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PERFIL BIOQUÍMICO SÉRICO EM GATOS DOMÉSTICOS (FELIS DOMESTICUS, LINNAEUS, 1758) SUBMETIDOS A DIFERENTES TIPOS DE DIETAS INDUSTRIALIZADAS 1

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Artigo Científico

PERFIL BIOQUÍMICO SÉRICO EM GATOS DOMÉSTICOS (FELIS

DOMESTICUS, LINNAEUS, 1758) SUBMETIDOS A DIFERENTES TIPOS

DE DIETAS INDUSTRIALIZADAS

1

Evilda Rodrigues de LIMA2*, Antonio Tadeu de VASCONCELOS3,

José de Carvalho REIS4, Edvaldo Lopes de ALMEIDA2, Miriam Nogueira TEIXEIRA2,

Eneida Willcox RÊGO2, Daniela Godoy COUTINHO5, Márcio Apolônio ROCHA JUNIOR5

RESUMO: Foram utilizados 24 gatos domésticos, de ambos os sexos, sem raça

definida, com idade de 2 a 4 anos, divididos por sexo em três grupos e submetidos a três tipos de ração seca industrializada (R1, R2, R3), sendo avaliados mensalmente durante 6 meses. Nos resultados obtidos de acordo com o tipo de ração, os machos apresentaram diferenças estatisticamente significativas para proteína total, creatini-na, aspartato-aminotransferase (AST), alanina-aminotransferase (ALT) e colesterol e as fêmeas para albumina, creatinina, uréia, ALT, AST, fosfatase alcalina e coleste-rol. De acordo com o tempo de consumo, nos machos as diferenças foram estatis-ticamente significativas para proteína total, albumina, creatinina, uréia, ALT, coleste-rol e glicose e nas fêmeas para proteína total, albumina, creatinina, uréia, ALT e glicose. Conclui-se que algumas variáveis do perfil bioquímico sérico de machos e fêmeas foram afetadas pelo tipo de ração consumida e pelo tempo de consumo da mesma, havendo diferença entre os sexos.

Termos para indexação: concentrações sérica, ração seca industrializada, felinos,

tempo de consumo.

SERIC BIOCHEMICAL PROFILE IN DOMESTIC CATS (FELIS DOMESTICUS, LIN-NAEUS, 1758) SUBMITTED TO DIFFERENT TYPES OF INDUSTRIALIZED DIETS ABSTRACT: Twenty-four domestic cats of both sexes were used, from an unknown

breed, with ages between 2 and 4 years, divided in three groups and submitted to three different types of dry industrialized food (R1, R2, R3), being evaluated monthly for 6 months. In the obtained results, according to the type of food, the males showed statistically significant differences for total protein, creatinin, AST, ALT, and cholesterol and the females for albumin, creatinin, urea, ALT, AST alkaline phosphatase and cholesterol. According to the period of diet consumption, in the males the differences were statistically significant for total protein, albumin, creatinin, urea, ALT cholesterol and glucose and in the females for total protein, albumin, creatinin, urea, ALT and glucose. It may be concluded that some parameters of the seric biochemistry profile of males and females were influenced by the type of administered diet and its period of consumption considering their differences of sexes.

Index terms: seric concentrations, industrialized dried ration, feline, time of

consumption.

1 Parte da tese de doutorado do primeiro autor, no programa de Pós-Graduação em Ciência Veterinária. Universidade

Federal Rural de Pernambuco.

2 Médico Veterinário. Prof. Adjunto Universidade Federal Rural de Pernambuco. Departamento de Medicina Veterinária.

Av. Manoel Medeiros, s/n. Dois Irmãos, Recife - Pernambuco - Brasil. *autora para correspondência. E-mail: evilda@ufrpe.br

3 Farmacêutico - HEMOPE - Recife - PE.

4 MédicoVeterinário. Prof. Adjunto Universidade Federal Rural de Pernambuco. Departamento de Zootecnia. 5 MédicoVeterinário Autônomo – Recife- Pernambuco.

