Sumário
TRABALHO CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL Obrigatoriedade – Orientação...155 CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA Obrigatoriedade – Orientação...155 FGTS CRF – CERTIFICADO DE REGULARIDADE DO FGTSNormas – Circular 675 Caixa...153 DÉBITO
Regularização – Circular 675 Caixa ...153 PARCELAMENTO
Normas – Circular 675 Caixa...153
PREVIDÊNCIA SOCIAL
EMPRESA DE PEQUENO PORTE
Obrigação Acessória – Recomendação 5 CGSN ...153
MEI – MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL
Obrigação Acessória – Recomendação 5 CGSN ...153 MICROEMPRESA
Obrigação Acessória – Recomendação 5 CGSN ...153 MULTAS
Redução – Recomendação 5 CGSN ...153
FONTE
AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO
Não-Incidência – Ato Declaratório Interpretativo 3 RFB ...152
JURISPRUDÊNCIA
EXECUÇÃO DE SENTENÇA
As dívidas de natureza trabalhista não seguem a mesma lógica que sustenta o instituto civil do trespasse, vez que o credor civil não tem
a mesma dignidade jurídica do trabalhador ...151 FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO
Tendo em vista o princípio da aptidão para a prova, incumbe ao empregador o ônus de comprovar
a inexistência de diferença nos recolhimentos do FGTS...151
LEGISLAÇÃO, DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA 156
Legislação,
Doutrina e
Jurisprudência
ÚLTIMO DIÁRIO PESQUISADO 16/04/2015TRABALHO
ORIENTAÇÃO
CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVAObrigatoriedade
Confira as particularidades das Contribuições Assistencial e Confederativa
Nesta Orientação, vamos abordar as normas que tratam da co-brança das Contribuições Assistencial e Confederativa, esclare-cendo a obrigatoriedade ou não do pagamento de cada uma delas.
1. DISTINÇÃO ENTRE CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL E CON-FEDERATIVA
Não se pode confundir a contribuição confederativa, que possui estatura constitucional (artigo 8º, inciso IV, da CF – Constituição Federal/88), com a contribuição assistencial, fixada em acordos ou convenções coletivas.
A primeira é fixada em assembleia geral do sindicato e é cobrada dos respectivos filiados.
Já a segunda não possui previsão constitucional e é cobrada com base em acordos ou convenções coletivas que envolvem sindicatos e empresas.
2. CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL
A Contribuição Assistencial, de que trata o artigo 513, alínea “e”, da CLT, é uma prestação pecuniária, voluntária, feita pelo membro da categoria profissional (empregados) ou econômica (empregadores) ao sindicato, com o objetivo de custear a participação da entidade nas negociações coletivas ou propiciar, dentre outras, a prestação de assistência jurídica, médica e dentária.
Sua fonte, porém, é sempre uma norma coletiva, seja acordo ou convenção coletiva ou ainda sentença normativa, extensiva a toda a categoria beneficiária do respectivo instrumento coletivo.
Segundo a jurisprudência majoritária, trata-se de contribuição não compulsória, obrigando tão somente os filiados ao sindicato, e por não se constituir em tributo, não se sujeita aos princípios, privilégios e restrições próprios das contribuições com natureza jurídica tribu-tária.
Tal contribuição gera grande discussão à cerca da obrigatoriedade do seu pagamento, assim como a Contribuição Confederativa, que analisaremos mais adiante.
2.1. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
O TST – Tribunal Superior do Trabalho, por meio do Precedente Normativo 119/98, também já se pronunciou sobre o assunto, enten-dendo que é ofensivo ao direito de livre associação e sindicalização cláusula constante de acordo ou convenção coletiva ou sentença normativa que fixe contribuição a ser descontada dos salários dos trabalhadores não filiados a sindicato profissional, sob a
denomi-nação de taxa assistencial, revigoramento ou fortalecimento sindical e outras da mesma espécie.
Sendo nulas as especificações que não observem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores irregularmente des-contados.
