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Perfil bioquímico sérico em porcas no terço final de gestação - Serum biochemistry profile in sows in final third of pregnancy

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REDVET - Revista electrónica de Veterinaria - ISSN 1695-7504

Perfil bioquímico sérico em porcas no terço final de

gestação

- Serum biochemistry profile in sows in final third of

pregnancy

Padilha, Joselaine Bortolanza¹ | Falbo, Margarete Kimie² | Teixeira, Hildegard Stecher³ | Santos, Sthefany Kamile dos4 | Mareze, Marcelle5 | Costa, Letícia Misturini Dalla6 | Groff, Priscila Michelin¹ | Sandini, Itacir Eloi²

¹Mestranda, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Dois Vizinhos, Paraná, Brasil.

²Professor, Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), Guarapuava, Paraná, Brasil.

³Professora, Faculdade Campo Real, Guarapuava, Paraná, Brasil.

4 Doutoranda, Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC),

Curitiba, Paraná, Brasil

5Doutoranda, Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina,

Paraná, Brasil.

6 Médica Veterinária, Brasil Foods (BRF), Francisco Beltrão, Paraná,

Brasil.

Contato: jo.vete12@gmail.com

Resumo

O objetivo deste trabalho foi investigar valores de bioquímica sérica em porcas no terço final de gestação a fim de estabelecer valores de referência. Foram selecionadas 50 fêmeas suínas da raça Large White, no terço final de gestação. Através das amostras de sangue colhidas foram analisados os seguintes parâmetros bioquímicos: proteínas totais, albumina, globulina, ureia, colesterol, cálcio, magnésio, fósforo, creatinina, enzima aspartato aminotransferase, lipoproteína de alta densidade e proteína C- reativa. A avaliação dos resultados encontrados demonstrou que com relação ao metabolismo proteico, os valores de proteína total e albumina tiveram influência da gestação. Dentre os parâmetros do metabolismo mineral e energético, os valores de cálcio e colesterol, respectivamente, apresentaram-se elevados. Com relação à creatinina, os valores tiveram leve aumento em relação aos encontrados na literatura. Para os demais parâmetros avaliados demonstrou-se não haver influência da gestação em fêmeas suínas. Através do exame de Proteína C- reativa foi possível afirmar que as porcas estavam saudáveis, sem presença de inflamação ou estresse. Os valores obtidos neste trabalho podem ser usados como guia para a interpretação de resultados encontrados para porcas na fase final de gestação.

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2 Palavras-chave: diagnóstico | metabolismo | parâmetros bioquímicos | suinocultura

Abstract

The aim of this study was to investigate the serum biochemistry values in sows in last third of pregnancy. The purpose was to establish reference values. There were selected 50 female swine of Large White breed in the last third of pregnancy. Through the blood sample there were analyzed the following biochemistry parameters: total protein, albumin, globulin, urea,

cholesterol, calcium, magnesium, phosphorus, creatinine, aspartate

aminotransferase enzyme, high-density lipoprotein and C- reactive protein. Referring to protein metabolism, the values of total protein and albumin had pregnancy influence. Among the mineral and energetic parameters, the values of calcium and cholesterol, respectively, were revealed high. Related to creatinine, the values had a slight increase compared to the ones found in the literature. The other parameters had no pregnancy influence in female swine. Through the exam of C- reactive protein it was possible to affirm that the sows were healthy, without inflammation or stress. These found values can be used like a guide to interpret the results measured in sows in the last third of pregnancy.

Keywords: diagnostic | metabolism | biochemical parameters | swine

Introdução

Na suinocultura tecnificada, mensura-se a produtividade do rebanho pelo número de leitões desmamados por porca/ano, fazendo parte deste contexto o número de leitões nascidos vivos, que é um parâmetro influenciado pelo parto. Esta é uma das fases mais críticas da suinocultura, pois a fêmea passa praticamente 80% do tempo de vida em gestação, sendo evidente a importância de incrementar os cuidados e garantir assistência constante nesta fase, para o sucesso em todo o ciclo produtivo (Bortolozzo et al., 2007).

