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FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO NO RGPS Filiação

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Academic year: 2021

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FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO NO RGPS Filiação

Filiação é o vínculo jurídico existente entre o trabalhador e o Regime Geral de Previdência Social - RGPS, sendo, sobretudo, a condição material que assegura o direito subjetivo às prestações.

Pode ser obrigatória ou facultativa.

O início da filiação ocorre a partir do exercício das atividades remuneradas abrangidas pelo RGPS, exceto para o segurado facultativo, que depende da formalização da inscrição com o pagamento da primeira contribuição para constituir o vínculo (filiação) com o RGPSA filiação persiste enquanto ocorrer o exercício da atividaderemunerada e também nos períodos de manutenção da qualidade de segurado, prolongando-se inclusive durante o recebimento debenefício.

Só as pessoas físicas podem filiar-se. Sempre que o trabalhador perder a qualidade de Segurado, a filiação desaparece, mas será restabelecida se ele voltar ao trabalho ou a contribuir.Vários motivos põem fim à filiação: a morte, a perda dqualidade de segurado, o afastamento do RGPS em razão do ingresso em outro regime previdenciário.

Inscrição

É o ato pelo qual o segurado é cadastrado no RGPS, mediante comprovação dos dados pessoais e de outros elementos necessários e úteis à sua caracterização, portanto é a formalização da filiação.

A inscrição do segurado empregado e do trabalhador avulso será efetuada diretamente na empresa, sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra.

Em relação ao segurado empregado doméstico, contribuinte individual, facultativo e segurado especial a inscrição no INSS ocorre pela apresentação de documentos que caracterizem ou não o exercício de atividade remunerada. Atualmente, é vedada a inscrição post mortem do

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seguradopelos seus dependentes, exceto no caso do segurado especial, desde que presentes e comprovados os pressupostos da filiação. Portanto, após o falecimento dele, os herdeiros (demonstrados os pressupostos de filiação) poderão requerer a sua inscrição.

É importante para as provas de concurso publico lembrar que, caso o servidor, amparado por regime próprio de previdência social, seja requisitado para outro órgão ou entidade cujo regime previdenciário não permita a filiação nessa condição, permanecerá vinculado ao regime de origem, obedecidas às regras que cada ente estabeleça acerca de sua contribuição. Seria o caso de um auditor da Receita Federal afastado para exercer o cargo de secretário de um município que permanece vinculado à União Entretanto, caso o servidor venha a exercer, concomitantemente, atividades abrangidas pelo Regime Geral de Previdência Social, tornar-se-á segurado obrigatório em relação aessas atividades.

Como exemplo, vamos supor que um auditor da Receita Federal seja contratado para ser professor de uma faculdade privada no período noturno. Nessa situação continuará vinculado ao seu regime próprio (União) na qualidade de auditor e passará também a ter vinculo com o regime geral (INSS) na qualidade de professor, como segurado obrigatório.

DISTINÇÃO ENTRE FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO

A filiação representa fato pertencente ao mundo material (trabalho remunerado) e acontece independentemente da vontade do filiado; a inscrição, embora materializada pela documentação, é ato formal, efetuado diretamente na empresa ou no INSS, conforme o tipo de segurado, ou pelo recolhimento da primeira contribuição no caso de facultativo.

A filiação é condição natural e automática do trabalhador decorrente do exercício de certas atividades e de disposições legais e a inscrição é um ato, material ou real que formaliza a filiação. Quanto à filiação do

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segurado obrigatório à previdência social, vigora o princípio da automaticidade, segundo o qual a filiação desse segurado decorre, automaticamente, do exercício de atividade remunerada, independentemente de algum ato seu perante a previdência social. A inscrição, ato material de registro nos cadastros da previdência social, pode ser concomitante ou posterior à filiação, mas nunca, anterior.