Esse entendimento encontra-se ratificado através da OJ – Orien-tação Jurisprudencial 17 SDC – Seção de Dissídios Coletivos do TST que tem o seguinte teor:
“CONTRIBUIÇÕES PARA ENTIDADES SINDICAIS. INCONSTITU-CIONALIDADE DE SUA EXTENSÃO A NÃO ASSOCIADOS. As cláusulas coletivas que estabeleçam contribuição em favor de entidade sindical, a qualquer título, obrigando trabalhadores não sindicalizados, são ofensivas ao direito de livre associação e sindica-lização, constitucionalmente assegurado e, portanto, nulas, sendo passíveis de devolução, por via própria, os respectivos valores even-tualmente descontados.”
2.1.1. Trabalhadores Não Sindicalizados
O inciso XX do artigo 5º da CF/88 determina que ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado.
Já o inciso V do artigo 8º também da CF/88 estabelece que ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato, ou seja, ninguém será obrigado a se tornar sócio de um determinado sindi-cato.
Associado é todo aquele empregador, empresário, profissional libe-ral ou empregado de uma determinada categoria econômica ou profissional, que por um ato isolado de vontade, resolve se tornar sócio de determinado sindicato.
2.2. POSICIONAMENTO DO MTE
O MTE – Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Ordem de Serviço 1 MTE/2009, que tem por finalidade orientar a conduta dos Auditores-Fiscais do Trabalho, entende que é possível a cobrança da Contribuição Assistencial de todos os trabalhadores, indepen-dente de serem filiados ou não ao sindicato, desde que observadas as seguintes condições:
a) for instituída em assembleia geral, com ampla participação dos trabalhadores da categoria;
b) estiver prevista em convenção ou acordo coletivo de trabalho; e c) for garantido ao empregado não sindicalizado o direito à oposição ao desconto no salário.
Para a legalidade da cobrança, o sindicato deverá informar ao empregador e aos empregados o valor ou a forma de cálculo da Contribuição Assistencial.
O direito de oposição do empregado não sindicalizado deve ser exer-cido por meio de apresentação de carta ao sindicato, no prazo de 10 dias do recebimento da informação da cobrança.
Havendo recusa do sindicato em receber a carta de oposição, o empregado poderá enviá-la via postal, com aviso de recebi-mento.
De acordo com a Ordem de Serviço 1 MTE/2009, para que o empregador deixe de efetuar o desconto da Contribuição Assis-tencial no salário, o empregado não sindicalizado deverá apre-sentar ao empregador comprovante de recebimento, pelo sindi-cato, da carta de oposição, ou o aviso de recebimento da empresa de correios.
2.3. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Ressaltamos que o STF – Supremo Tribunal Federal também se manifestou, através da Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.206/ 2005, pela inconstitucionalidade formal do Ministério do Trabalho que não tem atribuição constitucional para regular matéria restrita à atuação legislativa do Congresso Nacional.
Isto porque, a Ordem de Serviço 1 MTE/2009 é um ato administra-tivo interno, não produzindo efeitos sobre todo o universo jurídico, aplicando-se apenas aos subordinados ao MTE, ou seja, os fiscais.
3. CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA
A Contribuição Confederativa, prevista no inciso IV do artigo 8º da CF/88, é fixada em assembleia geral, a ser descontada em folha para o custeio do sistema confederativo da representação sindical res-pectiva.
A cobrança da Contribuição Confederativa também constitui matéria polêmica.
Entretanto, a Advocacia-Geral da União considera que a norma rela-tiva à Contribuição Confederarela-tiva é aplicável, tão somente, aos empregados associados do sindicato, mediante deliberação da as-sembleia geral da respectiva representação profissional.
Em contrapartida, os sindicatos de classe não aceitam e questionam judicialmente esse entendimento.
3.1. SÚMULA DO STF
A Súmula 666 do STF firmou entendimento de que a Contribuição Confederativa somente é exigível dos filiados ao sindicato respec-tivo.
Nesse sentindo, foi publicada recentemente, em março de 2015, a Súmula Vinculante 40 STF que também determina que só é exigível a cobrança da Contribuição Confederativa dos filiados ao sindicato respectivo.
