N
RICARDO
CORRÊA
AVALIAÇÃO
DA
QUALIDADE DE
VIDA
EM
INDIVÍDUOS
`
HIPERTENSOS
NO
BAIRRO
CÓRREGO
GRANDE
EM
FLORIANÓPOLIS
Trabalho
apresentado àUniversidade
Federal
de Santa Catarina
como
requisitopara
a conclusãodo
Curso
de
Graduação
em
Medicina.I
Florianópolis
Universidade
Federalde Santa
CatarinaRICARDO
CORRÊA
AVALIAÇÃO
DA
QUALIDADE DE
VIDA
EM
INDIVÍDUOS
HIPERTENSOS
No
BAIRRO
CÓRREGO
GRANDE
EM
FLORIANÓPOLIS
Trabalho
apresentado àUniversidade
. Federal
de Santa Catarina
como
requisito
para
a conclusaodo Curso
de
Graduacao
ft '-.. .I 5*
em
Medicina. . _.,__~'1.› ~%z,í'=
Coordenador
do
Curso:
Prof.
Dr.
Maurício
JOs'éLifpes
Pereima
Orientador:
Prof.
Dr. Iberê
do Nascimento
`
Florianópolis
Universidade
Federalde Santa Catarina
'
Ítaca
Se partires
um
dia rumo á Ítaca,faz votos de que o caminho seja longo, repleto de aventuras, repleto de saber.
Nem
Lestrigões nem os Cíclopesnem o colérico Posídon te intimidem; eles no teu caminho jamais encontrarás se altivo for teu pensamento, se sutil
emoção teu corpo e teu espírito tocar.
Nem
Lestrigões nem os Cíclopesnem o bravio Posídon hás de ver, se tu
mesmo
não os levares dentro da alma, se tua alma não os puser diante de ti.Faz votos de que teu caminho seja longo.
Numerosas serão as manhãs de verão nas quais, com que prazer, com que alegria, tu às de entrar pela primeira vez
um
porto para correr as lojas dos fenícios e belas mercancias adquirir: madreperolas, corais, âmbares, ébanos, e perfumes sensuais de toda a espécie, quanto houver de aromas deleitosos.A
muitas cidades do Egito peregrina para aprender, para aprender dos doutos.Tem
todo o tempo Ítaca na mente. Está predestinado a ali chegar.Mas não apresses a viagem nunca.
Melhor muitos anos levares de jomada
e fundeares na ilha velho enfim,
rico de quanto ganhaste no caminho,
sem esperar riquezas que Ítaca te desse.
Uma
bela viagem deu-te Ítaca.Sem ela não te ponhas a caminho. Mais do que isso não lhe cumpre dar-te.
Ítaca não te iludiu, se a achas pobre.
Tu te tomaste sábio,
um
homem
de experiência, e agora sabes o que significam Ítacas. Kostantino Kavávisiv
DEDICATÓRIA
/ r 1
A
memoria
de
minha
avo
Alexa/idrina
Corrêa
que,
com
sua
s impl
ic
idade
,soube
me
passar
inúmeros,
e
inestimáveis,
valores
que
fundamentaram
a
base
AGRADECIMENTOS
Aos meus
pais, peloexemplo
de vida, e principalmente porque eles acreditaram que euum
dia passariano
vestibular. Esperaram seis longos anos para que eume
formasse.Incentivaram-me
em
todos osmomentos
de dificuldade. Fortaleceram-meem
cada episódiode desespero.
E
financiaram,sem
amenor
perspectiva de receberem algoem
troca que nãominha
felicidade, todo omeu
sonho deme
tomar
médico.A
minha
irmã, por serum
exemplo
em
dar a volta porcima
de cada desafio, ecomprovar
que sucesso é resultado direto deempenho
e dedicação.À
Letícia por seu amor, porme
suportar e porme
ensinar o quão importante e' aorganização.
A
toda a família Schmitz, pelo apoio e carinho. Principalmente pelos conselhosfinanceiro-profissional-administrativo
do
Seu Lauro e pelas refeições maravilhosas daDona
Wilma,
que sempre tornavammeus
finais desemana
mais saborosos.Ao
Dr. Iberê que foimeu,
orientador, professor, conselheiro e principalmenteexemplo
de médico.
A
todos osmembros
daGT
enrerpríses.Ao
Vequi
(mestre nas imitações) por serum
exemplo
de alegria,sempre
me
fazendo sorrir.Ao
Zeni(um
ser dicotômico por excelência),minha
duplano
internato, cuja seriedade - apesar da tenra idade - ehumor
sutil aindame
impressionam.
Ao
Bidu
(Suuuuper) chefe doQG,
sempre de portas abertas, fazendo da sua casa segundo lar de muitos.E
é claro aomembro
honorárioHugo
(AfonsoAlonso Carbono
Cremoso)
um
ser astral. Esses integrantestomaram-se
meus
innãos, pois somente irmãosbrigam, discutem e depois
esquecem
tudo,além do
que somente irmãos preocupam-seem
favorecer o sucesso uns dos outros.
À
Super Liga do Futebol por seu apoio e incentivo incondicional,mesmo
queinfrutífero,
em me
tornarum
bom
jogador.Ao
Augusto
(Abravanel) e ao Julyan (Conan) pelas incríveis tardes,no
Centro deSaúde Córrego Grande, repletas de conhecimento e alegria.
E
a todos os integrantes desse tão especial grupoMED
011, por todas as festas quefizemos
juntos.vi
RESUMO
Objetivos: Avaliar a
qualidade
de
vida
de
indivíduos
hipertensosmoradores
do
bairro
Córrego
Grande
em
Florianópolis, e analisar pontos positivos e negativosem
relação a aplicação do instrumento utilizado
no
presente estudo.Metodologia:
Em
um
estudo
analítico,do
tipo transversal, pacientes hipertensosmoradores
do
bairroCórrego
Grande,
foram
entrevistados equestionados
a respeitode
sua qualidade
de
vida.As
informações
foram
obtidaspor
meio
de
entrevistascom
os pacientes.
