a resistência ao movimento (DANTAS, 2008). Nos membros inferiores, a espasticidade predomina nos músculos extensores, com extensão e rotação interna do quadril, extensão do joelho, com flexão plantar e inversão do pé. Esta postura recebe o nome de atitude de Wernicke- Mann (TEIVE, ZONTA, DANTAS, 2008; CRUZ, et al; 2003).
Desta forma se mostra de total importância um indicador que revele a influência de intervenções, como a equoterapia na normalização de tônus espástico em praticantes de equoterapia. É necessária uma avaliação do grau de espasticidade no paciente para que se possa estabelecer um tratamento específico a cada um, como também para poder acompanhar a evolução do tratamento (DANTAS, 2008).
Objetivos
• Analisar a influência da equoterapia na normalização de tônus muscular em indivíduos praticantes desta terapia.
• Verificar se há melhoria no tônus muscular com prática da equoterapia; • Quantificar o ganho de amplitude de movimento com a prática da equoterapia
• Analisar a normalização do tônus entre o início e final de uma sessão de equoterapia. • Evidenciar a normalização de tônus entre a primeira e quarta sessão de equoterapia. • Mostrar qual faixa etária e sexo apresenta melhor resposta tônica na prática da
equoterapia.
Metodologia
Será um estudo do tipo descritivo prospectivo. Participará do estudo 20 voluntários, que apresentarem encaminhamento médico, que apresente alteração neurológica e tipo de tônus espástico praticantes de equoterapia no Centro de equoterapia Primeiro Passo do município de Jataí-Go. Foram inclusos no estudo praticantes do centro de equoterapia Primeiro Passo deste município, que apresentarem encaminhamento médico para esta prática, com idade mínima de dois anos, de ambos os sexos, com o tipo de tônus espástico, que apresentaram no item Compreensão da medida de independência funcional (MIF) cognitivo de valor igual ou maior que 4 (Assistência com contato mínimo) e entregaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e liberação de imagens assinado pelos pais ou responsável pelo aluno. Serão exclusos do estudo os indivíduos que não são praticantes da prática no
centro de equoterapia Primeiro Passo no município de Jatai, não apresentarem encaminhamento médico nem tônus tipo espástico, ter idade inferior a dois anos. Que apresentaram no item Compreensão do MIF cognitivo o valor igual ou menor que 3 (Assistência moderada). Indivíduos que tenham aversão ao animal, crises convulsivas ou alergias ao pelo do animal, problemas comportamentais do praticante que coloquem em risco sua segurança própria ou a da equipe.
Inicialmente os pacientes serão submetidos ficha de identificação com seus dados pessoais. A avaliação do tônus usando a escala de Ashworth modificada será realizada ao início da primeira sessão de equoterapia.
Os materiais utilizados para o estudo incluem: cavalos adestrados para essa prática, acessórios para montaria, flexímetro para medição goniométrica da amplitude de movimento articular, escala de Ashworth Modificada para avaliação do grau de espasticidade, ficha de identificação e a medida de independência funcional - MIF. Foi usado o flexímetro brasileiro, marca Instituto Code de Pesquisa (Reg. UM. 8320-3 - RJ - Brazil). O fleximetro foi descrito por Fox e Van Breemen, em 1934, e tem sido muito utilizado na prática fisioterapêutica. Durante o teste o avaliador prende o aparelho por meio de um velcro na articulação que será avaliada, o ponteiro deverá ser zerado e em seguida realizar o movimento articular lentamente. O movimento de flexão e extensão de ambos joelhos deveriam ser realizados de forma ativa, ou seja, o avaliado quem deve executar o movimento, no final do movimento o aparelho apresenta o grau ao qual o seu ponteiro pendular atingir, permitindo assim a medida amplitude de movimento.
Figura 1- Flexímetro
A Escala de Ashworth foi descrita por André (1999) e quantifica de forma subjetiva o grau de espasticidade, onde o avaliador move de forma passiva o membro do paciente em relação à respectiva articulação, e medir a resistência encontrada durante o movimento (DANTAS, 2008).