3.1.1. SÚMULA VINCULANTE
A Súmula Vinculante é um mecanismo que obriga juízes de todos os tribunais a seguirem o entendimento adotado pelo STF sobre deter-minado assunto com jurisprudência consolidada.
Com a decisão do STF, a Súmula Vinculante adquire força de lei e cria um vínculo jurídico, não podendo mais, portanto, ser contra-riada.
Essa medida assegura o princípio da igualdade nesse tipo de julga-mento, evitando que a mesma norma seja interpretada de formas distintas para situações idênticas, gerando distorções na aplicação da lei.
4. AUTORIZAÇÃO PARA DESCONTO
O artigo 545 da CLT determina que os empregadores ficam obri-gados a descontar na folha de pagamento dos seus empreobri-gados, desde que por eles devidamente autorizados, as contribuições de-vidas ao sindicato, quando por este notificados, salvo quanto à Contribuição Sindical, cujo desconto independe dessas formali-dades.
5. EMPRESA NÃO ASSOCIADA
Conforme podemos verificar nos julgados relacionados a seguir, da mesma forma que os empregados, o entendimento dos Tribunais é no sentido de que os empregadores não associados ao sindicato não estão obrigados ao pagamento da Contribuição Assistencial e da Confederativa:
Þ “CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL – PREVISÃO EM NORMA COLETIVA – EMPRESA NÃO FILIADA AO SINDICATO PATRO-NAL – IMPOSSIBILIDADE. O pagamento da contribuição assisten-cial prevista em cláusula convencional só pode ser exigida da empresa empregadora filiada ao sindicato patronal, sob pena de malferimento ao princípio da livre associação e sindicalização. Esse entendimento encontra-se em sintonia com a Súmula nº 666 do STF e com o PN nº 119 e a OJ nº 17 da SDC, ambos do TST.” (TRT – 12ª Região – Recurso Ordinário 1705-2013-053-12-00-7 – Relator Desembargador Jorge Luiz Volpato – Publicado em 19-3-2014);
Þ “CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL – EMPREGADOR – VERBA INDEVIDA. Aplica-se ao empregador o pensamento que informa a Orientação Jurisprudencial nº 17 e o Precedente Normativo nº 119, do C. TST, pelo que não é devido o pagamento, pela empresa, de contribuição sindical a favor do sindicato profissional.“ (TRT – 1ª Região – Recurso Ordinário 124800-06.2009.5.01.0011 – Relatora Desembargadora Angela Fiorencio Soares da Cunha – Publicado em 8-2-2011);
Þ APLICAÇÃO ANALÓGICA DO PRECEDENTE NORMATIVO Nº 119 DA SDC. Tendo em vista o disposto nos artigos 5º, XX, e 8º, V, da Constituição Federal, que asseguram a liberdade de associa-ção e de filiaassocia-ção sindical, esta Corte editou o Precedente Normativo nº 119 da SDC, que considera ofensiva ao direito de livre associa-ção e sindicalizaassocia-ção a instituiassocia-ção de cláusula em acordo, con-venção coletiva ou sentença normativa estabelecendo contribui-ção em favor de entidade sindical a título de taxa para custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento ou fortaleci-mento sindical e outras da mesma espécie, obrigando trabalha-dores não sindicalizados, restando efetivamente nulas as estipula-ções que não observam tal restrição e passíveis de devolução os valores irregularmente descontados. Essa mesma orientação deve ser aplicada em se tratando de sindicato patronal que pretenda obter a contribuição de forma compulsória das empresas a ele não filiadas. (...)”. (TST – 1ª Turma – Agravo de Instrumento em
Recurso de Revista 64240-27.2008.5. 04.0601 – Publicado. em 1-12-2009).
