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Livro Eletrônico Aula 00 Macroeconomia p/ BANESTES (Analista Econômico Financeiro - Gestão Financeira) Com videoaulas

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Aula 00

Macroeconomia p/ BANESTES (Analista Econômico Financeiro - Gestão Financeira) Com videoaulas

Professor: Vicente Camillo

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Aula 00

APRESENTA‚ÌO DO CURSO INTRODU‚ÌO Ë MACROECONOMIA

CONTAS NACIONAIS

Sum‡rio

Sum‡rio ... 1

Apresenta•‹o do Curso ... 3

Conteœdo e Estrutura do Curso ... 4

Metodologia ... 5

A Metodologia Funciona? ... 6

Cronograma e Avisos ... 6

îtica e Objetivos da Macroeconomia ... 9

Modelos Macroecon™micos ... 11

Tempo X Macroeconomia ... 17

Expectativas x Macroeconomia ... 20

Contas Nacionais: Conceitos Iniciais ... 23

Identidades Macroecon™micas B‡sicas ... 26

Sistema de Contas Nacionais do Brasil ... 35

Conta de Produ•‹o ... 39

Conta de Gera•‹o da Renda ... 41

Conta de Aloca•‹o da Renda... 42

Conta de Distribui•‹o Secund‡ria da Renda ... 45

(3)

Conta de Uso da Renda ... 46

Conta de Capital ... 46

Conta Financeira ... 48

Resumo ... 50

Quest›es Propostas ... 51

Gabaritos ... 70

Quest›es Comentadas ... 71

Considera•›es Finais ... 119

(4)

A PRESENTA‚ÌO DO C URSO

Estimado aluno (a), tudo bem?

Fico muito satisfeito em ministrar o presente curso de MACROECONOMIA PARA O CARGO DE ANALISTA ECONïMICO FINANCEIRO Ð GESTÌO FINANCEIRA DO BANCO DO ESTADO DO ESPêRITO SANTO.

O curso est‡ sendo lan•ado com base no edital publicado pela FGV1. (ƒ importante citar que o presente curso contempla 100% do conteœdo exigido pelo edital).

Bom, meu nome Ž Vicente Camillo, sou Economista formado pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), com especializa•›es em Regula•‹o do Mercado de Capitais (Columbia Law School), Contabilidade e Auditoria (FIPECAFI/USP) e Carreiras Pœblicas (Anhanguera/Uniderp).

Atualmente trabalho na Comiss‹o de Valores Mobili‡rios, cuja sede (meu local de trabalho) Ž no Rio de Janeiro/RJ. L‡ trabalho com a regula•‹o das companhias abertas, alŽm de representar a autarquia em f—runs nacionais e internacionais sobre governan•a corporativa e desenvolvimento.

Ministro aulas de Economia, Conhecimentos Banc‡rios, Estrutura e Funcionamento do Sistema Financeiro e Direito Societ‡rio, em n’vel de gradua•‹o, em cursos livres preparat—rios para concursos pœblicos e certifica•›es. Sou professor do EstratŽgia Concursos desde 2013!

AlŽm do meu e-mail vdalvocamillo@gmail.com e do F—rum de Dœvidas dispon’vel na ‡rea restrita aos alunos matriculados no curso, voc• pode me encontrar em minha p‡gina pessoal do Facebook, onde posto, rotineiramente, materiais, dicas, exerc’cios resolvidos e assuntos relacionados. ƒ s— acessar em:

https://www.facebook.com/profvicentecamillo.

1http://netstorage.fgv.br/banestes/Abertura_Concurso_Publico_BANESTES_05_0318.pdf

(5)

Conteœdo e Estrutura do Curso

Nosso curso ser‡ dividido em 10 aulas. Os t—picos s‹o os seguintes:

Em todas aulas adotaremos a mesma metodologia: apresenta•‹o te—rica e resolu•‹o de (muitos!) exerc’cios.

O curso tambŽm ir‡ tambŽm contemplar v’deo aulas para todos os t—picos. Caso voc• n‹o as tenha visualizado, Ž porque est‹o sendo gravadas e em processo de edi•‹o.

O aluno interessado na aprova•‹o neste certame necessita cumprir com dois objetivos: compreender a matŽria e saber resolver as quest›es. Nada adianta saber tudo sobre mercado de valores mobili‡rios, mas n‹o ter a pr‡tica (a manha) na resolu•‹o de quest›es. Afinal, o que importa Ž pontuar o m‡ximo poss’vel na prova!

Por isto que me comprometo na oferta destes dois pressupostos necess‡rios para sua aprova•‹o. A apresenta•‹o da teoria ser‡ feita de modo a facilitar a

¥ Contabilidade nacional.

¥ Sistema monet‡rio.

¥ Principais modelos macroecon™micos: keynesiano, IS-LM, oferta agregada e demanda agregada.

¥ Pol’tica fiscal e Pol’tica Monet‡ria: Restri•‹o or•ament‡ria, dŽficit pœblico e d’vida pœblica. Imposto Inflacion‡rio. Senhoriagem. Equival•ncia ricardiana.

Objetivos e instrumentos de pol’tica monet‡ria. Regras e discri•‹o. Regime de metas de infla•‹o. Taxas de Juros: Seu comportamento, estrutura de risco e prazo.

¥ Economia aberta: Arranjos de c‰mbio. Paridade do poder de compra.

Paridade de juros.

¥ Teoria do Crescimento. Modelo de Solow

¥ Economia Brasileira (Hist—ria Econ™mica do Brasil): A crise da d’vida externa, a infla•ão e as tentativas de estabiliza•ão dos anos 80; As reformas econ™micas; O plano real; A crise e o ajuste p—s 1999; O sistema de metas de infla•ão no Brasil.

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compreens‹o e memoriza•‹o da mesma. A resolu•‹o de quest›es permite colocar em pr‡tica o esfor•o da compreens‹o.

Assim, as aulas ter‹o a seguinte estrutura:

Teoria esquematizada e adequada ˆ linguagem da banca Quest›es resolvidas da banca organizadora

Videoaulas

F—rum de dœvidas e atendimento individualizado ao aluno

Metodologia

Os assuntos ser‹o tratados ponto a ponto, com LINGUAGEM OBJETIVA, CLARA, ATUALIZADA e de FçCIL ABSORÇÌO. Teremos, ainda, videoaulas da matŽria para que voc•̂ possa complementar o estudo. Tudo para facilitar o aprendizado.

A resolu•‹o de quest›es Ž uma das tŽcnicas mais eficazes para a absor•‹o do conhecimento e uma importante ferramenta para sua prepara•‹o, pois alŽm de aprender a parte te—rica, voc•̂ aprende a fazer a prova. Quanto mais quest›es forem feitas, melhor tende a ser o ’ndice de acertos. O motivo Ž muito simples: quando falamos em provas de concurso, todo aluno deve ter em mente que o seu objetivo Ž aprender a resolver quest›es da forma como elas s‹o elaboradas e cobradas pelas bancas.

O foco no EstratŽgia Concursos s‹o os materiais em pdf. As aulas em v’deo visam COMPLEMENTAR o estudo e compreendem a PARTE TEîRICA DOS PRINCIPAIS PONTOS DA DISCIPLINA. O objetivo Ž facilitar o aprendizado e a absor•‹o do conteœdo daqueles que ter‹o um primeiro contato com a disciplina.

Nosso estudo n‹o se limita apenas ˆ apresenta•‹o das aulas ao longo do curso.

ƒ natural surgirem dœvidas. Por isso, estarei sempre ˆ disposi•‹o para responder aos seus questionamentos por meio do f—rum de dœvidas.

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A Metodologia Funciona?

Acreditamos que a nossa metodologia seja o ideal para o nosso objetivo: Fazer voc•̂

acertar as quest›es de prova. Temos certeza que estamos no caminho certo quando recebemos avalia•›es atravŽs do nosso sistema em rela•‹o aos cursos ministrados, como as apresentadas abaixo:

E, Ž claro, voc• pode tambŽm conferir os resultados dos nossos alunos no seguinte endere•o: https://www.estrategiaconcursos.com.br/resultados

Cronograma e Avisos

Segue um aviso e o cronograma de aulas para sua organiza•‹o e conhecimento.

J‡ aproveito para te desejar bons estudos, persist•ncia e sucesso nessa caminhada.

Afinal, este Ž o lema do EstratŽgia Concursos:

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“O SEGREDO DO SUCESSO É A CONSTÂNCIA NO OBJETIVO”

Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre

direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores

que elaboram os cursos.

