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Interatividade em rede social virtual complementando e facilitando a aprendizagem em Ciências Morfológicas

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Academic year: 2021

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(1)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

Rafael Lustosa Ribeiro

Interatividade em Rede social virtual complementando e

facilitando a aprendizagem em Ciências Morfológicas.

Campinas

(2)

Rafael Lustosa Ribeiro

Interatividade em Rede social virtual complementando e

facilitando a aprendizagem em Ciências Morfológicas.

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestre em Ciências na Área de Concentração em Ensino em Saúde.

Orientador: Prof. Dr. Luís Fernando Farah de Tófoli ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELO

ALUNO RAFAEL LUSTOSA RIBEIRO E ORIENTADO PELO PROF. DR. LUÍS FERNANDO FARAH DE TÓFOLI

Campinas

2017

(3)

Ficha catalográfica

Universidade Estadual de Campinas Biblioteca da Faculdade de Ciências Médicas

Maristella Soares dos Santos - CRB 8/8402

Ribeiro, Rafael Lustosa,

R354i RibInteratividade em rede social virtual complementando e facilitando a

aprendizagem em ciências morfológicas / Rafael Lustosa Ribeiro. – Campinas, SP : [s.n.], 2017.

RibOrientador: Luís Fernando Farah de Tófoli.

RibDissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas.

Rib1. Mídias sociais. 2. Aprendizagem. 3. Anatomia. 4. Educação. 5.

Enfermagem. I. Tófoli, Luís Fernando Farah de,1972-. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas. III. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: Interactivity in social media complementing and facilitating learning in morphological sciences Palavras-chave em inglês: Social media Learning Anatomy Education Nursing

Área de concentração: Ensino em Saúde Titulação: Mestre em Clínica Médica Banca examinadora:

Luís Fernando Farah de Tófoli [Orientador] Vera Lucia Garcia

Eliana Martorano Amaral Data de defesa: 10-01-2017

Programa de Pós-Graduação: Clínica Médica

(4)

RAFAEL LUSTOSA RIBEIRO

ORIENTADOR: Prof. Dr. Luís Fernando Farah de Tófoli

MEMBROS:

1. Prof. Dr. Luís Fernando Farah de Tófoli

2. Prof. Dra. Vera Lucia Garcia

3. Prof. Dra. Eliana Martorano Amaral

Programa de Pós-Graduação em Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas.

A ata de defesa com as respectivas assinaturas dos membros da banca examinadora encontra-se no processo de vida acadêmica do aluno.

(5)

Dedicatória

Dedico esse trabalho à minha estimada esposa Ana Lúcia Montini Ribeiro, que com atenção e carinho sempre me apoiou na vida e na carreira acadêmica. Quero dedicar também à memória de meu Pai, Nilson Ribeiro.

(6)

Agradecimentos

Agradeço aos meus pais primeiramente, Nilson Ribeiro e Luiza Apparecida Lustosa Ribeiro, pela dedicação e paciência em edificar-me com cuidado.

Agradeço ao meu orientador, o professor Luís Fernando Farah de Tófoli, o qual acreditou no meu trabalho e no meu potencial e conduziu meus anseios canalizando-os para o foco.

Agradeço aos mestres do Programa de Pós-Graduação da Clínica Médica (concentração em Ensino em Saúde).

Agradeço ao meu irmão, Nilson Lustosa Ribeiro, nunca vou me esquecer dos dias em que ele me levou nas aulas e eventos quando eu não sabia chegar, em pontos de Campinas e São Paulo, “valeu mano!”

Agradeço ao casal de amigos, a professora Dr. Valéria Aparecida Masson e o Dr. Rafael Derradi de Souza, que me apoiaram e me auxiliaram em etapas importantes do stricto sensu.

Agradeço a todos os meus colegas de trabalho que são docentes e/ou trabalhadores na área da saúde e também todos os meus alunos, que são o presente e o futuro de todo o trabalho em que acredito.

(7)

Resumo

Explorar um campo das ciências médicas e biológicas para produção de material educacional virtual é uma prática potencialmente rica em oportunidades, pois mesmo que existam disciplinas de natureza prática experimental, existem também disciplinas que podem ser mediadas por conteúdo virtual. Ciências Morfológicas são disciplinas obrigatórias, ministradas no ciclo básico de todos os cursos da área da saúde. Seu ensino-aprendizagem pode ser um exemplo de mediação complementar por computadores. Visando promover e mensurar interatividade e melhorar desempenho nas ciências morfológicas do ciclo básico de um curso universitário de Enfermagem, este trabalho consistiu em criar um grupo experimental de intervenção por meio de rede social virtual (Facebook), para comparar com um grupo controle, que seguiu seu aprendizado de modo tradicional em uma instituição de ensino universitário na cidade de Campinas, SP. A aprovação dos indivíduos participantes do grupo experimental foi 85.7% e do grupo controle foi 52.4% (p<0,05). A nota da avaliação sobre o tema foi 7,1 (d.-p. 1,27) no grupo experimental e 5,8 (d.-p.1,69; p<0,05) no grupo controle. Não houve diferença estatisticamente significativa em relação à auto avaliação dos estudantes sobre o tema. Não foi encontrada para o grupo experimental relação entre a contagem das participações nos grupos virtuais e o desempenho final. A intervenção se demonstrou factível e tem potencial para ser repetida em outros cenários. Embora com limitações, este estudo parece sugerir um potencial positivo a ser explorado na combinação de aprendizado presencial complementado por ações de blended learning em rede social virtual aberta.

Palavras Chave: Mídias Sociais, Aprendizagem, Anatomia, Educação, Enfermagem.

(8)

Abstract

Exploring a field of medical and biological sciences for the production of virtual educational material is a practice that is potentially rich in opportunities This happens because together with disciplines that of an experimental practical nature, there are also disciplines that can be mediated by virtual content. The Morphological Sciences are compulsory subjects, taught during the basic cycle of all courses in the health fied. Their teaching and learning can be an example of complementary mediation by computers. This study aims to promote and measure interactivity and to improve the performance in the subject of morphological sciences in a Nursing school in the city of Campinas, Brazil. A teaching intervention was created on an experimental group using a virtual social network (Facebook). This group with a control group that underwent traditional teaching. The approval of the individuals participating in the experimental group was 85.7% and the control group was 52.4% (p <0.05). The evaluation score on the theme was 7.1 (d.-p. 1.27) for the experimental group and 5.8 (d.-p.169, p <0.05) for the control group. There was no statistically significant difference in relation to students' self-assessment about the subject. The relation between the number of participations in the virtual groups and the final performance was absent for the experimental group. The intervention has proved feasible and it has the potential to be replicated in other scenarios. Although with limitations, this study seems to suggest a positive potential to be explored in the combination of face-to-face learning complemented by actions of blended learning in an open virtual social network.

