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I Encontro Nordestino de Pesquisas em Religiões e Filosofias da Índia ENPERFI

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Academic year: 2021

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I Encontro

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I Encontro Nordestino de Pesquisas em

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Religiões e Filosofias da

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Religiões e Filosofias da Índia

Índia

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Índia

ENPERFI

2012

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2012

CADERNO DE RESUMOS

CADERNO DE RESUMOS

CADERNO DE RESUMOS

CADERNO DE RESUMOS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA reitor

RÔMULO SOARES POLARI

vice-reitora

MARIA YARA CAMPOS MATOS CENTRO DE EDUCAÇÃO

diretor

OTÁVIO MACHADO LOPES DE MENDONÇA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES

chefe

DILAINE SOARES SAMPAIO DE FRANÇA

vice-chefe

NEIDE MIELE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES

coordenadora

FERNANDA LEMOS

vice-coordenadora

MARIA LUCIA ABAURRE GNERRE

EDITORA UNIVERSITÁRIA diretor

JOSÉ LUIZ DA SILVA

vice-diretor

JOSÉ AUGUSTO DOS SANTOS FILHO

supervisor de editoração

(3)

Maria Lucia Abaurre Gnerre, Deyve Redyson,

Roberto Martins e Fabrício Possebon

(Orgs.)

LIVRO DE RESUMOS

I ENPERFI

ENCONTRO NORDESTINO DE PESQUISAS EM

RELIGIÕES E FILOSOFIAS DA ÍNDIA

UFPB – Campus I – João Pessoa/PB

19 a 21 de Novembro

Editora Universitária da UFPB João Pessoa - PB

(4)

Universidade Federal da Paraíba Departamento de Ciências das Religiões

Programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões Cidade Universitária – Campus I - Castelo Branco CEP: 58.059-900- João Pessoa – PB.

Home-page: www.ce.ufpb.br/ppgcr

Capa e Diagramação: Tiago Deividy Bento Serafim Revisão dos autores

CONSELHO EDITORIAL DA UFPB

Maria de Fátima Agra (Ciências da Saúde)

Jan Edson Rodrigues Leite (Linguística, Letras e Artes) Maria Regina V. Barbosa (Ciências Biológicas)

Valdiney Veloso Gouveia (Ciências Humanas) José Humberto Vilar da Silva (Ciências Agrárias)

Gustavo Henrique de Araújo Freire (Ciências Sociais e Aplicadas) Ricardo de Sousa Rosa (Interdisciplinar)

João Marcos Bezerra do Ó (Ciências Exatas e da Terra) Celso Augusto G. Santos (Ciências Agrárias)

____________________________________________________________________

Cultura Oriental – Filosofia, Língua e Crença. Maria Lucia Abaurre Gnerre. Fabricio Possebon (Org.) - João Pessoa: Ed. Universitária UFPB, 2012.

210 p. Il. Coleção Padma.

1. Literatura sânscrita. 2. Mitologia.

UFPB/BC CDU: 240 ___________________________________________________________________

O texto e sua revisão são de responsabilidade dos autores. Direitos desta edição reservados à: EDITORA UNIVERSITÁRIA / UFPB

Caixa Postal 5081 – Cidade Universitária – João Pessoa – Paraíba – Brasil CEP: 58.051 – 970.

Impresso no Brasil. Foi feito o Depósito Legal.

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Sumário

Apresentação: ... 7

GT 1: ... 9

Afonso Damião Neto ... 9

Alexandre Venâncio da Silva ... 10

Clodomir Barros de Andrade ... 10

Flávia Bianchini ... 11

Igohr G. G. Brennand ... 12

Julio Eduardo dos Santos Ribeiro Simões ... 12

Klara Maria Schenkel ... 13

Lucas Barbosa Leite ... 13

Lucio Valera ... 14

Marcelo Santos ... 14

Roberto Andrade Martins... 15

Sara Moreira Gomes ... 15

GT 2: ... 16

Bruno Morais Avelar Lima... ... 17

Carlos Bezerra de Lima Júnior ... 17

Derley Menezes Alves... 18

Deyve Redyson ... 18

Edileide Bezerra do Nascimento ... 19

Felix Antonio de Medeiros Filho ... 19

Karla Samara dos Santos Sousa ... 20

Klara Maria Schenkel ... 21

Regina de Fátima Migliori... ... 21

GT 3: ... 22

Gisele Cardoso de Lemos ... 22

Gisele Pereira de Oliveira ... 23

Gracilene Felix Medeiros... 23

José Helber Tavares de Araújo ... 24

Maria Bernadete Marques Abaurre ... 25

Maria Isabel Pia dos Santos ... 26

Mikaylson Rocha da Silva... ... 26

Mônica de Lourdes Neves Santana ... 26

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Rafaele Brito da Silva ... 28

Sandra Sassetti Fernandes Erickson ... 28

Valmir Nascimento de Moura ... 29

Zélia Monteiro Bora ... 29

GT 4: ... 30

Alexandre Venâncio da Silva ... 30

Aline Telles Storni ... 31

Ana Paula Rodrigues Cavalcanti ... 31

Ana Suelen Tossige Gomes ... 32

Arilson Silva de Oliveira ... 33

Beliza Áurea de Arruda Mello ... 33

Cecília Muzetti de Castro ... 34

Dávila Maria da Cruz Andrade ... 34

Dilaine Soares Sampaio de França... ... 35

Elana Beatriz Silva Sabino de Farias ... 36

Eline de Oliveira Campos ... 36

Fabiano Vidal ... 37

José Carlos de Abreu Amorim ... 37

Karina Cenci Pertile.... ... 38

Lívia Borges Lopes ... 38

Maria Claurênia Abreu de Andrade Silveira ... 39

Maria Cristina Alves de Pontes ... 39

Maronildes Felix Limeira... 40

Maura Regina Dourado ... 40

Narjara Lins de Araújo ... 41

Neusa Valadares Siqueira ... 41

Raphael Lugo Sanches ... 42

Rayssa Croline Ribeiro de Araújo ... 43

Roberto S. de Miranda ... 43

Thiago Pelúcio Moreira ... 44

Tiago Deividy Bento Serafim ... 44

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Apresentação :

Maria Lucia Abaurre Gnerre

Apresentamos aos leitores os resumos dos trabalhos inscritos nos quatro GT´s ( grupos de Trabalho) do I ENPERFI – Encontro Nordestino de Pesquisas em Religiões e Filosofias da Índia, realizado na Universidade Federal da Paraíba entre os dias 19 e 21 de Novembro de 2012.

Há milênios o subcontinente indiano tem sido o berço de grandes sistemas religiosos e filosóficos, originando e acolhendo tanto aqueles sistemas que se baseiam na tradição mais antiga da índia, registrada nos livros dos Vedas; como sistemas que não se vinculam a esta tradição primordial, como Budismo e o Jainismo. Assim, há uma multiplicidade de crenças e filosofias originárias da Índia que fazem desta região um campo de grande interesse para estudiosos do fenômeno religioso. Justamente esta diversidade de tradições e seus diálogos em torno de grandes questões filosóficas, tem despertado nos últimos anos um interesse crescente por pesquisadores brasileiros.

Este evento, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências das

Religiões com o apoio da CAPES, tem por objetivo reunir pesquisadores de diversas instituições brasileiras que se dedicam ao estudo dos sistemas filosóficos e religiosos da Índia, seja na antiguidade ou na contemporaneidade, pois uma das características atribuídas à cultura e à sociedade indianas é a convivência do arcaico com o

moderno.

Embora o evento seja realizado no âmbito de um programa de Ciências das

Religiões - sendo o fenômeno religioso no subcontinente indiano seu foco central -, nossa proposta é acolher pesquisadores oriundos de diversas áreas do conhecimento, tais como: Filosofia, Teologia, História, Antropologia, Sociologia e Estudos da

Linguagem, entre outras. Esta diversidade de áreas e perspectivas poderá efetivamente ser vista nos resumos que ora apresentamos aos leitores.

