DEPARTAMENTO
DE
ENGENHARIA
DE
PRODUÇÃO
E SISTEMAS
PROGRAMA
DE
PÓS-GRADUAÇÃO
EM
ENGENHARIA
DE
PRODUÇÃO
IDENTIFICAÇÃO
DOS
PRINCIAPAIS
FATORES
CAUSADORES
Do DESALINHAMENTO
ENTRE
ESTRATÉGIAS
EMPRESARIAIS
E
ESTRATÉGIAS
DE
~ r
TECNOLOGIA
DA INFORMACAO
UTILIZANDO
A
TECNICA
DEPLHI
Mestrando
:EVANDRO
BATTISTI
ARCHER
Orientador: Aline
França de Abreu,
Ph.D.Florianópolis
-
SC
~
IDENTIFICAÇAO
DOS
PRINCIPAIS
FATORES
CAUSADORES
DO DESALINHAMENTO
ENTRE
ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS
E
ESTRATÉGIAS DE
TECNOLOGIA
DA INFORMAÇAO
UTILIZANDO
A
TECNICA
DELPHI
Dissertação submetida ao
Programa
de Pós-Graduaçãoem
Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina para obtenção doGrau
de Mestreem
Engenharia.Florianópolis
-
SC
IDENTIFICAÇÃO
DOS
PRINCIAPAIS
FATORES
CAUSADORES
DO
DESALINHAMENTO
ENTRE
ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS
E
ESTRATÉGIAS
DE
TECNOLOGIA
DA INFORMACAO
UTILIZANDO
A
TECNICA
DEPLHI
Esta dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre, e aprovada
em
sua forma final peloPrograma
de Pós-Graduaçãoem
Engenharia deProdução
Prof.
Mcar~Bmcia,
Ph.D.Coordenador
Banca
Examinadora:9
Prof 3
ine ranç de
Abr
,Ph.D.~zX
1/1 , .__ "Prof. ejandro artins. od* es, Dr.
A ,
rw
K
S
que
você
querendoÀ
professora Aline França de Abreu, pela orientação e incentivo nas pesquisas, eacima de tudo, pelo apoio incansável nos
momentos
mais dificeis deste trabalho.À
UFSC,
pela oportunidade concedida para realização do curso deMestrado
em
Engenharia de Produção. -
À
secretariada Pós-Graduação
em
Engenharia de Produção e Sistemas e aoGrupo
dePesquisa coordenados pela professora Aline pela ajuda e paciência, V
Aos
estagiários Dorzeli eLeonardo
pelo apoio e companheirismo.À
colegaRuth
FerreiraRoque
pelo apoioem
momentos
críticos deste trabalho.Ao
colega Otávio Soares, pelaamizade
e ajuda concedida antes e durante estetrabalho. `
A
Aos
colegas especialistas que contribuíramcom
seus conhecimentos e experiênciascompondo
o grupo de pesquisa, e quesem
o apoio este trabalho não teria sidorealizado.
À
minha
mãe,uma
eterna educadoraque
nuncamediu
esforços para que seus filhos tivessemuma
boa
formaçao.À
minha namorada
Geruzza, pelo amor, paciênciaem
compreenderminhas
ausênciase apoio,
sem
os quais não teriachegado
aofim
deste trabalho.EÍ=1¡-‹¡-‹;.‹
LISTA
DE
FIGURAS
...LISTA
DE TABELAS
... ..LISTA
DE
QUADROS
... ..RESUMO
... ..ABSTRACT
... ._i.INTRoDUÇÃo
1.1.Tema
da Pesquisa ... .. 1.2. Objetivos da pesquisa ... .. 1.2.1. Geral ... .. 1.2.2. Específicos ... ._ 1.3. Justificativa ... .. L›~'-z>.`.¡=.;¡>'._ 2.FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
2.1.
Novo
panorama
organizacional frente à TI ... ..92.2.
Mudanças
de Perfil da área de TI ... .. 192.3.
Mudanças
de Perfildo
Profissional de TI ... ..272.4. Planejamento estratégico e estratégias ... ..33
2.4.1. Estratégias de Tecnologia da Informação ... ..37
2.5. Alinhamento estratégico ... ..4O 2.5.1.
A
questão do desalinhamento ... ..45 3.METODOLOGIA
' 3.1. Especificação do problema ... ..47 - 3.2. Delimitação da pesquisa ... ..48 3.3. Design da pesquisa ... ..49 V 3.4.Grupo
deamostragem
... ..49 -- 3.5. Limitações da pesquisa ... ..49 3.6.A
técnica delphi ... ..503.7. Aplicação da técnica delphi ... ..58
3.7.1. Resultados ... ..68
3.7.1.1. Resultados
do
primeiro round ... ..693.7.1.2.
Mudanças
a partir da interação feitano
primeiro round.72 3.7.1.3. Resultadosdo
segundo round ... ..764.
CONCLUSÕES
E
RECOMENDAÇÕES
4.1. Conclusões ... ..8O 4.2.Recomendações
... ..84 4.3. Considerações Finais ... ..85 5.REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
... ..87 6.ANEXOS
... ..95FIGURA
l-
Modelo
deSawyer
-
Processo de Criação de estratégias ... ..36FIGURA
2-
Representação doAlinhamento
Funcional ... ..43FIGURA
3-
Modelo
deAlinhamento
Estratégico ... ..44FIGURA
4-
Processo Delphi ... ..56LISTA
DE TABELAS
TABELA
l-
Resultado do 1°Round
em
ordem
decrescente de valor ... ..7lTABELA
2-
Resultado do 2°Round
em
ordem
decrescente de valor ... ..77TABELA
3-
Relação de Ocorrências por Nível de Importância (2°Round)...78LISTA
DE
QUADROS
QUADRO
l-
Vantagens e Desvantagens da Técnica Delphi ... ..54QUADRO
2-
Lista de Pesos ... ..58QUADRO
3-
ListaResumo
dos Fatores ... __59QUADRO
4-
Lista de Fatorescom
respectivas médias aritmét. do(R
1) ... ..70RESUMO
A
Tecnologia da Informaçao (TI)vem
promovendo
profundas alteraçoes na maneiracomo
os negócios são conduzidosno
mundo
todo.A
TI habilita novas formasde interação entre as empresas, seus_ clientes e fornecedores,
impondo
novascondições de competição
em
mercados
cada vez mais globalizados.Dependendo
da formacomo
for aplicada,pode
detenninar ganhadoresou
perdedores.O
ambienteem
que as empresas se encontram configura-se por períodos demudanças
cada vez maiscurtos e imprevisíveis. Produtos e serviços
possuem
cada vez maiscomponentes
deTI. Fora do
mundo
dos negócios, a TI estapromovendo
revoluções profundas nasinterações entre as pessoas e
no
seu estilo de vida,com
avanços que vão desde ocampo
da biogenética aocampo
do entretenimento.Para os propósitos deste trabalho, as pesquisas serão restritas ao escopo dos
negócios, mais especificamente ao âmbito das estratégias empresariais.
