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FOTOJORNALISMO COMO BASE DE DADOS E MEMÓRIA: ROTINAS DE ARQUIVAMENTO E UTILIZAÇÃO DE FOTOS NO PROJETO 'LENTE QUENTE'

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Academic year: 2021

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ÁREA TEMÁTICA:

( x ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA

( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO

( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE

( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA

FOTOJORNALISMO COMO BASE DE DADOS E MEMÓRIA: ROTINAS DE ARQUIVAMENTO E UTILIZAÇÃO DE FOTOS NO PROJETO 'LENTE QUENTE'

STADLER, Luana Nunes1 VERNER, Afonso Ferreira2 SCHOENHERR, Rafael3

RESUMO – O presente artigo tem por objetivo analisar o arquivo de fotografias do projeto de extensão “Lente Quente: Registro Fotojornalístico da Cena Cultural em Ponta Grossa”. Nesta linha, a análise será feita a partir dos conceitos e referências teóricas de base de dados na web e memória no jornalismo digital, feitos principalmente por Suzana Barbosa(2006) e Marcos Palacios (2002), respectivamente. Tentamos apresentar as rotinas e o funcionamento do trabalho de arquivamento, além da utilização das fotos no site do projeto. Assim, descrevemos o uso de um arquivo de férias, o reaproveitamento das fotos em outros sites, os álbuns como forma de organização temporal das imagens e a ativação do acervo via links, entre outros recursos do webjornalismo. Pretendemos também demonstrar que o endereço digital na web atua como forma de armazenamento, de catálogo, de memória e de conservação e acompanhamento do desenvolvimento da cultura local. Além disso, o 'Lente Quente' utiliza o meio digital (site) para potencializar as formas de disponibilização e interação do conteúdo jornalístico. Desta forma, buscamos registrar como um arquivo na web que, a priori, tem armazenamento ilimitado, pode servir como um acervo vivo e descentralizado, aumentando as possibilidades de acesso e disponibilização do material produzido. Pode-se indicar, assim, a participação do ‘Lente Quente’ na formação de uma memória cultural de Ponta Grossa disponível na Web.

PALAVRAS CHAVE – Arquivo. Memória. Fotojornalismo cultural na web.

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1 Graduanda do curso de Bacharelado em Jornalismo, da Universidade Estadual de Ponta Grossa. luana_stadler@hotmail.com.

2 Graduando do curso de Bacharelado em Jornalismo, da Universidade Estadual de Ponta Grossa. afonsoverner@hotmai..com

3 Professor coordenador do projeto de extensão ‘Lente Quente’. Jornalista formado pela UEPG, Mestre em Ciências da Comunicação pela Unisinos.

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Introdução

Durante dois anos, os participantes do projeto de extensão ‘Lente Quente: Registro Fotojornalístico da Cena Cultural em Ponta Grossa' buscam inserir a fotolegenda cultural como produto jornalístico singular em um campo recente, que tratamos aqui, de momo abrangente, como jornalismo digital. Uma única foto de registro da cultura local é disponibilizada com titulação e legenda diariamente no sitewww.flickr.com/lentequente.

Entendemos como jornalismo digital o conceito que Elias Machado usa em seu livro 'La estructura de la noticia en las redes digitales':

El periodismo digital es todo el producto discursivo que construye la realidade por medio de la singularidad de los eventos, que tiene como suporte de circulación las redes telemáticas o cualquier otro tipo de tecnología por donde se transmita señales numéricas y que incorpore la interacción con los usuarios a lo largo del proceso productivo(MACHADO, 2000. p 18)

Percebemos então que a prática de se fazer jornalismo se insere em contexto mais amplo de tecnologia digital. Nesse aspecto, o jornalismo se difunde e cresce tanto na disponibilização quanto no acesso e interação por parte do usuário. Assim, podemos ver que este conceito se aplica ao 'Lente Quente', visto que o projeto existe hospedado em plataforma online de compartilhamento de imagens, neste caso o flickr – característica que condiciona, potencializa e limita tanto o modo de fazer fotojornalismo digital de cultura, como as possibilidades de interação com o leitor ou usuário do serviço eletrônico. Uma dessas ‘reverberações’ ou incidências da escolha tecnológica sobre o que se oferece à comunidade em termos de informação é a constituição de um arquivo ou acervo digital.

