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MUNDO DO TRABALHO

3.5 Relação do Modo de Produção e a Educação

O processo de educação perpassa a sociedade como um propulsor de transformação social. Acreditamos que esse é o princípio fundamental do processo educativo, ser prática social e como tal ser capaz de modificar a sociedade. Entretanto, o benefício social que a educação nos traz pode não ser insurgido por ela mesma, mas por determinações maiores de poder e hegemonia. E neste ponto que nos deteremos em alguns conceitos que permeiam o trabalho na sociedade de classes, entre esses se têm a mundialização do capital, o desemprego estrutural, o contexto atual da globalização, enfim o sistema capitalista como um todo.

Não é objetivo desta pesquisa sobre Educação Profissional e Tecnológica discorrer de forma ampla sobre a influência que o Capitalismo tem sobre a Educação, mas como essa relação entre o modo de produção capitalista e seus efeitos na educação é inerente a proposta da pesquisa, vamos de forma sucinta cobrir essa temática neste trabalho.

O modo de produção tenta ser imperativo na sociedade, como forma de ele se manter e de dominá-la. Dessa forma, as aspirações dos entes sociais que aspiram autonomia, veem-se acuados com tamanho domínio econômico e ficam enredados para empreender mudanças nas relações sociais. No Capitalismo, o bloco hegemônico busca reproduzir as relações de produção e obtenção de lucro no trabalho e, em detrimento disso, fica contrário as reivindicações das necessidades sociais dos trabalhadores e da população.

Sob essa ótica, Simões (2010, p. 109) nos alerta que,

a escola pode reproduzir as desigualdades sociais apesar de sua expansão estar associada à luta da classe trabalhadora por mais igualdade e mobilidade social. O

56 Capitalismo [...] não recusa o direito a escola. Ao contrário, ele precisa dela, não só por razões ideológicas, mas por razões econômicas, porque precisa recusar o direito ao trabalho de muitos que não estivessem na escola e não teriam outra escolha senão o desemprego. Portanto, não recusa o direito a escola, mas recusa-se a mudar a função social dela.

Dessa forma, mesmo que o Capitalismo “necessite” do processo educativo, o predomínio capitalista rege-se por uma lógica diferente do educacional. Enquanto na visão capitalista, o principal é ter lucro, explorar o cidadão pela sua força de trabalho, aumentar a produção e mercantilizar a produção humana, já a educação tem outra finalidade. Para ela, o ser humano pode ser formado não pela sua exploração, mas pela socialização dos conhecimentos e da aprendizagem como forma de humanizá-lo e emancipá-lo. A educação visa reconhecer as necessidades sociais e tratar de saná-las através de uma participação construtiva de todos para todos. E quando chegamos neste ponto da discussão, é que concebemos que este é um dos grandes desafios propostos para a atividade de formação que a Educação Profissional e Tecnológica pode desencadear.

A inter-relação da educação e trabalho tem demonstrado que o movimento de hegemonia capitalista – em grande parte devido à Globalização – tem feito grandes transformações no processo de produção e consumo que acabam afetando as relações sociais e de trabalho. Isso reflete numa crise dos paradigmas da sociedade, e dessa forma o papel da Educação Profissional e Tecnológica surge como uma das possibilidades de inserção dos cidadãos nos espaços de produção econômica. Mesmo sabendo que o trabalho não se limita exclusivamente a atividade, mas permeia todo o ser humano e constitui sua especificidade através dos processos educacionais.

Por isso, a educação que se inter-relaciona com o trabalho serve para ajustar a formação profissional às transformações que ocorrem no setor produtivo. Cabe à Educação Profissional, mesmo com o modo de produção capitalista e suas consequências sociais, tentar dirimir e compreender os conflitos sociais que se criam em função do trabalho e da força do setor produtivo e conforme sua sorte, tentar superá-los e assim tornar o trabalhador um cidadão perspicaz e atuante na sociedade em que ele está inserido.

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3.6 Perspectiva do Desenvolvimento Local e Regional

Uma sociedade que queira se transformar, provavelmente será impulsionada por uma série de motivações, que alicerçarão um ganho social para todos. O projeto de desenvolvimento social será embalado por interesses, objetivos e aspirações que confiram novos sentidos na construção de uma identidade social. Nesse aspecto, debateremos a seguir como que a Educação Profissional e Tecnológica pode vir a deixar de ser perspectiva e mobilizar-se como realidade para o desenvolvimento local e regional de uma determinada região.

