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Hospital Veterinário de Tubarão

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Academic year: 2021

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HOSPITAL VETERINÁRIO DE TUBARÃO

Trabalho de Conclusão de Curso I, apresentado

ao curso de Arquitetura e Urbanismo da

Universidade do Sul de Santa Catarina, como

requisito parcial para obtenção do tulo de

Arquiteta e Urbanista.

Acadêmica:

Lorana Costa de Aguiar Rosa

Orientador:

Arq. Ramon Lima de Carvalho

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DADOS CADASTRAIS

Nome: Lorana Costa de Aguiar Rosa

Endereço: Rua Manoel Antunes Corrêa, 842 – Tubarão/SC Telefone: (048) 9-9903-1966

Email: loranacar@hotmail.com

ORIENTADOR

Professor: Ramon Lima de Carvalho Email: moncarvalho@gmail.com

ASSINATURAS

Trabalho de Conclusão de Curso de Arquitetura e Urbanismo, desenvolvido pela acadêmica Lorana Costa de Aguiar Rosa, apresentado em dezembro de 2018 à seguinte banca avaliadora:

Arq. Ramon Lima de Carvalho Orientador

Professor Avaliador 01

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RESUMO

Este trabalho tem como obje vo fornecer informações necessárias para a elaboração do anteprojeto de um hospital veterinário no município de Tubarão através de pesquisas e elaboração de um par do arquitetônico.

Os animais estão cada vez mais próximos das pessoas, que cada vez mais estão prezando pela saúde e bem-estar dos animais, sendo de suma importância um hospital veterinário na região, visando atender pequenos e grandes animais.

Desta forma o trabalho tem o intuito de dar um embasamento teórico e referencial para o desenvolvimento do projeto. Sendo assim, foram feitas pesquisas e análises buscando compreender um pouco melhor o tema. Para isso foi feita uma pesquisa teórica para dar fundamentação ao trabalho, além de análises de hospitais veterinários, e estudo de caso, visando conhecer melhor os ambientes necessários e os fluxos. Conhecer a área de implantação também é fundamental, para tanto, foi realizada um a pesquisa do entorno mostrando as potencialidades e carências da região, além das diversas condicionantes do terreno e do entorno.

Após a realização destes, e a par r das informações coletadas, foi feita uma proposta para o hospital veterinário de Tubarão, levando em conta o terreno e seu entorno, legislação vigente e ambientes necessários para o atendimento, conforto e bem-estar dos animais, clientes e funcionários.

ABSTRACT

This work has the following informa on necessary to prepare the dra of a veterinary hospital in the municipality of Tubarão through research and elabora on of an architectural plan.

Animals are increasingly close to people, who are increasingly cherishing the health and well-being of animals, and they are important in a veterinary hospital in the region, aimed at serving large and small animals.

Thus, the work has an inten on of theore cal and referen al basis for the development of the project. Therefore, analyzes and studies has been done for a be er theme knowledge. For this, are made a theore cal research to base the work, beyond of reviews of veterinary hospitals and study of case, aiming best to know required environments and the flows. To know the area of implementa on was necessary, made a search of surroundings area, showing the poten als regions, besides the various condi ons of the terrain and the environment.

A er the achievement of these, from the informa on collected, an idea was designed for the Tubarão veterinary hospital, taking into account the terrain and its environment, the current legisla on and necessary ambient for treatment, comfort and welfare of the animals, clients and employees.

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“Não importa se os animais são incapazes ou não de pensar.

O que importa é que são capazes de sofrer”

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 8 1.1 TEMÁTICA ... 8 1.2 PROBLEMÁTICA ... 8 1.3 JUSTIFICATIVA ... 9 1.4 OBJETIVO GERAL ... 9 1.5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 9 1.6 METODOLOGIA ... 10 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 12 2.1 TEMÁTICA ... 12 2.1.1 No mundo ... 12 2.1.2 No Brasil ... 13 2.1.3 Na atualidade ... 13

2.2 RELAÇÃO HOMEM X ANIMAL DE COMPANHIA ... 13

2.2.1 O abandono ... 15

2.3 A CRIAÇÃO DE GADO NA REGIÃO ... 15

2.4 LEGISLAÇÃO VIGENTE ... 16

2.5 CAPACIDADE VISUAL E AUDITIVA DE CÃES E GATOS ... 17

2.6 DOENÇAS MAIS COMUNS ... 18

2.6.1 Doenças dos pequenos animais ... 18

2.6.2 Doenças dos grandes animais ... 21

2.7 CONCLUSÃO ... 23

3 REFERENCIAL PROJETUAL ... 25

3.1 HOSPITAL VETERINÁRIO CANIS MALLORCA ... 25

3.1.1 Acessos ... 26

3.1.2 Zoneamento funcional ... 27

3.1.3 Circulação ... 28

3.1.4 Hierarquia espacial ... 29

3.1.5 Volume/massa... 30

3.1.6 Estrutura e técnicas constru vas ... 30

3.1.7 Conforto térmico ... 30

3.1.8 Relação com o entorno ... 31

3.1.9 Relação do interior com o exterior ... 32

3.1.10 Sustentabilidade ... 32

3.1.11 Conceito e par do ... 33

3.1.12 Jus fica va da escolha ... 33

3.2 HOSPITAL VETERINÁRIO DE UBERABA ... 33

3.2.1 Acessos ... 34

3.2.2 Zoneamento funcional ... 35

3.2.3 Circulação ... 36

3.2.4 Hierarquia espacial ... 36

3.2.5 Volume/massa... 37

3.2.6 Estrutura e técnicas constru vas ... 37

3.2.7 Conforto térmico ... 37

3.2.8 Relação com o entorno ... 38

3.2.9 Relação do interior com o exterior ... 39

(7)

3.1.12 Jus fica va da escolha... 39

4 ESTUDO DE CASO ... 41

4.1 HOSPITAL VETERINÁRIO SANTA CATARINA ... 41

4.1.1 Acessos ... 42

4.1.2 Zoneamento funcional ... 42

4.1.3 Circulação ... 43

4.1.4 Hierarquia espacial ... 44

4.1.5 Volume/massa ... 45

4.1.6 Estrutura e técnicas constru vas ... 45

4.1.7 Conforto térmico ... 45

4.1.8 Relação com o entorno ... 46

4.1.9 Relação do interior com o exterior ... 46

4.1.10 Sustentabilidade ... 47

4.1.11 Conceito e par do ... 47

4.1.12 Jus fica va da escolha ... 47

4.1.13 Conclusão com base na visita ... 47

5 ANÁLISE DA ÁREA ... 50 5.1 O TERRENO ... 50 5.2 O MUNICÍPIO ... 50 5.3 HISTÓRICO DA ÁREA ... 51 5.4 LEGISLAÇÃO ... 51 5.5 USO DO SOLO... 52 5.6 GABARITO ... 53 5.7 CHEIOS E VAZIOS ... 53 5.8 TIPOLOGIA ... 54 5.9 HIERARQUIA VIÁRIA... 55 5.10 FLUXOS ... 55 5.11 TRANSPORTE PÚBLICO ... 56 5.12 PASSEIOS E PAVIMENTAÇÃO ... 56 5.13 INFRAESTRUTURA ... 57

5.14 ASPECTOS GEOGRÁFICOS E BIOCLIMÁTICOS ... 58

6 CONCEITO E PARTIDO ... 60

6.1 CONCEITO ... 60

6.2 INTENÇÕES DE PROJETO ... 60

6.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ DIMENSIONAMENTO... 61

6.4 FLUXOGRAMA ... 61 6.5 ZONEAMENTO ... 62 6.6 IMPLANTAÇÃO ... 63 6.7 PLANTA BAIXA ... 64 6.8 ESTRUTURA ... 65 6.9 CORTES ESQUEMÁTICOS ... 66 6.10 VOLUMETRIA ... 67 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 69 7.1 CONCLUSÃO ... 69 7.2 REFERÊNCIAS ... 70 7.3 APÊNDICES ... 75

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1. INTRODUÇÃO

O tema deste trabalho é um Hospital Veterinário a ser desenvolvido as margens da SC-370, no Bairro Humaitá de Cima, para atender pequenos e grandes animais. A realização deste tem o intuito de apresentar informações necessárias para a elaboração do anteprojeto, através de pesquisas e análises.

O hospital veterinário tem a finalidade de tratar da saúde do animal, oferecendo todos os serviços relacionados à sua saúde, como atenção ambulatorial, prevenção e promoção da saúde, terapia intensiva e urgência.

Nos dias de hoje o contato entre humanos e animais está muito próximo, os animais passam a ter diversas funções na família como cão de guarda, companheiro para prá cas espor vas, auxílio no tratamento de doenças, além de companhia, sendo muitas vezes tratados como membros da família.