Os perfis bioquímicos podem ser utilizados para avaliação e monitoramento do estado clínico, nutricional, metabólico e produtivo em grupos de animais e quando são interpretados corretamente fornecem informações importantes a respeito desses parâmetros (Gonzáles e Silva, 2006). A base para a avaliação das alterações patológicas em animais é o conhecimento das concentrações fisiológicas dos constituintes bioquímicos nas diferentes fases da vida, sendo que estes facilitam o diagnóstico das enfermidades. A concentração sanguínea de um determinado metabólito indica o volume de reservas de disponibilidade imediata. Esta concentração é mantida dentro de certos limites fisiológicos, que são considerados os valores normais ou de referência (Schalm et al., 2000).

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3 Embora a utilização da bioquímica sanguínea seja mais frequente na rotina diagnóstica de bovinos e ovinos, ela também pode ser útil para suínos. Porém, para que essa ferramenta seja aplicada como diagnóstico, é primeiramente necessário identificar os valores que são sensíveis para detectar mudanças sanitárias em suínos, além de ter valores de referência confiáveis. Sabe-se que os parâmetros bioquímicos em suínos são influenciados por diversos fatores como idade, raça, dieta, doença, presença de hemólise, estágio de gestação e lactação (Verheyen et al., 2007).

Neste contexto, possivelmente nos próximos anos ocorrerá a ampliação do uso da bioquímica clínica para suínos, buscando marcadores bioquímicos específicos que aproximem o estado metabólico do rebanho ao perfil bioquímico (Dantas, 2009).

Desta forma, o objetivo deste estudo foi investigar valores de bioquímica sérica em porcas no terço final de gestação, possibilitando estabelecer valores de referência, a fim de auxiliar aos clínicos médicos veterinários no diagnóstico de certas doenças metabólicas e avaliar o estado nutricional dos animais no pré-parto.

Material e métodos

O trabalho foi realizado em uma Granja de Reprodutores Suídeos Certificada (GRSC), localizada no Município de Guarapuava, estado do Paraná – Brasil. Foram selecionadas 50 fêmeas suínas da raça Large White, no terço final de gestação, com idade entre 1,8 a 3 anos (3ª a 5ª ordem de parto), e dieta pré-parto com a seguinte composição: EM (Kcal/kg): 3,109, PB (%): 16,63, Proteína disponível total (%): 16,93, Gordura (%): 3,14, Fibra(%): 3,7, Ca total (%): 0,558, P total (%): 0,496, Lisina total (%): 0,895.

Os exames foram realizados com o soro excedente das amostras de sangue que foram obtidas para controle oficial realizado em Granjas de

Reprodutores Suídeos Certificadas (GRSC), que são monitoradas

semestralmente para peste suína clássica, doença de Aujeszky, tuberculose, brucelose e leptospirose (IN Nº 19 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA de 15 de fevereiro de 2002).

O sangue foi colhido por punção da veia cava e distribuído em tubos a vácuo sem anticoagulante e foram devidamente identificados. As amostras foram refrigeradas e encaminhadas até o Laboratório de Patologia Clínica Veterinária - Unicentro, onde foram centrifugadas a 2.000 rpm por 10 minutos para obtenção do soro. As alíquotas foram acondicionadas em micro tubos de plástico, identificados e mantidos a -20°C.

Os parâmetros bioquímicos analisados e os métodos utilizados foram: albumina pelo método do verde de bromocresol, proteínas totais pelo método do biureto, globulina por subtração da albumina das proteínas totais, colesterol total pelo método do colesterol esterase oxidase, ureia pelo método

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4 da urease, cálcio pelo método púrpura de ftaleína, creatinina pelo método do picrato alcalino, magnésio pelo método de magon sulfonada, fósforo pelo método do molibdato de amônio, enzima aspartato aminotransferase por método enzimático, e lipoproteína de alta densidade (HDL) pelo método do ácido fosfotúngstico e cloreto de magnésio. Todas as análises foram feitas no aparelho semi automático Bioplus 200®, utilizando os Kits Comerciais da Labtest Diagnóstica S.A. Brasil.

Realizou- se adicionalmente o exame de Proteína C- reativa (PCR), pelo sistema Serolátex PCR (Labtest Diagnóstica S.A.) em 30% das amostras, para verificar presença de inflamação.