Atualmente existem milhões de trabalhadores no Brasil, na economia informal, que são filiados ao RGPS porque o vínculo decorre, de forma automática, do exercício da atividade remunerada. Mas, em sua grande parte, não estão inscritos no RGPS (INSS). ]Essa situação acarreta duas graves consequências: esses trabalhadores não contribuem para o INSS, cujo regime de financiamento é solidário, com prejuízos para o sistema, e em contrapartida também não farão jus aos benefícios da Previdência Social diante da ocorrência de certos infortúnios, causando outro problema para a sociedade que deverá prestar assistência social gratuita.

ATIVIDADES CONCOMITANTES NO RGPS

Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de Previdência Social será obrigatoriamente filiado/inscrito em relação a cada uma delas. Seria o exemplo do segurado que exerce atividades remuneradas concomitantes como empregado e contribuinte individual (trabalhador autônomo).

Entretanto, é muito comum a dúvida existente quanto à obrigatoriedade do vínculo com o RGPS referir-se a filiação ou a inscrição do segurado.

Observem que o artigo 12, § 2º da lei 8.212/91 e o artigo 11, § 2º da lei 8.213/91 falam em filiação. Todavia, o art. 18, § 3º do Decreto 3.048/99 (Regulamento da Previdência Social) usa a expressão inscrição. Portanto, no concurso valem as duas expressões, até porque a filiação só gera efeitos jurídicos com a inscrição.

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MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO (PERÍODO DE GRAÇA)

A qualidade de segurado do sistema previdenciário não é perdida de forma imediata ao afastamento da atividade laboral ou da cessação do recolhimento de contribuições.

De acordo com norma inserida no plano de benefícios da Previdência Social existe um período de manutenção da qualidade de segurado, é o chamado “período de graça”, em que o segurado continua tendo direito a benefícios e serviços, embora não recolha contribuições.

Imaginemos uma situação hipotética do segurado que está afastado de suas atividades laborais recebendo auxílio doença. Nessa situação, a sua condição de segurado será mantida sem limite de prazo, enquanto estiver no gozo do benefício, independentemente de contribuição para a previdência social.

Outro exemplo seria a situaçãodo trabalhador que era segurado da previdência social no período em que esteve trabalhando na empresa, mas que cumpriu pena de reclusão devido à prática de crime de fraude contra a própria empresa em que trabalhava. Nessa situação, tem direito de continuar como segurado da previdência social por até doze meses após o seu livramento.

A despeito da manutenção da qualidade de segurado durante o período de graça, esse tempo não pode ser computado como carência, exceto, o tempo de recebimento de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez, intercalado com período de atividade não é computado para efeito de carência e somente para tempo de contribuição (Art. 55 da Lei nº 8.213/91 e Art. 60 do Decreto nº 3.048/99).

Conforme a tabela abaixo, mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:

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Mesmo que o segurado estivesse vinculado a Regime Próprio, haverá a manutenção da qualidade de segurado no Regime Geral (período de graça) por até 24 meses, embora os regimes sejam diferentes.

Sobre esse tema, observem o artigo 13 § 4º, do Decreto 3.048/99, Regulamento da Previdência Social – RPS: Art. 13, RPS. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:

(...)

II - até doze meses após a cessação de benefício por incapacidade ou após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela previdência social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração;

(...)

§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até vinte e quatro meses, se o segurado já tiver pago mais de cento e vinte contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.

(...)

§ 4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput e no § 1º ao segurado que se desvincular de regime próprio de previdência social.

PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO

A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior

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ao do final dos prazos fixados na tabela acima. Exemplo: um segurado deixou de exercer atividade remunerada durante 12 meses (período de graça), de janeiro a dezembro de 2012, nesse caso, a perda da qualidade de segurado só ocorrerá no dia 16 de fevereiro de 2013 (dia seguinte ao do término do prazo para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final do período de graça).

No exemplo, o mês posterior ao período de graça é janeiro de 2013, e o prazo para recolhimento da contribuição (contribuinte individual) até o dia 15 de fevereiro de 2013. Observem que o segurado ainda ganha um período adicional de 45 dias.