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î TICA E O BJETIVOS DA M ACROECONOMIA

Para estudar a Macroeconomia, antes Ž necess‡rio defini-la. Afinal, do que trata a Macroeconomia?

Macroeconomia Ž o estudo do comportamento agregado da economia.

A economia ÒaconteceÓ no dia-a-dia a partir da intera•‹o entre os indiv’duos e institui•›es. Transa•›es comerciais e financeiras s‹o realizadas, a taxa de juros sobe e desce, a infla•‹o varia acima ou abaixo, o Governo adota determinada pol’tica fiscal, assim como o Banco Central determina a pol’tica monet‡ria.

A soma de todos estes eventos constitui a Òm‹o de obraÓ da macroeconomia. Isto Ž, ˆ macroeconomia cabe avaliar e entender as tend•ncias gerais da economia, em vez de examinar a situa•‹o individual de cada indiv’duo/institui•‹o.

Para obter a Ògrande fotografiaÓ, os macroeconomistas precisam de insumos.

Necessitam alimentar as medidas especiais e gerais por eles utilizadas, a fim de compreender as rela•›es macroecon™micas.

E foi assim que a macroeconomia surgiu como campo individual de estudo. Na dŽcada de 30 (a Macroeconomia nasceu depois de Dercy Gon•alves...), um eminente economista de nome John Maynard Keynes causou uma revolu•‹o na economia como um todo. Uma de suas principais contribui•›es foi separar o estudo de vari‡veis agregadas, tais como ÒempregoÓ, ÒjurosÓ, ÒrendaÓ, ÒconsumoÓ, ÒinvestimentoÓ entre outras, dos demais t—picos em economia.

No entanto, n‹o Ž verdade que Keynes criou a macroeconomia. T‹o somente ela era estudada com demais ‡reas do conhecimento, como a pol’tica e filosofia.

Em 1792, o fil—sofo David Hume promoveu um dos primeiros avan•os neste sentido, quando estudou a rela•‹o entre oferta monet‡ria, a balan•a comercial e o n’vel de pre•os da economia2. No entanto, seus trabalhos neste campo do

2 Of The Balance of the Trade, London, 1752

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conhecimento eram complementares e acess—rios ˆs suas teorias filos—ficas, mas n‹o algo independente.

Mesmo submergindo como campo de estudo independente, a macroeconomia possui suas funda•›es e rela•›es com outras matŽrias. O que nos cabe neste curso Ž compreender a intr’nseca rela•‹o entre Macro e Microeconomia.

A Microeconomia se ocupa da an‡lise das decis›es das fam’lias e das firmas quando interagem nos mercados, a fim de maximizarem utilidade e lucros (otimiza•‹o Ž a palavra m‡gica em microeconomia). Ou seja, estudo o comportamento e seus fundamentos aplicados ao indiv’duo (unidade b‡sica familiar).

Como as rela•›es agregadas s‹o derivadas das individuais, Ž imprescind’vel que a Macroeconomia utilize, mesmo que implicitamente, os fundamentos microecon™micos.

Deste modo, mesmo que esta ideia n‹o seja abordada em todos os momentos no decorrer do curso, Ž interessante compreender que, por exemplo, o consumo nacional Ž a soma das decis›es individuais de consumos das fam’lias, respeitando a maximiza•‹o de utilidade que elas buscam, alŽm de suas restri•›es de renda. Ou seja, provavelmente o consumo deve ser determinado a partir da renda. Mesmo que os economistas discordem de qual renda (corrente ou permanente), dela Ž derivado o consumo.

Feita esta apresenta•‹o inicial, voltemos ˆs tŽcnicas da macroeconomia.

Como qualquer ci•ncia, a macroeconomia possui suas ferramentas e metodologias de an‡lise. Adiante seguem as mais importantes e imprescind’veis aos nossos prop—sitos e objetivos.

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M ODELOS M ACROECONïMICOS

A utiliza•‹o de modelos Ž fato constante na economia. Os modelos servem de ferramenta para demonstrar a ess•ncia das vari‡veis que se quer explicar e das explicativas. Ou seja, os modelos atendem a œtil finalidade de explicar o funcionamento da economia, relacionando par‰metros (geralmente da forma matem‡tica) que expressam detalhes relevantes sobre o que se quer explicar, assim como sobre o que explica.

As vari‡veis que se pretendem explicar s‹o tambŽm chamadas de vari‡veis end—genas. O nome Ž sugestivo e quer dizer Òaquilo que se explica dentro do modeloÓ. Por outro lado, as vari‡veis que explicam s‹o chamadas de ex—genas.

Mais uma vez, o nome diz muita coisa: s‹o determinadas fora do modelo e, assim, utilizadas como dadas.

Nada melhor que um exemplo para elucidar.

O caso cl‡ssico da oferta e demanda nos traz diversos insights sobre a compreens‹o te—rica, algŽbrica e gr‡fica dos problemas macroecon™micos.

Imaginemos o caso de um produtor de tomates. Na inten•‹o de entender os fatores que determinam a demanda pelo seu produto, assim como o que influ•ncia a oferta do mesmo, o produtor se depara com as seguintes quest›es.

As variáveis exógenas, obtidas fora do modelo, servem de “entrada” a ele.

O resultado são as variáveis endógenas.

Assim, o modelo nos informa como variações nos termos exógenos afetam a determinação do que é endógeno e se quer determinar.

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(i) A demanda pelos tomates Ž resultado do pre•o do produto e da renda dos indiv’duos. Como seria de se esperar, o aumento do pre•o ocasiona redu•‹o na demanda, pois os consumidores podem substituir o tomate por outros alimentos.

Ademais, o aumento da renda proporciona aumento da demanda de tomates, pois, com mais dinheiro, sobra mais para gastar com o bem. A rela•‹o pode ser expressa resumidamente como:

= �(�, �)

(ii) A oferta, como n‹o podia ser diferente, Ž tambŽm fun•‹o do pre•o, s— que desta vez positiva, pois o aumento do pre•o do bem proporciona mais rendimentos e lucros aos vendedores. Ademais, o produtor entende que o pre•o dos insumos utilizados, tais como fertilizantes, m‡quinas e funcion‡rios, tambŽm influencia a oferta de tomate. Evidentemente, os chamados fatores de produ•‹o relacionam- se de maneira negativa ˆ oferta do bem, pois o aumento da remunera•‹o destes itens encare a produ•‹o e reduz o lucro do produtor. Abaixo, a rela•‹o:

= �(�, ���)

(iii) O equil’brio de mercado de tomates, fornecendo ao produtor a quantidade de produ•‹o —tima, assim como o pre•o, Ž obtido pela igualdade entre as express›es:

= �

Aqui est‹o relacionadas duas vari‡veis ex—genas e duas end—genas. As ex—genas s‹o a renda dos consumidores e o pre•o dos fatores de produ•‹o. As end—genas, o pre•o e a quantidade produzida de tomates.

(iv) E, por fim, estes conceitos podem ser resumidos graficamente. A an‡lise gr‡fica Ž de suma import‰ncia na macroeconomia (assim como em outros campos do conhecimento). Nos ajuda a organizar as ideias e resolver diversas quest›es de

- +

+ -

(14)

concurso. O modelo de tomates segue abaixo, seguido de modifica•›es em vari‡vel ex—gena (renda) e end—gena (pre•o):

O Modelo de Oferta e Demanda

A curva em vermelho Ž a de oferta (S). Em azul, a curva de demanda (D). O eixo das ordenadas mede o pre•o (P), e o das abscissas, a quantidade demandada (Q).

P* e Q* representam pre•o e quantidade de equil’brio ==>

O gr‡fico representa muito bem os insights te—ricos e matem‡ticos.

P

Q D

S

P

Q D

S Q*

P*

A eleva•‹o da renda deslocou a curva de demanda de D para DÕ. Mas por qu•?

Ora, a mudan•a na vari‡vel ex—gena modifica o valor da vari‡vel end—gena (P e Q).

A renda mais elevada proporciona mais consumo.

Ou seja, ao mesmo pre•o, mais bens s‹o consumidos.

Para que o equil’brio seja mantido, a oferta tambŽm deve aumentar; mas, como ela Ž positivamente relacionada com o pre•o, este tambŽm se eleva.

Q1 Q2

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AlŽm do abordado, os dois œltimos gr‡ficos nos fornecem uma importante quest‹o:

Vari‡veis ex—genas deslocam a curva, enquanto que vari‡veis end—genas acarretam o deslocamento sobre a curva.