Após tabulação dos dados, foram determinados os valores mínimos, máximos e as médias dos resultados de cada parâmetro analisado. Estes resultados foram organizados em forma de gráficos de frequência.

Resultados e discussão Metabolismo Proteico

Os principais testes indicadores de metabolismo proteico em um perfil metabólico são as proteínas totais, a albumina, a globulina e a uréia (Guyton e Hall, 2002).

Os valores encontrados para proteína total foram de 6,7 a 10,3 g/dL (Figura 1), porém com maior número de animais entre a faixa de 8,5 a 9,5 g/dL, intervalo maior em relação aos citados por Verheyen et al. (2007), que encontraram valores de 6,7 a 9,0 g/dL para porcas com mais de dois partos e afirmaram que a proteína total aumenta com a idade da porca.

Figura 1. Valores de proteína total (g/dL) e frequência das dosagens séricas encontradas em porcas no terço final de gestação

Segundo Kaneko et al. (2008), os valores de referência da albumina para suínos são de 1,88 a 3,3 g/dL. Porém, neste estudo observaram- se valores entre 1,95 a 5,0 g/dL (Figura 2), com a maioria dos animais na faixa de 2,7 a 3,9 g/dL.

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5 Figura 2. Valores de albumina (g/dL) e frequência das dosagens séricas encontradas em porcas

no terço final de gestação

Os valores de uréia encontrados neste estudo variaram entre 20 a 62 mg/dL (Figura 3).

Figura 3. Valores de uréia (mg/dL) e frequência das dosagens séricas encontradas em porcas no terço final de gestação

A uréia é sintetizada no fígado a partir da amônia proveniente do catabolismo de aminoácidos, e seus níveis são indicadores sensíveis da ingestão de proteína, tendo relação com os níveis de proteína na dieta (González e Silva, 2006). Além disso, fatores como idade, raça, sexo, condição fisiológica, também podem influenciar na dosagem sérica deste analito, o que podem explicar as variações encontradas nas diversas referencias citadas como Velho et al. (2009) os quais encontraram valores médios para uréia de 42,63 mg/dL para suínos machos adultos, não castrados; Friendship et al. (1984) encontraram valores de referência para marrãs de 126 mg/dL a 162 mg/dL e para porcas com maior ordem de parto, no terço médio de gestação, entre 36 mg/ dL e 144 mg/ dL. Kaneko et al. (2008), encontraram os valores de 21,4 a 64,2 mg/ dL em suínos adultos, mais próximos aos encontrados neste trabalho.

Em relação à globulina, os valores de referência encontrados neste estudo foram de 3,44 a 6,87 g/dL (Figura 4), com a maioria dos animais entre 5,11 e 6,48 g/dL. Estes se aproximam dos valores encontrados para suínos adultos por Kaneko et al. (2008) de 5,29 a 6,43 g/dL.

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6 Figura 4. Valores de globulina (g/dL) e frequência das dosagens séricas encontradas em porcas

no terço final de gestação Metabolismo Mineral e Energético

No presente estudo, os valores encontrados para cálcio total foram de 10,4 a 14,8 mg/dL (Figura 5), sendo superiores aos valores citados por Alexandre (2003), que encontrou de 6,36 a 11,61 mg/dL para porcas com 60 dias de gestação.

Figura 5. Valores de cálcio (mg/dL) e frequência das dosagens séricas encontradas em porcas no terço final de gestação

Segundo Endres e Rude (1994) aproximadamente 40% do total do cálcio sérico está ligado a albumina e, portanto, a concentração do cálcio total diminui quando os animais apresentam hipoalbuminemia e aumentam quando a albumina aumenta. Como já citado, encontrou-se aumento da concentração de albumina e, portanto, aumento relativo da concentração de cálcio total.

Os valores de fósforo encontrados foram de 5,8 a 10,2 mg/dL (Figura 6), assemelhando-se aos de Kaneko et al. (2008), de 5,3 a 9,6 mg/dL para suínos. Portanto, considerou-se que o estado de prenhes dos animais não influenciou nas concentrações séricas de fósforo.