Para determinar o
déficit,ocasionado
peladoença
hipertensiva eseu
tratamento
medicamentoso,
na
qualidade
de
vida
destes pacientes, foi utilizadocomo
instrumento o
questionáriode
Bulpitt e Fletcher, jádevidamente
traduzido
eadaptado
para
a realidade brasileira.Resultados:
A
amostra
foicomposta de
vinte e seis indivíduos,de
idade
média
de
sessenta equatro
anos.Todos
os indivíduos entrevistados apresentaram déficitna
qualidadede vida.
Apenas
quatro apresentaram valores comparáveis aum
indivíduo não doente.Houve
importante congruência entre o escore obtido
com
as respostas objetivas e as respostas subjetivas.Conclusão:
A
terapia anti-hipertensiva,bem
como
todos as alterações que adoença
hipertensiva traz ao paciente
diminuem
sua qualidade de vida. Verificar que a pressão arterialencontra-se
em
níveis nonnais, não significa dizer que o indivíduo está completamentebem.
Se
há
instrumentos capazes de avaliarem a qualidade de vida dos pacientes hipertensos, essesdevem
ser utilizados, para que cada vez mais possa se proporum
tratamento maisadequado
eindividualizado para esses pacientes.
ABSTRACT
Objectives:
To
evaluate the quality of life of hypertensive individuals living in CórregoGrande
district of Florianópolis city and analyze the positive and negative points regardingthe application of the instrument used in this study.
Methodology:
In an analytic transversal study, hipertensive patients residents in CórregoGrande
districtWere
inquired about their quality of life.The
informationwas
obtained with aninterview with the patients. In order to detennine the deficit in the quality of life of this patients, caused
by
the hypertensive disease and its treatment, Bulpitt and Fletcher questionarywas
used as the instrument of this study, properly translated and adapted to Brazilian reality.Results:
The
sample consisted of twenty-six individuals,mean
age of sixty-four. Allindividuals interviewed had a deficit in their quality of life.
Only
four presented comparablevalues With non-hypertensive individuals. There
Was
great congruencebetween
the score obtained and the objective and subjective answers.Conclusion: Anti-hypertensive therapy, as well as all the alterations of the hypertensive
disease itself diminish the quality of life of the patient.
To
verify a nonnal value for thearterial pressure of a patient does not
mean
he is completely healthy. If there is any instrumentable to evaluate the quality of hypertensive patients” lives than it
must
be used in order topropose
more
adequate treatment individualized for these patients.viii
LISTA
DE
QUADROS
E
FIGURAS
(,)uAQi_g_c_›_1,iP.z\c1E:-mg; EM_u_s;ç¿_QE
UM
i;_\z;¿;_Q__í;1 ... ._ 10--- -- 11
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... .. 11 --- ›- 12 .QLlââššáiš.z.E¿xÇ_!š.š§.'J§ä$_š_M__iJ§.Q_L2E_Iäʧ..19_lšQQéz§..&.N.'!;J.:Jíl_Eíã_RfILš_㧧š_Ê¿A§_z --- » 12 1Ê'Í!_§`é.U_¡:šzä._'ã.z_Ç_1í_-'>`_§`V.Ç.1.B>.tí.'_L?Q§__R£âÇ.!ší.š§j!LEÃQL1E..UzSzAM__IJi£§.äëíâilfiàã.êäL11l:äl.íš?äíái`§š>l§J.ëf,A§z --- -- 13 {{1_Ç¿_1_4§§g11y1B¿3gg¿¿Ç¿,ÀQ__g§;1z13§_Q§_1;§gf¿Jg§__gäêg§1§1_';ji¿§. ... .. 14 _¡> .1Í'Í!.Ç.f.'êJišé__'5....lÊQöIíLšš_;_KE.\‹IJ§LLé~__12_ó..SQ§1.EQôL?§.1š.1iê§iL§šIiz_._L?§__1f_iikʧ.BI!j!§§;2ÀQ_X9Lzššz.NÍI1.,__2QQ.§¿.!?ézQz__Z§z --- -- 15 --- -~ 15FÁGURA 7. PAC¡;e1\'='1`E NF. 61 Amos. l_.‹s_A. .A1r*E;×z1ou_>1-. ... ..16
Fics PAc1E'z\'='rE 0.5./\. 70 /›.Nos.í Lis1NoPr<.u_ E í-11DR‹)c1.o.R‹yr;'A;:gm. ... .. 17
SUMÁRIO
iifiiiisiziiifoifgiié.nmøsiiiø
... ..i _ ... .. iiDfinicziiúmzi
... .. iv AeiâàiiâiâcriMiâN'i*‹>s ... ..v
Rasiiwo
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... .. ixi
iNifR0DUg,Ã0
... .. 1Hipertensãa Arterial Sistêmica e Úuaflidaâie de
Vida
... .. 12
ossmivos
... ..4 3Mmiiiiiiis
... ..5 3.1Tiga de Estuda
... ..5 3.2 Liicai ... ..5 3.3Amostra
... ..5 3.3.1 Critérios de Inclusão: ... ..5 3.3.2 Critérinsde Excígsão
... ..5 3.5O
Instrumento
... ..63.6 Análise dos
Dados
... .. 73.7 Asgectos Éticos ... ..8 §_I~§ESUÍEƒ.E`AÍE)Q§š IÇ__ͧ}šS{ÍUSSÂQ ... ..9 4.1 Resuitaíšos ... ..9 §$_,”2fi__A3§¿_¿;§_§gg;;§Q__çÂg__Qg_gl§§_;;gÂg_gigfišglgâ ... .. 14 4.3 Liinitações
dqjfgabalhø
... .. 19 4,4 AygâiigçãgzfdaiAipziligtaçãqzglígifQuggtiongãgiç ... .. 19 5CONÍSÊDERACÕES
FÍNAÍS
... ..21RELEERÊEÇ1A;S}B1m;,:m‹;Rémícâs
NÚRMÀSADGTADAS
...H1
INTRODUÇÃO
Hipertensão Arterial Sistêmica e
Qualidade de
Vida
É
estabelecido o diagnóstico de Hipertensão Arterial,quando
através demétodos
econdições apropriadas, se encontram valores tensionais, permanentemente, elevados
acima
dos níveis considerados normaisl.
