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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA REGIONAL DE FAMÍLIA DE JACAREPAGUÁ COMARCA DA CAPITAL RJ

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Academic year: 2021

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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA REGIONAL DE FAMÍLIA DE JACAREPAGUÁ – COMARCA DA CAPITAL – RJ

(NOME DA REQUERENTE), brasileira, casada, aposentada,

portadora da cédula de identidade n.º **************** expedida pelo DETRAN/RJ, inscrita no CPF sob o nº *****************, residente e domiciliada à Rua ****************, nº *******, Taquara, Rio de Janeiro, RJ, CEP: ************ telefone: ********************, e-mail: ***************, vem, através da Defensoria Pública, vem, pelo Defensor Público em exercício junto ao Núcleo de Primeiro Atendimento de Família, Infância, Juventude e Idoso de Jacarepaguá, com fulcro no artigo 747, II, e seguintes do C.P.C c/c o artigo 1767 e seguintes do Código Civil, com a nova redação dada pela Lei nº 13.146 de 06 de julho de 20151, requer a

CURATELA

COM PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

de seu companheiro (NOME DO INTERDITANDO), brasileiro, casado, aposentado, portador da cédula de identidade n.º *************, expedida pelo IFP/RJ, inscrito no CPF sob o nº *****************, residente e domiciliado à Rua ****************, nº ****, Taquara, Jacarepaguá, Rio de Janeiro, RJ, CEP: ******************, telefone:*******************, pelos fatos e fundamentos que a seguir aduz:

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Incialmente, afirma ser pessoa necessitada, com insuficiência de recursos para pagar a taxa judiciária, as custas judiciais, as despesas processuais e os honorários advocatícios, na forma do artigo 98, do Código de Processo Civil, sem prejuízo do sustento próprio ou da família, motivo pelo qual faz jus à gratuidade de justiça, indicando a Defensoria Pública para a defesa de seus interesses.

1

Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela:

I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;(Redação da LEI Nº 13.146/06.07.2015)

(Redação anterior) - I - aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos da vida civil; - II - aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade;

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DA PRIORIDADE NO TRÂMITE

Requer prioridade no andamento do presente processo, tendo em vista ser o curatelando pessoa enferma, sem condições de exprimir vontade e tem assegurado direito à prioridade na tramitação processual e procedimentos judiciais e administrativos em que for parte ou interessada, em todos os atos e diligências, nos termos do inc. VII, do artigo 9º da Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2.015.

DA LEGITIMIDADE

A requerente é esposa de ********************************* e de acordo com o inciso I do artigo 747 da Lei nº 13.146, de 06 de julho de 20152 é legitimada a formular o presente pedido.

O curatelando é incapaz de reger a sua pessoa, conta atualmente com 71 anos de idade e encontra-se acamado, devido a sequela neurológica,

dependente de cuidados de terceiros para suas necessidades diárias, com CID 10: I64.J44.1, conforme declaração médica assinada pela Dra. *******************************.

Assim, ***************** está incapaz de reger de forma total e permanente a própria vida civil, necessitando do auxílio de terceiros.

Neste sentido, ele não tem exata compreensão da realidade e necessita do auxílio de terceiros para desempenhar suas atividades diárias.

DOS BENS DO INTERDITANDO

A requerente declara que o curatelando não possui bens e recebe proventos de aposentadoria do INSS no valor de aproximadamente de R$ 954,00.

DA AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTOS

A requerente declara que sobre si não recai qualquer dos impedimentos do artigo 1735, do Código Civil.3

2

Art. 747. A interdição pode ser promovida: I - pelo cônjuge ou companheiro; 3

Art. 1.735. Não podem ser tutores e serão exonerados da tutela, caso a exerçam: I - aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens;

II - aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se acharem constituídos em obrigação para com o menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda contra o menor;

III - os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente excluídos da tutela;

IV - os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou não cumprido pena;

V - as pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso em tutorias anteriores;

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DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS:

A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) promoveu profunda alteração no regime das capacidades no direito civil. Tal diploma, extinguiu a incapacidade absoluta por critérios subjetivos, mantendo apenas o critério etário – menores de 16 anos (art. 3º, CC/02). Outrossim, nessa mesma linha, desatrelou os conceitos de deficiência e incapacidade civil, demostrando que a deficiência, por si só não é bastante para caracterizar incapacidade jurídica4.

Assim, a eventual incapacidade civil da pessoa com deficiência será sempre relativa e decorrerá não da deficiência, mas sim de uma impossibilidade de manifestação da vontade, nos termos do art. 4º, III, do Código Civil5.

