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4º SEMINÁRIO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

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Academic year: 2021

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4º SEMINÁRIO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

O SUL GLOBAL NO ENFRENTAMENTO AO TRÁFICO DE PESSOAS: UMA ANÁLISE DOS RELATÓRIOS DO UNODC

Ana Laura Anschau

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Área Temática 4: Instituições e Regimes Internacionais

UNILA – Foz do Iguaçu 27 e 28 de Setembro de 2018

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O SUL GLOBAL NO ENFRENTAMENTO AO TRÁFICO DE PESSOAS: UMA ANÁLISE

DOS RELATÓRIOS DO UNODC

Ana Laura Anschau

Resumo

O cenário internacional é marcado por crises políticas, civis e econômicas que geram um aumento de civis em busca de melhores condições de vida. Essa dinâmica tem afetado também Estados em desenvolvimento, e com isso muitos civis acabam se tornando vítimas do tráfico de pessoas, enganadas pelas falsas promessas de melhores condições de vida no exterior. Atuando no enfrentamento ao tráfico de pessoas tem-se na United Nations Office on Drugs and Crime – UNODC, uma organização internacional de liderança com autoridade técnica responsável por disseminar conhecimento e normas relativas à prevenção do tráfico de pessoas, proteção das vítimas e perseguição dos responsáveis pela prática do tráfico.

Essa OI divulga periodicamente relatórios com o objetivo de mapear o tráfico de pessoas no mundo apresentando como a temática é desenvolvida em cada região e Estados. Qual o papel dos países do sul global no enfrentamento ao tráfico de pessoas? O trabalho se guiará pela análise dos quatro relatórios - “Global Report on Trafficking in Persons” - desenvolvidos e divulgados pela UNODC, com o objetivo de analisar como a problemática do tráfico de pessoas tem se desenvolvido nos países do sul global de acordo com a OI. Primeiramente o trabalho analisará a construção da agenda do tráfico de pessoas na UNODC, seguido pela análise de como a temática é apresentada pela UNODC em relação aos países do sul global verificando qual o papel imposto aos países do sul global nesta problemática.

Palavras-Chave: Tráfico de Pessoas; UNODC; Sul-global

Abstract

The international scenery is marked by political, civil and economic crises that generate an increase of civilians searching for better life conditions. This dynamic has also affected developing states, and with that being considered, many civilians become victims of human trafficking, deceived by the false promises of better living conditions abroad. The United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC) is an international leadership organization with technical authority and is responsible for disseminating knowledge and standards on the prevention of trafficking in persons, protection of victims and persecution of those responsible by the practice of trafficking. This IO periodically disseminates reports with the purpose of mapping the trafficking in persons in the world presenting how the theme is developed in each region and States. What is the role of the countries of the global South in confronting trafficking in persons? This paper will be guided by the analysis of the four reports - "Global Report on Trafficking in Persons" - developed and disseminated by UNODC, with the objective of analyzing how the issue of human trafficking has been developed in the countries of the global South according to the IO. First, the paper will analyze the construction of the trafficking in persons agenda at UNODC, followed by an analysis of how UNODC presents the issue in relation to the countries of the global south, by verifying the role of the global southern countries in this issue.

Key-Words: Human Trafficking; UNODC; Global South

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Introdução

O tráfico de pessoas não é um fenômeno recente, porém somente a partir do ano de 2000 a comunidade internacional passou a dar mais atenção a esse fenômeno de grave violação dos direitos humanos. No ano de 2000, por meio da implementação do Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial Mulheres e Crianças – Protocolo de Palermo -, a temática do tráfico de pessoas passou a integrar a agenda internacional dos Estados. O tratado foi ratificado por 105 Estados no ano de 2002 e estabelece um “método de cooperação judicial internacional que permite processar os traficantes e o crime organizado (FARLEY, 2006, p. 141, tradução nossa)”1.

Após a ratificação do tratado, Estados partes devem buscar adequar sua legislação interna com base nas definições estabelecidas no Protocolo de Palermo, afim de implementar políticas relativas à Perseguição dos infratores, Prevenção do tráfico e Proteção das vítimas.