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Lista de abreviaturas e siglas

AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem EAD - Educação àDistância

GEPETE - Grupo de Estudos e Pesquisas de Tecnologia de Informação nos Processos de Trabalho em Enfermagem

ICD Instrumento de coleta de dados

IUSC - Interação Universidade-Serviço-Comunidade PC – personal computers, “computadores pessoais”. SAS - Statistical Analysis System

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences TI – Tecnologia de Informação

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 12

1.1. Interação e Interatividade para educar em saúde ... 17

1.2. Educação à Distância facilitando a aprendizagem em saúde ... 23

1.3. Cibercultura e inteligências coletivas: Influências no ambiente educacional . ... 28

1.4. Redes Sociais virtuais como facilitadoras da construção coletiva de conhecimento ... 32

1.5. Combinações de ensino entre presencial e virtual com recursos digitais . 35 2. OBJETIVOS ... 38

2.1. Geral 2.2. Específico 3. MATERIAL E MÉTODO ... 39

3.1. Desenho do Estudo 3.2. Detalhamento metodológico para construção do grupo na Rede Social ... 44

3.3. Local de estudo ... 45

3.4. População do estudo ... 46

3.5. Tempo de exposição e controle da população de estudo 3.6. Conteúdo disciplinar e método de Interação na Rede Social ... 47

3.7. Análise dos dados ... 54

3.8. Aspectos éticos da pesquisa ... 55

4. RESULTADOS ... 56

4.1. Dados Sociodemográficos e uso de tecnologias de informação e comunicação ... 56

(11)

4.3. Dados de desempenho e auto avaliação entre os grupos... 63

4.4. Dados comparativos considerando o grupo Não participante ... 66

5. DISCUSSÃO ... 70

5.1. Limites do Estudo 5.2. Interação e interatividade no ensino mediado em Redes Sociais: vantagens, desvantagens, facilidades e dificuldades ... 71

5.3. Interação e interatividade no ensino mediado em Redes Sociais: vantagens, desvantagens, facilidades e dificuldades ... 76

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 82

7. REFERÊNCIAS ... 84

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1. INTRODUÇÃO

Na vasta área humana da Educação há uma infinidade de processos pedagógicos que podem ser veiculados via Educação àDistância (EAD).

Dentro dos moldes legislativos brasileiros, de acordo com o Decreto nº 5.622 de 19 de dezembro de 2005 (1), Educação à Distância caracteriza-se como:

“modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.”

No entanto, sabe-se que muitas disciplinas práticas carecem de aulas presenciais para que o aluno adquira experiência, vivenciando sensações e desenvolvendo habilidades.

Explorar um campo das ciências médicas e biológicas para produção de material educacional virtual é uma prática potencialmente rica em oportunidades, pois mesmo existindo disciplinas de natureza prática experimental, existem também disciplinas que podem ser mediadas por conteúdo virtual ou mesmo disciplinas que podem ser ministradas de forma mista, onde o docente dá continuidade à aula em outras mídias, como redes sociais, blogs, vídeos, hipertextos.

O uso das ferramentas disponibilizadas pela internet, após passar por um crescimento exponencial e aparentemente irreversível, é hoje um vasto campo de possibilidades na disseminação de informações, campanhas e

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discussões sobre boas práticas em saúde. Não há como ficar indiferente a essa nova realidade (2).

Dentro desse contexto, o aprendizado por meio de aulas presenciais combinadas com o uso de ambientes virtuais surge como uma grande potência para a educação.

Garrison e Kanuka (3), propõem o chamado blended learning (que pode ser traduzida como ‘ensino semi-presencial’ ou ‘ensino híbrido’) como a combinação de experiências presenciais em sala de aula com experiências de aprendizado on-line. Entretando, o blended learning pode ser complexo, uma vez que exige a reconceituação e reformulação do ensino e está vinculado a fatores como disciplina, nível de desenvolvimento e recursos.

Geralmente, os conteúdos teóricos referentes às ciências médicas e biológicas são extensos e as sínteses podem ajudar na assimilação e aprendizagem do discente, portanto objetos virtuais desenvolvidos com o intuito de educar podem facilitar a assimilação.

Especificamente, Ciências Morfológicas são disciplinas obrigatórias, ministradas no ciclo básico de todos os cursos da área da saúde e de alguns da área das ciências humanas e estão relacionadas a desempenho insatisfatório, com elevados índices de reprovação entre os graduandos (4).

Através de experiência própria como professor, foi perceptível que, no ensino acadêmico de enfermagem, para alguns alunos ingressantes a afinidade com as ciências biológicas foi amplamente cultivada no ensino médio. Para outros, essas novas disciplinas são complexas e causam angústias, detectadas durante as aulas e expressadas em seus olhares, atentos às exposições de estruturas orgânicas por meio de slides e também em peças

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anatômicas ou amostras de lâminas em microscópios nos laboratórios. Seus anseios se manifestam em questões e dúvidas durante a aula, não somente acerca do conteúdo direcionado ao estudo, mas também com a questão, ora implícita, ora já explicita: “Como posso assimilar e compreender melhor tanto conteúdo?” Outras vezes podemos ouvir: “Por que olho no livro ou no laboratório e não consigo me concentrar ou decorar os nomes?”.

É possível questionar se o dilema está em como aprender a aprender. O discente deve descobrir como ele aprende, cabendo ao docente auxiliar a forma dessa descoberta.

Este estudo busca trazer e investigar o impacto de uma nova possibilidade para alunos de um curso superior de Enfermagem relacionada à disciplina de Ciências Morfológicas I, Sistema Tegumentar e Osteologia Morfofuncional, do ciclo básico, por meio do aperfeiçoamento da assimilação de temas ministrados nas aulas de Ciências Morfológicas teóricas e práticas presenciais através de estudos extraclasses.

Tradicionalmente o estudo das Ciências Morfológicas que contempla Anatomia Humana é realizado em escolas de ciências médicas utilizando-se de corpos falecidos e conservados. Segundo a legislação, estes cadáveres podem ser utilizados para o ensino e para a pesquisa de acordo com a Lei Federal nº 8.501,1992 que dispõe sobre a utilização de cadáver não reclamado, para fins de estudo ou pesquisas cientificas e dá outras providências (5).

Além do estudo prático em laboratório, aulas teórico-expositivas são feitas em sala, geralmente anteriormente, como mapeamento do que será visto na prática; ou depois do contato em laboratório, servindo como explicação de detalhes que foram vistos.

(15)

Montes, Souza e Lemos (6) apontam em seus estudos dificuldades que discentes encontram ao cursarem a Disciplina de Anatomia Humana:

“A. O conteúdo programático da disciplina que costuma ser muito extenso e nem sempre é adequado aos objetivos do curso; B. Os professores muitas das vezes não possuem nem a formação ideal nem vivência no magistério para adequar o enfoque específico do curso ao perfil cognitivo, social e afetivo dos alunos;

C. O material didático (peças cadavéricas e/ou sintéticas) é, na maioria das vezes, insuficiente para o número de alunos; D. Há reação emocional dos alunos ao contato com o material de estudo (cadáver) [ o que pode desviar o foco e desconcentrar o individuo...];

E. Formação inadequada dos alunos que dificultam a aprendizagem significativa de conceitos da disciplina;

F. O atual padrão de avaliação dificulta a explicitação por parte dos alunos do conhecimento que têm sobre o tema.”

Merecem destaque os motivos C, D e E, onde o aluno pode sentir-se inapto para prosseguir ou estar descontente quanto aos métodos didático-pedagógicos da escola onde está e evadir-se do curso.

Em 2007, foi publicado estudo sobre as taxas de reprovação na disciplina de Anatomia I no curso de Enfermagem, em uma universidade onde que a Anatomia Humana e Fisiologia (Ciências Morfológicas) são ensinadas em dois semestres letivos. As taxas de reprovação na Anatomia I (primeiro período da disciplina) variaram entre 43,13% (segundo semestre de 2006) e 55,15% (primeiro semestre de 2006) (6).

(16)

Facilitar a interatividade do aluno com o seu objeto de estudo para que o conteúdo faça sentido para sua aprendizagem é fundamental, criar métodos que sejam eficientes e permitam essa interação podem e devem ser testados. Além disso, o desafio de se encontrar doadores cadáveres para o estudo de peças anatômicas clássicas, aliado a questões pessoais e éticas de se trabalhar com tais materiais torna o campo dos Estudos Morfológicos um espaço fértil para exploração de métodos de aprendizagem que envolvam novas tecnologias materiais e de informação.

