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A política pública da educação profissional e tecnológica no Campus Panambi do Instituto Federal Farroupilha

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Academic year: 2021

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1 UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO NAS CIÊNCIAS

VALTER GARABED DE SOUZA MOREIRA

A POLÍTICA PÚBLICA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA NO CAMPUS PANAMBI DO INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA

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VALTER GARABED DE SOUZA MOREIRA

A POLÍTICA PÚBLICA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA NO CAMPUS PANAMBI DO INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA

Dissertação final de conclusão de curso apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Educação nas Ciências da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, como requisito necessário à obtenção do título de Mestre em Educação nas Ciências.

Orientador: Prof. Dr. Walter Frantz

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3 Dedico esta dissertação à minha esposa Denise

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AGRADECIMENTOS

A Deus, fonte de inspiração e fé.

A minha família, que sempre me apoiou nesta caminhada e, em especial, a minha mãe minha grande mestra, e a todos os familiares que não mediram esforços e me incentivaram para a concretização de um sonho.

Agradeço aos amigos, sem os quais eu não teria razão de existir, pela amizade, apoio, motivação e pela compreensão com as minhas ausências provocadas pela dedicação à pesquisa.

Aos meus professores, que foram além de mestres também amigos, sempre dispostos no intuito da nossa pesquisa e da formação no Mestrado.

Ao professor Doutor Walter Frantz, orientador desta pesquisa, sempre perspicaz na direção a ser tomada no desenvolvimento desta dissertação.

Aos colegas do Mestrado, pelos momentos de trabalho e de descoberta, pelas risadas e momentos fraternos e, principalmente, pela amizade concretizada.

Aos colegas do Instituto Federal Farroupilha Campus Panambi, a todos que de uma forma ou de outra me deram incentivo, uma palavra de apoio e um “conselho” sobre o que escrever.

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5 A UNIJUÍ, que mais uma vez colabora e faz parte na minha busca de realização profissional e acadêmica.

Por fim, agradeço a minha esposa, companheira, amiga e grande amor da minha vida Denise. Sem ela não seria possível ter chegado até aqui.

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O processo educativo é passagem da desigualdade à igualdade. Portanto, só é possível considerar o processo educativo em seu conjunto como democrático sob a condição de se distinguir a democracia como possibilidade no ponto de partida e a democracia como realidade no ponto de chegada.

Dermeval Saviani

(2012, pág. 78)

A escola profissional não deve tornar-se uma incubadora de pequenos monstros aridamente instruídos para um ofício, sem ideias gerais, sem cultura geral, sem alma, mas só com o olho certeiro e a mão firme.

Antonio Gramsci

(2004, pág. 75)

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO11

1 O CONTEXTO HISTÓRICO E ATUAL DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA.14

1.1 A Política da Educação Profissional: a produção de efeitos22

1.2 O cumprimento dos objetivos pelos Institutos Federais: uma análise diagnóstica sobre o Campus Panambi27

2 O CONTEXTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS E A RELAÇÃO DO HOMEM COM O TRABALHO37

2.1 O movimento do Mundo do Trabalho para os Tecnólogos38

2.2 A Viabilidade do Curso Técnico para o Curso Superior: a verticalização do ensino41

3 A RELAÇÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA COM A EMANCIPAÇÃO CIDADÃ, COMO FORMA DE INSERÇÃO NO MUNDO DO TRABALHO45

3.1 Emancipação Social46 3.2 Mundo do Trabalho49

3.3 Trabalho como Princípio Educativo51 3.4 Formação Integrada53

3.5 Relação do Modo de Produção e a Educação55 3.6 Perspectiva do Desenvolvimento Local e Regional57

CONCLUSÃO62

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CEFET – Centro Federal de Educação Tecnológica EJA – Educação de Jovens e Adultos

ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio EPT – Educação Profissional e Tecnológica FIC – Formação Inicial e Continuada

IF – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia IFET – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional PDE – Plano de Desenvolvimento da Educação

PIB – Produto Interno Bruto PL – Projeto de Lei

PROEJA – Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos

PROEP – Programa de Expansão da Educação Profissional

PRONATEC – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego SISTEC – Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná

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RESUMO

Este trabalho analisa a política pública da Educação Profissional proporcionada com a implantação de um Campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha na cidade de Panambi/RS. Para isso, é feito um histórico da consolidação da Educação Profissional como modalidade educacional no país, desde o seu início no começo do século XX até sua estruturação e expansão no ano de 2014. Sendo que este é o objeto desta pesquisa, tratar a atual conjuntura da Educação Profissional, tendo como análise de estudo o Campus Panambi do Instituto Federal Farroupilha. Assim, é feito nesta pesquisa um apanhado de todo o contexto de implantação e oferta de cursos, apresentando-se dados oficiais de alunos formados, cursos consolidados, bem como é contemplado o perfil profissional e acadêmico que é almejado para os discentes que estudam nesta instituição. Como parte da pesquisa empírica que se propôs, tomamos os trabalhos dos autores Gaudêncio Frigotto, Marise Ramos, Acacia Kuenzer e Maria Ciavatta como referência para reflexão sobre os principais conceitos relacionados com Trabalho e Educação. Ao final, o presente trabalho traz reflexões sobre as perspectivas advindas com a Política Pública da Educação Profissional e suas consequências na dinâmica da atual sociedade, no sentido de colocar em evidência a contribuição dos Institutos Federais na qualificação e preparação dos cidadãos para o mundo do trabalho. Como resultado da investigação, podemos afirmar que a interiorização da oferta de Educação Profissional e Tecnológica advinda com a Lei nº 11.892/08 está refletindo de forma significativa no desenvolvimento do contexto educacional e social de Panambi e região, no sentido de que agora existem mais vagas públicas e mais chances de formação profissional para as classes sociais, que eram desprovidas destas oportunidades. A pesquisa também revelou a necessidade de se ampliar os estudos acerca do modelo de escolarização proporcionado pelos Institutos Federais, como a formação integrada.

Palavras-chave: Institutos Federais; Educação Profissional; Trabalho e Educação; Política

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ABSTRACT

This paper analyzes the public policy of Vocational Education provided with the implementation of a Campus of the Federal Institute of Education, Science and Technology Farroupilha in the city of Panambi/RS. For this, is done a history of consolidation of the Vocational Education as an educational mode in our country, since its inception in the early twentieth century until its structuring and expansion in the year 2014. This is the object of this research, deal with the current conjuncture of Vocational Education, whose study analysis Campus Panambi of the Federal Institute Farroupilha. Thus, it is done in this study an overview of the whole context of implementation and provision of courses, presenting official data graduate student, consolidated courses as well as professional and academic profile that is desired for the students who study in this institution is contemplated. As part of the empirical research that suggested we take the work of the authors Gaudencio Frigotto, Marise Ramos, Acacia Kuenzer and Maria Ciavatta as a reference for reflection on key concepts related to Work and Education. At the end, this paper reflects on the perspectives stemming from the Public Professional Education Policy and its consequences on the dynamics of contemporary society in order to put in evidence the contribution of the Federal Institutes in qualifying and preparing citizens for the World of Work. As a result of the investigation, we can say that the internalization of supply of Vocational and Technological arising with Law No. 11.892/08 is reflecting significantly in the development of educational and social context of Panambi and region, in the sense that there are now more jobs public and more likely to vocational training to social classes, which were devoid of these opportunities. The survey also revealed the need to expand the studies about the schooling model provided by the Federal Institutes, such as integrated training.