Como esse tratado integra o direito consuetudinário, baseado nos costumes das sociedades, a participação dos Estados é voluntária, e diante disso a ratificação por parte dos Estados pode por vezes levar algum tempo. Ciente da necessidade que os Estados têm em adequar sua legislação criminal interna com base nos preceitos do Protocolo de Palermo, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) inseriu no seu escopo de atividades o auxílio aos Estados-parte para com a implementação e adequação das definições do Protocolo de Palermo em suas legislações criminais nacionais.

De acordo com Barnett e Finnemore (2004) as Organizações Internacionais (OI) em sua forma de burocracias possuem autoridade e autonomia para orientar a ação dos Estados (BARNETT; FINNEMORE, 2004, p. 6). Diante disso, o UNODC utiliza-se de sua autoridade obtida no campo da justiça criminal para influenciar Estados a se tornarem signatários do Protocolo de Palermo, bem como auxiliá-los na internalização desse protocolo para sua legislação nacional. As OIs são, em sua maioria, criadas por Estados e investidas de considerável autonomia, uma vez que são encarregadas de tarefas que os próprios Estados não podem realizar e sobre as quais eles têm conhecimento limitado (BARNETT;

FINNEMORE, 2004). Ainda segundo Snidal e Abbott (1998) OIs são criadas pelos Estados porque desempenham funções que a ação unilateral ou as formas descentralizadas de cooperação entre os Estados não podem alcançar (ABBOTT; SNIDAL, 1998, p. 29). No que tange o enfrentamento ao tráfico de pessoas, bem como o enfrentamento de outras práticas

1 No original: “The Palermo Protocol establishes a method of international judicial cooperation that would permit prosecution of traffickers and organized criminals.”

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criminosas, os Estados veem no UNODC uma organização com capacidade técnica necessária para auxiliá-los na implementação de políticas de enfrentamento ao crime organizado.

De acordo com Nay (2012) as Organizações Internacionais devem “contribuir para o reconhecimento político de ‘bens comuns’, ajudar os governos a identificar metas políticas coletivas e a acordar prioridades, e apoiar o desenvolvimento de regras e instrumentos de política para ajudar a implementar acordos internacionais (NAY, 2012, p. 57, tradução nossa)”2. Nesse sentido, o UNODC surge como uma OI que visa auxiliar os Estados, com seu conhecimento técnico, na implementação de políticas para o enfrentamento ao tráfico de pessoas, colocando essa agenda como prioritária na implementação de legislação específica relativa a tipificação do tráfico de pessoas com base nos “4ps” – Prevenção, Perseguição, Proteção e Parceria.

Com o advento do processo de globalização, foram-se intensificando as lacunas Norte- Sul, em que de um lado – norte – evidenciam-se Estados mais desenvolvidos economicamente e de outro – sul – Estados em busca de desenvolvimento. Diante disso, Castles (2004) afirma que atualmente as fronteiras mais críticas são aquelas entre os Estados do Norte e do Sul, ou seja, entre nações mais poderosas – do norte - e países mais pobres – do sul (CASTLES, 2004, p. 210). O processo de globalização acarretou em impactos tanto positivos quanto negativos para a temática do tráfico de pessoas, se por um lado facilitou a troca de informações entre Estados, por outro ampliou as disparidades econômicas entre países desenvolvidos e em desenvolvimento e facilitou o descolamento das vítimas pelos traficantes (BURKE, 2013).

Com o objetivo de analisar como a problemática do tráfico de pessoas tem se desenvolvido nos países do sul global, o presente artigo analisa o trabalho desenvolvido pelo UNODC no que tange à temática do tráfico de pessoas, apresentando inicialmente o desenvolvimento da instituição e sua adequação à temática, e em um segundo momento analisa como a OI tem desenvolvido a sua agenda relativa ao tráfico de pessoas e como esta tem sido apresentada em relação aos Estados do sul global.

2 No original: “UN organisations are meant to contribute to the political recognition of ‘‘common goods’’, help governments to identify collective policy goals and agree on priorities, and support the development of policy rules and instruments to help implement international agreements.”