A
literatura apresentaum
distanciamento entre os planos das organizaçoes e os planos de TI, impactando negativamenteno
devido retorno sobre seu investimento.Quais são então os principais fatores deste distanciamento? Quais destes
fatores
possuem
maiorou menor
peso?Além
deuma
revisão da literatura sobre o tema, o trabalho procura identificaros principais fatores que contribuem para o desalinhamento entre estratégias
empresariais e estratégias de Tecnologia da Informação.
A
partir desta lista básica,encaminhou-se
uma
pesquisaem
nível nacional entreum
grupo de especialistas para confirmar estes fatores e ainda priorizá-los, criandouma
lista decrescentedo
fatorque
ABSTRACT
The
information technology (IT) is promoting deep changeson
how
business is beingconducted in the world. Information technology enables
new
ways of
interactionbetween
companies, their clients and their suppliers, imposingnew
companies
ruleson
globalized markets.Depending on
how
IT is used, can determinate winners andlooser.
The
companies` environment is configuredby
rapid and unpredictablechanges. Products and services have each time
more
components
of IT in them.Out
of business world, IT is promoting deep revolutions
on
people is life style, withimprovements from
biogenetic to entertainment.In spite of the IT use be increased considerably
on
last years, for the objectiveof this work, the research is restrict to business,
more
specifically for strategies`companies.
The
increasing of IT business application possibilities launch to the marketand to the companies a
new
challenge regarding thesenew
oppoitunities.Companies
must
has exploration and planning IT, with the goal ofmaking
better use of theirresources.
The
literature has presented a possible gapbetween
the organization`splans and IT plans, formal or informal, influencing negativity
on
the IT return. This divergence of planspromote
a draining ofmoney,
leaving to the directors doubts about the efficiency of these investments and the factors thatmay
explain thissituation are not so well understood. Therefore, this research based
on two
centralquestions:
Which
are themain
factors that explain this gap?Which
one these factors ismore
critical
companing
to others?Besides of a literature review about the subject and the exploration of this subject in
our country, the study aims to identify the
main
factors that contribute for the lack ofconvergence
between
business strategies and InformationTechnology
strategies.Using the Delphi technique
-
used a lot for exploration of questions that involve valueincreasing this lack of convergence
between
business and IT strategies.1.1
Tema
da
PesquisaAs
organizações continuamentebuscam
um
melhor ajuste entre suas operaçõesinternas
com
as reais necessidadesdo meio
ambienteem
que estão inseridas, através deuma
série de decisõestomadas
pelos seus dirigentes(ANSOFF,
1977).A
Tecnologia daInformação (TI)
vem
aumentando
sua participação quanto à responsabilidade na melhoriadeste ajuste entre organização e seu meio,
desempenhando
um
importante papel na gestãodas organizações dos anos 90.
Os
impactos vão das operações de chão de fábrica acomplexos
e sofisticados sistemas de apoio à decisão, que auxiliam os executivos asimularem cenários filturos aprimorando cada vez mais o processo de
tomada
de decisão.sé
/'
A
evolução dos recursos de TI e as
mudanças no
campo
das estratégiasempresariais estão exercendo forte pressão na
tomada
de decisão das empresas.Cabe
aos executivos das organizações e aos responsáveis pela gestão de TIbuscarem
uma
afinidade cada vez maior entre estratégias empresariais e de TI.No
entanto, o que setem
visto éuma
complexidade crescentena
tarefa de buscartal afinidade. Milhões de dólares são investidos
em
TIsem
dar o devido retorno aos seusinvestidores
(WANG,
1995;ROCKART,
1996).O
desafio para executivos dasorganizações e executivos de TI passa a ser a busca pela convergência entre as estratégias
de TI e de negócios
(HENDERSON,
1989).Desde
a introdução dos computadores, a TItem
prometido revolucionar aforma
como
as empresas operam, fornecendo informações corretas, às pessoas corretas eem
tempo
útil(MCGEE,
1994). Porém, muitas discussões sãopromovidas
baseadasem
reclamações de executivos
com
o retorno obtidoem
Tecnologia da Informação, frente aos valores respectivamente investidos.As
melhorias prometidas muitas vezes nãosaem da
fase de planejamento. Parece haver
um
clima conturbado,uma
espécie de “relação deamor
as promessas
em
termos dos ganhos a serem obtidoscom
soluções de TI eodeiam
oque
lhes é oferecido
(WANG,
1997).l
Em
muitos tipos deIndústrias a TI deve
desempenhar
um
papel estratégico.Deve
representar algo de valor para as organizações,
ou
seja, agregar valor aos seus produtose/ou serviços, tentando
promover vantagem
competitiva sobre seus concorrentesllA
tecnologia por si só,
sem
um
vínculo estreitocom
o negócio torna-se inviável para a grandemaioria das empresas. Apesar
no
cenário promissor, a realidade das empresasnem
sempre
condiz
com
as expectativas.A
afirmação abaixo édo
Presidente mundial da Shell erepresenta a visão que muitos executivos
têm
de sua área de TI:“A
informática éuma
pedra amarrado aomeu
pescoço. Gasto muito dinheirocom
ela, centenas de milhões de dólares, e não recebo nada de volta. Outro dia pedi a
meu
pessoaldo
departamento de informática queme
passasse a rentabilidade de cadaum
demeus
produtos e eles simplesmente disseram que não tinhamcomo
calcular isso”
(DONOVAN,
1997, p. 111).Muitas vezes os executivos simplesmente
afirmam
que a informação não chega atéeles,
ou
se chega, chega tarde demais para qualquer atitude eficaz.Vários artigos são escritos a respeito dos desperdícios
em
TI, dosmaus
resultadosalcançados
em
produtividade prometido,ou
das promessas não cumpridas de criação devantagem
competitiva, melhoria de produtos e serviços, dentre outros(MARKUS,
1997).Um
desencontro entre os interesses, valores e objetivos entre a área de TI edemais
áreas das organizações é apontado
como
um
dos principais fatores para estenão
cumprimento
de promessas(MEADOR,
1997).Muitos
responsáveis pelas questões-chavede
TI
julgam-se desqualificados para lidarcom
odinamismo do
ambiente de negócios oqual está inserido. Por sua vez, os gerentes de negócio às vezes
admitem pouco
conhecimento e dificuldadesem
especificar as suas reais necessidades deTI
para osnegócios
(DUTTA,
1996). Conflitos entre dirigentes das áreas de tecnologia e demais áreas expande a divergência entre planos empresariais e planos de Tecnologiada
Informação.Se
há cada vez mais inovações
no
campo
da
TIque provocam
profundasmodificações na
forma
como
os negócios são feitos, então geri-la deforma adequada
e voltada àorganização o qual está inserida parece ser a
melhor forma
de explorar 'suas potencialidades
(WALTON,
1993).A
“desconexão”, termo criado por Charles B.Wang (WANG,
1995, p. 1) pararepresentar as divergências entre planos de TI e de negócio, parece ter evoluído nos
últimos
30
anos.Wang
atribui estas divergências de planos à incompatibilidades entre os executivos empresariais e os administradores da TI.Segundo
ele, isto representaum
escoamentoenorme
de produtividade e competitividade nosEUA.