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INTRODUÇÃO

A clínica de pequenos animais neces-sita da complementação de exames labo-ratoriais, quando acompanhados da histó-ria clínica e exame físico, para chegar a um diagnóstico, avaliar o prognóstico e uma terapêutica eficaz. Dentre os exames labo-ratórios, os perfis bioquímicos séricos refle-tem a integridade celular e a função orgâni-ca, ainda que não seja uma medida direta da integridade do ambiente intracelular. Po-dem-se esperar diferentes padrões de alte-rações no perfil bioquímico como resultado de lesão celular ou disfunção orgânica. Es-ses padrões refletem tanto o extravasamen-to de constituintes celulares para o soro, quanto à regulação prejudicada da absor-ção, produção ou excreção dos vários com-ponentes séricos (OSBORNE et al., 2004). O tipo de dieta e a freqüência com que o animal a recebe pode interferir diretamen-te no metabolismo orgânico, associado aos fatores como sexo, idade, confinamento e os ingredientes contidos nos alimentos in-dustrializados para os animais. Os alimen-tos comerciais para cães e gaalimen-tos estão dis-poníveis sob as formas seca, úmida e semi-úmida. Na forma seca incluem-se cereais em grãos, produtos de carne, aves ou pei-xe, alguns produtos lácteos e suplementos vitamínicos e minerais. Esses alimentos utilizam ingredientes de baixa umidade e a sua desidratação excessiva ou incorreta pode originar uma diminuição na porcenta-gem de nutrientes inclusive a sua perda to-tal. A deficiência de proteína altera a res-posta imunológica, a resistência a infec-ções, reduz a produção de hemoglobina e provoca anemia e declínio dos níveis de proteínas plasmáticas (CASE et al., 1998). A alimentação tem um papel importan-te na manuimportan-tenção e no equilíbrio orgânico. A proteína, aminoácidos, ácidos graxos es-senciais, vitaminas e minerais quando for-necidos em níveis apropriados na dieta, assegurarão o funcionamento em harmo-nia e o aumento dos mecanismos de defe-sa natural (CASE et al., 2002; DIBARTOLA et al., 2003). O sistema renal representa o

sistema de proteção final para o gato. Pelo fato de rins saudáveis contribuírem para uma saúde geral e bem-estar, sendo im-portante o fornecimento de uma nutrição correta para que suas funções sejam man-tidas (MORRIS e ROGERS, 2004, PEREZ, 2004). A proteína adequada na dieta é im-portante para uma nefrogênese apropria-da. Muitos componentes estruturais dos rins são proteínas, como numerosas enzimas, colágeno da membrana de base, a ctina e a miosina nos microtúbulos das células do mesangio (PEREZ, 2004; HUGHES et al., 2005).

As marcas comerciais de alimentos podem ser classificadas em populares e de qualidade. As marcas populares incluem alimentos ricos em cereais e vegetais que podem desenvolver distúrbios orgânicos e as marcas de qualidade são desenvolvidas para proporcionar uma ótima alimentação aos animais, durante as várias etapas de sua vida e recomendado em dietas tera-pêuticas (CASE et al., 1998).

O perfil bioquímico sérico é importante no diagnóstico de distúrbios metabólicos (NELSON e COUTO, 1994, OSBORNE et al., 1999, NELSON e COUTO, 2001, OS-BORNE et al., 2004) informando sobre anormalidades nas substâncias formado-ras de urólitos, bem como indicador de mal funcionamento hepático, renal, digestivo e outros (NELSON e COUTO, 1994, MEYER et al., 1995, NELSON e COUTO, 2001). As mensurações séricas podem ser afetadas por vários fatores metabólicos. Os valores bioquímicos séricos normais para adultos na espécie felina, segundo Meyer et al. (1995), compreendem: glicose 70,0–150,0 mg/dl; proteína total 5,4–7,8 g/dl; albumina 2,1–3,9 g/dl; colesterol 90,0–205,0 mg/dl; creatinina 0,8–1,8 mg/dl; uréia 10,0–30,0 mg/dl; fosfatase alcalina 10,0–80,0 UI/l; ALT 10,0–80,0 UI/l; AST 10,0–80,0 UI/l. Valores referênciais similares são citados por Co-les (1984), Nelson e Couto (1994), Wing-field et al. (1998), Bush (1999) e Nelson e Couto, 2001.