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INTRODUÇÃO

Na grande maioria das vezes, a inquietude das pessoas frente a determinadas temáticas ou assuntos as faz buscarem respostas, ou pelo menos tentar aproximar-se de algumas delas. No que concerne à Educação, diversas inquietações surgem no momento em que temos conhecimento (ou não) de certos conceitos e paradigmas concebidos pela ciência que prima pelo binômio ensino-aprendizagem. Para isso, podemos trilhar o caminho das respostas através de duas ações que se complementam: estudar e pesquisar. Estudar com o propósito de refletir, conhecer e apropriar-se do que foi estudado e a pesquisa tem como intuito a investigação, que pauta-se por vontade, dedicação e perspicácia. Para que fiquem mais claros os conceitos de estudar e pesquisar, nos remetemos a Marques (2011) quando nos diz que escrever é iniciar uma aventura que não é mais possível abandonar. Segundo ele, se esse processo não chegar a esse ponto, então a escrita não foi para valer. Para ele ainda, pesquisar é da mesma forma, já que sempre se escreve à procura de um assunto “e quando se chega ao assunto, o escrever se faz pesquisar, sem que o assunto seja o mais importante” (MARQUES, 2011, p. 93).

Diante dessas duas perspectivas, o presente trabalho tem como foco estudar e pesquisar a Educação Profissional e Tecnológica contemporânea e refletir diagnosticamente sobre esta temática usando como objeto de investigação o Campus Panambi do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha. Diante disso, algumas questões que problematizam a temática apresentada se fazem subjacentes, sendo elas: como se dá a expansão da Educação Profissional e Tecnológica alavancada pelo Governo Federal, frente a novos contextos de legislação e de oferta de ensino público? Como e de que forma a Educação Profissional Pública pode vir a auxiliar no desenvolvimento local e regional da cidade de Panambi? E também que perspectivas sociais são advindas para a população com a modalidade educacional que alia Educação e Trabalho?

Sabidamente, é do conhecimento da sociedade o esforço e o empenho do Governo Federal, a partir de 2003, na interiorização daquelas que outrora eram conhecidas como escolas técnicas, e que hoje são denominadas Institutos Federais de Educação. Instituições

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12 que tem como premissa principal a formação de trabalhadores em cursos de nível técnico e cursos superiores de tecnologia, com o propósito de torná-los aptos para que atuem com dignidade no mundo do trabalho. Dessa forma, com a interiorização da oferta do ensino profissional, a União apregoa que essa ação introduzirá uma grande parcela de excluídos da sociedade no mercado de trabalho e assim emancipará os cidadãos socialmente em diversos aspectos, principalmente os que não têm oportunidades de estudo e trabalho fora dos grandes centros metropolitanos do país. Em outras palavras, esta dissertação de mestrado tratará sobre essa ótica atual da conjuntura do Governo Federal, a de fomentar e estimular a expansão da educação profissional técnica e tecnológica em uma comunidade do interior do Brasil.

A Educação Profissional já tem mais de 100 anos no Brasil, e passou por diversas transformações que ora a deixavam em grande evidência, ora a relegavam a uma importância menor em relação a outras modalidades educacionais. Dessa maneira, o contexto histórico da Educação Profissional será o assunto predominante no primeiro capítulo, já que ao olharmos para a formação e as transformações e modificações dessa modalidade educacional, buscaremos refletir e determinar a atual conjuntura e expansão em que se encontra a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, assim como o investimento feito em termos gerais pelo Governo Federal. A produção de efeitos frente a uma nova política para a Educação Profissional também é abordada nesta primeira parte, bem como é feita uma análise interpretativa acerca do cumprimento dos objetivos traçados para os Institutos Federais pela Lei nº 11.892 de 2008, tomando como base de investigação uma unidade de um Instituto Federal – neste trabalho usamos o Campus Panambi do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Farroupilha – bem como a oferta de cursos técnicos e tecnológicos desta unidade de um Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia.

Já no segundo capítulo, aludiremos a respeito do contexto das novas tecnologias e como isso afeta a relação do homem com o trabalho. Em um mundo pautado por velozes transformações tecnológicas, considerando o crescente desenvolvimento humano advindo das pesquisas, tecnologias aplicadas em todos os setores e áreas de produção, analisamos também como que se dá o movimento do trabalho para os tecnólogos. Desta forma, procuramos estabelecer a relação existente entre o tecnólogo e o mercado, assim como debatemos a real necessidade e o surgimento de cursos de tecnologia. Nesta parte do trabalho, veremos ainda como o ensino técnico pode viabilizar ao ensino superior, porque acreditamos que não apenas é o suficiente o aluno/trabalhador ter o acesso à graduação. Mas também esses estudantes da

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13 Educação Profissional querem ter a completude de conquistar um emprego, pois para as classes sociais mais altas isso pode não ser relevante, porém para as classes mais baixas ter emprego e uma formação técnica pode significar muito. Ainda, será pautada a diferença que uma escola como o Instituto Federal pode fazer para a ascensão social do aluno/cidadão.

No terceiro e último capítulo, é feita uma análise a respeito da notória evolução da Educação Profissional no Brasil, especialmente a partir de 2008 até 2014, por ocasião da expansão da Rede Federal da Educação Profissional e Tecnológica. Para isso estabelecemos com esse crescimento uma interpretação conceitual acerca das possibilidades de emancipação social que advêm com essa emergente política pública. Por conseguinte, procuramos explicitar como que uma escola pública de cunho federal, localizada no interior do país, pode contribuir para a emancipação social dos indivíduos desta comunidade, pois as práticas recentes advindas da Rede Federal da Educação Profissional e Tecnológica cooperam no sentido de inserção no mundo do trabalho e formação humana. Ainda trabalhando o aspecto da emancipação cidadã, nos ocuparemos de diversas categorias conceituais como o mundo do trabalho, o trabalho como princípio educativo, a formação integrada, a relação do modo de produção e a educação, e assim veremos como que estes conceitos aliados à emancipação social assinalam a perspectiva do desenvolvimento local e regional.

Em resumo, a presente dissertação de mestrado intenciona inferir a atual conjuntura educacional do país, frente à nítida expansão da modalidade educacional denominada Educação Profissional e Tecnológica. Pretendeu-se neste trabalho deixar (não de forma definitiva), mas de maneira mais esclarecedora, o vigente cenário da Educação Profissional. Enfim, o que se pretendeu também com esta produção acadêmica é poder dar sentido de forma manifesta e clara aos conceitos de estudar e pesquisar.

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1 O CONTEXTO HISTÓRICO E ATUAL DA EDUCAÇÃO

PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA.

A Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, como a conhecemos hoje, teve seu conceito definido a partir da regulamentação do Decreto lei nº 5.154 de 2004. Isto levou a um entrelaçamento do ensino médio propedêutico com a modalidade da educação profissional, que antes não era possível pela regulamentação em vigor do Decreto lei nº 2.208 de 1997, que não possibilitava essa relação. Veremos mais adiante, no decorrer deste trabalho, que esses dois decretos citados são balizadores de distintos modos de compreensão da educação brasileira, especialmente nos últimos 20 anos.