Esta articulação entre diversos campos do saber é importante para

progredirmos - no âmbito da academia brasileira - na compreensão do pensamento indiano expresso nos Vedas, Brāhmaṇas, Āraṇyakas, Upaniṣads, no Mahābhārata, Rāmāyaṇa, ou nos seis sistemas ortodoxos (Darśanas): Sāṅkhya, Yoga, Nyāya, Vaiśeṣika, Mīmāṃsā, Vedānte, e em todas as demais correntes do Hinduísmo.

Acreditamos que estas tradições têm muito a nos dizer na contemporaneidade,

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questões colocadas pelos sábios e filósofos da Índia sobre a transcendência da existência da maneira como a conhecemos através dos sentidos parecem ganhar importância no âmbito daquilo que chamamos de pós-modernidade. Pois, mesmo em meio às obrigações de uma sociedade pós-moderna, com todo o turbilhão de

informações e afazeres da vida cotidiana, não nos deixamos domar completamente pelas contingências do presente. Restam sempre as dúvidas, as grandes questões existenciais que a perspectiva materialista não tem sido capaz de responder. E

justamente aí a tradição indiana nos traz outra mensagem: ao invés de desviar o olhar, podemos mergulhar no cerne da questão.

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GT 1:

"Abordagens ortodoxas da religião e filosofia na Índia"

Coordenador: Prof. Dr. Roberto de Andrade Martins -UEPB

A Índia abriga atualmente praticantes de uma grande variedade de tradições filosóficas e religiosas. Algumas delas podem ser consideradas ortodoxas (āstika), por aceitarem a tradição mais antiga indiana, baseada nos Vedas; outras (como Budismo, Jainismo, Islamismo) são heterodoxas (nāstika), por não se vincularem a essa tradição primordial. Assim, este Grupo de Trabalho inclui trabalhos referentes ao pensamento indiano tradicional ou moderno, dentro de temas como: Vedas (saṃhitā), Brāhmaṇas,

Āraṇyakas, Upaniṣads, Vedāṅgas, Mahābhārata, Rāmāyaṇa, os seis sistemas ortodoxos

(Darśanas) – Sāṅkhya, Yoga, Nyāya, Vaiśeṣika, Mīmāṃsā, Vedānta – Manusmṛti, Dharmasūtras, Purāṇas, Āgamas e todas as correntes do

Afonso Damião Neto - UFJF afonsodamiao@yahoo.com.br

A epistemologia do Caraka Saṁhitā e a escola filosófica Nyāya

O objetivo final da medicina indiana Āyurveda como também de qualquer sistema filósofico indiano é a superação do sofrimento (duḥkha) e só é considerado possível pela eliminação da ignorância (avidyā). A própria palavra Āyurveda(ciência da vida ou biologia) é colocada como sinônimo de vidyā (sabedoria) e jñāna (conhecimento) (CARAKA,v.1,p.242;Sū.xxx.31). A escola filosófica Nyāya, paralelamente à escola Vaiśeṣika, busca a eliminação da ignorância através de uma análise ontológica e epistemológica da realidade, ficando o desenvolvimento do atomismo a cargo da escola Vaiśeṣika e suas definições ontológicas são utilizadas pelo Nyāya na sua especialização em lógica e no estudo dos processos válidos para se adquirir o conhecimento. Como os conceitos ontológicos são descritos no Caraka Saṁhitā sem maiores desenvolvimentos pode-se supor que um conhecimento filosófico prévio era necessário para o estudo específico da Āyurveda e é o objetivo deste trabalho demonstrar como o pensamento médico da época se encaixava dentro do pensamento em geral no subcontinente indiano, principalmente em seu pensamento lógico, confirmando a opinião de Radhakrishnan de que escola de pensamento Nyāya pode ser usada como uma forma de introdução para

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todos os demais sistemas filosóficos ortodoxos indianos por se dedicar de maneira sistemática aos métodos de aquisição e validação do conhecimente.

Alexandre Venâncio da Silva - UFPB philosvenancio@folha.com.br

Um sem-segundo na filosofia Śaṅkariana

Responsável por influenciar, grandes pensadores e místicos importantíssimos nestes últimos séculos, Śaṅkara convida-os para uma reflexão ampla, dentro da escola Advaita (a-dvaita = “a-dual”, “sem-segundo”). Śaṅkara desde criança procurava no vazio do conhecimento materialista, algo que lhe pudesse fortalecer o espirito e ao mesmo tempo transformar as estruturas ilusórias pregadas pelos seus professores em algo mais concreto. Acredita-se que com a morte de seu pai, o menino no caminho estreito da morte e da vida, decidiu buscar o significado verdadeiro da existência. Com base na formula védica Tat tvam asi “tu és aquilo”, conseguiu desenvolver um respeitado diálogo Intertextualizado sobre a doutrina sistemática que se torna plausível o Ātma como realidade única e Brāhman como identidade maior. São com esses debates discursivos e dialógicos que Śaṅkara expõe sua analise baseada nas escrituras védicas sobre a visão monista. Ainda hoje Śaṅkara é considerado um eterno nobre pensador da Índia. Suas obras continuam “inéditas”, não por uma contextualização, e, ou interpretação do monismo. Esse tal ineditismo que exponho aqui é a falta do conhecimento [essência] verdadeiro, e a pratica que esse próprio pensador conceitualizou de tal mestria em suas obras.

Clodomir Barros de Andrade - UFJF clodomirandrade@yahoo.com

O presente de Yājñavalkya: a sādhana do ouvir (śravaṇa), refletir (manana) e contemplar (nididhyāsana).

O presente artigo objetiva refletir acerca do método soteriológico desenhado por Yājñavalkya no Bṛhadāraṇyaka Upaniṣad II.iv.5 e se divide em três partes. (i) Num primeiro momento, como introdução, são discutidos os pré-requisitos do método soteriológico no Vedānta: (a) nityānityavastuviveka, a capacidade de discriminação

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entre as coisas eternas e não eternas; (b) ihāmutrārthabhogavirāga, desapego em relação às coisas deste ou de outro mundo; (c) śamadamādisādhanasampad, capacidade de autocontrole e comportamento exemplar e (d) mumukṣutva, desejo ardente pela libertação. Depois, no desenvolvimento (ii), apresenta-se uma reflexão acerca do método propriamente dito: o ouvir (śravaṇa), refletir (manana) e o contemplar (nididhyāsana): o ouvir a tradição, o pensar modalizado como discriminação (viveka) e finalmente a contemplação enquanto conhecimento de Brahman. Finalmente, como conclusão (iii), aponta-se o resultado do método, a experiência da não diferença entre o

ātman e Brahman, caracterizada nas famosas mahāvākyas (neti, neti; tat tvam asi;

sarvakhalvidaṁ brahma, ahaṁ brahmāsmi).

Flávia Bianchini - UFPB flaviabianchini@gmail.com

Análise da Obra Oupnek'hat "Análise da obra Oupnek’hat

Esta obra é uma tradução de textos espirituais e filosóficos indianos conhecidos por Upanishads. Foi traduzida do sânscrito para o persa em 1656-1657 pelo Sultão Mohammed Dara Shikoh, e posteriormente foi traduzida do persa para o latin por Abraham Hyacinthe Anquetil-Duperron, sendo publicada em 1801.Trata-se de uma uma coleção de 50 textos a principio identificados como 50 Upanishads tradicionais. Por meio desta análise demonstrarei que não se trata apenas de Upanishads mas sim de uma combinação de diferentes textos, e mesmo quando o texto é uma Upanishad ocorreram modificações em relação ao texto sãncrito original.

Flávia Bianchini - UFPB flaviabianchini@gmail.com

Análise do Hino 6.61 do Rgveda Dedicado à Deusa Sarasvati

"O objetivo deste trabalho é apresentar uma tradução e um comentário sobre um importante hino do Ṛgveda (sūkta 6.61), dedicado à divindade indiana Sarasvatī. O

Ṛgveda é o mais antigo dos quatro saṃhitās vêdicos e consiste em 1.028 hinos (sūktas)

distribuídos em 10 livros (maṇḍalas). Três hinos são dedicados integralmente a Sarasvatī e ela é mencionada em 72 outros hinos. Também serão abordados alguns

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conceitos básicos relativos à divindade Sarasvatī, que no Ṛgveda, é identificada como um rio divinizado, associada com as Águas (Āpas), com os Deuses das tempestades (Maruts), e forma uma tríade com as deusas do sacrifício Iḷā e Bhāratī. Desenvolvimentos subsequentes em sua conceituação estão enraizados no Ṛgveda com o pensamento inspirado (dhī), com a fala (Vāc), que por sua vez estão ligados à atividade de sacrifícios às margens do sagrado rio Sarasvatī.