Para analisarmos o modo como usamos o arquivo de fotos no 'Lente Quente', que é o ponto central deste artigo, partimos da perspectiva de que o webjornalismo passa a se desenvolver, numa terceira geração4, com base numa estrutura chamada base de dados. Resumidamente, podemos dizer que uma base de dados é todo conjunto de informações e dados que são organizados e disponibilizados em um meio de acesso ilimitado. Um meio “flexível conforme os requerimentos do usuário ou dos vínculos ativados por ele na navegação” (BARBOSA, 2006, p 3).

A base de dados é quem define como é a estruturação, organização e forma de exibição das informações. Interessam aqui as três funções simultâneas exercidas pela base de dados no jornalismo digital: “a) de formato para estruturação da informação, b) de suporte para modelos de narrativa multimídia, c) memória de conteúdos publicados” (BARBOSA, 2006, p 2). Neste artigo, indicamos tais ações a partir do uso que o projeto Lente Quente, em desenvolvimento, passa a fazer do sistema de arquivo de fotografias publicadas ou dispostas online. As imagens de arquivo são acionadas tanto no âmbito produtivo, entre os estudantes que diariamente alimentam o site e pensam estratégias de formatação jornalística, quanto no nível da leitura ou das narrativas. Nesse sentido, “o Banco de Dados aparece para os usuários como uma interface tipificada no espaço navegável que permite explorar, compor, recuperar e interagir com as narrativas” (MACHADO, 2004, p. 2).

Nesta linha, devemos apresentar também a questão do arquivo como memória e potencialidade expandida do jornalismo digital, visto que está interligado com a base de dados. Entendemos como memória um arquivo que possa ser acessado constantemente e utilizado posteriormente à data de publicação, dando sentido de continuidade no acesso e na utilização do produto. Função essa que continua e ao mesmo tempo expande marcas da mídia tradicional.

Assim como aponta Palacios, o arquivo promove rapidez de acesso e grande flexibilidade

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4 O webjornalismo é dividido em três gerações. De acordo com Luciana Mielniczuk (2003) a primeira geração seria quando “os produtos oferecidos eram reproduções de partes dos grandes jornais impressos, que passavam a ocupar o espaço na Internet”. As principais matérias eram copiadas do impresso e disponibilizadas em um site (p 8). A segunda geração se dá quando “as publicações para a web começam a explorar as potencialidades do novo ambiente, tais como links com chamadas para notícias de fatos que acontecem no período entre as edições; o e-mail passa a ser utilizado como uma possibilidade de comunicação entre jornalista e leitor ou entre os leitores, através de fóruns de debates; a elaboração das notícias passa a explorar os recursos oferecidos pelo hipertexto; surge as seções ‘últimas notícias’.” (p 9 ). Na terceira geração, que nos interessa aqui, a web é explorada mais a fundo e os mecanismos são usados no próprio produto jornalístico e não mais apenas em sua veiculação. “Neste estágio, entre outras possibilidades, os produtos jornalísticos apresentam: - recursos em multimídia, como sons e animações, que enriquecem a narrativa jornalística; - recursos de interatividade, como chats com a participação de personalidades públicas, enquetes, fóruns de discussões; apresentam opções para a configuração do produto de acordo com interesses pessoais de cada leitor/usuário;” (p 9).

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combinatória. “A memória no jornalismo da web pode ser recuperada tanto pelo Produtor da informação, quando pelo Usuário, através de arquivos onlines providos como motores de busca

(search engines) que permitem múltiplos cruzamentos de palavras-chaves e datas [...]” (2002, p 8).

Porém, não excluímos a memória como parte de um resgate e conservação histórico social, visto que as fotografias do 'Lente Quente' também exercem esta função.

Objetivos

Descrever e analisar de que modo o arquivo de fotos atua como base de dados e memória na elaboração e estruturação do projeto de extensão 'Lente Quente: Registro Fotojornalístico da Cena Cultural em Ponta Grossa'.

Metodologia

O artigo foi realizado através da análise qualitativa dos recursos utilizados nas rotinas produtivas do projeto e nos formatos disponibilizados no site 'Lente Quente' que acionam, de algum modo, em maior ou menor medida, o acervo de imagens constituído nos primeiros anos de atividades. Entendemos como recurso os artifícios utilizados para ampliar a função memória do projeto e a conversão dessa base de dados em elemento estruturador de novas informações no jornalismo digital. Trata-se de reconhecer e melhor caracterizar um dos serviços prestados pelo projeto que o articula à consolidação de uma memória visual das manifestações e opções culturais de Ponta Grossa e região dos Campos Gerais – um dos objetivos originais da iniciativa extensionista.

