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INTERVENÇÃO DE ABERTURA

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ENCONTRO NACIONAL DE ENTIDADES GESTORAS DE ÁGUA E SANEAMENTO – ENEG 2011

Santarém, 22 de Novembro de 2011

INTERVENÇÃO DE ABERTURA

Eng.º Rui Godinho

Presidente do Conselho Directivo da APDA

Senhora Ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, Professora Doutora Assunção Cristas,

(Sublinhar a honra que nos dá com a sua presença e presidir à Sessão de Abertura)

Senhor Representante da Casa Civil de Sua Excelência o Presidente da República, Dr. Tiago Pitta e Cunha,

(Sublinhar o facto de pela segunda vez consecutiva Sua Excelência o Presidente da República designar membro da sua Casa Civil para estar presente na Sessão de Abertura. Para além de nos ter distinguido aceitando presidir à Comissão de Honra)

Senhor Presidente da Câmara Municipal de Santarém, Dr. Francisco Moita Flores,

(Sublinhar o apoio inexcedível do Município de Santarém, do seu Presidente e das Águas de Santarém, sem os quais não haveria ENEG em Santarém)

Senhora Relatora Especial das Nações Unidas para o Direito Humano à Água Potável e ao Saneamento, Dra. Catarina de Albuquerque,

Senhor Presidente da Comissão Organizadora do ENEG 2011, Eng.º Artur Ascenso Pires,

Senhores Membros da Comissão de Honra, Caros Colegas dos Órgãos Sociais da APDA,

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Senhoras e Senhores convidados e participantes, nacionais e estrangeiros,

Em meu nome pessoal e do Conselho Directivo da APDA dou a todas e a todos as mais respeitosas e cordiais saudações de boas-vindas ao ENEG 2011!

O Encontro que agora começa é o maior evento nacional a juntar o Sector das águas e a realização mais importante da Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas, APDA.

É fruto do trabalho intenso de um vasto conjunto de Pessoas e Entidades que quero aqui, justamente, sublinhar.

Cumpre-me agradecer à Comissão Organizadora, na pessoa do seu Presidente, Eng.º Artur Ascenso Pires, a forma empenhada e criativa como preparou todo o evento.

Também desejo transmitir o meu apreço à Comissão Científica, presidida pelo Prof. António Carmona Rodrigues e integrando todos os Coordenadores das Comissões Especializadas da APDA, pelo trabalho de selecção das mais de 50 comunicações técnicas apresentadas e sua integração no Programa da Conferência.

É meu dever, também, agradecer aos patrocinadores, especialmente Águas de Portugal (Grande Patrocinador), expositores, autores das comunicações técnicas, moderadores e participantes nas várias Mesas Redondas, Palestras e Conferências.

Senhora Ministra,

Minhas Senhoras e Meus Senhores,

Como é sabido, os Encontros Nacionais de Entidades Gestoras de Água e Saneamento – ENEG – há muito se constituíram como uma referência obrigatória para todos os que trabalham ou se movimentam no Sector das Águas e do Ambiente em Portugal, sejam entidades gestoras – públicas e

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Pode afirmar-se que a APDA promove no ENEG o grande encontro da Indústria da Água em Portugal.

Pela primeira vez em mais de uma década, a APDA sai de Lisboa para realizar este grande evento. A cidade de Santarém foi escolhida pela sua centralidade e excelentes condições oferecidas para este tipo de realização.

O ENEG 2011 em Santarém, atesta e reforça a atenção que a APDA procura sempre assegurar quanto a critérios de abrangência e representatividade nacionais.

Convocando múltiplas sensibilidades, o ENEG 2011 pretende promover um amplo debate em torno das questões que mais interessam e preocupam o Sector, hoje e no futuro.

O Programa fala por si, mas de todas as actividades previstas, permito-me destacar em particular:

 A apresentação do livro “História das Políticas Públicas de Abastecimento e Saneamento de Águas em Portugal”, da autoria do Prof. Doutor João Pato (do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa);

 A apresentação de outro livro, mais concretamente “Apontamentos sobre Telegestão”, da autoria do Grupo de Trabalho de Telegestão da Comissão Especializada de Sistemas de Informação da APDA;

 A palestra sobre o projecto ECSI Portugal – Avaliação da Qualidade do Serviço e Satisfação do Cliente do Sector das Águas, pelo Prof. Doutor Pedro Simões Coelho (do Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação da Universidade Nova de Lisboa);

 A sessão “European Benchmarking Co-operation: Collaborative benchmarking for water and waste water services in Europe” por Carlos Diaz da associação holandesa VEWIN, parceira da APDA na EUREAU;

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 As Mesas Redondas sobre “Política e Políticas para o Sector das Águas” e “Balanço do PEAASAR II” ;

Senhora Ministra,

Minhas Senhoras e Meus Senhores,

Sob o lema geral “Novos Desafios para os Serviços de Águas”, o ENEG 2011 realiza-se numa altura em que se prevêem alterações na orgânica e nas políticas para o Sector da Água e Saneamento em Portugal.