Muitos
autoresconcordam
que o investimentoem
TI nosEUA
não cumpriucom
o prometido(LUFTAMN,
1997). Apesar de investir bilhões de dólares naautomação
dos processosempresariais, a produtividade empresarial americana não galgou os níveis prometidos
(MCGEE,
1994;LUFTMAN,
1997).O
ritmo dasmudanças
em
TI e estratégias empresariais nos últimos anosvem
apresentando-seem
ciclos cada vez menores. Esta turbulência fazcom
que
as decisõesem
TI sejam cada vez mais dificeis.É
preciso encontraruma
forma
de nortear o planejamento de TI de acordocom
o planejamento empresaria1.'Esta questãovem
sendo discutida a muitotempo
nosEUA.
O
conceito de “alinhaniiiento”vem
sido desenvolvido por diversos autores(ROCKART,
1989;MORTON,
1991;MACDONALD,
1991;HENDERSON,
1996)desempenhando
um
papel central dentro da literatura de TI.A
IBM,
atravésdo
seuAdvanced
Business Instituteem
Palisades,NY, vem
pesquisando a questãodo
“alinhamento”
-
convergência entre os planos deTI
e de negócios-
há anos.Recentemente
a Universidade de Oxford, publicouuma
coletânea de artigos sobre alinhamentoem
informática(LUFTMAN,
1997). C.Lawrence
Meador
publicouum
artigosobre alinhamento de TI e estratégias empresariais
em
um
site da Internet(MEADOR,
1997). John
Henderson
e N.Venkatraman
também
publicaramum
artigocom
estemesmo
No
entanto,no
Brasil estetema
ainda possuipouca
bibliografia. Conversascom
alguns autores sobre o
tema
de planejamento de Tecnologia da Informação evidenciam adificuldade para tratar desta questão,
em
virtude de incompatibilidadena formação
dosexecutivos e a real importância da TI nos negócios.
Faz-se necessário portanto,
um
estudo destetema
para a modalidade brasileira, afim de explorar melhor estas divergências.
1.2 Objetivos
da
pesquisa1.2.1 Objetivo Geral
O
presente trabalhotem
por objetivo geral trazer à tona a questãodo
desalinhamento entre estratégias empresariais e estratégias de Tecnologia da Informação
(TI), identificando os principais fatores causadores
do
desalinhamento entre as estratégiasempresariais e de tecnologia da informação.
Através de revisão bibliográfica, pesquisa
com
dirigentes das organizações,consultores, integradores de sistemas e acadêmicos, pretende-se tornar
mais
claro osprincipais fatores que proporcionam o desalinhamento entre estratégias de
TI
é estratégiasempresariais, contribuindo assim para estudos fiituros, objetivando minimizar os
problemas decorrentes deste desalinhamento.
1.2.2 Objetivos Específicos
As
organizações precisam direcionarmelhor
seus investimentosem
TI, quer atravésde planos formais
ou
não, a fim depromover
um
melhor
retorno epromover
reaismelhorias
no
seu processo de gestão.A
TI deve se tornaruma
fonte de exploração paravantagem
competitiva das empresas(WANG,
1997;HATTORI,
1992;WALTON,
1993;0 Fazer
uma
revisão bibliográfica sobre o tema, transportando-o para a realidadedo
nosso país,com
o objetivo de identificar os principais fatoresque
contribuem para o desalinhamento de estratégias de
TI
e estratégias€I'l'1pI` CSaI`13lS;
0 Conduzir
uma
pesquisa comparticipantes quedetém
tanto conhecimento sobreas principais inovações e potencialidades da TI, quanto conhecimento das
questões inerentes ao
campo
de estratégias empresariais, objetivando:0 Envolver tanto teóricos quanto práticos na área de TI aplicada aos negócios apresentando casos práticos, a fim de minimizar a distância entre a teoria e
prática;
0 Apresentar a lista de fatores identificados na revisão da literatura,
procurando obter sugestões e críticas
com
o intuito de torná-la o maisconsistente e representativa possível da situação
do tema
em
nosso país,conduzindo a pesquisa entre
um
grupo de especialistas;0 Priorizar os fatores do desalinhamento através da pesquisa
mencionada
acima, a
fim
deconfirmar
a hipótese sobre os fatoresque
contribuem para o- desalinhamento
e tornar a lista priorizada
do
fator quemais
contribui para oque
menos
contribui para o desalinhamento;1.3
J
ustificativaNo
atual cenárioem
que
as empresas estão inseridas, ter disponível informaçoes dequalidade para
tomada
de decisão está se tornandoum
dos principais fatores para a sobrevivênciaem
um
mundo
cada vez mais competitivo(MCGEE,
1994;EVAN
S, 1997).A
TI exerceum
papel fundamentalna
redefinição daforma
como
obter, manter edisseminar estas informaçoes.
Desde
as mais simples e antigas aplicações de recursos de TI, profundastransformações
vêm
ocorrendo nas organizações, proporcionandomudanças
na
maneiraSe a empresa depende cada vez mais da TI e investe
um
crescente percentual de sua receitaem
novas tecnologias, porque são apresentados tantos argumentos contra o retorno deste(
investimento?
Como
tomar
mais eficaz o uso destas tecnologias?(MORTON,
1991).No
Brasil a questão do desperdício de dinheirocom
tecnologia não está sendodeixada de lado.
O
tema
foi reportagem de capa da revista InformáticaExame
deJunho
de1997.
Segundo
a reportagem, bilhões de dólares são gastosem
investimentos inúteisem
tecnologia. Especialistas da área,
como
o americano Paul Strassman,apontam
osadministradores
como
um
dos culpados, poisparecem
não levarem
conta os custos elevadissimos da TI. Para ele,não
é o quanto se investe,mas como (MILITELLO,
1997).Já para
Luftman
(LUFTMAN,
1996),um
dos principais responsáveis pelas falhas nos investimentos de TI éuma
má
comunicação
entre os tomadores de decisão deTI
e de negócio.Segundo
comentários deum
dos executivos que participoudo
processo de reengenharia e “downsízing” da estrutura deTI
doBanco
Bamerindus, o desperdício giraem
torno de 100 milhões de dólaresem
recursos que não foram mais utilizados(GuRov1Tz,
1997).A
indústria de informática criou sua própriademanda,
inundando omercado
com
tecnologias que
pouco tem
havercom
as reais necessidades das organizações.A
própria Universidade está sendo criticada por formar gerações que não estão preparadas para lidarcom
esteproblema
(X[MENESb,
1997).Cabe
aos responsáveis pela formação de recursoshumanos,
a missão de propor as bases de conhecimento deste tema,com
o intuito deenfrentar melhor os desafios da
nova
era digital(MARCOVITCH,
1996).A
TIvem
desempenhando
um
papel cada vez mais importante na redefinição decomo
os negócios são feitos através domundo
ecomo
as empresascompetem
entre si(VENKATRAMAN,
1989).É
necessárioque
a TI tenhaum
posicionamento maisestratégico e
um
perfil mais pró-ativo, ao invés de reativo junto à sua organização(MEADOR,
1997;LUFTMAN,
1996;ROSS,
1996). Estamudança
de postura significaestruturar
uma
busca contínua por oportunidades para uso da TI estrategicamente nosA
mesma
postura poderia serempregada
peloCIO
(Chief InformationOfificer
-
para a relevância deste trabalho, o principal executivo responsável pela gestão
da
Tecnologia da Informação na organização), tendo influênciatambém
na criação dasestratégias empresariais, procurando criativamente
modernas
tecnologias da informaçãoaplicadas ao futuro da organização.