Além disso, a criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia em todos os Estados da Federação pela promulgação, do então Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, da lei nº 11.892 de 29 de dezembro de 2008 que institui a já referida Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, serviu como a consolidação da política nacional de educação profissional e tecnológica que hoje está em voga no Brasil. Essa expansão se dá em números e índices nunca vistos antes em nossa história, e por essa razão, este trabalho terá como um de seus escopos principais de estudo a produção de efeitos dessa expansão e buscar-se-á compreendê-la como política pública para a educação em benefício da sociedade brasileira e em específico o seu reflexo como política pública numa cidade do interior do Rio Grande do Sul.

No entanto, antes de nos determos na política estabelecida pela Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, reportaremos sobre um olhar histórico da criação e consolidação dessa modalidade educacional, que momentaneamente vamos referenciar como educação profissional e tecnológica, por entendermos ser essa a nomenclatura que melhor designa o campo do princípio educativo que estabelece a relação entre educação e o mundo do trabalho. Existem outras variantes que a nomeiam como educação industrial, educação técnica, ensino profissionalizante, formação técnico-profissional, mas como já frisamos na sentença anterior, julgamos ser aquela a mais adequada acepção para uso, entretanto isso não nos coibirá o uso dos outros termos no decorrer desta explanação.

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15 A periodização da História do Brasil estabelece como o período da República aquele que se inicia em 1889 e vai até os dias atuais, e esta fase da história era um período de grandes mudanças na conjuntura política do país, tendo em vista a nova realidade frente ao fim do Império com a queda da monarquia no Brasil e a consequente ascensão de presidentes civis no comando da nação.

Em 1909, durante o governo de Nilo Peçanha, são criadas as Escolas de Aprendizes e Artífices, que eram em número de dezenove, e foram criadas para

atender aos ‘desvalidos da fortuna’, expressão utilizada para nominar a parte da população desprovida de bens e que possuíam apenas sua força de trabalho para objeto de comercialização, como requeria o modelo econômico da época. A expressão está contida no decreto nº 7.566 de 23 de setembro de 1909 e marca uma fase histórica em que a educação e, sobretudo, a profissional, buscava manter o controle das camadas empobrecidas por meio de ações assistencialistas e moralizadoras. (LOUSADA & FIGUEIREDO, 2013, p. 103)

No ano de 1937, surgem os Liceus Profissionais, que não apenas resultaram da transformação das Escolas de Aprendizes e Artífices, mas surgiram em decorrência da oferta de ensino profissional em todos os ramos e graus da época.

Em 1942, aparecem as Escolas Industriais e Técnicas que pelo surgimento do decreto lei nº 4.073, estabelece a reorganização do agora denominado ensino industrial, que passava a ser ofertado em articulação ao ensino propedêutico. Essa nova denominação foi uma forma de abranger as várias modalidades de profissionalização e ainda conforme Ortigara (2013, p. 4), diferentemente do período da criação das escolas federais, a formação profissional estava diretamente subordinada aos interesses do capital. E ainda

(...) por se tratar de um período ditatorial, as relações entre Estado e sociedade civil foram marcadas por acordos e tolerâncias diferentes. Havia uma atitude de total intolerância e cerceamento, por exemplo, diante das iniciativas autônomas dos trabalhadores, em razão do controle e do enquadramento sindical, com a promulgação da legislação de natureza corporativista. (MANFREDI, 2002, p. 134) Datando de 1959, ocorre o surgimento das Escolas Técnicas Federais que, durante um período de intenso desenvolvimento da Economia do Brasil capitaneado pelo então presidente da República Juscelino Kubitschek, após a transformação das Escolas Industriais e Técnicas em autarquias federais. Essa nova estruturação teve como consequência uma relativa autonomia dessas escolas. Ainda nesse contexto político brasileiro surge a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação do Brasil – lei nº 4.024/1961 – que no que tange à Educação Profissional e Tecnológica, tratou de igualar a equivalência do ensino técnico com o propedêutico. No entanto, naquela época mesmo que essa regulamentação estivesse

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16 contemplando as duas redes de ensino, na prática o ensino secundário (propedêutico) continuou tendo maior reconhecimento social.

Após a lei nº 4.024/61, com as mudanças econômicas e sociais do Brasil de então, surgiram novos rumos para a educação brasileira. Dessa forma, é promulgada a lei nº 5.692/1971 que define os currículos como constituídos por disciplinas de obrigatoriedade nacional, escolhidas pelo Conselho Federal de Educação em 1970. Surgiu assim uma política de valorização do ensino técnico profissionalizante para fortalecer o crescimento industrial brasileiro, pela possibilidade de formação profissional. A lei nº 5.692/1971 – conhecida também como 2ª LDB – foi publicada durante o regime militar pelo presidente Emílio Médici. Já em 1978, surgem os Centros Federais de Educação Tecnológica, os chamados Cefets, quando três Escolas Técnicas Federais (do Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro) são transformadas em Centros Federais de Educação Tecnológica por ocasião da publicação em 30 de junho daquele ano da lei nº 6.545. Esse processo de transformação se estende às outras instituições bem mais tarde, em 1994, quando a lei nº 8.948 institui o Sistema Nacional de Educação Tecnológica, transformando-as gradativamente em Cefets mediante decreto específico para cada uma e de acordo com critérios ditados pelo Ministério da Educação, que levavam em conta as instalações físicas, laboratórios, equipamentos e os recursos humanos e administrativos pertinentes para o funcionamento de cada centro.

Nos anos 90, ocorre certa estagnação no tocante as politicas públicas em Educação Profissional, devido principalmente a orientações políticas do Executivo Federal daquela época, que levaram mais em conta estratégias de governo do que de Estado. No entanto, não nos cabe aqui fazer a crítica ou eloquência da conduta política adotada naquele período, pois isto já foi pauta de diversos autores como Frigotto (2003), Kuenzer (2010) e Ramos (2005), para citar como exemplo apenas alguns, mas é necessária fazer a contextualização histórica daquele momento para melhor compreensão do desenvolvimento da Educação Profissional.

Com a promulgação da Constituição Federal da República em 1988, pesquisadores, intelectuais, organizações científicas, acadêmicas e sindicais de então travam uma busca por uma nova regulamentação educacional para o país, especialmente no sentido de tentar abarcar a dualidade que ainda existia entre ensino profissional e propedêutico. Depois de diversos fóruns de educação pelo país e contribuições de esferas da sociedade civil são feitas propostas relacionadas ao projeto de lei para as diretrizes e bases da Educação Nacional. Contudo esse

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17 processo de construção coletiva da nova LDB é menosprezado pelo Governo de Fernando Henrique Cardoso, presidente da República à época, ao ser apresentado pelo senador Darcy Ribeiro um novo projeto de lei (PL 1.603/1996) que

evidenciava a intenção dos legisladores de não reconhecer o ensino regular como sendo de fundamental importância para a formação do trabalhador, pois propõe-se a formação em larga escala de mão de obra, para atender as demandas do mercado de trabalho, colocando a educação profissional como alternativa à educação básica. (ORTIGARA, 2013, p. 5)

Então no ano de 1996, é aprovada e promulgada a Lei nº 9.394 que instituía a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em vigência até os dias atuais. Dentre os diversos níveis e modalidades de ensino, está no artigo 40 da referida lei: a educação profissional será desenvolvida em articulação com o ensino regular ou diferentes estratégias de educação continuada, em instituições especializadas ou no ambiente de trabalho. E mesmo não sendo a educação profissional de forma integrada, mas articulada com o ensino regular, via-se a possibilidade de a partir de então a educação profissional e tecnológica ter maiores condições de se expandir e assim contribuir com o desenvolvimento brasileiro.

