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TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MATO GROSSO DO SUL

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Academic year: 2021

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TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MATO GROSSO DO SUL

32ª Zona Eleitoral

PUBLICAÇÃO EM MURAL ELETRÔNICO Nº 10610/2016

CONTEÚDO DA DECISÃO RP Nº 139-52.2016.6.12.0032 - Classe REPRESENTAÇÃO REPRESENTANTE: Coligação para Ribas Voltar a Crescer REPRESENTADO: JOÃO PEGOLO

REPRESENTADO: JOAQUIM DOS SANTOS JUIZ: IDAIL DE TONI FILHO

SENTENÇA

Vistos etc.

Trata-se de Representação Eleitoral interposta pela Coligação Pra Ribas Voltar a Crescer contra Coligação a Força do Trabalho, João Ricardo Azevedo Pegolo e Joaquim Santos, objetivando, em caráter liminar, a determinação de constatação in loco na sede do Comitê de campanha da Coligação a Força do Trabalho das irregularidades que aponta no material de campanha dos representados e também a busca e apreensão do indigitado material.

Relata que os representados estão distribuindo material de propaganda elaborado em desconformidade com a legislação eleitoral, isto porque o referido material estampa o nome do vice-prefeito em tamanho inferior a 30% (trinta por cento) em relação ao nome do candidato a prefeito, ofendendo o art. 36, § 4º, da Lei n.º 9.504/97 e o art. 8º, da resolução n.º 23.457/15.

Diz ainda que há nítida discrepância quanto à tiragem de referidos santinhos, pois na parte frontal o número da tiragem é 10.000 (dez mil) unidades, enquanto no verso o número apresentado é 5.000 (cinco mil), restando sua total inconformidade com a legislação eleitoral.

Por fim requer a procedência da representação para o fim de condenar os representados ao pagamento de multa.

Com a inicial juntou-se os documentos de fls. 06/13.

O pedido liminar foi indeferido pela decisão de fls. 14/16.

Citado, o representado Joaquim dos Santos de Oliveira apresentou contestação às fls. 18/28, aduzindo em preliminar que a representante não menciona em sua exordial quais as provas que pretende usar na comprovação de suas alegações nem faz o requerimento de sua produção, com o que se tem claramente configurada a inépcia da inicial. Alega ainda que no caso em testilha se reproduz as mesmas partes, a mesma cauda de pedir e os

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mesmos pedidos da representação n.º 12-483.2016.6.12.0032, pelo que caracterizada a litispendência.

No mérito sustenta que os materiais de propaganda estão em conformidade com a legislação de regência. Afirma que para caracterizar as condutas vedadas é necessário a existência de potencialidade para desequilibrar o resultado do pleito e que não há previsão legal para a aplicação de sanção pecuniária ao caso.

Já o representado João Ricardo Azevedo Pegolo apresentou contestação às fls. 29/39, alegando exatamente a mesma matéria da contestação de fls. 18/28, sendo uma cópia da outra.

Instado a se manifestar, o Ministério Público opinou pela procedência da representação (fls. 51/53).

Vieram-me os autos conclusos.

É o breve relato. Decido.

Primeiramente é importante destacar que o combate a propaganda irregular é matéria de ordem pública e, portanto, trata-se de direito indisponível, não se aplicando, desta forma, os efeitos da revelia.

Ademais disso, embora a Coligação A Força do Trabalho não tenha apresentado contestação, tenho que a resposta apresentada pelos representados João Ricardo Azevedo Pegolo e Joaquim dos Santos de Oliveira a ela aproveita, na forma do art. 345, inc. I, do NCPC.

Superada esta questão preambular, passo a análise das preliminares suscitadas pelos representados em suas contestações.

I. Das Preliminares.

Os representados Joaquim e João alegam em preliminar que a representante não menciona em sua exordial quais as provas que pretende usar na comprovação de suas alegações, nem faz o requerimento de sua produção, com o que se teria claramente configurada a inépcia da inicial.