O estudo de métodos para elaboração de objetos virtuais com qualidade, interatividade e usabilidade é tarefa que demanda empenho, pois esses conceitos são bem particulares à área de Tecnologia de Informação (TI) e as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) se modernizam a cada dia em um dinamismo frenético. É essencial, portanto, a escolha de um sistema, ferramenta ou software que possa ser vitalício nessa tendência coetânea. Assim, pode-se sugerir um grupo virtual, que é um sistema de rede social consagrado entre os internautas em todo o mundo.

Neste momento, portanto, cabe um questionamento: qual seria o referencial que auxiliaria na construção de conteúdos assim em uma Rede Social Virtual?

Filatro e Piconez (7) abordam o Design Instrucional no Brasil, tratando da composição de livros e artigos sobre essa tendência de “engenharia pedagógica”, bem adequada para Ensino à Distância.

De acordo com Filatro e Piconez (7), o design instrucional pode ser compreendido como:

(17)

“... ação intencional e sistemática de ensino, que envolve o planejamento, o desenvolvimento e a utilização de métodos, técnicas, atividades, materiais, eventos e produtos educacionais em situações didáticas específicas, a fim de facilitar a aprendizagem humana a partir dos princípios de aprendizagem e instrução conhecido...” (FILATRO, 2004, pág. 63).

A Rede Social e o grupo virtual também contribuíram para que seja seguido o princípio da eficiência no uso de recursos no Design instrucional (8), pois se trata de uma plataforma gratuita, permitindo acesso livre de qualquer pessoa online para visualizar o conteúdo sem custos financeiros para postar ou produzir.

1.1. Interação e Interatividade para educar em saúde.

Em tempos onde a comunicação é dinâmica, a informação é acessível e os livros têm versões digitalizadas, as pessoas ainda se deslocam até as escolas para receber educação, mas esse deslocamento pode ser feito por vias e endereços digitais, uma vez que o lugar de aprender é onde há pessoas precisando e querendo aprender. Para que haja o docente há de haver o discente (9) e havendo ambos em um lugar comum, mesmo que virtual, ali haverá a possibilidade de que haja aprendizagem.

Exercícios do conhecer e do aprender vão requerer práticas, experimentos, vivência de sentidos perceptuais que desenvolvam a cognição e a psicomotricidade em determinados casos. No aprendizado formal institucionalizado muitas disciplinas carecem de aulas presenciais para que o aluno adquira conhecimentos práticos, desenvolvendo habilidades e obtendo

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aprimoramento social de suas atitudes como pessoa. Contudo, a área humana da Educação é vasta, e uma infinidade de ensinamentos podem ser veiculados por Educação à Distância (EAD). As ferramentas para isso esboçam inúmeras possibilidades para quem quer e/ou precisa aprender algo, assim como para quem deseja ensinar. Temos, portanto, desde vídeos que podem ser gravados para posterior acesso até transmissões ao vivo com recursos das mais novas mídias ou textos simples com tutorias facilitadoras do conhecimento. Porém, o uso da modalidade EAD não é garantia de um processo de educação interativo.

Em 2009, Grassley e Bartoletti (10) já apontaram que a educação online exige docentes dispostos a aprender novas estratégias para ensinar, estimulando a interação dos alunos com seus pares, com a faculdade e com a tecnologia. Dentro desse panorama, os wikis e blogs surgiram como aliados das instituições de ensino em uma educação mais colaborativa .

Neste contexto, vale refletir um pouco sobre o modelo instituído e tradicional de ensino- aprendizagem, onde professores aguardam a chegada dos alunos para haver a aula, onde “a escola é uma instituição que há cinco mil anos se baseia no falar-ditar do mestre” (11). A edificação em que há alguém detentor do saber transmitindo e outros absorvendo atentos ao conhecimento. Esse lugar denominado sala de aula, tão conhecido por nós desde os primeiros anos da infância, tem sido estruturado com mais aparatos tecnológicos e digitalizados, Isso, porém, não torna necessariamente a aula mais interessante, ou o processo de aprender e ensinar mais ativo.

É preciso mais do que projetores multimídia e lousas digitais. “Hoje, é preciso inventar um novo modelo de educação, já que estamos numa época

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que favorece a oportunidade de disseminar outro modo de pensamento” (12). Quando falamos em pensar de outra forma a educação, é essencial que haja outro nível de troca entre docentes e discentes, algo que vá além da sala tradicional e traga mais “interatividade” agregada ao ensino-aprendizagem.

Interatividade é um termo que aparece de forma comum na área da Tecnologia de Informação e Comunicação, todavia é simplório dizer que é um termo “computacional”, que é um conceito atrelado somente a mídias digitais e a internet. Para Silva (13), Interatividade é:

"um conceito de comunicação e não de informática. Pode ser empregado para significar a comunicação entre interlocutores humanos, entre humanos e máquinas e entre usuário e serviço. No entanto, para que haja interatividade é preciso garantir duas disposições basicamente:

1. A dialógica que associa emissão e recepção como polos antagônicos e complementares na co-criação da comunicação;

2. A intervenção do usuário ou receptor no conteúdo da mensagem ou do programa, abertos a manipulações e modificações" (p.5)

A amplitude dos conceitos de interatividade concebidos com o avanço tecnológico pode confundir mais do que esclarecer no que tange as áreas do conhecimento. Ao ligar o termo com educação, somos remetidos mais à ideia do “interagir” entre as pessoas, ao passo que quando falamos de EAD o termo se torna mais familiar ao relacionar o uso de maquinas por seres humanos.

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Chamamos o indivíduo que está em uma sala de aula de aluno, e este tradicionalmente estaria na posição de expectador. Todavia, aquele que está frente a um computador é entendido como “usuário”. Isso por si só caracteriza alguém que está lá “controlando”, “usando”, uma mídia interativa (14). Vários autores da área educacional afirmam que na pós-modernidade, o homem passou a atuar sobre seus meios de aprendizagem como agente ativo do conhecer (9, 15, 16).

A TV, os jornais, revistas, livros, e o rádio são exemplos de mídias tradicionais para Manovich (14), onde a ordem de apresentação de conteúdo é fixa, não podendo o expectador selecionar, manejar ou opinar com autonomia sobre o conteúdo. Para o autor, as “novas mídias” são aquelas em que o usuário interage com as mesmas, podendo escolher quais elementos são mostrados, quais caminhos percorre dentro dela, constituindo ferramenta voltada para o trabalho, entretenimento ou qualquer outra intenção.

Como variante, temos a definição de Reisman (17), que fala sobre a interatividade em três níveis:

“1) Reativo: quando as opções e realimentações (feedbacks) são dirigidas pelo programa, com pouco controle do usuário sobre o conteúdo.

2) Coativo: nesse caso, há possibilidades do usuário controlar a sequência, ritmo e estilo.

3) Proativo: onde o usuário tem a possibilidade de controlar tanto a estrutura quanto o conteúdo.”

Para que um programa de TV se torne interativo, o telespectador tem de ter acesso ao conteúdo e poder opinar sobre como será o desenrolar e

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desfecho desse programa. Se não for assim, não podemos dizer que há uso-domínio do homem sobre o conteúdo. Exemplificando com jogos de vídeo game, o usuário/jogador segue controlando desde elementos até personagens, dependendo do tipo de jogo, para poder interagir com ambientes virtual-digitais, caracterizando, portanto interatividade. Para tornar um conteúdo disciplinar interativo o mesmo conceito se aplica, não necessariamente em forma de jogos, mas com participação ativa, vontade expressa do usuário sobre os desígnios do conteúdo a ser aprendido.

