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Capacitação tecnológica de agentes comunitários de saúde no município de Parelhas∕RN: entendendo melhor o sistema e-SUS/AB PEC

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ – CERES DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS - DCSH CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PROJETO DE INTERVENÇÃO

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE PARELHAS, RN: ÁREA DE PROCESSAMENTO DE DADOS

Capacitação Tecnológica de Agentes Comunitários de Saúde no município de Parelhas∕RN: entendendo melhor o sistema e-SUS/AB PEC

Discente: Nataly Inêz Fernandes dos Santos Orientador: Prof. Esp. João Paulo Oliveira Lucena

Currais Novos/RN 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ – CERES DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS - DCSH CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

NATALY INÊZ FERNANDES DOS SANTOS

CAPACITAÇÃO TECNOLÓGICA DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE PARELHAS∕RN: ENTENDENDO MELHOR O SISTEMA E-SUS/AB PEC

Currais Novos/RN 2017

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NATALY INÊZ FERNANDES DOS SANTOS

CAPACITAÇÃO TECNOLÓGICA DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE PARELHAS∕RN: ENTENDENDO MELHOR O SISTEMA E-SUS/AB PEC

Projeto de intervenção apresentado ao

Curso de Especialização em

Administração Pública da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Campus Currais Novos, como requisito parcial para obtenção do título de especialista. Orientador: Prof. Esp. João Paulo Oliveira Lucena.

Currais Novos/RN 2017

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ensino Superior do Seridó - CERES Currais Novos

Santos, Nataly Inêz Fernandes Dos.

Capacitação tecnológica de agentes comunitários de saúde no município de Parelhas/RN : entendendo melhor o sistema e-SUS/AB PEC / Nataly Inêz Fernandes Dos Santos. - Currais Novos, 2017. 48f.: il. color.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ensino Superior do Seridó, Especialização Administração Pública.

Orientador: Prof. João Paulo Oliveira Lucena.

1. Processo de Aprendizagem - Monografia. 2. Tecnologia da Informação - Monografia. 3. Sistemas de Informação - Monografia. I. Lucena, João Paulo Oliveira. II. Título.

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TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE

Declaro, para todos os fins de Direito e que se fizerem necessários, que assumo total responsabilidade pelo material aqui apresentado, isentando a Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, a Coordenação do Curso, a Banca Examinadora e o Orientador de toda e qualquer responsabilidade acerca do aporte ideológico empregado ao mesmo.

Conforme estabelece o Código Penal Brasileiro, concernente aos crimes contra a propriedade intelectual o artigo n.º 184 – afirma que: Violar direito autoral: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. E os seus parágrafos 1º e 2º, consignam, respectivamente:

§1º Se a violação consistir em reprodução, por qualquer meio, no todo ou em parte, sem autorização expressa do autor ou de quem o represente, (...): Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, (...).

§ 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, expõe à venda, aluga, introduz no país, adquire, oculta, empresta, troca ou tem em depósito, com intuito de lucro, original ou cópia de obra intelectual, (...), produzidos ou reproduzidos com violação de direito autoral.

Diante do que apresenta o artigo n.º 184 do Código Penal Brasileiro, estou ciente que poderei responder civil, criminalmente e/ou administrativamente, caso seja comprovado plágio integral ou parcial do trabalho.

Currais Novos∕RN, ___ de ____________ de 2017.

________________________________ Nataly Inêz Fernandes dos Santos

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RESUMO

Este trabalho teve como objetivo principal promover o desempenho tecnológico de Agentes Comunitários de Saúde no município de Parelhas∕RN quanto ao uso do sistema e-SUS/AB PEC, considerando-se a ausência de elementos relevantes para o aprimoramento das habilidades em Tecnologia da Informação desses profissionais, bem como a aplicação de Sistemas de Informação em suas unidades de saúde, atrelando-se à capacidade dos profissionais em informatizar seus atendimentos por meio do Prontuário Eletrônico do Cidadão. Dentro deste contexto surge a motivação para realizar este trabalho, dado que a tecnologia é algo que a cada dia se renova, tornando-se indispensável que o componente humano se adapte aos novos meios de tratamento de informações das organizações. Trataremos aqui dos Sistemas de Informação sob a perspectiva da informatização que, segundo Rezende (2008), dizem respeito aos sistemas que utilizam os recursos da Tecnologia da Informação de forma inteligente e com valor agregado. Quanto à metodologia, foram aplicados questionários junto aos Agentes Comunitários de Saúde com o propósito de conhecer melhor a realidade dos mesmos no que diz respeito ao sistema e-SUS/AB PEC. Além disso, utilizaram-se técnicas estruturais da administração com a finalidade de descrever e analisar com o máximo de qualidade possível as principais características do presente trabalho. Com relação ao orçamento, o projeto levou em conta apenas materiais didáticos, tais como: apostilas, canetas, folhas de anotações e outros utensílios básicos necessários à realização da oficina. Dentre os principais resultados, a capacitação possibilitou o conhecimento de novas técnicas de informatização de dados, além do alcance significativo de participantes que contribui para o enriquecimento da maior parte dos profissionais do município quanto ao uso do sistema, diminuindo dúvidas e questionamentos a respeito do mesmo. Finalmente, o trabalho vem a se justificar em virtude de sua significativa relevância para o setor da saúde do município de Parelhas em possibilitar uma reformulação das equipes de trabalho, dando-lhes a oportunidade de reorganizar os métodos de informatização dos dados através do incentivo ao uso dos meios eletrônicos no registro de atividades e da qualificação dos profissionais capacitados para o melhor desempenho de suas funções.

Palavras-chaves: Processo de Aprendizagem. Tecnologia da Informação. Sistemas de Informação.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Fatores do desenvolvimento humano 15

Figura 2 – Níveis dos Sistemas de Informação 22

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LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 1 – Elementos e características da aprendizagem organizacional 16

Quadro 2 – Métodos e técnicas utilizadas na intervenção 24

Quadro 3 – Roteiro da ação de intervenção 25

Quadro 4 – Informações básicas dos sujeitos 29

Quadro 5 – Informações gerais dos sujeitos 30

Tabela 1 – Definição quantitativa de metas 32

Quadro 6 – Recursos utilizados na ação de intervenção 33

Quadro 7 – Cronograma das atividades 35

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LISTA DE SIGLAS

Sistemas de Informação (SI) Tecnologia da Informação (TI)

Agentes Comunitários de Saúde (ACS) Atenção Básica (AB)

Unidade Básica de Saúde (UBS) Coleta de Dados Simplificada (CDS) Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC)

Unidade Móvel de Nível Pré-Hospitalar na Área de Urgência (SAMU) Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF)

Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) Plano Plurianual (PPA)

Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB) Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN)

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 10 1.1 Contextualização ... 10 1.2 Situação problema ... 12 1.3 Justificativa ... 12 1.4 Objetivos ... 13 1.4.1 Objetivo geral ... 13 1.4.2 Objetivos específicos ... 13 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 14 2.1 Processos de aprendizagem ... 14 2.1.1 Aprendizagem organizacional ... 16 2.1.2 Estratégias de aprendizagem ... 17

2.2 Tecnologia da Informação (TI)... 19

2.3 Sistemas de Informação (SI) ... 21

3 METODOLOGIA ... 24

4 CENÁRIO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO ... 26

4.1 Caracterização do objeto de intervenção ... 26

4.2 Fragilidades e oportunidades percebidas ... 27

4.3 Caracterização dos sujeitos ... 29

4.4 Dificuldades enfrentadas pelos sujeitos ... 30

5 METAS ... 32

6 RECURSOS NECESSÁRIOS ... 33

7 CRONOGRAMA ... 34

8 PROPOSIÇÃO DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO ... 36

9 RESULTADOS OBTIDOS ... 37

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 39

REFERÊNCIAS ... 41

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

Com o advento da tecnologia e os significativos avanços dos meios eletrônicos, as instituições públicas e privadas tiveram que aderir aos novos meios de comunicação de dados para se adequarem às exigências da era digital e consequentemente melhorar o desempenho dos seus processos.