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:Constituição Federal de 1988 – artigos 5º, inciso XX e 8º, inciso IV e V (Portal COAD); Ação Direta de Incons-titucionalidade 3.206, de 2005 (Informativo 17/2005); Decreto-Lei 5.452, de 1-5-43 – CLT – Consolidação das Leis do Trabalho –
artigos 513, letra “e”, 545, 578, 579 e 582 (Portal COAD); Súmula Vinculante 40 STF, de 18-3-2015 (Fascículo 12/2015); Súmula 666 STF, de 24-9-2003 (Portal COAD); Resolução 82 TST, de 13-8-98 – Precedente Normativo 119 TST (Informativo 33/98); Ordem de Ser-viço 1 MTE, de 24-3-2009 (Fascículo 21/2009); Orientação Jurispru-dencial 17 SDC-TST (DeJT de 25-8-2014); Parecer 5 GQ, de 24-8-93 (Informativo 36/93).
FGTS
CIRCULAR 675 CAIXA, DE 10-4-2015 (DO-U DE 13-4-2015) DÉBITO RegularizaçãoCaixa divulga novo manual que dispõe sobre regularidade do empregador junto ao FGTS
O ato em referência divulga novo manual, cujo teor encontra-se disponível no Portal COAD,
para disciplinar procedimentos referentes ao processo de regularidade com o FGTS
que abrange a concessão do CRF – Certificado de Regularidade do FGTS,
o parcelamento de débitos de contribuições devidas ao FGTS e a regularização de débitos
dos empregadores por meio da GRDE – Guia de Regularização de Débitos do FGTS.
Fica revogada a Circular 351 CEF, de 4-4-2005 (Informativo 14/2005), bem como as Circulares
Caixa 392, de 25-10-2006 (Informativo 45/2006) e 508, de 18-3-2010 (Fascículo 11/2010).
A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – CAIXA, na qualidade de Agente Operador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo artigo 7º, inciso II, da Lei nº. 8.036/90, de 11/05/1990, e de acordo com o Regu-lamento Consolidado do FGTS, aprovado pelo Decreto nº 99.684/90, de 08/11/1990, e alterado pelo Decreto nº 1.522/95, de 13/06/1995, em consonância com a Lei nº. 9.012/95, de 11/03/1995, e a Lei Complementar nº. 110/01, de 29/06/2001, regulamentada pelos Decretos nº. 3.913/01 e 3.914/01, de 11/09/2001, RESOLVE:
1. Divulgar o Manual de Orientação – Regularidade do Empre-gador junto ao FGTS que dispõe sobre os procedimentos pertinentes
à regularidade do empregador junto ao FGTS, disponibilizado no sítio da CAIXA, www.caixa.gov.br, opção “download” – FGTS.
2. O referido Manual define normas e procedimentos ao processo de regularidade do empregador junto ao FGTS, servindo como instrumento normativo, cabendo ao empregador observar as disposições nele contidas.
3. Esta Circular entra em vigor na data de sua publicação, revogando as Circulares CAIXA nº 351, de 04/04/2005, nº 392, de 25/10/2006 e nº 508, de 18/03/2010. (Fabio Ferreira Cleto – Vice-Presidente)
PREVIDÊNCIA SOCIAL
RECOMENDAÇÃO 5 CGSN, DE 8-4-2015 (DO-U DE 14-4-2015) MULTAS ReduçãoCGSN orienta quanto à redução de multas para MEI, ME e EPP optantes pelo Simples
O CGSN – Comitê Gestor do Simples Nacional, por meio do ato em referência, a fim de orientar os entes federados, determina que as multas relativas à falta de prestação ou à incorreção no cumprimento de obrigações acessórias, quando em valor fixo ou mínimo, para o MEI – Microempreendedor Individual, ME – Microem-presa ou EPP – EmMicroem-presa de Pequeno Porte optante pelo Simples Nacional, alternativamente, deverão ter:
a) fixação legal de valores específicos e mais favoráveis; ou
b) redução de 90% para o MEI e 50% para a ME ou EPP. A redução não se aplica na hipótese de fraude, resistência ou embaraço à fiscalização, bem como em caso de ausência de paga-mento da multa no prazo de 30 dias após a notificação.
A Recomendação 5 CGSN/2015 também ressalta, conforme já previsto na Lei Complementar 147, de 7-8-2014 (Fascículo 33/ 2014), que as hipóteses de redução entrarão em vigor em 1-1-2016.
