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GABINETE DO PROCURADOR ERNESTO TAVARES VICTORIA

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Academic year: 2021

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GABINETE DO PROCURADOR ERNESTO TAVARES VICTORIA

1 06/II www.mpc.ro.gov.br

PROCESSO Nº : 2572/2019

INTERESSADO : EDUARDO BERTOLETTI SIVIERO

ASSUNTO : FISCALIZAÇÃO DE ATOS E CONTRATOS -

MONITORAMENTO DO CUMPRIMENTO DAS

DETERMINAÇOES INSERIDAS NO ITEM III DO ACÓRDÃO APL-TC 00198/19 (PROC. 0704/17)

UNIDADE : PREFEITURA MUNICIPAL DE PRIMAVERA DE

RONDÔNIA

RELATOR : CONSELHEIRO EDILSON DE SOUZA SILVA

Versam os autos de Fiscalização de Atos de Contratos instaurada com viés de monitorar o cumprimento das determinações escrituradas no item III do Acórdão APL-TC n. 00198/19 incluso no Processo n. 0704/17, bem como os mandamentos contidos na Decisão Monocrática DM-105/2020-GCESS também inserida no bojo do caderno processual supracitado (ID 945478, reproduzida nestes autos), que possuía o escopo de impelir o Prefeito de Primavera de Rondônia sanear a situação:

“(i) de desvio de função e (ii) da ascensão/transposição (mudança de cargo indevida), sem que as medidas a serem implementadas prejudiquem o funcionamento da máquina administrativa. Para tanto, após um amplo levantamento sobre todas as situações irregulares no âmbito Municipal, deverá comprovar o efetivo

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retorno dos servidores em desvio aos seus cargos originários, a fim de cumprirem as funções a eles inerentes, sem excepcionar qualquer deles (a presente ordem não está restrita aos casos identificados nesta fiscalização – quadro I e II do relatório técnico) [...]”.

A Unidade Técnica se pronunciou nos autos mediante os Relatórios Técnicos (ID 937913 e 970360).

Destacam-se os documentos reproduzidos dos Autos n. 0704/17, quais sejam, Decisão Monocrática DM-105/2020-GCESS (ID 945478); Ofício de intimação ao Prefeito para cumprimento das determinações encampadas no item III do Acórdão APL-TC n. 00198/19 (ID 945483) e Defesa apresentada pelo Prefeito de Primavera de Rondônia (ID 953534).

Após derradeira manifestação técnica, foram encaminhados os autos a este Parquet de Contas para manifestação nos termos do art. 80, I, da Lei Complementar n. 154/96.

Era o que cabia relatar.

Nesse ínterim, assiste parcialmente razão à Unidade Técnica (ID 968200), vez que houve apenas cumprimento segmentário das determinações exaradas no item III do Acórdão APL-TC n. 00198/19 (ID 945483), tendo em vista que houve comprovação do saneamento das infringências relativas apenas aos servidores nominados no comunicado de irregularidade recepcionado pela Ouvidoria de Contas desta Corte (ID 437381, Proc. 704/17), e não restou demonstrado qualquer esforço por parte do gestor responsável no intento de apurar desvios de

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funções e ascensões/transposições dos demais servidores efetivos daquele Órgão.

Assim sendo, vislumbra-se que o planejamento e a performance na execução das ações em prol regularidade da gestão de pessoas no âmbito do Poder Executivo Municipal de Primavera de Rondônia traduziu-se em medidas aquém do esperado, prejudicando a qualidade dos serviços públicos prestados aos usuários, com violações reflexivas aos princípios constitucionais da legalidade, moralidade administrativa e eficiência.

Neste cotejo, a Unidade Técnica, mediante o Relatório Técnico (ID 970360) pronunciou-se sobre as razões defensivas apresentadas pelo Prefeito de Primavera de Rondônia (ID 953534), nota-se:

“No item III, do Acórdão APL-TC 00198-19, em síntese, determinou-se ao Chefe do Poder Executivo do município de Primavera de Rondônia, que comprovasse, em termos gerais, o saneamento das irregularidades de desvio de função e da ascensão/transposição dos servidores daquele ente, bem como comprovar o efetivo retorno dos servidores em desvio aos seus cargos originários. 10. Na decisão, enfatizou-se ainda que a presente ordem não estava restrita aos casos identificados na fiscalização (quadros I e II do relatório técnico, pág. 25, ID 708175, dos Autos n. 704/17), e que o jurisdicionado deveria fazer um amplo levantamento sobre todas as situações irregulares no âmbito daquele município. 11. No entanto, constata-se que o responsável, em sua justificativa, se limitou em comprovar somente o

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saneamento das irregularidades dos servidores, abaixo relacionados, apontados nos referidos quadros I e II do relatório técnico [...]. Embora o justificante, em sua manifestação, tenha mencionado que foi instaurado o Processo Administrativo n. 1272-1/2020 e encaminhado ao Setor Jurídico com pedido de urgência para dar o devido cumprimento das determinações desta Corte (item III do Acórdão), não ficou demonstrado e nem foi informado se o objeto desse Processo (1272- 1/2020), foi restrito aos servidores dos quadros I e II acima, ou se um amplo levantamento foi, de fato, realizado ou se ainda está em andamento. 13. Ante o exposto, embora comprovado o saneamento das irregularidades dos servidores discriminadas nos quadros I e II acima, reputa-se parcialmente cumprida a determinação consignada no item III, do Acórdão APL-TC 00198-19, haja vista a não demonstração do amplo levantamento sobre todas as situações irregulares no âmbito daquele município, conforme determinado [...]”.