No âmbito de um amplo processo de reestruturação da Administração Central do Estado, o Governo anunciou significativas mudanças ao nível do Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território com implicações directas no Sector das Águas, nomeadamente na Estrutura Institucional de Gestão dos Recursos Hídricos em Portugal.

Como V. Exa. sabe, Senhora Ministra, o Novo Modelo para a Estrutura Institucional de Gestão de Recursos Hídricos, suscita a apreensão de muitos sectores, em especial no que respeita às alterações que se perspectivam quanto à continuidade da aplicação do princípio descentralizador ao Planeamento e Gestão dos Recursos Hídricos com base nas Bacias Hidrográficas, consagrado na Directiva Quadro Europeia da Água e na Lei da Água de Dezembro de 2005.

Quanto aos Serviços de Água e Saneamento verifica-se que ainda subsistem várias equações por resolver.

O enquadramento político, económico e financeiro, tanto nacional como internacional, condicionarão decerto as decisões de que o Sector necessita, apesar dos indesmentíveis avanços verificados sobretudo nos últimos 15 anos em matéria de níveis de serviços e entidades gestoras de qualidade.

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A delicada situação que o País atravessa reclama uma ampla reflexão sobre o mais adequado para a execução do que há que fazer em termos de gestão para, nomeadamente a aplicação de regras tendentes à recuperação integral de custos, lutar contra os défices, considerar os problemas sociais emergentes, implementar práticas de gestão de activos e fusão dos sistemas não sustentáveis, designadamente num País como Portugal, onde se continuam a verificar indicadores que revelam fortes assimetrias geográficas, económicas e sociais.

Há que ter presente que se no abastecimento de água, a cobertura actual do País é de 94%, em relação aos 95% apontados como objectivo no PEASAAR II, só os investimentos necessários para fazer subir a taxa da cobertura de drenagem (dos actuais 80% para 90%) e de tratamento de águas residuais (dos actuais 71% para 90%) em 2013, implica um montante estimado de 1,2 mil milhões de euros, segundo a ERSAR.

Trata-se de um aspecto importante a realçar, uma vez que Portugal atingiu patamares elevados, mas ainda não de excelência, em praticamente todos os domínios que integram o Sector, pelo que caminhar para indiscutíveis níveis de sustentabilidade implica tanto a consolidação de orientações estratégicas antes tomadas, como também a tomada de novas medidas.

Como tenho referido, caminhar com segurança para sólidos patamares de sustentabilidade implica que não se retroceda no essencial quanto ao que nos conduziu aos elevados níveis de atendimento em Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais, como obriga à tomada de novas medidas que, corrigindo erros cometidos e insuficiências diagnosticadas, garantam a continuação e consolidação dos significativos progressos já alcançados.

Costuma dar-se uma ênfase especial à necessidade de se actuar no sentido de conferir sustentabilidade financeira às Entidades Gestoras em dificuldade ou em risco e ao Sector no seu todo. Contudo, os Novos Desafios com que nos defrontamos são mais abrangentes.

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De facto, em Portugal, hoje, coexistem EG prósperas e EG financeiramente desequilibradas; bem e mal dimensionadas; eficientes e ineficientes; práticas de recuperação integral de custos e cobertura de custos dependentes de subsídios, nomeadamente municipais; com tarifas economicamente acessíveis e outras com valores desproporcionados.

As dificuldades mais sentidas não são exclusivas dos sistemas públicos multimunicipais que são frequentemente referidos.

Há concessões municipais em situação grave, com dificuldades sérias entre concedentes e concessionários com fortes pressões para renegociar tarifas, prazos de concessão, diminuição de investimentos e valor das rendas. Há casos de gestão directa com insustentabilidade não visível porque camuflada nos orçamentos municipais, através de subsídios.

Tratam-se de complexas situações que afectam operadores públicos e privados, modelos de gestão de administração directa ou indirecta, entidades municipais ou supra municipais.