FONTE
ATO DECLARATÓRIO INTERPRETATIVO 3 RFB, DE 15-4-2015
(DO-U DE 16-4-2015)
AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO Não Incidência
Alimentação fornecida gratuitamente
pelo empregador não é rendimento tributável
A RFB – Secretaria da Receita Federal do Brasil, por meio do referido ato, esclarece que constitui rendimento isento ou não tributável a alimentação fornecida gratuitamente pelo empregador a seus empregados.
Está também abrangido pelo benefício a alimentação in natura e os tíquetes-alimentação.
JURISPRUDÊNCIA
ADICIONAL NOTURNO – PRORROGAÇÃO DA JORNADA –
VERBA DEVIDA
– A prorrogação da jornada para além das 5h é tão ou mais penosa que a prestação de trabalho no período considerado legal-mente como noturno, das 22h às 5h, merecendo o mesmo trata-mento conferido a este, na esteira do preceito contido no art. 73, § 5º, da CLT, bem como no item II da Súmula nº 60 do TST. (TRT-4ª R. – RO 1270-18.2013.5.04.0018 – Rel. Des. Cláudio Antônio Cassou Barbosa – Publ. em 29-1-2015) @150502
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – INCAPACIDADE
DETERMINADA POR ACIDENTE DO TRABALHO OU
DOENÇA OCUPACIONAL – DISPENSA DO PERÍODO DE
CARÊNCIA – CONDIÇÕES PESSOAIS QUE EVIDENCIAM A
DIFICULDADE PARA REINSERÇÃO NO MERCADO DE
TRABALHO
– “Para obtenção de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez em razão de incapacidade determinada por acidente de trabalho ou doença ocupacional – doença profissional ou do trabalho –, inclusive na hipótese de concausa, é dispensado o período de carên-cia consistente de contribuições previdenciárias, desde que se evi-dencie a origem ou a evolução do mal incapacitante no período em que o obreiro ostentava a condição de segurado do INSS” – Apela-ção Cível nº 2013.003508-9, de Camboriú, Rel. Des. Jaime Ramos, j. 11-04-2013. Comprovado que, em razão da patologia na coluna lombar, agravada pelas condições de trabalho, o segurado apre-senta incapacidade permanente para o trabalho habitual, com impossibilidade de reabilitação para qualquer outra atividade profis-sional que assegure a subsistência, tendo em vista sua idade e baixa escolaridade, faz ele jus à concessão da aposentadoria por invalidez acidentária, nos termos do art. 42 da Lei nº 8.213/91. “O termo inicial do estabelecimento da aposentadoria por invalidez deverá ter como data inicial a data do requerimento administrativo, pois a autarquia já tinha ciência da moléstia que acometia o segurado à época da perí-cia administrativa” – Reexame Necessário nº 2014.035599-1, de Seara, Rel. Des. Francisco Oliveira Neto, j. em 22-7-2014. (TJ-SC – Ap. Cív. 2012.032839-0 – Rel. Des. Carlos Adilson Silva – Julg. em
30-1-2015) @150399
BANCÁRIO – CARGO DE CONFIANÇA – REQUISITOS
PARA CARACTERIZAÇÃO
–O bancário possui situação sui generis: tanto pode estar sujeito à jornada de seis horas, na forma do caput do artigo 224 da CLT, como à jornada de oito horas, quando comprovado o exercí-cio da função de confiança nos termos do parágrafo segundo do mesmo artigo. Há ainda que se distinguir o gerente que detém poderes de mando, gestão e representação daquele que exerce o cargo de confiança mínima, que caracteriza apenas o exercício de funções bancárias mais qualificadas. A este último aplica-se a Súmula 102, item IV, do C. TST, estando o primeiro sujeito à exceção maior do art. 62, II, da CLT. Para a caracterização do exercício de cargo de confiança bancária nos moldes delineados no art. 224, § 2º, da CLT, é necessário que o bancário atenda a dois requisitos, de forma simultânea: o recebimento de gratifica-ção de fungratifica-ção não inferior a 1/3 do salário do cargo efetivo e o exercício de função de maior relevância em relação aos demais empregados, que demande maior fidúcia, mediante o desempe-nho de atribuições que o diferencie do bancário comum. (TRT-3ª R. – RO 1030-2013-135-03-00-1 – Rel. Des. Emerson José Alves