No entanto, o decreto nº 2.208 de 1997 estabelece a separação entre o ensino profissional e o ensino propedêutico, pois com ele o Governo, através de portaria do Ministério da Educação, limitou a oferta de ensino médio nas instituições federais, já que a partir de então não poderiam ser oferecidas mais do que 50% das vagas para o ensino propedêutico (médio), provocando desta forma a oferta de cursos exclusivamente profissionalizantes.

E como nos afirma Manfredi (2002, p.145),

o projeto de reforma do ensino médio e profissional que foi instituído, embora nascido de propostas distintas, acabou por configurar um desenho de ensino médio que separa a formação acadêmica da Educação Profissional, aproximando-se muito mais dos interesses imediatos dos empresários e das recomendações dos órgãos internacionais do que das perspectivas democratizantes inerentes aos projetos defendidos pelas entidades da sociedade civil.

Mesmo com a criação do Programa de Expansão da Educação Profissional (PROEP) - também no ano de 1997 com o intuito de modernizar e expandir a educação profissional e tecnológica, através da fomentação de projetos que viabilizassem tanto instituições federais, estaduais e até mesmo de organizações com fins comunitários – as escolas federais funcionavam de forma precária e nem mesmo podiam abrir novas unidades. Pois as mesmas dependeriam de uma parceria com os estados, municípios ou a iniciativa privada conforme a

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18 legislação em vigor para sua expansão ou desenvolvimento, ou seja, ficava implícito que a iniciativa privada era a responsável pela educação profissional.

Em 2003, com o início do primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva surge a implementação de novas políticas do governo Lula para o ensino médio e para a educação profissional insere-se a revogação do decreto nº 2.208/97 e a aprovação do decreto nº 5.154/04, que estabelece a flexibilização na articulação do ensino médio com o ensino técnico e o incentivo do retorno do ensino técnico integrado. Essa nova referência legal impõe estudos da realidade concreta da educação oferecida à juventude e as consequências para a luta dos jovens trabalhadores na garantia dos seus direitos sociais básicos de educação e trabalho. (SIMÕES, 2010, p. 116)

Nos anos seguintes, outras ações implantadas pelo Governo Federal vão ter como consequência a legislação (lei 11.892/2008) que coloca a Educação Profissional e Tecnológica em um patamar de grande reconhecimento e credibilidade para a sociedade brasileira. Uma delas acontece em 2005, com a transformação do CEFET Paraná em Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, e a transformação dessa instituição em “universidade tecnológica” que fomentou um movimento de alteração do perfil institucional de outros Centros Federais de Educação Tecnológica.

Outra atitude foi em 2006, com o decreto 5.840, de 13 de julho daquele ano, quando é instituído o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos – PROEJA. Este programa tem um propósito inicial um tanto árduo, pois busca aglutinar em uma só duas modalidades educacionais que sempre foram discriminadas e até mesmo “esquecidas” pela maioria das ações educacionais do Estado brasileiro, sendo a educação de jovens e adultos e o ensino profissional. Também não nos cabe aqui fazer essa discussão da minimização dos atos governamentais em prol destas modalidades de ensino, entretanto julgamos ser de grande relevância um Programa que engloba um público que está fora da faixa etária regular de ensino e ao mesmo tempo traz para ele uma qualificação profissional.

Já no ano de 2007, o Governo Federal lançou o Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE – que dentre as suas propostas, uma delas sugeria uma nova organização das instituições da rede federal de educação profissional, nessa nova organização o modelo proposto foi o de Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. É necessário dizer nesse contexto que algumas antigas escolas técnicas estavam ainda em processo de transformação em CEFETs (processo iniciado em 1978 como vimos anteriormente) e a

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19 discussão em torno da mudança do CEFET Paraná na UTFPR, geravam anseios de expansão das instituições que ainda não eram “universidade” e conforme Lima Filho (2010, p. 142)

a esse movimento, o Ministério da Educação apresentou um caminho diverso, emitindo o Decreto nº 6.095, em 2007, e estabelecendo a criação dos institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFET) e procedimentos normativos para a transformação dos atuais CEFETs em IFETs. No prosseguimento do direcionamento pretendido, o Poder Executivo enviou ao Congresso Nacional o projeto de lei nº 3.775/08 que tratava de viabilizar a transformação dos CEFETs existentes (convidados por chamada pública) em IFETs, resultando na aprovação, em dezembro de 2008, da Lei nº 11.892, que institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, composta pelos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, Universidade Tecnológica do Paraná e escolas técnicas vinculadas às universidades federais.

E no ano de 2008, com a lei 11.892 são criados os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia que estabelece, em seu artigo 1º, a criação da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Ainda conforme a referida lei, os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia

são instituições de educação superior, básica e profissional, pluricurriculares e multicampi, especializados na oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades do ensino, com base na conjugação de conhecimentos técnicos e tecnológicos com as suas práticas pedagógicas (BRASIL, 2008).

A partir de então são criadas 38 novas instituições, com presença em todos os estados, através da fusão ou incorporação de escolas técnicas federais e CEFETs e o intuito dessas novas instituições é oferecer cursos em todas as modalidades de ensino, dentre as quais ensino médio integrado, cursos técnicos pós-médio, cursos superiores (especialmente tecnólogos e de licenciatura) e ainda pós-graduação lato sensu e stricto sensu. Sendo que tudo isso aliado à prática e o incentivo da pesquisa e da extensão em qualquer que seja a modalidade de ensino. Os números da expansão depois de promulgada a lei de criação dos Institutos Federais refletem o quão relevante está sendo esta política de governo para a Educação Profissional e Tecnológica.

Conforme o Ministério da Educação, de 1909 até o ano de 2002, foram construídas 140 escolas técnicas no país. Do ano de 2003 até 2010 foram construídas mais 214 unidades de ensino profissional e tecnológico da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, com o aporte de R$1,1 bilhão, totalizando 354 campi de Institutos Federais, CEFETs (de Minas Gerais e do Rio de Janeiro que não aderiram a chamada pública do Governo em 2008), escolas técnicas vinculadas a universidades federais e da Universidade Tecnológica do Paraná, que geraram em torno de 500 mil vagas de ensino público. De 2011 até o ano de 2014 foram investidos mais R$3,3 bilhões e com esse investimento mais 208

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20 novos campi entraram em funcionamento em todo o Brasil. Essa expansão aconteceu em três grandes fases, e com ela, além das novas vagas públicas de ensino surgiram também a contratação de novos profissionais docentes e técnico-administrativos, ampliação e construção de infraestrutura física, compra de equipamentos, aquisição de acervo bibliográfico e até o ano de 2014 somavam 562 unidades de instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, que resultam em centenas de milhares de vagas gratuitas em cursos de cunho profissional ou tecnológico.