O aumento da renda (vari‡vel ex—gena da fun•‹o de demanda) resulta no deslocamento da curva de demanda. A mudan•a de pre•os (vari‡vel end—gena da fun•‹o de demanda) provoca o deslocamento sobre a curva de demanda. ƒ importante que isto fique claro, pois, ora ou outra, os concursos perguntam o resultado da mudan•a de uma dada vari‡vel nos gr‡ficos. A resolu•‹o torna-se simples: se end—gena, a mudan•a ser‡ sobre a curva; se ex—gena haver‡

deslocamento da curva.

Para finalizar o t—pico, que tal um exemplo real sobre o assunto?

Os livros did‡ticos, assim como as provas de concursos, adoram exemplificar o tema atravŽs do Choque do Petr—leo, evento ocorrido na dŽcada de 70 que acarretou aumento expressivo no pre•o do barril de petr—leo, que passou de US$ 2,48 em 1972 para US$ 35,69 em 1979. O gr‡fico abaixo demonstra a evolu•‹o do pre•o do petr—leo, incluindo esta Žpoca em comento3:

3 Retirado da apostila Teoria Macroecon™mica II (1¼ Semestre 2012) elaborada pelo Professor M‡rcio Garcia (PUC-RJ)

P

Q D SÕ S

O aumento de pre•os reduz a demanda. A fim de manter o equil’brio, a oferta tambŽm Ž reduzida, deslocando a curva de S para SÕ.

Q2 Q1

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A grande quest‹o, neste exemplo, Ž verificar o que ocorreu com as curvas de oferta e demanda agregadas ap—s a mudan•a no pre•o do petr—leo.

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O Choque do Petróleo e as Curvas de Oferta e Demanda Agregadas Contextualizando, temos que antes do choque do petr—leo o equil’brio macroecon™mico encontrava-se como representado pelo gr‡fico abaixo:

O aumento no pre•o do petr—leo ocasiona aumento no custo das empresas, pois o petr—leo Ž um importante insumo da economia (energia). Conforme vimos acima, o aumento no pre•o (do lado da oferta), gerado por um fator ex—geno, desloca a Curva de Oferta para a esquerda. O equil’brio da economia passa do ponto A ao ponto B, como podemos ver abaixo:

ƒ not—rio o que acontece com a economia: os pre•os aumentam e as quantidades, diminuem no novo equil’brio (representado no ponto de interse•‹o das curvas S« e D). Ou seja, a sociedade se encontra em pior situa•‹o ap—s o choque.

Como estamos em uma aula introdut—ria, cabe omitir outros detalhes que afetam a posi•‹o das curvas e o equil’brio macroecon™mico.

Mas, j‡ Ž poss’vel ter uma ideia da din‰mica econ™mica em um caso concreto e muito importante, como o Choque do Petr—leo.

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T EMPO X M ACROECONOMIA

A quest‹o temporal Ž outra pe•a fundamental da macroeconomia. Em geral, a influ•ncia do tempo deve ser analisada a partir de duas —ticas.

Tempo X Pre•os

O curto espa•o de tempo pouco afeta os pre•os. ƒ algo intuitivo: considerando um ambiente econ™mico est‡vel, os pre•os n‹o variam de um dia para o outro. N‹o obstante, em per’odos mais longos, a mudan•a de pre•os Ž evidente.

Isto Ž, a diferen•a entre curto e longo prazo pode ser identificada pela rigidez ou flexibilidade dos pre•os. No curto prazo, os pre•os tendem a ser r’gidos, ou apresentar pequenas varia•›es. No longo, flex’veis.

Esta distin•‹o tem importante consequ•ncia na medi•‹o da varia•‹o dos agregados econ™micos, nosso objeto de estudo, que pode acontecer por dois principais motivos: aumento de produ•‹o (varia•‹o real) ou aumento de pre•os (varia•‹o nominal).

ƒ importante separar estes dois efeitos ao analisar a din‰mica econ™mica, principalmente para analisar os efeitos no padr‹o de vida devido ao crescimento da economia.

Varia•›es nominais significam que o valor da produ•‹o (renda) cresceu em determinado per’odo. Apenas isso.

N‹o indica se o crescimento foi devido ao pr—prio aumento na produ•‹o, ou se resultado da varia•‹o nos pre•os, por exemplo.

No curto prazo, os agregados geralmente s‹o apresentados em termos nominais, pois o curto espa•o de tempo em uma economia est‡vel n‹o sofre os efeitos da varia•‹o nos pre•os, como j‡ informado acima.

De modo contr‡rio, ao se considerar o longo prazo, deve-se diferenciar o que Ž nominal, do que Ž real.

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Por hora, Ž importante apenas saber que a vari‡vel real Ž resultado da raz‹o entre a vari‡vel nominal e o ’ndice de pre•os. De maneira algŽbrica:

������ ���� =������ �������

����� �� ����

Assim, Ž poss’vel saber se o crescimento do produto interno bruto (PIB), em determinado per’odo de tempo, representou de fato aumento da produ•‹o (renda), ou se foi resultado apenas do aumento de pre•os.

Quest‹o Intertemporal

No t—pico acima distinguimos o curto do longo prazo. Os dois per’odos de tempo s‹o comparados separada e individualmente. Mas, e se considerarmos o tempo como algo œnico e corrente, como ficaria nossa an‡lise?

N‹o existindo mais duas ÒespŽciesÓ de tempo, pois ele agora seria cont’nuo, a compara•‹o seria entre presente e futuro. Esta maneira de compreens‹o da macroeconomia tambŽm afeta nossa an‡lise e Ž chamada de intertemporal.

Pela —tica intertemporal, os economistas geralmente encontram diferen•as entre as an‡lises de ponto (aplicadas data presente) e as an‡lises que consideram um per’odo de tempo (aplicadas entre o presente e o futuro)

A vari‡vel b‡sica que relaciona presente e o futuro Ž a taxa de juros, tambŽm conhecida como a taxa de troca entre o presente e o futuro.

Poupar hoje significar receber o valor poupado mais uma taxa de juros no futuro. Do mesmo modo, a d’vida contra’da hoje Ž igual ao valor da d’vida mais a taxa de juros no futuro. O valor encontrado hoje Ž chamado de valor presente, assim como o valor de amanha Ž chamado de valor futuro.

ƒ muito simples nobre aluno (a):

����� �������� = ����� ������

���� �� �����

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Sem muito segredo: caso queira saber o valor de um capital presente, Ž s— dividir o valor no futuro pela taxa de juros. De maneira equivalente, caso queira saber o valor no futuro, deve-se multiplicar o valor presente pela taxa de juros. F‡cil, decisivo, œtil e aplic‡vel a uma infinidade de assuntos macroecon™micos.

0

(21)

E XPECTATIVAS X M ACROECONOMIA

Ë primeira vista, as expectativas nada devem ter a ver com macroeconomia. Trata de esperan•a, de desejos, de probabilidades. Deve ser estudada pela Psicologia, Filosofia ou outras Ci•ncias Sociais, no m‡ximo pela Estat’stica. Mas, n‹o!

Este fator talvez seja o maior motivo de desaven•as entre os macroeconomistas. O entendimento das expectativas, por exemplo, pode definir a Òescola de pensamentoÓ do sujeito. Se keynesiano, ou novo cl‡ssico.

Seguem alguns exemplos de formula•‹o de expectativas: (i) Se minha renda sempre foi de R$ 1 mil, minha expectativa Ž de que continue assim sendo (expectativas est‡ticas). (ii) Ou, minha previs‹o errou em 10%, pois minha renda cresceu neste montante entre dois per’odos. Deste modo espero continuar com a mesma renda adicionada ao desvio verificado (expectativas adaptativas). (iii) Ou, ainda, considerando que acabei de finalizar um novo curso universit‡rio e tenho grandes chances de conseguir um emprego melhor remunerado, certamente minha renda ir‡ aumentar de maneira consider‡vel (expectativas racionais).

Resumidamente, os macroeconomistas utilizam as expectativas para interpretar o comportamento dos agregados econ™micos no futuro. Qual ser‡ a taxa infla•‹o?

Como ser‡ a pol’tica monet‡ria no ano que se inicia? E a taxa de c‰mbio?

Desvaloriza, ou valoriza?

Ë medida que as expectativas podem ser estimadas de maneiras distintas, certamente haver‡ previs›es diferentes em rela•‹o aos agregados macroecon™micos. Mais importante do que simples previs›es, diferentes modos de interpretar/analisar a macroeconomia s‹o da’ originadas.