No que tange a esse aspecto consideramos ser essa a questão mais particular desta dissertação de mestrado. Para isso traremos, no decorrer dessa parte, informações e constatações empíricas a respeito dos reflexos da política pública da oferta de Educação Profissional pela Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica em Panambi, através da inserção do Instituto Federal Farroupilha.

Vimos no primeiro capítulo deste texto, que o Instituto Federal Farroupilha atua em diversos cursos de diferentes níveis de ensino, consoante aos seus objetivos que foram estabelecidos pela Lei 11.892/2008. Desta forma traremos dados, de alguns cursos ofertados pelo Campus Panambi, que demonstram a inserção de novos profissionais e alunos formados pela instituição pública federal. Para isso, recorremos ao Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional – SISTEC, sendo que o acesso aos dados foi através da servidora pública federal que é a atual coordenadora do Setor de Registros Acadêmicos, com a autorização do Diretor de Ensino do Campus Panambi, pois é um sistema de acesso restrito. Esse é um sistema que disponibiliza mensalmente informações sobre as escolas que ofertem cursos técnicos de nível médio, seus cursos e alunos desse nível de ensino. Caso a escola também ofereça cursos de formação inicial e continuada, o SISTEC também apresenta dados referentes aos alunos e cursos dessa modalidade educacional. Assim, todas as unidades de ensino, no país, que sejam credenciadas para a oferta de cursos técnicos de nível médio, independentemente de sua categoria administrativa (se públicas ou privadas) e sistema de ensino (federal, estaduais e municipais) são cadastradas no SISTEC. Esse sistema serve também como um importante instrumento para atestar a validade nacional dos diplomas expedidos pelos órgãos competentes de cada sistema de ensino.

58 Em relação aos cursos técnicos de nível médio na modalidade integrada, o Campus Panambi do Instituto Federal Farroupilha oferta os seguintes cursos: Técnico em Química Integrado, Técnico em Manutenção e Suporte em Informática Integrado, Técnico em Alimentos PROEJA e Técnico em Edificações PROEJA. O primeiro curso técnico de nível médio na modalidade integrada ofertado pelo Campus Panambi foi o de Técnico em Química. Já foram oferecidas vagas em cinco turmas, sendo que a primeira iniciou em fevereiro de 2011 e concluiu em dezembro de 2013, a segunda turma teve aulas a partir de fevereiro de 2012 e essas encerraram em dezembro de 2014. Foram oferecidas nessas duas turmas 70 vagas, sendo que destas 49 concluíram o curso. O curso de Técnico em Manutenção e Suporte em Informática Integrado, por exemplo, já ofertou quatro turmas, sendo que a primeira delas ingressou em fevereiro de 2012 e a conclusão desta turma foi em dezembro de 2014. Nessa primeira turma foram ofertadas 35 vagas e 31 alunos concluíram o curso com êxito.

Outro curso para ser exemplificado em que foram auferidos os dados de seus alunos, é o Técnico em Edificações na modalidade PROEJA. Neste curso, foram ofertadas três turmas, sendo que a primeira iniciou em agosto de 2010 com término em agosto de 2013 e a segunda começou em fevereiro de 2011 e o seu encerramento aconteceu em julho de 2014. Nestas turmas foram ofertadas 60 vagas, mas conforme dados extraídos do SISTEC 23 alunos concluíram o curso de Técnico em Edificações na modalidade. Na mesma modalidade ensino do curso anterior, há também no Campus Panambi o curso de Técnico em Alimentos PROEJA que já foi ofertado em duas turmas. A primeira que iniciou em fevereiro de 2012, teve seu término em dezembro de 2014. Já a segunda turma terminará em dezembro de 2015. Nesta primeira turma, foram oferecidas 30 vagas, sendo que 13 finalizaram o curso.

