MARLY CALDAS
POESIA BAIANA EM FOCO:
DO MARGINALISMO AO GRUPO HERA.
- Influên cia s Concr e ti s t a s e Tropic alis t a s -
Proje t o Experi m e n t al de Pesquisa des e n v o lvi d o pela estud an t e Marly dos Santo s Caldas co m o exig ê n ci a para a conclusã o do curs o de Comunica ç ã o Social – Jornalis m o da FACOM - UFBA.
Salvado r, 02 de fev e r e i r o de 19 9 9.
Universida d e Fede r al da Bahia Faculda d e de Comunica ç ã o - Faco m
Proje t o s Experim e n t ai s em Jornalis m o - Com 27 5 Aluna - Marly dos Santos Caldas
Orient a d o r a - Profe s s o r a Liv Sovik
POESIA BAIANA EM FOCO:
DO MARGINALISMO AO GRUPO HERA.
- Influên cia s Concr e ti s t a s e Tropic alis t a s -
Salvado r, 02 de fev e r e i r o de 19 9 9.
Estudo 2 0 4
Antônio Brasileir o
Vejo o vent o que sopra nas árvo r e s e est ou aqui.
Há uma sens a ç ã o de paz antiga no vent o que sopra nas árvor e s . (vou planta r esp e r a n ç a s no quintal e de ci dir o que far ei co m a vida - co m est a e co m a outra)
Estou aqui e o mund o est á aqui
Olho as folha s mov e n d o - se nas árvor e s
e alguma coisa silencian d o no cor a ç ã o.
Exist e m pess o a s que são poesia pura e vêm ao mundo com a miss ã o de ser luz e iluminar os camin h o s por ond e passa m e as pess o a s com que m conviv e m. Brenda é uma des s a s pess o a s e eu me sint o muit o feliz em ser agra cia d a co m seu brilh o. É para Brenda, minha gar o tin h a sap e c a, que dedic o es t e proj e t o de pesquisa.
Carinhos a m e n t e Marly Caldas
AGRADECIMENTOS
Este tra b al h o é resulta d o do incen tiv o de alguma s pess o a s, amig o s esp e ci ai s, por que m tenh o um grand e carinh o. Todo s aquel e s que aco mp an h a r a m de per t o as dificulda d e s que tive duran t e o te mp o de pesquisa e elab o r a ç ã o do tex t o.
Agrad e ç o a meus familiar e s que sentir a m a impor t â n ci a do curs o de Comunica ç ã o para mim; a Mirá, Rai e Maria Pereira que me ajudar a m co m incen tiv o e carinh o, e acr e di t a m na minha vonta d e / c a p a c i d a d e de trans f o r m a r minha hist ó ri a.
Agrad e ç o , tam b é m , a Denise e ao pess o al da VIP Info r m á t i c a, pelo
mutirã o de digita ç ã o e a tod o s que fize r a m part e des t a minha caminh a d a.
Agrad e ci m e n t o s mais que esp e ci ais
Ao grand e PAI, que se mp r e ilumina meu caminh o e revig o r a minhas for ç a s quand o pens o em desis ti r.
À pro f e s s o r a Liv Sovik que, me s m o res t a n d o pouco te m p o e não conc o r d a n d o co m minhas te o ri a s ro m ân ti c a s, acei t o u o desa fi o de me orien t a r e me ajudar a org anizar a bagunç a instaur a d a na minha cab e ç a e nas ano ta ç õ e s .
Aos poe t a s do Grupo Hera, Roberval Pereyr, Antônio Brasileir o e Juraci
Dórea, pela aten ç ã o que me dedi c a r a m e pela disponi bilida d e para me
ajudar, tam b é m pela paci ên ci a em resp o n d e r tod a s as minhas per gunt a s.
Sumário
Intro du ç ã o...8
Conte x tu aliza ç ã o Históric a e Esté ti c a...11
Poesia Marginal...2 2
Grupo Hera...3 6
A poe sia de Hera...47
Conclusã o...58
Notas...61
Bibliogra fia...6 2
Anexos...64
Manifesto do Grupo Hera (1972)
Não somos poetas de enredo - confiamos nas palavras.
As palavras: com sua carne e seu cerne, com suas roupas azuis e verdes e escarlates, com seus passos de dança no ar, sua mágica,
máxima alvura, negror profundo.
Confiamos nas palavras que não dizem nada e nas que matam.
Porque somos eminentemente poetas, espécie de deuses, buscando domar o caos - o nosso e o vosso. As estrelas estão em paz
onde estão.
Porque nossa matéria é o homem.
O homem no Universo, bem mais que entre seus pares: o homem consigo mesmo, a revolver-se, descobrir-se, odiar-se - o homem
a perdoar-se, e a apaziguar-se dos seus remorsos e iras.
Daí sermos terríveis às vezes. Duros, duríssimos, na nossa sede de compreender o próximo. De fazer aflorar a verdadeira alma das pessoas, suja de lama na maioria das vezes, mas a verdadeira.
E que fazer daqueles que temem defrontar-se consigo mesmo?
Já o dissemos, não?: não somos poetas de enredo.
A grande poesia, ao fim e ao cabo, não é acessível ao grande público - fato que, aliás, se dá independentemente da classe social, da formação mobralesca ou universitária,
partido ou time a que se está filiado.
Perdoem-nos, pois, os tementes a si mesmos. E conservem-se nos seus cantos.
E no entanto como somos líricos!
Entre o que se convencionou chamar de romantismo e o que ainda está por receber um nome: eis onde nos sentimos inseridos.
Precursores de um possível século XXI, em que os verdadeiros poetas serão enfim saudados como os decifradores
dos mitos esquecidos.
Os guias da Psique.
Profetas de nós mesmos, aguardamos solenemente as conclusões.
E contemplamos - atentem ao verbo: contemplamos - os boníssimos mistérios da natureza.
Não ao supérfluo.
Não ao mero artifício.
Não aos modismos.
Encomendamos nossa alma a Deus ou ao Diabo. Às multinacionais, nunca! Ah, os poetas do Rio e suas gloriazinhas se isopor -
Não aos padrões estéticos das metrópoles, não a essa arte que embevece “a todos”.
Abaixo esses conceitos que nos vendem a cada dia como se caracterizassem a literatura do nosso século.
Sobretudo nas Universidades. Sob a forma de testes para mestrado, manuais da mais pura literatura, etc e tal.
Mas tudo, tudo, tudo água passada. Estagnada. Estável.
Sossegada. Inofensiva. Marioswaldeana.
A poesia do próximo milênio abolirá todos os ismos.
E as Histórias da literatura nem saberão mais onde encaixá-la.
Feira de Santana, setembro de 1982 ass.(s): Antônio Brasileiro, Roberval Pereyr Juraci Dórea, Wilson Pereira, Iderval Miranda,
Rubens Alves Pereyr, Washington Queiroz, Moacyr de Moura Freitas, Trazíbulo H. P. Casas, Eliezer R. Cézar, Cremildo Souza, Fernando Hora, Pedro Carneiro, Antônio Gabriel E. de Souza, Marcos Porto