Igohr G. G. Brennand - UFPB Igohr_Brennand@hotmail.com

A Realidade de Maya como manifestação da ilusão

Este trabalho pretende discutir e análisar o conceito indiano conhecido como "Véu de Maya". Nossa perspectiva baseia-se nos conceitos de dentro da tradição hindu que trazem desde a mitologia indiana, aspectos da percepção e manifestação das divindades, assim como sua tradução por ilusão e as perspectivas abordadas em alguns filósofos ocidentais como Schopenhauer na resposta de uma realidade prática da existência humana

Julio Eduardo dos Santos Ribeiro Simões - UFJF schimmells@ig.com.br

A Unicidade Radical de Shiva é uma Novidade dos Lingayats?

"Seriam as classificações religiosas do Sul da India suficientes e condizentes para aquele contexto, ou existem demasiadas permeabilidades que impeçam (do ponto de vista de teologia sobre Shiva) qualquer tipo de sistema de classificação distintiva entre os Virashaivas, o Shaiva Siddantha e o Shivaísmo Caxemir, a partir da apreciação comparativa dos poemas canareses, ágamas tâmeis e tantras caxemirres acerca do mesmo tema, a Unicidade radical de Shiva? No contexto da formação da língua canaresa moderna, falada especialmente no estado de Karnataka, India, o movimento Virashaiva (fundador das comunidades Lingayats) desempenhou importante papel ao produzir literatura devocional em verso de temática religiosa Shivaíta. Um paralelo entre o conteúdo das teologias Shivaítas originárias da Caxemirra, entre elas especialmente o Shaiva Siddantha (cuja Teologia muito embora composta em Tâmil

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deriva dos Tantras caxemirres) é possível, especialmente do ponto de vista temático. Este trabalho discute o influxo teológico caxemir, via Shaiva Siddantha, na poesia devocional virashaiva, especialmente Basava. Mais amplamente, (isto é, valendo-se de outros autores que não Basava) busca identificar os traços gerais da teologia tântrica caxemir nos escritos dos Lingayats, que supostamente teriam promovido um desligamento da corrente racional e teológica do Shivaísmo."

Klara Maria Schenkel - UFPB klaramarias@gmail.com

As diversas faces de Kāla

O presente trabalho é uma leitura do hino 53, livro XIX, do Atharva Veda. Trata-se de um elogio ao Tempo, identificado com o deus Kāla , o detentor do mais alto poder celestial. Esta homenagem ao Tempo é apresentada em duas partes no livro XIX (hinos 53 e 54); no entanto, dada a rica polissemia contida nos versos da primeira parte, nossa análise ficará restrita às dez estrofes do hino 53, a partir de quatro traduções em inglês do referido hino vêdico (MUIR, J. 1870; GRIFFITH, R. 1895-6; BLOOMFIELD, M. 1897 e PANIKKAR, R. 1983), vertidas para o português. O objetivo aqui é tentar observar como essas “releituras” contribuem para a construção de uma interpretação minimamente viável do antigo pensamento vêdico. As formulações acerca do Tempo encontradas no hino 53, por sua vez, são importantes não somente para a apreciação de uma certa cosmovisão ancestral, como também parecem indicar possíveis caminhos para compreendermos melhor os desdobramentos posteriores do pensamento indiano.

Lucas Barbosa Leite - UFPB lucasaho2@hotmail.com

O pensamento materialista da escola Carvaka

As filosofias e tradições da Índia são, em sua maioria, carregadas de uma espiritualidade intrínseca, tornando até mesmo impossível uma separação precisa entre Filosofia e Religião, grandezas tão distintas em nosso Ocidente. No entanto, ao se sustentar a idéia de que a Índia foi berço apenas de filosofias de caráter espiritual/religioso, estamos susceptíveis a cometer um sério erro e a enxergar de maneira unilateral seu complexo

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sistema de pensamento. Concepções materialistas e anti-religiosas estiveram presentes na Índia desde tempos remotos. Sempre existiram aqueles que negaram a autoridade religiosa védica ou qualquer tipo de realidade transcendente, e basearam suas vidas na busca de prazeres e riquezas, repudiando qualquer forma de religião institucionalizada. É possível encontrar referências a esses materialistas nas Upanishads, nos Épicos e em textos budistas. O objetivo do presente trabalho é oferecer uma visão geral das idéias chaves da escola materialista indiana conhecida como Carvaka. Sua filosofia está baseada na sustentação da matéria como a única realidade. O mundo – e tudo que nele existe – não foi criado por um ser metafísico supra consciente, mas é tão-somente o produto de combinações entre os quatro elementos: terra, água, fogo e ar. Sua visão, portanto, se distancia muito da visão idealista tradicional que está impregnada nas filosofias da Índia.

Lucio Valera - UFJF lokasaksi@gmail.com

Morte no Hinduísmo: Transmigração e Libertação

Nessa comunicação temos uma discussão sobre a questão da morte nas tradições dos Hinduísmo. O tema da morte sempre constituiu um mistério. Inconscientemente rejeitamos sua ocorrência, pois intuímos a continuidade da existência. O Hinduísmo considera esse inconformismo com a morte como indicação da eternidade da alma. A imortalidade pode ser vista, segundo os ensinamento da Bhagavad-gītā e da Upaniṣads, em duas perspectivas: a da transmigração da alma e a da libertação da existência material. Uma jornada com retorno, e uma jornada sem retorno e em direção ao eterno. Na plataforma da auto-realização há o reconhecimento da existência continuada do ser, da consciência ou conhecimento ilimitados e da satisfação estética infinita. Ou seja, a morte do corpo e a perda dos prazeres dos sentidos temporários pode não representar em última análise, um prejuízo. Porque há a possibilidade de se manifestar um ganho maior, não há motivo para medo e ansiedade. A passagem para outro corpo é algo tão natural, como ir para outro lugar diferente."

Marcelo Santos - UFPB mont_rico@hotmail.com

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Maithuna e a energia sexual no tantra yoga

Este ensaio parte de uma incursão acerca dos termos kundalini e chitta do sânscrito, e, visa a apresentar algumas considerações introdutórias para o entendimento da possibilidade de superação do samsara-nirvana e dos processos kármicos. Por se tratar de um texto breve sobre Tantra e Yoga não será possível aprofundar as questões filosóficas e etimológicas, portanto, foi desenvolvido um discurso de caráter um tanto genérico, de modo mais interessado em provocar o interesse de nós, estudantes ocidentais que, se muito, vislumbramos o limiar da ponta desse ice berg gigantesco que é a cultura multimilenar indiana.

Podemos considerar que a vida humana é a plataforma perfeita para se transcender o Samsara rumo ao ser mais sutil do que o mais sutil. Este é um desejo comum tanto a homens como a seres divinos, conforme o Mundaka-Upanishad 3.1.7.

Roberto Andrade Martins – UFPB roberto.andrade.martins@gmail.com

Samadhi: uma análise comparativa entre Yoga Sutra e Drig Drishya Viveka

Há vários pontos de contato entre as obras Drig Drishya Viveka (atribuída a Bharati Tirtha) e Yoga Sutra de Patañjali. Ambas enfatizam a importância de distinguir o observador daquilo que se observa, analisam os processos mentais, distinguindo-os da consciência observadora, bem como apresentam uma análise de vários tipos de samadhi. Este trabalho focaliza as descrições do samadhi nas duas obras, indicando suas semelhanças e algumas diferenças. Pode-se considerar que o Drig Drishya Viveka esclarece alguns aspectos importantes da conceituação de samadhi, que não estão claros no Yoga Sutra.

