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Reta Final AGU Disciplina: Direito Financeiro Tema: Receitas, Despesas e Controle do Orçamento Prof.: Tathiani Piscitelli Data: 01/06/2007 RESUMO

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RESUMO

Receitas Públicas

1. Conceito: representa uma entrada definitiva de dinheiro nos cofres públicos. O que entra de forma temporária é fluxo de entrada, ou seja, movimento de caixa (ex: depósito judicial).

2. Classificação Doutrinária das receitas em relação à origem:

a) Receitas originárias: entradas que não decorrem do poder de imposição do ente público. São obtidas na atuação do Estado como agente de direito privado. Não há imposição, e sim autonomia do particular.

b) Receitas Derivadas: decorre do poder de imposição do ente público em virtude de uma coerção no patrimônio do particular. Exemplo: Tributos.

c) Receitas Transferidas: são resultantes de transferência entre os entes da Federação. Repartição da arrecadação tributária, art. 157 a 162, CF, e Transferências voluntárias (ex: o Município que licencia um veículo fica com 50% da arrecadação do valor do IPVA; Depois da EC 42/03, o Município que fiscalizar e cobrar o ITR terá para si uma arrecadação de 100%, o que não significa que essa receita passe a ser derivada, ela continua sendo uma receita transferida mesmo com a mudança da sujeição ativa).

Que tipo de Receita é uma Taxa? É receita derivada.

Que tipo de Receita é o preço público e tarifa? São receitas originárias.

3. Diferença entre Taxa e Preço Público:

Há 03 Correntes:

a) 1ª Corrente: leva em consideração o prestador de serviço (aquele que entrega o serviço público específico e divisível). Se o prestador for ente público, é taxa. Se for ente privado, é preço público (Ex:

concessão e permissão).

b) 2ª Corrente: leva em consideração a compulsoriedade do pagamento da contraprestação. Se o pagamento for compulsório, é taxa (art. 3º, CTN). Se não compulsório, é preço público.

c) 3ª Corrente: leva em consideração a compulsoriedade da utilização do serviço. Se for de utilização compulsória, é taxa. Se de utilização facultativa, é preço público. A compulsoriedade do serviço deve estar prevista em lei.

A 3ª Corrente é a adotada pelo STJ. O REsp. 167489 iniciou esse entendimento. O mais recente entendimento nesse sentido deu-se no REsp 848287 de set/06.

Há uma Súmula antiga do STF de n. 545 que está de acordo com a 2ª Corrente, dizendo que o que é compulsório é a utilização do serviço.

Obs.: Serviço de utilização compulsória é taxa. Mas se houver lei que permita, pode ser preço público.

Pedágio: utiliza o mesmo critério de aferição. Em regra, é taxa: art. 150, V, CF e entendimento do STF (RE 181475). Logo, é uma receita derivada.

Lei de Responsabilidade Fiscal – LC 101/00

1. Instituição, Previsão e Arrecadação pelos Entes da Federação (Art. 11)

§ Único: estabelece uma penalidade para a não instituição de impostos. Este parágrafo retira a facultatividade do exercício da competência tributária.

2. Transferências Voluntárias (art. 25)

São as outras transferências entre os entes da federação, que não as constitucionais.

3. Renúncia de Receitas (Art. 14)

Tudo o que gera a redução de entradas do ente público. Exemplos: Isenções, Redução da Base de Cálculo, Benefícios fiscais.

3.1. Requisitos:

(2)

a) Deve ser feita uma estimativa do impacto orçamentário da renúncia no exercício presente e nos dois subseqüentes.

b) Deve estar de acordo com a lei de diretrizes orçamentárias (lei que estabelece as metas e prioridades da administração num determinado período), ou seja, deve-se comprovar que a receita não irá fazer falta no orçamento;

c) Atender a uma de duas condições:

- ter sido considerada na lei orçamentária (previsão de receitas e despesas) e não afetar as metas de resultado fiscal (equivalem às metas de arrecadação); ou

- estar acompanhada de medidas de compensação (devem representar aumento de receita, geralmente elevando tributos).