Os modernos meios de processamento de informações vêm acompanhados de técnicas inovadoras e equipamentos direcionados ao aprimoramento de suas funções. No entanto, mudanças no cenário de trabalho têm gerado diversas repercussões, principalmente em instituições nas quais os profissionais não possuem um satisfatório domínio da tecnologia.

Essa situação torna-se comum tanto no setor privado, quanto nas repartições públicas. Estas, por sua vez, enfrentam maiores dificuldades devido à falta de investimento na área tecnológica e qualificação de seus profissionais.

Assim, o contexto de estrutura burocratizada do setor público associado à constante insuficiência de recursos financeiros, dão origem aos primeiros gargalos para uma efetiva implantação dos Sistemas de Informação (SI) nessas instituições.

Além disso, a organização pública também apresenta características peculiares, tais como: mudanças de governo com novas políticas e linhas de atuação; restrição orçamentária; entre outras, que refletem nos procedimentos para o tratamento e tipo de informação disponibilizada (TAIT, 2000).

Segundo Fresneda (1998), uma alternativa que preencheria as condições necessárias para a “reinvenção” de uma instituição pública seria o recurso informação utilizado de forma intensiva e o tratamento organizado e sistemático. Em vista disso, a Tecnologia da Informação (TI) é o instrumento de suporte ao uso correto e eficiente do recurso informação, definindo-se assim, como fator primordial na propulsão do processo de transformação das instituições públicas.

Em meio a este contexto surge a motivação necessária para a realização do presente projeto, observando-se a ausência de elementos relevantes para o aprimoramento das habilidades em TI dos profissionais de saúde do município de Parelhas/RN, bem como a aplicação de SI em suas unidades de saúde, atrelando-se

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à capacidade dos profissionais em informatizar seus atendimentos por meio de sistemas informáticos.

O projeto atuou na área da saúde com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) os quais possuem cadastro no sistema e-SUS Atenção Básica (AB). Este sistema atende aos diversos cenários de informatização e conectividade nos serviços de saúde, oferecendo duas categorias de softwares que podem operar

desde uma Unidade Básica de Saúde (UBS) sem computador – com o sistema de

Coleta de Dados Simplificada (CDS) a partir do uso de fichas – até uma UBS com computador nos consultórios e salas de atendimento usando o sistema com Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) que se destina a municípios cujas UBS são informatizadas, possuem algum grau de conectividade com a internet e contam com profissionais capacitados para apoiar sua implantação (PORTAL DA SAÚDE, 2017).

As UBS do município de Parelhas possuem computadores com sinal de internet disponibilizado para o uso dos profissionais que diretamente nelas atuam. Como o sistema e-SUS/AB PEC tem seu funcionamento via online, os usuários também podem acessar a conta em qualquer lugar, inclusive utilizando aparelhos de uso particular (notebooks, tablets, entre outros).

Porém, a realidade do município foge às expectativas criadas pelos gestores em realizar os atendimentos utilizando o prontuário eletrônico, levando-se em consideração que há uma forte resistência por parte de alguns profissionais quanto à utilização do sistema. As objeções mais frequentes são a deficiência na qualificação técnica dos operadores; insuficiência de computadores nas unidades para atender à demanda de atendimento diário e pouca dedicação de parte dos profissionais em informatizar o processo de suas produções, de forma ágil e eficiente através do Prontuário Eletrônico.

Aliado a estes impasses, há a necessidade da aquisição de tablets para os profissionais que realizam atendimento domiciliar, em sua maioria os Agentes Comunitários de Saúde que trabalham externamente às dependências das unidades de saúde realizando atendimento nas microáreas do município. Nesta perspectiva, a Secretaria Municipal de Saúde junto ao Governo do Estado vem articulando a compra desses aparelhos, objetivando efetivar de forma geral o sistema em todas as suas unidades de saúde.

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Como as informações dos procedimentos realizados precisam ser encaminhadas ao Ministério da Saúde, torna-se inevitável que os atendimentos sejam informatizados por meio do e-SUS/AB PEC. Desse modo, os profissionais realizam os atendimentos registrando-os manualmente, através de fichas, e posteriormente encaminham suas produções à Secretaria Municipal de Saúde, ocasionando assim, retrabalho no processo produtivo no que concerne à conversão de informações analógicas em digitais, dando origem a desvios de função no setor, submetendo os auxiliares administrativos à digitalização desses dados.

Essa realidade também ocasiona outros problemas, como o acúmulo de fichas na secretaria, atraso na informatização dos dados e sobrecarga de trabalho aos servidores, consolidando a ineficiência dos processos no setor público.

1.2 Situação problema

O projeto chega, portanto, em um momento de início de gestão e de reformulação de equipes de trabalho, dando a oportunidade de reorganizar os métodos de informatização dos dados através do incentivo ao uso dos meios eletrônicos de registro de atividades.

Com base nessa conjuntura, surge à questão problema que embasa a finalidade deste projeto: como melhorar o desempenho tecnológico dos Agentes Comunitários de Saúde do município de Parelhas/RN quanto à utilização do sistema e-SUS/AB PEC?

1.3 Justificativa

A relevância do presente trabalho se demonstra a partir do momento em que se observa o setor da saúde do município de Parelhas, considerando-se a capacitação dos profissionais quanto ao uso dos sistemas de informática; incentivo à utilização de meios eletrônicos de processamento de dados e redução das fichas de atendimento na secretaria de saúde, atenuando a sobrecarga dos servidores públicos que atuam naquela instituição.

Destaca-se também a pertinência deste projeto para os estudos que vierem a ser desenvolvidos no futuro e a contribuição da pesquisa para oferecer um novo

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construto teórico sobre o tema, dado que a modernização é algo que a cada dia mais se fará presente no setor público. Portanto, trata-se de um tema atual e de grande abrangência no cenário acadêmico e da Administração Pública.

No que diz respeito à relevância para a sociedade, Gonzaga (2011, p.39) já

dizia que “ao dedicarmo-nos às pesquisas, estaremos alimentando a nossa

formação profissional, ao mesmo tempo estaremos contribuindo, de forma reflexiva e

crítica, para os problemas dentro da sociedade”. Retificando a fala do autor,

atesta-se que o preatesta-sente projeto visa à melhoria e à “evolução material” da sociedade, permitindo a criação de novas políticas públicas direcionadas ao bem-estar social.

Por fim, quanto autora, comprova-se o interesse na elaboração e aplicação deste projeto uma vez que o mesmo deu a oportunidade de desfrutar o contato direto com a prática da pesquisa e ver a aplicação dos conceitos ensinados em sala de aula. Sendo orientado por professores qualificados, pode-se dizer que se tratou de uma das mais ricas experiências que a aluna da Universidade Federal do Rio Grande do Norte teve, considerando a chance de aprimorar conhecimentos enquanto pesquisadora e servidora pública, passando a ter proximidade com diversos tipos de hierarquia (docentes, gestores públicos e demais sujeitos enquadrados na pesquisa).

1.4 Objetivos

1.4.1 Objetivo geral

Promover o desempenho tecnológico dos Agentes Comunitários de Saúde no município de Parelhas∕RN quanto ao uso do sistema e-SUS/AB PEC.