Case et al. (1998) afirmaram que to-dos os animais domésticos têm

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capacida-de capacida-de metabolizar o excesso capacida-de proteína. Este processo origina a produção de uréia e a sua excreção pela urina. A restrição protéi-ca na dieta até níveis que satisfaçam, mas sem exceder as necessidades do animal, minimizam a produção de uréia e melhoram os sinais clínicos associados à uremia.

Nas enfermidades renais e digestivas comumente observam-se proteinúria seve-ra e hipoalbuminemia, ocorrendo edema, devido à queda da pressão oncótica. A hi-percolesterolemia é freqüente em animais com glomerulopatia ou nefrose, mas seu mecanismo permanece inexplicado. A de-terminação da concentração sérica da gli-cose é importante no diagnóstico de enfer-midades pancreáticas. As concentrações de glicose no soro ou plasma são geral-mente mais altas que as encontradas no sangue integral. Esse fenômeno ocorre por-que o eritrócito maduro contém menos gli-cose que o soro ou plasma (COLES, 1984). A fosfatase alcalina é mais elevada nos animais jovens e sua determinação é útil no diagnóstico de hepatopatias degenera-tivas e obstrudegenera-tivas no gato. A atividade au-mentada dessa enzima pode estar associ-ada com uma patologia óssea (COLES, 1984; MEYER et al., 1995). A uréia é pro-duzida no fígado e representa o principal produto do catabolismo das proteínas nas espécies carnívoras e onívoras. A uréia pas-sa através do filtro glomerular e cerca de 25-40% dela é absorvida quando passa através dos túbulos renais. O aumento na quantidade de urina diminui a reabsorção de uréia, enquanto um baixo fluxo facilita sua reabsorção. Comentaram Meyer et al. (1995) que o nível de uréia pode ser au-mentado nos carnívoros com um aumento no consumo dietético de proteína, colapso catabólico ou hemorragia no interior do trato gastrointestinal. A sua mensuração no soro é feita para avaliar a função renal. Case et al. (1998) citaram que a produção da uréia é diretamente proporcional ao catabolismo diário das proteínas dietéticas e corporais. O acúmulo de toxinas urêmicas no or-ganismo, decorrente da diminuição da taxa de filtração glomerular, causa alteração da

homeostase. O nível sérico elevado de uréia, e por esta apresentar facilidade de difusão nos tecidos, favorece a formação de amônia, e esta causa irritação da muco-sa, o que justifica os sintomas gastroenté-ricos observados em pacientes com doen-ça renal (OSBORNE et al., 1999; OSBOR-NE et al., 2004). Os rins eliminam os pro-dutos indesejados do catabolismo protéico. Assim, a uréia, creatinina, ácido úrico e a amônia são eliminados e excretados na uri-na. O rim regula o equilíbrio hídrico, o pH do sangue, a pressão sangüínea, a produção do hormônio eritropoietina e a forma ativa da vitamina D. A diminuição progressiva dessa função conduz à perda funcional e aos si-nais clínicos eventuais da enfermidade re-nal. A diminuição da capacidade de excre-ção dos rins origina uma elevaexcre-ção da uréia e de outros catabolitos do sangue, com conseqüente retenção orgânica. Os indica-dores de disfunção renal são o aumento de nitrogênio uréico sangüíneo, uréia e creatinina plasmática (COLES, 1984).

A creatinina, formada durante o meta-bolismo da musculatura esquelética, não é influenciada pela dieta ou hemorragias in-testinais. Uma severa perda muscular po-derá reduzir a quantidade de creatinina for-mada. Uma redução da taxa de filtração glo-merular, aumenta a concentração sérica de creatinina. Os mesmos fatores pré-renal, renal e pós-renal que influenciam a uréia, afetam a creatinina sérica (MEYER et al., 1995). O colesterol sérico pode ser de ori-gem dietética ou resultante da síntese no fígado e em vários outros tecidos. O fígado é o ponto focal de eliminação do colesterol do organismo sob a forma de ácidos bilia-res (OSBORNE et al., 2004).