Sara Moreira Gomes - UFPB saramoreirag@gmail.com

O princípio de Pancha Mahabuta como base para o tratamento no Ayurveda

Esta comunicação se propõe a discutir o conceito de Pancha Mahabuta, um elemento central do Ayurveda, que é uma ciência milenar proveniente da Índia e que pretende

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promover a saúde integral do ser humano. O princípio de Pancha Mahabuta, ou dos Cinco Grandes Elementos, é tratado no Charaka Samhita, um compêndio de medicina considerado um suplemento dos Vedas, e descreve métodos e práticas para se alcançar e manter a saúde e a longevidade, entre outras coisas. O Charaka Samhita é uma das principais fontes de onde provêm os conhecimentos do Ayurveda. O princípio dos Cinco Grandes Elementos é o fundamento que rege todo o funcionamento do Ayurveda, sendo, assim, a chave para a compreensão de tão complexa ciência. Por tratar da saúde através de métodos que estimulem um modo natural de viver, bem como a manutenção do equilíbrio interno e externo de tudo que se assimila e com o que se convive, seja a alimentação, o comportamento, o trabalho, o laser, o esporte, a higiene, os pensamentos, enfim, todos os aspectos da vida, o Ayurveda se configura como uma ciência atemporal, pois a eficácia de suas práticas se confirma ao longo do tempo. A base para a compreensão de como se manter o equilíbrio da vida, segundo o Ayurveda, se dá através da análise das características de cada aspecto mencionado, de acordo com o elemento da natureza correspondente a esse aspecto. É possível perceber, quando se entra em contato com os ensinamentos clássicos contidos nos Vedas, que não se pode aplicar à risca todos os métodos e procedimentos que visem à cura e saúde. É preciso considerar a época em que os textos tradicionais foram escritos, o contexto social em que foram escritos e o fato de que alguns itens que podem constar em uma prática podem não ser acessíveis em locais fora da Índia. Portanto, a compreensão do princípio do Pancha Mahabuta se configura como item fundamental para o entendimento profundo das técnicas dessa ciência, pois torna possível sua aplicação em qualquer ambiente, em qualquer época, e podendo-se tirar o máximo proveito de seus ensinamentos. É preciso considerar também que, por recomendar a utilização de ingredientes naturais em suas práticas, o Ayurveda se torna um método de promoção de saúde de baixo custo, tornando-se viável em locais com população de baixa renda. O Brasil, país com vasta diversidade natural e com uma população carente de assistência médica, poderia se beneficiar amplamente do Ayurveda, desde que compreendesse o princípio dos cinco elementos e o aplicasse ao dia-a-dia e aos elementos naturais próprios locais.

GT 2:

“Budismo: Diálogos e Recepção do Budismo indiano no

Mundo”

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Compreende trabalhos que desenvolvem o diálogo entre o budismo clássico "indiano" e o budismo que se desenvolveu e e se originou na China, Japão, Tibete e outros paises, assim como também, as perspectivas da recepção do budismo em paises ocidentais, analisando suas caracteristicas filósoficas, psicologicas, históricas e religiosas.

Bruno Morais Avelar Lima - UFMG bmorais1950@hotmail.com Izabel Campos Ferreira - UFMG

belcferreira@hotmail.com

Prof. Dr. Andityas Soares de Moura Costa Matos

Encontro entre ocidente e oriente: O budismo e o ceticismo

Este trabalho tem a proposta de buscar um diálogo entre a tradição filosófica oriental e a ocidental, cujo cerne das investigações é a verificação de possíveis semelhanças entre a filosofia budista e o ceticismo pirrônico no que tange a intenção de ambas em atuarem enquanto processos terapêuticos de cura das patologias resultantes do apego a dogmas. Tais filosofias não buscam verdades, mas sim a libertação humana do sofrimento e da necessidade infrutífera de se buscar uma verdade última e unificadora das coisas. Cada uma das filosofias supracitadas propõe métodos para que se verifique o caráter ilusório de crenças advindas das manifestações do mundo fenomênico, propondo, então, exercícios contínuos de desapego a tais julgamentos a partir da suspensão destes. A dedicação constante a tais terapias traria um resultado semelhante às duas filosofias: a quietude e tranquilidade interna, um estado de imperturbabilidade tido como o maior dos bens, denominado ataraxia na Grécia e nirvana na Índia. Tanto o Pirronismo quanto o Budismo resultam numa atitude filantrópica de cura de si mesmo e do outro, por isso não podem ser confundidos com letargia ou inércia, e isso é que o mostram as narrativas das vidas de Pirro de Élis e de Buda.

Carlos Bezerra de Lima Júnior - UFPB carlosbljr@gmail.com

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O nada em Meister Eckhart e no zen-budismo: aproximações e distanciamentos

Embora geograficamente distantes, Meister Eckhart e o zen-budismo se aproximam em vários aspectos. O “nada” ou a “nadidade” se vê presente não só na mística cristã do filósofo turíngio, como também na tradução budista. Esse estudo visa a apresentação da ideia do que é o “nada” para Eckhart e para o zen-budismo, e como se aproximam, embora se encontrem em diferentíssimas circunstâncias espaciais e temporais, e como essas diferenças implicaram em distanciamentos talvez metodológicos ou argumentativos, mas não de significado entre ambos. Para isso será necessária a exposição de estudos feitos pela Escola de Kyoto e também por comentadores de Eckhart – que se inserem nessa pesquisa com muito mais ímpeto nos dias de hoje.

Derley Menezes Alves - IFS derley@gmail.com

Uma crítica budista de Nietzsche

Partindo da análise nietzscheana do ideal ascético presente na Genealogia da Moral, pretendemos apresentar uma crítica de alguns elementos desta análise mediante um confronto do pensamento deste autor com as noções de nirvana ou nibbana, a noção de caminho do meio e a crítica budista àquilo que esta tradição classifica como niilismo ou aniquilacionismo. Nesse sentido, pretendemos inverter a ordem das análises filosóficas, que de modo geral partem da leitura de um certo filosofo acerca do budismo. Tomando como referência o Cânone Páli, pretendemos fazer uma leitura budista de certos aspectos do pensamento de Nietzsche.

Deyve Redyson - UFPB dredyson@gmail.com

O budismo na filosofia de Hegel e Schopenhauer: identidade, diferença e distanciamento

Este trabalho tem como principal caracterização apresentar o budismo na filosofia do pensador G. W. F Hegel e de A. Schopenhauer. Durante o século XIX a doutrina

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budista chegou através do orientalismo na Alemanha, diversos pensadores passaram assim a ler e atentar compreender as escrituras budistas. No pensamento sistemático de Hegel, encontramos em suas Lições sobre Filosofia da Religião uma visão depreciativa do budismo e uma falta de compreensão por parte deste pensador. Na mesma época e dispondo dos mesmos livros o pensador Schopenhauer consegue ter um insight dentro do pensamento oriental e começa a interpretar mais corretamente as principais categorias do budismo como as quatro nobres verdades, o óctuplo caminho e os cinco agregados da existência. Dessa forma temos duas visões distintas do budismo que se registraram no século XIX.

Edileide Bezerra do Nascimento - UFPB edileide.bezerra@hotmail.com

Análise do discurso do budismo e do espiritismo sobre reencarnação

Este trabalho propõe analisar o discurso presente em textos da tradição espírita e budista focalizando os encontros das “verdades” de seus ensinamentos sobre reencarnação. O budismo tem na sua estrutura filosófica o princípio de que o indivíduo tem que reencarnar infinitas vezes, passando pelo sofrimento, superando sua ignorância e extinguindo o seu karma que seria o conjunto de atos do indivíduo ao longo de suas vidas. Afirma ainda que para chegar a iluminação deve manter constantemente puros o corpo, a fala e a mente, desta forma atingindo o Nirvana (estado total de paz e plenitude). Na visão espírita o ser humano é um espírito imortal que necessita do processo reencarnatório para atingir a sua evolução espiritual (iluminação) Embora o termo karma não seja do discurso espírita muito se usa no dia a dia transmitindo a necessidade de resgate de dívidas e a lei de causa e efeito que é um dos princípios filosóficos da doutrina espírita mais forte. O sincretismo religioso entre o espiritismo e o budismo também pode ser analisado no seu perfil de filosofia de vida e religião entre seus adeptos e a população ocidental.