PLANO DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL: artigos 16 ao 41, da Lei 8.213/91 (Benefícios), artigos 16 ao 42, do decreto 3.048/99 (Regulamento da Previdência Social).

Todo trabalhador que exerça atividade remunerada, desde que não esteja vinculado a Regime Próprio de Previdência Social – RPPS será considerado segurado obrigatório do Regime Geral de Previdência Social, independentemente da sua vontade. Portanto, a qualidade de segurado obrigatório está insitamente ligada ao exercício de atividade remunerada, com ou sem vínculo empregatício.

Conclui-se que o vínculo existente entre o trabalhador e o RGPS é legal e não contratual como ocorre com a previdência complementar. Na relação jurídica decorrente do RGPS, o Estado chama para si a função de proteger o trabalhador diante de certas contingências previstas em lei, através de filiação e contribuição compulsórias.

A única exceção a essa regra no RGPS decorre da aplicação do princípio da universalidade que admite a filiação de pessoa que não exerça atividade remunerada na qualidade de segurado facultativo, de acordo com a sua própria vontade.

Em linhas gerais, os beneficiários do RGPG dividem-se em segurados e dependentes.

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Os segurados são aqueles que, de regra, contribuem e fazem jus a todos os benefícios do RGPS, desde que cumpram os requisitos exigidos em lei. Os dependentes são aqueles que não contribuem, mas mantém dependência econômica com os segurados na forma da lei. Possuem direito a percepção de apenas dois benefícios: pensão por morte do segurado e auxílio-reclusão

ESPÉCIES DE PRESTAÇÕES. DISPOSIÇÕES GERAIS E ESPECÍFICAS

Introdução

Os benefícios previdenciários são espécies de prestações devidas pela Previdência Social às pessoas que estão sob a sua proteção, destinadas a prover-lhes a subsistência nas eventualidadesque as impossibilitem o sustento próprio ou amparo à sua família, em caso de morte.

Como o RGPS (INSS) consiste em um seguro social, os benefícios têm como objetivo, em regra, substituir o rendimento do trabalhador quando este não tenha mais condições laborais.

Classificam-se os benefícios em: benefícios privativos dos segurados e benefícios privativos dos dependentes.

PRESTAÇÕES DO RGPS

As prestações como gênero dividem-se em benefícios e serviços. Os benefícios são as prestações pecuniárias, pagas em dinheiro, como por exemplo, as aposentadorias.

Os serviços são as prestações de natureza não pecuniárias, como por exemplo, a reabilitação profissional.

O Regime Geral de Previdência Social compreende os seguintes benefícios:

I - quanto ao segurado:

a) aposentadoria por invalidez; b) aposentadoria por idade;

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c) aposentadoria por tempo de contribuição; d) aposentadoria especial; e) auxílio-doença; f) salário-família; g) salário-maternidade; e h) auxílio-acidente. II - quanto ao dependente: a) pensão por morte; e b) auxílio-reclusão.

Conforme já foi afirmado, além dos benefícios, as prestações compreendidas pelo Regulamento da Previdência Social podem também ser expressas em serviços, que são bens imateriais postos à disposição do segurado, como habilitação e reabilitação profissional, serviço social e assistência médica.

O INSS tem o dever de promover a prestação de assistência (re)educativa e de (re)adaptação profissional, instituída sob a denominação genérica de habilitação e reabilitação profissional, inclusive aos aposentados.

Essa assistência tem como objetivo proporcionar aos beneficiários, incapacitados parcial ou totalmente para o trabalho, em caráter obrigatório, independentemente de carência, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios indicados para permitir o reingresso no mercado de trabalho e no contexto em que vivem.

CARÊNCIA

Em relação às três áreas que integram a seguridade social, a previdência social é a única que exige contribuição compulsória por parte dos seus segurados. Nesse contexto, a carência é uma consequência dessa exigibilidade imposta aos segurados de verterem contribuições para o custeio da Previdência Social.