Em relação à questão da interatividade, examinemos um artigo sobre simuladores no ensino da medicina, onde uma das questões era a ênfase da percepção do estimulo à interatividade do aluno, com o uso das ferramentas tecnológicas para resolução dos problemas propostos em um estudo de caso na aula virtual, proposta no simulador, a análise sobre a experiência realizada com 18 alunos de uma turma de graduação em medicina, na disciplina de Nefrologia, apresentou os seguintes resultados: Quatro alunos consideraram regular, oito alunos consideraram: boa e cinco alunos consideraram: muito boa a interatividade com as ferramentas. Nenhum aluno considerou: muito ruim ou ruim (18). Afirmando esperar a hipótese de que a maioria responderia “Muito bom”, os autores deixaram em sua analise a possível “(...) falta de costume do uso desses recursos no processo educacional ” como motivo para as respostas variadas e inesperadas dos alunos e também a possibilidade de que “A ferramenta não foi suficientemente atrativa”.

Seria também interessante perguntar aos alunos se as ferramentas eram de fato interativas e permitiam aos usuários o controle reativo, coativo ou proativo, se elas davam aos usuários a sensação de manipulação e

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modificação, e se a aula virtual permitia coparticipação antecedendo os exercícios propostos na simulação.

Falar sobre interatividade é algo atual acerca de educação e EAD. Na área das ciências biológicas e áreas médicas esses conceitos são novos. Até então, existem escassos meios de se mensurar níveis ou graus que possam trazer a compreensão desse assunto, tornando o desafio de promover interatividade no ensino médico algo a ser explorado, carecendo de rigor acadêmico e científico.

O termo “Interação” é eleito das linhas de pesquisa de Primo (19), que não utiliza em seus trabalhos e textos o termo “interatividade” como genérico. Sugere, portanto, que o universo da interação é vasto, e que esse termo (interatividade) é um singular da “interação”, é um membro da Interação portanto, que trata de outros componentes importantes, bem como “interface”; “processos interpessoais de comunicação”; “inteligência coletiva”. Também são utilizados os termos “inteligência virtual e artificial” e “processos de aprendizagem mediados por meios digitais” (20).

Primo (21) especifica o processo de interação mediada por computadores, onde trata com maior propriedade acerca da “Cibercultura” no Brasil, explicando que o termo “Cibercultura” surgiu na década de 1960, quando a tecnologia estava avançando quanto aos aperfeiçoamentos da eletrônica Com isso, os meios de comunicação foram melhorando, bem como o comércio em torno da compra e venda de aparelhos de telefonia e computação nas décadas posteriores, com o advento dos PCs (personal computers, tradução para computadores pessoais). Primo (21) também coloca

(23)

que na década de 1960 o neologismo “interatividade” começa a ser utilizado, porém como uma palavra das polissemias significantes de “interação”.

O trabalho de Dias e Chaves- Filho (22) traça a gênese sobre “interação e interatividade”, colocando que o primeiro surge do contexto europeu no século XVII e o segundo, em acordo com o que vemos no trabalho de PRIMO 2008, surge em meados do século XX .Os autores afirmam que ora os termos são sinônimos e ora são distintos quanto aos seus significados e abrangências.

Não há pretensão de promover um debate profundamente semântico acerca dos conceitos entre interatividade X interação. Este trabalho não pretende ser reducionista e delimitar a ideia de interatividade. Fundamenta-se na base de comunicação e troca entre humanos-com-humanos, considerando a relação interpessoal; humanos-com-máquinas, considerando aspectos psicológicos; usuários-com-serviços, considerando a satisfação dessa troca.

A aplicabilidade dos conceitos de interatividade descritos acima pode servir bem aos propósitos do educar em saúde e suas áreas afins, uma vez que segue o que já foi afirmado por Vygotsky (23): coloca aquele que aprende e aquele que ensina em uma relação interligada, em um mesmo processo .

1.2. Educação à Distância facilitando a aprendizagem em saúde.

As tecnologias de informação e comunicação evoluíram e a EAD evoluiu concomitantemente. EAD hoje não se limita a construção de conhecimentos resultantes de relações entre docente e discente, mas abrange também a relação com outros colegas que possam fazer parte de um mesmo curso nessa

(24)

modalidade, os conteúdos apresentados, os livros digitais, os vídeos e tantos outros recursos midiáticos ou dialógicos.

A evolução histórica da EAD nos conduz ao século XVIII, onde um curso por correspondência foi oferecido por uma instituição de Boston – EUA (24).

Nos estudos de LITWIN (25) o autor fala sobre a “Open University” de 1969, na Inglaterra:

“... utilizando meios impressos, televisão e cursos intensivos em períodos de recesso de outras universidades convencionais, produzir cursos acadêmicos de qualidade. [...] A Open University transformou-se em um modelo de ensino a distância”. (LITWIN, 2001,p.15)

Na EAD, docentes e discentes estão separados de corpo físico no espaço e/ou no tempo. Há afirmações atuais que colocam a modalidade como efetiva através do intenso uso de tecnologias de informação e comunicação, com ou sem momentos de encontro presencial (26).

Em 1993, Moore (27) formulou a “teoria da distância transacional”. Essa “distância” se refere a um espaço que vai além da ideia geográfica, um espaço cognitivo que há entre docentes e discentes em um ambiente educacional, considerando que ambos estão em posições de conhecimentos diferentes e devem sintonizar seus “espaços cognitivos” para haver um encontro de alguém que quer aprender com outro que quer ensinar. Na EAD, essa teoria se consolidou para compreensão das relações entre professores e alunos e como facilitar essa relação para efetividade da aprendizagem.

(25)

Para o Moore (27), é fundamental o diálogo entre alunos e professores seja estabelecido e o diálogo entre o aluno com o seu conteúdo seja positivo.

Para isso, a abordagem pedagógica deve ser personalizada no sentido de diminuir a distancia transacional.

Moore (27) também pontua a necessidade de haver o que denomina de “estrutura de ensino”, sendo essa voltada a ajustar a distância transacional entre docentes e discentes. Segundo o autor, diminuindo-se o diálogo a estrutura se torna mais rígida e complexa, ampliando a distância transacional e deixando o discente aberto a interpretações de sua aprendizagem. O mesmo apresenta aqui a ideia de “autonomia”, que é a medida realizada pelo aluno acerca de sua necessidade sobre o que ele deve aprender, o quanto deve aprender e como deve aprender. A ideia de “estrutura de educação” é o meio de regulação entre o diálogo e a autonomia do aluno, fazendo com que a distância transacional seja diminuída e o ensino à distância seja facilitado.

A ideia de facilitar o acesso ao ensino e as possibilidades para utilizar a EAD são diversas, podendo contemplar necessidades e situações distintas, servindo a qualquer tipo de aluno em qualquer tempo, em qualquer lugar.

A área da saúde e ciências médicas possuem disciplinas e conteúdos de aprendizagem que não podem prescindir do ensino presencial. Porém, soluções para potencializar a aprendizagem do discente podem ser criadas utilizando as tecnologias de informação e comunicação, complementando à distância o ensino, dando mais autonomia.

Schimitt, Sims-Giddens e Booth (28) consideram que enfermeiros desempenham um papel muito significativo na transmissão de conhecimento e informação em saúde e que as mídias sociais surgem como aliadas das

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faculdades na tarefa de auxiliar os alunos na compreensão de diversos elementos de sua formação como políticas de saúde, ética e comunicação profissional.