Num segundo momento, localizados os principais usos que o projeto faz do arquivo constituído, passou-se a descrever esses funcionamentos mais específicos, com o objetivo de entender diferentes modos de ‘fazer com’ ou de apropriação desse acervo digitalizado e disponível em bases remotas. Tenta-se, então, desenhar minimamente como a potencialidade ‘memória’ do jornalismo digital se concretiza em realizações tentativas do projeto.

Resultados

O projeto Lente Quente manteve uma rotina de produção fotográfica constante durante o ano letivo de 2011. Desse processo, parte do material não foi publicado, já que o site disponibiliza apenas uma foto por dia e, por vezes, o repórter fotográfico captava mais de uma imagem com qualidade suficiente para ser veiculada. Com o excedente de fotografias, uma das facetas do arquivo, é que se manteve a publicação durante as férias letivas, também com a divulgação de uma foto por dia.

Durante os meses de dezembro de 2011, janeiro e fevereiro de 2012, o site foi alimentado com imagens desse ‘arquivo interno’ do projeto – um acervo de resíduos da publicação ou da rotina habitual de atualização de imagens no flickr. Pode-se ponderar que esse aspecto residual é próprio de toda produção cultural e midiática, na medida em que faz edições, seleções e escolhas para a formatação final e publicação de um material. No entanto, no caso de um produto na web, as fotos dispostas na condição de acervo privado não são excluídas ou apagadas do processo criativo de produção jornalística, mas permanecem como base compartilhada e visível entre os produtores logados ao site nessa condição. Os tradicionais excedentes do trabalho de produção viram insumos de novas publicações, dada sua alta disponibilidade online, como material reserva de publicação.

De acordo com Palácios (2003), a memória no Jornalismo na Web não teria, a priori, “limitações de espaço, numa situação de extrema rapidez de acesso e alimentação (Instantaneidade e Interatividade) e de grande flexibilidade combinatória (Hipertextualidade), o Jornalismo tem na Web a sua primeira forma de Memória Múltipla, Instantânea e Cumulativa”. Os conceitos de instantaneidade, interatividade e hipertextualidade citados por Palácios também aparecem na construção de uma memória fotográfica constituída pelo site Lente Quente.

Nas legendas de fotos do arquivo publicadas durante as férias, utilizou-se links das imagens produzidas durante o ano, como forma de levar o leitor a outros conhecimentos e informações que não caberiam na legenda que, por padrão, não deve exceder 300 caracteres. Esses hiperlinks também levavam a outros sites, com informações que tinham relação com aquele assunto, como uma notícia, vídeo ou outra galeria de fotos.

Na foto publicada no dia 08 de janeiro de 2012, 'Um sopro de música', a legenda discute a

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participação do projeto em eventos musicais da cidade – outra marca da memória produzida pelo site. Também usa-se o link da foto publicada anteriormente, que chama o leitor para resgatar outra imagem já publicada em outro momento e ao mesmo tempo o atualiza para o tema, permite comparações.

Quando optamos por utilizar o hiperlink, não estamos apenas construindo a memória de arquivo, mas também estamos ativando um mecanismo que está inserido dentro da base de dados: o metadados. Como explica Raymonde Colle:

Os dados sobre outros dados, ferramentas que guiam os usuários aos dados tanto para encontrar informação pontual como para extrair informação sobre o conjunto e que provêm de um contexto que pode ser de grande importância para uma melhor interpretação das informações(COLLE, 2002. p 34)

Sendo assim, usamos o hiperlink, mostrando fotos de arquivo, para atuar como orientador de contexto e agregador de informação para o usuário. A base de dados, então, se potencializa, para facilitar o entendimento e a interação de quem a acessa as fotos do site. O 'Lente Quente' usa das dinâmicas da base de dados e da memória para melhor apresentar o produto jornalístico.