Felix Antonio de Medeiros Filho - UFPB fredfilipeia@gmail.com

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Ao partir da Índia à China e ao Japão, o Budismo Mahayana optou pelo esvaziamento, e mesmo pela negação de alguns conceitos, dentre os quais o de divindade tradicional. Escolas como Tiendai, Zen e Nichiren substrituíram os devas por algo mais vago e metafísico, privilegiando a experiência mística no lugar do conhecimento teológico. Na Índia, o Budismo Theravada passou a lidar com os devas como uma crença em Planos Existenciais. Diferente do Ateísmo Ocidental, esse Ateísmo Oriental consiste numa negação do divino na fundamentação de princípios onto-éticos, como as Quatro Nobres Verdades, o Caminho Óctuplo e os Cinco Agregados, todos formulados sem a presença de um deus. Porém, um fenômeno posterior levou o Budismo a adotar novamente princípios teístas, tal como se observa no Amidismo, no Budismo Japonês e em algumas linhas do Budismo Vajrayana (a exemplo do Ishta-Devata) que preservam o caráter focal e divino dos devas. Portanto, torna-se necessário estabelecer os limites do que seja um deva nas diferentes escolas Budistas, e em suas contrapartes mais metafísicas e místicas.

Karla Samara dos Santos Sousa - UFPB karlinharock7@hotmail.com

Schopenhauer e o budismo - um olhar sobre o sofrimento

O presente trabalho busca investigar a natureza do mundo elaborada pelo Budismo e pelo filosofo Arthur Schopenhauer, pois ambas se confluem. O Budismo quanto Schopenhauer se alicerçam na concepção de que a existência é ilusória a partir da constatação de que a vida é inteiro sofrimento. Se tratando do sofrimento Schopenhauer é categórico, não existe em toda natureza, superação e bondade intrínseca, pelo contrário, o que nela prevalece é um ímpeto cego corrosivo, devastador, irracional denominado Vontade, que sedenta pela vida em todas suas formas, oscila entre a satisfação e a necessidade. Assim a filosofia schopenhaueriana delimita as fronteiras de seu pessimismo metafísico. Semelhante visão apresenta o Budismo. A natureza do mundo segundo o Budismo reproduz três aspectos essenciais da existência, a impermanência, a insatisfatoriedade e a insubstacialidade. O caráter da impermanência concebe que as coisas estão em fluxo contínuo, o que leva ao sempre desejar e a inexistência de uma forma substancial no mundo. Ou seja, ao eterno sofrimento. Schopenhauer e o Budismo concebem, portanto, que os fenômenos condicionados a tais preceitos e sem a consciência desses princípios levam o indivíduo à ignorância e ao infortúnio.

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Klara Maria Schenkel - UFPB klaramarias@gmail.com

Práticas budistas na Paraíba

Este trabalho traz alguns resultados preliminares de projeto de pesquisa de mestrado, desenvolvido junto ao PPGCR – UFPB. Trata-se de uma investigação acerca das práticas budistas no estado da Paraíba (e suas possíveis ressignificações, a partir de necessidades específicas do contexto sócio-cultural paraibano), bem como do processo histórico que permitiu com que o Budismo se instaurasse nesta paisagem “exótica”. Para tanto, acompanhamos com especial atenção as relações guru-discípulo e a instalação de centros de dharma na região, além de observarmos como alguns conceitos-chave do Budismo são assimilados (ou reinterpretados) por seus praticantes paraibanos ao longo desse processo.

Regina de Fátima Migliori - UNTREF, Buenos Aires regina@migliori.com

Monge Rinchen Khyenrab/Carlos Henrique Amaral de Souza - UFES mongerinchen@yahoo.com

Ética budista e a relação com a educação em valores e os desafios contemporâneos da sustentabilidade

Valores são um impulso para o exercício inteligente, criativo, transformador e benéfico. São princípios onde enraizamos nossa motivação e também a nossa atuação. Os desafios da sustentabilidade nos fazem refletir sobre a interdependência como um fenômeno natural da vida. Também exigem que modifiquemos nosso comportamento: emerge a necessidade de reduzir o desenfreado ritmo do consumo, e isso requer uma revisão na nossa própria insatisfatoriedade. A tradição budista pode ser compreendida como um pilar direcionador de soluções para importantes desafios da atualidade com foco em valores e sustentabilidade. Os princípios de impermanência e de interdependência, aspectos fundamentais da ética budista, viabilizam a expressão do amor e da compaixão, e são relevantes para compreender as transformações atuais e as redes de sustentação da vida. O entendimento da insatisfatoriedade como raiz de venenos mentais e origem de muito sofrimento, nos oferece ferramentas para lidarmos com importantes questões da atualidade, tais como o consumo desmedido, a alta competitividade, e a deturpação de valores. A noção do precioso nascimento humano, o conjunto de causas e condições

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auspiciosas para nosso exercício humano, nos oferece um belo ponto de partida para o desenvolvimento humano viabilizando um modo de vida centrado em valores éticos e em modelos sustentáveis.

GT 3:

“Literatura e Sagrado”

Coordenador: Prof. Dr. Fabricio Possebon - UFPB

O GT propõe acolher propostas que trabalhem na confluência entre textos literários, orais ou escritos, e sua interpretação, pelo viés da sacralidade indiana, em sentido amplo, não se limitando a uma religião, institucionalizada ou não. Assim, serão aceitas análises e leituras de obras literárias de quaisquer épocas, estilos ou autores, desde que vinculadas ao pensamento indiano, no que concerne à transcendência, expressa em mitos, ritos, divindades, etc.

Gisele Cardoso de Lemos - UFJF musigi@ig.com.br

Traduções da literatura ficcional indiana para o português: uma questão cultural

A literatura ficcional pós-colonial tende a ser um solo fértil para repensar criticamente as tradições, resgatando-as, atualizando-as e transformando-as. Autores como Vikram Seth, Anita Desai e Sudhir Kakar, dentre outros, são exemplos bem sucedidos de diálogos com a tradição filosófica da Índia através da escrita ficcional. Porém, com a estimulação do mercado editorial em traduzir obras premiadas no exterior, verifica-se nas traduções para o português brasileiro da literatura ficcional indiana, originalmente em inglês, um sério problema de interpretação cultural. Uma obra literária está explicitamente ou implicitamente atrelada a uma cultura e uma tradução não pode ser uma questão meramente linguística, ela deve passar pela dimensão cultural da obra. O despreparo e a falta de comprometimento da parte de tradutores e revisores faz com que algumas traduções demonstrem graves falhas de entendimento da cultura indiana, comprometendo o diálogo com a tradição feita pelo escritor. Para a verificação desse

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cenário, serão analisados elementos específicos das traduções das seguintes obras: The Calcutta Chromosome, de Amitav Ghosh, A River Sutra, de Gita Mehta, e suas respectivas traduções para o português, em cujas obras são abordados assuntos como: o sistema de castas, a pluralidade de deuses, formas literárias clássicas da Índia, etc.

Gisele Pereira de Oliveira - UNESP/Assis gisele_usp@yahoo.com.br

Cecília Meireles e a Índia: das provisórias arquiteturas ao “Êxtase longo de ilusão nenhuma”

A relação entre Cecília Meireles e a Índia se apresenta de forma explícita e implícita em sua obra. Por um lado, dentre seus diversos livros de poesia, encontra-se o Poemas escritos na Índia, escrito a partir de sua viagem ao país em 1953, paralelamente às diversas crônicas que narram momentos de sua passagem pela terra de Gandhi e Tagore. Por outro lado, em sua lírica, há inúmeros poemas que permitem a leitura de princípios, temas e nuances do pensamento filosófico-religioso tipicamente oriental, sejam aqueles reconhecíveis como associáveis ao hinduísmo ou ao budismo. A partir dessas perspectivas, apresentamos uma seleção de poemas cuja análise aponta premissas do pensamento indiano, como o tempo cíclico eterno em oposição ao linear escatológico, a transitoriedade no mundo fenomenal, a transmigração da alma e sua eternidade, o conhecimento emancipador quando sagrado em oposição à ignorância que resulta no cativeiro material, o princípio da não violência e a compaixão, entre outros.