É
necessário que tanto os dirigentes das organizações, quanto os gerentes de linha egerentes de TI, estejam aptos a lidar
com
os constantes desafios impostos pela TI aplicadaaos negócios. Esta preocupação passa pelos três níveis organizacionais, que incluem
executivos seniores
ou
os dirigentes das organizaçõesCEOs
(Chief Executive Ofiicer, aqui representando os executivos de alto nivel responsáveis pelas questões estratégicas eprincipais decisões da organização), profissionais de TI e gerentes de linha.
A
gestão dosrecursos de TI deve estar focalizada nas metas de cada nível organizacional
(LUCAS,
1986)
Através de pesquisas na literatura e por experiências profissionais, várias
evidências
apontam
para a necessidade deuma
maior afinidade e convergência entre os planos de informática e os planos empresariais. Autores não exclusivamente teóricoscomo
Charles B.
Wang
-
principal executivo daComputer
Associates-tem
escrito sobre o tema, colocandocomo
uma
das principais causas as diferenças de cultura entre os profissionaiscom
formaçãoem
administração e os profissionais de TI(WANG,
1995). Pode-seacrescentar que, o alinhamento de estratégias de TI e estratégias empresariais tem-se tornado
uma
das principais preocupações para osCEOs
e os responsáveis pela gestão da TI(HENDERSON,
1989;BENJAIVIIN,
1992;EARL,
1994;WANG,
1995;DUTTA,
1996).No
Brasil é grande a escassez de material publicado sobre este assunto. Acredita-seexistir
também
um
desalinhamento entre as estratégias empresariais e estratégias deTI no
país. Faz-se necessário entãoum
maior aprofundamento a respeito dos reais fatoresque
promovem
este desalinhamento e que represente a realidade brasileira, paraque
asmais eficaz de
vantagem
competitiva para suas organizações, tendoem
vistaque
um
mercado
globalizado iráimpor
uma
competiçãocom
empresas domundo
inteiro, trazendocada vez mais a necessidade de maior agilidade e
um
maior ajustamento das organizações2.
FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
Para a discussão do
tema
central desta pesquisa, torna-se necessário apresentar alguns conceitos relevantescomo
mudanças no novo
cenário organizacional frente à TI,apresentando alguns casos de impacto da TI agrupados
em
mudanças na
camada
operacional, tática e estratégica das empresas.
Serão
também
abordado sinais demudanças
necessáriasno
“perfil” tanto para aárea de TI quanto para os profissionais desta área e ainda, novas abordagens para o uso da
TI frente aos desafios
do
ambiente competitivo atual.No
decorrer destas discussões, serãoapresentadas considerações que
refletem
possíveis fatores candidatos à responsáveis pelo mal alinhamento entre as estratégias.Para o
bom
entendimento destas questões serão apresentados alguns conceitos de Tecnologia da Informação (TI), Estrategia Empresarial, Estratégia de TI euma
visãodo
que
vem
a serAlinhamento
entre estas estratégias.2.1.
Novo Panorama
Organizacional frente àTI
É
importante para os propósitos deste trabalho estabelecerum
conceitodo
quevenha
a ser Tecnologia da Informação (TI). Para Luftman,um
dos pesquisadores queexploram a questão central deste trabalho e elaborou
uma
consistente coletânea de artigossobre TI e negócios
(LUFTMAN,
1996) a TIpode
ser entendidacomo:
“... equipamentos (por ex. Computadores, dispositivos de
armazenamento
dedados, dispositivos de redes e de comunicações), aplicações (por ex. sistema
de reservas aéreas, folha de
pagamento,
CAD
Computer
Aided
Design), serviços (por ex. helpdesk, desenvolvimento de aplicações,computação
pelousuário final), e pessoas (por ex. programadores, analistas) usados pelas
organizações
para
disponibilizar dados, informações e conhecimento(LUFTMAN,
1996, p. 404).Os
avançosno
campo
da Tecnologia da Informação (TI)-
computadores,dispositivos de acesso e
armazenamento
de dados, equipamentos gráficos, software,gerenciamento de informações, robótica e
automação
de rotinas-
estão propiciandouma
revoluçãono
mundo
que nos cerca.Uma
breve análise à nossa volta revelaum
amplo
espectro de produtos e/ou serviços
com
componentes
de TI.Os
veículos maismodernos
estão equipados
com
vários microprocessadores para monitoramentodo
seu estadode
funcionamento.
Mesmo
em
itensdo
veículoonde
as aplicações da tecnologia não estejamtão evidentes, as
mudanças
jávem
ocorrendo.A
Michelin,uma
das maiores empresasno
setor, está pesquisando a incorporação de
um
circuito integrado para controlar a pressão, temperatura e desgaste do pneu(DANIELS,
1996).Um
importante trabalho foi realizado por acadêmicos doPrograma
de Pesquisa para a Gestão nosAnos
90 do Massachusetts Institute of Technology (MIT).As
pesquisasque serviram de base para a coletânea de artigos que
compõem
o livro“A
Corporação
dosanos 90” de Michael S. Scott
Morton
(MORTON,
1991), visam identificar os impactos da TI na gestão das empresas.Os
resultadossugerem
que a maior razão paraque
os beneñcios da TItenham
sido assim tão lentos é omau
gerenciamento damudança
organizacional.A
TI continuará a estar intimamente ligadacom
amudança
organizacional e àmudança
de processos(VENKATRAMAN,
1989),que
em
muitas das vezes acaba tornando-osmais
complexos do
queno
passado(BENJAMIN,
1992).O
grupo de pesquisado
MIT
procurou enfocar os impactos deTI
em
um
caráter mais estratégico,com
ênfase nasmudanças
imputadas na sua estrutura organizacional,proporcionando novas formas de estruturação dos negócios e novas práticas operacionais, permitindo melhorias significativas nos processos produtivos
com
uso intenso deautomação
de processos(MORTON,
1991).Em
sintoniacom
esta pesquisa,Gonçalvez
(GONÇALVEZ,
1994) indica que a mais forte relação “causa-efeito” entre tecnologia eempresa é a de natureza estratégica. Isto se dá porque a competência tecnológica influencia
as estratégias da organização, e assim, diretamente os sistemas e as estruturas operacionais,
especialmente
em
relação ao contexto, configuração, arranjo e natureza das atividadesPara este trabalho, as implicações
da
TI são discutidas apenas dentro do escopode
implicações
no
campo
dos negócios, mais especificamente nocampo
das estratégiasempresariais.