As transaminases (aminotransferases) são rotineiramente avaliadas no diagnósti-co clínidiagnósti-co laboratorial de doenças hepáti-cas. A alanina-aminotransferase (ALT) era anteriormente conhecida como transamina-se glutâmico-piruvica (TGP) e a aspartato-aminotransferase (AST), anteriormente transaminase glutâmico-oxaloacética (TGO). Essas enzimas têm distribuição ampla no organismo, estando presentes no

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soro em pequenas quantidades, que po-dem se elevar, como resultado de destrui-ção de tecidos. A AST não é específica para lesões hepáticas em gatos. No entanto, a ALT é importante para essa espécie e o aumento dessa transaminase é específico de destruição celular e reflete anormalida-de das células hepáticas, uma elevação discreta tem sido observada em casos de uremia (FERREIRA NETO et al., 1978; COLES, 1984; MEYER et al., 1995).

Em felinos, diversos fatores têm con-tribuído para uma maior incidência de dis-túrbios degenerativos e metabólicos, den-tre eles os fatores dietéticos. O animal pas-sou a ter alimento à disposição, predispon-do-o a uma vida sedentária, com pouca ati-vidade física para se alimentar, diminuição na ingestão de água e o aparecimento de estresse (OSBORNE et al., 1999; OSBOR-NE et al., 2004). Sendo assim, nesta pes-quisa, o objetivo consistiu em avaliar a in-fluência do tipo de ração seca industriali-zada consumida e do tempo de consumo sobre o perfil bioquímico sérico de gatos, de ambos os sexos.

MATERIAL E MÉTODOS

Esta pesquisa foi desenvolvida no Gatil do Hospital Veterinário do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Fe-deral Rural de Pernambuco e no Laborató-rio de Análise Clínica da Fundação de He-moterapia de Pernambuco (HEMOPE) e Casa de Saúde Santa Clara, todos locali-zados na Cidade de Recife-PE, no período de agosto de 2002 a janeiro de 2003. Fo-ram utilizados 24 gatos, sem raça definida, sendo 12 machos e 12 fêmeas, com ida-des variando entre 2 e 4 anos, provenien-tes de doações. Concluída a fase experi-mental os animais foram doados.

Os animais inicialmente foram subme-tidos a um período de adaptação de 30 dias, confinados em seis boxes de 6,0 m x 4,0 m cada, com quatro animais do mesmo sexo, por boxe, onde recebiam água e ração seca industrializada ad libitum. Os 12 animais de cada sexo foram divididos em três grupos

de quatro animais, sendo cada grupo sub-metido a um tipo de ração seca industriali-zada. Foram pesquisados os alimentos in-dustrializados disponíveis no comércio es-pecializado do Recife, através de um pro-cesso de amostragem aleatória simples. As informações sobre a composição das ra-ções foram fornecidas pelo fabricante e consideradas verdadeiras.

Grupo 1 (Ração R1): Ração seca indus-trializada específica para gatos, do fabri-cante A, considerada pelos Clínicos Veteri-nários como ração de qualidade (testemu-nha), cuja composição básica: carne de ave, fígado de ave, farinha de subprodutos de ave, farinha de arroz, subprodutos de aves, farinha de peixe, gordura de ave, pol-pa de beterraba desidratada, ovo em pó, carbonato de cálcio, levedura de cerveja, cloreto de potássio, cloreto de sódio, DL-metionina, sulfato de manganês, acetato de vitamina A, biotina, lecitina, pantotenato de cálcio, mononitrato de tiamina, hidroclore-to de piridoxina (vitamina B6), sulfato de co-bre, vitamina B12, riboflavina, inositol, vita-mina D3, ácido fólico, iodeto de potássio, carbonato de cobalto. Os níveis de garan-tia foram: Proteína bruta (mín.) 34,000%, Gorduras (mín.) 21,000%, Fibra bruta (máx.) 2,500%, Umidade (máx.) 10,000%, Magnésio (máx.) 0,0965%, Taurina (mín.) 0,160%, Ácidos graxos ômega-6 (mín.) 1,400%, Ácidos graxos omega-3 (mín.) 0,280%, Cálcio 0,950%, Fósforo 0,850%, Minerais totais (máx.) 7,000%, Energia me-tabolizável 4718 kcal/kg.