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UNODC e o Tráfico de Pessoas

O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) foi criado no ano de 1997 a partir da fusão entre o Programa de Controle de Drogas das Nações Unidas (UNDCP) e o Centro de Prevenção ao Crime Internacional (ICPC) e tem como objetivo implementar ações na luta contra as drogas ilícitas e o crime internacional (ONU, 2013). Dentre os pilares que estruturam o trabalho do UNODC no mundo tem-se: 1) A criação de projetos de cooperação técnica juntamente aos Estados membros, para que esses possam vir a combater questões referentes à drogas ilícitas, o crime e o terrorismo; 2) Pesquisas e trabalho analítico para aumentar o conhecimento relativo às questões abordadas pela organização; e 3) Trabalho normativo em que se visa auxiliar os Estados na ratificação e implementação de tratados internacionais relativos à temática do crime (ONU, 2013).

Esses três pilares apresentados, que sustentam o trabalho do UNODC em diversas regiões, são desenvolvidos nas cinco temáticas em que a organização apresenta papel de liderança. Dentre as temáticas desenvolvidas pelo UNODC, tem-se: Crime Organizado e tráfico; Corrupção; Prevenção da criminalidade e reforma da justiça criminal; Prevenção do abuso de drogas e saúde; Prevenção do terrorismo. Dentre essas atividades o presente trabalho busca apresentar como o UNODC tem apresentado seus esforços diante do enfrentamento ao tráfico de pessoas, crime esse que se caracteriza como o terceiro crime transnacional mais praticado, ficando atrás apenas do tráfico de drogas e de armas (MCCABE, 2013). Outrossim, o tráfico de pessoas vem crescendo de forma exponencial e vem trazendo cada vez mais lucro aos infratores, tendo em vista o baixo índice de criminalização da atividade (BURKE, 2013 apud HAKEN, 2011; INTERPOL, 2002).

O UNODC foi inicialmente criado como uma organização técnica com o objetivo de auxiliar os Estados na cooperação para o controle de drogas e na prestação de serviços de assistência técnica (SCHNEIDER, 2012), porém com o advento da ratificação do Protocolo de Palermo, o UNODC passou a atuar, juntamente com a OIM, no campo político, em que passou a fornecer conhecimentos também acerca do tráfico de pessoas. Sendo assim, a atuação da UNODC pode ser caracterizada como uma atuação de via de mão dupla, em que se divide entre o desenvolvimento de um programa antidrogas e o desenvolvimento de um programa de política criminal (SCHNEIDER, 2012, p. 10).

O UNODC depende de financiamento para que seus programas possam ser desenvolvidos. Diante disso, trabalha com um orçamento proveniente de financiamento e contribuições advindas de Estados que financiam projetos específicos. Essa dependência financeira faz com que a autonomia da organização em relação aos seus Estados membros

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seja questionada, tendo em vista que cerca de 90 por cento do seu orçamento advém de contribuições voluntárias dos Estados (UNODC, [s.d.]). O financiamento recebido dos doadores é alterado de acordo com a importância que os Estados dão no manejo das temáticas, sendo assim, a UNODC não possui um orçamento fixo, mas sim, orçamentos voltados para a elaboração e execução de projetos específicos (SCHNEIDER, 2012). Ainda que dependa de recursos financeiros advindos dos Estados membros, o UNODC apresenta relativa autonomia uma vez que possui autoridade técnica no manejo de políticas e ações para com o enfrentamento ao tráfico de pessoas, bem como influencia Estados para com a ratificação do Protocolo de Palermo e na elaboração de sua justiça criminal nacional.

Após a ratificação do Protocolo de Palermo, a OIM e o UNODC passaram a ser organizações chave para com o enfrentamento ao tráfico de pessoas. As informações acerca do tráfico de pessoas apresentadas pela OIM versavam sempre sob a perspectiva dos direitos humanos, em que apresentava o tráfico de pessoas sob ótica da temática migratória (POTAUX, 2011). Porém, deixava de lado aspectos acerca das questões criminais relativas ao tráfico de pessoas. Diante disso, o UNODC viu nessa lacuna, uma oportunidade de se lançar como organização técnica na temática do enfrentamento ao tráfico de pessoas, sob perspectiva de um viés criminalista, tendo em vista que já atuava no enfrentamento ao tráfico de drogas e detinha considerável conhecimento técnico na área.