Exceções: Estas exigências não se aplicam caso se trate de renúncia de IPI, Imposto de Importação, Imposto de Exportação e IOF. Também não se aplica a casos de cancelamento de débito pelo baixo valor.

4. Despesas Públicas

4.1. Conceito: as despesas públicas representam todo gasto ou dispêndio público.

4.2. Características:

a) Deve ter previsão legal;

b) Deve ser documentada, para comprovar a origem;

c) Deve ter contrapartida e receita suficiente, não podendo o ente gastar mais do que tem;

4.3. Geração ou aumento de despesa, por conta da criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental (art. 16).

Deve obedecer aos seguintes requisitos:

a) Deve prever a estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício presente e nos dois seguintes;

b) Deve estar de acordo com o Plano Plurianual, com a Lei de Diretrizes Orçamentárias e com a Lei Orçamentária Anual.

Exceção: Não se aplica esta regra para as despesas irrelevantes (aquelas que podem ser realizadas sem licitação, por exemplo).

4.4. Despesas obrigatórias de caráter continuado (art. 17):

É uma despesa fixada numa norma, que deve ser realizada por um período superior a dois anos.

Podem derivar de lei, Medida Provisória ou Ato Administrativo Normativo.

a) Condições:

- Deve prever a estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício presente e nos dois seguintes, além de demonstrar a existência de receita para custear essa despesa.

- Deve estar de acordo com as metas estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

- Deve estar acompanhada de Medidas de Compensação (ou o aumento de receita pelo aumento de tributos, ou redução permanente de despesa).

Estimativa de Impacto Orçamentário-Financeiro (ano corrente + 2 anos subseqüentes):

a) Deve estar presente na renúncia de receitas;

b) Deve estar presente na geração de despesas em ações governamentais;

c) Deve estar presente nas despesas obrigatórias de caráter continuado superior a 02 anos.

Medidas de Compensação:

a) Aumento de receitas pelo aumento de Tributos;

b) Redução permanente de despesas.

c) Aparecem na renúncia de receita (deve haver aumento de receita, art. 14)

d) Despesas obrigatórias de caráter continuado (aumento de receita ou redução de despesa, art. 17).

Quadro de Exceções:

(3)

Em relação à Renúncia de Receitas (art. 14)

Geração de despesas por conta de ação governamental (art. 16)

Despesas Obrigatórias de caráter continuado (art. 17) Renuncia de Imposto de

Importação, Exportação, IPI, IOF.

Despesa pública irrelevante (as dispensadas de licitações)

Reajuste (e não aumento) de vencimentos de servidor público Cancelamento de débito de baixo

valor

Despesas relativas ao pagamento da dívida pública.

Classificação de despesas e receitas da Lei 4320/64:

É aplicada quando não confronta a Lei de Responsabilidade Fiscais.

Traz a classificação em seus artigos 11 e 12.

1. Receitas:

a) Receitas Correntes: resultam da atividade do Estado, do seu poder de imposição ou da sua atividade como agente de direito privado.

b) Receitas de Capital: decorrem da assunção de dívidas.

2. Despesas:

a) Despesas Correntes: são aquelas realizadas no custeio do Estado, para a manutenção da máquina estatal.

b) Despesas de Capital: são despesas de investimento, relacionadas com o investimento que o Estado faz em determinada área ou necessidade pública.

Art. 11: Especifica os tipos de Receitas Correntes e de Capital.

Art. 11 Receitas Correntes Receitas de Capital

Conceito Decorrem da atividade do Estado Decorrem da assunção de dívidas

§1º - Classificação

PAtrimoniais Tributárias Agropecuárias Transferidas Industriais Serviços COntribuições

Operações de crédito;

Alienações de Bens;

Amortização de empréstimos

Transferências de Capital (empréstimos entre entes da Federação)

Art. 12: Especifica os tipos de Despesas Correntes e de Capital.

Art. 12 Despesas Correntes Despesas de Capital

Conceito Despesas de Custeio da estrutura

administrativa Despesas de investimento Classificação

De custeio

Resultantes das transferências correntes

De investimento.