Gracilene Felix Medeiros - UFPB graci_cead@hotmail.com

PRᾹṆA: A respiração e a Força Vital nas Upanishads

As Upanishads são textos indianos que contêm ensinamentos filosóficos e práticas espirituais. O objetivo desses textos é conduzir o homem a Brahman, o absoluto. O nome Upanishad quer dizer, “assentar-se perto e abaixo”, significando assentar-se aos pés do mestre para receber o conhecimento. As Upanishads mais estudadas são às cento e oito que aparecem dentro da tradição. No entanto, ao longo dos séculos surgiram outras Upanishads. O pensamento das Upanishads nos apresenta um universo de

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possibilidades, que nos leva a Brahman. E este universo trata de vários temas pertinentes à vida humana. Dentre os temas tratados nas Upanishads, um deles chama a atenção por ser falado, muitas vezes, nas aulas de yoga, o termo PRᾹṆAYᾹMA, o controle do PRᾹṆA. Falando sobre PRᾹṆAYᾹMA conhecemos o PRᾹṆA e sua importância para nossa vida. Mas, o que seria PRᾹṆA? De acordo com o dicionário on-line de Sânscrito – Inglês de Monier Williams, PRᾹṆA significa simplesmente, “The breath of life, breath, respiration, spirit, vitality; (...)”, isto é, sopro, respiração, fôlego da vida, respiração, respiração, espírito, vitalidade. Contudo, descobrimos que PRᾹṆA possui significados variados, passando sempre por esta ideia de respiração, mas não num sentido restrito e sim, num sentido amplo, de sopro vital.

Joabson Cruz Soares - UEPB joabsongjp_soares@hotmail.com

O pensamento indiano: a luta na construção de identidade no filme Passagem para a Índia

Este estudo visa elucidar as relações no que concerne o pensamento capitalista ocidental representado pela Inglaterra Imperial e o pensamento oriental indiano no contexto histórico colonialista no filme Passagem para a Índia baseado no romance do escritor inglês Forster (1924). Como se deu por parte dos indianos o recebimento das decisões tomadas pela Inglaterra imperialista? A questão é de suma importância trazendo impactos e consequências para o povo indiano. O principal personagem indiano Aziz cruza as fronteiras culturais, sociais e religiosas impostas pelo imperialismo questionando-as na tentativa de resgatar de forma heroica a identidade de seu povo. Neste cenário, iremos analisar a relações entre Inglaterra e Índia - colônia alicerçados na teoria maniqueísta dominante x dominado, riqueza x pobreza, profano x religiosidade. A fundamentação teórica para este trabalho baseiam -se em Fanon (1961), Said (1978), Memmi ( 1967) que tratam da alegoria maniqueísta e afirmam que o colonizador inglês impunha seus valores políticos, sociais e religiosos explorando o povo indiano, sua terras e riquezas.

José Helber Tavares de Araújo - UFPB josehelber@hotmail.com

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Cultura e Religião no romance Mongólia, de Bernado Carvalho

O romance Mongólia, de Bernardo Carvalho, é ambientando no espaço sócio-cultural chinês e mongol. O vice-cônsul brasileiro que tinha sua estadia em Xangai é chamado pela embaixada do Brasil na China para investigar, sem chamar atenção das autoridades locais, o desaparecimento de um fotógrafo que se aventurou por lugares desconhecidos da Mongólia. A partir do momento em que vai se construindo no romance uma representação dos patrimônios culturais, costumes e relações sociais dos habitantes mongóis, pode-se chegar a um entendimento significativo dos seus valores e concepções de mundo e, assim, entender que o despertar das diferenças culturais entre ocidente e oriente é parte constitutiva e essencial na organização estrutural do romance. Estas diferenças culturais não são tomadas como divisão, mas como possibilidades dialógicas de renovação, transformação, dissolução de visões estereotipadas e esclarecimento de passagens desconhecidas de culturas com quase nenhuma afinidade. A intenção desta pesquisa não é apenas desenvolver uma interpretação sobre os aspectos estético-literários presentes na obra, mas ampliar e direcionar a discussão para o marcante componente temático de ordem histórica (especificamente no que se refere ao aspecto religioso) da cultura mongol que permeia todo o romance.

Maria Bernadete Marques Abaurre - UNICAMP bernadete.abaurre@gmail.com

A Aṣṭādhyāyī de Pāṇini: considerações sobre regras, linguagem e cultura

Este trabalho tece algumas considerações sobre a possível relação entre a busca pela descrição detalhada do sânscrito – traço marcante da gramática de Pāṇini (Aṣṭādhyāyī), escrita cerca de 500 anos a.C. – e a importância atribuída ao comportamento regrado na cultura e na ritualística védicas. Obra de grande interesse histórico e teórico, a gramática de Pāṇini, considerada a base de todas as análises tradicionais e modernas do sânscrito, contém 3.959 sutras (regras) e fornece uma descrição do funcionamento da língua que serviu de inspiração para linguistas modernos como Franz Bopp, no século XIX, e Ferdinand de Saussure, Leonard Blomfield e, mais recentemente, Noam Chomsky, no século XX. Chomsky, principal nome associado à Teoria Linguística Gerativa, chega a afirmar, em conferência proferida em 2001 em Kolkata, que “a primeira gramática gerativa no sentido moderno do termo foi a gramática de Pāṇini”, reconhecendo nessa obra uma importante fonte de inspiração para o formalismo que introduziu em seu modelo teórico. A hipótese que levantamos nesta apresentação é a de que o caráter fortemente regrado da cultura védica, aí incluída a linguagem como uma de suas manifestações, poderia explicar o empenho do gramático indiano em desvelar e formalizar as regras que descrevem e regulamentam os usos do sânscrito.

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Maria Isabel Pia dos Santos - UFPB maria.isabel.ps@gmail.com

O conceito de Puruṣa nos aforismos 11 a 25 do capítulo dois do Bhagavadgītā

Nesta apresentação vamos discutir alguns aspectos do segundo capítulo do Bhagavadgītā, em especial os aforismos 11 a 25, onde é apresentado o conceito de Puruṣa – sob as concepções de corpo e alma destrincha a percepção do que vem a ser essa natureza e, no mesmo compasso, desnuda o real – a partir da Filosofia do Sāṁkhya.

Mikaylson Rocha da Silva - UFPB/UEPB mikaylson_rocha@hotmail.com

Uma Passagem Para Índia: A Configuração da Índia "Britânica" no Limiar do Século XIX à luz das teorias Construtivistas e Pós-colonialistas.

O objetivo do nosso artigo é desenvolver um estudo científico com base em perspectivas e abordagens pós-colonialistas, construtivistas e também com base em autores da antropologia social e da semiótica como é o caso dos autores Clifford (1999), Wendt (1987) e Onuf (1987). Tendo como base o livro-romance – A Passage to India (1924), o nosso trabalho busca desmistificar a forma como vem se estudando e historiando as relações de dominação existentes num tipo de colonização, bem como dando ênfase ao “colonizado”, que de costume vinha sendo estudado como “objeto” e como parte “passiva” e “subserviente” ao discurso. O colonizado também é agente do processo de colonização, e como agente, ele fala, age e tem o que dizer a respeito desse processo. Esse é o elemento central de nossa pesquisa: buscar novas perspectivas e abordagens teóricas sem reducionismo; fomentar uma nova ontologia, ou seja, construir novos olhares e mais adequados às ciências humanas; recontar a história do Indiano sob ótica puramente indiana, tanto pelo contexto histórico-cultural como também religioso.

Mônica de Lourdes Neves Santana - UEPB monica_lns@yahoo.fr

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O pensamento indiano: a luta na construção de identidade no filme Passagem para a Índia

Este estudo visa elucidar as relações no que concerne o pensamento capitalista ocidental representado pela Inglaterra Imperial e o pensamento oriental indiano no contexto histórico colonialista no filme Passagem para a Índia baseado no romance do escritor inglês Forster (1924). Como se deu por parte dos indianos o recebimento das decisões tomadas pela Inglaterra imperialista? A questão é de suma importância trazendo impactos e consequências para o povo indiano. O principal personagem indiano Aziz cruza as fronteiras culturais, sociais e religiosas impostas pelo imperialismo questionando-as na tentativa de resgatar de forma heroica a identidade de seu povo. Neste cenário, iremos analisar a relações entre Inglaterra e Índia - colônia alicerçados na teoria maniqueísta dominante x dominado, riqueza x pobreza, profano x religiosidade. A fundamentação teórica para este trabalho baseiam -se em Fanon (1961), Said (1978), Memmi ( 1967) que tratam da alegoria maniqueísta e afirmam que o colonizador inglês impunha seus valores políticos, sociais e religiosos explorando o povo indiano, sua terras e riquezas.