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a um número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário tenha direito aos benefícios. Este período é considerado a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências. CONTAGEM DO PERÍODO DE CARÊNCIA

Para cômputo do período de carência, serão consideradas as contribuições referentes ao período a partir da data da filiação ao Regime Geral de Previdência Social, no caso dos segurados empregados e trabalhadores avulsos.

Para efeito de carência, considera-se presumido o recolhimento das contribuições do segurado empregado, do trabalhador avulso e relativamente ao contribuinte individual prestador de serviço, a partir da competência abril de 2003, as contribuições dele descontadas pela empresa contratante da respectiva remuneração.

Para fins de carência, também serão consideradas as contribuições realizadas a contar da data do efetivo pagamento da primeira contribuição sem atraso, não sendo consideradas para este fim as contribuições recolhidas com atraso referentes a competências anteriores, no caso dos segurados empregado doméstico, contribuinte individual, especial e facultativo.

Em resumo, só há carência presumida (não exige comprovação do recolhimento pelo segurado) para o segurado empregado, avulso e contribuinte individual que preste serviços para pessoa jurídica. Nos demais casos, para fins de carência, o recolhimento das contribuições deve ser comprovado pelo segurado. Portanto se um segurado empregado provar o vínculo empregatício com a empresa durante cinco anos, este período será computado como carência, mesmo que o segurado não possa comprovar o recolhimento das contribuições, devendo o ônus recair sobre a empresa.

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A concessão das prestações pecuniárias (benefícios) do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência: OBS.: Em caso de parto antecipado, o período de carência do salário maternidade será reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado

PRESTAÇÕES INDEPENDENTES DE CARÊNCIA

Independe de carência a concessão das seguintes prestações: pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio acidente; auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar- se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelo Ministério da Saúde e da Previdência Social a cada três anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência, ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado;

OBS.: Relação das doenças que dispensam a carência: a) tuberculose ativa;

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c) alienação mental; d) neoplasia maligna; e) cegueira;

f) paralisia irreversível e incapacitante; g) cardiopatia grave;

h) doença de Parkinson;

i) espondiloartrose anquilosante; j) nefropatia grave;

l) estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);

m) Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS; n) contaminação por radiação com base em conclusão da medicina especializada; ou

o) hepatopatia grave;

* aposentadoria por idade ou por invalidez, auxílio-doença, auxílio- reclusão ou pensão aos segurados especiais desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período, imediatamente anterior ao requerimento do benefício, igual ao número de meses correspondentes carência do benefício requerido

*serviço social;

*reabilitação profissional.

*salário-maternidade para a segurada empregada, trabalhadora avulsa e empregada doméstica.

Resumidamente, observem como é simples entender os períodos de carência:

*180 contribuições para as aposentadorias, exceto invalidez;

*12 contribuições para os benefícios decorrentes de incapacidade (aposentadoria por invalidez e auxílio-doença);

*10 contribuições para o salário-maternidade em relação as seguradas contribuinte individual, facultativa e especial. Nesse caso, a carência tem a finalidade de evitar uma eventual fraude. Uma segurada facultativa, por exemplo, poderia ingressar na previdência com carência zero só para

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receber o benefício, e após a sua concessão não mais contribuir Por exclusão, em quaisquer outras hipóteses, a concessão das prestações independe de carência.

NOVA FILIAÇÃO APÓS A PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO É possível resgatar carência de períodos anteriores à perda da qualidade de segurado? A resposta é afirmativa, entretanto o período de carência anterior à perda da qualidade de segurado só pode ser resgatado caso seja cumprida a exigência estabelecida no art. 24, par. único, da Lei 8.213/91

Art. 24, Lei 8.213/91. Período de carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências.

Parágrafo único. Havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores a essa data só serão computadas para efeito de carência depois que o segurado contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com, no mínimo, 1/3 (um terço) do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefício a ser requerido.