Grupo 2 (Ração R2): Ração seca indus-trializada específica para gatos, do fabri-cante B, considerada pelos Clínicos Veteri-nários como ração popular. Tendo como composição básica: Farinha de carne de frango, farinha de peixe, farinha de carne, extrato de carne, milho integral moído, tri-go integral, glúten de milho, tri-gordura ani-mal estabilizada, óleo vegetal, levedura seca de cervejaria, cloreto de sódio, clore-to de potássio, corante, taurina, metionina, vitamina E, colina, arginina, niacina, ácido pantotênico, vitamina B6, ácido fólico, bioti-na, tiamibioti-na, vitamina A, vitamina B2,

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vitami-na K3, vitamina B12, vitamina D. Os níveis de garantia foram os seguintes: Proteína bruta (mín.) 28,00%, Umidade (máx.) 12,00%, Extrato éterio (mín.) 8,00%, Maté-ria fibrosa (máx.) 4,00%, MatéMaté-ria mineral (máx.) 8,00%, Fósforo (mín.) 0,80%, Cál-cio (máx.) 1,30%, Magnésio (máx.) 0,10%. Grupo 3 (Ração R3): Ração seca indus-trializada específica para gatos, do fabri-cante C, considerada pelos Clínicos Vete-rinários como ração popular. Tendo como composição básica: Vit. A 40.000 UI, Vit. D3 1.600 UI, Vit. E 300 mg, Vit. K3 1,1 mg, Vit. B1 (tiamina) 6 mg, Vit. B2 (riboflavina) 4 mg, Ac. Pantotênico 7,0 mg, Vit. B6 (piridoxina) 12 mg, Ac. Fólico 1,5 mg, Biotina 0,2 mg, Vit. B12 40 mcg, Vit. PP 40 mg, Colina 420 mg, Taurina 1.500 mg, Cobre 5,0 mg, Ferro 63 mg, Iodo 2,6 mg, Manganês 5 mg, Selênio 0,05 mg, Zinco 27 mg e Promotor de Eficiência Ali-mentar UFC: 1010 cujos níveis de garantia foram: Umidade (máx.) 12,00%, Proteína bruta (mín.) 30,00%, Proteína de origem animal (mín.) 10,00%, Extrato etério (mín.) 10,00%, Matéria fibrosa (máx.) 3,00%, Matéria mineral (máx.) 6,00%, Cálcio (máx.) 1,60%, Fósforo (mín.) 0,80%.

Foram realizados exames laboratoriais do perfil bioquímico, mensalmente, duran-te 6 meses, sendo colhidos 5 ml de sangue por venopunção e transferidos para um tubo de ensaio de 10 ml, sem anticoagulante, para obtenção de soro e procedeu-se às dosagens de proteína total, albumina, creatinina, uréia, alanino-aminotransferase (ALT) e aspartato-aminotransferase (AST), fosfatase alcalina, colesterol e glicose. As dosagens foram re-alizadas mediante utilização de kits comer-ciais da marca CELM, com leitura em ana-lisador bioquímico semi-automático mode-lo SB-190 CELM.