1.4.2 Objetivos específicos

 Capacitar os ACS no tocante ao uso do sistema e-SUS/AB PEC;

 Promover oficina sobre a aplicabilidade e importância do sistema e-SUS/AB PEC;

 Incentivar a utilização de meios eletrônicos para informatização de dados;

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Nesta seção serão explorados brevemente conceitos e definições da teoria no que se refere aos processos de aprendizagem do ser humano, Tecnologia da Informação e uso de Sistemas de Informação em ambientes organizacionais.

2.1 Processos de aprendizagem

O ser humano tem a capacidade de adquirir ao longo do tempo suas competências e habilidades a partir das próprias experiências ou em conjunto com outras pessoas. Essas características podem ser inerentes a cada indivíduo ou pertencentes a grupos. O conhecimento torna o ser humano apto a desenvolver determinadas atividades específicas até então não praticadas por outra pessoa, seja no aspecto profissional ou pessoal.

Para entendermos melhor o processo de aprendizagem do ser humano começaremos citando Piaget (2004) quando o mesmo fala da diferença entre o desenvolvimento e a aprendizagem. Para o autor, o desenvolvimento do conhecimento é um processo espontâneo, que se relaciona com a totalidade de estruturas do conhecimento, em outras palavras, é um processo de desenvolvimento total que devemos re-situar no contexto geral biológico e psicológico. A aprendizagem, por outro lado, é provocada, em geral, como oposta ao que é espontâneo.

O autor identifica quatro grandes estágios do desenvolvimento das estruturas que constituem a base do conhecimento humano: a) o primeiro é o estágio sensório-motor, pré-verbal, que se revela quando ainda somos bebês. Durante este estágio desenvolve-se o conhecimento prático, que constitui a subestrutura do conhecimento representativo posterior; b) num segundo estágio temos a representação pré-operacional, ou seja, o início da linguagem e, assim, do pensamento; c) em um terceiro estágio aparecem as primeiras operações concretas, operadas com objetos e não mais sobre hipóteses expressadas verbalmente; d) finalmente, no quarto estágio, estas operações são ultrapassadas à medida que o indivíduo pode raciocinar com hipóteses e não só com objetos.

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Ainda de acordo com Piaget (2004) existem quatro fatores principais que explicam o desenvolvimento do ser humano. A figura 1 exibe esses fatores.

Figura 1 – Fatores do desenvolvimento humano

Sobre o primeiro fator, maturação, o autor fala que pouco se sabe além dos primeiros meses de existência de vida. Além disso, esse fator é relativo por que a idade média na qual este estágio aparece (idade cronológica média) varia grandemente de uma para outra sociedade. Estudos revelam que idades encontradas em Genebra não são necessariamente as idades que foram encontradas nos Estados Unidos, por exemplo.

Por mais que desempenhe um papel indispensável para o desenvolvimento humano, pois está ligada à transformação que ocorre durante o desenvolvimento do indivíduo, a maturação sozinha não é suficiente. Diante disso, surge o segundo fator, a experiência física, que segundo Piaget (2004, p. 3) “consiste no agir sobre os objetos e construir algum conhecimento sobre os objetos mediante a abstração”. Há

ainda um segundo tipo de experiência, chamada pelo autor de “lógico-matemática”,

onde o conhecimento não é construído a partir dos objetos, mas mediante as ações efetuadas sobre os mesmos.

O terceiro fator é a transmissão social, linguística ou transmissão educacional, mais uma vez fundamental para o desenvolvimento humano. Contudo, esses três fatores devem estar equilibrados entre si, surge, então, o quarto e último fator, a equilibração ou o que o autor chama de auto-regulação.

Esses são os fatores que Piaget (2004) considera fundamentais para o processo do desenvolvimento e aprendizagem do indivíduo, desde os primeiros anos de vida. Na próxima seção, serão abordados conceitos e definições do

Equillibração Transmissão Social Experiência Física Maturação

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processo de aprendizagem numa fase mais madura do ser humano, isto é, quando este já atingiu a fase adulta e tem uma concepção pronta do que quer alcançar profissionalmente ou na vida pessoal.

2.1.1 Aprendizagem organizacional

A organização transfere seu patrimônio para as pessoas, enriquecendo-as e preparando-as para enfrentar novas situações profissionais e pessoais na organização ou fora dela. As pessoas, ao desenvolverem sua capacidade individual, transferem para a organização seu aprendizado, capacitando-a a enfrentar novos desafios (DUTRA, 2008). Trata-se, portanto, de uma troca de valores, onde os autores (profissionais e organização) evoluem gradualmente a partir do incentivo ao enriquecimento do fator humano.

Fleury e Fleury (2000) apud Odelius e Sena (2009, p. 15) já diziam que ”a aprendizagem pode ser pensada como um processo de mudança, provocado por diversos estímulos, mediado por emoções, que pode vir ou não a explicitar mudança no comportamento de uma pessoa”. Alguns autores descrevem elementos primordiais que estimulam o processo de aprendizagem do indivíduo no ambiente organizacional. O Quadro 1 reúne alguns desses principais elementos.

Quadro 1 - Elementos e características da aprendizagem organizacional.

Elementos Características Autores

Competitividade

O termo aprendizagem organizacional se relaciona ao gerenciamento do conhecimento em uma base global, visando atingir maiores graus de competitividade.

Ichijo e Nonaka (2007)

Mudanças organizacionais

A aprendizagem nas organizações ocorre quando se verifica mudanças que se relacionam a atender expectativas dos clientes internos, externos e de outras variáveis ambientais.

Kuntz e Gomes (2012)

Fatores motivacionais

O processo de aprendizagem é impulsionado por fatores motivacionais ligados à cognição, à afetividade e à sociabilidade. Godoi et al. (2011); Piaget (1978) Aprendizagem em grupo

O aprendizado deixa de ser individual e passa a ser compartilhado por outras pessoas da organização, enaltecendo-se aqui, a importância da aprendizagem em grupo.

Bido et al. (2010)

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O quadro mostra alguns dos elementos fundamentais para a construção da aprendizagem no ambiente organizacional. É importante ressaltar que a competitividade se mostra relevante quando associada à ideia de que o conhecimento gera valor para a organização e consequentemente vantagem competitiva diante da concorrência.

Outro elemento muito importante são os fatores motivacionais, ou seja, quando estimulado, o indivíduo tende a produzir com mais entusiasmo e, de modo consequente, obter melhores resultados. À vista disso, passaremos a falar sobre estratégias que estimulam o processo de aprendizagem do homem.

2.1.2 Estratégias de aprendizagem

Pesquisadores sugerem que é possível ajudar às pessoas a exercerem mais controle e reflexão sobre seus próprios processos de aprendizagem através do ensino de estratégias de aprendizagem. Por conseguinte, o papel que as estratégias de aprendizagem efetuam tem sido cada vez mais reconhecido pelos educadores,

tanto para uma aprendizagem efetiva quanto para a auto-regulação

(BORUCHOVITCH, 1999).

As estratégias de aprendizagem são técnicas utilizadas pelo aprendiz com a intenção de facilitar o processo de aquisição, memória, recuperação e aplicação do conhecimento. Elas podem ser espontâneas ou sistemáticas, quando o indivíduo utiliza ações específicas para tornar o processo de aprendizagem mais fácil, rápido, prazeroso e efetivo para si próprio (BORUCHOVITCH, 1999). Segundo Mantovani et al (2017) esses mecanismos são definidos como estratégias pois são “movimentos conscientes” do indivíduo com a finalidade de alcançar seus objetivos e gerenciar sua aprendizagem.