Nas ciências médicas, existe uma variedade de sistemas de aprendizagem mediados por computador. É possível citar como exemplo referencial o projeto “Homem Virtual”, desenvolvido na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (29), onde uma equipe multiprofissional envolvida no trabalho projetou vídeos educacionais interativos em terceira dimensão com a finalidade de orientar discentes e usuários de serviços de saúde, com linguagens de entendimento fácil e conteúdo expositivo objetivo.

Na área de Medicina de Emergência e Cuidados Intensivos (em inglês EMCC - Emergency Medicine and Critical Care) um estudo revela que, em 2002, havia dois blogs e um podcast (arquivos multimídia disponíveis para download) sobre o assunto e houve uma expansão desse período até 2013 de sites sobre EMCC, com 141 Blogs e 42 Podcasts acessíveis (30).

Na área da Enfermagem podemos citar os trabalhos realizados por Heimar de Fátima Marin, passando pelo livro referencial “Informática em Enfermagem” (31) até seus mais recentes trabalhos desenvolvidos juntamente com outros autores como, por exemplo, “Avaliação de website sobre assistência de enfermagem na sala de recuperação pós-anestésica” (32), entre outros.

Trabalhos importantes como os de Prado et al. (33), onde o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) Moodle é usado para aplicação da teoria de aprendizagem significativa, mostram o potencial da EAD na área da saúde. O

(27)

referido estudo teve como objetivo elaborar e avaliar uma aula virtual sobre a Teoria da Aprendizagem Significativa para licenciandos em enfermagem.

Prado et al. (34). também publicou um trabalho de grande valia para a área de educação à distância na Enfermagem, que aborda metodologia para utilização de chat virtual de discussão, usando um software de comunicação por mensagens virtuais. Neste estudo, o objetivo foi descrever a metodologia da utilização do bate-papo (Chat) para comunicação em tempo real em um grupo de pesquisa em enfermagem.

Outro estudo, realizado na College of Health Care Professions, que oferece diversos cursos de bacharelado na área da saúde em Bolzano, na Itália, verificou que a disponibilização de conteúdo de anatomia online anteriormente às aulas presenciais, na avaliação dos próprios alunos, os levava a participar mais ativamente das aulas, visto que havia um maior envolvimento com o tema. O contato inicial possibilitou que as questões que geravam dúvidas pudessem ser formuladas com antecedência e esclarecidas posteriormente na classe. Este método também possibilitou que o conteúdo fosse exposto através de diferentes perspectivas, como imagens e vídeos o que, de acordo com os participantes, tornou o aprendizado mais fácil e duradouro a longo prazo (35).

O YouTube surge também como uma importante ferramenta para o estudo na área da saúde. De acordo com Barry et al. (36), a chamada “Geração Conectada” mostra grande disposição para somar o conhecimento transmitido nas aulas tradicionais ao que pode ser obtido por meio de mídias sociais. Em seu estudo, 78% dos estudantes de cursos na área médica

(28)

afirmaram que utilizavam o YouTube para terem acesso a vídeos sobre anatomia.

Asiri & Househ (37) trazem, por meio de uma revisão da literatura, o impacto do Twitter e do Facebook no ensido da enfermagem. Foi destacado o expressivo crescimento do número de usuários de ambas as redes sociais em poucos anos, sendo que o Twitter superou o total de 1 bilhão de usuários e o Facebook tem a perspectiva de atingir esse número ainda dentro do ano de 2016. Os autores consideram que tanto o Facebook como o Twitter já são amplamente usados tanto por profissionais como por estudantes de enfermagem sendo, especificamente o Facebook, uma das formas mais usadas de comunicação entre os estudantes e seus professores, atrás apenas do WhatsApp e do e-mail. Porém, trazem a necessidade de maiores estudos sobre o uso dessas mídias sociais na educação e prática da enfermagem dentro de um contexto global.

Sendo assim, podemos verificar que o fenômeno EAD está estabelecido no meio acadêmico nas áreas da saúde no Brasil e em outros países, seja para disciplinas de currículo dos cursos, para aprimoramentos ou ainda para educação permanente de indivíduos já graduados.

1.3. Cibercultura e inteligências coletivas: Influências no ambiente educacional.

Embora o termo seja difundido na sociedade, não há conceitos definitivos que especifiquem absolutamente do que é Cibercultura1. Segundo Savazoni e Cohn (38): “[...] existe uma real carência de representação

1- Também pode ser chamada de “cultura digital”, termo utilizado por autores como Pierre Levy, Miriam Céli P. P. Foresti e outros.

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conceitual para os fenômenos surgidos no âmbito da cultura digital [...]”. Talvez por ser algo extremamente atual, ainda necessite de maiores investigação e análise.

A palavra “Cibernética” é definida pelo dicionário online de português (39) como: “s.f. Ciência que estuda os mecanismos de comunicação e de controle nas máquinas e nos seres vivos. Adj. Aplica-se a uma arte (também dita cinética) que tende a representar, utilizando os recursos da técnica moderna, coisas em movimento”.

Da constante interação entre homem e máquina temos visto o comportamento humano se modificando ao longo dos anos, ao passo que cria máquinas para facilitar trabalhos e até mesmo reger processos do cotidiano Assim, a cultura de operar máquinas para diversos fins considerando certa interdependência comportamental que há na relação de ambos ocorreu que os seres humanos chegaram aos dias atuais desenvolvendo a “Cibercultura” e o advento da internet como papel fundamental em todo o processo desse aculturamento digital.

Em 1995, 14% dos americanos adultos usavam internet, porém em 2014 cerca de 87% se tornaram usuários regulares (40).

No Brasil, em maio de 1995, por meio da iniciativa privada, a internet, que formava conexões acadêmicas e governamentais, deixou de ser exclusividade do governo e das universidades e passou a ser de acesso público (41). Segundo dados do IBGE (42) o uso de internet por domicílio no Brasil é de 51,1 %, cerca de 102 milhões de pessoas.

Linhas do estudo da Cibercultura (43, 44, 45) foram se desenvolvendo para compreensão do fenômeno no mundo todo, o tema é relacionado ao

(30)

comportamento das pessoas em torno do uso das mídias digitais e a interatividade, bem como às influências que a Cybercultura causa na EAD.

Portanto, qual a realidade da sala de aula dita tradicional nos dias de hoje? O que faz um conteúdo disciplinar se tornar interessante e interativo em uma sala de aula e também na EAD?

Se os discentes são postos para pensar e produzir algo que lhes tenha significado, o interesse sobre o objeto de estudo pode se amplificar e, além disso, se essa produção é feita em grupo, com discussões e resolução de dúvidas, as pessoas que compõe esses grupos podem se instigar de modo sinérgico. Em sala de aula esse tipo de atividade representa uma forma ativa de ensino e aprendizagem. O diferencial estaria se essas pessoas pudessem dar continuidade aos trabalhos compostos fisicamente em tempos diferentes e espaços diferentes, edificando trabalhos que são continuados, conforme os indivíduos envolvidos vão avançando em pesquisas e projetos que são compartilhados em um meio digital.

Os meios digitais para armazenamento de dados como Google Drive e Dropbox, por exemplo, são ideais para realizar trabalhos assim. Além disso, foram criados com a finalidade de compartilhamento rápido e disponibilização selecionada e autorizada de conteúdos.