Nos cursos de educação superior que são ofertados pelo Campus Panambi, trazemos os dados dos cursos que já formaram alunos que são os de Tecnólogo em Sistemas para Internet e Licenciatura em Química. Em relação ao curso de tecnologia, foram oferecidas seis turmas e destas três já formaram novos profissionais. A primeira foi ofertada de agosto de 2010 até agosto de 2013, a segunda turma começou em fevereiro de 2011 e foi até julho de 2014, e a terceira iniciou em fevereiro de 2012 e foi até dezembro de 2014. Das vagas disponibilizadas, 23 foram os discentes que se formaram. Na Licenciatura em Química, foram ofertadas cinco turmas e destas, apenas uma já efetivou seu ciclo de duração, pois conforme prevê o Projeto Pedagógico do Curso, sua integralização será em quatro anos. Esta primeira turma começou suas atividades pedagógicas em fevereiro de 2011 e concluiu em dezembro de

59 2014. Das trinta e cinco vagas ofertadas inicialmente, cinco concluíram o curso no tempo mínimo previsto.

O Campus Panambi já ofertou três especializações lato sensu desde o início das suas atividades, sendo que duas delas já concluíram suas turmas. A Especialização em Docência na Educação Profissional iniciou em agosto de 2011 e encerrou em 2013 ofertando 35 vagas. Destas vagas iniciais, 27 alunos concluíram o curso. Também o curso de Especialização em Gestão Pública proporcionou 35 vagas iniciais, e suas atividades letivas começaram em março de 2012 e encerraram no ano de 2014. Neste curso, foram 21 os alunos que se tornaram especialistas em Gestão Pública. Já o curso de Especialização em Gestão Escolar iniciou suas aulas em 2014, com 35 alunos, e o curso ainda estava em andamento até a elaboração deste texto.

Na modalidade de educação à distância, o Campus Panambi oferece o curso de Técnico em Secretariado em diversos Polos de Educação a Distância. As cidades contempladas (todas no Estado do Rio Grande do Sul) com o curso são as seguintes: Não-Me- Toque, São Sepé, Santa Maria, Pinhal Grande, Sobradinho, Silveira Martins, Giruá, Nova Palma e Ivorá. Ao todo, já foram ofertadas 21 turmas nos diversos polos, sendo que destas onze turmas já terminaram seu tempo de duração do curso. As primeiras cinco turmas foram do período de agosto de 2012 até o mês de dezembro de 2013. Neste período foram oferecidas 200 vagas e destas 112 alunos concluíram o curso de Técnico em Secretariado. Já outras seis turmas tiveram suas atividades de ensino de agosto de 2013 até dezembro de 2014. Neste intervalo, foram ofertadas 240 vagas, sendo que destas 116 foram os alunos que se formaram no final do curso. Os índices apurados demonstram que se trata de um ótimo indicativo de aproveitamento dos discentes em se tratando de um curso na modalidade à distância.

Após a compilação destes dados, podemos nos deparar com os resultados e assim interpretar empiricamente alguns efeitos advindos destes números. Em primeiro lugar, queremos deixar claro que não se trata de crítica ou apontamento negativo em relação aos dados apresentados. Inicialmente, alguns destes números podem ter um efeito restritivo ao apontar a baixa conclusão dos discentes em alguns cursos. A questão da evasão é algo que já é tratado institucionalmente através de políticas como o Programa Nacional de Assistência Estudantil e outras ações do Instituto Federal Farroupilha, por isso este assunto – que não é o escopo principal desta pesquisa, mas sim a relação entre a política pública da oferta de educação profissional e o desenvolvimento local e regional – serve como um alerta, mas sem

60 comprometer o trabalho desenvolvido de expansão e oferta de Educação Profissional e Tecnológica pelo Instituto Federal Farroupilha Campus Panambi.

Mas com os dados em voga, podemos perceber que os cursos integrados de nível médio, que são aqueles cursados por alunos na dita “idade regular” para o Ensino Médio, são os de maior aproveitamento por parte dos alunos. Mesmo com a elevada carga horária, em que muitas vezes os discentes chegam a ter 16, 18 disciplinas por semestre, mesmo assim é elevado o número de alunos que concluem e terminam o curso. Muitos deles inclusive acabaram logrando êxito em vestibulares e com um ótimo desempenho no ENEM e assim conseguiram vagas em universidades públicas e privadas. Para exemplificar, a primeira turma de Técnico em Química teve 19 alunos concluintes, destes três foram aprovados em universidades federais para o curso de Engenharia Química, e os outros foram aprovados em diferentes graduações. Outro dado positivo que chama a atenção também é em relação aos cursos de especialização lato sensu ofertados pelo Campus Panambi, os quais tiveram um ótimo aproveitamento pelos alunos. E assim como os alunos do Ensino Médio, os discentes que fizeram cursos de Especialização também apresentaram um salutar aproveitamento, pois a grande maioria completou o curso com êxito.