Veja o que diz Mantovini et al (2017, p. 295) sobre os processos, estratégias e estilos de aprendizagem

O processo de aprendizagem é complexo e não linear e envolve diversas conexões [...] o ensino tem como objetivo guiar o aprendiz em seu processo de aprendizagem fazendo uso de teorias pedagógicas e técnicas diversas (chamado de plataforma pedagógica). As estratégias de aprendizagem variam de indivíduo para indivíduo, podem mudar ao longo do tempo e possuem forte relação com os estilos de aprendizagem do aprendiz. Os estilos de

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aprendizagem, por sua vez, representam as preferências individuais na representação e organização da informação aprendida. Eles podem ser plurais e possuem certa estabilidade, ou seja, não se alteram de forma dinâmica.

Neste projeto apontaremos quatro tipos de estratégias de aprendizagem citadas por diferentes autores e utilizadas com o propósito básico de facilitar a aquisição, o armazenamento e a disseminação do conhecimento. São elas: 1) estratégias cognitivas; 2) estratégias metacognitivas; 3) estratégias primárias; 4) estratégias de apoio.

Para Dembo (1994, citado por Boruchovitch, 1999) as estratégias cognitivas se referem a comportamentos e pensamentos que instigam o processo de aprendizagem possibilitando o armazenamento do conhecimento de forma mais eficiente, enquanto que as estratégias metacognitivas são consideradas procedimentos que o indivíduo usa para planejar, monitorar e regular o seu próprio pensamento.

Dansereau e colaboradores (1979 apud Boruchovitch, 1999) julgam necessário diferenciar estratégias primárias das estratégias de apoio.

Para esses pesquisadores, as estratégias primárias são as destinadas a ajudar o aluno a organizar, elaborar e integrar a informação. As estratégias de apoio, por sua vez, são responsáveis pela manutenção de um estado interno satisfatório que favoreça a aprendizagem. Apesar das distinções mencionadas, o termo estratégias de aprendizagem vem sendo amplamente utilizado num sentido que inclui todos os tipos de estratégias (cognitivas, metacognitivas, primárias e de apoio).

Por fim, outro artifício que se encontra positivamente associado à aprendizagem bem-sucedida são os computadores juntamente com a internet. Tais mecanismos desencadeiam competências para uma aprendizagem de alta qualidade, sendo apontados por gestores e educadores como úteis para o ensino de estratégias tanto no âmbito organizacional quanto na educação, pois possuem características particulares, como: a) planejamento e revisão das decisões; b) interação dinâmica entre os objetos de conhecimento e o aprendiz; e c) maiores possibilidades de adquirir novos meios de gestão do conhecimento (MARTINS e ZERBINI, 2014).

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Resumindo este subtópico, as estratégias de aprendizagem consistem nas opções que o indivíduo ou a organização faz diante dos mecanismos que facilitam o processo de aquisição, guarda e disseminação da informação. Todavia, são técnicas passíveis de sofrer alterações ao longo do tempo. Além disso, é importante ressaltar que não há uma classificação das melhores estratégias a serem utilizadas, pois as mesmas são relativas ao contexto em que a organização e os indivíduos estão inseridos.

2.2 Tecnologia da Informação (TI)

É de conhecimento geral que atualmente as organizações públicas ou empresas privadas não sobrevivem sem o uso da Tecnologia da Informação. Atrelado a essa tecnologia, encontram-se os computadores como ferramentas altamente competentes para a captura, armazenamento e processamento de dados, além da realização de atividades rotineiras.

Atrelado a isso, como descrito por Taiti (2000, p. 29) “para o uso adequado dos computadores é necessário, além de aparato tecnológico e recursos humanos qualificados, metodologias de planejamento e de desenvolvimento de sistemas que atendam às expectativas da organização”.

Diante desse contexto o uso da TI promove o efetivo processamento das informações para as organizações em tempo hábil e com qualidade, tornando o processo de tomada de decisão mais ágil e os sistemas de informações gerenciais mais adequados às necessidades da organização (TAIT, 2000).

Em Rezende (2008, p. 53) vamos encontrar o seguinte conceito sobre TI:

[...] recurso tecnológico das organizações privadas ou públicas, para guarda, geração e uso da informação e do conhecimento que contempla os componentes: hardware e seus dispositivos e periféricos; software e seus recursos; sistemas de telecomunicações; gestão de dados e informações. Todos estes componentes interagem e necessitam do componente fundamental que é o recurso humano, peopleware ou humanware. Embora conceitualmente esse componente não faça parte da tecnologia da informação, sem ele esta tecnologia não teria funcionalidade e utilidade.

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Seguindo o pensamento do autor, o recurso humano necessita ser trabalhado para acompanhar as inovações tecnológicas no ambiente geral, considerando que a TI avança progressivamente nas instituições e fora delas.

Fresneda (1998) defende a ideia básica de utilizar a TI como um agente ativo no processo de transformação de uma organização pública com o objetivo de quebrar a estrutura e cultura burocráticas, características comuns à maioria das organizações públicas, esperando transformá-las em organizações mais efetivas e eficientes.

O mesmo autor fala do arcabouço metodológico proposto de uso de TI, no processo de transformação de organizações públicas, baseando-se principalmente nos seguintes pontos: a) orientação para o cliente; b) simplicidade; c) foco em poucos alvos de mudança.

Para que um processo de transformação efetivo aconteça em uma organização pública, é imperativo que seus clientes (atuais e potenciais) sejam considerados os maiores interessados no mesmo. Isto significa que é necessário trazer para a área pública, com as devidas adaptações, as estratégias, métodos e processos similares àqueles utilizados por organizações privadas para ganhar e manter clientes satisfeitos com seus produtos e serviços.

Outra característica deste arcabouço metodológico é a simplicidade. Esta característica é importante, porque para a sua disseminação e aplicação em várias organizações públicas será necessária uma explanação para outros agentes de mudança, que irão executar projetos similares de transformação de suas organizações. Quanto mais simples o arcabouço metodológico proposto, mais fácil será de ser entendido por terceiros, maior será sua atratividade para os executivos das OP´s* (facilita a venda política da mudança), e, menos complicado para implementar.

Como um corolário do princípio anterior (simplicidade), a proposta metodológica deve focar “poucos alvos de mudança”, mas que sejam importantes e poderosos para quebrar a cultura e a estrutura burocrática de organizações públicas. (FRESNEDA, 1998, p. 73).

Assim, entende-se por TI toda a estrutura de componentes físicos (hardware) capazes de possibilitar o processamento de dados, no entanto, torna-se importante ressaltar que a TI está fortemente ligada com os Sistemas de Informação e as atividades de negócios organizacionais, pois é a partir da ligação entre esses dois fatores que acontece o tratamento sistematizado das informações.

*O autor utiliza a sigla OP’s para se referir a Organizações Públicas (FRESNEDA, 1998, p.

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2.3 Sistemas de Informação (SI)

Inicialmente é torna-se importante destacar que em muitas pesquisas Sistemas de Informação e Tecnologia de Informação são tratados como termos semelhantes. Convém esclarecer que os dois termos têm conceitos independentes, mas são extremamente ligados quanto à sua operacionalização. Nesta pesquisa, as duas expressões são utilizadas distintivamente, considerando uma maneira mais simples de compreendê-las.

Sabe-se que a informação nos dias de hoje tem um valor altamente relevante e representa grande poder para quem a possui, seja pessoa ou instituição. Ela está presente em todas as atividades que envolvem pessoas, processos, sistemas, recursos financeiros, tecnológicos dentre outros, por isso seu valor significativo (ABREU e REZENDE, 2010).