Vamos analisar uma situação concreta de um segurado que tenha perdido essa qualidade. Posteriormente, após nova filiação ao Regime Geral de previdência, foi acometido de uma doença que exige carência de doze contribuições mensais. Caso esse segurado já possua, no mínimo, quatro contribuições mensais sem perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores poderão ser somadas para totalizar as doze contribuições

SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO

Assim como é utilizado para o cálculo da contribuição previdenciária o salário-de-contribuição, existe também uma base de cálculo para o benefício previdenciário, que é o salário-debenefício.

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O salário-de-benefício é o valor básico, que consiste em uma média aritmética de um certo número de contribuições, utilizado para o cálculo da renda mensal dos benefícios de prestação continuada, inclusive os regidos por normas especiais, exceto, o família, o salário-maternidade, a pensão por morte e os demais benefícios da legislação especial.

Será calculado com base no salário-de-benefício o valor dos seguintes benefícios de prestação continuada:

I - aposentadoria por idade;

II - aposentadoria por tempo de contribuição; III - aposentadoria especial;

IV- auxílio-doença;

V - auxílio-acidente de qualquer natureza; VI - aposentadoria por invalidez.

Por outro lado, não será calculado com base no salário-de benefício o valor dos seguintes benefícios de prestação continuada:

I - pensão por morte; II - auxílio-reclusão; III - salário-família; IV – salário-maternidade .

DISTINÇÃO ENTRE SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO E RENDA MENSAL

Um dos erros mais frequentes e comuns dos candidatos nessa matéria está relacionado à confusão que costumeiramente ocorre no que diz respeito ao significado dessas expressões.

O salário-de-benefício, consiste em uma média dos salários de- contribuição e sua função é a de servir de base de cálculo para alguns benefícios.

A renda mensal consiste no valor do benefício apurado a partir da aplicação de uma alíquota sobre o salário-debenefícioUm exemplo pode esclarecer a importância dessa distinção. Imaginem que o

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segurado esteja em gozo de auxílio-doença cuja renda mensal seja R$ 910,00, calculada a partir de um salário de- benefício de R$ 1.000,00 (91% do SB). Após a cessação desse benefício passou a receber auxílio-acidente, cuja renda mensal é de 50% do salário-de-benefício (base de cálculo) que deu origem ao auxílio doença. Então o valor do auxílio-acidente será de R$ 500,00. Porém é comum afirmarem incorretamente que será de R$ 455,00, correspondente a 50% da renda mensal (valor) do auxílio-doença que lhe deu origem.

CÁLCULO

O salário-de-benefício consiste:

- para os benefícios de aposentadoria por idade e por tempo de serviço, na média aritmética simples dos maiores salários- de-contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo, multiplicado pelo fator previdenciário.

- para os benefícios de aposentadoria por invalidez, aposentadoria especial, auxílio-doença e auxílio-acidente, na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo.

A média abrange 80% das maiores contribuições relativamente a todo o período contributivo. Esta sistemática de cálculo da média surgiu com a Lei nº 9.876, de 26.11.99, que regulamentou a Emenda Constitucional nº 20/1998. Pela regra anterior a média considerava apenas as trinta e seis

últimas contribuições LIMITES O valor do salário-de-benefício não será inferior ao de um salário mínimo, nem superior ao do limite máximo do salário-decontribuição na data de início do benefício.

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Para o segurado especial, o salário-de-benefício consiste no valor equivalente ao salário mínimo, ressalvada a hipótese em que este segurado contribua da mesma forma que o contribuinte individual.

FATOR PREVIDENCIÁRIO

O fator previdenciário foi um mecanismo criado para evitar que os segurados se aposentassem precocemente por tempo de contribuição. É que esse benefício dispensa idade mínima. Assim, basta que um homem contribua por 35 anos para ter direito à prestação do INSS, mesmo que conte com apenas 50 anos de idade, por exemplo. Para a mulher, exige-se cinco anos a menos no tempo de contribuição, enquanto professores e professoras se aposentam com menos cinco anos em relação a homens e mulheres que não exercem o magistério.