Levando em conta essa proximidade hoje as pessoas buscam dar mais conforto à seus animais, e não poupam gastos com petshop e veterinário. Sendo assim, o hospital veterinário vem a fornecer os atendimentos necessários para o bem-estar dos animais.

1.1 TEMÁTICA

O presente trabalho busca a implantação de um Hospital Veterinário no município de Tubarão, visando atender os animais de grande e pequeno porte da cidade e da região. Hospitais Veterinários, segundo a Resolução Nº 1.015, de 2012: “(...) são estabelecimentos capazes de assegurar assistência médico

-veterinária cura va e preven va aos animais, com atendimento ao público em

período integral (24 horas), com a presença permanente e sob a responsabilidade técnica de médico veterinário.” (BRASIL, 2012).

1.2 PROBLEMÁTICA

A sociedade está cada vez mais trazendo os animais para perto de si. Não é di cil encontrar pessoas referindo-se aos seus próprios animais de companhia como membros da família. Hoje os donos querem dar o maior conforto e bem-estar ao seu animal, e para isso não poupam gastos, seja com alimentação, produtos de beleza, ou medicamentos. (LIMA, 2015).

Mas nem todos tem acesso a estes bens. A população carente também possui animais de companhia, que muitas vezes vivem nas ruas em contato com esgoto e água parada. E esta população sofre, pois como não possui acesso a informação e tratamentos, os animais acabam contraindo doenças e transmi ndo ao seu tutor, tornando o assunto um caso de saúde pública. (MORAES, 2013).

As zoonoses são as doenças transmi das dos animais para o homem. Sem o devido cuidado pode acarretar em epidemias, de doenças como por exemplo, dengue, malária, febre amarela, raiva. Esta úl ma inclusive havia sido erradicada nos úl mos anos, mas desde 2017 estão sendo encontrados a cada dia dezenas de novos casos da doença. (RIBAS, 2013).

O tratamento muitas vezes não é realizado e os animais acabam sendo abandonados, fazendo com que muitos animais errantes fiquem nas ruas

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transmi ndo doenças, e gerando insegurança a população, acarretando outro caso de saúde pública. (GOMES, 2013).

Sendo assim, um dos métodos para acabar com as enfermidades são as vacinas e as consultas periódicas ao médico veterinário, buscando a prevenção das doenças e fazendo com que o animal não corra o risco de transmi r ao homem. Porém, esta visita ao veterinário muitas vezes não é realizada, por falta de condições financeiras ou falta de informação. Desta forma, é preciso que haja uma mobilização para conscien zar a população para que faça a devida prevenção dos animais, diminuindo assim os casos de zoonoses. (PELISARI, 2010).

1.3 JUSTIFICATIVA

Nos úl mos anos a preocupação com o bem-estar e saúde dos animais de companhia está aumentando a procura por serviços médicos veterinários. (MORENO; GALENO, 2016). Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos mostrou que 41% dos proprietários levam seus animais de es mação a um médico veterinário de uma a duas vezes por ano, e 32% afirmaram fazer a visita ao médico de três a quatro vezes (BIRGEL ; DEVELEY, 2014). Já no Brasil, pesquisas mostram que 79% dos proprietários consideram importan tes os cuidados com a saúde, e mostra que os produtos mais u lizados são as vacinas, com 63%, e as idas ao veterinário, com 44% (SPC BRASIL, 2017), demonstrando que os atendimentos são buscados não somente quando encontra -se alguma patologia, e sim um cuidado e acompanhamento con nuo. (MELO, 2012).

Tubarão é uma das maiores cidades do sul do estado de Santa Catarina, sendo referência em diversos setores. Diversas pessoas se dirigem a cidade para trabalhar, estudar, ou ter acesso a diversos recursos. Desta forma, visa-se implantar um Hospital Veterinário para atender toda esta demanda, realizando consulta, cirurgias e tratamentos de animais de pequeno e grande porte da cidade e de seus arredores.

Os animais desempenham um grande papel à sociedade, e ao ser humano, como amigo, companheiro, segurança, e até mesmo ajudam no tratamento de doenças. (PESSANHA; CARVALHO, 2012). Desse modo, e a par r da problemá ca referida, é de suma importância proporcioná -los uma vida saudável e de qualidade, dando o devido cuidado e tratamento que merecem, garan ndo seu conforto e bem-estar.

1.4 OBJETIVO GERAL

O obje vo geral deste trabalho é elaborar um anteprojeto de um Hospital Veterinário na cidade de Tubarão.

1.5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

· Entender um pouco mais da relação dos animais com a sociedade; · Respeitar a legislação federal, municipal e sanitária;

· Proporcionar o acesso a atendimento clínico veterinário à população carente;

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· Proporcionar ambientes de qualidade para consultas, diagnós cos, tratamentos e cirurgias dos animais;

· Projetar ambientes confortáveis para os usuários, animais e humanos;

· Elaboração de um projeto de um Hospital Veterinário para atender animais de pequeno e de grande porte;

· Desenvolver um projeto com linguagem contemporânea suprindo o programa de necessidades.

1.6 METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho foi proposta a seguinte metodologia:

Referencial teórico, que será desenvolvido a par r de diversas informações ob das com a leitura feita em livros, ar gos, teses, dissertações, entre outras. Ele ajudará para compreender melhor o tema do trabalho, e dar embasamento às propostas.

Análise de referenciais projetuais para compreender melhor o programa de necessidades e o fluxograma do funcionamento de um projeto cujas necessidades são próximas ao da proposta.

Estudo de caso, que tem como intuito conhecer melhor a estrutura, as necessidades, problemas, e o dia a dia de um espaço sico igual, ou parecido com a temá ca do trabalho final de graduação. Conhecer a área, os profissionais envolvidos e a vivência do espaço.

Levantamento e diagnóstico do terreno proposto, que busca conhecer o bairro, seus fluxos, a demanda da população, acesso, infraestrutura, o entorno, os usos per nentes a área, e a legislação.

Após a realização de todos estes tópicos, a proposta terá o lançamento do conceito e do par do com base em todas as informações ob das, para então o desenvolvimento do anteprojeto.

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a

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A HISTÓRIA DA MEDICINA VETERINÁRIA

NO MUNDO

O contato dos seres humanos com os animais começou há muito tempo atrás. Há registros desde a pré-história desta interação, como as pinturas rupestres encontradas nas paredes das cavernas por todo o planeta. Nesta época os animais serviam principalmente como força de trabalho, alimento e proteção. Segundo ves gios arqueológicos, o primeiro animal a ser domes cado pelo homem foi a ovelha, animal que lhe servia diversos recursos, como alimento, couro, leite e lã. Já nessa época, no período Neolí co, entre 3.000 e 8.000 a.C. os pastores de animais tratavam das enfermidades que ocorriam com os animais. (DRESSEL, 2015)

Mas foi no Egito, próximo de 1890 a.C., na Idade An ga que encontrou-se o papiro documentando a “ars veterinária”, ou a arte de curar animais. Neste haviam diversos fragmentos de outros papiros, sendo que alguns eram voltados a Medicina Veterinária, indicando o diagnós co, prognós co, sintomas, doenças, e drogas usadas para os tratamentos dos animais. (SARTOR, 2002).

Na Grécia a profissão do médico veterinário era conhecida como “hipiátrica” e era des nado ao tratamento das enfermidades em cavalos, tendo

em vista que os equinos eram de grande importância pelo transporte, força e valor no exército e frente as guerras. (GARCIA, 2011)

Já durante a Idade Média diminuiu o número de estudos voltados as ciências. Isso gerou uma diminuição no número de rebanhos, que foi dizimada com diversas “pestes”, logo na época em que a população cresceria dras camente e precisava de comida. Os bovinos enfermos eram tratados por pastores, boiadeiros e ferreiros, profissões de classes mais inferiores. (BIRGEL; DEVELEY, 2014)

Após a idade Média, com a guerra dos 30 anos e com o iluminismo, as ciências voltadas a Medicina, inclusive a Veterinária, começaram a ganhar maior destaque no âmbito de estudos, até mesmo com aprimoramentos nos equipamentos, surge assim a necessidade do ensino da medicina veterinária, chamada na época de “alveitar”. (BIRGEL; DEVELEY, 2014)

Mas só em 1761, em Lyon na França, foi criada a primeira escola de medicina veterinária a par r de critérios cien ficos, pelo hipologista Claude Borgelat (1712-1779). A escola foi fundada com 19 alunos, e em seguida se tornaria uma importante profissão, fazendo com que outros países da Europa fundassem logo em seguida suas primeiras escolas, e até o fim do século XVIII já haviam sido criadas 19 escolas no velho con nente. Na América as primeiras escolas chegariam um pouco mais tarde, em 1846 em Nova York, seguida por Boston em 1883 e na América La na um ano mais tarde, em Bogotá. (DRESSEL, 2015).