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7 Figura 6. Valores de fósforo (mg/dL) e frequência das dosagens séricas encontradas em porcas

no terço final de gestação

O fósforo é um elemento vital, participa em torno de 1% do peso corporal e recebe atenção especial nas formulações de rações para suínos. Está em maior concentração nos ossos e dentes, onde se encontram 80% do seu total, quase todo em forma de fosfoproteínas, sendo importante para reprodução e crescimento, engorda e circulação da gordura e nas estruturas de ADP e ATP, responsáveis pela liberação de energia e temperatura corporal no metabolismo energético. Alguns de seus papéis biológicos são: atuação como tampão no plasma e urina, manutenção da integridade celular, regulação da atividade de algumas enzimas e do transporte de oxigênio e em associação com o cálcio confere resistência estrutural aos ossos (Motta, 2003).

Com relação aos valores de magnésio, considerou- se também que não houve influencia da gestação, já que os valores encontrados, 2,5 a 4,3 mg/dL (Figura 7), ficaram próximos aos citados por Kaneko et al. (2008), 2,7 a 3,7 mg/dL.

Figura 7. Valores de magnésio (mg/dL) e frequência das dosagens séricas encontradas em porcas no terço final da gestação

O magnésio apresenta importante papel como cofator de sistemas enzimáticos, é essencial na manutenção da estrutura macromolecular do RNA,

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8 DNA e síntese proteica, fundamental na glicólise, replicação celular, biossíntese proteica, contração muscular e coagulação sanguínea. Tem ainda influencia na liberação de neurotransmissor na junção neuromuscular e atua no esqueleto, sendo que aproximadamente 67% do magnésio está presente nos ossos (Motta, 2003).

De acordo com Kaneko et al. (2008), os valores de referência para colesterol em suínos são de 36 a 54 mg/dL, em contrapartida, neste estudo encontrou-se valores de 46 a 94 mg/dL (Figura 8), para porcas em gestação. Gonzalez e Silva (2006) sugerem que os níveis de colesterol aumentam durante a gestação, devido ao aumento da síntese de esteróides pelas gônadas nesta fase.

Figura 8. Valores de colesterol (mg/dL) e frequência das dosagens séricas encontradas em porcas no terço final de gestação

Os valores encontrados neste estudo para o colesterol HDL foram de 21 a 50 mg/dL (Figura 9). Não foram encontrados valores de referência na categoria estudada, porém Pascoal et al. (2010), encontraram a média de 47,2 mg/dL para suínos machos, castrados, em terminação, valores semelhantes ao encontrado neste trabalho o que sugere que a gestação e o sexo não interferem nos valores do colesterol HDL.

Figura 9. Valores de HDL (mg/dL) e frequência das dosagens séricas encontradas em porcas no terço final de gestação

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9 O metabolismo energético pode ser avaliado pelo colesterol, que nos animais pode ser de origem exógena, quando proveniente de alimentos, ou de origem endógena, sendo sintetizado a partir do acetil- CoA, principalmente no fígado. O colesterol é necessário como precursor dos ácidos biliares e de alguns estrógenos que afetam a complexa inter-relação das funções hipofisária, tireodiana e adrenal. Seus níveis podem sofrer alterações nas obstruções biliares, na utilização de dietas ricas ou na deficiência em gordura e carboidratos, durante a gestação, na existência de lesões hepatocelulares e no hipertireodismo (Gonzalez e Silva, 2006).

A lipoproteína de alta densidade (HDL) exerce papel importante sobre o metabolismo dos fosfolipídios e do colesterol, carreando lipídios para dentro das células do organismo (Yesilaltay et al., 2006). Na foliculogênese, o HDL fornece substrato para a síntese de membrana, produção de hormônios esteroides, além de outros processos essenciais para a maturação das células foliculares do cumulus e dos oócitos (Azhar et al., 1998).

Aspartato Aminotransferase – AST

Os valores de referência encontrados para AST foram de 26 a 62 UI/L (Figura 10), estando acima dos valores citados por Kaneko et al. (2008) para suínos adultos (8,2 a 21,6 UI/L), mas abaixo dos valores encontrados em pesquisa feita por Lima et al. (2010), os quais citaram valor médio de 233,1 UI/L para suínos adultos. Já para Friendship et al. (1984), os valores encontrados para porcas, no terço médio de gestação, foram de 36 a 272 UI/L, sendo estes valores superiores aos encontrados na presente pesquisa.