Figura 1 – Um sopro de música

Legenda: Em 2011, o Lente registrou vários eventos musicais, tanto de músicos conhecidos por todo país, como de representantes de Ponta Grossa. Um desses eventos foi a apresentação da Banda de Metais e Percussão do Colégio Santana, realizada no dia 21 de maio no Cine Teatro Ópera. Confira outra foto do acontecimentowww.flickr.com/photos/lentequente/5734174084/. Foto:Camila Gasparini

Na imagem publicada no dia 29 de janeiro, com o título 'O retrato' http://www.flickr.com/photos/lentequente/6726704141/in/set-72157628732223899/, além da discussão de um conceito fotográfico de retrato, a legenda traduz outro tipo de conteúdo, 'chamando' para uma matéria do site Cultura Plural www.culturaplural.com.br, envolvendo outros tipos de mídia. A estratégia de links amplia, desse modo, a leitura fotográfica. Aciona imagens do passado, mas também textos complementares e demais referências informativas. No caso específico das fotos de férias do projeto ‘Lente Quente’, o arquivo passa a desempenhar uma demanda de organização interna dentro do sistema diário de publicação (adequando ritmo de produção e de atualização), mas tais imagens do acervo levam o leitor à ‘foto original’ ou originalmente publicada, registrando a mesma situação, opção ou o mesmo evento cultural. O usuário acessa, portanto, dois ângulos fotográficos de um único fenômeno, dado esse trabalho de acionamento do arquivo nos links.

Para Palácios (2003), os arquivos jornalísticos são fontes de relevância para a recuperação histórica de nossas sociedades. Com a digitalização de publicações (já feita por jornais como o Estado de São Paulo e Folha de São Paulo) e agora a produção para a Web, o panorama de constituição da memória social é alterado, mudando também a metodologia utilizada por historiadores e investigadores sociais. De acordo com José Felz Ferreira:

A memória antes restrita ao cérebro e aos suportes técnicos tradicionais, passa a ser usada, recuperada e (re)construída de forma ilimitada. Como se trata de uma nova forma de lidar com o

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espaço/tempo, trata-se de uma memória de caráter múltiplo, instantâneo e cumulativo. A Web possibilita a utilização de um espaço praticamente ilimitado para o material noticioso, seja como texto, seja como qualquer outro formato midiático, uma vez que o hipertexto não se traduz apenas no emprego de texto escrito, formal, mas também se refere a uma imagem ou som, gráfico, animação, vídeo,[...](FERREIRA, 2003, p 4)

Outra maneira de utilização do arquivo no projeto é a recuperação e organização de fotos que tenham o mesmo tema e a apresentação em forma de galeria em outro site, o Cultura Plural, já citado acima, desenvolvido também como projeto de extensão do curso de Jornalismo da UEPG. Assim, o arquivo do 'Lente Quente' atua novamente como base de dados que flexibiliza o uso dos conteúdos, “que aliadas ao desenvolvimento de sistemas de publicação , comportam agora outra lógica para a estruturação e apresentação das informações” (BARBOSA, 2006, p 5). Essa base de dados é compatível, formando novas linguagens em outros meios, facilitando o acesso para outros tipos de leitores/usuários.

Foto 2 – Fotos do Lente Quente usadas no Cultura Plural

Legenda: Fotos recuperadas do arquivo do projeto usadas no site cultura plural. As fotos possuem

crédito do fotógrafo e fazem referência ao Lente Quente.

O uso do arquivo acima demonstrado gera um novo formato jornalístico, a galeria de imagens dentro de outro site de atividades afins (cobertura da área cultural). Percebe-se aqui um outro tipo de visita ao acervo fotográfico do ‘Lente’, gerador de novos conteúdos com base na organização temática e redisposição do material em outro endereço e espaço. Essa estratégia reúne uma diversidade de situações do cenário cultural agora sob uma única temática, articulando então outra proposta de interação com o leitor, mais sintonizado ao assunto do que ao registro pontual.

O arquivo do ‘Lente Quente’ também organiza temporalmente os eventos. Além de haver uma divisão por mês – cada mês tem um álbum específico - também existe uma divisão temática das fotos. Ainda de acordo com Ferreira, o fotojornalismo na web, além de constituir um registro do cotidiano, cultural no caso do ‘Lente Quente’, funciona “como ilustração e/ou complemento de relatos ancorados na escrita, com a construção dos bancos de imagens, disponíveis virtualmente, as fotografias digitais também têm uso como registro histórico, documentação, memória”. (2003, p7)