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NO BRASIL

Assim que a família real chegou ao Brasil, em 1808, a literatura e cultura cien fica começou a ganhar mais espaço no país, que até então não possuía imprensa, biblioteca e ensino superior. Mas o curso de medicina veterinária demoraria um pouco mais para chegar em solo brasileiro. Só em 1875, após o Imperador Dom Pedro II visitar e se encantar por uma conferência ministrada pelo veterinário Collin, na universidade de Alfort. Quando regressou ao Brasil o Imperador visava implantar uma Escola de Veterinária no país, mas não teve sucesso. (BIRGEL; DEVELEY, 2014)

Foi somente no século XX que foram criadas as primeiras escolas no Brasil, a escola de Veterinária do Exército, e a Escola Superior de Agricultura e Veterinária, ambas inauguradas em 1910, na cidade do Rio de Janeiro. (GERMINIANI, 1998).

A Escola de Veterinária do Exército foi pioneira no campo cien fico atuando na patologia de enfermidades, e esta teve grande importância pelo fato de haver militares distribuídos por todo o país, incen vando assim a abertura de novas escolas em diferentes regiões, como Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e no Estado do Rio de Janeiro (Niterói), marcando o ensino da medicina veterinária no Brasil. (GERMINIANI, 1998).

NA ATUALIDADE

Nos dias de hoje, com toda a tecnologia que temos, o enfoque dos médicos veterinários está voltado ao controle de doenças e a questões ambientais. (PFUETZENREITER, 2003).

Segundo Pfuetzenreiter,

A proteção dos alimentos e o controle e erradicação de zoonoses permanecem as funções de maior interesse na área. Também ganham destaque outros três enfoques: os modelos biomédicos (pesquisas em animais para estudar os problemas de saúde dos seres humanos), o desenvolvimento dos serviços de saúde pública veterinária, e o ensino e formação em saúde pública. (PFUETZENREITER, 2003).

Além disso, questões ligadas ao ambiente e a sustentabilidade também são alguns fatores de maior importância tratados na atualidade, como por exemplo, a u lização de métodos sustentáveis na pro dução de alimentos, degradação e perda da biodiversidade, e a prevenção de novas zoonoses. (POSSAMAI, 2011).

A mesma autora ainda indica que as principais dificuldades se referem a saúde pública, as biotecnologias e o controle das infecções de origem alimentar. (POSSAMAI, 2011).

2.2 RELAÇÃO HOMEM X ANIMAL DE COMPANHIA

Desde os primórdios da humanidade, há o convívio dos animais com o homem (GAI; DREHMER, 2016), e essa interação se dá graças a domes cação

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que foi man da até hoje. A cada dia esta convivência aumenta, fazendo com que os animais de companhia desempenhem diversas funções ás pessoas.

Essa função varia bastante, os animais servem, por exemplo, como conforto emocional das famílias, ajuda no desenvolvimento social e afe vo, posição de status, como cão de guarda, como uma companhia para a prá ca de esportes (CARDOSO, 2013) (GOMES, 2013) enfim, dentre tantos papeis exercidos pelos animais, não é di cil encontra-los sendo considerados como membro da família e sendo tratados como “filhos”, como cita Lima, 2009:

Os afetos são representados por meio de expressões populares aos vocabulários de donos de cães e gatos, os preferidos dentre os animais de es mação, como “meu melhor amigo”; “amor verdadeiro”; “só falta falar”; “é quase gente”, além de várias demonstrações de extrema afe vidade, tais como conversar com os animais, chamar de filho, abraçar, beijar, cuidar, dar presentes, fazer festas de aniversário etc. (...) Nesse contexto, os animais de es mação assumem um papel diferenciado nas relações intrafamiliares nas residências, de modo que o proprietário iden fica o seu animal como membro da família, par cipando das a vidades diárias de seus donos. (LIMA, 2009).

Por muitas vezes serem considerados parte da família, é comum gatos e cachorros com nome, sobrenome, a até mesmo perfil em rede social, seguindo a tendência de humanização. Isso faz com que aumente a procura e a disseminação do Mercado Pet no Brasil. (FURLAN; JANOZELLI, 2016). O mercado voltado aos animais de companhia é um dos maiores do Brasil, segundo a ABINPET (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Es mação), em 2015 o mercado contribuiu com 0,40% no faturamento do PIB.

Ainda segundo a pesquisa, o Brasil ocupa o 3º maior mercado deste setor, e faturou mais de 129 milhões de dólares em exportação no segmento pet em 2018. (ABINPET, 2018). Além dos medicamentos e alimentação aos animais de companhia, encontra-se também ar gos voltados a beleza animal, o chamado Pet Care, que conta com roupas, cole iras, brinquedos, entre outros. (SANTOS, 2012) (VAL; TATIBANA, 2011).

Uma das razões do aumento desse mercado além da necessidade de companheirismo e fidelidade, é a modificação dos padrões familiares e de moradia. Temos por exemplo, a ver calização das r esidências, tendo que desta forma, o homem e os animais teriam um convívio mais forte. (SANTOS, 2012). Outro fator seria a redução da taxa de mortalidade e natalidade, junto com a longevidade, o que leva a novos arranjos monoparentais, como casais sem filhos, colocando assim esse papel no animal. (PESSANHA; CARVALHO, 2012).

Outra função desempenhada pelos animais de companhia é o auxílio no tratamento de doenças. A terapia Assis da, a Zooterapia, e a Cinoterapia, são exemplos de tratamentos que são pra cados juntos com os animais. (CARDOSO, 2013). Pesquisas recentes mostram que pessoas que convivem com cães e gatos tem menos gastos com a saúde, pois a convivência faz com que diminua o estresse da família e reduza as chances de problemas cardíacos, além de bene cios emocionais, pois a proximidade com os animais aumenta sen mentos de in midade e reduz a solidão. (ALMEIDA ; ALMEIDA, 2009). Já para as crianças, segundo Tamega, 2015, o contato dos pequenos com os pequenos animais traz resistência ao sistema imunológico. Segundo a autora, em uma pesquisa na universidade de Kuopio, na Finlândia, crianças que viviam

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com cães e gatos apresentaram um risco menor de ter doenças respiratórias, o tes, e pareciam mais saudáveis que as demais. (TAMEGA, 2015).

2.2.4 O ABANDONO

Apesar do aumento na proximidade com o ser humano, também há um grande número de animais sendo abandonados. Hoje em dia este abandono já é considerado caso de saúde pública. Es ma-se que há cerca de 30 milhões de animais nas ruas, entre cães e gatos. (ROGOSKI, 2013). Entre as razões para o abandono do animal estão, a mudança de residência do dono, problemas de saúde ou pessoal do proprietário, o dono do animal sai de férias e não tem com quem deixá-lo, divórcios, condomínios que não aceitam animais, seu comportamento, doenças, entre outras. (CARDOSO, 2013).

Não se pode negar que um dos principais mo vos de abandono é por conta de doenças contraídas pelos animais. Um estudo realizado no Distrito Federal, de 2012 a 2013, mostrou que o principal mo vo de abandono e entrega no Centro de Zoonoses foi a doença do animal. A maioria dessas doenças não representava risco de transmissão ao tutor, eram patologias que pode riam ser tratadas, porém os proprietários alegaram não ter condições financeiras para bancar os tratamentos. (GOMES, 2013).

A população de baixa renda é a que mais sofre com as doenças dos animais. Por estarem em lugares mais precários, com menos hig iene, o risco de infecção aumenta. Nesses locais os animais são criados principalmente com acesso à rua, o que contribui com as transmissões das doenças. (RIBAS, 2013).

Como possuem pouca escolaridade, esta população não tem o conhecimento sobre a saúde dos animais e o risco que há na infecção das zoonoses (MORAES, 2013). As zoonoses são doenças dos animais transmi das ao homem, sendo as principais: raiva, leishmanioses, leptospirose, febre amarela, dengue e malária. (SUSTERENE, 2017).

De acordo com Domingues, 2013, 60% das doenças infecciosas que afetam os seres humanos, es ma-se que 75% sejam consideradas zoonoses. (DOMINGUES, 2013). Como estas doenças geralmente afetam a população de baixa renda a indústria farmacêu ca acha pouco atraente este ramo. ( LIMA, 2015). Sendo assim a melhor forma de prevenção são as vacinas. Em 1973 foi criado o programa para a prevenção da raiva, tornando a vacina grá s e acessível a todos, acabando assim com o ciclo de contaminação. Porém, segundo Pelisari, 2010, 71% dos proprietários afirmam vacinar quando filhotes, e desses, 53% confessaram não fazer as doses para reforçar a vacina, tornando assim o método pouco eficaz. (PELISARI, 2010).