Já dizia Rezende (2008) que as organizações não atuam nem sobrevivem sem informações. Logo, entende-se a necessidade de que elas sejam inteligentes, frente às mudanças constantes do meio ambiente externo e interno, fazendo com que as mesmas também se modifiquem e requeiram planejamento das suas informações auxiliadas pelos SI.

O mesmo autor também afirma que a evolução dos SI aperfeiçoou o uso e disseminação das informações. Contudo, não se pode ignorar os problemas que ainda ocorrem, como os relativos à segurança e à integridade dos dados; resistência às mudanças por parte dos funcionários; redundância de informações; entre outros.

Os SI tiveram sua evolução ao longo do tempo entrando para o campo das tecnologias que abrem caminho para o desenvolvimento das organizações e reformulações das maneiras de tratar a informação.

Dentre as etapas que caracterizam esse processo histórico, destacam-se: a) a operacionalização das tarefas rotineiras; b) a integração entre os vários SI na empresa; c) a informação como recurso estratégico e seu uso para alcançar vantagem competitiva. Sendo acrescentado em cada uma delas aspectos significativos enfatizando a necessidade de seu planejamento e a integração com a TI e o envolvimento no ambiente organizacional (TAIT, 2000). Do ponto de vista de Rezende (2008) existe um ciclo evolutivo dos SI, que contempla formas distintas relativas ao contexto do tempo.

(23)

A classificação dos sistemas de informação segundo o ciclo evolutivo contempla os sistemas nas formas: manuais; mecanizados; informatizados; automatizados; e gerenciais e estratégicos. Os sistemas de informação mecanizados dizem respeito aos sistemas que utilizam os recursos da tecnologia da informação de forma mecânica, ou seja, sem valor agregado. Os sistemas de informação informatizados dizem respeito aos sistemas que utilizam os recursos da tecnologia da informação de forma inteligente e com valor agregado (REZENDE, 2008, p. 52).

Já para Laudon e Laudon (1996) apud Tait (2000), os SI podem ser classificados de acordo com sua finalidade. Assim, tem-se: sistemas de nível operacional; sistemas de nível de conhecimento; sistemas de nível gerencial e sistemas de nível estratégico. A Figura 2 ilustra a classificação dos SI de acordo com o pensamento dos autores.

Figura 2 – Níveis dos Sistemas de Informação

Fonte: Elaborada pela autora (2017) de acordo com Laudon e Laudon (1996) apud Tait (2000).

Em vista disso, entendem-se os níveis de classificação dos SI como uma hierarquia, assim como ocorre nas organizações públicas e empresas privadas. O nível estratégico é responsável pelo planejamento das atividades; o nível gerencial encontra-se no controle das tomadas de decisão e observação das ações estabelecidas, enquanto que o nível operacional está orientado para os

Estratégico

•Auxiliam o gerente senior a planejar suas atividades e suportam planejamento a longo prazo.

Gerencial

•São projetados para monitoração, controle, tomada de decisão e atividades administrativas dos gerentes médios.

Conhecimento

•Têm como finalidade auxiliar a integrar novos conhecimentos e os negócios e auxiliar a controlar o fluxo de papeis.

Operacional

•Monitoram as atividades e transações elementares da organização, direcionados aos procedimentos ditos rotineiros.

(24)

procedimentos rotineiros. Tem-se ainda um quarto nível (na imagem, ilustrado acima do nível operacional): os sistemas por níveis de conhecimento, que promovem a integração de novos conhecimentos com os negócios da organização, além de controlarem o número de papéis.

Na próxima seção serão apresentados os métodos e técnicas da administração aplicadas neste projeto, bem como o roteiro da ação de intervenção.

(25)

3 METODOLOGIA

Com a finalidade de descrever com o máximo de clareza possível as principais características deste projeto, foi aplicada a ferramenta 5W2H, que caracteriaza a ação de intervenção da seguinte forma: o que foi feito (what); os motivos que justificam a realização da atividade (why); onde ocorreu (were); em qual período de tempo (when); quem foi o reponsável (who); como foi realizada (how); e os custos relativos a ação de intervenção (how much). O Quadro 2 ilustra a caracterização do projeto com base nessa ferramenta.

Quadro 2 – Métodos e técnicas utilizadas na intervenção

Plano de Ação – 5W2H

WHAT (O quê?)

Capacitação tecnológica de Agentes Comunitários de Saúde sobre o sistema e-SUS/AB PEC.

WHY

(Por quê?) Pela ausência de habilidades tecnológica dos profissionais. WERE

(Onde?) Setor saúde do município de Parelhas∕RN. WHEN

(Quando?) Março a Agosto de 2017. WHO

(Quem?) Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. HOW

(Como?) Através de uma oficina de capacitação tecnológica. HOW

MUCH (Quanto?)

Os materiais utilizados para elaboração e execução da oficina foram doados por parcerias externas, isto é, não houve custos financeiros para a UFRN.

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

O Quadro 3 descreve as principais etapas da ação de intervenção elencando na forma de tópicos os conteúdos que foram abordados durante a capacitação.

(26)

Quadro 3 – Roteiro da ação de intervenção

Horário Descrição das Atividades

07:00 às 07:30

 Credenciamento dos participantes;

 Entrega de materiais didáticos da oficina.

07:30 às 09:30

Abertura da oficina:

 Apresentação do dirigente;

 Dinâmica de reflexão;

 Exposição dos tópicos a serem abordados durante a oficina;

 Explanações gerais sobre o tema;

 Apresentação do conteúdo da “Ficha de Cadastro Domiciliar e Territorial” e “Ficha de Cadastro Individual” – módulo CDS e PEC;

Lembrando que o conteúdo das apostilas entregues aos participantes correspondia ao conteúdo da apresentação dos slides para que todos acompanhassem de forma detalhada as informações repassadas pelo dirigente da oficina.

09:30 às

09:45  Coffee Break. 09:45 às

11:00

Continuidade das atividades:

 Apresentação da “Ficha de Visita Domiciliar” e “Ficha de Atividade Coletiva” – módulo CDS e PEC.

11:00

Encerramento:

 Discussão do conteúdo exposto durante a oficina – momento para tirar dúvidas e fazer demais comentários sobre o tema;

Feedback das atividades – os participantes relatam os pontos fortes e fracos da oficina, dando sugestões de melhoria, elogiando etc;

 Entrega de lembrancinha como forma de parabenizar antecipadamente os profissionais pelo dia do Agente Comunitário de Saúde.

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

O público alvo foi dividido em duas turmas – Turma I e Turma II – a divisão aconteceu por que o número de computadores no laboratório de informática era inferior à quantidade de participantes. Assim, dividiu-se os elementos em dois grupos, sendo o primeiro formado pelos indivíduos que revelaram ter mais dificuldades em relação ao sistema e o segundo formado pelos profissionais que afirmaram ter mais experiência diante dos aparelhos eletrônicos. A Turma I contemplava profissionais da zona rural e urbana, e teve a oficina realizada no primeiro dia, por conseguinte, foi realizada a oficina para a Turma II, que contemplava um número maior de pessoas.

(27)

4 CENÁRIO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO

Neste momento do trabalho serão apresentas as principais descrições do local onde foi realizada a ação de intervenção; suas principais características; bem como a descrição dos atores envolvidos no ambiente de realização do projeto.

4.1 Caracterização do objeto de intervenção

O município de Parelhas está localizado na Região Seridó do Estado do Rio Grande do Norte a 240 quilômetros de distância da capital, Natal. Com uma área de 513,507Km², onde estima-se nos dias atuais uma população de 21.699 habitantes (IBGE, 2017).