Transferências de Capital (empréstimos entre os entes da Federação)

Orçamento 1. Características:

a) Lei em sentido formal, vinculando o ente público.

b) Documento programático, que estabelece qual deve ser o comportamento da administração diante do dinheiro público.

2. Leis que compõe orçamento público (art. 165, CF):

2.1. Plano Plurianual (PPA):

a) Conceito: é um desdobramento do orçamento-programa. Define o planejamento das atividades e ações governamentais pelo prazo de 04 anos.

b) Elementos:

- Previsão de despesas de capital (aquelas de investimento) - Previsão de despesas de duração continuada (art. 17 da LRF).

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- Toda despesa que dure mais de um exercício só pode ser realizada se tiver previsão no PPA (art. 167,

§1º, CF).

2.2. Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO):

a) Conceito: estabelece as metas e prioridades da administração federal pelo período de 01 ano. É mais específica, tenta concretizar os objetivos do PPA no decorrer de 01 ano.

b) Elementos:

- Estabelece diretrizes para a elaboração da Lei Orçamentária Anual (art. 165, §2º, CF);

- Anexo de metas fiscais, onde serão estabelecidas as metas anuais relativas a receitas, despesas, resultados e o valor da dívida pública para o exercício presente e os dois subseqüentes (art. 4º, LRF);

- Diagnóstico do orçamento dos 3 anos passados (art. 4º, LRF).

2.3. Lei Orçamentária Anual (LOA):

a) Conceito: segundo o art. 165, §5º, CF, a LOA irá tratar dos Orçamentos da Seguridade Social (todas as despesas e receitas relacionadas ou vinculadas à Seguridade Social), do Orçamento Fiscal da União (todas as despesas e receitas da União e de seus entes, com exceção da Seguridade Social) e do Orçamento de Investimento (todas as receitas e todas as despesas das empresas que a União direta ou indiretamente detenha maioria de capital com direito a voto).

b) Elementos:

- Deve observar a LDO e o PPA;

- No projeto da lei orçamentária anual deverá haver um demonstrativo relativo ao cumprimento do anexo de metas fiscais (previsto na LDO, que apresenta a previsão e diagnóstico). Art. 5º da LRF;

- Deverão estar previstas as medidas de compensação relacionadas à Renuncia de Receita e Despesas Obrigatórias de Caráter Continuado;

- Deverá conter uma reserva de contingência (reserva de dinheiro por parte da administração para o atendimento de passivos e outros imprevistos);

3. Iniciativa das Leis Orçamentárias: é do Presidente da República (art. 165, CF), que deve enviar a proposta ao Congresso. Caso isso não ocorra dentro do prazo, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei Orçamentária vigente (art. 32, Lei 4320/64).

PPA LDO LOA

04 anos 01 ano 01 ano

Planejamento Macro:

- Despesas de Capital e Despesas Obrigatórias;

- Despesas de Duração Continuada;

Metas e prioridades da administração pelo período de 01 ano:

- Despesas de capital (previstas no PPA) - Diretrizes para a elaboração do

orçamento.

- Orçamento Fiscal;

- Orçamento de Investimento;

- Orçamento da Seguridade Social;

- Autorização para obtenção de crédito suplementar

Toda despesa cuja execução seja superior

a 01 ano deve estar prevista no PPA.

O projeto conterá um anexo de metas fiscais com:

- Previsão para o exercício presente e os 02 subseqüentes;

- Diagnósticos dos 03 anos passados relacionados a: Receitas, Despesas, Resultados e Dívida Pública.

O projeto conterá:

- Demonstrativo de

observância do anexo de metas fiscais;

- Medidas de complementação;

- Reserva de contingência.

4. Princípios Orçamentários

a) Princípio da Universalidade: todas as receitas e despesas devem estar previstas no orçamento. Não se aplica às receitas tributárias. Súmula 66 STF.

b) Princípio da Exclusividade: no orçamento, somente estarão previstas receitas e despesas. Salvo a autorização para a concessão de créditos suplementares (autorização de despesa por conta de uma dotação orçamentária incorreta ou insuficiente, a própria lei orçamentária pode autorizar a concessão).