2.3 CRIAÇÃO DE GADO NA REGIÃO

Uma das principais a vidades do agronegócio no Brasil, é a criação de bovinos. No Brasil es ma-se que há 212 milhões de cabeças, sendo o segundo maior rebanho do mundo, atrás apenas da Índia. (SCHLESINGER, 2010). Nesse contexto, Santa Catarina possui o quinto maior rebanho do país, do qual 8% dessa produção provém do sul do estado. (WERNCK, 2012).

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O município de Tubarão atualmente conta com um rebanho de cerca de 20 mil cabeças. (BRASIL IBGE, 2017). Mas o destaque da região fica por conta do município de Braço do Norte, onde a a vidade de pecuária é uma das mais importantes da cidade, contribuindo com 28% do PIB. (SEBRAE, 2017). Atualmente o rebanho braço-nortense possui cerca de 42 mil cabeças. (PELEGRINI, 2016).

Isso se dá ao fato de a região ser baseada na agricultura familiar, voltada principalmente a produção da bovino cultura leiteira. (WERNCK, 2012), o que faz com que o município tenha uma das maiores feiras de agropecuária do estado, a FEAGRO (Feira e Exposição Agropecuária). A feira busca levar informação e conhecimento ao produtor rural, uma vez que o agronegócio é uma das principais fontes de renda da cidade. (FEAGRO, 2018).

Um dos destaques da feira é o leilão do gado, onde apresenta para o mundo todo a raça Jersey, na va da região, vendendo esses animais que se destacam em diversas exposições pelo país. (FEAGRO, 2018). O município recebeu inclusive o tulo de “Capital Nacional do Gado Jersey” estabelecido pela Lei 13.447/2017, sancionada e publicada em maio de 2018. (BRASIL, 2017). A Feagro de 2014 teve o primeiro leilão da exposição na cidade, onde já na sua primeira edição contou com o arremate de 60 fêmeas, e a média do gado ficou em torno de R$ 9.196,98. (CASTRO, 2014).

Nos úl mos anos os leilões estão atraindo muitos criadores de gado, já que é uma excelente fonte de renda, uma vez que em apenas uma exposição consegue-se inúmeros arremates. (TEIXEIRA, 2015). Um dos mo vos que levam

os animais a ter um preço tão elevado é a superioridade gené ca da raça, sendo que puros valem mais pela maior produção. (PANETO, 2009).

2.4 LEGISLAÇÃO VIGENTE

Assegurar o bem-estar animal, além de ser um dever de todo cidadão é um direito previsto em lei. A primeira lei criada para garan r a proteção animal data de 1934 pelo decreto Nº 24.645, e segundo este, estabelece medidas para a proteção dos animais, aplicando pena a casos de maus tratos. Segundo a lei, é considerado maus tratos: abuso, crueldade, ferir, ou abandonar, entre outros, sendo que a pena para este crime varia entre o pagamento de multas até a prisão. Já segundo a lei 9.605 de 1998, a prá ca de maus tratos além de crime contra os animais é um crime contra o meio ambiente, e prevê penas de multas e prestação de serviços à comunidade. Além disso, a Cons tuição Federal também prevê a proteção animal, de acordo com o capítulo IV, ar go 225.

O município também exerce um papel para garan r o bem comum. Tubarão conta com Lei 3.752 de 2012, que dispõe sobre a prevenção e controle de zoonoses no município. Esta além de estabelecer medidas para deter as zoonoses, determina sobre a proteção dos animais, e dos maus tratos sofridos por eles, bem como o controle da população de animais errantes no município. Já para garan r o bom funcionamento dos estabelecimentos veterinários há a Resolução Federal 1.015, de 2012, estabelecendo condições para o desemprenho dos recintos médicos-veterinários de atendimento aos animais. Para os hospitais veterinário, a lei dispõe sobre os ambientes

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necessários para seu funcionamento, e dos materiais necessários. Segundo a resolução, para o funcionamento de um Hospital Veterinário, este deve conter os seguintes setores:

· Setor de atendimento: contendo sala de recepção, consultór io, arquivo, e geladeira para armazenamento de vacinas e medicamentos;

· Setor de diagnós co: deve conter no mínimo laboratórios de análises clínicas, radiologia, e ultrassonografia;

· Setor cirúrgico: deve contar com sala de preparo de pacientes, sala de antissepsia e paramentação, sala de lavagem e esterilização dos materiais, unidade de recuperação anestésica, e sala cirúrgica; · Setor de internação: contendo local para higienização, baias, boxes

ou outras acomodações individuais e de isolamento compa veis com os animais a elas des nadas, local de isolamento para doenças infecto-contagiosas, local para guarda de medicamentos e materiais;

· Setor de sustentação: deverá conter lavanderia, local para preparo de alimentos, depósito, sala de descanso dos funcionários, sanitários e ves ários, estoque de medicamentos, e unidade de conservação de animais mortos e restos de tecidos.

Já para assegurar condições sanitárias para os hospitais a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) conta com um documento, sem valor legal, como referência técnica para o funcionamento dos serviços veterinários. Esta trata a prevenção a riscos à saúde dos trabalhadores, ins tuindo medidas

para a higiene do local, como por exemplo, a limpeza de móveis e equipamentos, além dos materiais que evitem a contaminação (ANVISA, 2010).

2.5 CAPACIDADE VISUAL E AUDITIVA DE CÃES E GATOS

Uma das maiores dúvidas entre médicos veterinário e das pessoas em geral, é saber qual a capacidade visual dos animais. Apesar de serem realizados diversos estudos por todo o mundo, não há uma informação concreta sobre o assunto. O que se sabe, é que para os mamíferos, outros sen dos têm maior importância que a visão, como o olfato e a audição, por exemplo. (KLEINER, 2014).

Os cachorros possuem boa capacidade visual, e ganha do olho humano em alguns aspectos. Eles são capazes se enxergar melhor com pouca luz, o que para nós é uma tarefa um pouco árdua, além de possuírem um raio de visão maior, enquanto o de uma pessoa é de 180º, o raio dos cães chega a 240º. Outro ponto é a facilidade de iden ficar objetos em movimento. Apesar desses atributos, comparado ao olho humano, os cachorros possuem baixa acuidade visual, ou seja, enxergam pouco ní do, por isso, muitas vezes pensa -se que os cães são míopes. (CARMONA, 2004).

Com relação a capacidade de dis nguir cores, engana -se quem pensa que os cães enxergam em preto e branco. Enquanto o homem possui células de visão com três cores, as células caninas possuem apenas duas, assim como pessoas afetadas pelo daltonismo. (LOPES; SILVA, 2012). Dessa forma, sua gama de cores é menor, são capazes de iden ficar o amarelo e o azul, como

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mostra a figura 1, fazendo confusão entre as outras cores e enxergando essas em tons de cinzas. (CASTRO, 2016).

Figura 1: Comparação entre a gama de cores vista por cães e por humanos. Fonte: Lopes;Silva 2012

Para os cães, a audição é de maior importância que a visão. Suas orelhas movem e giram em várias direções a procura de sons, sendo capazes de detectar facilmente a fonte geradora. Sua capacidade audi va é muito superior que a humana. Enquanto a faixa de frequência de uma pessoa é de 64 a 23.000 Hz, a de um cachorro é de 30 a 45.000 Hz, fazendo com que um som ouvido por nós a uma distância de 4 metros será ouvida igualmente por um cão a 25 metros. (LOPES; SILVA, 2012). (LOBÃO, 1992).

Já os gatos têm a visão como seu primeiro sen do. Possuem alto ângulo visual, de 285º, e focam nos objetos tão bem quanto o homem. Quanto mais claro o ambiente em que está, menos precisa de sua visão, fazendo com que fique com as pálpebras quase fechadas em ambientes muito claros. Seus olhos também possuem uma membrana denominada tapete brilhante, que faz com que a luz reflita, assim, durante a noite uma pequena fonte de luz é

aumentada de 40 a 50 vezes para o gato, fazendo com que tenha ó ma visão no escuro. (LOBÃO, 1992).

A audição dos bichanos também possui boa capacidade. Eles conseguem iden ficar a fonte de origem de diversos ruídos ao mesmo tempo, além de escutar sons impossíveis de ouvir através do ouvido humano. Conseguem ouvir até 60.000 Hz, enquanto nós conseguimos aproximadamente 20.000 Hz, possuindo capacidade maior até mesmo que a dos cães, que ouvem até 45.000 Hz. (LOBÃO, 1992) (CASTRO, 2012).