A
aterosclerose e trombose, quetem
como
fator de risco a Hipertensão Arterial Sistêmica, se manifestam, predominantemente, por acometimento isquêmico cardíaco, cerebral, vascular periférico e renal.Também
a Hipertensão Arterial Sistêmica responde por25%
da etiologia multifatorial da cardiopatia isquêmíca e por40%
da etiologia dos AcidentesVasculares Encefálicos, sendo a causa direta da Cardiopatia Hipertensiva e conseqüentemente da Insuficiência Cardíaca.
O
acometimento isquêmico e as alterações vasculares renais diretastomam
a Hipertensão Arterial Sistêmicauma
das mais freqüentes causas de InsuficiênciaRenal Crônica. Essa multiplicidade de conseqüências coloca a Hipertensão Arterial na origem
das doenças crônico degenerativas e, portanto, a caracteriza
como
uma
das causas de maiorredução da expectativa de vida e da qualidade de vida dos indivíduosz.
E
dentre as doenças cardiovasculares, é à Hipertensão Arterial que mais setem dado
ênfase
no
que tange a questão de Qualidade de Vida.Não
somente pelos prejuízos que a própria doença hipeitensiva traz à qualidade de vida,mas
principalmente pelos efeitos deletérios dosmedicamentos
utilizadosem
seu controle3, conforme anexo IV, sendoque
somente
33%
dos indivíduos tratados alcançam o objetivo terapêutico4.Então,
um
grande desafio tantono
diagnóstico quantono
controle da hipertensãoarterial, é conhecer o impacto da doença e seu tratamento sobre a vida do paciente.
O
curso assintomático da doença até sua descobertaou
até que ocorram lesõesem
órgãos alvo sãofatores importantes que dificultam ainda mais esse aspectos.
Mas
o que é qualidade de vida?Como
defini-la precisamente?E
como
avaliá-la?O
Grupo
de Qualidade deVida
da Organização Mundial de Saúde(OMS)
conceituacomo
qualidade de vida “a percepção
do
indivíduo de sua posiçãona
vidano
contexto da cultura esistemas de valores nos quais ele vive e
em
relação aos seus objetivos, expectativas, padrões epreocupações”.
Para
Rocha
et al, ...mede-seem
qualidade de vida apenas urna fração dosmovimentos
exercidosno
solo urbano e na pelehumana.
Configura-se somente a parte quepode
ser2
exposta e mensurável das complexidades
do
homem.
É
a pretensão de verter a agilidade davida
em
conceitos, números, cálculos, análises...De quem
é amelhor
percepção de qualidade de vida: daqueles que avivem ou
daquelesque a
observam?
Possivelmentedo
conjunto de ambos, desde que os aspectoshumanos
sefundam
em
um
conceitotambém
agregado de desenvolvimentohumano.
Conceituarqualidade de vida
tem
se mostradoum
desafio contínuo. Medi-laassume
contornos aindamais pretensiososó.
Estudos
como
o de Bulpitt et a.7,têm
demonstrado que o conhecimentodo
diagnósticode hipertensão influencia o relato de sintomas, o absenteísmo ao trabalho e a qualidade de
vida. Essa interferência negativa ocorreria devido ao
fenômeno do
“rótulo”,denominação
dada por esses autores para designar aqueles pacientes que se sentem estigmatizados, após a descoberta da doença.
A
relevância desse fato é clara, entretanto, é preciso lembrar que a hipertensão arterialpromove
outras alterações quedevem
ser ressaltadas. Battersby et al. 8,em
estudo
comparando
um
grupo de hipertensos e outro de normotensos concluiu quehá
déficitna qualidade de vida dos hipertensos
em
relação aos normotensos e que,além
da questãodo
“rótulo”, isso poderia ser dado pela própria doença e
também
pelos efeitos adversos das drogas usadasno
tratamento anti-hipertensivo.Sendo
assim, vê-se que o impacto na qualidade de vida éum
aspecto fundamental edeve ser levado
em
consideraçãono
tratamento anti-hipertensivo. Para urna avaliaçãofidedigna da qualidade de vida
em
saúde, é necessária a utilização de instrumentos de medida,habitualmente sob a
forma
de questionáriosg.Bulpitt e Fletcher”
recomendam
que os instrumentosempregados
na avaliação daqualidade de vida
do
paciente hipertensodevem,
entre outros tópicos, ser sensíveisna
avaliação dos eventos adversos de cada droga anti-hipertensiva. Esses autores, portanto,
sugerem que as dimensões escolhidas
em
estudos da qualidade de vidaem
hipertensosdevem
refletir o potencial de eventos adversos
do
tratamento, assimcomo
o déficit na performanceno
trabalho, problemascom
a função sexual e efeitos deletériosno
humor.De
acordocom
Testa et al., o status de saúdepode
sermedido
em
termos de sintomasobjetivos, atividade, função, emoção, cognição e capacidade do indivíduo para realizar seu
trabalho
ou
cumprir seu papelna
sociedade.A
combinação
entre fatores externos, níveis objetivos de saúde e os filtros de percepção subjetiva é que finalmente determina a qualidadede vida e a satisfação
com
o tratamento medicamentosoll.Ainda
para essa autora, amedida
da qualidade de vida
em
pesquisas clínicas requer a avaliação dos efeitos físico, psicológico epsicológico, por exemplo, possui atributos positivos,
como
o sentimento de bem-estar e ovalor pessoal positivo, assim
como
atributos negativos,como
depressão e ansiedade.Então, entende-se a Hipertensão
como
uma
doença crônico-degenerativa, queinevitavelmente, vai diminuir, ao longo
do
tempo, a qualidade de vida do indivíduo.Soma-se
a isso o fato de o tratamento anti-hipertensivo,
com
seus efeitos colaterais,também
minar a qualidade de vida dos indivíduos.O
presente trabalho propôs-se a aplicarum
instrumento, jádevidamente traduzido, e validado para a realidade brasileira,
como
forma de ampliar cada vez mais o conhecimentomédico
nesta área tão, incipientemente, explorada que é a Qualidade de Vida.Não
há maiscomo
olhar o indivíduo hipertenso deuma
forma estanque, simplista,como
verificar sua pressão arterial, classificá-la e então iniciar o tratamento,meramente
com
o objetivo de regularizar seus níveis pressóricos.