Os álbuns de fotos do flickr são divididos por mês no site do projeto e estão disponíveis ao leitor que deseje realizar buscas cronológicas no acervo, na forma de um calendário da cultura local. Mas também acontece uma divisão temática do arquivo do projeto com as Tags (palavras indexação). A partir da tag ‘música’, por exemplo, é possível acessar somente as imagens que dizem respeito à apresentações musicais, shows e afins. Além das divisões temáticas, há também a possibilidade de basear a pesquisa na base de dados do projeto por meio do local ou bairro escolhido. É importante ressaltar que a base de dados do projeto ‘Lente Quente’ está imersa dentro de outra base, a do Flickr. É possível fazer pesquisa somente na galeria/perfil do projeto, ou procurar imagens e informações em todo o conteúdo público do site.

Dado o complexo jogo de base de dados aqui indicado e que pode ser melhor explorado em outro momento, nos limitamos mais a considerar, por enquanto, essa dupla organização do acervo de imagens, tanto temática quanto temporal – em diálogo, espera-se, com as múltiplas expectativas do leitor/usuário. Percebe-se nessa dupla categorização um dos elementos estruturadores de narrativa e articulador de um certo protocolo de interação com o leitor e, em última instância, com a realidade fotografada. Dessa forma, o arquivo digital fotojornalístico na web começa a se desenhar no tempo e no espaço.

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Conclusões

Depois de analisarmos como o projeto Lente Quente utiliza o arquivo, podemos verificar que a base de dados ajuda na potencialização e divulgação das fotos produzidas. A maneira como organizamos as informações, neste caso a fotografia e a legenda, definem de que forma o arquivo será usado e acessado. A nossa base de dados permite que o leitor/usuário interaja com o assunto, por meio dos comentários, além de ajudá-lo a entender e aumentar o fluxo de informação sobre determinado tema ou evento.

Verificamos também que o site de disponibilização das fotos do 'Lente Quente', por estar inserido em um meio digital, possui armazenamento 'ilimitado', o arquivo, por sua vez, atua como memória viva e descentralizada. Nosso arquivo tem forma de catálogo, memória, conservação e acompanhamento da evolução da cultura local. Além disso, o conteúdo do projeto está imerso em outro conteúdo quase universal, o do site Flickr, o que permite ao usuário acessar diversos tipos e estilos de fotografia.

Por meio de recursos como a hipertextualidade, as informações do ‘Lente Quente’ são potencializadas, já que o fluxo de dados pode ser expandido para diversos recursos. Ainda usando o hipertexto, o projeto constrói uma narrativa dentro de seu próprio banco de dados, quando mostra ao leitor uma imagem anterior do arquivo. Outra característica do Fotojornalismo na Web é que o leitor através de um click pode enviar a imagem para um amigo, compartilhar na rede social ou guardá-la em seu computador pessoal. Com esses artifícios, o ‘Lente Quente’ tenta construir uma memória da cultura local de Ponta Grossa em um espaço, no caso a Web, onde a quantidade de informações é quase infinita.

Referências bibliográficas

BARBOSA, Suzana. O que é jornalismo digital em base de dados. Trabalho apresentado no grupo de pesquisa de jornalismo on-line. Universidade Federal da Bahia, Bahia. 2006.

COLLE, Raymond. Explotar la información noticiosa. Data mining aplicado a la documentación periodística. Universidade Complutense, Madrid. 2002

FERREIRA, Jorge Carlos Felz. A imagem na Web: fotojornalismo e internet. Trabalho apresentado no Núcleo de Jornalismo, XXVI Congresso Anual em Ciência da Comunicação, Belo Horizonte. 2003.

MACHADO, Elias. La estructura de la noticia en las redes digitales: un estudio de las consecuencias de las metamorfosis tecnológicas en el periodismo. Tese de Doutorado apresentada na Universidade Autónoma de Barcelona, Barcelona. 2000.

MIELNICZUK, Luciana. Sistematizando alguns conhecimentos sobre jornalismo na web. Salvador, Calandra, 2003

_____. ‘O Banco de Dados como Espaço de Composição de Narrativas Multimídia’. Artigo apresentado no II Econtro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo, da SPBJor. Salvador: UFBA, 2004.

PALACIOS, Marcos. Ruptura, Continuidade e Potencialização do jornalismo on-line: o lugar da memória. Trabalho apresentado no workshop de jornalismo on-line. Universidade Beira Interior, Portugal, 2002

Referências

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