No ano de 2006, o UNODC lançou o relatório “Trafficking in Persons: Global Patterns”

com o objetivo de “identificar os principais padrões relatados de tráfico de pessoas no nível nacional, regional e global, incluindo a relação entre países, sub-regiões, e regiões de origem, trânsito e destino (UNODC, 2006, p. 38, tradução nossa).”3 Esse primeiro relatório foi baseado em relatórios pré-existentes de outras Organizações Internacionais, Organizações Não- Governamentais, e Organizações Privadas com o intuito de suprir a falta de informações acerca do tráfico de pessoas, fazendo com que tanto a ONU quanto seus estados membros primassem pela constante melhoria de seus relatórios (UNODC, 2006, p. 10). Para a elaboração do primeiro relatório foram compilados dados entre os anos de 1996 e 2003 abrangendo 161 países (UNODC, 2006, p. 7). Os dados apresentados nesse primeiro relatório, não foram bem recebidos pelos Estados, tendo em vista que os mesmos não foram consultados antes da divulgação do relatório. Além disso, os Estados alegaram que as fontes utilizadas na elaboração do material não eram oficiais, bem como não apresentavam uma escala correta de acordo com os dados considerados oficias (SCHNEIDER, 2012, p. 103).

3 No original: “identify the main reported patterns of the trafficking in persons at the national, regional and global levels, including the relationship between origin, transit and destination countries, sub- regions and regions.”

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Com o insucesso do primeiro relatório, o UNODC divulgou no ano de 2009 um segundo relatório intitulado “Global Report on Trafficking in Persons”. Diferentemente do primeiro relatório, esse relatório tem o objetivo de apresentar os esforços da comunidade global no enfrentamento ao tráfico de pessoas e tem suas informações baseadas na coleta de informações fornecidas pelos Estados e por ONGs, bem como, é elaborado por pesquisadores do corpo burocrático do UNODC (UNODC, 2009, p. 14), trazendo uma ideia de que dessa forma as informações apresentadas sejam mais fidedignas com a realidade em que se inserem. Desde então, o “Global Report on Trafficking in Persons” passou a ser o relatório oficial do UNODC e é lançado periodicamente com o intuito de mapear as ações que estão sendo desenvolvidas nas mais diversas regiões relativas ao enfrentamento ao tráfico de pessoas. As informações apresentadas nos relatórios são obtidas por meio do contato direto com os governos. Sendo assim, os governos disponibilizam ao UNODC informações referentes ao andamento de questões legais no que tange à perseguição e prisão de traficantes. Por meio desses relatórios é possível analisar, de forma rasa, como que tem sido o envolvimento dos Estados na temática do tráfico de pessoas.

Desde o ano de 2009 foram divulgados outros três relatórios (2012,2014,2016) que serão base de análise na próxima sessão. Os dados apresentados nesses relatórios possibilitam uma análise acerca do desenvolvimento de políticas em cada região, porém não trazem informações precisas sobre o crime em si, tendo em vista que são baseados em que houve a condenação dos criminosos, ou em que pelo menos esses foram identificados. A baixa taxa de criminalização e sua prática ilegal, faz com que se torne difícil a identificação e obtenção de dados mais concretos acerca do tráfico de pessoas.

Análise dos “Global Report on Trafficking in Persons”

A definição de tráfico de pessoas utilizada pelo UNODC foi sempre baseada na definição apresentada no Protocolo do Palermo em que se define, em seu 3º artigo, o tráfico de pessoas como sendo o recrutamento, o transporte, a transferência, a hospedagem ou o recebimento ilícito de pessoas, por meio de ameaça ou uso da força, para fins de exploração.

No entanto, a construção da agenda relativa ao tráfico de pessoas foi evoluindo com o tempo.

O primeiro “Global Report on Trafficking in Persons” (2009) não apresentou uma definição do termo tráfico de pessoas, nem mesmo mencionou a definição referida no protocolo de palermo. No segundo relatório, divulgado no ano de 2012, evidenciou-se a definição do tráfico de pessoas logo nas primeiras seções, em que se tem a passagem da definição estabelecida no Protocolo de Palermo, evidenciando que há três elementos distintos nesse crime, quais

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sejam: o Ato, que significa o recrutamento, transporte, abrigo ou recebimento de pessoas destinadas ao tráfico; os Meios, em que se enquadram a ameaça ou o uso da força, engano ou coerção; e o Objetivo, que se refere à forma de exploração utilizada pelos traficantes, sejam elas exploração sexual, trabalho forçado, servidão doméstica, entre outros.