H‡ tr•s tipos de expectativas:

Est‡ticas

O per’odo futuro ser‡ igual ao atual, como no exemplo (i) citado acima. Utilizando o mesmo exemplo, temos:

Α� = �

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A renda esperada do indiv’duo no per’odo futuro, expressa por �Α� Ž igual a renda auferida no per’odo presente �.

Em que pese a apar•ncia ing•nua desta previs‹o (afinal, as flutua•›es econ™micas, e da renda dos indiv’duos s‹o atŽ motivos de ÔfofocasÕ) Ž razo‡vel utiliz‡-la no curto prazo, por exemplo.

Deste modo, a empresa interessada em determinar o pre•o de venda de seus produtos no decorrer do ano pode considerar constante o pagamento de sal‡rios de seus empregados, pois a renegocia•‹o de sal‡rios ser‡ feita apenas no ano posterior. Portanto, h‡ aplica•‹o pr‡tica para as expectativas est‡ticas.

Adaptativas

Utilizando nosso exemplo (ii), o indiv’duo espera ganhar no futuro a expectativa que tinha no passado em rela•‹o ˆ renda auferida no presente mais o erro desta previs‹o. Algebricamente, temos:

Α� = �Ε� + �(�Ε�− �Ε� )

O rendimento que o sujeito espera auferir no futuro (�Α� ) Ž igual ˆ expectativa feita no passado em rela•‹o ao presente (�Ε� ) mais o erro de previs‹o �(�Ε�− �Ε� ).

Importante citar que o par‰metro � (lambda) avalia o grau em que o erro na formula•‹o de expectativas realizadas no passado afeta a pr—xima previs‹o. Assim, caso ocorram varia•›es exaustivas na renda do indiv’duo no decorrer do tempo, � pode ser igual a 1, repassando todo o erro mŽdio verificado no passado ˆ previs‹o futura.

Racionais:

Por fim, chegamos ao nosso exemplo (iii). As duas maneiras apresentadas de se formular expectativas s‹o um tanto quanto mec‰nicas e inflex’veis. Imagine apresentar isto a um psic—logo? Ele, no m’nimo, iria rir muito. Formular expectativas futuras como base no erro encontrado no passado? Quanta besteira.

Deste modo, os economistas passaram a incorporar as expectativas racionais aos seus modelos. No exemplo, nosso sujeito, recŽm-formado em curso universit‡rio de respeito, espera justificadamente conseguir um emprego melhor, aumentando sua

(23)

renda. E esta expectativa n‹o est‡ ligada nem ao comportamento da renda passada, quanto menos aos erros de expectativas verificados. A rela•‹o se d‡

diretamente com o novo t’tulo que possui.

Deste modo, podemos generalizar a ideia e compreender que as expectativas racionais nos informam que, ao pensar sobre o futuro, os agentes econ™micos utilizam todas as informa•›es dispon’veis e presentes no momento. Portanto, alŽm de pensar sobre o erro das expectativas passadas, eles incorporam poss’veis mudan•as de cen‡rios, possibilidades pol’ticas, sociais, entre outros.

Seguindo a ideia de que a macroeconomia Ž suportada por pressupostos microecon™micos, Ž razo‡vel supor que os indiv’duos otimizam sua renda, buscando a possibilidade de consumir mais, poupar mais e assim por diante. Assim, Ž evidente que o sujeito com a possibilidade ganhar mais, assim o far‡, na expectativa que isto ocorra.

Se ele permanecesse estimando sua renda utilizando expectativas adaptativas, este novo fator (curso superior) n‹o estaria presente e, provavelmente, o sujeito cometeria um grave erro.

Se aplicada a todos os indiv’duos, certamente haveria alguma consequ•ncia macroecon™mica devida a falta de precis‹o na estimativa/expectativa. Esta Ž a cr’tica dos te—ricos das expectativas racionais: para eles, caso outra maneira de formular expectativas forem utilizadas, os indiv’duos (e a economia como um todo) cometeriam erros sistem‡ticos, impactando a efici•ncia do sistema econ™mico.

Por ora, n‹o ser‡ apresentada uma express‹o espec’fica de expectativas racionais, pois ela depende do modelo econ™mico a ser utilizado. Em muitos momentos deste curso as expectativas racionais n‹o s‹o nem necess‡rias. Quando forem, existir‹o diversos avisos neste sentido.

Apenas temos que saber que as todas as informa•›es dispon’veis s‹o incorporadas ao modelo, que os agentes n‹o agem sempre de forma err‡tica, ou seja, n‹o cometem erros sucessivos e repetitivos quando possuem as informa•›es certas, alŽm de buscarem a maximiza•‹o da utilidade (comportamento racional), e que as expectativas devem ser condizentes com o modelo econ™mico utilizado.

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C ONTAS N ACIONAIS : C ONCEITOS I NICIAIS

A contabilidade nacional Ž o instrumento utilizado para auferir o desempenho real da economia em determinado per’odo, atravŽs do registro de vari‡veis macroecon™micas, tais como o consumo, o investimento, as medidas de financiamentos, entre outras.

Da defini•‹o acima duas caracter’sticas se destacam:

ü Medi•‹o dos agregados: a contabiliza•‹o das contas nacionais deve ser realizada por um denominador comum. N‹o h‡ como registrar a produ•‹o de quilos de farinha, caixas de laranja, toneladas de a•o, quantidades de a•›es, sen‹o por uma unidade de conta comum: a moeda corrente

ü Desempenho real: na an‡lise do desempenho real da economia, parte se deve ao acrŽscimo de quantidades produzidas, poupadas, investidas etc., assim como parte se deve ao aumento dos pre•os. Estes dois efeitos devem estar separados, fato que origina a diferen•a entre as medidas nominais das reais.

�����çã� ���� =�����çã� �������

����� �� ����

A preocupa•‹o da contabilidade nacional Ž com a varia•‹o real dos agregados econ™micos. Ou seja, deve-se deduzir da varia•‹o nominal, que Ž representada pela varia•‹o de pre•os.

(25)

Vale a pena lembrar que nem todas as transa•›es econ™micas s‹o contabilizadas nas contas nacionais, como as externalidades e as meras transfer•ncias internas de ativo e recursos.

Por externalidades, devemos entender como os efeitos gerados na sociedade, cujos custos ou benef’cios n‹o s‹o suportados (internalizados) pelo sistema produtivo.

Imagine os custos gerados no meio ambiente, a partir da emiss‹o de poluentes.

Evidentemente, eles n‹o s‹o contabilizados no sistema produtivo gerador, apesar de serem suportados pela sociedade, que ÒpagaÓ o pre•o atravŽs da redu•‹o de bem estar social e eventuais preju’zos acarretados.

Quanto ˆs transfer•ncias internas, devemos saber que, pelo fato de n‹o gerarem valor agregado, n‹o s‹o computadas na contabilidade nacional. ƒ o caso, por exemplo, da venda de um carro usado, de um im—vel j‡ constru’do, ou de transfer•ncias de recursos entre os agentes internos da economia, como uma ÒmesadaÓ de pai para filho, ou o pagamento de seguro-desemprego.

Aten•‹o! As bancas s‹o pr—digas em tentar confundir os candidatos sobre o que Ž contabilizado (ou n‹o) no valor agregado. O tema mais recorrente Ž a transfer•ncia O Cespe j‡ cobrou este conceito na Prova de Consultor do Senado em 2002.

Segue a quest‹o:

Quest‹o 55.3 - Considerando que o PIB nominal de 2000 foi superior ao PIB nominal verificado em 1999, Ž correto concluir que houve aumento da produ•‹o nesse per’odo.

Gabarito: Errado

A quest‹o est‡ errada, pois aumento no PIB nominal verificado de um ano para o outro pode ser resultado do aumento da produ•‹o ou do aumento de pre•os (infla•‹o).

(26)

de recurso. Portanto, n‹o se esque•a: a mera transfer•ncia de recursos/ativos de um indiv’duo ao outro n‹o acarreta cria•‹o de valor agregado e, deste modo, n‹o Ž contabilizada.

Ademais, devemos ter em mente que a contabilidade nacional Ž formada por diversas tautologias. Mas o que seria isto?

Pode parecer preciosismo citar as tautologias. Afinal, as provas n‹o cobram isto, n‹o Ž?!?!

No entanto, entender as tautologias permitir‡ compreender logicamente esta (e outras) aula.