2.6 DOENÇAS MAIS COMUNS

Para entender um pouco mais das patologias que acometem os animais, buscou-se compreender as doenças mais comuns, tanto dos pequenos animais, como dos grandes, conhecendo assim seu diagnós co e tratamento, para que o hospital venha atender de forma eficiente todas as necessidades para a melhora dos animais.

2.6.1 DOENÇAS DOS PEQUENOS ANIMAIS

· Babesiose

A babesiose é uma doença que afeta cães e gatos. É causada por carrapatos e transmi da através de protozoários, este parasita e destrói os glóbulos vermelhos. Os principais sintomas da doença são: letargia, anorexia,

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perda de peso, palidez das mucosas, febre, esplenomegalia, linfadenopa a, hemoglobinemia e icterícia. (CORREA, 2005)

O diagnós co é feito através de um hemograma completo ou de uma urinálise, mas ainda pode ser trocada por métodos de esfregaço sanguíneo ou exame sorológico. Para tratar a doença é necessário a transfusão de sangue total, ou pode ser usada uma solução de hemoglobina polimerizada (usada quando não há sangue fresco), ou para pacientes mais debilitados recomenda -se fluidoterapia vigorosa. (BARR; BOWMAN, 2010, p.44-46)

· Cinomose

A cinomose é uma doença infecciosa que afeta diversas espécies de animais carnívoros, tanto domés cos, como até mesmo os animais silvestres. Ela é causada por um vírus que infecta os tecidos linfócitos e pela circulação sanguínea afeta outros sistemas. Os sintomas variam de paciente para paciente, mas os mais comuns são tosse, diarreia, anorexia, desidratação e perda de sangue. (OLIVEIRA, 2009). No Brasil, apesar de o número da doença vir diminuindo, graças a vacinação, ainda repr esenta 6% das ocorrências em pequenos animais, e até 11% da causa de mortes em cães. (CRUZ, 2013).

O diagnós co é feito através do exame clínico, através da anamnese do paciente, e comprovada por exames como hemograma completo, a avaliação do líquido cefalorraquidiano (LCR), as sorologias, a imunohistoquímica, a histopatologia, as técnicas de biologia molecular, como a reação em cadeia de polimerase (PCR), a microscopia eletrônica e a pesquisa de efeitos citopá cos. (TUBIANA, 2012). A terapêu ca recomendada neste caso é manter os pacientes

internados em isolamento, evitando a transmissão a outros animais, e então medicados com remédios a base de an bió cos. (BARR; BOWMAN, 2010, p. 116)

· Leishmaniose

A leishmaniose é uma zoonose provocada pela infecção de células do sistema fagocí co. A doença causa problemas na pele e nas estruturas car laginosas da nasofaringe, causando mucosas. As lesões cutâneas começam pequenas e num período de 10 dias a 3 meses vão se intensificando, até tomar o corpo todo. É transmi da pela picada de insetos transmissores. (MANUAL DE ZOONOSES, 2009, p. 70-77).

O diagnós co se dá a par r de exames laboratoriais como os exames parasitológicos, imunológicos, sorológicos e moleculares. O tratamento é feito somente com o uso de medicamentos e dietas, e recomenda-se que os animais fiquem internados em ambulatórios. Nos casos graves de lesões na pele são necessárias cirurgias para re ra -las. Se o animal não corresponde com o tratamento não é descartado a eutanásia. (BARR; BOWMAN, 2010, p.301-302).

· Sarna sarcóp ca

As doenças dermatológicas estão entre as doenças que mais acometem os pequenos animais. (MORENO; GALENO, 2015). Uma das principais é a sarna sarcóp ca, que é uma doença causada por ácaro hospedeiro que parasita na pele do animal, e na maioria dos casos causa crostas hemorrágicas e perda de pelo em diversas regiões do corpo. (FERRARI, 2008).

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Para diagnos car a doença é feita uma raspagem de pele e observada ao microscópio para cer ficar a presença do ácaro. O tratamento se dá a par r de medicamento para usos externo, juntamente com banhos, feitos nos animais em um período de no máximo sete dias durante cinco semanas. (CARNEIRO, 2013).

· Miíase

Também conhecida como Bicheira, a miíase é uma doença de pele causado por larvas de moscas, que parasitam os tecidos dos cães e gatos, de todas as raças e idades. As caracterís cas clínicas, em geral, são feridas cutâneas. No primeiro estágio é possível observar a larva na super cie da pele. No decorrer da doença, o berne penetra na pele, podendo migrar para outros tecidos causando doenças neurológicas, paralisia, cegueira, irritação nasal, doenças respiratórias, entre outras. (BARR ; BOWMAN, 2010, 323-324).

A doença é diagnos cada pelo exame sico, onde observa-se as lesões. Estas então são avaliadas a par r da extensão, profundidade, e quan dade. O tratamento consiste na re rada manual das larvas com pinças. (CARDOZO, 2007).

· O te

As patologias audi vas é uma das mais comuns que acometem a população canina. Cerca de 20% dos cães são a ngidos pela o te externa. (MARTINUZZI, 2011). Os sintomas mais comuns da patologia é o prurido auricular e a movimentação da cabeça para os lados. Há várias causas que levam o

desenvolvimento da doença, como infecção bacteriana, alergia, doenças de pele, distúrbios hormonais, infestação por parasita, ou tumores. (SCHEER, 2006).

A entrevista realizada com o proprietário do paciente é o primeiro diagnós co feito. Para a comprovaç ão da doença podem ser realizados exames, como a otoscopia, citologia auricular, cultura e an biograma, biopsia e radiografia. O tratamento é feito com medicamentos, de uso tópico ou oral. Recomenda-se também a limpeza do ouvido, para o melhor uso dos rem édios de uso tópico. (LINZMEIER, 2009).

· Raiva

A raiva é uma das doenças que mais preocupa as pessoas, levando em consideração a proximidade dos animais em transmi r aos homens. A doença era até então considerada erradicada no Brasil, mas desde 2017 o núm ero de casos de raiva vem aumentando. Segundo Júnior, 2018, no interior de São Paulo já foram registradas mais de 20 mortes em animais, entre bois, cães e gatos, por conta da doença. Es ma-se que a média de infecção pelo vírus da raiva é de 2 novos casos a cada 3 dias no estado de São Paulo em 2018. (JÚNIOR, 2018)(ISTOÉ, 2018).

No estado de Santa Catarina a doença ainda não chegou com tanta força, foram registrados poucos casos por enquanto. (DIÁRIO CATARINENSE, 2018). Mas no passado o estado vivia uma grande epidemia. Entre 1980 e 1986, a raiva era encontrada em todos os municípios. Assim que foi implantado a Unidade de Controle de Vacinas, em 1976, a prevenção foi feita até a doença ser

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erradicada, em 1988. Após a data houve poucos registros em solo catarinense. (MANUAL DE ZOONOSES, 2009, p. 117-120).

A raiva é uma doença transmi da por um vírus através da saliva, geralmente por mordidas, e pode atacar muitos animais, como cães, gatos, morcegos, bovinos, animais silvestres e até mesmo humanos. As caracterís cas clínicas são bem variáveis, mas podem ser classificadas em três estágios: prodrômica, onde o animal se isola, e parece ansioso e nervoso; furiosa, onde apresenta diversos sinais raivosos como mordedura, abocanhamento e irritabilidade; e paralí ca, que provoca desorientação, convulsões e paralisia. (BARR; BOWMAN, 2010, p.419-420).

Para confirmação da doença podem ser realizados exames laboratoriais como: impressão de córnea, raspado de mucosa lingual, tecido bulbar de folículos pilosos e biópsia de pele. Não existe um tratamento específico para o animal. A indicação é que fique em isolamento e sendo tratados a base de reidratação e sedação. (MANUAL DE ZOONOSES, 2009, p. 107-110).

2.6.2 DOENÇAS DOS GRANDES ANIMAIS

· Brucelose

A Brucelose é uma doença causada por bactérias e pode a ngir animais de pequeno e grande porte, animais silvestres e até mesmo humanos, sendo assim considerada como uma zoonose. Mas são mais comuns em ruminantes, sendo encontrada principalmente nos bovinos leiteiros. Esta doença causa o abortamento dos bovinos, ou nascimento de filhotes mal desenvolvidos,

nas fêmeas, e esterilidade, nos machos. A forma de transmissão é feita pela ingestão de pasto, água, ou alimento infectados, contaminação do úbere de ordenha, ou qualquer contato com super cie contaminada. (RADOSTITS et al., 2010, p. 778-779).

Os abortos acome dos pelos bovinos devem ser considerados como suspeita de brucelose, assim é necessário isolar o animal e iden ficar a bactéria, sendo este o principal diagnós co. A doença não possui tratamento, a ingestão de an bió cos não surtam efeito, sendo a prevenção e o controle a única medida para acabar com a enfermidade. (MANUAL DE ZOONOSES, 2010, p. 16-17).