No trabalho de Cyrinoi et al. (46), encontramos uma ideia ampla desenvolvida no Brasil sobre construção coletiva citando Levy (11), quanto ao desenvolvimento conceitual dos “coletivos inteligentes” como potenciais que são capazes de “reinventar o laço social em torno do aprendizado recíproco, da sinergia, das competências, da imaginação e da inteligência coletiva”. A ideia tem início com um programa denominado Interação

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Universidade-Serviço-Comunidade (IUSC), envolvendo docentes e discentes dos cursos de Medicina e Enfermagem, objetivando promoção de integração entre docentes, serviços e comunidade, proporcionando cuidado integral e humanizado aos usuários enquanto oportuniza a experiência dos discentes na prática. O programa IUSC é um exemplo de atividade que segue promovendo ambientes de troca, interação, cooperação e produção compartilhada de conhecimentos (46).

O trabalho de Cyrinoi et al. (46) apresentou não só um modo ativo de construção e compartilhamento de conhecimento, mas também utilizou como propagador dessa construção o “wiki”, uma ferramenta que foi ideal para dar continuidade à aproximação dos atores envolvidos no IUSC, onde podiam compor relatos de seu dia a dia, que serviu de construção rápida de conhecimento coletivo advinda da Cibercultura. Com a Cibercultura surgiram várias reflexões sobre como vão se estendendo as conexões de sua influência no mundo, segundo Levy (43):

"Cada conexão suplementar acrescenta mais heterogeneidade, novas fontes de informação, novas linhas de fuga, de maneira que o sentido global fica cada vez menos legível, cada vez mais difícil de circunscrever, de encerrar, de dominar” (43).

O aumento de cursos online fez com que as noções de multiculturalidade, diversidade e globalização tornassem-se elementos chave nos planejamentos curriculares. Devido à crescente necessidade de trabalhadores qualificados para o mercado de trabalho, as universidades estão se tornando mais flexíveis, oferecendo alternativas online de aprendizado. Porém, fazer isso de forma inclusiva e abrangente, considerando a diversidade cultural existente, constitui um grande desafio (47).

(32)

A maior influência da Cibercultura na educação é a possibilidade de estimulo das inteligências coletivas e construção de saberes. Para tal, se parte do princípio de que docentes atentos às conexões interativas advindas da Cibercultura são capazes de fazer seus discentes compreenderem essas facilidades e obter maior aproveitamento de suas aulas temos amplo campo a ser explorado quanto a aplicabilidades e soluções para educação médica.

1.4. Redes Sociais virtuais como facilitadoras da construção coletiva de conhecimento.

Segundo Levy (20), o desenvolvimento humano fez com que o homem se organizasse em sociedades, com habilidades que se diferem dos animais por questões de sobrevivência. Conforme foi desenvolvendo comunicação e diálogo, foi também organizando melhor o pensamento e refletindo acerca do todo que compõe sua volta, passando informações aos outros mutuamente. “Por causa dessa questão evolutiva, a inteligência coletiva humana é mais desenvolvida que a inteligência coletiva dos animais” (20). As necessidades humanas passam a se tornar cada vez mais complexas conforme a humanidade se desenvolve, a comunicação tem de ser ampliada para troca organizada de serviços e produtos. Para melhorar a compreensão de uma inteligência coletiva entre diversas sociedades os seres humanos passam a organizar interligação entre essas, tecendo o que podemos chamar de redes sociais.

O mesmo conceito se aplica ao virtual onde, com a internet, as pessoas começam a se aproximar, inicialmente por entretenimento ao formar grupos de bate-papo e comunidades para diversos assuntos; isso se estende para níveis

(33)

de trocas e vendas e até mesmo movimentos grandes de mercado financeiro. Fato é que essas “trocas” geram aprendizado e experiências, principalmente quando os envolvidos têm de falar outras línguas para se comunicarem ou tem de compreender novas realidades e conceitos para se entenderem.

A internet é sinônimo de cotidiano para grande parte das pessoas no mundo. Assim, a comunicação através das redes sociais digitais se tornou comum, promovendo encontro de seres humanos que possuem interesses comuns de modo cada vez mais interativo.

Antecedendo às redes sociais digitais, os e-mails eram os formatos de comunicação que eram utilizados via internet. Porém, havia uma dificuldade para saber o e-mail de alguma pessoa que você gostaria de enviar uma mensagem, ou mesmo reencontrar, visto que são endereços digitais privados. Recuero (48) traz em um levantamento acerca do que se tornaria a primeira ideia de Rede Social o ClassMates.com, criado em 1995 com o objetivo de reencontrar colegas de escola ou faculdade, fazendo com que relacionamentos criados off-line outrora fossem trazidos para online. A princípio o ClassMates fez um sucesso grande nos EUA e Canadá e, devido a isso, tornou-se pago, o que não ocorre nas redes sociais virtuais atualmente.

Se pensar na sequência histórica, alguns anos depois surgiram os “instant mensengers”, programas de computador que transmitiam mensagens em tempo real Estes foram melhorando conforme a internet ampliava sua velocidade de rede, criando facilidades entre os usuários e formando aleatoriamente redes sociais digitais.

Em 2003, em meio a algumas redes sociais já emergindo, é lançada a rede social “MySpace”, objetivando segmentos de marketing. Enquanto as

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pessoas se conectavam a ela para se encontrarem, as “propagandas de produtos” já eram presentes na tela e posteriormente vídeos, etc. No mesmo ano, surge a “Linkedin”, Rede Social que visava um seguimento empresarial e de cadastros de currículo para recursos humanos (48).

Argolo et al. (49) fala sobre o surgimento da Web 2.0, uma tendência em 2004 que se solidificou em 2005, quando a tecnologia digital evoluiu em suas capacidades, trazendo novas ferramentas de construção dos conteúdos da internet. Foi nesse momento que a construção coletiva em redes passou a se tornar mais frequente, as pessoas teciam comentários e opinavam sobre tudo na internet.

Ainda falando sobre Redes Sociais Digitais e sua evolução, o “Orkut” em 2004 apareceu como um marco de aderência global. E, no mesmo ano, emergia o “Facebook”, que inicialmente era uma Rede Social restrita aos estudantes de Harvard e foi tomando proporções globais também, tornando-se uma marca de alto valor de mercado. Logo depois, em 2006, o “Twitter” e posteriormente, em 2010, com a inovação de postagens de fotos e foco nesse conceito, o “Instagram”, foram movimentando e inovando as Redes Sociais na Internet. Em 2011 a Google anuncia o “Google Plus”. Com essa evolução é perceptível a solidificação das mídias sociais, servindo a vários propósitos dos internautas, variando desde necessidades de entretenimento até mesmo ensino e aprendizagem.

Dentre tantas possibilidades, cabe o questionamento de qual mídia social digital seria mais efetiva para o propósito de contribuir com o aprendizado nas ciências médicas e biológicas.

(35)

Autores apontam o Facebook como uma valorosa ferramenta de aprendizagem na área da saúde. Este potencial está ligado ao fato de que a grande maioria dos estudantes possui um perfil no Facebook e a personalização que o mesmo proporciona motiva a participação e a interação dos alunos, fazendo com que o ambiente de aprendizagem seja ampliado para além das salas de aula (50).

1.5. Combinações de ensino entre presencial e virtual com recursos

digitais.

Conhecido com o termo “blended learning” o ensino combinado entre presencial e virtual é uma tendência que se desenvolveu conforme os recursos interativos, simuladores digitais e os AVAs foram melhorando e conforme instituições de ensino e docentes foram utilizando mais esses recursos.

Os indivíduos que participam desse tipo de ensino são expostos a conteúdo presencial e virtual concomitantemente, fazendo com que questões como aumento do nível de aprendizagem significativa; satisfação dos participantes; interatividade; construção de conhecimentos e melhoria de desempenho devam ser avaliados para que se possa compreender se as modalidades combinadas são efetivas.