A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência também modificou o instituto da curatela. Essa passou a ser medida excepcional, temporária e adequada às potencialidades e necessidades do curatelado, de acordo com o caso concreto. Nesse sentido, prevê o art. 84, §3º, da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência:

"Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas.

(...)

§ 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui

medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível."

Comentando o aludido dispositivo ensinam CRISTIANO CHAVES

DE FARIAS, ROGÉRIO SANCHES CUNHA e RONALDO BATISTA PINTO6:

“A decisão judicial concessiva da curatela deve estabelecer um projeto terapêutico individualizado para o curatelado, a partir do respeito às suas preferências, vontades e laços familiares e afetivos externados na entrevista, indicando quais são os atos jurídicos a ele excepcionados. (...) É fundamental, portanto, que a sentença estabeleça uma especificação da incapacidade

jurídica, reconhecendo diferentes limitações e

possibilidade, a depender dos elementos probatórios

4 FARIAS, Cristiano Chaves de; CUNHA, Rogério Sanches; PINTO, Ronaldo Batista. Estatuto da pessoa com deficiência comentado artigo por artigo. Salvador: JusPodivm, 2016, p. 240. 5 FARIAS, Cristiano Chaves de; CUNHA, Rogério Sanches; PINTO, Ronaldo Batista. Op. cit., p. 310. 6 FARIAS, Cristiano Chaves de; CUNHA, Rogério Sanches; PINTO, Ronaldo Batista. Op. cit., p. 329-330.

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colhidos no procedimento, em especial na perícia e na entrevista pessoal com o curatelado.”

Relevante destacar, por fim, que à luz dos arts. 6º e 85 da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, a curatela não afeta as relações de natureza existencial do curatelado, atingindo tão somente os atos de natureza patrimonial e negocial.

DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

O marido da autora se encontra acamado e impossibilitado de tomar decisões, precisando de auxilio e supervisão na rotina em período integral.

Resulta indispensável, dessa forma, a imediata nomeação de

administrador provisório ao curatelando, isto diante da plausibilidade do direito alegado e da evidente ocorrência de danos à pessoa em tela, bem como de sua família e filhos menores, pois sobrevivem da renda auferida por este que se encontra retida.

Assim é que as circunstâncias do caso concreto recomendam o

deferimento do pedido, liminarmente, porquanto indispensável à garantia dos direitos fundamentais da idosa, assegurados não somente pelo artigo 5o, da Constituição Federal como também pelos artigos 2o., 3o., 4o., 10, parágrafo 3o, do Estatuto do Idoso.

Inclusa prova documental evidencia a aparência do bom direito.

Com efeito, o anexo laudo médico revela que o curatelando, no momento, não possui condições de reger a própria pessoa e administrar seus bens. A demonstração da ocorrência de dano de difícil reparação tampouco é tarefa de difícil execução, pois os valores retidos servem ao sustento da família.

Por outro lado, é certo que o pedido de nomeação de curador provisório encontra suporte, ainda, no artigo 723, parágrafo único do novo CPC, que se insere no capítulo pertinente às disposições gerais dos procedimentos de jurisdição voluntária e permite ao juiz “adotar em cada caso a solução que reputar mais conveniente ou oportuna”.

Finalmente, destaque-se que o presente pedido tem arrimo

também na jurisprudência, que assim se orienta:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. INTERDIÇÃO.

NOMEAÇÃO DE CURADOR PROVISÓRIO.

NECESSIDADE. Mostra-se conveniente e nomeação de curador provisório nos autos da interdição quando existirem indícios da incapacidade do interdito para os atos

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da vida civil, até mesmo para salvaguardar os seus interesses. Agravo provido. (Agravo de Instrumento no. 70008813479, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Antonio Carlos Stangler Pereira, Julgado em 07/10/2004)

INTERDIÇÃO. CURATELA PROVISÓRIA. CABIMENTO. 1. Havendo elementos de convicção que evidenciam a incapacidade civil do interditando, que estava no gozo de benefício previdenciário por enfrentar doença mental incapacitante, cabível a nomeação de curador provisório. 2. A providência deferida é provisória e tem conteúdo protetivo. Recurso Provido. (Agravo de Instrumento no. 70013874912, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sérgio Fernando de Vasconcellos, Julgado em 22/03/2006)

