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A Lucratividade No Poker! - Aakkari

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Academic year: 2021

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E aí amantes do poker! Pensei muito em escrever este artigo por algumas razões: primeiro, ponderando os prós e contras de uma publicação que envolva cifras. Entretanto, como não acho que as cifras sejam algo

exorbitante, passei por cima deste problema.

Depois, pensando na exposição das pessoas que eu citaria. Mas como só falo coisas boas e produtivas nao vi muito problema, mesmo assim entrei em contato com eles pois assim que acho que as coisas devem ser.

Meu intuito de escrever veio de uma avalanche de comentário que pintaram aqui no blog depois do meu último artigo onde circulei entre as diferenças do poker tratado como hobby e a sua face profissional.

Senti que muita gente cria uma falsa realidade sobre o que é o cenário de poker profissional. A falsa realidade muitas vezes vem das cravadas de torneios que geram uma expectativa em quem não faz parte deste universo de que é sempre assim para um profissional. Isso não é realidade, você crava um torneio pequeno, médio ou grande mas junto com ele, dia após dia, vem uma série de investimentos em torneios que no final dentro de um fluxo de caixa vão gerar o resultado real de cada jogador.

A grande maioria dos grandes nomes do poker nacional e internacional são sim lucrativos e, sim, tem suas famas atreladas a esta lucratividade. Uns podem ter mais marketing que os outros, e uns podem focar em áreas que os outros não focam, muitas vezes áreas não rastreáveis, mas nem por isso não são fenomenais e ganhadores.

O poker ainda, principalmente no Brasil, está longe de pagar seus atletas perto do que paga um futebol mas cada vez mais pessoas estão se dedicando e assim ampliam-se as áreas de atuação e de rentabilidade do jogador como perspectivas de patrociníos, palestras, workshops, aulas e etc. Para fazer minhas pesquisas sobre o jogo em si, usei o site www.thepokerdb.com . Nestes sites que levantam ganhos e perdas dos jogadores de poker online os dados nunca são 100% precisos, mas para esta minha pesquisa era mais do que o suficiente. Não quero me amarrar aos detalhes e sim mostrar uma condição geral dos jogadores e do cenário do profissionalismo.

Acredito que devemos nos basear em uma carreira profissional com métricas diferentes para concluir se ela é ou não de sucesso. Jogadores profissionais de poker possuem diferentes características, uns focam em cash games, outros focam em uma rotina absurda de horas e horas nos torneios multi table online e uma boa parte combina as duas vertentes. Ainda existe uma pequena camada que se envolve em uma rotina como a minha: jogar poker online orientado para multi tables, misturando com uma rotina também alavancada de poker ao vivo, viajando e correndo circuitos “majors” pelo mundo.

Portato, analisar os dados dos jogadores que focaram apenas no poker ao vivo foge ao meu artigo, pois não existe nenhuma referência para colhermos estes dados. Definitivamente são jogadores que correm muito mais riscos pois não conseguem uma amostragem suficiente para fazer suas habilidades prevalecerem, por isso resolvi não focar neste tipo de jogador, mesmo achando que no Brasil ainda não existam muitos desta espécie, a maioria ou esta focado 100% no online ou mistura estas duas atividades.

Jogadores, ganhos, lucratividades ou perdas do cash game também não é o foco do meu artigo. Não sou do cash game e não tenho como analisar de forma absoluta esta categoria, muito pelo contrário, sou perdedor em cash game, por volta de uns U$68.000,00 em 4 anos, de acordo com alguns sites de referência para esta categoria, sites que também não são confiáveis mas apontam

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para uma realidade. Recentemente, o site pokertableratings, que aponta uma perda minha de U$100.000,00 em 4 anos, enviou um email pedindo desculpas pois haviam perdido mais de 1 ano de base de dados, o que desconfigurava por completo seus números. Mas não preciso dos números deles já que tenho os meus do Poker Tracker e sei qual a minha evolução nesta modalidade.