Figura 10. Valores de AST (UI/L) e frequência das dosagens séricas encontradas em porcas no terço final de gestação

A enzima aspartato aminotransferase (AST), assim como as outras transaminases, catalisa a transferência reversível dos grupos amino de um aminoácido paro o α- cetoglutarato, formando cetoácido e ácido glutâmico, sendo que estas reações requerem piridoxal fosfato como coenzima. Estas reações exercem papéis centrais tanto na síntese como na degradação de aminoácidos, atuando ainda como uma ponte entre o metabolismo dos

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10 aminoácidos e carboidratos. As aminotransferases estão amplamente distribuídas nos tecidos, sendo que a atividade de AST está mais elevada no fígado e no músculo esquelético (Motta, 2003).

Creatinina

Em relação à creatinina, os valores encontrados foram de 1,3 a 3,3 mg/dL (Figura 11), apresentando diferença entre os citados por Kaneko et al. (2008), que foram de 1,0 a 2,7 mg/dL. Segundo Verheyen et al. (2007), a interpretação dos níveis de creatinina é dificultada no período pré-parto, pelas mudanças na taxa de filtração glomerular, além de que a massa muscular pode sofrer variações, tendo efeitos sobre os níveis deste metabólito.

Figura 11. Valores de creatinina (mg/dL) e frequência das dosagens séricas encontradas em porcas no terço final de gestação

A creatinina é um composto nitrogenado produzido a partir da fosfocreatina muscular e a quantidade formada por dia depende da quantidade de creatinina no organismo que por sua vez, dependerá da massa muscular (Kaneko et al., 2008). O nível sanguíneo de creatinina não é afetado pela dieta, idade e sexo, porém o aumento do metabolismo muscular pode elevar a concentração sérica de creatinina (Lopes et al., 2007).

Proteína C- Reativa - PCR

Com a realização de PCR em 30% das amostras de soro, certificou-se que as porcas estavam saudáveis, sem presença de inflamação ou estresse,

pois nenhuma das amostras apresentou aglutinação macroscópica,

caracterizando níveis de PCR menores que 6 mg/L.

As proteínas de fase aguda são um grupo de proteínas do sangue que apresentam as concentrações alteradas em animais submetidos à infecção,

inflamação, traumatismos ou estresse. Estas concentrações estão

relacionadas com a gravidade do distúrbio e a extensão dos danos no tecido do animal afetado. Para classificar as proteínas de fase aguda são

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11 classificadas segundo suas características regulatórias positivas ou negativas. A proteína C- Reativa (PCR) pertence ao grupo de proteínas com característica regulatória positiva, sendo sintetizada pelos hepatócitos no fígado, sob ação de citocinas pró- inflamatórias (Murata et al., 2004). A PCR tem se mostrado uma forte indicadora de inflamação ou infecção na medicina veterinária, apresentando importante papel na interação entre a resposta imune inata e específica, atuando na regulação da resposta imunológica do hospedeiro (Eckersall e Bell, 2010).

Em suínos, a PCR é considerada como um dos melhores marcadores para a identificação de lesões inflamatórias, podendo ser utilizado para monitorização do estado geral da saúde, incluindo avaliação de estresse (Eckersall et al., 1996).

Considerações finais

Os valores para bioquímica sérica encontrados neste estudo são originados de porcas saudáveis de uma Granja de Reprodutores Suídeos Certificada (GRSC) e, portanto estes valores podem ser usados como guia para a interpretação de resultados encontrados para porcas na fase final de gestação.

Demonstrou-se que a gestação foi fator importante para alguns parâmetros, como a proteína total, a albumina, o cálcio, o colesterol e a creatinina, influenciando os valores de referência encontrados para porcas. Já em relação aos outros parâmetros bioquímicos analisados, a gestação não teve influência sobre os resultados obtidos.

Percebe-se que a utilização da bioquímica clínica para suínos deve ser ampliada, possibilitando maiores investigações sobre os valores encontrados, além de servir como um diagnóstico auxiliar aos médicos veterinários, principalmente em determinadas fases de produção, como durante a gestação, sendo esta uma fase de extrema importância dentro do ciclo de produção.

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REDVET: 2017, Vol. 18 Nº 9

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