O
manuseio do
paciente hipertenso não develimitar-se a
um
procedimentoou
auma
técnica isolada, e a avaliação desse paciente nãopode
ser restrita a
uma
simples categoria epidemiológica clássica”.Os
instrumentos existem, estão sendo constantemente re-elaborados, e dessa maneiradevem
ser utilizados sempre que possível.Talvez seja mais difícil, inicialmente, para os profissionais da área da saúde, incluírem
em
suas anamneses,um
questionário de avaliação da qualidade de vida de seus pacientes,mas, é só
com
a aplicação desses instrumentos que, poder-se-á cada vez mais, refinar, otratamento e
acompanhamento
dos pacientes portadores de doenças crônicas.Na
rede de atenção primária a saúde, os agentes de saúde dispõem, hoje, deum
questionário extremamente simples para avaliar os indivíduos hipertensos.
Nessa ficha
deacompanhamento
de hipertensos o paciente é questionado a respeito de alguns poucos itensque são:
0
Faz
dieta0
Toma
medicação0
Faz
exercícios0
Fuma
Portanto o presente trabalho propõe
uma
nova
possibilidade de avaliação dos pacientes hipertensos atendidos pela rede primária de saúde.Um
instrumento quepode
ser aplicado poruma
equipe,como
de agentes de saúde, por exemplo, desde que devidamente treinada, eque
apresenta
uma
abordagem
maisampla
emoderna
capaz de analisar deforma
mais4
2
OBJETIVOS
Objetivo Geral
Avaliar a qualidade de vida de indivíduos
com
diagnóstico de Hipertensão Arterial eem
tratamento anti-hipertensivo,
no
bairro CórregoGrande
em
Florianópolis, SC.Objetivo Específico
Analisar as características da aplicação
do
instrumento utilizado,no
caso o questionário proposto por Bulpitt e Fletcher.3
MÉTODOS
3.1
Tipo
deEstudo
O
presente trabalho constituium
estudo
observacional, descritivo, transversal.3.2 Local
A
coletade
dados,
atravésdo
questionário foi realizadano
bairrodo
Córrego
Grande,
em
Florianópolis, entre os diasO6
de
março
de
2006
e22
de
abrilde
2006.3.3
Amostra
A
amostra foicomposta
porum
número
total de 30 indivíduos,com
diagnóstico dehipertensão, moradores
do
bairro Córrego Grande.Os
indivíduos escolhidos faziam parte dalista de hipertensos visitados por agentes de saúde,
do
Centro de Saúde do Bairro Córrego Grande.Os
participantes foram previamente visitados poruma
agente de saúde, que lhesconvidou a participar desta pesquisa, todos foram informados do caráter da
mesma
e de sua finalidade, e antes da aplicação do questionário, liam e assinavam o termo de consentimentoesclarecido.
3.3.1 Critérios
de
Inclusão:0 Paciente
com
diagnóstico de Hipertensão Arterial, e que faz partedo
cadastro de visitadomiciliar, dos agentes de saúde, que
atuam
nacomunidade do
Córrego Grande.0 Paciente
acompanhado
há pelomenos
um
ano, pelos agentes de saúde.0 Indivíduo que faz uso regular de medicação anti-hipertensiva
há
pelomenos
um
ano.0 Aceitação
do
paciente atravésdo
termo de consentimento informado.3.3.2 Critérios
de
Exclusão:0
Não
concordância na participação da pesquisa.0 Outra doença crônico degcnerativa
como
Osteoartrose, que pudesse causarsintomatologia que confundisse suas respostas
no
questionário. 0 Pacienteem
uso incorreto de medicação,como:
6
o Deixou
de tomar a medicação no últimomês
o Trocou
a medicaçãono
últimomês
o
Alterou a dosedo
remédio, por vontade própria,sem
critériomédico
3.4
Procedimentos
Os
dados foram coletados através de questionário aplicado durante entrevista.Os
participantes foram orientados a fornecer respostas livres às questões,
sem
a interferênciado
entrevistador. Durante a entrevista só se faziam presentes o entrevistador,
no
caso o autordo
trabalho, e o paciente entrevistado.
Nenhum
familiar oumesmo
o agente de saúde interferia,ou
presenciava a entrevista, para evitar aomáximo
viés de interferência.3.5
O
Instrumento
O
instrumento utilizado para pesquisa foi o questionário de Bulpitt e Fletcher. Esse é oprimeiro instrumento específico para avaliação da qualidade de vida
em
pacientes hipertensos,no
Brasil, que passou pelo processo de tradução e adaptação transcultural 9.O
mesmo,
já tevecomprovada
sua validade, confiabilidade e sensibilidade àsmudanças do
tratamento anti-hipertensivo, está, portanto, apto a ser utilizado na investigação e prática clínica.