Fonseca et. al (51) apontam que o uso de tecnologias digitais e de simulação em laboratório evidenciou diferença bastante significativa na aprendizagem dos participantes. O curso foi avaliado como muito satisfatório pelos mesmos. A simulação em laboratório isoladamente não representou diferença significativa no aprendizado.

(36)

Em outros países o ensino combinado traz resultados a serem analisados, como no trabalho de Sweeney et. al. (52) onde na Escola de Enfermagem de Dublin, Irlanda, ofereceu em 2011 um curso de bacharel iniciando com as modalidades de ensino combinado. O trabalho trouxe relatos de experiência da equipe acadêmica através de grupos focais, onde mesmo com os recursos virtuais disponíveis, os tutoriais “face a face” eram importantes para os professores e estudantes, surgindo um indicativo de que eventos presenciais são muito importantes. O mesmo estudo apontou que a disponibilidade dos estudantes e suas habilidades de acesso foram determinantes para seu sucesso no curso na opinião dos participantes do grupo focal.

No Reino Unido, Bloomfield et al (53) formaram um grupo de delineamento experimental e outro controle para colocar o primeiro em contato com conteúdo virtual que apresentava técnicas de lavagem das mãos e o grupo controle foi ensinado por um professor experiente em uma sala de habilidades clínicas. É um método interessante para comparar os dois tipos de aprendizagem, o trabalho, porém não apresentou resultados conclusivos sobre as diferenças entre os grupos comparados.

Sobre o uso de redes (mídias) sociais virtuais, como por exemplo, Twitter e Facebook, até o presente momento não há pesquisas e trabalhos que revelam impacto sobre o ensino da enfermagem combinado com esses recursos digitais (37).

Desta maneira, considerando a relevância de se investigar um modelo de blended learning utilizando redes sociais virtuais com foco na interatividade,

(37)

esse estudo testa a possibilidade de combinar aprendizagem acadêmica em sala de aula teórica e laboratórios de práticas, com mediação de conhecimentos em grupo virtual de estudo em rede social.

(38)

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Avaliar o aprendizado de alunos de um curso universitário de Enfermagem expostos a um grupo virtual, em rede social online, com conteúdo voltado ao ensino do sistema tegumentar e osteologia para estudos das Ciências Morfológicas, comparando-os com um grupo controle.

2.2. Objetivos Específicos

• Desenvolver grupo virtual em rede social sobre sistema tegumentar e osteologia nas Ciências Morfológicas.

• Avaliar a interatividade entre os participantes do grupo de intervenções experimentais na rede social utilizando como parâmetro postagens, visualizações e curtidas.

• Aplicar pré-teste e pós-teste de autoavaliação dos conhecimentos a fim de analisar e avaliar impacto na autopercepção de desempenho dos estudantes. • Avaliar desempenho comparativo entre os grupos com base nas notas das provas institucionais.

(39)

3. MATERIAL E MÉTODO

3.1. Desenho do Estudo

Trata-se de um estudo epidemiológico de intervenção e de delineamento experimental (54) onde foi criado um grupo virtual em rede social online (Facebook) e foram inseridos conteúdos e objetos virtuais, bem como postagens e hipertextos direcionados a instruir, orientar e discutir o assunto “Sistema Tegumentar e Osteologia nas Ciências Morfológicas”, para com os participantes.

O Grupo foi composto por alunos do primeiro ano do curso universitário de Enfermagem de uma universidade de Campinas (SP), do período noturno, onde as salas de aula possuem contingente médio de 90 alunos, segundo informações da própria instituição. Foi denominado como grupo experimental o grupo no qual foi realizada a intervenção, e grupo controle o grupo que não teve contato com o conteúdo proposto na intervenção.

O pesquisador, que também atuava como docente teórico dos alunos participantes exerceu a função de mediador nos fóruns e Mensagens instantâneas que foram realizados.

A pesquisa foi proposta no primeiro dia de aula, quando havia 85 alunos presentes. Todos estes foram convidados a participar da pesquisa, sendo orientados sobre os propósitos do trabalho. Destes, 42 aceitaram participar da pesquisa assinando o Termo de Consentimento e Livre Esclarecimento (TCLE;

(40)

Anexo 1) e fizeram pré-teste de auto avaliação de conhecimentos. Na sequência, os 42 alunos foram aleatorizados em dois grupos de 21 participantes cada um: Experimental e Controle. A aleatorização foi realizada utilizando um aplicativo de seleção correspondente ao número dos 42 alunos na lista de presença inserindo esses números sequencialmente no espaço de dados do site http://www.randomization.com.

Conforme diagrama descritivo disposto na Figura 1, o grupo experimental foi submetido ao complemento via grupo virtual no Facebook e o grupo controle seguiu com aulas tradicionais conforme a instituição disponibiliza em sua grade curricular.

O pré-teste (anexo 2) foi utilizado como recurso de auto avaliação de conhecimento e familiarização do aluno acerca de grupos de estudos em Rede Social, Ciências Morfológicas do sistema tegumentar e Osteologia Morfofuncional. Esse foi o primeiro momento de coleta de dados.

O segundo momento do método de coleta de dados e análise foi focado em observar e contabilizar os movimentos de interatividade durante as postagens de conteúdo no grupo da Rede Social. Essa contabilidade é descrita em mais detalhes no item “3.6. Método de Interação na Rede Social”.

Posteriormente, no momento de pós-intervenção, ao finalizar os movimentos na Rede Social, para avaliar o impacto dos métodos de aprendizagem empregados, os grupos (Experimental e Controle) foram igualmente comparados por meio do pós-teste de auto avaliação de conhecimentos idêntico ao que foi aplicado inicialmente. Além desta medida, também foi utilizada como fonte de dados a avaliação somativa elaborada e

(41)

aplicada formalmente pela instituição de ensino, realizada por todos os estudantes da turma e referente ao módulo bimestral de ano letivo. Suas notas puderam ser usadas como instrumento de avaliação da aprendizagem e desempenho gerando dados analisados, com as devidas permissões e respeitando o sigilo dos nomes de todos.

(42)

Figura 1- Diagrama ilustrativo de método Experimental - Controle. Campinas, 2016.

Formação dos grupos aleatorizados. 3ª Coleta de dados. 2ª Coleta de dados de interatividade durante intervenção 85 ALUNOS PRESENTES ALEATORIZAÇÃO EXPERIMENTAL 21 SUJEITOS CONTROLE 21 SUJEITOS 42 PARTICIPANTES APRESENTAÇÃO TCLE PRÉ-TESTE DE AUTO AVALIAÇÃO COLETA DE DADOS INTERATIVOS NA REDE SOCIAL AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

PÓS-TESTE AUTO AVALIAÇÃO

ANÁLISE DOS RESULTADOS

Convite à pesquisa no primeiro dia de aula.

Aceitação dos participantes.

1ª coleta de dados e orientações.

(43)

Para os indivíduos que aceitaram participar da pesquisa um ICD - instrumento de coleta de dados (ANEXO I) para caracterizar os sujeitos a respeito de sua familiaridade com a informática foi passado anexado com o pré-teste de conhecimento.

Para os componentes do grupo experimental, os quais já possuíam perfil no Facebook, foram orientados ao acesso de link com o endereço digital, bem como orientações de sigilo sobre todos os conteúdos que fossem abordados antes da primeira postagem de conteúdo na Rede Social.