Sobre a rede de assistência à saúde o município dispõe na zona urbana de 01 Hospital, 01 Maternidade, 01 Policlínica, 08 Postos de Saúde, 01 Unidade Móvel de Nível Pré-Hospitalar na Área de Urgência (SAMU).

O Hospital Dr. José Augusto Dantas funciona com atendimento médico-ambulatorial às vinte e quatro horas, prestando atendimento de urgência e emergência, internamento nas clínicas médica e pediátrica, serviço de patologia clínica, radiologia, nutrição e eletrocardiograma. Dispõe de uma Farmácia Básica Interna que encontra-se funcionando regularmente.

A Maternidade Dr. Graciliano Lordão é uma Unidade filantrópica que oferece serviços de cirurgias gerais e obstetrícia. Já a Policlínica, além de oferecer serviços de assistência básica, oferece atendimento de média complexidade como consultas de psiquiatria, fonoaudiologia e odontologia.

Em relação à psiquiatria, o município dispõe do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Tipo I, oferecendo serviços psicoterapêuticos, atendendo à população própria e à referenciada, com dispensação de medicamentos no próprio estabelecimento.

De acordo com a demanda populacional o número de Postos de Saúde existentes na zona urbana é insuficiente, no entanto, a Secretaria Municipal de Saúde está constantemente trabalhando para viabilizar recursos para reestruturar e ampliar estes postos.

Na zona rural há 02 Postos de Saúde habilitados no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES) e 07 pontos de apoio, funcionando regularmente,

(28)

prestando serviços de atenção básica. O município tem ainda 01 Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) Tipo I e 01 Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) Tipo II.

Tomando por foco os ACS, a capacitação tecnológica foi desenvolvida para 49 profissionais que utilizam fichas de cadastro territorial e individual, atividade

coletiva e visita domiciliar do e-SUS que realizam o CDS – um dos componentes da

estratégia e-SUS AB, adequada para UBS com cenários sem informatização.

O objetivo é ser uma estratégia de preenchimento de fichas que coletam dados de cadastros, visitas domiciliares, atendimentos e atividades desenvolvidas pelas equipes de AB. Esses dados devem ser digitados no CDS offline ou PEC e, posteriormente, enviados para o SISAB por meio do PEC com conectividade.

Dentre as funções dos ACS destacam-se: cadastramento de domicílios e moradores das microáreas que os mesmos são responsáveis e atendimento domiciliar para acompanhamento das demandas da família – feito periodicamente.

4.2 Fragilidades e oportunidades percebidas

Nesta seção será apresentada pequena análise dos pontos fortes e fracos com base no modelo SWOT que se trata de uma ferramenta estrutural da administração com a finalidade de analisar os ambientes internos e externos da organização.

Como a pesquisa não foi desenvolvida em uma instituição específica, mas

sim no setor da saúde, de modo geral – focando apenas um público alvo (Agentes

Comunitários de Saúde) – fez-se uso da Análise SWOT em relação às UBS, local

onde os ACS estão lotados. As forças (strengths), fraquezas (weaknesses), oportunidades (opportunities) e ameaças (threats) são ilustradas na Figura 3.

(29)

Figura 3 – Análise SOWT

Fatores Positivos Fatores Negativos

In te rn a ( o rg a n iz a çã o ) E xt e rn a ( a m b ie n te )

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Dentre os principais fatores positivos tem-se o número completo de ACS compondo as equipes de trabalho, favorecendo assim, a divisão das microáreas. O município também conta com profissionais qualificados em desempenhar as funções de controle e operação dos sistemas a nível local, cumprindo legalmente os prazos de envio das informações. Esses profissionais estão lotados na secretaria de saúde e são encarregados de compilar as informações locais e enviá-las à base nacional do e-SUS.

Já as fragilidades preocupam o cenário da conjuntura atual, pois há uma forte resistência por uma determinada parte dos ACS em informar os atendimentos usando o sistema eletrônico, problema decorrente do número insuficiente de equipamentos (computadores e tablets) nas unidades de saúde e à falta de qualificação dos profissionais frente aos aparelhos tecnológicos. Frente a essas fraquezas, há as exigências do Ministério da Saúde em informar os atendimentos com rapidez e eficiência, do contrário, pode haver corte de recursos financeiros para as equipes de trabalho.

 Equipes completas;

 Computadores com acesso à internet instalados nas UBS;

 Profissionais interessados em aprender e exercer suas funções com qualidade.

 Mão-de-obra não qualificada;

 Não há treinamento específico;

 Insuficiente número de computadores nas UBS;

 Desinteresse por determinada parte dos profissionais em utilizar aparelhos eletrônicos.

 Assistência técnica qualificada;

 Início de gestão.

 Corte de recursos financeiros para as equipes de trabalho cujas informações não sejam transmitidas ao Ministério da Saúde no prazo estabelecido e de forma correta.

(30)

4.3 Caracterização dos sujeitos

Os dados primários deste trabalho foram coletados com aplicação de questionários junto aos ACS, enquanto os dados secundários foram levantados através de pesquisas bibliográficas baseadas em material já publicado e acessível ao público geral, tais como, livros, jornais, revistas, redes eletrônicas, entre outros (VERGARA, 2000).

Os questionários foram aplicados no período de 24 de julho a 04 de agosto de 2017. Cada Enfermeiro ficou sob a responsabilidade de aplicar os questionários aos ACS de sua unidade de saúde seguindo um conjunto de questões previamente definidas e estruturadas entre informações básicas (idade, escolaridade, tempo de serviço no município) e informações de caráter profissional (tipos de fichas utilizadas, motivação frente aos aparelhos eletrônicos).

Ao todo participaram da coleta de dados 43 (quarenta e três) ACS, distribuídos entre as 08 unidades de saúde do município. O Quadro 4 mostra a caracterização dos sujeitos.

Quadro 4 – Informações básicas dos sujeitos

Idade 21 a 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos Mais de 50 anos

01 17 15 10

Escolaridade

Ensino

Fundamental Ensino Médio Ensino Superior Não Informou

03 35 04 01

Tempo de Serviço no

Município

Até 01 ano 11 a 20 anos Mais de 20 anos Não informou

01 35 06 01

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Percebe-se que maior parte dos ACS interrogados possui idade entre 31 (trinta e um) e 40 (quarenta) anos, escolaridade média e trabalham de 11 (onze) a 20 (vinte) anos no município. Tempo consideravelmente longo sem a realização de capacitações de profissionais na área.

(31)

4.4 Dificuldades enfrentadas pelos sujeitos

A segunda parte do questionário continha perguntas de caráter profissional e os ACS responderam conforme mostra o Quadro 5.

Quadro 5 – Informações gerais dos sujeitos

Fichas utilizadas pelo profissional Cadastro Domiciliar e Territorial Cadastro Individual Visita Domiciliar Atividade Coletiva 43 43 43 34

Quais fichas o(a) Sr.(a) sente mais dificuldade em preencher?

Cadastro Domiciliar e Territorial Cadastro Individual Visita Domiciliar Atividade Coletiva 13 11 16 21

No seu local de trabalho existe computador com acesso a internet?

Sim Não

33 10

O(a) Sr.(a) tem experiência com uso de computador?

Sim Não Não Informou

25 17 01

O(a) Sr.(a) digita ou já digitou sua produção no sistema?

Sim Não

38 05

Quem é o atual responsável pela digitação da sua produção?

Secretaria de Saúde Próprio Profissional

08 35

Qual sua motivação frente aos aparelhos eletrônicos?