O relatório de 2014 apresenta também sua definição baseada nos termos do Protocolo de Palermo, e enfatiza que os três elementos do crime – o ato, os meios e o objetivo – devem estar presentes para que o crime seja caracterizado como tráfico de pessoas. A definição do tráfico de pessoas é ampla, tendo em vista os diversos tipos de exploração que podem ser enquadrados como prática criminal, dando margem aos Estados-parte decidirem quais tipos de exploração serão enquadrados como prática do tráfico de pessoas em suas legislações nacionais (UNODC, 2014, p. 16). Dentre as lacunas deixadas pelo protocolo de Palermo na definição dos tipos de exploração, tem-se na exploração sexual um dos maiores problemas, tendo em vista que tal exploração não se limita apenas à prostituição, mas também devem ser inseridos casos de exploração para turismo sexual, pornografia, e tráfico de mulheres para casamento forçado (DEFEIS, 2004; SHELLEY, 2010).

Os relatórios dos anos de 2009, 2012 e 2014 apresentam um foco na disseminação dos dados para que possam ser analisados o fluxo e a dinâmica do tráfico de pessoas. Tem seu objetivo centrado quase que exclusivamente na apresentação das respostas da justiça criminal de cada Estado e região. Por outro lado, o relatório desenvolvido no ano de 2016 é o primeiro a apresentar os dados relativos ao tráfico de pessoas com uma análise política dos dados. Esse relatório apresenta, com base nos dados coletados, que a dinâmica do tráfico de pessoas possui grande relação com os fluxos migratórios. Com o advento da chamada “crise migratória” foi possível evidenciar que determinados migrantes, ao não obter êxito no seu processo de migração acabam ficando vulneráveis ao tráfico de pessoas. Diante disso, o relatório de 2016 tem como foco investigar como migrantes e refugiados podem se tornar vulneráveis ao tráfico de pessoas (UNODC, 2016).

A dinâmica do tráfico de pessoas não pode ser analisada separadamente da dinâmica migratória, tendo em vista que vítimas do tráfico não deixam de ser migrantes, são pessoas que, ao terem esgotado os meios de migração formal, acabam se tornando vítimas do tráfico de pessoas, uma vez que a vontade de ir em busca de melhores condições de vida é maior do que os riscos advindos das formas não formais de migração (CAMERON; NEWMAN, 2008;

DRAGIEWICZ, 2015). Cabe ressaltar que as vítimas do tráfico de pessoas são aliciadas com falsas promessa de melhores condições de vidas, e não são informadas sobre quais atividades irão desempenhar no exterior.

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A UNODC, por meio de seus “Global Report on Trafficking in Persons” enfatiza que o tráfico de pessoas é um crime complexo e multifacetado que se manifesta de formas distintas em todas as regiões do mundo. Por mais que todos os casos tenham a presença dos três elementos constituintes do tráfico de pessoas – ato, meio e objetivo – cada caso pode apresentar inúmeras peculiaridades e deve ser analisado como único (UNODC, 2012). Diante disso, afirma-se que o tráfico de pessoas está presente em todos os países e necessita tanto de esforços locais quanto de esforços compartilhados para que o crime seja enfrentado. O crime do tráfico de pessoas é um crime complexo que deve ser analisado internacionalmente e principalmente dentro de cada região, tendo em vista que os fluxos intrarregionais estão se desenvolvendo de maneira muito rápida nos últimos anos.

A dinâmica do tráfico de pessoas evoluiu com o passar dos anos, incialmente acreditava-se que o tráfico de pessoas envolvia, em sua grande maioria, mulheres traficadas de países pobres para países desenvolvidos com o fim único de exploração sexual.

Atualmente trabalha-se com a diversidade do crime, em que se evidencia uma gama de diversificada de infratores, vítimas, formas de exploração e fluxo do tráfico (UNODC, 2016).

O tráfico de mulheres para exploração sexual ainda continua sendo o primordial, com cerca de 60 por cento em relação aos 32 por cento de vítimas exploradas para trabalho forçado (UNODC, 2016), porém o tráfico intrarregional tem apresentado crescentes fluxos.