Para a fundamentação teórica e composição de referencial bibliográfico foi realizado uma busca sistemática nas bases de dados da PubMed (National Library of Medicine), BIREME (Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde), incluindo BDENF (Base de Dados em Enfermagem), Medline (Medical Literature Analysis and Retrieval System On Line), SciELO (Scientific Electronic Library Online) e Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde). A procura de artigos científicos sobre o assunto foi realizada utilizando os descritores: Internet, Educação, Ciências Morfológicas, Osteologia, Enfermagem (português) e blended learning, e-learning, nursing education, social media (inglês).

(44)

3.2. Detalhamento metodológico para construção do grupo na Rede Social

Para a construção dos estudos dirigidos na Rede Social, bem como distribuição de conteúdo e detalhes técnicos, foram utilizados elementos metodológicos aplicando o conceito de design instrucional contextualizado (7) com a finalidade de potencializar as informações expressas nos estudos dirigidos, dando o contexto educacional necessário para postagens de conteúdos e mediação de comentários.

Design instrucional é o processo de identificar um problema de aprendizagem, projetar, programar e avaliar uma solução para esse problema (7). Pode também ser definido como a prática de organizar conteúdos e atividades para uma instrução eficaz (55) e desse referencial seguimos com o método ADDIE – análise, desenho, desenvolvimento, implementação, avaliação (evaluation):

Análise: Coletando informações com demais docentes do curso, da

coordenação e de alguns referenciais sobre reprovações nas disciplinas de Ciências Morfológicas e dificuldade dos discentes; no primeiro dia de aula com o pré-teste contendo questões de movimentos, cortes e eixos, expressando linguagem específica do conteúdo; observando os alunos e seus anseios, respondendo seus questionamentos;

Desenho: Com base no Plano de Ensino Acadêmico Institucional,

informações colhidas dos docentes e coordenação e vivência inicial com os alunos em contrato didático-pedagógico, somadas à aula inicial introdutória e o pré-teste. Foram utilizadas orientações e fontes de qualidade fidedigna,

(45)

referenciadas dos Atlas de Ciências Morfológicas Van De Graff (56), Sobotta (57) e Netter (58) para mover as discussões no grupo virtual da rede social online.

Desenvolvimento: Utilizando material sugerido pela referência de base

do Plano de Ensino institucional, foram elencadas variantes para os alunos estudarem, com o devido cuidado para deixar um conteúdo significativo e linear sobre sistema tegumentar e osteologia na disciplina de Ciências Morfológicas.

Implementação: Os alunos utilizaram o link para acessar o conteúdo

complementar disciplinar de Ciências Morfológicas via rede social virtual, podendo interagir entre si, com o pesquisador na função de mediador de conteúdos e com as postagens dos conteúdos virtuais.

Avaliação: Ao fim do primeiro bimestre foi realizada avaliação para toda

a turma e pós-teste, possibilitando avaliar conteúdo de postagens e o desempenho medido dos participantes.

3.3. Local de estudo

O local do estudo é uma universidade em Campinas – São Paulo – Brasil, que possui cursos nas três grandes áreas do conhecimento (Exatas, Humanas e Biológicas), e na qual o curso Universitário de Enfermagem possuí 5 anos de duração (4.025 horas) para Bacharelado. Esses 5 anos são divididos em 10 séries semestrais, onde o primeiro ano é exposto ao conteúdo disciplinar básico Ciências Morfológicas I, contemplando Sistema tegumentar e Osteologia Morfofuncional, que foi o conteúdo escolhido para realizar esse estudo.

(46)

3.4. População do estudo

Os sujeitos foram selecionados de forma randomizada como descritos no método (3.1). Os dados contingenciais foram obtidos através de listas de presença fornecidas pela instituição.

No geral as turmas do período noturno são compostas em maioria por mulheres. Neste período, muitos alunos possuem nível técnico de enfermagem e atuam na área da saúde há algum tempo. A Turma do noturno possui um perfil de idade mais maduro, uma média de 24 anos, segundo dados da instituição sobre as turmas de enfermagem que cursam no período noturno.

Todos os participantes do período noturno têm suas aulas presenciais que se iniciam às 19:20h e se concluem às 22:50h, de segunda a sexta-feira.

3.5. Tempo de exposição e controle da população de estudo

As populações estudadas – tanto o grupo experimental como o grupo controle, além dos estudantes que não participaram do estudo – foram expostas por 30 horas de aulas ministradas em sala, divididas em 8 dias (não corridos) de aulas, seguindo os calendários e cronogramas pré-estabelecidos pela instituição, do mês de agosto, até o mês de outubro. Os estudantes cursavam o primeiro ano e o primeiro período do curso universitário de Enfermagem.

A disciplina é ministrada por 2 docentes, sendo que um é responsável por Embriologia e Fisiologia e o outro por Anatomia Teórica e Prática Laboratorial.

(47)

O grupo experimental, exposto ao conteúdo da rede social, agregou um tempo variável a cada postagem de leituras dedicadas em momentos extraclasses. Isso seguiu critério individual do participante, mas foi recomendada dedicação mínima de 45 minutos diários para ler atentamente as postagens e responder às atividades.

3.6. Conteúdo disciplinar e método de Interação na Rede Social.

O conteúdo disciplinar de Sistema Tegumentar e Osteologia apresenta a seguinte sequência temática no cronograma institucional para o segundo semestre anual:

A- Sistema Tegumentar

1- Embriologia e histologia do Sistema tegumentar

2- Fisiologias do Sistema Tegumentar B- Osteologia

3- Eixos, cortes e movimentos para estudo da osteologia

4- Histologias do Sistema ósseo

5- Anatomia e morfologia em osteologia

Os conteúdos acima foram tratados sequencialmente em 2 fóruns (conforme Eixo A e Eixo B citados) e Mensagens instantâneas no grupo de estudos durante o experimento.

Em 18 de agosto de 2015 foi criado e aberto o Grupo de Estudos em Ciências Morfofuncionais no Facebook. O grupo foi criado em modalidade

(48)

fechada e secreta em seu status de segurança, com acesso somente para convidados.

O link de acesso foi passado para os participantes selecionados, que entraram em contato com o conteúdo proposto de Ciências Morfológicas subdividido em Sistema Tegumentar e Osteologia, e os contato dos membros para interagirem entre si.

Inicialmente o conteúdo de Sistema Tegumentar foi passado com a sugestão de um texto em PDF para leitura como vemos na Figura 22.

Figura 2 – Primeira atividade no grupo, proposta pelo moderador. Fórum sobre Sistema Tegumentar. Campinas- SP, 2015.

2

A sequência de figuras apresentadas no método de intervenção e interação na Rede Social preservam os rostos dos participantes e seus nomes por questões éticas, portanto há “quadriculados de borramento” no lugar de qualquer coisa que possa identifica-los. Apesar da extração do material ter sido feita em 2016, mantivemos a identificação nas figuras do ano em que ocorreu a intervenção, 2015.

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A atividade ficou exposta por 7 dias e a princípio poucas discussões movimentaram o conteúdo.

Seguimos para os estudos de “Eixos, movimentos e cortes” com uma abordagem pedagógica diferente, baseada no “Desafio de postar imagens e reconhecer os tipos”, como se segue na Figura 3.

Figura 3- Proposta pedagógica de desafio para postar e reconhecer imagens, realizada pelo moderador. Campinas - SP, 2015.

A atividade de “desafio” foi bem aderida e seguiu durante a semana como mostram os exemplos nas Figuras 4 e 5.

A temática de osteologia chamou mais atenção em termos de movimento e interatividade no grupo e, portanto seguiu sendo desenvolvida por duas semanas.

(50)

As atividades transcorreram com movimentos de postagens, visualizações e curtidas, indicadores importantes que foram utilizados como parâmetros de interação posteriormente.

Referências

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