Tenho Interesse

Não Tenho

Interesse Não Informou

39 03 01

O(a) Sr.(a) tem interesse em participar de uma oficina sobre o e-SUS AB/PEC?

Sim,

Bastante Não Muito Não Tenho Interesse

40 03 00

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Finalizando o roteiro do questionário, havia um espaço na folha para que os sujeitos tivessem a oportunidade de destacar sugestões, reclamações, observações e demais comentários que julgassem importantes para o momento.

Alguns ACS demonstraram profundo ressentimento diante à falta de aparelhos eletrônicos em quantidade suficiente nas UBS. Segundo um ACS “tem que haver mais computadores para digitação, existe apenas um computador para todos os profissionais”. Outro levantou a seguinte observação “gostaria que

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houvesse uma capacitação para ampliar nossos conhecimentos, e que se possível, providenciassem tablets para melhorar nosso trabalho enquanto ACS”. Um colega da mesma unidade de saúde comentou “quero um tablet com urgência para facilitar ainda mais nosso trabalho”.

As UBS do município disponibilizam computadores com acesso à internet aos servidores que nelas atuam, porém, a maioria só possui um aparelho destinado a todos os usuários, número relativamente baixo diante à quantidade de profissionais por estabelecimento.

Outro descontentamento evidenciado nos questionários foi em relação à operação do próprio sistema e-SUS∕AB PEC, principalmente no que diz respeito à reorganização ou modificação de produções digitadas e enviadas à base de dados central, surgindo inúmeras dificuldades em uma posterior localização dos procedimentos realizados. Denotam também a mínima experiência acerca do uso de computadores, sobretudo o acesso à internet, que reiteradamente apresenta instabilidade e lentidão, comprometendo o desempenho na consolidação das informações obtidas.

Com referência às fichas de coleta de informações, revelam que as impressas são diferentes daquelas apresentadas no sistema, acrescentando ainda que desconhecem sua localização de arquivamento.

Isso ocorre devido ao fato de que o sistema passa, periodicamente, por atualizações. Portanto, as fichas impressas devem seguir as adequações do sistema

online, tanto na sua estrutura como nas informações ali apresentadas, sempre

disponibilizadas através do Portal da Saúde para download gratuito.

Quando abordados sobre o interesse em participar de uma oficina sobre o sistema e-SUS∕AB PEC um ACS respondeu “tanto tenho interesse como temos dúvidas sobre a produção que digitamos, pra onde essa produção é enviada e se é enviada de certeza”.

Os questionamentos foram importantes para que as principais dúvidas fossem discutidas e esclarecidas no momento da capacitação. Assim, o foco da oficina seria naquilo que eles sentem mais dificuldade e interesse em aprender.

(33)

5 METAS

Considerando que há 49 ACS cadastrados no município de Parelhas, distribuídos em 08 unidades de saúde (CNES, 2017), foi estipulada uma meta de profissionais para participarem da capacitação tecnológica, no entendo, nada impedia a participação total dos ACS do município.

Logo, o trabalho teve como objetivo principal qualificar profissionais para melhorar a prestação de serviços e, como meta, atingir um número mínimo de 24 profissionais na capacitação.

Tendo em vista que há entre 04 e 07 ACS por estabelecimento, definiu-se que de cada unidade de saúde seria fundamental a participação mínima de 03 profissionais, ou seja, o equivalente a aproximadamente 49% do total. Com essa meta também se espera a redução significativa do número de ACS que levam fichas para a secretaria. A Tabela 1 descreve esse quantitativo.

Tabela 1 – Definição quantitativa de metas

Meta Quantitativa Nº total de ACS Nº total de estabelecimentos Nº de ACS por estabelecimento

Meta de ACS por estabelecimento

Estimativa total do nº de participantes

49 08 De 04 a 07 03 24

Tabela 1 Elaborado pela autora (2017).

Vale salientar que, atualmente, a secretaria de saúde é responsável pela digitação da produção de 14 ACS – todos lotados nos postos da zona rural. O motivo que leva alguns desses profissionais a não digitarem suas produções é a ausência de computador com internet nos postos de apoio das comunidades rurais –

lugar onde as atividades são realizadas – além da falta de habilidade profissional na

(34)

6 RECURSOS NECESSÁRIOS

Os recursos empregados no desenvolvimento do projeto se dividiram em:

 Recursos humanos: referem-se às pessoas envolvidas direta ou indiretamente no trabalho.

 Recursos materiais: referem-se aos instrumentos empregados no trabalho.  Recursos financeiros: custos referentes à ação de intervenção.

O Quadro 6 descreve de maneira detalhada esses recursos.

Quadro 6 – Recursos utilizados na ação de intervenção

Recursos Descrição das Atividades

Humanos

 Corpo docente da UFRN (coordenadora do curso de especialização em Administração Pública e professor orientador do projeto de intervenção);

 Corpo discente (aluna responsável pelo desenvolvimento do projeto).

 Elementos externos: público alvo do projeto (ACS); operador de sistemas e auxiliar de serviços gerais da secretaria municipal de saúde.

Materiais

 Livros, artigos, internet, computadores, pendrive, projetor, impressora, folhas, apostilas, canetas, blocos de anotações, pastas e demais utensílios utilizados durante elaboração do projeto e execução das atividades.

Financeiros Todos os materiais utilizados foram doados por parcerias externas. Fonte: Elaborado pela autora (2017).

(35)

7 CRONOGRAMA

O cronograma é elaborado com a intenção de estabelecer qual o tempo necessário, aproximadamente, para desenvolver cada etapa do projto, ou seja, discriminar quantas semanas ou meses serão destinados a cada etapa. Segundo Vergara (2000, p. 63) “refere-se à discriminação das etapas do trabalho com seus respectivos prazos”.

A seguir, serão descritas as etapas deste trabalho. Lembrando que as mesmas não seguiram uma sequência subordinada, ou seja, para a execução de algumas etapas não era preciso a conclusão da anterior. Por exemplo, para a realização da terceira etapa não era necessário a conclusão da segunda, da mesma forma que ambas poderiam acontecer no mesmo período de tempo.

1ª Etapa: Elaboração do projeto de interveção

 Escolha do tema, problemática, objetivos e descrição da organização/setor a

ser trabalhado.

 Entrega e apresentação do projeto como requisito parcial para obtenção da nota da disciplina METODOLOGIA DA PESQUISA I INTERVENÇÃO NO SETOR PÚBLICO.

2ª Etapa: Conclusão do projeto de intervenção

 Elaboração da introdução, revisão da literatura, metodologia, cenário do projeto de pesquisa, metas, recursos necessários, cronograma, proposição de monitoramento e avaliação, resultados e demais tópicos abordados neste trabalho.

 Entrega e apresentação do trabalho como requisito parcial para obtenção da

nota da disciplina METODOLOGIA DA PESQUISA II INTERVENÇÃO NO SETOR PÚBLICO.

(36)

3ª Etapa: Planejamento da aplicação do projeto de intervenção

 Planejamento e discussão das atividades junto à gestão municipal;

 Coleta dos dados: elaboração e aplicação dos questionários;

 Tratamento das informações coletadas;

 Elaboração do material a ser utilizado: apostilas, apresentação dos slides, confecção de lembrancinhas, dentre outros.

4ª Etapa: Aplicação do projeto de intervenção

 Realização da ação de intervenção.

5ª Etapa: Considerações finais

 Elaboração das considerações finais;

 Adequação do trabalho às normas da ABNT;

 Entrega do trabalho final à coordenação do curso.

O Quadro 7 mostra as etapas desenvolvidas ao longo da projeto e seus respectivos prazos.