· Carbúnculo hemá co

O carbúnculo hemá co é uma zoonose causada por uma bactéria anaeróbica que acomete principalmente os bovinos, ovinos e equinos. A transmissão se dá geralmente via oral, pela mucosa faringeana ou intes nal na ingestão de pastos, água, ou ração infectados e causa febre, depressão, debilidade, corrimentos hemorrágicos, entre outros. (CANESIM, 2008).

Não recomenda-se exames que necessitem a presença sanguínea devido ao risco de contaminação humana. Neste caso é mais indicado para a confirmação da doença, exames de bacteriologia e de histologia. O tratamento é feito via oral por meio de medicamento, mas animais muito debilitados não costumam se recuperar. (RADOSTITS et al., 2010, p. 674-675).

· Carbúnculo sintomá co

O carbúnculo sintomá co é uma patologia causada por uma bactéria que a nge principalmente bovinos jovens, de até 6 meses, podendo

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também atacar outras espécies como suínos, caprinos e equinos. A doença causa lesões por todo o corpo do animal, bem como o inchaço da musculatura. (ALMEIDA, 2008).

O diagnós co muitas vezes não é feito, pois o animal morre geralmente entre 12 a 36 horas. Mas para obter a com provação da doença, depois de mortos, é feita uma inspeção a par r de sinais clínicos. Se o animal for diagnos cado antes de virem a óbito, o tratamento mais adequado é feito com penicilina e remoção das lesões. (RADOSTITS et al., 2010, p. 683-685).

· Hemoncose

A hemoncose pode afetar os ovinos, os bovinos e os caprinos, e é causada por helmintos parasitas. Entre os sinais da doença estão morte súbita, anemia, emaciação, e anasarca (doença que acumula líquidos em diferentes tecidos). (RADOSTITS et al., 2010, p. 1211).

Além da anamnese do bovino e do rebanho, a forma de diagnos car a doença e comprová-la é através de exames parasitológicos de fezes e necropsia. O tratamento é feito através de medicamentos à todo o rebanho e a re rada deste do pasto, para u m lugar que não esteja infectado. (OPPITZ, 2011)

· Mas te

Uma das principais doenças que acometem os bovinos são as ma tes, doença comum nas vacas leiteiras, fazendo com que a ordenha fique mais di cil e diminua a quan dade de leite. A infecção acontece geralmente durante a ordenha, quando os mamilos estão abertos e faz com que a bactéria

causadora da doença entre com mais facilidade. Os sintomas da doença são: leite de consistência anormal, com cor diferente, aguado e com mau cheiro; e área afetada dolorosa, inchada e avermelhada. (BLAUW et al., 2008, p.51).

O diagnós co é feito pelo exame clínico, e para a comprovação da doença são realizados alguns exames examinando o leite da vaca. O tratamento para as vacas lactantes são os an bió cos via or al. Já para as vacas secas recomenda-se a infusão de an bió cos pelas glândulas mamárias. (RADOSTITS et al., 2010, p. 542).

· Febre a osa

A febre a osa é uma doença causada por um vírus que é altamente contagiosa e endêmica. Seus principais sintomas são febre, salivação, vesícula nos pés e na boca e morte súbita. (RADOSTITS et al., 2010, p. 952). Quando a doença acomete o gado, todo o rebanho é infectado, causando uma epidemia. O úl mo grande foco da doença registrado no Brasil foi em 2006. (FIGUEIRE DO, 2009).

O diagnós co é feito por exames laboratoriais, como teste com an genos ou cultura tecidual. (TRECENTI, 2013). Não há nenhum po de tratamento para a doença, quando os animais são infectados devem ser sacrificados, junto com os animais que veram contato com ele, para que não haja risco de contagio, evitando novas epidemias. (BORTOR, 2013).

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2.7 CONCLUSÃO

Este capítulo teve o intuito de entender um pouco mais sobre o tema proposto, e colaborar com o decorrer do trabalho e do projeto. Como visto, a relação do homem com o animal está cada vez mais próxima, o que leva o proprietário buscar por maior conforto e bem-estar do seu bichinho. E não é só os pequenos animais que tem esse privilégio. Como visto, os grandes animais também estão tendo melhor cuidado, evidenciando a importância de serviços especializados para seu atendimento.

O capítulo também tem como obje vo nortear o programa de necessidades do hospital, de acordo com as leis previstas, bem como os ambientes necessários para diagnós co e tratamento das doenças. Também buscou-se compreender a percepção dos animais, que deve ser levada em conta na hora do projeto, para seu maior conforto.

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3 REFERENCIAL PROJETUAL

3.1 HOSPITAL VETERINÁRIO CANIS MALLORCA

O Hospital Veterinário Canis Mallorca está localizado na cidade de Palma, nas Ilhas Baleares, na Espanha (Fig.2). O hospital foi projetado pelo arquiteto Esteve Pujol Torres, em 2014, e tem uma área de 1538,00 m².

Figura 2: Localização do hospital. Fonte: Vamos para Espanha!

Figura 3: Planta Baixa subsolo. Fonte: BRANT, modificado pela autora.

Figura 4: Planta Baixa Térreo. Fonte: BRANT, modificado pela autora.

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Figura 5: Planta Baixa Segundo Pavimento. Fonte: BRANT, modificado pela autora.

A planta baixa do Hospital Veterinário Canis Mallorca está dividida em três pavimentos, como mostram as figuras 3, 4 e 5. O subsolo é des nado ao estacionamento dos funcionários e áreas de serviço como lavanderia, armazenamento de remédios, rouparia, e também do necrotério. A ligação com os demais pavimentos é feita por uma escada e um elevador. No pavimento térreo tem-se a recepção, que dá fácil acesso à sala de espera e aos consultórios. Estes por sua vez tem conexão rápida com as salas de exames e salas de internação, localizados aos fundos da edificação. Já o segundo pavimento é divido entre área dos funcionários, onde situa-se os banheiros, ves ários, dormitórios e salas de administração; e setor cirúrgico.

3.1.1 ACESSOS

O acesso principal ao hospital (fig.6), voltado à clientes, se dá através de uma escada e uma rampa frente a fachada frontal oeste da edificação. Já as entradas secundárias, direcionada aos funcionários, localizam-se na fachada frontal oeste, por uma pequena abertura lateral na esquina, e uma outra entrada secundária na lateral norte do hospital. Há ainda a entrada de veículos na lateral do edi cio, com acesso à oeste. Esta leva a uma rampa que acessa ao subsolo, onde encontra-se o estacionamento dos funcionários.

Figura 6: Marcação dos acessos. Fonte: Brant, modificado pela autora.

Legenda: Acesso principal Acesso secundário Acesso veículos

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3.1.2 ZONEAMENTO FUNCIONAL

Como pode-se ver pelas figuras 7, 8 e 9, no pavimento térreo encontra-se o setor social, composto pela recepção, circulação e sala de espera. O restante do pavimento é direcionado ao setor funcional, onde encontra -se os consultórios, salas de internação, sala de fisioterapia, sala de raio -X e laboratórios. Já o segundo pavimento também é predominado pelo setor funcional, onde ficam as salas de cirurgia, além da biblioteca e da sala de reunião. É ainda no segundo pavimento que encontra-se a parte de serviços do hospital, cons tuído pelas salas de administração, e salas dos funcionários, com ves ário e sanitário masculino e feminino, copa, e dormitório.

Figura 7: Zoneamento funcional subsolo. Fonte: Brant, modificado pela autora.

Figura 8: Zoneamento funcional Térreo. Fonte: Brant, modificado pela autora.

Figura 9: Zoneamento pavimento superior. Fonte: Brant, modificado pela autora. Legenda: Setor social Setor funcional Setor de serviço

Legenda: Setor social Setor funcional Setor de serviço

Legenda: Setor social Setor funcional Setor de serviço

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3.1.3 CIRCULAÇÃO

No projeto encontra-se circulações ver cais e horizontais (fig.10, 11,12). As circulações ver cais estão situadas no interior da edificação, onde possui um elevador e uma escada que conectam o subsolo, térreo e primeiro pavimento. As circulações horizontais, por sua vez, são em sua maioria composta por corredores, que levam de um ambiente a outro, facilitando assim o fluxo de pessoas e aproveitando melhor os espaços. No hospital encontra-se também as circulações técnicas e a circulação de pacientes. A circulação de pacientes é formada pelos ambientes onde o público pode ter acesso, como recepção, sala de espera, consultórios, salas de exames e internação. Já as circulações técnicas são exclusivas para funcionários, como os corredores que dão acesso as salas de exames e de internações, além de escadas e elevadores que levam ao segundo pavimento, o qual acessa uma parte mais restrita do hospital, composto pelas salas cirúrgicas, setor dos funcionários e administração.