Esse questionário
tem
dois grupos distintos de perguntas, as de resposta objetiva,SIM
ou
NÃO,
e as perguntas que pemiitemuma
resposta aberta,ou
seja, subjetiva.As
questõesavaliam os seguintes domínios:
0 Aspectos Sociais
0 Capacidade Funcional
0 Estado Geral de Saúde
0 Aspectos Físicos 0
Dor
0 Saúde Mental
0 Aspectos Emocionais
0 Vitalidade
Os
domínios são basicamente classes de caracterização de diferentes aspectos envolvidosna
análise da qualidade de vida de
um
indivíduo.O
protocolo de pesquisatem
um
total de46
perguntas, dessas, 35 são objetivas e ll sãomedicamento
anti-hipertensivo utilizado, foram coletados apenascom
o objetivo dereconhecimento, não foram a esses dados, portanto, atribuídos valores.
Às
respostas objetivas foram atribuídos valores 0 (zero) e 1 (um),como
mostra oAnexo
IV,esses valores foram contabilizados ao final
do
questionário e posteriormente lançadosem
um
gráfico que mostra o déficit
na
qualidade de vida.Quanto
maior onúmero
de respostasSIM,
cujo valor éZERO,
maior é esse déficit.Não
foram contabilizadas as perguntas nãorespondidas.
Os
dados subjetivos relacionam-se às respostas abertasdo
questionário. São utilizados,posteriormente, para analisar de
uma
forma maisampla
e personalizada cada indivíduosubmetido ao inquérito.
3.6 Análise dos
Dados
Os
resultadosforam
analisados,primeiramente,
em
conjunto, posteriormente,foram
separados alguns
casospara
serem
analisadosindividualmente,
relacionando-sesua
pontuação
no
questionáriocom
suas
respostas subjetivas,para
reforçaro
caráter qualitativodo
estudo.Os
resultados foram obtidoscom
a seguinte fónnula:Escore
=
Soma
de
todos os
pontos
x
100
Número
de
questões respondidas
O
escore é o resultado das respostas objetivasdo
questionário, assim quanto maior onúmero
de respostas
SIM,
ao questionário maior o déficit. Para exemplificar:Se
um
paciente responder a trinta (30) questões e destas, vinte (20) forem respostasSIM,
oresultado será igual a sessenta e seis por cento de respostas
SIM,
que significa sessenta e seispor cento de déficit.
Escore
=
E
x
100
=
0,66x
100
=
66%
30
Podemos
entendertambém
de outra maneira, oexemplo
acima.Como
o paciente respondeu8
marcaria trinta pontos,
podemos
pensar que esse paciente teveum
déficit de20
pontos, que transformandoem
porcentagem vai resultarem 66%
de déficit.Os
resultados foram dispostosem
forma de quatro quadros e três gráficos.Nos
quadrosaparece o
nome
do
indivíduo, sua idade e medicação de que faz uso.E
nos gráficos encontra-se plotado a pontuação que cada individuo obteve
com
as respostas objetivasdo
questionário.Os
quadros e seus respectivos gráficos dividem-se acordocom
o nüunero demedicamentos
de que faz uso cada indivíduo. Assim,no
primeiro gráfico estão os indivíduos quefazem
uso deuma
única droga,no
segundo gráfico, duas drogas eno
terceiro gráfico, três drogas eno
quarto gráfico mostra os escores dos três grupos, para que estes sejam comparados.Não
houve, dentro da amostra pesquisada, individuos que
fizessem
uso de mais de três drogas anti-hipertensivas. Essa divisão dos resultados,
em
quatro gráficos,tem
por objetivo analisar sehá
diferenças
na
pontuação, entre sujeitos quefazem
uso deum
menor
ou
maiornúmero
de medicações.Q
3.7 Aspectos Éticos
Antes da aplicação
do
questionário, era, novamente, explicado a cada paciente o caráter voluntário da sua participação, deixando-os livres para recusarem a participarou
abandonarem
a entrevistaem
qualquermomento,
bastando comunicar ao pesquisador taldecisão.
Não
houve, quaisquer, riscos para os pacientes, de maneira que não foram feitasintervenções,
nem
mesmo
observações sobre a medicação que estavam utilizando,ou
os sintomas que relatavam.A
pesquisa consistiu na coleta de dados através de entrevistaspessoais realizadas pelo próprio entrevistador.
Os
dados foram arquivados deforma
confidencial, demodo
que apenas o pesquisador, e seu orientador, tinham acesso aosmesmos.
A
identidade dos pacientes foi omitida dos registros, afim
de resguardar a privacidade dos4
RESULTADOS
E
DISCUSSÃO
4.1 Resultados
O
número
total de pacientes entrevistados foi de30
indivíduos, 4 foram, posteriormente,excluídos da pesquisa por utilização incorreta da medicação. Portanto o
número
de pacientesQuadro l Pacientes
em
uso deum
único medicamentoPaciente
Identificação
Medicamento
F.C.A.M, 59 anos Hidroclorotiazida
E.F.M., 75 anos. Telmisartana
D.N.C., 64 anos. Propranoloi
M.F.A.C.,
42
anos. AtenololZ.O.B., 62 anos. Captopril
Z.S.R., 87 anos. Hidroclorotiazida
N.F., 61 anos. Atenolol
O.D.R., 61 anos. Atenolol
O.F.D., 82 anos Hidroclorotiazida
I -
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Figura 2. Escore dos pacientes que usam duas drogas anti-hipertensivas.
Quadro 3. Pacientes
em
uso de três drogas anti-hipertensivas.Paciente
Identificação
Medicamento
1 W.P.C., 69 anos. Clonidina, Candesartanae
Hidroclorotiazida
2
Z.V.N., 68 anos. Verapamil, AmiloridaeHidroclorotiazida
3 G.C.B., 70 anos. Enalapril, Hidroclorotiazida e
Metroprolol
4
E.R.A.,47
anos. Enalapril, HidoclorotiazidaeMetroprolol
5
M.G.M.,
55 anos Amlodipina, ClortalidonaeForosemida
100%
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Gráfico
quecompara
as médias de respavaliados.