Lage – Publ. em 30-1-2015) @150478
CONTRATO DE TRABALHO – ACÚMULO DE FUNÇÕES –
DIFERENÇAS SALARIAIS – DESCABIMENTO
– Salvo ajuste em contrário, é inadmissível considerar a exis-tência de um duplo contrato de trabalho quando é única a relação jurídica existente entre as partes, com prestação de serviços a um só empregador, no mesmo local e horário, sendo indevidas, por conse-guinte, diferenças salariais por acúmulo de funções. (TRT-1ª R. – RO 12166-28.2013.5.01.0205 – Rel. Des. José Antonio Piton – Publ. em
9-1-2015) @150468
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA – AVISO-PRÉVIO
IN-DENIZADO – NÃO INCIDÊNCIA
– O salário de contribuição não é integrado pelo aviso-prévio indenizado, mas tão somente pelas parcelas que remuneram o
trabalho efetivamente prestado ou o tempo à disposição do empre-gador, não servindo de base de incidência de contribuição previden-ciária – Súmula nº 7 do TRT/RJ. (TRT-1ª R. – RO 55700-23.2008. 5.01.0035 – Rel. Des. Jorge Orlando Sereno Ramos – Publ. em
15-1-2015) @150451
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL – CATEGORIA
DIFERENCIA-DA – NÃO RECOLHIMENTO – COBRANÇA JUDICIAL
– Hipótese em que os Técnicos de Segurança do Trabalho satisfazem a noção de categoria diferenciada, representada pelo Sindicato-autor, sendo, portanto, compulsória a contribuição pre-vista no art. 579 da CLT. Não tendo recolhido as contribuições sindi-cais para o referido sindicato, está autorizada a cobrança via judicial e a consequente condenação da ré, limitada aos períodos em que o Sindicato comprovou a publicação de editais para desconto e reco-lhimento da contribuição sindical. Recurso da parte autora parcial-mente provido. (TRT-4ª R. – RO 1332-73.2013.5.04.0013 – Relª Desª Maria Madalena Telesca – Publ. em 29-1-2015) @150504
DANO MORAL – TRANSPORTE DE VALORES POR
EM-PREGADO NÃO HABILITADO PARA ESSE FIM – ATO
ILÍCI-TO PASSÍVEL DE INDENIZAÇÃO
– A Lei 7.102/83 determina que o transporte de valores deve ser feito por empresa especializada e com vigilantes armados. Não pode o empregador atribuir tal função a seus empregados, ex-pondo à condição de risco o seu maior patrimônio, que é a sua vida e integridade física. A conduta configura ato ilícito passível de inde-nização – art. 927 do Código Civil. (TRT-3ª R. – RO 1837-2013-086-03-00-9 – Rel. Des. Emerson José Alves Lage – Publ. em
30-1-2015) @150491
ENQUADRAMENTO SINDICAL – CRITÉRIO DE
DETER-MINAÇÃO – PRETENSÃO FUNDADA EM CONVENÇÃO
CO-LETIVA DE OUTRA CATEGORIA
– O critério para determinar o enquadramento sindical do empregado é o da atividade econômica preponderante da empresa – art. 511 da CLT –, não se justificando o pleito de diferenças salariais com base em convenção coletiva que não representa a categoria. (TRT-1ª R. – RO 1549-91.2010.5.01.0244 – Relª Convocada Maria Helena Motta – Publ. em 15-1-2015) @150461
EXECUÇÃO DE SENTENÇA – TRESPASSE – SÓCIO
RETI-RANTE QUE INTEGRAVA A SOCIEDADE NO PERÍODO DA
RECLAMAÇÃO – INEFICÁCIA EM FACE DO CREDOR
TRA-BALHISTA