Figura 10: Circulação subsolo. Fonte: Brant, modificado pela autora.

Figura 11: Circulação pavimento térreo. Fonte: Brant, modificado pela autora.

Figura 12: Circulação pavimento superior. Fonte: Brant, modificado pela autora.

Legenda: Circulação horizontal Circulação ver cal Circulação de pacientes Circulação técnica

Legenda: Circulação horizontal Circulação ver cal Circulação de pacientes Circulação técnica

Legenda: Circulação horizontal Circulação ver cal Circulação de pacientes Circulação técnica

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3.1.4 HIERARQUIA ESPACIAL

A hierarquia de espaços de um hospital pode ser dividida em: semi-público, semi-privado e privado, como mostram as figuras 13, 14 e 15. A classificação pública não pode ser considerada pois não há espaços públicos, como praças, e jardins. Dessa forma, a recepção e demais ambientes, como consultórios, internação, salas de exames, classificam -se como semi-público, pois pode ser acessado por clientes e funcionários, fazendo parte todo o pavimento térreo. No segundo pavimento há também a classificação semi -pública, a qual pode-se citar a biblioteca e sala de reunião. Já a classificação semi -privada é caracterizada pelas salas de cirurgia, pois apesar de serem restrita a funcionários , ocasionalmente são permi dos clientes. Já o setor privado fica por conta da sala dos funcionários, e todo o suporte à eles, bem como as salas de administração.

Figura 13: Hierarquia espacial subsolo. Fonte: Brant, modificado pela autora.

Figura 14: Hierarquia espacial pavimento térreo. Fonte: Brant, modificado pela autora.

Figura 15: Hierarquia espacial do segundo pavimento. Fonte: Brant, modificado pela autora.

Legenda: Semi-público Semi-privado Privado

Legenda: Semi-público Semi-privado Privado

Legenda: Semi-público Semi-privado Privado

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3.1.5 VOLUME/MASSA

O projeto possui uma forma simples e horizontal, sendo sua forma básica um prisma de base irregular. O arquiteto aproveitou todo o terreno, u lizando o máximo permi do pela legislação, o que faz com que a edificação se adapte a forma do lote. A fachada principal, conta com uma grande marquise, sendo esse o destaque da volumetria simples do hospital, como mostra a figura 16. As outras fachadas são compostas por várias aberturas, criando um ritmo nas laterais, como destaca a figura 17. Seu volume se destaca em meio onde está inserido devido ao fato dos lotes vizinhos serem predominantemente vazios.

Figura 16: Fachada do Hospital Veterinário Canis Mallorca. Fonte: Brant. Figura 17: Foto interna do hospital mostrando o ritmo das aberturas nas fachadas Fonte: Brant.

3.1.6 ESTRUTURA E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

A estrutura do hospital é mista e composta em chapas metálicas e concreto armado. Os pilares localizam-se na estrutura exterior e junto as circulações ver cais, podendo constatar que os elementos estruturais tem função apenas de sustentação. Assim o espaço se torna mais funcional, e permite

que possa ser reorganizado, uma vez que as divisórias são em Light Steel Frame, melhorando também o conforto térmico e acús co da edificação. Nas fachadas predomina-se o uso do vidro, e o ritmo presente nelas indica uma modulação no edi cio. As instalações elétricas e hidráulicas são aparentes, (como mostra a figura 18) para que as reparações e manutenções se tornem mais acessíveis.

Figura 18: Estruturas aparentes no teto. Fonte: Brant.

3.1.7 CONFORTO AMBIENTAL

A cor branca é predominante em todo o edi cio, tanto no interior, quanto em seu exterior, fazendo com que reflita a luz, e o ambiente fique mais iluminado. Isso também ajuda a resfriar o ambiente interno, proporcionando conforto térmico à edificação, ao passo que a cor branca reflete também as ondas eletromagné cas que provocam o calor. O projeto também conta com diversas aberturas para aproveitar melhor a iluminação e ven lação natural. Para diminuir o uso da iluminação ar ficial nas salas de cirurgia, o arquiteto u lizou

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estratégias para a incidência de luz indireta no ambiente. Para isso, projetou uma claraboia, que faz com que a luz natural entre no ambiente sem incomodar ou interferir, como pode-se ver na figura 20. O arquiteto não u lizou nenhum mecanismo de proteção e controle solar. A fachada envidraçada, onde localiza -se a recepção, está voltada à oeste, mas dispõe de uma grande marqui-se, o que faz com que o sol não penetre com tanta intensidade no ambiente . Já a fachada leste, é composta por pequenas janelas, e não há mecanismos para barrar o sol excessivo em ambas fachadas. A fachada norte, que recebe menos sol possui bastante aberturas, enquanto a fachada Sul possui poucas aberturas por conta de seu uso. Apesar de não possuir recursos à ven lação, nota -se a existência de ven lação cruzada em alguns ambientes, como mostra a figura 19.

Figura 19: Ven lação e insolação do hospital. Fonte: Brant, modificado pela autora.

Figura 20: Corte mostrando a claraboia da sala de cirurgia. Fonte: Brant.

3.1.8 RELAÇÃO COM O ENTORNO

O hospital veterinário Canis Mallorca está localizado entre um bairro residencial e um bairro industrial. O terreno é próximo a uma Rodovia, e o uso dos prédios vizinhos são em sua maioria comerciais, como supermercados, mecânicas, lanchonetes, e lojas de variedades, mas encontram-se também alguns usos ins tucionais, como clínica e escola (fig.21). A edificação que limita junto ao hospital é uma an ga prisão da cidade que se encontra abandonada. Próximo também há um parque, e alguns lotes vazios, possibilitando o crescimento da área, e fazendo esta passar por transfo rmações futuras. A área é predominada pelos vazios (fig.23), sejam por glebas desocupadas, parques, grandes estacionamentos, e também pelo miolo das quadras, onde há um pá o

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central. Os gabaritos dos edi cios vizinhos, assim como o hospital, são em maioria de dois pavimentos (fig.22). Assim, o skyline não apresenta uma variação muito notável. Os prédios em sua volta possuem uma pologia bastante clássica e regional, alguns com pá os internos, caracterís ca marcante na arquitetura espanhola. As residências próximas também possuem caracterís cas clássicas, com adornos e telhados aparente. As residências aparentam alto padrão, pela forma, tamanho e es lo. A arquitetura do hospital, por sua vez, se difere das demais, por conter caracterís cas contemporâ neas. Porém, sua forma simples e ritmada, de cor neutra, não chama tanta atenção, adaptando-se ao local inserido.

Figura 21: Entorno do hospital. Fonte: Google Maps, modificado pela autora.

Figura 22: Skyline do hospital junto às edificações vizinhas. Fonte: Google Maps.

Figura 23: Mapa de cheios e vazios do entorno. Fonte: Google Maps, modificado pela autora.

3.1.9 RELAÇÃO DO INTERIOR COM EXTERIOR

A fachada frontal, toda em vidro, faz com que os usuários da edificação tenham maior contato com o exterior. A grande marquise em balanço faz o passeio público e o hospital interagirem, fazendo a conexão dos pedestres com quem se encontra no interior do prédio. As outras fachadas também possuem grandes aberturas, fazendo com que em vários ambientes possam ter essa relação com o meio externo.

3.1.10 SUSTENTABILIDADE

Para atender a sustentabilidade, como já citado anteriormente, o projeto conta com uma claraboia lateral nas salas de cirurgia, local que comumente não possui aberturas. Isso faz com que diminua a necessidade de iluminação ar ficial gerando economia ao hospital. Outro mecanismo adotado

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no projeto com relação a isso, é a u lização de placas fotovoltaicas, mostrada na figura 24, que capta os raios solares e transformam em energia elétrica, diminuindo gastos e contribuindo com o planeta.

Figura 24: Planta de cobertura mostrando as placas solares do hospital . Fonte: Brant, modificado pela autora.

3.1.11 CONCEITO E PARTIDO

Com base nos estudos realizados percebe-se que a escolha do acesso principal se deu para priorizar a rua com maior movimento. Assim, a rua lateral, que não tem saída foi escolhida para abrigar a entrada secundária do hospital, pois esta apresenta baixo fluxo. Assim, a parte social se dá na parte da frente do terreno, os atendimentos são concentrados no centro enquanto que nos fundos localiza-se o setor de serviços. Já na volumetria, por estar localizado em um bairro com predominância de edi cios an gos, com caracterís cas clássicas, o arquiteto optou por u lizar cores neutras e formas simples, se

destacando, mas respeitando as edificações vizinhas. O ritmo presente nas aberturas é um exemplo disso.