Os dados obtidos foram registrados em fichas próprias. A análise estatística dos dados obtidos para as variáveis relaciona-das com o perfil bioquímico sérico realizou-se através da análirealizou-se de variância (ANOVA), amostra inteiramente casualiza-da, considerando as fontes de variação tipo de ração e dias após o consumo, para ma-chos e fêmeas separadamente, uma vez

que os valores referenciais para essas va-riáveis diferem quanto ao sexo. A compa-ração entre as médias das variáveis contí-nuas estudadas foi realizada através da Diferença Mínima Significativa (DMS), cal-culada através do teste t.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 1 apresenta os valores médi-os obtidmédi-os para o perfil bioquímico sérico dos machos, de acordo com o tipo de ra-ção consumida e quanto aos dias após o consumo. Os resultados de acordo com o tipo de ração consumida apresentaram di-ferenças estatisticamente significativas para proteína total e colesterol (P<0,001), para creatinina e AST (P<0,01) e para ALT (P<0,05). A albumina, uréia, fosfatase al-calina e glicose, não apresentaram diferen-ças estatisticamente significativas (P>0,05). De acordo com os dias após o consumo, apresentaram diferenças estatisticamente significativas para proteína total, albumina, creatinina e glicose, (P<0,001), para ALT e colesterol (P<0,01) e para uréia (P<0,05). AST e fosfatase alcalina não apresentaram diferenças estatisticamente significativas (P>0,05).

Como foi evidenciada nesta pesquisa, a dieta influenciou nas concentrações séri-cas do perfil bioquímico sérico de machos. Os resultados da uréia apresentaram-se elevados em todas as avaliações. A média geral das concentrações séricas da proteí-na total, albumiproteí-na, creatiniproteí-na, ALT, AST, FA, colesterol, apresentou valores médios den-tro dos parâmeden-tros de normalidade confor-me citações de Coles (1984), Nelson e Couto (1994), Meyer et al. (1995), Wing-field et al. (1998), Bush (1999), Nelson e Couto (2001). A proteína total, albumina, creatinina, colesterol e uréia refletem a in-fluência da dieta nos seus metabolismos. As variações observadas para creatinina, ALT e colesterol, evidenciam que estão re-lacionadas com o metabolismo orgânico, como citou Coles (1984), e com o tipo de dieta, seja ração de qualidade ou popular, como afirmaram Case et al. (1998).

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TABELA 1 – Valores médios das variáveis quantitativas relacionadas com o perfil bioquí-mico, referente a proteínas, enzimas, colesterol e glicose, quadrados médi-os e coeficientes de variação em gatmédi-os do sexo masculino, de acordo com o tipo de ração consumida e dias após o consumo

ns – Não significativo (P>0,05), * Significativo (P<0,05), ** Significativo (P<0,01), *** Significativo (P<0,001).

1 Representa a média geral para cada variável considerada.

2 Para a variável considerada, o primeiro valor refere-se ao tipo de ração e o segundo a dias após o consumo.

Para uma mesma variável, médias seguidas de letras minúsculas diferentes, na coluna, diferem estatisticamente ao nível considerado, pelo teste t.

Para uma mesma variável, médias seguidas de letras maiúsculas diferentes, na linha, diferem estatisticamente ao nível considerado, pelo teste t, sendo as comparações feitas só em relação ao tempo zero (0).

A Tabela 2 apresenta os resultados obtidos para o perfil bioquímico sérico das fêmeas, de acordo com o tipo de ração consumida e dias após o consumo. O tipo de ração apresentou efeito estatistica-mente significativo para albumina, crea-tinina, uréia, ALT, AST, fosfatase alcalina e colesterol. As concentrações séricas da proteína total e da glicose não

apresen-taram diferenças estatisticamente signi-ficativas. De acordo com os dias após o consumo, apresentaram diferenças es-tatisticamente significativas para pro-teína total, albumina, creatinina, uréia, ALT e glicose. As concentrações séri-cas de AST, fosfatase alcalina e colterol, não apresentaram diferenças es-tatisticamente significativas (P>0,05).

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TABELA 2 – Valores médios das variáveis quantitativas relacionadas com o perfil bioquí-mico, referente a proteínas, enzimas, colesterol e glicose, quadrados médi-os e coeficientes de variação em gatmédi-os do sexo feminino, de acordo com o tipo de ração consumida e dias após o consumo

ns – Não significativo (P>0,05), * Significativo (P<0,05), ** Significativo (P<0,01), *** Significativo (P<0,001).