As
discussões giramem
tornode
como
a organização está sendo e seráafetada pela incorporação das novas tecnologias da informação (TI),
com
o objetivo deusar a
TI
estrategicamentecomo
ferramenta para alcançar ou sustentarvantagem
competitiva,
ou
simplesmente melhorar a sua competitividade.Segundo
Porter(PORTER,
1992), avantagem
competitiva nãopode
ser analisadaem
relação a empresacomo
um
todo,mas
sim, a partir das suas inúmeras atividadesdistintas,
compondo
a formacomo
ela executa seus projetos, sua produção, seu marketing,e seus procedimentos de entrega e
no
suporte ao seu produto.A
Cadeia deValor
é apresentada por Portercomo
uma
forma
sistemática para analisar as atividades executadaspelas empresas, e de
como
elas interagem, na tentativa de descobrir fontes devantagem
competitiva.
Segundo
o autor,uma
empresa obtém vantagem quando
“executa suasatividades estrategicamente importantes de
uma
forma
mais barataou melhor do que
aconcorrência”
(PORTER,
1992, p. 31). Estas atividades subdividem-seem
atividadesprimárias e atividades de apoio, e
compõem
aempresa
em
suas atividades estrategicamente importantes,com
o objetivo de entender ocomportamento
dos custos e das fontes dediferenciação, sendo que o custo coletivo para
desempenhar
essas atividadesdeve
sermenor
do
que o valor gerado pelaempresa
(PORTER,
1992).Embora
não esteja muito clara a possível relação de causa-efeito entre estratégiasempresariais e estratégias de TI
-
do tipo“quem
influenciaquem” -
alguns autoresafirmam
que
a Tecnologia da Informação exerce e continuará a exercer forte influência nasestratégias empresariais
(LUCAS,
1986;ROCKART,
1989;HENDERSON,
1989;WALTON
1993), e na maneiracomo
as organizações são geridas e estruturadas,podendo
haver
uma
reconfiguração do negócio a partir dos recursos disponiveis hojeem
TI
(VENKATRAMAN,1989,
MORTON,
1991;ROCKART,
1996).O
gerenciamento damudança
torna-seum
dos principais desafios.Novos
cenários(1920-1949), Era da Eficiência (1950-1969), Era da Qualidade (1970-1989) e Era da Competitividade (a partir de 1990).
A
partir da era da Qualidade, osmodelos
anterioresbaseados nos princípios de Taylor e Fayol não mais se ajustaram aos
novos
desafiosdo
mercado
(PEREIRA,
1997).Em
seus estudos sobre osmodelos
de gestão para tese de doutorado, Pereira classifica ainda as novas filosofias e práticas de gestãoem
5 diferentesmodelos: A 0 Gestão Japonesa 0 Gestao Participativa 0 Gestão
Empreendedora
0 Gestão Holística 0 Corporação VirtualTantas
mudanças
nas formas de gerir as organizaçõespromovem
novos
usos eabordagens para a Tecnologia da informação.
Duas
premissas básicas são importantes paraa
compreensão
dasmudanças
fornecidas pela TI: aforma
como
os dirigentes a encaram, eo quanto de valor realmente estas
modernas
tecnologiaspodem
proporcionar ao negócioem
questão. Estas duas premissasformam
as bases para a aplicação da TI,ou
como
apenasferramenta de apoio
ou
como
peça chave na criação de diferencial competitivoGEARL,
1994).
Ao
contráriodo
passadoonde
a administração contemplava aempresa
como
um
sistema fechado não dando tanta importância à questão da adaptação organizacional, a
organização hoje influencia e é influenciada pelo
meio onde
se insere, sendo necessário aabordagem
damesma
como
um
sistema aberto(KATZ,
1987),devendo
se adaptar àscondições
em
constantemutação
do ambiente externocomo
requisito para suasobrevivência. Vive-se
em
tempos
turbulentos, de extrema “imprevisibilidade”,onde
asmudanças acontecem
em
ciclos cada vez menores, e o mais importante, os acontecimentos ocorremem
todas as direções.A
exigência é de executivos cada vez mais sintonizadoscom
as oportunidades e ameaças, procurando estabelecerum
processo de contínuo aprendizado e atualização da sua base de conhecimento(DRUCKER,
1992).Duas
premissas são apresentadas por
Morton
(MORTON,
1991)como
básicas para estudo sobre os impactos da TI nas organizações implicandoem
mudanças
profundas dentro da organização:0 ambiente de negócio não só está
como
continuará sendo turbulento.O
ambiente denegócios turbulento se constitui de
mudanças
de caráter social, político, técnico eÀ .
eCOI'lOII1lCO;
0 a Tecnologia da Informação continuará a evoluir rapidamente pelo
menos
na
próxima década.
As
pressões competitivas naeconomia
atual estãoimpondo
transformações por todaorganização. Elas estão fazendo
com
que as empresas se preparem para competirem
ambientes internacionais tornando-se empresas globais. Estão obrigando as empresas a reduzirem drasticamente o
tempo
de colocação dos produtosno
mercado,darem
um
melhor
suporte a seus produtos e a aprimorarem sua gestão interna(ROCKART,
1989).O
uso intensivo de TI nao só altera profundamente a maneiracomo
as pessoas seorganizam e trabalham,
mas
também
incentiva e direciona novos serviços e produtos.Não
é apenas a automatização de certas tarefas,
mas
a criação dedemanda
por novashabilidades.
Não
fica
claro se a TI influencia a estrutura organizacionalou
se novasestruturas organizacionais é que
demandam
por apoio da TI(LOUNDON
&
LOUNDON,
1996)
As
reconfigurações nos negóciospossuem
diversas classes,como
porexemplo na
melhoria de eficiência de processos, integração interna, redesenho de processos de
negócio, reconfiguração de redes para integração de atividades,
ou
atémesmo,
uma
reconfiguração
do
escopo de negócio(DARNTON,
1992;ROCKART,
1989;LUFTMAN
1996;BRADLEY,
1993).O
trabalho realizado peloMIT
sobre a TI nas organizações dos anos90
citado anteriormente(MORTON,
1991) procura classificar os impactosem
quatronas organizações, afetando os papéis, poder e hierarquia.
A
outra, refere-se àspotencialidades da TI
como
forma
de reorganizar grupos de trabalho, utilizando inovaçõescomo
teleconferência, videoconferência, correio eletrônico, Internet, entre outros; apesquisa cita ainda a crescente desintegração das firmas, passando a terceiros muitas
tarefas antes executadas
intemamente
pela redução dos custos de comunicação; por último,a reformulação organizacional pela integração dos processos de negócio,
abandonando
as formas tradicionais de organização.A
T1 não é simplesmenteum
conjunto de ferramentas possíveis a serem aplicadas nos negócios,mas
é a ferramentaque
proporciona redução detempo
e espaço(VENKATRAMAN,
1996).A
redução dos custosem
TI facilita a sua inserção nas maisdiversas áreas.