Por exemplo, constitui uma forte distorção na sua racionalidade, equidade e sustentabilidade das EG a larga dispersão de valores dos tarifários que se verificam, como recentemente a APDA confirmou com a publicação do estudo “Água e Saneamento em Portugal – O Mercado e os Preços” (2010).

Só progressivas correcções tarifárias, evoluindo para uma harmonização no todo nacional, associadas a acções de reestruturação na geometria dos sistemas existentes com integração verticais e horizontais, permitirão criar perspectivas de viabilidade e sustentabilidade a Entidades Gestoras em risco. É indispensável que estes movimentos integradores se verifiquem no futuro próximo, podendo assumir mais que uma forma ou modelo também para os sistemas de perequação tarifária a aplicar, mas nos quais poderá assumir significativo papel a criação e aplicação de mecanismos do tipo Fundo de Equilíbrio Tarifário.

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Assegurar a gestão sustentável dos serviços de água e saneamento implica também – de forma ainda mais reforçada em ambiente de escassez de meios financeiros – prosseguir acções de adaptação e inovação, criar novos modelos de gestão envolvendo o ciclo urbano da água completo – economias de gama – generalização de uma prática de gestão real e fortemente profissional e manter um alto nível de exigência na manutenção da qualidade de serviço, reforçando a eficácia das decisões e a eficiência na prestação dos serviços, preservando os recursos naturais e qualificando o ambiente.

As respostas para uma estratégia consistente de reestruturação destes serviços públicos essenciais reclamam, portanto, a necessidade de uma abordagem informada e politicamente esclarecida face à situação do Sector, e decisões claras, articuladas e coerentes – e não casuísticas – sobre estes Novos Desafios para os Serviços de Águas em Portugal”, não por acaso o tema geral do grande Encontro que aqui nos junta.

Assim,

Senhora Ministra,

Minhas Senhoras e Meus Senhores, Cumpre perguntar:

Que políticas sectoriais e globais deverão ser praticadas, em ordem a garantir-se a sustentabilidade do Sector como um todo e das Entidades Gestoras cada uma de per si?

Quais deverão ser os actores principais e que papel deverão desempenhar na concretização dessas políticas, tendo como objectivo garantir a disponibilização de serviços de água e saneamento de qualidade em todo o País, a um preço justo e adaptado ao poder de compra dos utilizadores?

Assumindo que no processo de reestruturação, anunciada por V.Exa, para 2012, serão ouvidos os representantes do Sector, a APDA enquanto entidade que representa e defende os interesses das entidades e organismos responsáveis pelos sistemas de águas de abastecimento e de águas residuais e demais intervenientes neste domínio, deseja continuar a desempenhar um

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papel activo e empenhado na definição e implementação das Políticas para este Sector tão importante e sensível, apresentando propostas para o efeito e pronunciando-se sobre as decisões que venham a ser tomadas, sempre que seja solicitada ou julgar conveniente.

A APDA manifesta, portanto Senhora Ministra, a sua disponibilidade para cooperar no que for julgado útil.

A posição que apresentámos no Parlamento aos Senhores Deputados da Comissão Parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local, em recente Audição Parlamentar sobre a Qualidade e Sustentabilidade doa Serviços de Água e Saneamento, constituem um primeiro contributo sobre a matéria que colocamos também à disposição e apreciação de V. Exa. Os debates e conclusões deste ENEG 2011 produzirão também, estou certo, novos elementos que, além da sua ampla divulgação pelo Sector e pela sociedade em geral, nos permitiremos endereçar a V. Exa.

Minhas Senhoras e Meus Senhores,

Apesar das dificuldades que já sentimos e das que se avizinham, aos responsáveis das muitas Entidades Gestoras presentes no ENEG, independentemente da sua natureza jurídica, dimensão territorial e populacional, incito a prosseguirem o seu trabalho de procura incessante de mais eficiência na gestão, mais qualidade e melhores serviços prestados aos consumidores.

Numa palavra, trabalhar para tentar garantir uma real sustentabilidade nas Entidades Gestoras por que respondem.

E deixo um convite, sempre renovado, para continuarem a participar activamente nesta vossa Associação que é a APDA.

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A APDA assume-se parceiro incontornável na concretização dessa agenda, pugnando por serviços de maior qualidade, mais sustentáveis, mais dinâmicos, mais próximos das pessoas e, portanto, mais úteis ao País e aos que nele vivem e trabalham.

Este evento é a prova disso mesmo! Podem continuar a contar com a APDA! Um muito obrigado a todos pela Vossa presença.

Desejo a todos um óptimo ENEG 2011!

Referências

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