Já em relação aos cursos superiores e na modalidade PROEJA, os números demonstram outra situação. Logicamente que os cursos ainda são recentes, muitas turmas ainda estão em andamento, mas uma hipótese que não podemos descartar é que a maioria destes cursos ocorre no período noturno. E na grande maioria das vezes, a pessoa que opta por estudar à noite se deve ao fato de que precisa trabalhar durante o dia. Esse é um dos fatores que preponderam no desestímulo e consequente desistência por parte dos discentes que optam por fazer um curso técnico ou superior após sua jornada de trabalho. No entanto, precisamos destacar alguns exemplos positivos. Um deles é em relação ao curso noturno de Licenciatura em Química, que da primeira turma de cinco formandos, quatro destes alunos foram aprovados em cursos de pós-graduação stricto sensu em diferentes universidades. Isso é um reflexo positivo do ensino aliado à pesquisa e a extensão que é proporcionado pelo Instituto Federal Farroupilha Campus Panambi.

Outro efeito advindo da oferta de Educação Profissional e Tecnológica de forma gratuita pelo Instituto Federal Farroupilha Campus Panambi se dá no aumento do número de alunos matriculados no ensino médio na cidade de Panambi. Isso fica explícito no Plano Municipal de Educação de Panambi de 2015 - 2024 onde diz:

61 No Ensino Médio ainda precisa haver um avanço na universalização do acesso dos alunos até os 17 anos, neste nível de ensino. Dos 89% da população de 15 a 17 anos que frequenta a escola, apenas 56,9% dos alunos está cursando o Ensino Médio, na série/idade própria. Esse índice justifica-se pela distorção idade-série presente no Ensino Fundamental e no próprio Ensino Médio. Com a instalação do Instituto Federal Farroupilha, no Município, a matrícula no Ensino Médio reagiu e voltou a crescer (PANAMBI, 2015).

E não apenas no Ensino Médio, o Instituto Federal Farroupilha Campus Panambi ajudou os índices municipais de Panambi a melhorarem. Ainda conforme o Plano Municipal de Educação de Panambi 2015 – 2024 no que tange a educação profissional e aos cursos técnicos subsequentes, as matrículas totais, excetuando-se os cursos superiores, no Instituto Federal Farroupilha Campus Panambi passaram de 1.531 no ano de 2013 para 1.883 matrículas realizadas no ano de 2015, o que representa um acréscimo de 22% no número de matrículas efetivadas no Campus Panambi.

Como vimos, a Educação Profissional e Tecnológica tem como colaborar nas emergências sociais quando ela concretiza para a formação humana e para o trabalho dos cidadãos. A sociedade atual precisa rever seus propósitos sociais, pois as disparidades econômicas são muito eloquentes em todas as nações. Especialmente no Brasil, é sabido que os índices de desigualdade social sempre foram incompatíveis com o real anseio dos trabalhadores e cidadãos.

Dessa forma, a Educação Profissional e Tecnológica poderá contribuir de forma eloquente para a diminuição da desigualdade social e consequente desenvolvimento local e regional, no momento em que também a política, o Estado, os trabalhadores e a sociedade como um todo convergirem seus esforços na busca de práticas emancipatórias. Nesse contexto, acreditamos ser necessário que a política pública de formação profissional deva estar atenta as políticas de formação de emprego e renda, e em conjunto com as reais necessidades do arranjo produtivo local, como forma de conduzir o desenvolvimento local e regional.

A oferta de cursos e formações profissionais adequadas ao meio social em que se insere a Educação Profissional e Tecnológica, por meio dos Institutos Federais, ajuda a formar trabalhadores que, mesmo submetidos à lógica capitalista, anseiem pela produção da existência humana. E, além disso, a pesquisa aplicada e desenvolvida, assim como projetos de extensão pelo Instituto Federal, que estes sejam voltados como beneficio social e deste modo impulsionem a tecnologia e a prosperidade da sociedade em que ela esteja inserida.