No
entanto,no
que se refere aos negócios, a TIvem
a possibilitaruma
dasmaiores promessas e necessidades
no
intensomercado
globalizado e de intensa concorrência: a personalização dos produtos e serviços, transformando o marketing demassa
em
marketing individualizado. Muitas empresaspassam
a ser estruturadas a partirde determinados mercados. Personalizar produtos e/ou serviços
tem
a Vercom
a fabricação deum
produtoou
a prestação deum
serviçoem
resposta às necessidades particulares deum
cliente.Um
conceito ampliado seria personalizaçãoem
massa, que significa fazer issoa
um
custo eficiente(PEPPERS,
1997).É
preciso que os profissionais de marketingquebrem
a resistência quanto ao uso da tecnologia, e a utilizemcomo
ferramentaestratégica.
As
inovações tecnológicas estãoimpondo
novas formas de comercialização.É
preciso estabelecer
um
canal decomunicação
com
clientes.Os homens
de marketingprecisam estar tanto de olho na sua empresa, quanto na tecnologia
(MCKENNA,
1997).Os
recursos da TI, atravésdo
impacto sobre acomunicação
entre o serhumano
e a colaboração entre os trabalhadores dentro dos escritóriosou
mesmos
ligadosremotamente
através
da
linha telefônica, está quebrando as velhas formas tradicionaisem
que
asempresas se estruturam. Equipes integradas e inter-operando entre si,
tornam
possíveis asestruturas distribuídas que são o contrário da antiga hierarquia.
Um
dos casosfamosos
parailustrar o uso desta tecnologia foi o projeto
do Boeing
777, que foi o primeiro avião projetadosem
os tradicionaismodelos
fisicosou
cópias heliográficas.O
avião foigrupo de trabalho, utilizando inovações
como
CAD/CAM
(Computer
Aided
Design/Computer Aided
Manufacturing)(TAPSCOTT,
1997). Assim, novas formasestruturais para as fábricas que agora
independem
da localização geográfica para entregarum
produtoou
serviço aos seus clientes, estão surgindo. São fábricas ligadaseletronicamente, fazendo uso de tecnologias
como EDI
(ElectronicData
Interchange),que
configura-se
na
forma mais antiga de colaboração eletrônica entre fabricantes.Um
fabricante hoje
pode
utilizar esta tecnologiaou
a Internet para operar diretamentecom
oestoque do seu representante, gerenciando os níveis de inventário e auxiliando a gestão de
portfólio.
A
indústria aeroespacialMcDonne1
Douglas
integra vários colaboradores atravésda Internet
(UPTON,
1996).>&
A
TIpromove
a integração dos negócios através da integração de dados compartilhados e fornecendoum
melhor acesso aosmesmos (LUCAS,
86). Para que estaintegração aconteça, Darnton
(DARNTON,
1992) lembra que tanto a infra-estrutura de TI quanto de informaçõesdevem
ser gerenciadascomo
habilitadores damudança
organizacional,
dando
suporte paraempregados
e parceiros.UA infra-estrutura deTI
einformação é aplicada para dar suporte à integração
em
todos os estágios da cadeia de valor(PORTER,
1992), servindocomo
conexão e habilitando aos integrantescompartilharem informações entre si.
A
TI viabiliza as novas formas de execução das operações das empresas impostaspelos
novos modelos
de gestão,como
os defendidos pela reengenharia de processos(GONÇALVEZ,
1994). Permite aindauma
completa redefinição dos limites daorganização,
bem
como
a criação de “empresas virtuais”, desvinculando a empresa dostradicionais
organogramas ou modelos
hierárquicos(UPTON,
1996;EVANS,
1997).Porém
esta interdependência deve serbem
gerenciada(OLIVEIRA,
1996). Tanto ainformação quanto a TI
vem
sendoamplamente
utilizadas por empresas para redesenharseus processos de negócio
com
o objetivo de extrair omáximo
de proveito das inovações epotencialidades da TI
(MCGEE,
1994).Um
dos principaiscomponentes
que potencializamenormemente
asmodernas
Tecnologias
da
Informação é a revolução nas telecomunicações.Os
avanços tecnológicos nestecampo
aliado a sua crescente redução de custos, são alguns dos principais fatoresresponsáveis pela criação dos
mercados
globalizados(BRADLEY,
1993).Os
acontecimentosapontam
paraum
futuroonde
todos os indivíduos serão conectados atodos.
As
inovações tecnológicasexercem
influência e proporcionammudanças
na
estrutura das empresas, nas tarefas e nas relações
com
omeio
ambiente(DURAND,
1994).A
TIpode
fornecer subsídios para proporcionarum
melhor ajuste entre aempresa
eseu
meio
ambiente, estabelecendoum
importante canal decomunicação
entre aempresa
eo ambiente externo.
Uma
destas formas de interação é o fluxo de informaçõesou
feedback,como
forma deinsumo
de caráter informativoque
fornece sinais sobre omeio
ambiente esobre o próprio
comportamento
da organização sobre omesmo
(KATZ,
1987).A
Federal Expressou
simplesmenteFEDEX,
líder mundialem
transporte de encomendas, conseguiu aprender mais sobrecomo
incorporar ofeedback
dos clientes a partirdo
seu sitena
Internetdo que
com
qualquer outra coisa que tenha feito.Um
site na Internetbem
planejado ecom
valor para os visitantes, fornecendo atrativos que o façam voltar ao endereço virtual
seguidas vezes,
pode
coletar informações a respeito das necessidades dos clientes e assimcriar
um
canal íntimo de interação entre fabricante e consumidor (ARCHER
eABREU,
1997;
SORREL,
1997).A
TI e o uso inteligente da informação são vistoscomo
ferramentas habilitadorasde
uma
revolução na área de marketing das empresas, potencializando a quebra de paradigmado
marketing, passandodo
marketing demassa
paraum
marketingum
aum,
personalizando as relações
com
os clientes(GONÇALVEZ,
1994).Uma
recente conferênciaem
Harvard discutiu as novas tendênciasdo
marketing frente a ferramentascomo
marketing direto ebanco
de dados, comércio eletrônico, as novas formas deautomação
de vendas e a Internet, na sua fatia de aplicações gráficasWorld
Wide
Web
(WWW).