Ainda conforme Moura (2013, p. 159),

em linhas gerais, compreende-se que a expansão da rede federal em si é importante e necessária. É a presença do estado brasileiro por meio de instituições reconhecidas como de qualidade nas periferias das capitais e em regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos, ou seja, o Estado presente para além dos territórios em que se concentra a maior parte do PIB nacional. Isso significa a ampliação das possibilidades de muitos brasileiros terem acesso a uma educação reconhecida com sendo de qualidade.

No entanto, antes de continuarmos com o percurso histórico da formação da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, é necessário fazermos uma interpelação sobre essa nova perspectiva educacional para a sociedade, pois conforme Lima Filho (2010, p. 143),

o movimento descrito aponta para formas diferenciadas e, quiçá, dicotômicas, da redefinição da institucionalidade da educação profissional e tecnológica, em particular da transformação dos CEFET existentes ou da criação de novas instituições, seja como Institutos, seja como Universidades Tecnológicas. Dessa forma, em relação a esse último aspecto, observa-se que a natureza de expansão e transformações em curso da educação profissional e tecnológica, tanto no ponto de vista quantitativo, pela expansão das instituições e da oferta, quanto do ponto de vista qualitativo, pela ‘nova institucionalidade’, diversidade de programas e modalidades ofertadas, apresenta elementos de continuidades e descontinuidades com a concepção histórica de constituição de modelos de educação profissional e tecnológica específicos, demandando a realização de estudos e pesquisas que tratem da investigação das reformas e políticas educacionais da educação profissional e tecnológica, da natureza e objetivos de suas instituições e de sua articulação, tanto com a educação superior, quanto com a educação básica.

Nos limites desta pesquisa, apesar do mérito da questão levantada pelo autor Lima Filho (2010) – de continuidades ou descontinuidades da concepção histórica de constituição da Educação Profissional –, buscaremos tratar a expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, mesmo que essa nova institucionalidade seja ainda precoce, com os seus avanços significativos para a educação profissional e tecnológica. A expansão no estado do Rio Grande do Sul se deu com a criação de três novos Institutos Federais, sendo o Instituto Federal do Rio Grande do Sul com a designação da cidade de

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21 Bento Gonçalves com a Reitoria, o Instituto Federal Sul-rio-grandense com a Reitoria na cidade de Pelotas e o Instituto Federal Farroupilha com a sua Reitoria localizada na Região Central do estado gaúcho em Santa Maria.

Conforme o Plano de Desenvolvimento Institucional (IF FARROUPILHA, 2014), O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha – IF Farroupilha – foi criado pela Lei n° 11.892, de 29 de dezembro de 2008, por meio da integração do Centro Federal de Educação Tecnológica de São Vicente do Sul, de sua Unidade Descentralizada de Júlio de Castilhos, da Escola Agrotécnica Federal de Alegrete, e do acréscimo da Unidade Descentralizada de Ensino de Santo Augusto que anteriormente pertencia ao Centro Federal de Educação Tecnológica de Bento Gonçalves.

Apesar de o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha já “nascer” com quatro unidades, a fusão que o originou ocorreu essencialmente com o CEFET de São Vicente do Sul e a Escola Agrotécnica Federal de Alegrete. Essas duas instituições, que agora são Campus do IF Farroupilha, já tinham larga tradição no oferecimento e atuação em cursos profissionais e tecnológicos em seus mais de 50 anos de atividade cada um. Após essa fusão, surgem demandas por novas unidades com o propósito de efetivamente iniciar a expansão que já ocorria em todo o país e antes mesmo da institucionalização do Instituto Federal, novos campi já estavam na iminência de surgirem.

Então um Campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha na cidade de Panambi tem sua história iniciada em 2008, a partir de tratativas do Poder Público Municipal e entidades representativas da sociedade local junto ao Ministério da Educação, e em específico junto a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, responsável pela gestão dos Institutos Federais. Em maio daquele ano, ocorre um importante passo com a doação de uma área de cerca de 50 hectares da Prefeitura Municipal para o então CEFET de São Vicente do Sul. Com isso, iniciaram as obras de planejamento e construção da infraestrutura física para o Campus. Naquele mesmo ano, aconteceram audiências públicas na cidade, onde foram solicitados pela comunidade, como cursos prioritários a serem implantados especialmente nas áreas de Agroindústria, Edificações e Química e ainda um curso voltado a operações de pós-colheita de grãos, sendo que esta é uma das principais atividades econômicas das empresas locais e regionais.

Em 2010, com a estrutura inicial já montada começam a chegar equipamentos e servidores docentes e técnicos-administrativos, e no início do segundo semestre daquele ano iniciam as aulas das primeiras turmas de cursos técnicos e integrados. A comunidade local e

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22 regional aguardava com muita expectativa e entusiasmo o funcionamento dessa nova unidade educacional e isso fica evidenciado com as notícias publicadas na época sobre a constituição de um Instituto Federal.

Como descrito na reportagem de capa do jornal Folha das Máquinas (2010, p.1), com certeza o dia 2 de agosto de 2010 vai ficar na história do ensino técnico de Panambi e região. Nessa data iniciaram as aulas no Campus Panambi do Instituto Federal Farroupilha. Com 135 alunos distribuídos em cinco cursos (Técnico em Agroindústria – subsequente, turno da manhã; Técnico em Edificações – subsequente, turno da tarde; Técnico em Secretariado, Técnico em Edificações – Proeja e Curso Superior de Tecnologia em Sistemas para Internet, turno da noite), a escola federal voltada para a formação profissional abre um novo tempo na cidade e na região. Com alunos de Panambi e também procedentes de diversos municípios da região, o Instituto Federal Farroupilha tem aulas nos três turnos. No primeiro semestre de 2011 o número de alunos passará de 300 com mais alguns cursos. Desde aquele momento de implantação até o ano de 2014, veremos no decorrer desta pesquisa como a instituição do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha e o Campus Panambi buscaram cumprir sua função social no contexto da educação e em peculiar se tratando da implantação e consolidação da política nacional de expansão da educação profissional e tecnológica.

1.1 A Política da Educação Profissional: a produção de efeitos

A educação profissional e tecnológica, como vimos na sua perspectiva histórica, sempre foi balizada pela circunstância econômica e social do país. E podemos relembrar rapidamente dois momentos para termos uma ideia dos sobressaltos pelos quais a educação profissional e tecnológica passou. O primeiro é no período iniciado durante a ditadura Vargas nos anos 40, pois neste momento o Brasil passou por um grande desenvolvimento econômico com um crescente processo de industrialização, junto com uma ideologia de governos que buscavam o crescimento econômico do país.

Na década seguinte, nos anos 50, com a vinda de empresas multinacionais para o país, este acaba se tornando bastante dependente do capital internacional, que necessitava de mão

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23 de obra qualificada, e esse fenômeno é baseado por alguns autores pelo conceito da teoria do Capital Humano, que conforme Frigotto (2012, p. 12)

a ideologia do capital humano atualiza-se por novas noções que agudizam o ocultamento da perda do direito ao emprego, precarização, exploração e novas formas de expropriação do trabalhador e de adequação do conhecimento, cultura e formação ao que serve ao mercado e à acumulação de capital.

Mesmo assim, esse período de incentivo da educação profissional pode ser estendido até a ditadura militar, pois nessa fase da história é que foi promulgada a lei nº 5.692 de 1971 que tornava obrigatório um curso técnico em conjunto com o ensino médio da época que denominava-se de segundo grau. Nestes anos, a educação profissional foi incentivada pelo estado, mesmo que por força de lei, mas também pela conjuntura econômica desses períodos.