3.1.12 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA

O Hospital Veterinário Canis Mallorca está inserido muito bem no meio em que se localiza, por conversar bem com os diferentes usos, assim pretende-se implantar em local semelhante, adaptando-se bem com a vizinhança, como tal. Outro ponto aproveitável para o projeto é a u lização de estratégia para diminuir o uso de iluminação ar ficial no edi cio, tornando assim o projeto mais sustentável.

3.2 HOSPITAL VETERINÁRIO DE UBERABA

O Hospital Veterinário de Uberaba localiza -se na Avenida do Tutuna, no núcleo residencial do bairro Tutunas, n. 720, na cidade de Uberaba/MG (fig.25). Foi projetado no ano de 2000, pela arquiteta Carmem Silvia Maluf, para abrigar o hospital escola da Universidade de Uberaba, em parceria da universidade com a ABCZ (Associação Brasileira de criadores de Zebu) e co m a FUNDAGRI (Fundação para o Desenvolvimento Agropecuário). O hospital foi construído para atender grandes animais, e é voltado a reprodução e controle de raças, mas também faz o atendimento de pequenos animais.

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Figura 25: Localização do hospital. Fonte: Wikipédia/Google Maps.

O Hospital Veterinário de Uberaba é predominantemente térreo, na entrada principal do hospital há um auditório e salas de administração, o qual há um segundo pavimento des nado ao setor de funcionários, como pode-se ver na figura 26. O restante é térreo. Este bloco de recepção se conecta através de um longo corredor com os demais ambientes. Em um dos lados encontra -se setores de operação como enfermaria, enfermagem, isolamento e observação. Um pouco mais a frente deste setor encontra -se os consultórios, que possuem ligação rápida com salas de exames, as quais localizam -se no centro da edificação e próximas ao setor cirúrgico. No outro lado estão dispostas as baias para pequenos e grandes animais, um pouco afastadas do restante do hospital, visando o conforto de animais e de pessoas, tendo em vista o odor dos grandes animais. Em meio aos setores encontra-se jardins, sendo maior próximos as baias, fazendo com que o cheiro emi do pelos animais não interfira nos outros ambientes. Os jardins são grandes e ocupam boa parte do projeto.

Figura 26: Planta Baixa do Hospital Veterinário de Uberaba. Fonte: Arcoweb.

3.2.1 ACESSOS

Levando em conta que o hospital faz parte de uma universidade e prioriza o atendimento dos grandes animais, o acesso principal do hospital é des nada aos médicos veterinários e alunos, e se dá por meio do bloco onde localiza-se o anfiteatro (fig.29). Há outras duas entradas secundárias nas laterais

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da edificação, uma voltada aos clientes de pequenos animais, onde há um controle à entrada destes (fig.28), e a outra para o acesso de grandes animais, localizado próximo as baias, como mostra a figura 27.

Figura 27: Acesso do hospital. Fonte: Arcoweb, modificado pela autora.

Figura 28: Acesso de pequenos animais. Fonte: Alves. Figura 29: Acesso principal. Fonte: Arcoweb.

3.2.2 ZONEAMENTO FUNCIONAL

Grande parte do hospital é des nada a áreas de atendimentos, exames, setor cirúrgico, baia dos animais, desta forma classificando boa parte do projeto como zona funcional. Já a parte social se dá através da recepção e circulação frente a entrada principal, enquanto o setor de serviço é reservado a uma pequena porção do edi cio, próximo ao bloco principal, onde localiza -se a administração, como mostra a figura 30.

Figura 30: Zoneamento funcional do Hospital Veterinário de Uberaba: Fonte: Arcoweb, modificado pela autora.

Legenda: Acesso principal Acesso secundário

Legenda: Setor social Setor funcional Setor de serviço

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3.2.3 CIRCULAÇÃO

O hospital é em boa parte térreo, e somente o bloco onde localiza -se o anfiteatro possui um -segundo pavimento, des nado aos dormitórios dos plantonistas. Assim, encontra-se uma circulação ver cal próximo a estes. Por ser predominantemente térrea, a edificação conta com circulações horizontais do po linear, ou seja, corredores, localizados por todo o hospital, sendo estes bastante compridos e ocupando grande parte do projeto (fig.30).

Figura 31: Circulações do hospital. Fonte: Arcoweb, modificado pela autora.

3.2.4 HIERARQUIA ESPACIAL

Dentre as classificações encontradas no hospital, a classificação semi-pública é a que se destaca no quesito quan dade, sendo composta por um maior número de ambientes, os quais pode-se citar: consultórios, baias dos animais, salas de exames, banheiros, anfiteatro, enfim, locais onde o público tem acesso com mais facilidade. Já os ambientes classificados como semi-privado, pode-se mencionar o setor cirúrgico, UTI e sala de raio X. Já em relação aos ambientes privados, foi iden ficado apenas a administração, local restrito aos gestores do hospital (fig.32).

Figura 32: Hierarquia espacial. Fonte: Arcoweb, modificado pela autora.

Legenda: Circulação horizontal Circulação ver cal Circulação de pacientes Circulação técnica

Legenda: Semi-público Semi-privado Privado

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3.2.5 VOLUME/MASSA

Sua forma é composta por dois volumes em curva que se encontram a par r de um eixo, dando simetria ao projeto (fig.33). O volume principal do hospital fica por conta do bloco des nado ao anfiteatro, o qual possui dois pavimentos, dando esta ênfase ao conjunto (fig.36). Outro ponto que se sobressai na volumetria do edi cio são os domos de coberturas sobre os jardins internos (fig.35). Por estar localizado em um grande terreno da universidade, o hospital localiza-se em meio a um vazio, rodeado por vegetação, desta forma, se destaca na paisagem a qual está inserido. É iden ficado ritmo em alguns momentos, como na cobertura, nas aberturas e nos corredores que possuem fechamento em pérgola em concreto.

Figura 35: Pérgola nas circulações. Fonte: HVU. Figura 36: Fachada principal. Fonte: HUV.

3.2.6 ESTRUTURA E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

A técnica constru va empregada é o concreto armado, cuja estrutura é feita a par r de vigas, pilares e laje, possuindo a função de sustentação do prédio. Já os fechamentos são em alvenarias e não possuem função estrutural. Outros materiais presentes são o vidro, principalmente nas aberturas, e o aço, encontrado em boa parte do hospital através de guarda corpos nas circulações (fig.34).

3.2.7 CONFORTO AMBIENTAL

Percebe-se que houve uma preocupação com a ven lação e iluminação nos ambientes internos do projeto. Para garan r o conforto ambiental, a arquiteta dispôs de jardins internos fazendo com que o ar circule em direção aos ambientes. Além disso, a cobertura conta com domos abertos que também permitem a passagem de luz e ventos para a parte de dentro do hospital , como pode-se ver na figura 38. As circulações estão localizadas principalmente nas bordas do edi cio, compostas por paredes envidraçadas, permi ndo que a iluminação e ven lação permeie por entre o bloco, como mostra a figura 37. Apesar de toda preocupação não há nenhum mecanismo para barrar o calor na edificação. Desta forma, a fachada leste e oeste, as quais possuem grandes aberturas envidraçadas sofrem mais com o calor, mas como possui largos corredores o sol demora a penetrar no ambiente, fazendo com que não haja tanto calor interno.

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Figura 37: Insolação e ven lação. Fonte: Arcoweb, modificado pela autora.

Figura 38: Domos de abertura para ven lação na cobertura . Fonte: Farol.com.

3.2.8 RELAÇÃO COM O ENTORNO

O bairro Tutunas, o qual está localizado o Hospital Veterinário, é um bairro residencial, aproximadamente 5 km distante do centro urbano. As residências apresentam caracterís cas de classe baixa, por serem pequenas, com terrenos diminutos quase totalmente ocupados. Grande parte das moradias são térreas, com telhado aparente e estrutura em concreto com fechamento e m alvenaria e sem muito acabamento. As vias também são estreitas e com pouca infraestrutura. Por se tratar de um bairro residencial apresenta usos compa veis com o tal, como escolas, igrejas, praças e comércios em geral. Nota -se que nesta parte há poucos vazios, o que pode-se concluir que é um bairro já consolidado. Porém, o hospital está localizado as margens do bairro, o que faz com que metade do seu entorno seja bastante densa, enquanto a outra metade seja totalmente vazia. Como o lote o qual está implantado pertence a universidade não há como haver crescimento nesta área. Assim, ao norte do hospital temos uma área vazia, possibilitando uma área des nada aos grandes animais (fig.39).

Figura 39: Entorno do bairro onde o hospital está localizado. Fonte: Google Maps, moidficado pela autora.

Referências

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