Daqui
para a frente, as organizações que não reavaliarem sua estruturaem
termos das oportunidades de uso estratégico da informação e TI, enfrentarão isto
como
uma
ameaça
(EVANS,
1997).O
ambienteque
está se configurando é o de empresasque
explorarão os
mercados
globais, através de empresas inter-conectadas pela TI, tendo a informaçãocomo
insumo
básico para sua gestão(DARNTON,
1992).Uma
das maiores contribuições da TI e seu papel administrativo é permitir novasestruturas e capacidades organizacionais
(HENDERSON,
1996). GeraldoCoen
defende anecessidade de rever a estrutura da empresa diante da Internet
como
uma
nova
infra-estrutura de comunicação, que permite aos executivos de informática
implementarem
aplicações
como
novas ferramentas de marketing e de integração atravésda
corporação. Aconselha aos profissionais de TI a repensarem a organizaçãoem
torno das potencialidades da Internet,mas
especificamente aWWW,
ou seja, a parte gráfica daInternet
(COEN,
1997).Considere o caso da
Amazon
Books,uma
livraria que tornou-seum
gigantevarejista no negócio de vendas de livros, baseando-se exclusivamente na Internet. Este site
-
endereçocom
seu conteúdo na Internet-
ofereceuma
listacom
2,5 milhões de livros,com
critérios de pesquisa e seleção, oferecendo ainda a possibilidade de avaliar oresumo
do livro.
Em
cada visita ao site o usuário é tratado de forma personalizada, recebendocomentários sobre lançamentos
ou
livros que estejam na sua lista de preferências eque
ainda não
tenham
sido lidos.É
uma
forma
inteiramentenova
de negócioonde
ainformação
tem
um
alto valor agregado, representando anova economia
baseada nainformação
(EVAN
S, 1997).A
Visa, líder mundialno
ramo
de cartões de crédito inaugurano segundo
semestrede 98 o primeiro Shopping Virtual
no
Brasil, revelandoum
investimento deUS$
2 milhõesde dólares
(FARTO,
1998).Em
empresasonde
a TI representaum
alto valor agregado eonde
os executivosabordam
os avançosem
TIcomo
oportunidades, os impactospodem
ser sentidos analisando-se o principal negócio da empresa.
No
caso dos Bancos, por exemplo, a TI exerce papel fundamentalem
praticamente todas as operações de negócio.O
modelo
de negócios dos bancos de varejo está sofrendouma
profimda
reconfiguração. Eles agora estão se posicionando entre os clientes euma
enorme
gama
de serviços financeiros, transformando-seem
um
enorme banco
de dadoscom
perfis e preferências de seus clientes(EVAN
S, 1997).No
caso doBanco
ComercialPortuguês (BCP), por exemplo, a tecnologia
tem
exercidoum
papel fundamentalna
diferenciação para seus clientes, criando produtos e serviços habilitados pelos avanços
tecnológicos.
Mesmo
diante das imposiçõesdo
governo português frente suas práticasestruturas de software flexíveis e orientadas para o cliente, reconquistando
uma
grandeparcela
do mercado
(DUTTA,
1996).Dependendo
da formacomo
forem encarados, os avanços tecnológicospodem
significar para uns
ameaça
e para outros, oportunidade.Os
executivos da EnciclopédiaBritânica passaram por sérias
ameaças
recentemente por causa do lançamento daenciclopédia britânica
em
CD-ROM
pela Microsoft.Enquanto
uma
Enciclopédia custaem
torno deUSS
1.500,00 aUS$
2.200,00,uma
versãoem
CD-ROM,
com
recursos deanimação, vídeo e outras novidades, custa algo
em
torno deUS$
50,00.O
custo de produção no caso da enciclopédia tradicional envolve algoem
torno de5%
referente ao conteúdo, sendo o restante os gastoscom
a entrega do produto,ou
seja, a força de vendasque precisa ir de casa
em
casa oferecer a enciclopédia(EVAN
S, 1997).O
setor das telecomunicações, torna-setambém
representativo neste misto deoportunidade e ameaça.
O
setor precisa reavaliar urgentemente seu papel e sua estruturade tarifação, diante dos avanços da Internet.
Uma
ligação normal para os EstadosUnidos
que
normalmente
custa 1 real por minuto, através da Internet epagando
ligação aoprovedor local, a
mesma
ligação poderá custar apenas 8 centavos por minuto. Previsões feitas pelaUnião
Internacional das Telecomunicações calcula algoem
torno deUS$
560
milhões de dólares anuais constituindo
um
grupo de 16 milhões de usuários utilizando oserviço de telefonia pela Internet.
As
operadoras de telefonia estão diante deuma
misturade
ameaça
e desafio.O
governo brasileiro _não irá interferir na telefonia pela Internet, pelomenos
é o queafirmam
os representantesdo
comitê gestor da Internet Brasileira(LOPES,
1997).
Segundo
as previsões de Tapscott(TAPSCOTT,
1997, p. 19) baseada nosnúmeros
de crescimento desde sua criação, a Internet deverá ter mais de 1 bilhão de usuários antes
do
final da década,quando
haverá mais de 1 milhão de redes conectadas. Este autorafirma
ainda
que
nenhuma
tecnologiaou
inovação na história dahumanidade
secompara
àInternet
em
termos de velocidade de adoção, significado e impacto.Michael
Hammer
(HAMIVIER,
1994) defende a TIcomo
capacitador essencialda
reengenharia empresarial.
O
autor defendeu a metodologia da Reengenharia de Processoscomo
ferramenta para revolucionar omeio
organizacional recriando os processos,TI,
quando
usada adequadamente, servecomo
integradora dosmesmos.
Hammer
defendeuuma
forma
radical de usar a TI, não apenasdando
apoio aos processos existentes,mas
permitindo que as organizações
quebrem
antigas regras e criem novas formas de trabalho,o que ele
chama
de praticar a reengenharia. Ele evidencia a potencialidade da TI para integração de clientes, produtores e fornecedores, apresentando o casoda
fabricaçãodo
carro
Satum
pela General Motors. Fornecedores decomponentes
da GeneralMotors
consultam o banco de dados sobre a fabricação do Saturn, e
enviam
os insumossem
a necessidade daGM
contactá-losou
mesmo
interferirno
planejamento das entregas dos COITIPOIICIIÍCS.Se
os executivos não ficarem atentos às questões queenvolvem
o gerenciamentoeficaz das informações de suas organizações procurando controlar seu processamento
ativamente, poderão ter sérios riscos nos
próximos
anos(EVANS,
1997). Tantoexecutivos-chefes quanto gerentes divisionais, precisam estar envolvidos
em
questões deaquisição de recursos de TI e
como
empregar estes recursos para melhoriado
negócio.Devem
envolver-setambém
na definição da estrutura organizacional para gestãoda
informação e definir o papel que a TI terá na execução das estratégias corporativas.
É
necessário
uma
parceria entre gerentes de área e gerentes de TI para a constante busca de oportunidades de TI(LUCAS,
1986).Os
executivos de TIdevem
tornar-se consultores,ajudando suas organizações
na
exploração das oportunidades para o uso das tecnologias.Este será
um
dos principais desafios para este profissional nospróximos
anos(BENJAMIN,
1992).2.2.