Muito embora a representação de fls. 02/05 não traga de forma expressa a indicação das provas com que pretende comprovar os fatos alegados, facilmente se constata que essas provas foram juntadas aos autos às fls. 06/13.

Portanto, essa mera irregularidade formal não tem o condão de impor a extinção do processo, notadamente quando as provas já estão carreadas aos autos.

Sustentam ainda os representados Joaquim e João que há litispendência do presente feito com relação a representação n.º 12-483.2016.6.12.0032.

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tratada neste feito seja idêntica à já decidida no feito de n.º 12-483.2016.6.12.0032, tem-se que o material de propaganda questionado é diverso do daqueles autos.

Sendo assim, tenho que as preliminares suscitadas devem ser rejeitadas.

II. Do Mérito.

Como é do conhecimento comum o art. 36, § 4º, da Lei n.º 9.504/97 e o art. 8º, da Resolução TSE n.º 23.457/15, regulamentam a forma como o nome do candidato a vice-prefeito deve ser exposto na propaganda eleitoral dos candidatos ao cargo majoritário, in verbis:

Art. 36. A propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 15 de agosto do ano da eleição.

In albis.

§ 4o Na propaganda dos candidatos a cargo majoritário deverão constar, também, os nomes dos candidatos a vice ou a suplentes de senador, de modo claro e legível, em tamanho não inferior a 30% (trinta por cento) do nome do titular.

Art. 8º Da propaganda dos candidatos a cargo majoritário, deverão constar também os nomes dos candidatos a vice, de modo claro e legível, em tamanho não inferior a trinta por cento do nome do titular.

Parágrafo único. A aferição do disposto no caput será feita de acordo com a proporção entre os tamanhos das fontes (altura e comprimento das letras) empregadas na grafia dos nomes dos candidatos, sem prejuízo da aferição da legibilidade e da clareza.

Da redação dos dispositivos supramencionados extrai-se que o nome do candidato a vice deve constar da propaganda eleitoral do candidato a cargo majoritário, seja ela qual for, em tamanho não inferior a 30% (trinta por cento) ao do candidato a prefeito.

Da mesma forma, o Parágrafo único, do art. 8º, da Resolução TSE n.º 23.457/15, aduz que a aferição da regra é feita de acordo com a proporção entre os tamanhos das fontes (altura e comprimento das letras) empregadas na grafia dos nomes dos candidatos, sem prejuízo da aferição da legibilidade e da clareza.

No caso dos autos, conforme fazem prova os documentos de fls. 06/07, essa determinação legal não foi cumprida pelos representados, eis que o nome do candidato a vice, senhor Joaquim Santos, está em tamanho menor que o determinado na legislação de regência.

Para contextualizar elaborei, com a simples utilização de uma régua, a tabela que segue:

Propaganda Alt. nome Prefeito Alt. nome Vice Percentual Panfl. fl. 06 1,7cm 0,3cm 17,64%

Panfl. fl. 07 1,1cm 0,2cm 18,18% Ades. fl. 07 1,7cm 0,3cm 17,64%

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Portanto, evidente nos autos que a propaganda acima mencionada está em desconformidade com a legislação eleitoral.

Veja-se que este Juízo está acatando expressamente o julgado colacionado à fl. 50 pelos representados já que não está considerando a proporção entre a área quadrada e/ou o número de pixels da imagem e sim a medida linear da altura das letras, conforme se vê do quadro elaborado acima.

Não é possível entretanto aferir se a propaganda exemplificada pelas fotografias de fls. 09/13 está em desacordo com a determinação legal, eis que impossível realizar a medição somente por imagens.

Assim, não havendo outras provas nos autos, deve ser afastada a irregularidade da propaganda exemplificada pelas fotografias de fls. 09/13.