Nilma Barros Silva – UFPB nilma-jp@hotmail.com

Maria do Socorro da Silva Medeiros – UFPB

Comida: nos rastro de textos sagrados

O ato de receber um convidado e hóspede (athitya) na Índia, transcende normas sociais. É memória de rituais sagrados dos tempos védicos , vê-se a presença de quem chega como mediador de mensagens dos deuses. Por isto ele deve ser respeitado e digno de todas as honras culinárias. Nos tempos védicos , o convidado era recepcionado com leite ou iogurte acrescido de mel ou açúcar. Assim a comida , seus perfumes, seus temperos e especiarias envolvem mistérios religiosos -uma intrínseca relação com os deuses e astros .Um dos territórios mais ricos pelo aspecto transcultural é a costa de Malabar, onde convivem hindus, cristãos, romanos, árabes , gregos , o Decão , área islamizada e de indus , os Himalaias e Mumbai , lugar dos parsis ou pârãshika( povos da Pérsia) seguidores do zoroastrismo, baseada na antiga religião dos magos, o masdeísmo .As receitas culinárias são ora provenientes de documentos religiosos antigos como - Zen Avestas, Bhagavad Gita , Tripitaka os Quatro Livros Sagrados dos Vedas , ora das

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tradições orais.Pretende-se discutir a comida e sua simbologia de algumas partes da Índia ,como rastro de um grande” texto “religioso .

Rafaele Brito da Silva - UEPB rafaelebrito93@gmail.com

O pensamento indiano: a luta na construção de identidade no filme Passagem para a Índia

Este estudo visa elucidar as relações no que concerne o pensamento capitalista ocidental representado pela Inglaterra Imperial e o pensamento oriental indiano no contexto histórico colonialista no filme Passagem para a Índia baseado no romance do escritor inglês Forster (1924). Como se deu por parte dos indianos o recebimento das decisões tomadas pela Inglaterra imperialista? A questão é de suma importância trazendo impactos e consequências para o povo indiano. O principal personagem indiano Aziz cruza as fronteiras culturais, sociais e religiosas impostas pelo imperialismo questionando-as na tentativa de resgatar de forma heroica a identidade de seu povo. Neste cenário, iremos analisar a relações entre Inglaterra e Índia - colônia alicerçados na teoria maniqueísta dominante x dominado, riqueza x pobreza, profano x religiosidade. A fundamentação teórica para este trabalho baseiam -se em Fanon (1961), Said (1978), Memmi ( 1967) que tratam da alegoria maniqueísta e afirmam que o colonizador inglês impunha seus valores políticos, sociais e religiosos explorando o povo indiano, sua terras e riquezas.

Sandra Sassetti Fernandes Erickson - UFRN sandra@ufrnet.br

Darmakaya & Nivarnakaya: Os corpos de êxtase na poesia de Augusto dos Anjos

Discutiremos o imaginário da poesia e filosofia oriental em Eu (Augusto dos Anjos, 1912) propondo que o poeta utilizou essa tradição como suporte principal de sua poética. O imaginário e simbologia budista em Eu vai desde a presença da Flor de Lótus (dicotomácea da lagoa, mencionada, não incidentalmente, em Budismo Moderno), as Quatro Nobre verdades, o Monte do Abutre (lugar do primeiro sermão de Buda), entre

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muitas outras. Augusto trabalha tanto o sistema filosófico oriental, quanto sua poesia sacra. Em Monólogo de uma sombra ele fala do “metafisicismo do Abidarma” (“conhecimento superior”), coleção de sutras que trata da psicologia, fenomenologia e cosmologia budista. A poesia budista é citada em Agonia de um filósofo, onde o poeta fala do Rig-Veda. Augusto usa conceitos, imagens e tropos budistas com familiaridade e conhecimento mais do que superficial. Com os bardos orientais Augusto compartilha o interesse pela metafísica, o sistema monista, o antirracionalismo, o idealismo acético e o solipsismo, marcas notórias de sua mitopoiesis. O tratamento da morte tão característico de sua poética representa o que, no budismo, constitui uma das técnicas meditativas fundamentais: a contemplação detalhada e sistemática dos aspectos internos da formação/deformação dos tecidos orgânicos a fim de se praticar o desapego e o destemor da morte, entendida apenas como uma das muitas experiências da mente fenomenal exposta no Bardol Tholdol tibetano.

Valmir Nascimento de Moura - UFPB valmirnmoura@yahoo.com.br

O poder da palavra: Uma leitura Bakhtiniana do Hino X-125 do Rig-Veda

O presente trabalho tem por objetivo construir um diálogo entre a teoria da linguagem de Bakhtin e a realidade mítica dos Vedas com respeito à função da linguagem enquanto estruturadora do mundo, do sujeito e da realidade. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa. Entendemos que, como diz Eliade, “mito é uma realidade cultural extremamente complexa, que pode ser abordada e interpretada através de perspectivas múltiplas e complementares.” Para Bakhtin, a natureza da linguagem é dialógica, e a partir desse dialogismo, torna-se o lugar de formação dos sujeitos. É pela apropriação da linguagem que nascem os papeis e funções dos sujeitos. O saber mítico védico também aponta nessa direção. Partiremos da análise discursiva, mediada pela teoria bakhtiniana da linguagem, do Hino X-125 do Rig-Veda que trata do poder da palavra. Acreditamos que há uma troca de saberes não excludentes, manifesta em dois tipos de discursos, um mítico e outro filosófico, que se explicam mutuamente.

Zélia Monteiro Bora - UFPB bora.sarita@gmail.com

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A Representação da mulher e da natureza no Budismo Medieval

O papel histórico da mulher nas religiões tradicionais, especialmente, o Budismo e o Cristianismo é bastante controvertido. Verifica-se que nos dias atuais, a evolução desse processo influenciou de forma contundente a distribuição dos papéis da mulher nas duas sociedades. No que se refere a Natureza, no Cristianismo, o seu lugar é apenas acessório, sendo vista apenas pelo seu valor utilitário. No Budismo, a Natureza é parte integrante de um todo que identifica-se com a essência divina, não existindo uma separação existencial entre o homem e a Natureza. O presente trabalho objetiva uma breve discussão sobre os dois temas vistos através do Budismo. Como ilustrações, usamos alguns exemplos comparativos com o Cristianismo. Para o presente trabalho, utilizaremos especialmente, referências bibliográficas relacionadas à textos Budistas e sociedade japonesa.

GT 4:

“Tradições da Índia no ‘ocidente’: perspectivas de diálogo’

Coordenadora: Profa. Dra. Maria Lucia Abaurre Gnerre -UFPB

Este GT acolhe trabalhos que discutem trânsitos e desenvolvimentos das tradições filosóficas e religiosas da Índia fora do subcontinente indiano (como por exemplo, o desenvolvimento do Yoga no Brasil) e as apropriações e transformações das tradições indianas em países “ocidentais”, ou os diálogos destas tradições com outros sistemas filosóficos e religiosos. Também poderão se inscrever neste GT trabalhos relacionados a questões de gênero e religiosidade na Índia.

Alexandre Venâncio da Silva - UFPB philosvenancio@folha.com.br

A religião na filosofia kantiana e sankariana

A minha apresentação tem o objetivo de analisar o sentido da palavra “religião”, dentro de uma perspectiva “fenomenológica”, entre dois polos: “ocidental” e “oriental”, com a problemática da cosmologia, e principalmente dentro da esfera hermenêutica, que

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maioria dos casos tenta mitigar os papeis das divindades, no sentido participativo da criação do mundo. Baseie-me entre dois filósofos: Immanuel Kant e Srī Adi

Śaṅkarāchārya. A religião aqui será discutida nos paramentos racionais (Kant) e na não

dualidade (Śaṅkara) que para ambos a verdadeira religião é o sentido de aceitar-se como instrumento de sua própria criação, contendo significados legais, para o homem compreender, que não há uma separação, daquilo que esta dentro de si, com algo inatingível, onde necessitaríamos “deslocar-se” do mundo real para uma fronteira delimitada. O que é então a religião? Será apenas uma palavra com sentido “greco-latino” usado para identificar a união do criador com o ser criado, religar a terra ao céu? Ou muito mais além: “desmitificar” as capacidades humanas, de pensar que sua vontade não nasce do seu próprio desejo de alto se conhecer, sem antes conhecer o teu criador?