Sendo assim, meu foco é a analise nos profissionais de multi table online, que tenham um pézinho pelo menos nos torneios ao vivo mas fazem seus salários e patrimonios derivados da rede digital. Para analisar a carreira de um profissional de torneios acho que devemos levar em conta algumas grandezas:

A primeira delas é o número de torneios jogados, ou seja, independente do ano que o jogador começou a sua profissão, da sua qualidade técnica, se ele for lucrativo, ou seja, ganhou ao menos 1 real na sua carreira subtraindo seus ganhos dos seus investimentos, quanto mais torneios ele jogar maior será o seu salário.

A segunda grandeza importante é a sua capacidade de retorno em valor absoluto a cada torneio jogado, ou seja, o seu lucro líquido resultado do valor total dos seus ganhos menos os investimentos, se for dividido pelo número de torneios que ele já jogou resultará em uma média de U$ que ele ganha a cada torneio que joga.

Uma métrica importantíssima dentro da análise de um jogador é o seu “avarage buy in”, ou seja, sua média de investimento a cada torneio. Esta grandeza nos mostra em qual nível o profissional opera no poker, se ele é batedor dos torneios micros, médios ou altos, onde relativamente os níveis de jogadores acompanham as mesmas grandezas. Não irei analisar a fundo esta métrica, mesmo ela sendo de fundamental importância, pois meu objetivo não é julgar quem é melhor que quem, e sim mostrar o quê cada tipo de profissional pode conseguir de lucratividade e o quanto cada um investe de tempo para alcançá-la, além de definir tendências do futuro de cada um deles. Lembrando que utilizei apenas dados do PokerStars dentro do thepokerdb.com.

Vejamos alguns casos interressantes por número de torneios jogados, média de lucro por torneio, média mensal de ganhos e alguns detalhes sobre as médias de buy ins, mas nada a fundo:

O profissional Felipe Mojave é uma dos maiores nomes do cenário do poker nacional, vencedor em cash games de PLO reconhecidamente e ainda proprietário de uma carreira de sucesso no poker ao vivo, tendo mesa final de WSOP e anel de campeão do circuit da mesma liga.

Muita gente já contestou sua carreira online mas na maioria das vezes sem analisar seus números de forma absoluta.

Mojave começou sua carreira online em 2007, portanto adotei uma base de 60 meses de histórico, entretanto nestes 60 meses ele jogou apenas 1.224 torneios, o que é um número absurdamente pequeno para um profissional desta modalidade, seus ganhos menos seus investimentos divididos pelo número de torneios resulta em um valor absoluto de U$139,00 de lucro a cada torneio jogado.

É simplesmente enorme, ou seja, ele joga muito poucas vezes, acredito eu por estar focado em outras áreas como cash game live, torneios live, marketing e projetos em geral, mas mesmo assim resulta em um ganho por torneio altíssimo. Quando analisamos o seu salário mensal projetado por uma média chegamos ao número de U$2.854,00. O que não chega a ser um número nem perto de um jogador de futebol, entretanto, para quem joga tão pouco, R$5.000,00 por mês é um grande salário, concordam?

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Sua média de torneios por mês é 20, ou seja, menos da metade do número que a maioria joga por dia. Somente este número já faz com enxerguemos que sua amostragem quase deturpa a análise, entretanto, ele mantém a lucratividade ano após ano.

Portanto, neste caso o poker é justo, Mojave não tem volume, joga bem, tem um lucro satisfatório comparado ao seu volume resultando em uma média de salário bacana mas sua amostragem de valor/torneio é desproporcional derivada de uma amostragem muito baixa ainda de torneios. Seu foco é torneio ao vivo e cash game de PLO, não tem amostragem online mas o pouco que tem somado aos seus ganhos ao vivo e seus ganhos no PLO acabam dando a fama que ele merece. Vejamos o caso de um outro nome que está entre os mais fortes no Brasil, João Bauer.