As express›es da contabilidade nacional apresentam rela•›es l—gicas, contabilmente corretas, cujas causas e efeitos econ™micos s‹o explicados pela macroeconomia.

Ou seja, as tautologias n‹o precisam de teoria para serem explicadas. Colocam afirma•›es que podem ser provadas apenas logicamente. E, esta l—gica, pode ser explicada/teorizada pela macroeconomia.

Ser‹o diversos os exemplos que teremos nesta aula, como a seguinte tautologia:

Investimento = Poupan•a. Esta tautologia pode ser obtida apenas com a resolu•‹o de uma simples equa•‹o, sem que saibamos nada de macroeconomia. Isto Ž, a igualdade acima expressa Ž valida por si s— (n‹o precisa de uma teoria para explic‡-la), alŽm de n‹o indicar uma rela•‹o de causa e efeito (n‹o indica que a poupan•a gera o investimento ou o contr‡rio). ƒ, t‹o somente, uma igualdade, conhecida tecnicamente como identidade.

Enfim, devemos ter em mente: enquanto a contabilidade permite o estabelecimento de rela•›es l—gicas, a macroeconomia as explica, inserindo causas e Tautologias s‹o equa•›es que expressam as

pr—prias defini•›es de produto, renda, despesa, investimento e poupan•a (que

veremos logo mais). S‹o, portanto, defini•›es l—gicas que n‹o expressam

rela•›es de causa e efeito.

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consequ•ncias. Portanto, a din‰mica macroecon™mica pode ser mais facilmente entendida quando conhecemos as tautologias da contabilidade nacional, que veremos em demasia no pr—ximo t—pico.

A contabilidade nacional Ž um sistema cont‡bil que permite auferir o desempenho real das atividades econ™micas.

Nem todas as transa•›es s‹o registradas, como as externalidades e as transfer•ncias internas de ativos e recursos.

ƒ expressa por meio de tautologias, as quais representam os conceitos b‡sicos da contabilidade nacional.

Identidades Macroecon™micas B‡sicas

O objeto da contabilidade nacional Ž mensurar o valor dos agregados econ™micos.

Ok, isto j‡ foi dito.

Como os agregados econ™micos s‹o derivados, em œltima an‡lise, das trocas econ™micas (por exemplo, antes de haver o consumo, h‡ a produ•‹o, que veio depois do investimento e assim por diante), Ž poss’vel avaliar que existe uma identidade entre determinados tipos de opera•‹o.

A j‡ citada tautologia Investimento = Poupan•a indica uma rela•‹o inequ’voca que o total investido Ž igual ao total poupado. ƒ como 2 + 2 = 4. N‹o obstante, n‹o se pode afirmar que o investimento causa a poupan•a, ou Ž consequ•ncia desta. Esta infer•ncia pode ser explicada por teorias macroecon™micas, mas n‹o pela contabilidade nacional.

Resumindo, a identidade cont‡bil Ž t‹o somente uma igualdade matem‡tica entre duas vari‡veis econ™micas.

Seguindo em frente, vamos analisar algumas defini•›es que apoiam a contabilidade nacional e definem suas identidades b‡sicas:

(28)

PRODUTO

ƒ o valor da produ•‹o final menos o consumo intermedi‡rio em determinado per’odo.

O produto diz respeito ao valor agregado gerado na economia, olhando o lado da produ•‹o. Ou seja, a quantidade total produzida deduzida das produ•›es intermedi‡rias, aquelas que s‹o destru’das no processo produtivo de outro bem.

Imagine, por exemplo, a produ•‹o de a•o. Caso ela for utilizada na montagem de autom—veis, n‹o deve ser contabilizada (o que conta s‹o os autom—veis produzidos, pois estes s‹o os bens finais da economia Ð demandados pelo consumidor final).

No entanto, se o a•o n‹o for consumido na produ•‹o de qualquer bem final, ele Ž considerado como o pr—prio bem final e, desta forma, contabilizado.

Visto de outra forma, medir a produ•‹o a partir da —tica do produto pode ser realizada atravŽs do valor agregado gerado em cada etapa produtiva.

Assim, para produzir a•o Ž necess‡rio utilizar matŽrias-primas no processo. Portanto, a produ•‹o final deste bem deve ser feita deduzindo do produto final, o consumo intermedi‡rio (matŽrias primas utilizadas). Ao passar para etapa produtiva seguinte, a produ•‹o de carros, deve-se deduzir do produto final (autom—veis) o valor do a•o (e outra matŽrias primas) utilizadas no processo produtivo. E assim por diante.

Assim, segue a primeira defini•‹o importante sobre identidades b‡sicas, muito cobrada em provas de concursos:

PRODUTO = PRODU‚AO FINAL Ð CONSUMO INTERMEDIçRIO

Esta maneira de obter o produto da economia considera a chama Ò—tima do produtoÓ. Veremos adiante este conceito.

DESPESA

A despesa Ž entendida como a absor•‹o total da economia.

(29)

Mas, o que de fato a economia absorve? Ou seja, como os bens s‹o ÒgastosÓ no processo produtivo para gerar o produto?

Em uma economia fechada (que n‹o realizada transa•›es com o exterior) o total despendido Ž dado pela soma entre consumo e investimentos do setor privado e do setor pœblico.

Contabilmente, esta rela•‹o Ž express‹o pela famosa express‹o:

Y = C + I + G

A produ•‹o (Y) deve ser igual ao total despendido em consumo privado (C) mais investimento privado (I) mais as despesas do governo (G).

A ideia Ž l—gica. Se ocorrer a produ•‹o de 1 autom—vel no per’odo, esta produ•‹o tem de ser consumida de alguma maneira, pois n‹o se produz autom—veis para jog‡-los fora.

Se adicionarmos o setor externo, parte da demanda da economia ser‡ feita externamente, assim como parte do produto ser‡ oferecido pelo setor externo.

Simplesmente, ao invŽs de toda a despesa ser contabilizada dentro do pa’s (com C + I + G), ela tambŽm pode ser despendida fora do pa’s, atravŽs das exporta•›es (X). Os indiv’duos residentes fora do pa’s consomem parte da produ•‹o interna. Dito de outro modo, o disp•ndio Ž interno Ž inferior ˆ produ•‹o interna, pelo que parte da produ•‹o Ž direcionada ao resto do mundo.

Da mesma forma, ˆ produ•‹o deve-se adicionar o que foi feito fora do pa’s, representada pelas importa•›es (M), pois estes bens s‹o tambŽm consumidos internamente, mesmo que produzidos externamente.

Assim, ficamos com a express‹o:

Y = C + I + G + (X-M)

Onde se engloba tambŽm as transa•›es com o exterior. Portanto, ao consumo, investimento e gastos do governo deve ser adicionada a demanda por exporta•›es menos a demanda por importa•›es, ou seja, o saldo das exporta•›es sobre as importa•›es (chamado de saldo em transa•›es correntes).

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Se as exporta•›es superam as importa•›es, significa que o produto da economia Ž tambŽm consumido fora do pa’s. Caso contr‡rio, o produto produzido l‡ fora Ž consumido internamente, ou seja, a produ•‹o interna Ž inferior ao disp•ndio interno.

Estas duas identidades apresentadas (absor•‹o interna e absor•‹o interna e externa) correspondem ˆ Ò—tica da despesaÓ na aferi•‹o do produto da economia.

Lembre-se disso!

RENDA

Evidente que a produ•‹o deve remunerar os indiv’duos que dela participam.

NinguŽm trabalha de gra•a.

Do mesmo modo, para haver despesas, h‡ que existir renda.

Desta forma, a renda compreende o pagamento que os fatores de produ•‹o merecem por ter participado no processo produtivo.

Os trabalhadores merecem sal‡rios, pois participaram da produ•‹o. Os empres‡rios, por deterem os bens de capital (m‡quinas, instala•›es, entre outros), merecem lucros.

Ao consideramos todo o processo produtivo de uma economia, fica evidente que o total produzido Ž repartido entre os fatores de produ•‹o. E estes utilizam a renda no consumo dos bens necess‡rios para satisfazer suas necessidades. AtŽ uma m‡quina necessita de certas provis›es, tais como manuten•‹o e reparos. Nem Ž preciso citar que os trabalhadores, e empres‡rios, tambŽm possuem necessidades como alimenta•‹o e vestu‡rio.

Assim, de acordo com a Ò—tica da rendaÓ, podemos somar o total de remunera•‹o obtido nesta economia, considerando suas diferentes formas (sal‡rios, alugueis, lucros, juros, rendimento dos aut™nomos) para obter o valor do produto da economia.