Os quatro “Global Report on Trafficking in Persons” buscam ampliar o conhecimento acerca da dinâmica do tráfico de pessoas, bem como identificar fluxos e dinâmicas semelhantes e analisar os esforços que estão sendo tomados no enfrentamento ao tráfico de pessoas, seja em âmbito nacional, regional ou transnacional. Para isso, os reports são divididos por análise de países dentro de cada região, fazendo assim com que se tenha tanto uma ideia macro quanto uma visão individualizada acerca dos esforços que estão sendo tomados, bem como das questões que ainda necessitam de adaptação e investimento.

Incialmente cabe evidenciar que entre os anos de 2009 e 2016 verificou-se um aumento no número de países que ratificaram o Protocolo de Palermo. Sabe-se que a ratificação por si só não significa que os estados estejam adaptando sua legislação criminal em consonância com o Protocolo de Palermo, mas simboliza que Estados partes tem se sensibilizado em trabalhar com a temática do tráfico de pessoas. No entanto, ao se analisar os dados apresentados pelos reports do UNODC, verificou-se que há um aumento de países que tem adequado suas legislações internas em consonância com o protocolo de palermo.

De acordo com o relatório de 2014, “mais de 90 por cento dos Estados possui legislação criminalizando o tráfico de pessoas (UNODC, 2014, p. 1, tradução nossa)”4. Essa adaptação

4 No original: “More than 90% of countries have legislation criminalizing human trafficking”.

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das legislações internas, bem como a clara tipificação do tráfico de pessoas é de suma importância para que aliciadores sejam julgados pelo crime de tráfico de pessoas, e não por crimes convexos, como muitas vezes ocorre. O UNODC enfatiza que os dados relativos à justiça criminal do tráfico de pessoas podem ser analisados de forma mais assertiva quando os Estados mostram que entendem sobre todo o processo e dinâmica do tráfico de pessoas (UNODC, 2009, p. 71).

No que tange a criminalização do tráfico de pessoas com legislação específica, os quatro relatórios enfatizam que, dentre os países que necessitam de maior esforço para preencher essa lacuna, encontram-se os países da África e do Oriente Médio. Essas regiões foram onde menos condenações foram registradas, em que 40 por cento dos 36 países da região, que foram considerados nesses relatórios, não registraram nenhuma condenação a infratores que praticaram o crime de tráfico de pessoas (UNODC, 2012, p. 85). Por outro lado, tem-se que na “Ásia e na Europa a porcentagem de países em que não há condenações registradas foi reduzida para cerca de 5 e 2 por cento, respectivamente (UNODC, 2012, p. 88, tradução nossa)”5. De acordo com o UNODC os países “europeus têm uma capacidade comparativamente maior de detectar e informar sobre o tráfico de pessoas, enquanto os países africanos têm menor capacidade (UNODC, 2012, p. 27). Ao fazer essa afirmação, no entanto, o relatório de 2012 não deixa claro o motivo de os Estados europeus terem maior capacidade em detectar crimes de tráfico de pessoas. Seja por terem uma legislação mais específica, uma justiça criminal mais eficiente, ou por terem ratificado o Protocolo de Palermo e terem-no adequado à sua justiça criminal a mais tempo.

Durante os dez anos abrangidos pelos relatórios evidenciou-se que determinados nichos da população são mais vulneráveis ao tráfico de pessoas. Dentre as vulnerabilidades destacam-se desigualdade de gênero, pobreza, desemprego, e violação de direitos humanos.

Diante disso, tem-se, como já mencionado, que a maior parcela de pessoas traficadas é composta por mulheres para exploração sexual. Além disso, essas vítimas advêm, em sua maioria, de países em desenvolvimento para países desenvolvidos, tendo em vista que muitas vítimas acabam sendo traficadas pela falsa promessa de obterem melhores condições de vida (BURKE, 2013; DRAGIEWICZ, 2015). Diante disso, pode-se afirmar que a predominância do tráfico de mulheres, para fins de exploração sexual, é uma manifestação da discriminação e da desigualdade de gênero enfrentada pelas mulheres na maioria das sociedades econômicas (SHELLEY, 2010, p. 2).

5 No original: “In Asia and Europe the percentage of countries where no convictions are recorded has been reduced to about 5 per cent and 2 per cent, respectively”.