DO PEDIDO

Por todo o exposto, requer a V.Exa., ouvido o representante do Ministério Público:

a) que lhe seja concedido o benefício da gratuidade de justiça;

b) seja dada prioridade no andamento do presente processo, tendo em vista ser o curatelado pessoa com deficiência e tem assegurado direito à prioridade na tramitação processual e procedimentos judiciais e administrativos em que for parte ou interessada, em todos os atos e diligências, nos termos do inc. VII, do artigo 9º da Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2.0157.

c) o deferimento da CURATELA PROVISÓRIA à requerente, acima qualificada, possibilitando, em caráter de urgência, a prática dos atos necessários à atividade negocial e à administração dos bens e do patrimônio do requerido, observado sempre o interesse deste;

d) a citação e a intimação do requerido para, em dia e hora designados por V. Exa., comparecer à sede deste D. Juízo para submeter-se à entrevista pessoal, entrevista esta que deverá ser acompanhada por especialista;

7Art. 9o

A pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento prioritário, sobretudo com a finalidade de:

VII - tramitação processual e procedimentos judiciais e administrativos em que for parte ou interessada, em todos os atos e diligências.

§ 1o Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acompanhante da pessoa com deficiência ou ao seu atendente pessoal, exceto quanto ao disposto nos incisos VI e VII deste artigo.

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e) a intimação do requerido para, no prazo legal de 15 dias úteis, contados da entrevista pessoal, oferecer impugnação ao pedido;

f) a intimação da curadoria especial, caso o requerido não constitua advogado;

g) a procedência do pedido, decretando-se a interdição total (ou parcial) do requerido, nomeando-se curador a requerente, acima qualificada, fixando-se os limites da curatela como indicado no laudo pericial, expedindo-se os respectivos termo e mandado de averbação para inscrição nos Cartórios de Registro Civil das Pessoas Naturais e de Interdições e Tutelas;

h) a publicação da sentença como determinado pelo parágrafo 3° do artigo 755 do Código de Processo Civil, constando do edital os nomes do interdito e do curador, a causa da interdição, os limites da curatela e, em sendo parcial, os atos que o interdito poderá praticar autonomamente; i) a intimação pessoal da curadora nomeado por este D. Juízo, na forma

dos artigos 186, parágrafo 2°, e 759, do Código de Processo Civil, para prestar compromisso por termo.

Requer, ainda, a produção de todas as provas em direito permitidas, em especial a oitiva de parentes e pessoas próximas, indicadas ao final desta petição, a produção de prova pericial, nomeando-se equipe multidisciplinar, caso necessário, e de prova documental superveniente.

Atribui à causa o valor de R$ 954,00. Nestes termos,

Pede deferimento.

Rio de Janeiro, 21 de junho de 2018.

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QUESITOS

1) O(A) curatelando(a) possui alguma doença ou deficiência? Em caso positivo especificar indicando o CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade) respectivo e se é de caráter permanente ou temporário, parcial ou total.

2) Considerando as potencialidades do(a) curatelando(a), a referida doença ou deficiência impede ou dificulta a sua capacidade de compreensão quanto aos seguintes aspectos abaixo relacionados e, em caso positivo, especificar o grau de comprometimento e indicar a possibilidade de prática do ato assistido por outrem, em cada caso.

a) Administrar salário ou benefício previdenciário ou assistencial?

b) Atender às exigências burocráticas iniciais para o recebimento dos mesmos?

c) Adquirir bens e serviços indispensáveis para a satisfação das necessidades básicas do ser humano como alimentação, vestuário e medicamentos?

d) Efetuar o pagamento das faturas mensais de consumo de serviços públicos como energia elétrica, água e gás?

e) Efetuar o pagamento de aluguéis e tributos incidentes sobre o imóvel em que reside?

f) Receber e entregar documentos?

g) Firmar contratos em geral que não os de serviços públicos essenciais? h) Alienar bens móveis ou imóveis?

i) Propor ações judiciais?

j) Contratar empréstimos, financiamentos, alienações fiduciárias, hipoteca, penhor ou contratos similares?

k) Exercer atividade laborativa? l) Exercer atividade empresarial? m) Exercer o direito ao voto?

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3) É possível precisar ou informar aproximadamente a data em que a doença ou deficiência se manifestou?

4) O comprometimento apontado no item 2 pode ser reduzido ou revertido mediante tratamento adequado? Em caso positivo qual seria o tempo recomendável para uma nova avaliação?

5) Considerando as potencialidades do(a) curatelando(a), o caráter excepcional da medida, e todo o avaliado ao longo da perícia, quais são os atos para os quais a curatela se revela necessária?

6) Queira informar eventuais questões complementares que entenda necessárias ao deslinde da presente causa.

Referências

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