PRODUTO = RENDA = DESPESA

N‹o Ž preciso muito esfor•o para compreender que, com a remunera•‹o percebida pela participa•‹o no processo produtivo, os fatores de produ•‹o

(31)

demandam (despendem) o total de produ•‹o gerada na economia (que pode tanto ser feita internamente, como externamente).

Ao avaliar o produto da economia em determinado per’odo podemos faz•-lo da forma: PRODUTO = RENDA = DESPESA.

Ou seja, a produ•‹o pode ser obtida igualmente se considerarmos o valor adicionado em cada etapa de produ•‹o (—tica do produto), ou o valor de disp•ndio de todos os bens finais produzidos (—tica da despesa), ou ainda o valor da remunera•‹o pagas aos fatores produtivos (—tica da renda).

Y = C + I + G + (X Ð M)

A express‹o acima j‡ foi previamente apresentada. Como citado, significa que o total produzido (Y) Ž despendido atravŽs de consumo privado (C), investimentos privados (I), disp•ndios pœblicos (G).

Adicionalmente, caso a economia apresente consumo interno (C+I+G) inferior ˆ produ•‹o (Y), esta diferen•a ser‡ utilizada como exporta•›es l’quidas positivas (exporta•›es > importa•›es), de modo que o excesso de produ•‹o seja direcionado para o mercado externo. Caso contr‡rio, quando a produ•‹o interna for inferior ao consumo interno, o pa’s importa estes bens ao resto do mundo. Isto quer dizer que o setor externo participa da forma•‹o interna de produto na economia quando M > X.

As afirma•›es acima representam t‹o somente tautologias, como j‡

exaustivamente afirmado.

Mas, qual o conceito econ™mico de consumo, investimento, gastos do governo e assim por diante?

Consumo

Representa os bens de consumo adquiridos pelo setor privado e tambŽm pelo governo. Assim, o consumo privado Ž representado por C. Mas, parte de G tambŽm Ž considerado consumo, pois o governo gera seus disp•ndios tambŽm com consumo e investimento.

(32)

Poupan•a

O conceito de consumo, deriva o conceito de poupan•a. A renda n‹o consumida Ž direcionada ˆ poupan•a, ou seja:

S = Y Ð C

O total poupado na economia (S) Ž, sem delongas, o total produzido (Y) menos o total consumido (C).

Investimento

Compreende a forma•‹o bruta de capital f’sico mais a varia•‹o de estoques, ou seja, destina-se ao acrŽscimo de estoque f’sico de capital.

Vamos entender mais detalhadamente.

A forma•‹o bruta de capital fixo Ž a pr—pria aquisi•‹o de ativos, equipamentos, instala•›es, e afins, que contribuem para o aumento da produ•‹o. Em resumo, Ž o investimento em m‡quinas e outros fatores de produ•‹o f’sicos.

A varia•‹o de estoques Ž total produzido que n‹o foi demandado no per’odo. Ou seja, a produ•‹o de autom—veis do ano 1 pode muito bem ser demandada apenas no ano 2. De todo modo, ser‡ demandado, mas em um per’odo diferente.

Desta forma, a express‹o b‡sica de investimentos Ž:

I = FBFK + VE

ƒ importante compreender que parte da forma•‹o bruta de capital destina-se a repor o desgaste dos equipamentos, seja pelo uso ou pelo obsoletismo: certamente voc• j‡ compreendeu que se trata da deprecia•‹o.

Assim, se considerarmos a deprecia•‹o nesta express‹o supracitada, Ž poss’vel entender a diferen•a entre investimento bruto e investimento l’quido:

IBRUTO = FBFK + VE

ILêQUIDO = FBFK + VE Ð DEPRECIA‚ÌO ILêQUIDO = IBRUTO Ð DEPRECIA‚ÌO

Ou seja, o Investimento L’quido Ž igual ao Investimento Bruto menos a Deprecia•‹o.

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Poupan•a = Investimento

Como j‡ temos os conceitos de produ•‹o, consumo, poupan•a e investimento, que tal relacion‡-los?

Vejamos.

ƒ sabido que a produ•‹o Ž consumida ou investida. Podemos suprimir os gastos do governo, atŽ porque G apenas diferencia demanda privada da demanda do setor pœblico:

Y = C + I Desenvolvendo:

Y Ð C = I Mas, sabemos que Y Ð C = S. Assim:

S = I

Pronto. A’ est‡ a t‹o famosa express‹o que relaciona investimento e poupan•a. Ou seja, o total poupado Ž igual ao total investido.

Setor Externo e Absor•‹o:

O setor externo adiciona considera•›es importantes ˆ an‡lise.

Como j‡ observado, caso a produ•‹o interna seja menor que a absor•‹o (C + I + G) interna, a oferta interna Ž complementada por importa•›es. Caso contr‡rio (absor•‹o interna inferior ˆ produ•‹o interna), haver‡ exporta•›es.

Devemos simplesmente trabalhar com nossa express‹o:

Y = C + I + G + (X Ð M) (X Ð M) = Y Ð (C + I + G)

Caso X Ð M > 0, significa que Y > C + I + G. Simplesmente a produ•‹o interna excedeu a absor•‹o interna, pelo que o excesso de oferta foi direcionado a exporta•›es.

Caso X Ð M < 0, significa que Y < C + I + G. A produ•‹o interna n‹o Ž capaz de suprir a absor•‹o. Resultado, a oferta interna deve ser refor•ada pelas importa•›es, ou seja, M > X.

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Setor Externo e Investimentos

Outra observa•‹o importante que traz o setor externo Ž sua rela•‹o com os investimentos da economia.

Relembrando:

S = I

No entanto, a poupan•a total Ž formada por tr•s componentes: poupan•a privada (Sp), poupan•a do governo (Sg) e poupan•a externa (Se). Estas espŽcies de poupan•a s‹o autoexplicativas.

Ou seja, a poupan•a do governo significa renda maior que consumo por parte do governo. Do mesmo modo, a poupan•a privada equivale a renda privada superior ao consumo privado. A soma das duas poupan•as equivale ˆ poupan•a interna (Si).

Em termos de identidade, podemos representar do seguinte modo:

Sg = Rg Ð G (poupan•a do governo = receitas Ð despesas pœblicas) Sp = Rp Ð C (poupan•a privada = receitas Ð despesas privadas)

Sg + Sp = Si (poupan•a governo + poupan•a privada = poupan•a interna)

Como o investimento Ž financiado pela poupan•a e esta pode ser expressa como a soma entre poupan•a interna e externa, temos que:

Si + Se = I

Esta identidade Ž uma das mais importantes, pois Ž muito cobrada em provas. Se recorde: o investimento pode ser financiado via poupan•a interna e poupan•a externa. Caso a poupan•a interna se apresente igual a zero, ou atŽ mesmo negativa, o investimento Ž financiado via poupan•a externa.

Mas, quando de fato isto acontece?

Quando as importa•›es superam as exporta•›es. Ou seja, h‡ poupan•a externa positiva quando ocorre dŽficit em transa•›es correntes. Ou seja:

Se = - TC

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O valor da poupan•a externa Ž precisamente igual ao valor em transa•›es correntes (X Ð M) com sinal invertido. Ou seja, caso as transa•›es correntes apresentem super‡vit (X > M), a poupan•a externa Ž negativa (os investimentos s‹o financiados internamente). Caso contr‡rio, o dŽficit em transa•›es correntes (X < M) evidencia a exist•ncia de poupan•a externa positiva.

Desta forma, se recorde desta rela•‹o:

Si < I è Se > 0; ou seja, X < M Si > I è Se < 0; ou seja, X > M

As bancas cobram em demasia estes conceitos. Eles s‹o muito simples, portanto devem estar no sangue do aluno!!

AlŽm de auxiliar a compreens‹o dos conceitos tratados mais a frente nesta aula, ir‹o ajudar o entendimento de toda macroeconomia.

(36)

S ISTEMA DE C ONTAS N ACIONAIS DO B RASIL

Feito os coment‡rios acerca do objetivo da contabilidade nacional, bem como apresentado os princ’pios b‡sicos, devemos partir para as contabiliza•›es em si realizadas no Brasil.

Utilizaremos o sistema de Contas Econ™micas Integradas, cuja metodologia foi elaborada pela ONU, e adotada no Brasil a partir de 1996. Cabe comentar que este material est‡ atualizado atŽ a vers‹o atual das Contas Econ™micas Integradas, integralmente utilizadas pelo IBGE a partir de mar•o de 2015.