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A análise dos fluxos de tráfico de pessoas apresentados nos quatro relatórios evidencia que como padrão geral nos casos registrados, as vítimas são traficadas de áreas mais pobres para áreas mais ricas. Além disso, muitas vezes esses fluxos ocorrem dentro de uma mesma região. Por exemplo, o relatório de 2012 apresenta que “as vítimas dos países mais pobres da América Central são traficadas para países mais ricos da América Central e da América do Norte (UNODC, 2012, p. 40, tradução nossa)”.6 Enquanto os países desenvolvidos atraem vítimas de diversas origens, inclusive de outros continentes, os países em desenvolvimento são afetados, em sua maioria, pelo fluxo do tráfico doméstico, ou pelo fluxo intrarregional.

Os fluxos de tráfico transregional são detectados principalmente nos países ricos do Oriente Médio, Europa Ocidental e América do Norte. Esses fluxos geralmente envolvem vítimas do “sul global”; principalmente do leste e sul da Ásia e da África Subsaariana. As estatísticas mostram uma correlação entre a influência (PIB) do país de destino e a parcela de vítimas traficadas de outras regiões. (UNODC, 2014, p. 7, tradução nossa)7

Outrossim, o relatório de 2014 apresenta um dado novo, em que traz à tona que a exploração sexual é mais lucrativa quando operada em países desenvolvidos. Concomitante a isso, apresenta que os preços praticados pelos traficantes nessas regiões acabam também sendo mais elevado do que quando praticado em países mais pobres. Ainda de acordo com o UNODC, exploradores apresentam-se mais dispostos a investir em vítimas que serão exploradas em países ricos, tendo em vista que lá irão adquirir maiores lucros devido à grande demanda de mão-de-obra para tais serviços. Não obstante, aproveitam-se da vulnerabilidade linguística que as vítimas apresentam, tornando-se praticamente imunes à eventuais denúncias às autoridades competentes (UNODC, 2014, p. 47).

As afirmações acima citadas apresentam que, assim como os países em desenvolvimento tem responsabilidades no que tange ao enfrentamento ao tráfico de pessoas, tendo em vista que sofrem de pobreza, desemprego, e violação de direitos humanos, tendo que modificar suas políticas sociais para que sejam minimizados os casos de vítimas de tráfico de pessoas. Assim também os países desenvolvidos possuem sua parcela de responsabilidade, tendo em vista que o ato exploratório é consumado em seu território. Diante disso, é evidente que o tráfico de pessoas deve ser enfrentado de forma cooperativa entre os

6 No original “victims from poorer areas of Central America are trafficked to wealthier countries in Central America or North America”

7 No orginal: “Transregional trafficking flows are mainly detected in the rich countries of the Middle East, Western Europe and North America. These flows often involve victims from the ‘global south’; mainly East and South Asia and Sub-Saharan Africa. Statistics show a correlation between the affluence (GDP) of the destination country and the share of victims trafficked there from other regions”.

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Estados, sejam eles desenvolvidos ou em desenvolvimento. A dinâmica do tráfico de pessoas está presente em todos os Estados e carece de uma resposta internacional.

Por fim, os relatórios do UNODC evidenciam, em todas as edições, que os países do sul global possuem uma lacuna de escassez na legislação criminal, muito disso tendo em vista a legislação recente referente ao tráfico de pessoas. Além disso, devido ao fato de Estados serem livres para decidirem quais tipos de exploração serão enquadrados no tráfico de pessoas – exploração sexual, trabalho escravo, tráfico de órgãos, exploração doméstica, entre outros – muitas vezes crimes relativos ao tráfico de pessoas acabam sendo enquadrados em legislações de crimes convexos. Inverso a isso, os relatórios afirmam que os países da Europa central possuem abundância de informações acerca da justiça criminal no que tange o tráfico de pessoas. O UNODC vem trabalhando ativamente junto aos Estados para que esses consigam implementar as medidas contidas no Protocolo de Palermo em suas legislações internas, para isso, desenvolveu em 2009 uma lei-modelo, que visa facilitar o trabalho dos Estados na internalização do Protocolo de Palermo, diminuindo assim o tempo necessário para adaptar sua justiça criminal e fazendo com que tanto aliciadores quanto perpetradores possam ser enquadrados no crime do tráfico de pessoas.