Bauer começou a carreira em 2007, venceu quase tudo que se pode vencer no online, bracelete de WCOOP, todos os regulares, e muito mais. Fora isso ainda com uma amostragem baixíssima nos torneios ao vivo tem um aproveitamento incrível, com um segundo lugar no LAPT entre outros. Mesmo caso que o Mojave no online é o Bauer no ao vivo, tem uma amostragem baixa, mas um ganho alto.

Bauer já tem um empenho online bem diferente do Mojave, jogou até hoje desde 2007, 12.910 torneios, com ganhos muito grandes e uma média de retorno por torneio de U$40,87. Ou seja, muitos podem pensar que um jogador que jogou 1.200 torneios com média por torneio de U$139,00 é muito melhor naquela modalidade do que o jogador como o Bauer. Exatamente aí que a porca torce o rabo!

Aumentar mais de 10 vezes o número de torneio dentro de um cenário de médio e longo prazo automaticamente faz com que você reduza o seu ganho médio mas faz com que seu ganho absoluto aumente de forma incrível. Bauer em 60 meses de carreira acumula uma média de salário mensal de U$8.794,00, algo em torno de R$15.000,00.

Isso nos mostra, além da qualidade do Bauer, que uma amostragem de online precisa ser alta para poder alcançar os limites analisáveis de uma carreira.

Devemos considerar ainda o fato de que o jogador João Bauer provavelmente não jogava como profissional e regular de MTTs desde 2007, como o site mostra, o que diminuiria o prazo e elevaria ainda mais seu ganho mensal e seu lucro por torneio. De qualquer maneira já é um número fenomenal.

Ganhar não é o grande problema no poker, o maior problema é ganhar regularmente por muito tempo. Estes números mostram exatamente isto. Ganhar um torneio contra o Phil Ivey é difícil mas bem possível, mas jogue 12.910 torneios contra o homem e verás!

Existem ainda casos mais impressionantes como o de Thiago Decano, o Corinthiano. Em todos os números com excessão do número de torneios Decano impressiona. Jogou 6.977 torneios com uma média de U$46,50 de lucro por torneio, resultando em um salário mensal de U$6.759,00 por volta de R$12.000,00 mas compare seus números com Bauer, para conseguir quase o mesmo salário ele trabalhou metade do tempo. Ou seja, é um típico caso de dedicação x escolha de qualidade de vida, sem contar talvez o principal fator que é o seu “avarage buy in”.

Decano deve ter os seus motivos para ter jogado metade dos torneios de Bauer que por sua vez jogou metade dos torneios do fenomeno Pessagno, mas acabou optando por uma qualidade de vida muito maior. Talvez seus altos indíces venham mesmo desta mistura entre trabalhar e valorizar a qualidade de vida. Jogando buy ins maiores que Mojave, Bauer e Pessagno, Decano precisa de ainda mais qualidade em suas mesas, automaticamente resultando em um número menor de torneios, mas quando entra em campo, destrói.

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Além de tudo isso, Decano ainda tem uma amostragem bem satisfatória com lucros incríveis nos outros sites. Neste artigo usei apenas números do PokerStars. Portanto, bota lucratividade e talento na conta do japonês.

Em termos de empenho, dedicação e quantidade de mãos jogadas no Brasil ninguém supera Caio Pessagno. Uma verdadeira máquina de jogar poker online.

Pessagno jogou 25.112 torneios, o que automaticamente reduz a sua média de ganhos por torneios para U$17,79. Se comparados ao Mojave é quase 24 vezes mais, incrível! Mas não opera no PLO nem no ao vivo como o primeiro monstro citado.

Seus ganhos mensais giram em torno de U$6.206,00.

Aí que vem a parte curiosa! Muitos podem indagar; “Akkari, então não vale a pena jogar tantos torneios para chegar no mesmo resultado que o Decano, certo?” ERRADO!