As Contas Econ™micas Integradas s‹o constru’das em torno de um esquema de fluxos inter-relacionados, ou seja, o saldo de uma conta Ž transportado a outra, demonstrando a rela•‹o entre diferentes tipos de atividades econ™micas no per’odo considerado.

O princ’pio das partidas dobradas Ž tambŽm utilizado (no quadro est‹o algumas curiosidades sobre elas). Deste modo, cada crŽdito em uma conta corresponde a um dŽbito em outra.

Partidas Dobradas - Curiosidade

Assim como a contabilidade empresarial, as contas nacionais são escrituradas seguindo o princípio das partidas dobradas, de modo que todo lançamento a crédito em determinada conta deve conter outro correspondente a débito em outra conta.

O sistema de partidas sobradas foi apresentado pela primeira vez pelo monge e matemático italiano Luca Pacciolo em 1.494, no livro “Summa de Arithmetica, Geometria proportioni et propornalità.” Primeiramente conhecido como método veneziano, o sistema de partidas dobradas desempenhou importante papel no registro das atividades comerciais de Veneza à época. A fama de Pacciolo foi tão grande, que ele inclusive foi convidado a lecionar matemática na conrte veneziana, tendo como seu aluno Leonardo Da Vinci.

(37)

No entanto, h‡ aqui uma particularidade essencial. Ao invŽs de ÒcrŽditoÓ e ÒdŽbito, as Contas Econ™micas Integradas utilizam a terminologia ÒusosÓ e recursosÓ.

A ideia Ž a mesma.

No entanto, o termo ÒusosÓ refere-se ˆs opera•›es que reduzem o valor da conta est‹o relacionados ao antigo dŽbito. O termo ÒrecursosÓ, por sua vez, refere-se aos valores que aumentam o saldo da conta e, logicamente, Ž similar ao antigo crŽdito.

Por exemplo: remunera•‹o Ž RECURSO para quem recebe, mas USO para que o paga, o que tambŽm evidencia o princ’pio de partidas dobradas. O saldo residual de determinada Conta [RECURSOS (Ð) USOS] representa a articula•‹o entre ela e as demais Contas (ser‹o vistas logo mais) e constituem agregados econ™micos de interesse em todo o curso de macroeconomia: PIB, Renda, Poupan•a etc.

Abaixo, segue um resumo œtil sobre as Contas Econ™micas Integradas4 e seus saldos, que ser‹o estudadas nesta aula.

E, a maneira como os saldos e as contas se relacionam:

4 O IBGE divulga as Contas apresentadas nesta aula. As demais contas (Patrimônio, Outras Variações dos Ativos e Reavaliação) não são divulgadas e não serão aqui abordadas. Afinal, não caem em prova alguma.

Conta de Produção

•Saldo: Valor Adicionado

Conta de Geração da Renda

•Saldo: Excedente Operacional Bruto

Conta de Alocação da Renda

•Saldo: Renda Nacional Bruta

Conta de Distribuição Secundária da Renda

•Saldo: Renda Nacional Disponível

Conta de Uso da Renda

•Saldo: Poupança

Conta de Capital

•Saldo: Capacidade ou Necessidade de Financiamento

Conta Financeira

•Saldo: Capacidade ou Necessidade de Financiamento

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Antes de apresentarmos Conta a Conta, assim como o encadeamento l—gico entre elas, devemos compreender a Conta de Opera•›es de Bens e Servi•os.

Ela Ž conhecida na Contabilidade Nacional como Conta 0.

Retrata o total da oferta e demanda obtido em determinado per’odo, de modo que recursos e usos se equilibram. Em resumo, Ž considerada a conta b‡sica da aula e retrata a origem de produ•‹o e seu destino. Segue abaixo:

CONTA DE BENS E SERVI‚OS

Recursos Descri•‹o Usos

X Produ•‹o

X Importa•‹o de Bens e Servi•os X Impostos L’quidos sobre Produtos

Consumo Intermedi‡rio X

Consumo Fam’lias X

Governo X

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Forma•‹o Bruta de Capital Fixo X

Varia•‹o de Estoques X

Exporta•‹o de Bens e Servi•os X Total Recursos

(Oferta)

Total Usos (Demanda)

O ÔxÕ indica do valor da conta, ou seja, se ela Ž encarada como recurso ou como uso. Isto facilitar‡ na hora de montar as express›es.

Desta forma, podemos interpretar os dados da conta do seguinte modo:

������ = �����çã� + �������çã� + �������� �í������ ����� ��������

Esta rela•‹o Ž muito l—gica e totalmente de acordo com as identidades b‡sicas apresentada no in’cio da aula.

Como l‡ afirmamos, a produ•‹o da economia Ž tambŽm influenciada pelas importa•›es e exporta•›es (as importa•›es refor•am a oferta local, enquanto que as exporta•›es, a oferta do resto do mundo, ou dito de outro modo, eleva a demanda de bens e servi•os). N‹o adicionamos os impostos, mas bem sabemos que na vida real os impostos indiretos fazem parte da produ•‹o, pelo que devem ser adicionados a fim de estabelecer os recursos da economia, ou seja, a oferta total.

De maneira an‡loga, o lado dos usos representa a demanda da economia:

������� = ������� ����������� + ������� �����

+ �����çã� ����� �� ������� ���� + �����çã� �� ��������

+ �������çõ��.

Mais uma vez em total acordo com as identidades b‡sicas. Afinal, vimos que a absor•‹o interna Ž igual a C + I + G, que I = FBKF + VE e tambŽm que as exporta•›es refor•am a quantidade demandada.

Por fim:

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������ = �������

Alguns coment‡rios s‹o necess‡rios:

1) O valor da produ•‹o est‡ medido a pre•os de mercado. H‡ uma diferencia•‹o entre custos de fatores e pre•os de mercado. Estes incluem o valor da produ•‹o ao consumidor, ou seja, incluindo o valor dos impostos indiretos l’quidos (deduzidos dos subs’dios). Aqueles, n‹o. Portanto, a rela•‹o Ž a seguinte:

�����çã� �� = �����çã� �� + �������� ��������� – ����í����

(Aten•‹o que este conceito Ž recorrente em provas!)

2) A produ•‹o engloba todos os bens e servi•os produzidos internamente. Ou seja, Ž o total produzido (bens intermedi‡rios e finais). Adicionalmente, a importa•‹o tambŽm comp›e a oferta, pois Ž como se estivŽssemos ÒterceirizandoÓ a produ•‹o no exterior e a trazendo para o pa’s para compor a oferta.

3) O consumo intermedi‡rio Ž resultado da soma do consumo de bens e servi•os dos setores pœblico e privado utilizados no processo produtivo de bens e servi•os finais (ofertados ao consumidor final).

4) O consumo final compreende o consumo dos setores pœblico e privado na realiza•‹o das satisfa•›es humanas. Um pouco abstrato este conceito. No entanto, lembre que o consumo final Ž aquele que encerra a cadeia de produ•‹o e agrega•‹o de valores dos bens ou servi•os.

5) Por fim, a forma•‹o bruta de capital fixo e a varia•‹o de estoques representam as despesas com investimentos na economia. Aquelas se destinam ˆ aquisi•‹o de bens para uso no processo produtivo. Estes, correspondem ˆ varia•‹o l’quida de produtos acabados ou matŽrias primas, necess‡rios para satisfazer as necessidades de produ•‹o e expectativas dos consumidores. Algo que j‡ definimos no decorrer da aula.

Conta de Produ•‹o

O objetivo da Conta de Produ•‹o Ž obter o Valor Adicionado Bruto, ou seja, o PIB.

Ela se utiliza da —tica do produto para isso.

(41)

Segundo o IBGE, Òa conta de produ•‹o mostra o resultado do processo de produ•‹o o valor bruto da produ•‹o a pre•os b‡sicos -, o consumo intermedi‡rio a pre•os do consumidor e o valor adicionado bruto a pre•os b‡sicos (que Ž o saldo desta conta), obtido pela diferen•a entre o valor de produ•‹o e o consumo intermedi‡rioÓ5.