Em outro momento da história houve um declínio no tocante a oferta da educação profissional que foi nos anos 90. Mesmo com o processo de “cefetização” das escolas técnicas iniciado em 1978, a década seguinte foi de grande estagnação econômica do país, quando ocorreu enfraquecimento da indústria e esse período foi marcado também pelos índices astronômicos da inflação, que consequentemente “travaram” a expansão econômica do país.

A partir da década de 1990, a política neoliberal imposta pelos governos determinou o enfraquecimento da educação profissional com a diminuição da intervenção do Estado nas ações educacionais de formação e qualificação profissional, relegando essa atribuição para a iniciativa privada. Como vimos anteriormente, o governo de Fernando Henrique Cardoso foi o principal responsável por fazer mudanças na legislação educacional para a educação profissional, pois com isso objetivava contenção de gastos públicos e dessa forma enfraqueceu a interferência estatal no oferecimento desta modalidade de ensino.

Entretanto a fase atual da educação profissional do Brasil é marcada por um novo fôlego a partir dos anos 2000, quando políticas de incentivo a esta modalidade de educação são construídas e postas em prática. Isto ocorre pela vinculação mais uma vez do momento econômico, quando ocorrem investimentos do setor produtivo e um novo modelo de desenvolvimento começa a surgir. Como se pode ver rapidamente, e isso demandaria um aporte teórico mais aprofundado, a Educação Profissional e Tecnológica no Brasil é marcada por sobressaltos, que ora lhe evidenciam ora lhe dissimulam.

O momento atual da Educação Profissional e Tecnológica é de evidência. Pois quando o Ministério da Educação propôs a constituição dos Institutos Federais, o fez para que estes

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24 assumissem a função de colaboradores na implantação de políticas públicas que visassem o desenvolvimento local e regional, através de suas ações institucionais e de sua inserção como um órgão representativo do Estado brasileiro. Isso fica bem claro quando nos deparamos com os objetivos dos Institutos Federais, expostos na sua lei de criação – lei nº 11.892 de 2008. Baseados nas finalidades e características que os Institutos Federais devam ter, seus objetivos de forma geral promovem o desenvolvimento do país pela sua oferta de ensino, pesquisa e extensão, não da forma acadêmica, mas com viés de inovação e tecnologia, para justamente aprimorar exigências dos Arranjos Produtivos Locais. Além disso, a formação de professores para a educação básica, especialmente nas áreas de ciências e matemática, e também a formação de técnicos e tecnólogos para os diferentes setores da economia são propósitos estabelecidos que visam primordialmente o desenvolvimento de setores locais e regionais em que os Institutos Federais estejam inseridos.

Dentre eles, podemos destacar o objetivo dos Institutos Federais de ministrar educação profissional técnica de nível médio e de forma integrada, isto tanto para aqueles que estão saindo do ensino fundamental quanto para a oferta da educação de jovens e adultos. Este objetivo traça um perfil de aluno e profissional que se almeja na política nacional de Educação Profissional e Tecnológica, ou seja, busca-se ao mesmo tempo um cidadão e um profissional capacitado e apto para adequar-se as nuances do mundo do trabalho.

Conforme os autores Frigotto et al. (2005, p. 44),

o ensino médio integrado ao ensino técnico, conquanto seja uma condição social e historicamente necessária para construção do ensino médio unitário e politécnico, não se confunde totalmente com ele porque a conjuntura do real assim não o permite. O ensino médio integrado é aquele possível e necessário em uma realidade conjunturalmente desfavorável – em que os filhos dos trabalhadores precisam obter uma profissão ainda no nível médio, não podendo adiar este projeto para o nível superior de ensino – mas que potencialize mudanças para, superando-se essa conjuntura, constituir-se em uma educação que contenha elementos de uma sociedade justa.

Essa nova aproximação da educação profissional com o chamado ensino propedêutico traz uma conjuntura educacional diferenciada. A possibilidade do ensino médio de forma integral poderia ser objeto de um longo estudo, mas que não cabe aqui por não ser o foco principal de investigação, no entanto nos cabe pontuar em pouco tempo algumas vantagens e algumas posições contrárias.

As diretrizes e concepções dos Institutos Federais que apontam para uma concepção de educação integral, como ponto negativo pode trazer uma certa bifurcação do sistema

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25 educacional brasileiro, pois conforme a Lei nº 9.394/96 – Lei de diretrizes e bases da educação nacional – o ensino médio é atribuído de forma primordial para os Estados, assim como é o Fundamental para os municípios. Então já se vê aí uma briga de quem é responsável por cada modalidade de ensino, e dessa forma não se sabe ainda se estes dois caminhos se entrecruzarão ou se irão aglutinar-se em forma de cooperação. Já que na concepção dos objetivos dos Institutos Federais está definido como sendo de 50% prioritariamente a sua oferta de vagas na forma de cursos integrados.

Outro aspecto a ser pensado também é o de se pautar a real condição para a efetivação de um currículo integrado, para que este seja voltado de forma expressiva ao jovem e ao adulto trabalhador. Neste sentido, tem um aspecto positivo se as diretrizes e concepções pedagógicas voltadas ao ensino integrado forem pautadas pelo trabalho como princípio educativo, em que o aluno/trabalhador veja a possibilidade não apenas de ser empregável, mas que ele vislumbre o valor instrumental da educação aliada ao trabalho como forma de empoderamento e emancipação social.

Neste sentido, concordamos com as autoras Ciavatta (2012, p. 308) e Ramos (2012, p. 308) quando afirmam que o ensino médio integrado

significa muito mais do que uma forma de articulação entre ensino médio e educação profissional. Ela busca recuperar, no atual contexto histórico e sob uma específica correlação de forças entre as classes, as concepções de educação politécnica, educação omnilateral e escola unitária, que estiveram na disputa por uma nova LDB na década de 1980 e que foram perdidas na aprovação da lei nº 9.394/1996. Assim, essa expressão também se relaciona com a luta pela superação do dualismo estrutural da sociedade e da educação brasileiras, da divisão de classes sociais, da divisão entre a formação para o trabalho manual ou para o trabalho intelectual, e em defesa da democracia e da escola pública.

Em relação aos demais objetivos expressos na lei de criação dos Institutos Federais, outro que necessitamos referendar diz respeito a oferta de educação superior por essas instituições. No artigo 7º da lei nº 11.892/08 está expresso da seguinte maneira:

VI – ministrar em nível de educação superior:

a) cursos superiores de tecnologia visando à formação de profissionais para os diferentes setores da economia;

b) cursos de licenciatura, bem como programas especiais de formação pedagógica, com vistas na formação de professores para a educação básica, sobretudo nas áreas de ciências e matemática, e para a educação profissional;

c) cursos de bacharelado e engenharia, visando à formação de profissionais para os diferentes setores da economia e áreas do conhecimento;

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26 d) cursos de pós-graduação lato sensu de aperfeiçoamento e especialização, visando à formação de especialistas nas diferentes áreas do conhecimento; e

e) cursos de pós-graduação stricto sensu de mestrado e doutorado, que contribuam para promover o estabelecimento de bases sólidas em educação, ciência e tecnologia, com vistas no processo de geração e inovação tecnológica. BRASIL(2008)

Neste propósito estabelecido com a criação da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, fica clara a intenção governamental de se formar em nível de graduação em determinadas áreas em que há insuficiência destes profissionais. E nesse quesito, percebe-se claramente o propósito da política nacional em suprir demandas e carências que fazem necessidade frente ao desenvolvimento econômico local e regional, como no caso dos cursos superiores de tecnologia. Essa demanda não se dá apenas em áreas tidas como tecnológicas como, por exemplo, Sistemas de Informação, mas em diversos outros setores que buscam cada vez mais tecnologia como forma de aprimorar e qualificar seus produtos. Além disso, com a crescente ascensão da economia, áreas como as engenharias também necessitam de novos profissionais que estejam preparados para intervir e colaborar com a elevação de classes sociais, que agora almejam seus próprios bens e serviços, com maior qualidade de vida e mais disponibilidade de tecnologia.