Nesta conjectura, o Prefeito Municipal de Primavera de Rondônia cumpriu apenas uma parte das determinações que lhes foram impostas, falhando ao apontar de forma satisfativa a adoção de medidas em prol de um levantamento amplo da situação geral dos servidores daquela municipalidade, consoante ordenado pela Corte de Contas de Rondônia.

Muito embora o gestor responsável tenha indicado em sua defesa (ID 953534) que houve a instauração do Processo Administrativo n. 1272-1/2020, não restou cristalinamente demonstrado o objeto dos autos, se fazia referência aos servidores indicados nos quadros I e II do relatório técnico,

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pág. 25, ID 708175, dos Autos n. 704/17 ou se tratava de uma abrangente investigação como exigiu a Decisão Monocrática preteritamente citada.

Neste contexto, ainda que a finalização do prazo para demonstração do cumprimento deu-se no início da pandemia da COVID-19, houve, acertadamente dilação de prazo processual para esta demonstração, entretanto, o gestor teve mais de 7 meses para cumprimento das determinações e falhou ao demonstrar que havia executado uma investigação criteriosa para levantamento da situação de todos os servidores do Executivo Municipal que eventualmente poderia estar em circunstâncias irregulares.

Deste modo, restou demonstrado que o gestor apenas procurou realizar o saneamento das infringências em 14.10.2020, e mesmo com o prazo hiperbólico para cumprimento das determinações, não há como acolher as justificativas que a Pandemia do COVID-19 tenha fulminado as possibilidades de correção das irregularidades, haja vista o decurso do prazo imposto flutuou com as fases de arrefecimento do número de óbitos e contaminações pelo Novo Coronavírus, possibilitando, ainda que de modo simplório, a realização de um levantamento criterioso sobre a situação de possíveis irregularidades na lotação ou exercício dos cargos públicos pelos respectivos servidores municipais.

Assim sendo, a omissão atribuída ao Prefeito de Primavera de Rondônia desafia a imposição da pena pecuniária insculpida no art. 55, IV, da Lei Complementar n. 154/96.

Consequentemente, para a determinação remanescente cabe ao gestor responsável demonstrar de modo efetivo a

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adoção de medidas com fito de investigar e corrigir eventuais irregularidades no que consiste aos desvios de funções e ascensões/transposições dos servidores do Executivo Municipal.

Por conseguinte, em referência à profícua manifestação da Unidade Técnica da Corte de Contas, que ponderou os documentos acostados nos autos, conclui-se por considerar parcialmente cumpridas as determinações encapadas no item III do Acórdão APL-TC n. 00198/19 incluso no Processo n. 0704/17.

Diante do exposto, em parcial harmonia com a manifestação técnica (ID 970360), o Ministério Público de Contas, com fulcro no art. 80, I, da Lei Complementar n. 154/96, opina seja(m):

a) Consideradas parcialmente cumpridas as

determinações escrituradas no item III do Acórdão APL-TC n. 00198/19 incluso no Processo n. 0704/17, bem como os mandamentos contidos na Decisão Monocrática DM-105/2020-GCESS também inserida no bojo do caderno processual supracitado (ID 945478, reproduzida nestes autos), pelo senhor Eduardo Bertoletti Siviero, Prefeito Municipal de Primavera de Rondônia, tendo em vista o cumprimento restrito a correção da situação irregular do servidores nominados quadros I e II do relatório técnico, pág. 25, ID 708175, dos Autos n. 704/17;

b) Imposta MULTA, individual, e proporcional a conduta do senhor Eduardo Bertoletti Siviero, Prefeito Municipal de Primavera de Rondônia, com fulcro no art. 55, IV, da Lei Complementar n. 154/96, defronte ao descumprimento das determinações item III do Acórdão APL-TC n. 00198/19

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incluso no Processo n. 0704/17, bem como os mandamentos contidos na Decisão Monocrática DM-105/2020-GCESS também inserida no bojo do caderno processual supracitado (ID 945478, reproduzida nestes autos), qual seja, não comprovar a realização de ampla investigação de possíveis situações irregulares dos demais servidores efetivos pertencentes ao Poder Executivo Municipal de Primavera de Rondônia;

c) Assinado prazo razoável, com sucedâneo no art. 71, IX, da CF, para que o senhor Eduardo Bertoletti Siviero, Prefeito Municipal de Primavera de Rondônia, ou quem vier a substituí-los, promova o cumprimento da determinação remanescente insculpida no item III do Acórdão APL-TC n. 00198/19 incluso no Processo n. 0704/17, bem como os mandamentos contidos na Decisão Monocrática DM-105/2020-GCESS também inserida no bojo do caderno processual supracitado (ID 945478, reproduzida nestes autos), isto é, comprovar a execução de um amplo levantamento sobre todas as situações irregulares no âmbito Municipal, deverá comprovar o efetivo retorno dos servidores em desvio aos seus cargos originários, a fim de cumprirem as funções a eles inerentes, sem excepcionar qualquer deles, nos termos do art. 24, §§ 1º e 2º, da Resolução n. 228/2016/TCE-RO.

É o parecer.

Porto Velho/RO, 28 de janeiro de 2021.

ERNESTO TAVARES VICTORIA

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Em

ERNESTO TAVARES VICTORIA 28 de Janeiro de 2021

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