1 2
3
4
5
E
SIM
NÃO
três drogas anti-hipertensivas.
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Quadro
2
Quadro
3
Quadro
4
I
E
SIM
NÃO
Figura 4. Comparação entre os três grlipos de pacientes.
_
4.2 Avaliação
da Qualidade de Vida
Ao
analisar os escores nos gráficos e relacioná-loscom
as respostas subjetivas, pode-se observar
uma
relação direta, poisquando
o gráfico mostra déficits importantesna
qualidade de vida, as respostas subjetivasmostram
amesma
situação, isto seráexemplificado
mais adiante.
Também,
os gráficos mostraram valores muito próximos,quando
foramcomparados
os três grupos de acordocom
onúmero
demedicamentos
utilizados. Istopode
significar que odéficit na qualidade de vida está mais relacionado às características próprias de cada
individuo,
bem
como
ao ajustedo
paciente a sua medicação, e àsmodificações
nos hábitos devida que a doença impõe, não se pode, portanto, atribuir, unicamente, à medicação o déficit na
qualidade de vida.
De
acordocom Gusmão
et al, a validade discriminante, que é a capacidade de separardiferentes grupos, ficou claramente demonstrada, através dos escores obtidos pela aplicação
do
instrumento. Essamesma
autora,em
seu estudo, evidenciou queno
grupo de hipertensos, onúmero
de respostas“SIM”
a alteraçõesou
sintomas questionados, era maiorquando
comparado
a indivíduos normotensos,como
mostra a figura 1. Isto sugere que, os indivíduoshipertensos
têm
um
maior déficit na qualidade de vida,quando comparados
aos indivíduos normotensos6`7.15
PORCENTAGEM
DE RESPOSTAS
SIM E
NÃO
NOS
GRUPOS
DE HIPERTENSOS
E
NORMOTENSOS
`_"_`i_|
1oo°/..35%
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Hipertenso Normotenso
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Figura 5 Fonte: Revista da Sociedade Brasileira de Hipertensão vol 8, n°l, 2005, pág. 26.
Os
resultados obtidos,em
sua grande maioria, assemelham-se aos resultados obtidospor aquela autora.
Apenas
quatro indivíduos entrevistados, obtiveram escores acima de85%,
o que
pode
significar que sua qualidade de vida está sendo muitopouco
afetada pela doençahipertensiva e pela terapia anti-hipertensiva, pois seus escores equivalem ao de
um
indivíduonormotenso.
Analisaremos alguns individuos
em
particular, para mostrar a relaçãodo
escorecom
as respostas subjetivas.Exemplo
1 PacienteF
.C.A.M. de 59 anos utilizacomo
medicamento
unicamentehidroclorotiazida. 100% 1 5% _.;:;:E:5:5:5:E:§:2:¡.¡.;.;.§:§:§:§:§:§:1" __tftftftfff:`:'tft`tftft'tf:f:f:f:f:f:f:f ízëzfsfzíâëzõâz fšâíêízfâfâíziz 50% .f-. \ » ¡.¡.¡.¡.¡.¡.¡.¡.¡.¡.¡ ,;.¿. ;.¿.;.¡.¡.¿.¡.¡_¡.¡.¡.;.;.;.¡.;.;.;.;,;.; _.;.;.;._.-.;.;,.¡.;.;.;.;¡¡.¡.;.¡.;.;.;.;.;. _.~.4:f:f:;:f:5-:52:i: -:-:-:-:-:-:-:-;-:-.- -:-:‹:‹:-3-:~:-.~:-.-.-:-:-:-:~:-:-:›:›:›.-.~:~:<-:~:-$:-:›:-:›:-:~:-1-.‹:‹1-15~1~:~'‹~$:~:-fi:-:~:f:‹:f:f:-:-
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o
F.c.A.M
Figura 6. Paciente F.C.A.M, 59 anos
em
uso de Hidroclorotiazida.O
gráfico mostra que o paciente respondeu positivamente(SIM)
a66%
das questões, o quereflete o déficit
em
sua qualidade de vida.Mas
enquadrar este paciente,meramente
como
tendo
um
déficit de66% em
sua qualidade de vida, seriauma
fonna muito simplista dequando
são verificadas suas respostas subjetivas, esse resultado torna-se mais consistente,adquirindo
um
espectro mais amplo, pois o paciente:0 Sentiu-se incapacitado, por pelo
menos
20 diasdo
último mês, para realizar suasatividades domésticas.
0
Donne
mal, pois levantaem
média
quatro vezes por noite para urinar.0
Diminuiu
o interesse sexual, por dificuldade de se excitar.0
Não
tem
atividadealguma
de lazerExemplo
2 Paciente N.F. de 61 anos, utilizacomo
medicamento
unicamente atenolol..~:f:ftf:f:f:f§:`:`:':':':':':':':" =z:z:z:a:;=;:;:;:z E NÃQ :F :1:í:i:í:¡:I:1:I:í:¡:í:¡:f `:1:¡: -:~:1:1:1:1:i:1:1:=:I:1:¡:1:¡:1:1:1:¡:1:1:i:i:¡:¡:¡:¡:3:2:¡$$$:1^' 1 f ' ‹-:I:-:I:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-;.;-z~z~: ~:~z-z-:~:-:~z-:-:-:-:-:-:‹.~.-.‹.-- .‹:-:-:›:~:-:-:-:-;~:<-:<‹:-:~:~:-:~:-:=:-*:-:-:‹ -' 100% N OI `| 2. °¿ '-2 °¿ ë z.\ > ë N.F.
Figura 7. Paciente N.F. 61 anos, usa Atenolol.
Déficit na qualidade de vida de somente
10%.
Respostas subjetivas:0
Não
se sentiu incapacitado nenhtmi dia do último mês, para realizar suas atividadesdomésticas.