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c) Princípio da Unidade: a peça orçamentária é única, ou seja, deve haver uma única lei que estabeleça todas as receitas e todas as despesas.

Controle/Fiscalização:

1. Espécies (Art. 70, CF)

a) Controle Interno: o próprio órgão pode ter uma comissão para avaliar e julgar suas contas.

b) Controle Externo: é feito pelo Poder Legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas.

c) Controle Privado (art. 74, §2º, CF): denúncia de irregularidade por qualquer um do povo.

2. Critérios

a) Legitimidade: atendimento ao interesse público;

b) Legalidade: previsão legal da realização da despesa, assim como a observância de todos os requisitos para a realização de despesas públicas;

c) Economicidade: o agente público deve realizar a despesa da forma mais econômica possível para o Estado.

3. Características:

a) Concomitante;

b) Anterior (não há controle prévio);

4. Controle Externo (art. 71, CF):

É realizada pelo Congresso Nacional e o Tribunal de Contas.

O Tribunal de Contas é órgão auxiliar do Poder Legislativo, e como tal analisa as contas públicas e faz o julgamento destas.

As suas decisões não fazem coisa julgada, já que todas podem ser submetidas ao Poder Judiciário (Súmula 06 e 347 STF).

O Tribunal de Contas da União possui 9 Ministros, a serem indicados pelo Presidente (1/3) e pelo Congresso Nacional (2/3). Eles têm status de Ministros do STJ.

4.1. Funções do Tribunal de Contas (art. 71, CF):

- Poder para julgar contas de administradores de dinheiro público, com exceção das contas do Chefe do Poder Executivo. Sobre estas, ele emitirá um parecer, que irá rejeitar ou aprovar as contas. Logo em seguida, o parecer será enviado ao Congresso Nacional, que irá acatar ou não o parecer. No caso da rejeição das contas por conta do TCU, o Congresso pode reformar a decisão, desde que com o voto de 2/3 dos seus membros.

- Realizar auditorias;

- Sustar contratos que não observem os critérios do Controle;

- Pode aplicar sanções.

** Vide Súmula Vinculante n. 03 STF.

Créditos Suplementares

Créditos Adicionais: são autorizações de despesas previstas no art. 40 da Lei 4320/64.

Espécies (art. 41):

a) Créditos Suplementares: destinados a reforço de dotação orçamentária;

b) Créditos Especiais: destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica.

c) Créditos Extraordinários: destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina (comoção pública) ou calamidade pública.

Suplementares e Especiais: Devem ser autorizadas por lei.

Extraordinários: Pode se dar por Medida Provisória, que deve ser remetida imediatamente ao Congresso para ser transformada em lei. Nos Estados e Municípios em que não haja previsão para que o Chefe do Executivo expeça MP, pode ser feita por decreto, mas imediatamente remetidas ao Poder Legislativo.

(6)

** Todos os créditos adicionais, atualmente, estão sendo feito por MP, o que é inconstitucional.

BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Lei Complementar n. 101, de 04 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. Diário Oficial da União. Poder Legislativo,

Brasília, DF, 05 mai. 2000. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp101.htm>. Acesso em: 02 jun. 2007.

OLIVEIRA, Regis de Fernandes. Manual de Direito Financeiro. 6ª Ed, São Paulo: RT, 2004.

JURISPRUDÊNCIA

STF Súmula Vinculante nº. 03 – Processo Administrativo no TCU

Enunciado: “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.”

STF Súmula nº. 545

PREÇOS DE SERVIÇOS PÚBLICOS E TAXAS NÃO SE CONFUNDEM, PORQUE ESTAS, DIFERENTEMENTE DAQUELES, SÃO COMPULSÓRIAS E TÊM SUA COBRANÇA CONDICIONADA À PRÉVIA AUTORIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA, EM RELAÇÃO À LEI QUE AS INSTITUIU.

TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. DECRETAÇÃO DA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. REQUERIMENTO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. INTERPRETAÇÃO DOS ARTS. 8º, IV, DA LEF, 219, § 4º, DO CPC, E 174, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CTN. SERVIÇO DE FORNECIMENTO DE ÁGUA E COLETA DE ESGOTO. TAXA.

NATUREZA TRIBUTÁRIA. PRECEDENTES.

1. Recurso especial oposto contra acórdão que, em execução fiscal referente a serviço de fornecimento de água, entendeu possível a decretação, ex officio, da prescrição intercorrente.

2. Decretação da prescrição intercorrente por requerimento do Ministério Público.

3. O art. 40 da Lei nº 6.830/80, nos termos em que foi admitido no ordenamento jurídico, não tem prevalência. A sua aplicação há de sofrer os limites impostos pelo art. 174 do CTN. Repugnam os princípios informadores do nosso sistema tributário a prescrição indefinida. Após o decurso de determinado tempo sem promoção da parte interessada, deve-se estabilizar o conflito, pela via da prescrição, impondo-se segurança jurídica aos litigantes.

4. Os casos de interrupção do prazo prescricional estão previstos no art. 174 do CTN, nele não incluídos os do art. 40 da Lei nº 6.830/80. Há de ser sempre lembrado de que o art. 174 do CTN tem natureza de Lei Complementar. Precedentes desta Corte e do colendo STF.

(7)

5. O serviço de fornecimento de água e coleta de esgoto é cobrado do usuário pela entidade fornecedora como sendo taxa, quando há compulsoriedade. Tem-se, in casu, serviço público concedido, de natureza compulsória, visando atender necessidades coletivas ou públicas.

6. Não há amparo jurídico a tese de que a diferença entre taxa e preço público decorre da natureza da relação estabelecida entre o consumidor ou usuário e a entidade prestadora ou fornecedora do bem ou do serviço, pelo que, se a entidade que presta o serviço é de direito público, o valor cobrado caracterizar-se-ia como taxa, por ser a relação entre eles de direito público; ao contrário, sendo o prestador do serviço público pessoa jurídica de direito privado, o valor cobrado é preço público/tarifa.

7. Prevalência no ordenamento jurídico das conclusões do X Simpósio Nacional de Direito Tributário, no sentido de que “a natureza jurídica da remuneração decorre da essência da atividade realizadora, não sendo afetada pela existência da concessão. O concessionário recebe remuneração da mesma natureza daquela que o Poder Concedente receberia, se prestasse diretamente o serviço”.

(RF, julho a setembro, 1987, ano 1987, v. 299, pág. 40).

8. O art. 11 da Lei nº 2.312/94 (Código Nacional de Saúde) determina: “É obrigatória a ligação de toda construção considerada habitável à rede de canalização de esgoto, cujo afluente terá destino fixado pela autoridade competente”.

9. “A remuneração dos serviços de água e esgoto normalmente é feita por taxa, em face da obrigatoriedade da ligação domiciliar à rede pública” (Helly Lopes Meirelles, in “Direito Municipal Brasileiro”, 3ª ed., RT – 1977, pág. 492).

10. “Se a ordem jurídica obriga a utilização de determinado serviço, não permitindo o atendimento da respectiva necessidade por outro meio, então é justo que a remuneração correspondente, cobrada pelo Poder Público, sofra as limitações próprias de tributo”. (Hugo de Brito Machado, in “Regime Tributário da Venda de Água”, Rev. Juríd. da Procuradoria-Geral da Fazenda Estadual/Minas Gerais, nº 05, pág.

11. Obrigatoriedade do serviço de água e esgoto. Atividade pública (serviço) essencial posta à disposição da coletividade para o seu bem-estar e proteção à saúde. Adoção da tese, na situação específica examinada, de que a contribuição pelo fornecimento de água e coleta de esgoto é taxa.

12. Precedentes das egrégias 1ª e 2ª Turmas desta Corte Superior.

13. Recurso especial não-provido.

(REsp 848.287/RS, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17.08.2006, DJ 14.09.2006 p. 289)

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