– As dívidas de natureza trabalhista não seguem a mesma lógica que sustenta o instituto civil do trespasse, uma vez que o credor civil não tem a mesma dignidade jurídica do trabalhador, que despende sua força de trabalho em benefício da empresa. O pará-grafo único do artigo 1003 do Código Civil não afasta a responsabili-dade do ex-sócio pelas dívidas contraídas em nome da socieresponsabili-dade com o empregado, se ele compunha a sociedade durante o período no qual ocorreu a execução do contrato de trabalho. (TRT-1ª R. – AP 100100-17.2008.5.01.0070 – Rel. Des. Rogério Lucas Martins –
Publ. em 29-1-2015) @150471
EXECUÇÃO PROVISÓRIA – LIMITES – INAPLICABILIDADE
DO ARTIGO 475-O DO CPC
–O artigo 899, caput, da Consolidação das Leis do Traba-lho dispõe que “os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora” e, em seu § 1º, que, “sendo a condenação de valor até 10 – dez – vezes o salário-mínimo regional, nos dissídios individuais, só será admitido o recurso, inclusive o extraordinário, mediante prévio depósito da respectiva importância. Transitada em julgado a decisão recorrida, ordenar-se-á o levantamento imediato da importância de depósito, em favor da parte vencedora, por sim-ples despacho do juiz”. Sendo assim, o dispositivo celetário dispõe expressamente sobre os limites da execução provisória, não havendo margem para o prosseguimento de atos que envol-vam a liberação de eventual depósito em dinheiro de forma do art. 475-O do CPC. Recurso de Revista conhecido e provido. (TST – RR 2538-27.2012.5.15.0054 – Rel. Min. Renato de Lacerda
Paiva – Publ. em 30-1-2015) @150144
FÉRIAS – PAGAMENTO EXTEMPORÂNEO – DOBRA
DE-VIDA
– O pagamento extemporâneo das férias, em desacordo com a previsão do artigo 145 da CLT, ainda que elas tenham sido usufruí-das dentro do prazo estabelecido no artigo 137 da CLT, enseja o pagamento da dobra. Aplicação da OJ nº 386 da SDI-1 do TST. Recurso da reclamante provido. (TRT-4ª R. – RO 596-79.2014. 5.04.0802 – Relª Desª Maria Madalena Telesca – Publ. em
29-1-2015) @150505
FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO –
DIFE-RENÇAS – ÔNUS DA PROVA – CANCELAMENTO DA
ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL 301 DA SBDI-1 DO TST
– Na 6ª Sessão Extraordinária do Tribunal Pleno dessa Corte, realizada no dia 24-5-2011, por maioria de votos, aprovou-se o cancelamento da Orientação Jurisprudencial nº 301 da SBDI-1, pela qual se entendia que, definido pelo reclamante o período no qual não houve depósito do FGTS, ou houve em valor inferior, e alegada pela reclamada a inexistência de diferença nos recolhimentos de FGTS, aquele atraía para si o ônus da prova, incumbindo-lhe demonstrar o fato extintivo do seu direito. A partir desse cancelamento, entende-se que, independentemente de especificação, pelo empregado, do período da alegada falta ou diferença de recolhimento do FGTS, tratando-se de obrigação legal do empregador o depósito da aludida parcela, compete-lhe, mesmo quando genericamente alegada, pelo reclamante, qualquer irregularidade no cumprimento dessa obriga-ção legal pela parte contrária, a prova da regularidade desses reco-lhimentos, por todo o período laborado, seja por se tratar de fato extintivo do direito do autor, seja por força do princípio da aptidão para a prova, segundo o qual a prova deve ser feita pela parte que tiver melhores condições para produzi-la, qual, no caso, é a em-presa, por lhe ser exigível manter a documentação pertinente guar-dada. Dessa forma, por se tratar de fato extintivo do direito do autor e tendo em vista o princípio da aptidão para a prova, incumbe ao empregador o ônus de comprovar a inexistência de diferença nos recolhimentos de FGTS. Recurso de Revista conhecido e provido. (TST – RR 761-95.2011.5.02.0444 – Rel. Min. José Roberto Freire Pimenta – Publ. em 30-1-2015) @150137