Também descrito como objetivo da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica no artigo já referido acima, está a formação de professores em áreas historicamente defasadas como Ciências e Matemática, e também programas especiais de formação pedagógica para os que atuarão na educação básica e na educação profissional. E aqui agora ocorre uma incongruência, pois com a expansão a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, os próprios Institutos Federais como vimos anteriormente cresceram com muita celeridade em poucos anos. Então decorreu consequentemente a contratação de corpo docente em tempo recorde, pois havia a necessidade de que as escolas entrassem em funcionamento de forma imediata, pois prédios já haviam sido construídos e a infraestrutura já estava formada em pouco tempo na maioria dos casos. E para deixarmos mais evidente nossa posição de que aqui houve certa ironia no objetivo de formação de professores, nos acudimos ao professor Moura (2013, p. 161), que sintetiza de maneira pragmática a veloz expansão dos Institutos Federais, pois segundo ele

corre-se o risco de negligenciar a construção de projetos educacionais bem fundamentados, elaborados coletivamente e coerentes com a realidade socioeconômica local e regional de cada nova unidade. Por esse caminho, se está negligenciando, inclusive, a necessária formação dos professores que estão sendo aprovados nos concursos públicos para ingressar na rede federal, principalmente nas

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27 novas unidades. Essa é uma situação crucial, pois muitos desses novos e jovens professores são mestres ou doutores, recém-formados, mas sequer conhecem o campo da educação, uma vez que são bacharéis.

Quanto aos licenciados nas disciplinas de educação básica, muitos não conhecem a Educação Profissional, pois os cursos de licenciatura, em geral, não incluem em seus currículos estudos sobre o campo trabalho e educação, sobre a Educação Profissional e menos ainda sobre a sua relação com o Ensino Médio, de maneira que os professores têm dificuldades para estabelecer conexões entre a sua disciplina específica, as tecnologias, o trabalho e a cultura.

Ainda é necessário dizer que licenciados assim como os bacharéis podem começar trabalhando com o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos – PROEJA, e aqui o trabalho do ensino médio integrado com a EJA remete a um estímulo maior para os docentes, pois trabalhar com os adultos pode ser bem mais desafiador que diligenciar os estudantes que estão em sua idade regular.

Dessa forma, vimos que além desses objetivos e seus efeitos evidenciados, existem outros que canalizam a busca da consolidação da política nacional da educação profissional e tecnológica. O incentivo da pesquisa aplicada, que estimula demandas de desenvolvimento tecnológicas; e as atividades de extensão com vistas para articular a educação profissional e tecnológica e os segmentos sociais, objetivando a inovação, produção e difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos; assim como o estímulo aos processos educativos que levem a emancipação do cidadão na perspectiva do desenvolvimento socioeconômico são objetivos traçados que alicerçam e corroboram o trabalho desenvolvido com o advento dos Institutos Federais.

1.2 O Cumprimento dos Objetivos pelos Institutos Federais: uma análise

diagnóstica sobre o Campus Panambi

Ao nos referirmos aos objetivos propostos para essa dimensão em que é tratada a Educação Profissional e Tecnológica, concretizada com a criação da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, tratamos anteriormente das potencialidades e

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28 das repercussões que a aplicação destas finalidades poderia surtir nas sociedades em que os Institutos Federais estão inseridos.

Logicamente que se a análise a seguir fosse feita envolvendo toda a conjuntura de um Instituto Federal, os resultados e as interpretações feitas seriam outras. Por isso tentaremos nesse momento transpor com alguns exemplos concretos das ações desenvolvidas pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha Campus Panambi, a fim de compreendermos a efetiva institucionalização do IF junto a uma comunidade do interior do Rio Grande do Sul.

Primeiramente, em correlação a oferta de cursos de nível superior no que tange a formação de professores em cursos de licenciatura, bem como programas especiais de formação pedagógica para educação básica, sobretudo nas áreas de ciências e matemática, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha Campus Panambi está cumprindo sua tarefa de maneira eficiente. Em relação aos cursos de Licenciatura, o Campus Panambi ofertou no seu primeiro processo seletivo em 2010, a primeira turma de Licenciatura em Química que ingressou no primeiro semestre de 2011. Com 35 vagas anuais, o curso pode ser integralizado em no mínimo oito e no máximo 12 semestres, e o objetivo do curso, conforme o Projeto Pedagógico de Curso (2013, p. 7),

é formar o Licenciado em Química para que ele desenvolva a docência para a educação química na escola básica, a fim de promover a educação científica e o desenvolvimento da personalidade integral dos alunos desse nível de escolaridade e, também, desempenhar outras atividades na sociedade, para as quais uma sólida formação generalista seja importante fator para a realização destas.

Para alcançar esses objetivos, o programa do curso de Licenciatura em Química envolverá não somente o ato pedagógico em sala de aula, mas também toda a sua atuação como profissional facilitador da construção do conhecimento na Escola e na Sociedade.

E para corroborar ainda mais o objetivo para oferta de cursos de Licenciatura, em 2014 foi realizada a primeira seleção de discentes ao curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. Os primeiros 30 ingressantes realizarão o curso em no mínimo oito e no máximo 14 semestres letivos e o curso tem como objetivo geral

formar professores-pesquisadores criativos, críticos e reflexivos pela articulação entre ensino, pesquisa e extensão, com competências e habilidades para atuar nos componentes de Ciências Naturais, no Ensino Fundamental, e Biologia, no Ensino Médio, comprometidos com a qualidade de ensino na Educação Básica e empenhados na preservação e melhoria da qualidade de vida do Planeta. (IF FARROUPILHA, 2014, p. 9)

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29 Com relação ainda a oferta de cursos de nível superior, mas visando cursos superiores de tecnologia, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha Campus Panambi teve como primeiro curso superior a ser ofertado no Campus em 2010, o curso de Tecnologia em Sistemas para Internet, sendo este oferecido anualmente com 30 vagas. A graduação forma o profissional denominado como Tecnólogo em Sistemas para Internet e uma das justificativas para implantação do curso se dá pela razão de que o cenário de franca e rápida evolução da rede mundial de computadores – Internet – viabiliza uma demanda bem satisfatória de profissionais nesta área do conhecimento. Em seu projeto pedagógico de curso traz como objetivo

preparar profissionais qualificados para o mercado digital, aptos a oferecer serviços no âmbito interno das organizações, bem como nas relações destas organizações com outras instituições, através de um ambiente virtual conectado com a rede mundial de computadores, integrando a grande rede sem fronteiras da Internet. (IF FARROUPILHA, 2010, p. 5)

Ainda falando em cursos de educação superior, um dos objetivos dos Institutos Federais é o de ministrar cursos de pós-graduação lato sensu de aperfeiçoamento e especialização, visando à formação de especialistas nas diferentes áreas do conhecimento, e neste quesito, novamente o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha Campus Panambi demonstra sua eficaz ação acadêmica, em particular em relação a cursos de especialização voltados a educação escolar.