1 Representa a média geral para cada variável considerada.

2 Para a variável considerada, o primeiro valor refere-se ao tipo de ração e o segundo a dias após o consumo.

Para uma mesma variável, médias seguidas de letras minúsculas diferentes, na coluna, diferem estatisticamente ao nível considerado, pelo teste t.

Para uma mesma variável, médias seguidas de letras maiúsculas diferentes, na linha, diferem estatisticamente ao nível considerado, pelo teste t, sendo as comparações feitas só em relação ao tempo zero (0).

A média geral das concentrações séri-cas do perfil bioquímico em fêmeas como proteína total, albumina, creatinina, ALT, AST, colesterol, estão de acordo com os valores referenciais de Coles (1984), Nel-son e Couto (1994), Meyer et al. (1995), Wingfield et al. (1998), Bush (1999) Nel-son e Couto (2001). Os valores médios para o perfil bioquímico sérico das fêmeas apre-sentaram valores elevados para a uréia, em todas as avaliações. A fosfatase alcalina apresentou valores elevados após 30 dias

de consumo quanto ao tipo de rações R2 e R3. As concentrações séricas da proteína total, albumina, creatinina, ALT, AST estão dentro dos parâmetros normais de acordo com o valor médio para o tipo de ração e dias após o consumo.

Nas fêmeas, os valores da uréia mos-traram-se elevados em todas as avaliações. A fosfatase alcalina apresentou valores ele-vados após 30 dias de consumo com ra-ção R2 e R3. Esses resultados comprovam que os metabolismos dessas

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concentra-ções séricas do perfil bioquímico de fêmeas foram mais variáveis pelos tipos de ração R1 e R3, ou seja, ração de qualidade e ra-ção popular. A R2 (popular) apresentou melhores resultados para as variáveis es-tudadas. Case et al. (1998) explicaram que os alimentos na forma seca, com desidra-tação excessiva ou incorreta, podem origi-nar uma diminuição na porcentagem de nutrientes, o que certamente acarretará transtornos metabólicos e alterações nas concentrações séricas.

O nível elevado de uréia foi observado durante todo o experimento, em ambos os sexos, podendo estar relacionado com o aumento de consumo da dieta por repre-sentar o principal produto do catabolismo das proteínas nos carnívoros (MEYER et al., 1995). A concentração sérica da creati-nina aumentou ao longo do tempo, nos machos e nas fêmeas, mas, não além dos valores de referência. As transaminases (ALT e AST) são enzimas importantes cli-nicamente e têm distribuição ampla no or-ganismo, apesar de estarem presentes em pequenas quantidades no soro, como re-sultado de distribuição nos tecidos (FER-REIRA NETO et al., 1978; COLES, 1984; MEYER et al., 1995).

A dieta tem um papel importante na manutenção e equilíbrio orgânico dos ani-mais. De acordo com Case et al. (2002) e DiBartola et al. (2003) a nutrição adequa-da assegura o funcionamento e aumento dos mecanismos de defesas naturais. Mor-ris e Rogers (2004), Perez (2004), Hughes et al. (2005) afirmaram a importância da função dos rins por contribuírem para a saúde geral e bem estar do animal através da proteína na dieta. Visto que, muitos com-ponentes neste sistema são de estrutura protéica.

CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos e nas condições em que o experimento foi reali-zado, pode-se concluir que para a maioria das variáveis relacionadas com o perfil bio-químico, os fatores tipo de ração, tempo

de consumo e sexo do animal devem ser considerados pelos clínicos veterinários como fontes de variação importantes, e le-vados em conta na interpretação das dife-renças observadas entre os valores médi-os obtidmédi-os para as dmédi-osagens realizadas. Das três rações pesquisadas a R2 foi a que proporcionou melhores concentrações sé-ricas para o perfil bioquímico, devendo ser a preferida para alimentação de gatos de ambos os sexos.

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Referências

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