Vocês conseguem imaginar a quantidade de experiência que este jogador esta acumulando, a quantidade de situações diariamente que ele vem passando, o número de mãos diferentes que ele pode testar todos os dias e que irão levar ele em poucos anos a um patamar impressionante? Isso é trabalho, esforço e não tem como não ser recompensado ainda mais do que já vem sendo. Fora isso, construir uma lucratividade com volume é o sonho de todo jogador, sem risco, sem variância, este é o segredo do sucesso, assim como em um torneio, crescer de pouco em pouco suas fichas, sem flip, até chegar na mesa final, Pessagno faz isso com sua carreira, é positivamente invejável.

Vale a pena tanta dedicação em prol da qualidade de vida? Realmente não sei, acredito que mesmo com estes números um jogador como o Pessagno, inteligente e dedicado ainda pode achar forma de viver a vida em sua plenitude, morar bem, tirar folga, se divertir, viajar e trabalhar. Os números a princípio assustam mas existe a possibilidade de combinar tudo em uma vida saudável. O que teoricamente o separa dos outros jogador é o “avarage buy in”, Pessagno é um monstro de praticamente todos os torneios do PokerStars mas principalmente os de buy ins menores, apenas a título de comparação, a média do Decano é de U$158,00 enquanto a média do Pessagno é de U$38,00.

Isso não fala quem é pior ou melhor na minha opinião, mostra apenas diferença entre eles, um mais trabalhador, volume, menor variância, o outro menos grindador mas entra em campo em torneios mais caros, maior variância e destrói da mesma forma.

Difícil dizer o que seria do futuro dos dois, mas em teoria, jogar mais volume gera mais experiência e menor variância, portanto mais segurança na carreira financeira. Entretanto, o talento do outro pode gerar a mesma segurança pela parte técnica e mesmo com uma menor amostragem é possivel que o sucesso cresça e cheguem no mesmo ponto na curva futura.

Pessagno ainda tem um outro fator que eleva ainda mais o seu nível e números, se eu não me engano, mesmo a conta dele no PokerStars sendo aberta ha muito tempo, ele jogou muito sit and go, começando tarde nos mtt’s, o que aperta ainda a amostragem dele de mtt’s para os últimos 3 ou 4 anos, portanto, seus números por torneio e médias mensais seriam bem maiores, mas como só quero ilustrar um pouco da realidade aqui não preciso me aprofundar tanto nos detalhes. Minhas última análise é a que na minha concepção mais me agrada, a minha mesmo hehehe. Digo que a que mais me agrada não por ser melhor técnicamente, que não é, e vou explicar, mas na

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combinação qualidade de vida e trabalho, esta sim eu acho que cheguei no que para mim seria o ideal.

Não tenho mais como jogar como estas máquinas humanas, tenho duas filhas, esposa, diversos projetos que adoro, entretanto ainda consigo manter uma rotina lucrativa e saudável de poker online para um cara de 37 anos e carreira desde 2006.

Joguei até hoje 7.302 torneios, gerando uma média muito boa de ganho por torneio de U$112,00, resultando em uma média mensal de U$11.358,00. Incrível né?

Não muito, e vou explicar!

Minha carreira começou em 2006, em 2009 eu tinha a mesma pegada dos citados ácima Pessagno e Bauer, não com tantos torneios mas com mesmos resultados financeiros. Alcancei meu ponto alto de lucratividade e daí por diante aconteceu comigo o que acontece com todos os profissionais. Melhorei minha condição técnica, e almejei voos mais altos, rumo ao live e experiências em cash games esporádicas.

Nos cash games minhas experiências foram fracas, não tão fracas se pensar no prazo mas de qualquer maneira perdedoras, mas acredito que se eu não tivesse desistido rápido sem o empenho necessário poderia ser pior.

Focando em viagens e torneios ao vivo, entra uma combinação bombástica, menos torneios, mais riscos, menos regularidade, mais variância, ou seja, até junho de 2011, eu havia investido uma verdadeira fortuna em passagens, hoteis e alimentação.