O primeiro curso dessa modalidade foi ofertado em 2011 pelo Câmpus Panambi, denominado de Especialização em Docência na Educação Profissional Técnica e Tecnológica, ele foi destinado a atender profissionais graduados em diversas áreas em que atuam ou que atuarão na educação profissional, técnica e tecnológica. Baseado nos pressupostos de integração entre educação, trabalho, ciência e tecnologia e a necessidade da formação de profissionais habilitados para a docência, o curso visa atender justamente as demandas provenientes da expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e tem como objetivo principal

oportunizar formação docente para a apropriação e o desenvolvimento de pedagogias que atendam as especificidades da educação profissional, técnica e tecnológica; promover condições que possibilitem a construção do conhecimento sobre as relações de poder no mundo do trabalho; compreender o trabalho como princípio educativo da educação profissional, técnica e tecnológica; propiciar a compreensão de que o desenvolvimento profissional abrange também a dimensão pessoal e institucional; promover a articulação entre ensino, pesquisa e extensão na educação profissional, técnica e tecnológica; potencializar práticas docentes que vinculem os saberes pedagógicos e técnico-profissionais; viabilizar a compreensão da tecnologia como prática transdisciplinar, articulando-a ao trabalho humano e suas

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30 relações com os processos técnicos; subsidiar o docente para ensinar/aprender criticamente os conhecimentos da área afim; proporcionar a ressignificação das práticas didático-metodológicas; e oportunizar a investigação de temáticas em torno das práticas docentes na educação profissional e tecnológica. (IF FARROUPILHA, 2011, p. 3)

Outro curso ofertado pelo Campus Panambi em nível de especialização lato sensu é o curso de Especialização em Gestão Escolar. Datado de 2014, o curso tem como intuito principal a compreensão de que o papel do gestor tem uma importância fundamental na dinamização de processos educativos de forma participativa e democrática. Para isso, tem como objetivo geral

capacitar profissionais envolvidos com a educação por meio da atualização, do aprofundamento e da socialização de conhecimentos teórico-práticos relacionados à gestão escolar, sendo capazes de contribuir na constituição de processos de gestão democrática, comprometidos com a qualidade do ensino e da aprendizagem, bem como, problematizando e propondo intervenções na realidade escolar em que estão inseridos. (IF FARROUPILHA, 2014, p. 11)

Com o tempo de duração de 18 meses, o programa do curso prevê 35 vagas para portadores de diploma de curso de Licenciatura ou equivalente que atuem na Gestão Escolar.

Na área das Ciências Sociais Aplicadas, o Campus Panambi ofertou em 2013 o curso de Especialização em Gestão Pública. Voltado para profissionais com nível superior em Administração, Ciências Contábeis, Tecnólogo em Gestão Pública, Ciências Jurídicas e Sociais, áreas afins e profissionais com nível superior atuantes na área da gestão pública, o curso está em consonância com o objetivo estabelecido no item D do artigo 7º da Lei nº 11.892/08. No seu objetivo geral está expresso que o curso buscará “qualificar profissionais em gestão pública com uma visão no desenvolvimento de processos e tecnologias inovadoras, capazes de contribuir para a melhor efetividade das políticas e programas públicos e satisfação da sociedade” (IF FARROUPILHA, 2013, p. 8).

Dando continuidade em relação aos outros objetivos apresentados pelo artigo 7º da Lei nº 11.892/08, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha Campus Panambi traz, desde sua instalação em 2010 até os dias de hoje, os seguintes cursos de educação profissional técnica de nível médio na forma integrada: Técnico Integrado em Química, Técnico Integrado em Manutenção e Suporte em Informática, Técnico em Edificações modalidade PROEJA e Técnico em Alimentos modalidade PROEJA.

Em relação ao curso Técnico Integrado em Química – que está inserido no eixo tecnológico da Produção Industrial – este está estruturado de forma integrada do ensino médio

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31 com o ensino técnico com o tempo de integralização do curso em pelo menos 03 anos. Sua oferta é anual e dispõe do quantitativo de 35 vagas. Conforme o Projeto Pedagógico do Curso de 2013, o aluno formado como Técnico em Química

recebe formação que o habilita para atuar no planejamento, coordenação, operação e controle dos processos industriais e equipamentos nos processos produtivos. Planeja e coordena processos laboratoriais. Realiza amostragens, análises químicas, físico-químicas e microbiológicas. Realiza vendas e assistência técnica na aplicação de equipamentos e produtos químicos. Participa no desenvolvimento de produtos e validação de métodos. Atua com responsabilidade ambiental e em conformidade com as normas técnicas, as normas de qualidade e de boas práticas de manufatura e de segurança. (IF FARROUPILHA, 2013, p. 21)

Como objetivo geral, o curso tem como principal premissa

formar técnicos em química que sejam capazes de atuar em diferentes ramos do mercado industrial, oferecendo, desta forma, uma base de conhecimentos científicos, tecnológicos e instrumentais ao futuro egresso. A formação profissional ocorrerá de acordo com as tendências tecnológicas da região e em consonância com as demandas dos setores produtivos; proporcionando ao Técnico em Química, conhecimentos relacionados à qualidade, à sustentabilidade e à viabilidade técnico-econômica, observando-se sempre as questões éticas e ambientais. A qualidade do trabalho do futuro profissional terá um controle eficaz, assegurando sempre confiabilidade com respaldo técnico. (IF FARROUPILHA, 2013, p. 10)

Ainda falando em cursos de formação integrada, o Campus Panambi oferta também o Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática Integrado. Com a proposição de ser integralizado em 03 anos, o curso faz parte do eixo tecnológico da Informação e Comunicação. Inicialmente ofertado com 35 vagas, atualmente oferece 70 (sendo 35 por turma) vagas para alunos que ingressam no Instituto Federal Farroupilha Campus Panambi após a conclusão do Ensino Fundamental. Como objetivo geral, o curso pretende

formar profissionais para atuar no mundo do trabalho nas diversas áreas da informática, com especificidade em manutenção e suporte de computadores e redes, tanto em hardware quanto em software. Conforma a proposta educacional da instituição, objetiva-se, também, uma formação humanística e integral para que além de técnicos, os profissionais sejam cidadãos críticos e reflexivos capazes de compreender e atuar em sua realidade, explorando o uso das tecnologias com responsabilidade social. (IF FARROUPILHA, 2013, p. 10)

Um dos principais objetivos proporcionados com a expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica é o de atender ao Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos – PROEJA. Essa integração das modalidades de EJA e educação profissional pode se dar na etapa do ensino fundamental ou no ensino médio, que resulta no título de técnico. E nesse instante faz-se necessário fazer uma contextualização do surgimento da política de

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