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CONCLUSÃO

A temática abordada, na presente dissertação de mestrado, foi a Educação Profissional Técnica e Tecnológica. Para trabalhá-la partimos de algumas problemáticas que foram: como se dá a expansão da Educação Profissional e Tecnológica alavancada pelo Governo Federal, frente a novos contextos de legislação e de oferta de ensino público? Como e de que forma a Educação Profissional Pública pode vir a auxiliar no desenvolvimento local e regional da cidade de Panambi? E também que perspectivas sociais são advindas para a população com a modalidade educacional que alia Educação e Trabalho? Diante desses questionamentos, antes de iniciarmos a pesquisa tínhamos a hipótese de que com a interiorização da oferta da Educação Profissional, através da lei nº 11.892/08 que criou os Institutos Federais, o Governo Federal apregoava que essa ação introduziria uma grande parcela da sociedade que era excluída do mercado de trabalho e assim buscaria emancipar socialmente os cidadãos, principalmente para aqueles que não têm oportunidades de estudo e trabalho fora dos grandes centros metropolitanos do país.

Assim, a partir da pesquisa realizada podemos constatar que, em termos de políticas públicas, a Educação Profissional e Tecnológica tem objetivos amplos no sentido de formação e preparo do cidadão frente as mudanças no mundo do trabalho. Embora a educação historicamente tratada de forma isolada da vida profissional, com a implantação da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica através da lei nº 11.892/08, isso passou a ser um dos fatores referenciais para planejar e arquitetar carreiras profissionais, e fazendo com que dessa forma os processos de aprendizagem ganhassem um novo status no planejamento de programas educacionais e de políticas de inserção social.

No que concerne especificamente à cidade de Panambi, a vinda de um Instituto Federal de Educação foi de grande relevância para a oferta de ensino público e para grande parcela da sociedade que não teria oportunidade se não fosse pelo viés gratuito. Mesmo sendo uma instituição nova e que ainda está iniciando seus passos, o Campus Panambi já revela o seu potencial como fomentadora na formação profissional em diferentes eixos tecnológicos – como buscamos demonstrar durante a pesquisa na oferta de diversos cursos –, que são necessários para o contexto econômico local e regional. Isso reflete em termos práticos, ao oferecer ensino médio integrado e cursos superiores na cidade de Panambi, no aumento da

63 escolaridade da população, na mais adequada formação profissional para determinado posto de trabalho, e assim proporciona o ganho social esperado pela educação. E mesmo que esteja inserida no universo amplo e complexo da Educação Profissional e Tecnológica, a novidade advinda com a implantação do Campus Panambi do Instituto Federal Farroupilha foi ponderada em todas as suas nuances e variações.

Para isso, percorremos autores e trabalhos consagrados sobre a relação da Educação com o Trabalho e também buscamos interpretar a instituição da nova Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica com a criação da Lei nº 11.892 de 2008, e que instituiu os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. Logicamente, que as políticas públicas necessitam de algum tempo para surtirem algum efeito e o surgimento dos Institutos Federais é muito recente. Nossa pesquisa, portanto, propôs também registrar o processo histórico da Educação Profissional e Tecnológica, sua relevância no contexto econômico atual e sua premissa de buscar potencializar o desenvolvimento local e regional onde ela esteja inserida. Acreditamos que esse ainda é um processo inicial de estudo, pois já surgem outros conceitos e programas mais recentes de Educação Profissional e Tecnológica como, por exemplo, o PRONATEC.

No entanto, ao trabalhar sobre a implantação e atuação do Campus Panambi do Instituto Federal Farroupilha, podemos afirmar que sua inserção na comunidade local e regional nos denotam outros questionamentos que podem servir como alicerce de futuras pesquisas. Nesse sentido, a dissertação de mestrado cumpre o seu papel de buscar aproximar, na medida do possível, a compreensão e a realidade que está posta, e a partir da visão do pesquisador suscitar novos debates e problemas de pesquisa. Dentre esses questionamentos, nos permitimos pensar sobre: o quanto a política dos Institutos Federais dá continuidade e o quanto ela rompe com a trajetória de oferta de educação profissional pública no Brasil? Como

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