Bem que se tentou restringir que esse benefício fosse alcançado precocemente quando foi enviada ao Congresso a proposta de emenda constitucional (PEC) que se transformou na Emenda Constitucional 20, de 1998. Propunha conjugar tempo de contribuição e idade mínima, mas não vingou tal exigência, derrubada no trâmite da PEC.

O fator previdenciário funciona como redutor do benefício, nos casos em que o segurado requer aposentadoria por tempo de contribuição em idade precoce, sendo aplicado no cálculo das aposentadorias por idade e por tempo de contribuição, não participando do cálculo dos demais benefícios, mas só se aplica obrigatoriamente na aposentadoria por tempo de contribuição. O fator previdenciário será calculado considerando-se a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se aposentar, conforme a seguinte fórmula:

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onde:

f = fator previdenciário;

Es = expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria; Tc = tempo de contribuição até o momento da aposentadoria; Id = idade no momento da aposentadoria;

a = alíquota de contribuição correspondente a 0,31. Portanto, se uma pessoa, embora já possa se aposentar num momento, adiar o benefício, terá mais tempo de contribuição e idade, o que elevará o fator.

Ao mesmo tempo, com mais idade, terá uma menor expectativa de sobrevida, o que colaborará ainda mais para majorar o fator. Como o fator é multiplicado pela média do passado contributivo do segurado, quanto maior aquele, maior a renda do benefício. Quer dizer, pode-se aposentar com pouca idade, mas ovalor recebido será menor. Se houver postergação, aumenta-se a renda.

RENDA MENSAL DO BENEFÍCIO NOÇÕES INICIAIS

A renda mensal do benefício de prestação continuada tem, comumente, objetivo de substituir o salário-de-contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado e, desta forma, não poderá ter valor inferior ao salário mínimo. Também não deve ser superior ao do limite máximo do salário-de-contribuição na data de início do benefício, exceto se o aposentado por invalidez necessitar de assistência permanente, hipótese em que esse limite máximo poderá ser acrescido em 25%.

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A RMI do benefício será calculada aplicando-se sobre o saláriode- benefício os seguintes percentuais, de acordo com a tabela abaixo:

OBS.: o acidente do trabalho não altera estes percentuais. SEGURADOS ESPECIAIS

Para os segurados especiais é garantida a concessão, alternativamente:

– de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-doença, de auxílio reclusão ou de pensão, no valor de 1 (um) salário mínimo, desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período, imediatamente anterior ao requerimento do benefício, igual ao número de meses correspondentes à carência do benefício requerido; ou

de todos os benefícios especificados na lei 8.213/91,

observados os critérios e a forma de cálculo estabelecidos, desde que contribuam facultativamente para a Previdência Social, na forma estipulada no Plano de Custeio da Seguridade Social.

OBS.: será devido o salário-maternidade à segurada especial, desde que comprove o exercício de atividade rural nos últimos dez meses imediatamente anteriores à data do parto ou do requerimento do benefício, quando requerido antes do parto, mesmo que de forma descontínua.

ATUALIZAÇÃO DOS BENEFÍCIOS

Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados na forma da lei. Esta determinação implica na necessidade de alteração por lei ordinária da forma do cálculo do benefício.

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REAJUSTE DOS BENEFÍCIOS

Os benefícios serão reajustados para a preservação de seu valor real na data de sua concessão. Conforme o art. 41-A da Lei 8.213/91 (incluído pela Lei 11.430/2006), o valor dos benefícios emmanutenção será reajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do último reajustamento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Nenhum benefício reajustado poderá exceder o limite máximo do salário-debenefício na data do reajustamento, respeitados os direitos adquiridos (Lei 8.213/91, art. 41-A, § 1º).

Art. 41-A. O valor dos benefícios em manutenção será reajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do último reajustamento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

§ 1o Nenhum benefício reajustado poderá exceder o limite máximo

do salário-de-benefício na data do reajustamento, respeitados os direitos adquiridos.

OBS.: os benefícios de maneira geral não são reajustados com o mesmo índice de reajuste do salário-mínimo, mas apenas na mesma data.

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