Graças a Deus e ao meu trabalho, meus ganhos no ao vivo, somando Bellagio, EPT, WPT, WSOP e outros resultavam em lucro, mas não muito não, por volta de U$112.000,00 de acordo com as minhas planilhas, isso desde 2006 lembre-se!

De junho para cá, eu já investi exatamente perto deste valor com as novas viagens e torneios, mas felizmente veio o bracelete no meio do caminho e elevou o lucro novamente. Caso este bracelete não viesse eu estaria ou empatado ou já investindo parte destes ganhos do online no live com certeza.

Derivado de uma alteração de foco, meu gráfico de volume e lucratividade no online está em curva descendente, ao contrário de um jogador como o Pessagno. Minha expectativa e empolgação se posiciona muito mais no live, o que torna a carreira mais arriscada do que o volume do online. Jogadores como Pessagno, Bauer e Decano não investiram nem perto do que eu já fiz na carreira ao vivo. Por trabalho e empenho consegui resultados em um prazo que considero curto mas poderia ter sido diferente, o longo prazo podia ter demorado um pouco mais e sendo assim o resultado na ponta do lápis ainda seria outro. Os jogadores citados ácima não tiveram este risco, ou seja, construiram o que construiram sem almejar tantos voos maiores com mais riscos mas garantem mês a mês a sua lucratividade.

O que seria de um cara com a amostragem de um Pessagno passeando pelo circuito live a todo vapor? Ou um cara com o average buy in e ganhos do Decano impondo amostragem live pelo mundo todo com o seu aproveitamento? Ou intensificar o volume do Bauer no ao vivo como ele faz no online?

Outra marca que eleva a minha média para números melhores, não que devam ser desconsideradas mas devem ser citadas são as “tacadas”. Jogadores como o Pessagno não tem grandes “tacadas” isso elevam seus méritos ainda mais, eu tive pelo menos três grandes “tacadas”

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ou seja, três grandes torneios online que consegui prêmios altos, elevando todas as médias, não tira o meu mérito, mas é meu dever citar pois isso faz muita diferença nas comparações e nos preparos de novos jogadores para entrar neste mundo. Os jogadores de mtt’s são feitos de “mini-tacadas”, ganhar torneios dia a dia é a rotina do grinder de mtt, mas quando digo “tacada” são torneios que extrapolam a curva, como foi o meu vice-campeonato do WCOOP ou Sunday 500. Ter uma carreira sólida como a do Pessagno, com mais de 25 mil torneios, sem ter nenhuma grande “tacada” e ainda conseguir este índice de lucratividade é incrível e se você perguntasse para qualquer profissional prefere este estilo a qualquer outro, inclusive para mim. Só não é tão incrível quanto os números seguintes;

Vamos falar de monstros!

Pra começar mostrando que existem alguns monstros, que sim, são monstros, mas não tããão assustadores assim no online e sim no conjunto da obra.

O casca de ferida, famoso das mesas do PokerStars, Moorman1, é um jogador que até hoje disputou 12.961 torneios desde 2006, resultando em um lucro por torneio de U$70,00 o que gera uma média de salário mensal por volta de U$12.632,00. Se você olhar apenas os números online do homem já são melhores que todos os brasileiros mas se combinarmos isso com sua carreira live aí vira sacanagem.

Moorman conseguiu atrelar todos estes números com uma incrível participação nos torneios do circuito mundial, somente no último ano ele fez Heads Up de WSOP 6max de 10k, com prêmio de 1 milhão de doláres, mais Heads Up da WSOP Europe Main Event. Somente estes dois prêmios somados já dão todos os seus ganhos online.

Incrível ou não? Em dois torneios ao vivo ele ganhou o que cada um dos brasileiros ganhou online! E ele também ganhou online mais do que todos nós!

Pois bem, vejam então esta verdadeira cobra com mouse na mão chamada GBORO780.