Lado outro, não há que se falar em desconhecimento dos representados acerca da irregularidade constatada, eis que os panfletos foram feitos sob a responsabilidade do candidato a prefeito, senhor João Pegolo, já que deles consta expressamente o CNPJ disponibilizado pela Receita Federal para o indigitado candidato utilizar em sua prestação de consta, qual seja, 25.654.255/0001-07.

Da mesma forma, pelas circunstâncias que envolvem a confecção de tais panfletos era impossível que os representados não tivessem ciência da irregularidade apontada, devendo ser responsabilizados, nos exatos termos do Parágrafo único, do art. 40-B, da Lei n.º 9.504/97.

Já no que tange a alegação da representada de que para caracterizar as condutas vedadas é necessário a existência de potencialidade para desequilibrar o resultado do pleito, tenho que ela não se aplica ao caso dos autos.

Tal teoria é suscitada e defendida quando se analisa atos que possam ensejar a cassação de diploma ou o registro, e até nesses casos já se tem como superada em razão da redação do art. 22, inciso XVI, da Lei Complementar n.º 64/90.

Verificada a ofensa a legislação eleitoral, cabe-nos analisar qual a sanção prevista em lei para os casos como o dos autos.

Embora os artigos mencionados alhures não tragam a sanção explícita para a ofensa às suas determinações, a jurisprudência tem entendido que nesses casos se aplica a sanção prevista no § 3º, do art. 36, da Lei n.º 9.504/97, senão vejamos:

(...) 2. Constatado que a publicidade desatende ao critério legal quanto às dimensões da letra utilizada no nome do candidato a Vice-Prefeito em relação ao do titular da chapa, impõe-se a aplicação da multa prevista no § 3º do art. 36 da Lei das Eleições. Precedente (RRP n.º 1086-12, Rel. Min. Admar Gonzaga, de 23.9.2014). (...). (R-Rp n.º 1092019, acórdão de 25.09.2014, publicado em sessão, relator Min. Tarcísio Vieira de Carvalho Neto). (grifei).

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Destaco que o julgado colacionado pelos representados em suas contestações (fls. 27 e 38) não afasta a conclusão exposta na ementa supracitada.

Portanto, a multa deve se dar no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).

Desta forma, considerando a condição econômica dos infratores, a gravidade do fato (eis que os representados já foram condenados a pagar multa em outra representação por fato análogo n.º 12-483.2016.6.12.0032) e a repercussão da infração (três tipos de panfletos com irregularidades), tenho por bem fixar o valor da multa em R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Posto isso e por tudo o mais que dos autos consta julgo parcialmente procedente os pedidos formulados na representação de fls. 02/05, para condenar cada um dos representados a pagar multa no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), o que faço com fulcro no art. 36, § 3º, da Lei n.º 9.504/97.

Determino, ainda, que os representados sejam intimados para, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, entregarem no Cartório Eleitoral todos os exemplares dos panfletos irregulares (fls. 06/07), sob pena de busca e apreensão.

Transcorrido in albis o prazo recursal, certifique-se o trânsito em julgado, e, após, intimem-se os representados para que efetuem o pagamento da multa aplicada, sendo que, com o pagamento, arquive-se os autos mediante observância das formalidades legais.

Em não havendo o devido pagamento voluntário, expeça-se o necessário para a cobrança judicial.

Intime-se o representante do Ministério Público Eleitoral.

Publique-se. Expeça-se o necessário.

Cumpra-se com urgência.

Às providências.

Ribas do Rio Pardo, MS, 17 de setembro de 2016.

(original assinado)

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Certifico que a(o) presente SENTENÇA, proferido(a) em 17 de Setembro de 2016, foi publicado(a) em Mural Eletrônico, sob nº 10610/2016, com fundamento no(a) Resolução TRE-MS nº 518/2014 e 568/2016. Do que eu, ISRAEL LINS ALMEIDA, lavrei em 18 de Setembro de 2016 às 19:00 horas.

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