A goniometria por meio do flexímetro será realizada antes e após a sessão de equoterapia, com duração de 30 minutos. O praticante será posicionado decúbito ventral e dorsal sobre a maca, com o corpo alinhado para evitar compensações. O flexímetro será colocado com o mostrador voltado para a face lateral do joelho, para o avaliador. Será fixado
o zero na amplitude anatômica e mensurada a avaliação ativa máxima da flexão de ambos os joelhos.
Resultados Esperados
Pesquisas constataram que o movimento tridimensional do cavalo acontece no mesmo plano do movimento humano e são interpretados por meio dos canais semi-circulares do aparelho vestibular como movimentos fisiológicos, o qual irá resgatar o mecanismo do reflexo postural perdido após a lesão do SNC. As lesões no SNC podem ser amenizadas, pois mesmo lesado o SNC é uma estrutura plástica e responsiva aos estímulos apropriados que reorganiza o sistema.
Considerando essa característica do SNC, espera-se que estes estímulos quando ativados ao corpo do paciente, sejam interpretados por órgãos sensoriais desencadeando respostas positivas como a adequação do tônus muscular e estimulação do desenvolvimento motor.
Discussão
O êxito do tratamento da Equoterapia está relacionada com uma avaliação precisa da criança, através da coleta de dados com o objetivo de determinar o nível de desenvolvimento em que ela se encontra, e, realizar a avaliação do paciente neurológico continuadamente, para que os resultados e informações auxiliem no planejamento de um programa terapêutico (TEIXEIRA, 2016).
Desta forma é de extrema importância que se faça uma avaliação do grau de espasticidade no paciente para que se possa estabelecer um tratamento específico a cada um, como também para poder acompanhar a evolução do tratamento (DANTAS, 2008).
Conclusão
Conclui-se que a equoterapia pode beneficiar de modo significativo a redução da espasticidade membros inferiores, além de promover um aumento das amplitudes dos movimentos da articulação envolvida (TEIXEIRA, 2016).
Referências
TEIXEIRA, E.V.; SASSÁ, P.; SILVA, D.M.D. Equoterapia como recurso terapêutico na espasticidade de membros inferiores em criança com paralisia cerebral diplégica. Rev. Conexão Eletrônica – Três Lagoas, MS – Volume 13 – Número 1 – Ano 2016
DANTAS, R.A. Sistema de quantificação mecânica aplicado à avaliação de espasticidade. Dissertação submetida ao corpo docente da coordenação dos programas de pós- graduação de engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro,pag. 15-17, 2008. FERREIRA,B.J. Os benefícios da equoterapia no tratamento de portadores da síndrome de down. Monografia de conclusão de curso apresentado ao curso de fisioterapia da Universidade Veiga de Almeida. Rio de Janeiro,pag. 20-34, 2008.
SILVA,J. P. : AGUIAR,O. X. Equoterapia em crianças com necessidades especiais. Revista Científica Eletrônica de Psicologia. Ano VI – Número 11 – Garça, SP, Novembro, 2008. GREGÓRIO, A.; KRUEGER, E.. Influência da equoterapia no controle cervical e de tronco em uma criança com paralisia cerebral. Revista UNIANDRADE, pag. 66-67,Paraná, 2013;
LEITÃO, A.V, MUSSE C.A.I, GRANERO L.H.M; ROSSETTO, R; PAVAN, K.; LIZANZA, S. Espasticidade: Avaliação Clínica. Associação Brasileira de Medicina Fisica e
Reabilitação.pag. 3-4,2006.
MARCONSONI, E.; FAGANELHO, C.K.; BIASOLI, F.T.C.; MARTINAZZO, V.; CARLI,M.V. AMER, A.S,. Equoterapia: Seus benefícios terapêuticos motores na
paralisia cerebral. V.1,n.2, 2012.
TEIVE,H.A.G. : ZONTA, M.; KUMAGAI, Y. Tratamento da Espasticidade: Uma atualização. Arq. Neuropsiquiatr,pag. 853,1998.
CRUZ, L.C. ; GOTARDO,O. C. R.; JORGE, S. Influência da crioterapia e do calor superficial na espasticidade- relato de caso. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, São Paulo, 2003.