Os dados de Produ•‹o a pre•os de mercado (valorado com Impostos Indiretos), presentes na Conta de Bens e Servi•os, Ž utilizado como Recursos:

CONTA PRODU‚ÌO

Usos Descri•‹o Recursos

Produ•‹o X

Impostos L’quidos sobre Produtos X

X Consumo Intermedi‡rio

Valor Adicionado (PIB) Temos aqui uma importante rela•‹o:

��� = �����çã� + �������� ��������� – ������� ���������á���

Esta rela•‹o equivale ˆ —tica do produto

Para obter o PIB pela —tica da despesa, podemos recorrer ˆ seguinte express‹o:

���������� = � + ���� + �� + (� − �)

5 Sistema de Contas Nacionais Ð Brasil Refer•ncia 2010. Dispon’vel em ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Sistema_de_Contas_Nacionais/Notas_Metodologicas_2010/

02_estrutura_scn.pdf

(42)

Conta de Gera•‹o da Renda

Esta conta decomp›e o PIB de acordo com o pagamento dos fatores produtivos, ou, visto de outro lado, como os fatores produtivos contribuem para a gera•‹o do PIB.

Vejamos:

CONTA DE GERA‚ÌO DA RENDA

Usos Descri•‹o Recursos

PIB x

X

Remunera•‹o dos Empregados (w) Residentes (Wres)

N‹o Residentes (Wnres)

X Impostos Sobre Produ•‹o

X Subs’dios (-)

Excedente Operacional Bruto (EOB) + Rendimento dos Aut™nomos (RA)

O PIB Ž novamente utilizado como Recurso e, digamos, ÒdestrinchadoÓ em termos de renda.

Parte do PIB refere-se ˆ remunera•‹o do fator trabalho, que Ž segmentado em residente ou n‹o residente (remunera•‹o dos empregados residentes e n‹o residentes).

Parte Ž destinada ao pagamento de tributos sobre a produ•‹o livre de subs’dios, pois os subs’dios retornam ao setor privado como remunera•‹o indireta. Este componente Ž entendido como a remunera•‹o da administra•‹o pœblica.

A outra parte Ž destinada ao Excedente Operacional Bruto e Rendimentos dos Aut™nomos.

(43)

O Excedente Operacional Bruto pode ser entendido como o lucro bruto das companhias. Deste modo, ap—s o pagamento das remunera•›es do trabalho, governo e aut™nomos, chega-se ao lucro bruto.

Segundo o IBGE, Òa conta de gera•‹o da renda mostra como se distribui o valor adicionado, renda gerada no processo de produ•‹o, entre os fatores de produ•‹o (trabalho e capital) e as administra•›es pœblicas. Esta conta registra, do ponto de vista dos produtores, as opera•›es de distribui•‹o diretamente ligadas ao processo de produ•‹oÓ. Portanto, algebricamente, temos que:

��� + �� = ��� – ���� – ����� – �� + ���

Conta de Aloca•‹o da Renda

A Conta em apre•o Ž uma deriva•‹o da conta acima apresentada. Ou seja, ao invŽs de distribuir o PIB entre a remunera•‹o dos fatores de produ•‹o, faz-se o caminho inverso. Ou seja, as remunera•›es dar‹o origem ao PIB.

Mais uma vez de acordo com o IBGE, Òa conta de aloca•‹o da renda registra a parte restante da distribui•‹o prim‡ria da renda, ou seja, as rendas de propriedade a pagar e a receber, bem como a remunera•‹o dos empregados e os impostos, l’quidos dos subs’dios, a receber respectivamente por fam’lias e administra•›es pœblicas. Esta conta centra-se nas unidades institucionais residentes como recebedoras de rendas prim‡rias mais do que como produtores, cujas atividades geram rendas prim‡rias.Ó

Em termos econ™micos, esta conta possui como resultado a Renda Nacional Bruta, ou seja, o valor adicionado pela —tica da renda.

CONTA DE ALOCA‚ÌO DA RENDA

Usos Descri•‹o Recursos

Excedente Operacional Bruto + Rendimento dos

Aut™nomos X

Remunera•‹o dos Empregados X

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Residentes N‹o Residentes

Impostos Sobre Produ•‹o X

Subs’dios (-) X

X Remunera•‹o L’quida dos Fatores de Produ•‹o

Transacionada com o Resto do Mundo X RENDA NACIONAL BRUTA (RNB)

O EOB Ž visto como Recurso, sendo adicionado a ele o rendimento dos empregados, residentes e n‹o residentes, o valor destinado ao pagamento de impostos sobre a produ•‹o deduzidos dos subs’dios e o saldo das transfer•ncias de renda ligados aos fatores de produ•‹o entre o pa’s e o mundo. Aqui h‡ uma implica•‹o l—gica: renda recebida pelos fatores de produ•‹o no exterior elevam a renda nacional bruta e, por isso, s‹o considerados recursos; rendas enviadas, reduzem a renda nacional bruta, sendo consideradas usos.

O saldo da conta (RNB) representa o total de rendas recebidas pelos fatores de produ•‹o do pa’s, seja nele ou fora dele.

ƒ o calculo do valor adicionado pela —tica da renda.

Aqui, devemos fazer uma distin•‹o entre o conceito de nacional e interno, duas maneiras de se contabilizar o valor agregado.

Por ÒnacionalÓ devemos entender aquilo que foi produzido, gerado, ou recebido pelo pa’s.

Por ÒinternoÓ, aquilo que adicionado no pa’s.

Guarde os dois termos:

NACIONAL = ÒPELOÓ; INTERNO = NOÓ Assim:

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a) a renda l’quida enviada ao exterior d‡ origem aos conceitos de interno e nacional; por interno, entende-se o que foi produzido dentro do pa’s, computando a renda l’quida enviada ao exterior; por nacional, entende-se o que foi produzido pela na•‹o, n‹o computando a renda l’quida enviada ao exterior.

b) devemos tambŽm entender o conceito de l’quido e bruto: todo produto denominado como ÒbrutoÓ inclui a deprecia•‹o; j‡ a men•‹o Òl’quidoÓ, retira a deprecia•‹o da contabiliza•‹o (este conceito j‡ foi apresentado quando tratamos da defini•‹o de investimentos).

c) ademais, a presen•a de Impostos Indiretos e Subs’dios origina a diferen•a entre o valor agregado medido a custos de fatores e pre•os de mercado: o conceito de custo de fatores inclui os Subs’dios e exclui os Impostos Indiretos (Ž chamado custo porta de f‡brica); j‡ a valora•‹o a pre•os de mercado inclui os impostos indiretos l’quidos, ou seja, o valor pago a t’tulo de impostos indiretos deduzido do valor de subs’dios (igual ao pre•o ao consumidor).

Em resumo, o quadro abaixo sintetiza as maneiras de se valorizar o produto. Depois, quest›es sobre o assunto:

DEPRECIAÇÃO: determina a medição dos agregados em líquido e bruto.

Exemplo: PIBBRUTO = PIBLÍQUIDO + Depreciação

Renda Líquida Enviada ao Exterior: diferencia a medição dos agregados em nacional e interno.

Exemplo: PIB = PNB + RLEE

Impostos Indiretos Líquidos (Impostos Indiretos [-] Subsídios): diferencia a medição dos agregados em custo de fatores e preços de mercado.

Exemplo: PIB PIB + Impostos Indiretos

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Conta de Distribui•‹o Secund‡ria da Renda

A conta de distribui•‹o secund‡ria da renda mostra a passagem do saldo da renda prim‡ria de um setor para renda dispon’vel, ap—s o recebimento e pagamento de transfer•ncias correntes, exclusive as transfer•ncias sociais em espŽcie. Essa redistribui•‹o representa a segunda fase no processo de distribui•‹o da renda.

Esta conta Ž interessante, pois, a partir dela, Ž poss’vel notar quanto da renda nacional bruta Ž ÒtomadaÓ pelo setor governamental e quanto Ž transferida de volta ao setor privado. ƒ por isso que todas as contas abaixo podem ser contabilizadas como ÒusosÓ ou ÒrecursosÓ.

Isto Ž, Ž contabilizada como ÒusosÓ a parcela ÒtomadaÓ pelo governo atravŽs de tributos (reduzindo a renda dispon’vel ap—s tributos) e como ÒrecursosÓ a parcela redirecionada ao setor privado.

Abaixo, a conta em quest‹o:

CONTA DE DISTRIBUI‚ÌO SECUNDçRIA DA RENDA

Usos Descri•‹o Recursos

Renda Nacional Bruta (RNB) X

X Impostos Sobre a Renda e

Propriedade X

X Contribui•›es Sociais X

X Benef’cios Sociais X

X Outras Transfer•ncias Correntes X RENDA NACIONAL BRUTA DISPONêVEL

Referências

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