Além do auxílio na melhora da justiça criminal dos Estados, o UNODC desenvolve também, materiais de treinamento para os aplicadores da lei, com o objetivo de enfatizar a necessidade da cooperação internacional na matéria do tráfico de pessoas, de modo a assegurar que as respostas ao tráfico de pessoas não deem brecha para o estabelecimento de novas rotas empregadas pelos criminosos (GLAZEBROOK, 2010). O UNODC por meio de sua autoridade técnica fornece treinamento técnico para policiais, juízes e sociedade civil com o objetivo de fortalecer a resposta da justiça criminal dos Estados assegurando a proteção e a assistência às pessoas traficadas (ONU, 2013). O UNODC desempenha inúmeros programas para prevenção do tráfico de pessoas, perseguição dos perpetradores e proteção às vítimas, com o objetivo de alcançar respostas mais efetivas no enfrentamento ao tráfico de pessoas, crime esse que tem gerado inúmeras consequências tanto ao desenvolvimento dos Estados quanto à grave violação dos direitos humanos.

Considerações Finais

O UNODC foi criado inicialmente para cobrir questões relativas às drogas, e com o passar do tempo foi utilizando-se de seu conhecimento técnico obtido no manejo de atividades relacionadas às drogas e adaptando-o para outras áreas correlatas, como tráfico de pessoas,

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terrorismo e crimes em geral. Possui atualmente autonomia e autoridade para trabalhar juntamente com a criminalização do tráfico de pessoas, auxiliando os Estados na adequação de sua justiça criminal para que essa esteja de acordo com os preceitos do Protocolo de Palermo. OIs possuem poder documental e o fazem por meio da disseminação de informações acerca das temáticas que abordam, diante disso, o UNODC desenvolve, desde o ano de 2006, relatórios com o objetivo de mapear a dinâmica do tráfico de pessoas nas mais diversas regiões do mundo.

Com base em informações divulgadas pela justiça criminal dos Estados, o UNODC, por meio do “Global Report on Trafficking in Persons” identifica a dinâmica do tráfico de pessoas, os fluxos que acarretam dessa dinâmica, bem como mapeia como tem sido o envolvimento dos Estados no desenvolvimento de políticas e ações para com o enfrentamento ao tráfico de pessoas. A dinâmica Sul-Norte ainda vem sendo a que obtém maiores fluxos, em que se verifica pessoas do Sul Global, ou seja, advindos de países em desenvolvimento que buscam nos países desenvolvidos melhores condições de vida. Enganados pelas falsas promessas de adquirirem melhores condições de vida, migrantes acabam se tornando vítimas do tráfico de pessoas, uma vez que são vulneráveis devido às suas condições econômicas, discriminação de gênero, baixo nível de escolaridade e violação de direitos humanos. Em sua maioria, tem-se ainda a prevalência de mulheres vítimas de tráfico para exploração sexual, tendo em vista as grandes manifestações de desigualdade de gênero presente em muitas sociedades. Porém, esses dados estão se modificando lentamente nos últimos anos, evidenciando-se um crescente fluxo de homens vítimas do tráfico para trabalho escravo.

Diante dos problemas enfrentados pelo sul global no enfrentamento ao tráfico de pessoas, o setor que carece de maior atenção é a adaptação de suas legislações internas de acordo com os preceitos do Protocolo de Palermo, para que assim sua justiça criminal seja adequada e persiga e criminalize os aliciadores e perpetradores do tráfico de pessoas, uma vez que esses veem nas falhas legislativas baixos riscos de punição.

No que diz respeito à temática do tráfico de pessoas, países em desenvolvimento tem sido categorizado como principais responsáveis pelo crescente fluxo de vítimas do tráfico de pessoas, tendo em vista que são economias menos desenvolvidas, o que acaba acarretando em vulnerabilidades para sua população. Porém, os dados analisados nos relatórios do UNODC evidenciaram que Estados desenvolvidos também apresentam sua parcela de responsabilidade no que tange o enfrentamento ao tráfico de pessoas, tendo em vista que os exploradores residentes em tais Estados pagam altos valores pela mão-de-obra escrava e exploratória. O tráfico de pessoas é uma temática que está presente em todos os Estados,

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sejam eles desenvolvidos ou em desenvolvimento, e carece do fortalecimento da cooperação internacional para que sejam alcançados resultados positivos.

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