Quadro 7 – Cronograma das atividades

Etapas do Projeto de Intervenção Prazos Nov 2016 Dez 2016 Abr 2017 Mai 2017 Jun 2017 Jul 2017 Ago 2017 Set 2017 Out 2017 1ª Etapa x x 2º Etapa x x x x x x x 3ª Etapa x x 4ª Etapa x 5ª Etapa x x

(37)

8 PROPOSIÇÃO DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

Aqui serão mostradas as previsões de estratégias de monitoramento da execução e avaliação da ação de intervenção, de modo a identificar às necessidades que surgirem, medidas corretivas e garantir a efetividade do projeto.

Neste caso, o acompanhamento destinado para verificar se a intervenção surtiu efeito foi feito através do sistema e-SUS online, por meio da emissão de relatórios. Assim, o gestor municipal e os próprios ACS podem acompanhar a quantidade e o tipo de atendimento prestado durante o período de tempo que escolher. Mas isso só é possível se a produção for digitada no sistema.

Foi verificado, in loco, os profissionais que deixaram de levar fichas de atendimento para a secretaria de saúde. Tal comportamento foi percebido após a realização da capacitação, pois alguns ACS passaram a digitar a produção nas unidades de saúde ou até mesmo na própria residência.

(38)

9 RESULTADOS OBTIDOS

Antes de se passar a discussão dos resultados obtidos, apresentar-se-á por meio do Quadro 8 os principais frutos que caracterizam a ação de intervenção. Após a apresentação, discutiremos a respeito dos mesmos.

Quadro 8 – Resultados da ação de intervenção

Resultados

Satisfatórios Deficientes

Alcance em torno de 90% do número total de ACS.

Pouco tempo para discussão das informações durante a oficina.

Oficina sobre aplicabilidade do sistema. Lentidão do sistema devido ao grande número de acesso durante a capacitação.

Incentivo aos meios eletrônicos de informatização dos dados.

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

A oficina sobre aplicabilidade e importância do sistema e-SUS AB∕PEC teve aceitação de todos os participantes, que assistiram atentos aos vídeos e apresentações mostrados em sala, sempre enfatizando a relevância das funções do ACS e expondo informações relevantes para o trabalho dos mesmos.

Para maior credibilidade da intervenção, a oficina foi realizada no laboratório

de informática do Campus Avançado IFRN – instituição de ensino que sempre

acolheu os eventos do município com muita cordialidade. Havia à disposição dos participantes 30 computadores com internet além de uma ampla estrutura de salas, mesas, cadeiras, banheiros e espaços de convivência, o que favoreceu atratividade e conforto aos participantes.

Alguns ACS tiveram o primeiro contato com computador através da capacitação. Alegaram que não sabiam manusear as máquinas e, por isso, foi preciso um cuidado especial com alguns deles, o que levou um tempo consideravelmente longo da capacitação. Além disso, como havia um número

elevado de computadores conectados ao sistema – em torno de 23 máquinas em

cada dia – a plataforma e-SUS apresentou instabilidade e lentidão comprometendo

(39)

Diante a falta de tempo, alguns ACS chegaram a sugerir um novo encontro em outro momento para continuar as atividades. No entanto, a disponibilidade dos laboratórios era limitada, tendo de solicitar através de documento oficial uma nova data que não prejudicasse o horário habitual de aula dos alunos.

Para não comprometer as aulas da instituição e ao mesmo tempo promover uma oficina satisfatória, o roteiro da capacitação foi planejado para ocorrer em quatro horas, horário notável suficiente para apresentar o material elaborado. Porém, em decorrência dos atrasos, não houve tempo suficiente para tratar as dúvidas individualmente, ficando os participantes inteirados da disponibilidade da secretaria de saúde em esclarecer dúvidas e questionamentos.

Percebeu-se que a Turma I apresentou um número maior de interrogatórios, considerando-se o fato de ser formada pelos profissionais que revelaram ter mais dificuldades frente aos aparelhos eletrônicos. Por outro lado, a Turma II, mostrou-se mais atenta e posicionada diante dos questionamentos. Apesar disso, ambas manifestaram forte interesse no aprendizado o que evidencia um quadro de funcionários empenhados em suas responsabilidades.

A capacitação teve um alcance altamente satisfatório em relação ao número de participantes. Em geral, 44 ACS estiveram presentes durante o primeiro e o segundo dia de oficina, isto é, cerca de 90% do total de ACS. Atingiu-se, portanto, um número superior à meta estabelecida, que correspondia a 49% dos profissionais.

Por outro lado, com relação ao quantitativo de profissionais que não digitam as produções, a realidade não mudou muito, resultado proveniente da falta de computadores com internet nas unidades de saúde da zona rural o que inviabiliza a digitação das fichas no local de trabalho, fazendo com que alguns ACS levem as fichas para digitarem na própria residência, alegando ser mais tranquilo e confortável.

(40)

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos resultados obtidos em curto prazo, pode-se constatar que maior parte das metas estabelecidas no projeto de intervenção teve alcance altamente satisfatório. A ação trouxe significativos ganhos para o setor da saúde do município de Parelhas∕RN, dentre eles a possibilidade de reformulação das atividades geradas pelos ACS que depois de capacitados passaram a desempenhar melhor seu papel quando agente e disseminador de informações.

As produções, antes digitadas com dificuldades e dúvidas, ganharam um cuidado especial, pois os profissionais foram alertados da importância em informatizar os dados de forma verídica e correta. Isto é, não sendo permitida a informatização de elementos incertos. Dado que o sistema e-SUS∕AB PEC revela o quantitativo dos atendimentos prestados pela saúde do município de acordo com cada área de atuação, possibilitando o acompanhamento e controle desses atendimentos a nível local.

A ação contou com a participação de um número significativo de ACS. Todos empenhados em aprender um pouco mais sobre o trabalho e finalmente esclarecer as principais dúvidas a cerca do sistema.

Indiscutivelmente, o projeto também contribuiu para que muitos profissionais tivessem o primeiro contato com aparelhos eletrônicos e pudessem expressar suas dificuldades e ressentimentos quanto ao cargo que desempenham. A ocasião permitiu conhecer de perto a realidade dos profissionais e ouvir pessoas que trabalham há anos no município. Ocorreu, portanto, uma troca de experiências e informações que tornou o momento mais prazeroso e confortável para os participantes.

Muitos alegaram que a falta de suporte eletrônico (computadores, internet,

tablets) dificulta bastante o trabalho da maioria deles. Ficando as produções

atrasadas por falta de estrutura suficiente para atender as demandas.

Tal limitação prejudicou, em parte, o alcance das metas deste projeto, pois mesmo capacitados, alguns ACS – lotados na zona rural do município – continuaram levando a produção para a secretaria de saúde. Fato justificado devido à falta de computadores com internet nos postos de saúde, permanecendo as fichas sob a responsabilidade dos auxiliares administrativos.

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Espera-se que com a investidura em novos aparelhos eletrônicos, os dados sejam informados diretamente pelos ACS com maior rapidez, qualidade e facilidade. Além disso, esse investimento contribui tanto para o desempenho dos profissionais quanto para a efetividade do sistema em todas as unidades de saúde.

Finalmente, destaca-se que é possível o aprofundamento deste trabalho diante da grande massa de profissionais que atuam na área da saúde e utilizam o sistema e-SUS∕AB PEC. E depois, a informatização de dados é tema que se renova frequentemente nos dias atuais. Recomenda-se, portanto, estudos futuros com base neste projeto de intervenção, inclusive em outras localidades e com público alvo diferenciado.

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