0
Não
acorda a noite para urinar,dorme
bem.0
Não
teve seu interesse sexual alterado.0
Tem
como
atividades de lazer, cinema, caminhadas e grupo de hipertensosno
Centrode Saúde.
Exemplo
3. O.S.A.,70
anos. Lisinopril e Hidroclorotiazida75%
E;š¿i1Ê1Ê1ÍÊÊÊÊ::'ff5^:^555¡fÊÊÊÊÊÊzÊÊÍÊÊÊÊÊ
sw. H S IM l
mz,
17
Figura 8. Paciente O.S.A. 70 anos, Lisinopril e Hidroclorotiazida.
Déficit na qualidade de vida de
34%.
Respostas subjetivas:0
Não
se sentiu incapacitadonenhum
diado
último mês, para realizar suasatividades domésticas.
0
Tem
oGrupo
de Idososcomo
atividade de lazer, que freqüentacom
assiduidade.0
Nega
interferência da doençaem
outros aspectos de sua vida.Exemplo
4. L.B.C., 73 anos. Captopril e PropranololN uu \|
É
o ui o ui oÊ
Ê
$
$
Ê
=š=EfE=š1Erã1ErE=E=2=E=š=š=š=š=5=š=11= E1 S IM I'~
O.S.A.Figura 9. Paciente L.B.C. 73 anos, Captopril e Propranolol.
Déficit de
56%
na
qualidade de vida. Respostas subjetivas:0 Sentiu-se incapacitado, por pelo
menos
10 diasdo
último mês, para realizar suasatividades domésticas. Relata
como
motivos dores nas pernas, fraqueza,dificuldade de concentração.
0
Abandonou
oGrupo
de Idosos, refere que o desânimocom
seu estado de saúde, aimpediu de continuar,
mesmo
sabendo da importância do grupo para sua vida.Os
exemplos
acimamostram
que indivíduos namesma
faixa etária, e usando amesma
de
ambos
estaremcom
os níveis tensionais dentro da faixa considerada normal. Esses tipos deresultados mostram,
bem,
a importância da aplicação de novos instrumentos de avaliação, quetêm
o poder de ir mais fundo na análise deum
paciente e tentar descobrir que nuancesdo
déficit na qualidade de vida
podem
ser alteradas, para assim buscaruma
melhora naterapêutica.
O
esperadono
tratamentodo
paciente hipertenso, é que se obtenha, através daregularização dos níveis tensionais, diminuição
do
risco cardiovascular, controle dos fatoresde risco e das lesões
em
Órgão alvo.”O
tratamento deve ser individualizado e procurar conservar a qualidade de vidado
paciente”,bem
como
induzir aum
menor
número
de efeitoscolateraisl.
Fica claro, a extrema importância, que a redução dos niveis tensionais resulte
em
melhorana
qualidade de vida6*7°l4, permitindo assimuma
maior adesão ao tratamento”, indo aoencontro dos conceitos mais atuais na terapia anti-hipertensiva, que é a possibilidade de
moldar
a terapêutica ao paciente, poisnem
todosrespondem
damesma
maneira aosmesmos
medicamentos."
O
ideal da utilização desse tipo de instrumento seria sua aplicação de maneira seriada.Um
paciente poderia a cada três meses, por exemplo, ir ao Centro de
Saúde
para responder aoquestionário, e dessa forma seu escore atual seria
comparado
aos escores anteriores,mostrando se
houve
melhoraou
não na qualidade de vida.Podendo
o médico, posteriormenteanalisar os resultados e intervir, mais efetivamente, nas modificações de estilo de vida
do
paciente,
bem
como
na alteração da terapia medicamentosa. Até porque muitos dosquestionamentos
-
vide anexo II-
, referem-se a sintomascomo
cefaléia, câimbras, dores naspernas e tornozelos inchados, que são sintomas possivelmente modificáveis.
Fuchs e colaboradores sugerem que os efeitos colaterais dos
medicamentos
anti-hipertensivos, e orientações insuficientes para seguir e entender a prescrição são fatores
que
levam
a baixa adesão à terapia medicamentosa. Esses autores sugerem,também
quehá
necessidade de estratégias inovadoras e simples para aumentaria qualidade de tratamento,
como
chamar
mais o paciente a consulta para que estesrecebam
maiornúmero
de orientaçõese sejam
acompanhados
mais de perto pela equipe de saúdels. Esse é o aspecto que o presente trabalho pretende enfocar que é o de utilizar o questionário para obteruma
visão mais completa do paciente hipertenso, fazê-lo de maneira seriada, intensificando assim seuacompanhamento
e permitindo interferências médicas mais rápidas e efetivas.Cabe
aquitambém menção
aosGrupos
de Idosos e de Hipertensosdo
Centro deSaúde do
19
lazer.
E
como
já observado por Costa, esses grupos criamum
ambiente saudável,levam
informação
na forma
de diversão, influenciando positivamenteno
enfrentamentodo
processo saúde-doença, e atuando efetivamente napromoção
de saúde”.Acabam
influenciando nasmodificações do estilo de vida que
podem
prevenir a hipertensão e reduzir outros fatores derisco a
um
custo baixo.2°O
próprio efeito que os grupostêm
de diminuir a ansiedade e oestresse já
atuam
sobremaneirano manejo
da hipertensão.2'4.3 Limitações
do Trabalho
O
presente estudotem
um
total de vinte e seis sujeitos avaliados, sendo assim os valores encontrados e discriminados nãopodem,
de forma alguma, ser extrapolados para a populaçãoem
geral.Também
não foi proposta deste trabalho discutir condutas médicasno
que concerneà terapêutica de individuos hipertensos,
nem
sugerir modificações nessas condutas.Dessa
mesma
forma, não se pretendeu avaliar, especificamente, diferentes classes de drogas anti-hipertensivas.