Mudanças
de
Perfillda
áreade
Tecnologiada
Informação
(TI)O
gerenciamento demudanças
estátomando-se
uma
das princlipais necessidadesdentro das organizações diante de
mercados
tão dinâmicos.A
empresa
precisa estarflexível e adaptar-se constantemente às novas exigências
do
meio.No
entanto, isto requermudança
de cultura e valores, o que configuraum
grande desafio para os dirigentes das1
Perfil aqui está associado à fomia como a área é gerida e estniturada,
bem
com o papel a ser desempenhadoorganizações.
Um
ajuste consistente entre as áreas das empresas torna-se imprescindível para o sucessocomo
um
todo.O
mesmo
desafio aplica-se às diversas áreas que constituema cadeia de valores das empresas, incluindo a área de Tecnologia da Informação.
A
partirdeste ponto serão descritos algumas das principais
mudanças
que estão forçandouma
nova
configuração para área de TI, passando por
mudanças
de caráter estrutural ecomportamental,
promovendo
o surgimento de novos desafios enovos
papéis a seremdesempenhados
pela área.Porter utiliza seu
modelo
de cadeia de valor para ilustrarcomo
uma
empresa
projeta, produz, comercializa, entrega e sustenta seus produtos. Este conjunto de“atividades de valor”2 é dividido
em
dois grandes grupos: “Atividades Primárias-
relacionadas
com
a criação fisica do produto, sua venda, transferência e suporte aocomprador -
e Atividades deApoio -
sustentam as atividades primárias e a simesmas,
fornecendo insumos
como
tecnologia, recursoshumanos
e várias funçõesno
âmbito da empresa”(PORTER,
1992, p. 34).Com
exceção de empresas cuja principal atividade sejaTecnologia da Informação, a função Sistemas de Informações (SI)
ou
TI configura-secomo
uma
atividade de apoio,ou
seja, ela fornecerá tecnologia paraque
uma
ou
mais áreaspossam desempenhar
melhor sua fiinção. Ela irá fornecer novas tecnologias às diversasáreas,
como
por exemplo, telecomunicações e sistemas de informações para 0 processo deentrada de pedidos.
Como
as demais áreas da empresa,mudanças
são necessárias paraajustar-se a este
novo
ambiente competitivo.Rockart
resume
bem
asmudanças
necessárias à área de TI, afirmando “... aorganização de TI por si só
tem
mudado
deuma
função que inicialmente faz, parauma
mais centrada
no
negócio,com
função gerencial e consultiva”(ROCKART,
1996, p. 5.2).Ao
contrário das competências necessáriasno
passado focadasna
utilização de dadoscentralizados, gerência de redes, desenvolvimento e
manutenção
de aplicações, as novascompetências necessárias
figuram
no
trabalho junto aos gerentes de linha e executivoscom
o objetivo de interpretar e
compreender
as inovações tecnológicas, e aplica-las ao negócio.Mesmo
aumentando
o escopo de atuação da função TI, a pressão agora é paraque
a áreatenha
um
foco de atuação diferente, concentrando-se mais nas questões relacionadas ao 2Atividades de Valor é o termo utilizado por Porter para descrever as “atividades fisica e tecnologicamente
distintas, através das quais
uma
empresa criaum
produto valioso para os seus compradores” (PORTER,negócio
do
quenum
aprofundamento das questões tecnológicas, deixando a terceiros apreocupação
com
o “estado da arte"em
TI. Surge entãouma
outra questãoque
tem tomado
o
tempo
dos executivos de TI: a área de TI deve ser terceirizadaou
mantida dentro das empresas?Dutta
(DUTTA,
1996) apresentaum
estudo feitocom
dois bancos portugueses que obtiveram sucessono
alinhamento de TIcom
as estratégias de negócio, tendo cadaum
utilizado abordagens diferentes na gestão da TI.
A
gestão da TIno
Banco
ComercialPortuguês é
desempenhada
in-house, enquanto o ContinentalBank
(BC)
optou poruma
rota diferente: apesar do fato dos bancos utilizarem fortemente os recursos de TI, o
BC
optou por utilizar a TI completamente terceirizada.
Segundo
o estudo apresentado porDutta, apesar de abordagens completamente opostas,
ambos
obtiveram sucessono
alinhamento da TI
com
as estratégias de negócio.Concluem
ainda que a gestãoda
TI não deve ser terceirizada e que a questão do alinhamento continua a seruma
questão de negócio, quer terceirizadaou
não, sendo de responsabilidade tanto da área de TI quanto dasáreas de negócio. Por último, a
empresa
deve procurar interações intimas entre a equipe denegócios e de TI.
A
tendência para terceirização de parte das fiinções da área de TI tem-semostrado
cada vez mais forte nestes últimos anos.
A
questao passa a ser “oque
e o quantoterceirizar”.
Um
estudo conduzidoem
61 organizações da Grã-Betanha e dosEUA
procurou resposta para estas questões.A
abordagem
seguida foi a identificação de competênciasessenciais
que
a função TI deveria desenvolver edesempenhar
internamente.O
restantedas competências, segundo os autores, poderia ser
desempenhada
tanto internamentoquanto repassado a
um
terceiro(FEENY,
16998).As
nove
competências essenciaisdizem
respeito a questões gerenciais, e
podem
ser sumarizadascomo:
0 Liderança
-
Ligadas ao desenvolvimento de líderes eficazes para gerir os recursos de TI aplicados às questões empresariais;Raciocínio baseado nos sistemas
em
resariais-
Trata-se de Pro`etar J osprocessos empresariais que a tecnologia tornará possível.
Criação de relacionamentos
-
Diz respeito à necessidade de diminuir a distânciaentre a
compreensão
da 'tecnologia por parte dos técnicos e usuários, a fimde
que o usuário possa
compreender
melhor as potencialidades da tecnologia aplicada ao seu negócio;Planejamento da arquitetura de sistemas
-
Trata-se da elaboração deum
plano coerente para que a plataforma técnica forneça 0 suporteadequado
àsnecessidades atuais e futuras da empresa;
Implementação
da Tecnologiaem
si (Pôr a tecnologia para filncionar)-
Considera
um
caráter mais técnico ecom
horizontes detempo
a curto prazo.Compras
esclarecidas-
Representa a necessidade da empresa possuirum
departamento de
compras
que esteja esclarecido a respeito das questões tecnológicas e irá gerir a absorção de produtos e serviços.Facilitação de Contratos
-
Como
os acordos de TInormalmente
são complexos,cabe a esta função auxiliar os usuários que
possuem
diversos contratoscom
diferentes fornecedores garantir consistentes contratos de prestação de serviços
que
atendam
aos interesses da empresa.Monitoramento
do Contrato'-
Está mais aplicada à proteção da posiçãocontratual da empresa de hoje e amanhã.
Enquanto
o facilitador de contratopreocupa-se
em
fazer a coisa acontecer, este profissional está maispreocupado
com
a garantia da posição daempresa
diante de qualquer circunstâncias. Estarámais preocupado
em
garantir os padrões de qualidade e excelência dos serviçosprestados.
Desenvolvimento de fornecedores