Quem nunca ouviu falar no GBORO780 é porque não vive o poker online. Na minha opinião, o homem mais forte deste universo digital, e vejam a razão para tanto sucesso:

Gboro jogou até hoje 6.791 torneios, menos que praticamente todos os citados ácima, seus ganhos por torneio são de minúsculos U$212,00, é mole? O que resulta em um salário mensal de U$20.070,00. Como se não bastasse isso, ainda seu “average buy in” é de U$234,00. Praticamente um Phill Ivey do online, um fenomeno.

Ele joga menos que todos, mais caro que todos, e ganha em todos os quesitos de todos! Não sofre com variância imediata, não tem queda significativa em seu gráfico e ainda por cima enfrenta todos os dias os melhores do online, joga tudo o que tiver de mais caro em uma perspectiva de apenas quatro mesas por vez como um dia me confessou.

Todos querem seguir seus passos mas poucos conseguem. Não jogar pouco a ponto de ser profissional, não jogar muito a ponto de esquecer que existe vida fora do computador, enfrentar os melhores e maiores sem grindar nos torneios pequenos e ainda destruir! Impressionante!

Gboro peca agora no mesmo quesito que todos que tem este tipo de carreira, migrou para o ao vivo, e agora está tentando voos mais altos, ou seja, maiores riscos, maior variância e menor amostragem. Ainda não conseguiu resultados tão expressivos nem grandes lucros mas acredito

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que não demora muito para ele Moormar esta categoria também. De qualquer maneira, ele tem muita lenha para queimar tentando.

Quero com este artigo mostrar um pouco da realidade no poker para que mais e mais pessoas possam analisar nosso esporte como ele deve ser analisado, nem pra baixo nem pra cima.

Estamos muito longe de viver a realidade dos esportes como futebol, tenis e golfe, pelo menos no Brasil.

Retire destes ganhos citados acima os valores mensais de impostos que são pagos referentes aos possíveis lucros e as retenções na fonte de torneios ao vivo e você chegará a conclusão que a atividade pode ser boa, melhor que a maioria da populcação brasileira que passa tanto perrengue mas que também não é a vida das estrelas do futebol que muitos imaginam. É apenas uma profissão bem sucedida como diversas outras podem ser.

Nossas aliquotas de impostos navegam em torno dos 27.5% chegando até os 30% no caso dos torneios nos Estados Unidos. Antes que você pergunte, sim, paguei isso no título da WSOP e, sim, pago todos os meses lucrativos. Portanto, estes valores ficam bem menores do que os citados nos paragráfos das análises dos jogadores.

Lembrando um ponto importante. Estes números são derivados de sites não tão confiáveis, possuem erros, para cima e para baixo, ou seja: é apenas para ilustrar, desenhar uma possível realidade.

Não existe no mundo nenhum site que rastreie todos os resultados sem margem de erro, mas podemos usá-los apenas como referências e material para estudo, principalmente para iniciantes tomarem suas decisões. E lembro novamente que são apenas dados do PokerStars, não somados os outros sites existentes no mercado.

Espero ter ajudado com este artigo as pessoas que querem ingressar nesta carreira, acredito que a melhor forma para todos os envolvidos do mercado seja a transparência e a instrução para que mais gente participe do nosso esporte.

O que vocês achavam do mundo profissional podia ser algo completamente diferente do que desenhei aqui, para outros, já enxergavam a realidade desta forma, entretanto, o objetivo é vocês tomarem suas decisões sabendo onde estão pisando. Esta é a realidade do poker no Brasil e no mundo. Um esporte que virou febre, está explodindo, existe a variância mas que no final do dia recompensa seus adeptos estudiosos e dedicados.

Se você gostou e quer mergulhar de cabeça neste mundo, seja bem vindo, mas esqueça as Ferraris e mansões do Cristiano Ronaldo, aqui o buraco é mais embaixo.

Referências

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