Cada
gráfico representa o indivíduo analisado naquelemomento, ou
seja, o resultadodo
questionário aplicado ao gráfico demonstra 0 déficit,momentâneo,
na qualidade de vida daquele sujeito. Entende-se que medidas futuraspodem,
sim, mostrar resultados diferentes, tanto que, o trabalho sugere a aplicação seriada do questionário.4.4 Avaliação
da
Aplicaçãodo
QuestionárioCom
relação à aplicação do questionário, pode-se ressaltarcomo
características positivas0
É
de fácil aplicação, tanto as questões objetivas quanto as subjetivas etambém
ocálculo
do
escore.0 Mostra importante relação entre as respostas das questões objetivas e subjetivas.
0 Foi
bem
aceito por todos os sujeitos da pesquisa.Mesmo
as questões decunho
sexualeram
respondidassem
dificuldades.0
Não
precisa ser aplicado por médico. Estudantes da área da saúde e agentes de saúdese
bem
treinadospodem
aplicar tranqüilamente esse instrumento.E
características negativas:0
A
duração da entrevista depende do grau de entendimentodo
entrevistado, e às vezesduravam
mais de 1 hora,quando
eram
necessárias muitas explicações sobre osNão
é auto-aplicável, pelomesmo
motivo,nem
todos os entrevistadosdemonstraram
capacidade de responderem sozinhos ao questionário.
Algumas
questões relacionam-se a sintomas quepodem
ser ocasionados por outras21
5
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Avaliar da Qualidade de
Vida
de indivíduos hipertensos, utilizando o questionário deBulpitt e Fletcher, objetivo principal deste estudo, é possível.
O
instrumento utilizado no presente estudo provou ser eficiente, pois mostrouuma
importante congruência ao relacionar os valores encontrados nas respostas objetivas
com
as respostas subjetivas.Muitos dos entrevistados apresentaram grandes déficits
em
sua qualidade de vida, por motivos possivelmente modificáveis,como
cãimbras, cefaléia e falta de lazer.O
quenos faz pensar na possibilidade de diminuir esse déficit, mediante ajustes
na
terapiamedicamentosa ou
mesmo
nos hábitos de vida desses sujeitos.Inúmeros indivíduos da pesquisa relataram
como
única atividade de lazer os grupos deidosos, hipertensos que são atividades proporcionadas pelos Centros de Saúde, vê-se aí
a importância dos Centros de
Saúde
para amanutenção
da qualidade de vida paraesses indivíduos.
As
limitaçõesdo
presente trabalhomostram
a necessidade deum
número
cada vez maior de trabalhos nesta área tão imensa que é a Qualidade de Vida. Pois quanto maisesses instrumentos de avaliação forem testados e estudados, melhores resultados serão obtidos
com
sua aplicação e mais confiáveis serão esses resultados.L
2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10 11. 12. 13.REFERÊNCIAS
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fatores de risco cardiovascularesem
servidores da Universidade deBrasília. Arq. Bras. Card.
2006
Janeiro 86(l): 26-30.Sparremberger F, Moreira
LB,
CanappeleMCGL.
Associação entre estresse e hipertensão.2004
7(3):96-99.NORMAS
ADOTADAS
Este trabalho foi realizado seguindo a normatização para trabalhos de conclusão
do
Curso deGraduação
em
Medicina, aprovadaem
reuniãodo
Colegiado do Curso de Graduaçãoem
I. Principais classes
de
medicamentos
anti-hipertensivos utilizados e seus efeitosadversos
mais comuns.
Medicamentos
EfeitosAdversos
Diuréticos Hipocalemia, hipomagnesemia, (cãimbras)
(HCTZ)
Ilnibidor Sonolência, sedação, boca seca, fadiga, hipotensão postural e
Adrenérgico
disfunção sexual(alfametildopa)
Bloqueador
alfa- Hipotensao postural, palpitação e asteniall (prasozina)
Bloqueador
Beta Insônia, pesadelos, depressao psíquica, astenia e disfunção sexual(propranolol, _
atenolol)
Bloqueador de
Cefaléia, tontura, rubor facial, constipação intestinalCanal de
Cálcio(Nifedipina) ~
IECA(captoprilTl
Tosse seca,-2:-iupção cutânea, alteração do-paladar, disfunçãosexual
IAntagonistas Tontura e, reaçao de hipersensibilidade cutânea (“rash”)
AT1
losartan
27
Declaro estar ciente do caráter e do propósito desta pesquisa, realizada por Ricardo Corrêa, aluno
do
curso deGraduação
em
Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina,número
de matrícula 0115447-8. Portanto, o autorizo a utilizar as informações pormim
fornecidas através de resposta ao questionário aplicado e
também
através demeu
prontuáriomédico, salvo os dados de
minha
identificação pessoal,com
propósito exclusivo de pesquisa médica.NOME
DO
PACIENTE
Protocolo
de
Pesquisa: Questionáriode
Bulpitt e Fletcher l. IdentificaçaoNome:
Idade: Sexo:Medicaçao
anti-hipertensiva:1.
No
últimomês
você sentiu~tontura ou teve algum desmaio?( )
SIM
()NAO
2. Se sim, a tontura ou desmaio ocorreram enquanto você estava de pé?
( )
SIM
()NAO
3. Por quantas horas no dia você sentiu tontura ou desmaio?
( )
Menos
do queuma
( ) 1 a 2 horas
( ) mais do que duas horas
4.
No
últimomês
você se sentiu frequentemente, sonolento durante o dia?( )
SIM
()NAO
5. Quantas horas,
em
média, você dorme por dia?horas
6.
No
últimomês
você sentiu~fraqueza nas pemas?()
SIM
()NAO
7.
Você
sentiu a vista turva ou embaçada no último mês?( )
SIM
()NAO
8.
Você
tem falta de ar quando caminha no chão plano,em
comparaçãocom
pessoa da suaidade?
N
( )
SIM
()NAO
9. Seus tomozelos incham no~finaI do dia?