Aline Telles Storni - UFPB alistorni@hotmail.com

O despertar da espiritualidade através do corpo

O objetivo dessta comunicação é observar a relação entre o conceito de espiritualidade que vem sendo desenvolvido no ocidente, e a prática do Yoga na contemporaneidade. Assim, vamos apresentar alguns aspectos desta relação de experiência espiritual oferecida pelos corpos e pela natureza através do Yoga. Para tanto, vamos fazer uma revisão bibliográfica de algumas obras importantes de caráter acadêmico e cientifico que analisam diversas experiências com a técnica e filosofia indiana do Yoga, mais especificamente do Hatha Yoga. Para fazer esta conexão entre a prática de Hatha Yoga e o conceito de espiritualidade na contemporaneidade destacamos as obras "O Hatha Yoga dos Textos clássicos" de Alicia Souto e a obra "Respiração Holotrópica" de S. Groff.

Ana Paula Rodrigues Cavalcanti - UFPB anapaulacavalcanti.ufpb@gmail.com

Considerações sobre a Alimentação Prasada, o Vegetarianismo e os Povos Onívoros

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O simbolismo da comida prasada – abençoada pela divindade e contendo seu “favor” - nas religiões bramânicas, segundo alguns marcos teóricos, favorece o vegetarianismo como identidade social, e, consequentemente, a pacificidade do caráter, a docilidade das maneiras e a elevação meditativa, culminando com uma espécie de purificação espiritual. Por outro lado, há estudiosos que pedem uma comprovação histórica de tais postulados – que não existe. E vão mais além, defendendo que os povos majoritariamente vegetarianos também eram hábeis guerreiros e ambiciosos conquistadores de territórios, a exemplo da própria Índia. Entretanto, numa escala micrométrica, pretende-se demonstrar, nesta comunicação, que indivíduos e comunidades praticantes do vegetarianismo percebem seus dilemas pessoais e coletivos de maneira divergente daqueles cuja dieta é marcadamente carnívora. A concepção religiosa e filosófica sobre a alimentação de um povo forma sua identidade social e influi no seu conjunto de regras morais para convivência, baseando subsequentemente os padrões de julgamento entre culturas diferentes. Sob este ângulo, a comida prasada e o vegetarianismo anunciam os ideais, os valores máximos pretendidos pela sociedade hinduísta na esfera espiritual, moral e imagética, ansiando até validar os paradoxos que se irão verificar no percurso histórico daquele povo.

Ana Suelen Tossige Gomes - UFMG suelenan@yahoo.com.br

Upanisads: Uma visão sobre o pensamento filosófico inaugural da ìndia e seus diálogos com Heráclito e Parmênides

(Este trabalho contou com o apoio financeiro da FAPEMIG, e integra o projeto Leituras Contemporâneas dos Clássicos da Filosofia do Direito.)

Os Upanisads são o ápice do pensamento védico e constituem um marco de transição entre o misticismo puro e o surgimento filosofia hindu. A partir de uma leitura analítica de doze dos principais Upanisads, com ênfase nos assim chamados ‘primeiros’, por estarem compreendidos no período de maiores mudanças sociais, econômicas e religiosas da antiga Índia (800 a 300 a.C.), buscou-se interpretar o conteúdo filosófico presente nessas escrituras e detectar suas singularidades e suas similitudes com o pensamento dos gregos antigos, em especial Parmênides e Heráclito. Com base no marco teórico da ‘época axial’ de Jaspers, partiu-se da hipótese de que o desenvolvimento intelectual ocorrido na Índia e na Grécia, simultânea e independentemente, e devido a fatores parecidos de ordem sociológica, encontra paralelismos em suas filosofias. De fato, até o presente momento da pesquisa é possível

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inferir que diante da idêntica preocupação em afastamento do mito, seja pela negação da simples ritualística do Rig-Veda nos Upanisads, seja por meio da busca da arché pelos pré-socráticos, tais pensamentos se encontram em questões fundamentais tais como a totalidade e unidade do ser, ausência da dicotomia sujeito-objeto, o conhecimento enquanto via de libertação do homem, a oposição das coisas e o movimento.

Arilson Silva de Oliveira - UFPB arilsonpaganus@yahoo.com.br

Nietzsche e o Manusmrti

O Manusmrti será uma obra de importância vital para a tresvaloração dos valores proposta por Nietzsche. Para tanto, comentará Daniel Halévy (historiador francês) acerca da obra indiana na vida intelectual do filósofo, que Nietzsche admira e copia inúmeros trechos da antiquíssima literatura, a qual interpreta como constituindo o soberaníssimo antídoto contra a Bíblia. À antiga literatura indiana, segundo Halévy, Nietzsche nota um olhar goetheano, cheio de boa vontade e nele ouve esse canto d’amore que o filósofo mesmo havia querido cantar. O Manusmrti é, para Nietzsche, na verdade, algo indispensável ao espírito livre, posto que a natureza é inevitavelmente um caos, uma zombaria de todo apotegma e de toda a ordem e, para aquele que cogita a instalação de uma ordem, dever-se-ia afastar-se dela e conceber um mundo ilusório; algo que o excesso de realidade presente no Manusmrti tenta elegantemente escapar ou não se motivar para tanto.

Beliza Áurea de Arruda Mello - UFPB beliza.aurea@gmail.com

Comida na Índia: No rastro de textos religiosos

O ato de receber um convidado e hóspede (athitya) na Índia, transcende normas sociais. É memória de rituais sagrados dos tempos védicos , vê-se a presença de quem chega como mediador de mensagens dos deuses. Por isto ele deve ser respeitado e digno de todas as honras culinárias.Nos tempos védicos , o convidado era recepcionado com leite ou iogurte acrescido de mel ou açúcar.Assim a comida , seus perfumes, seus temperos e especiarias envolvem mistérios religiosos -uma intrínseca relação com os deuses e

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astros .Um dos territórios mais ricos pelo aspecto transcultural é a costa de Malabar, onde convivem hindus, cristãos, romanos, árabes , gregos , o Decão , área islamizada e de indus , os Himalaias e Mumbai , lugar dos parsis ou pârãshika( povos da Pérsia) seguidores do zoroastrismo, baseada na antiga religião dos magos, o masdeísmo .As receitas culinárias são ora provenientes de documentos religiosos antigos como - Zen Avestas, Bhagavad Gita , Tripitaka os Quatro Livros Sagrados dos Vedas , ora das tradições orais.Pretende-se discutir a comida e sua simbologia em algumas partes da Índia, como rastro de um grande” texto “religioso .

Cecília Muzetti de Castro - UNICAMP cimuz@yahoo.com.br

Yoga como prática terapêutica em pessoas com diabetes

Na última década observou-se expansão do número de publicações que avaliam o efeito do Yoga em pessoas que convivem com diabetes. Este estudo apresenta uma revisão sistemática de artigos publicados no período de 1990 a 2011 nos bancos de dados Pubmed, Embase, Ebsco e Web of Science, dos quais foram selecionados 22 artigos para análise. Verificamos que as pesquisas sobre Yoga e Diabetes são abrangentes e nem sempre explicitam as tradições de Yoga utilizadas; posturas psicofísicas, controle da respiração, relaxamento e meditação foram as técnicas mais frequentemente empregadas. A maioria dos artigos possui caráter clínico, com objetivos de medir alterações em padrões bioquímicos, antropométricos, fisiológicos; outros temas avaliados são o nível de bem estar, qualidade de vida e autoeficácia. As técnicas adotadas proporcionaram benefícios aos praticantes, no entanto, nenhum estudo seguiu os oito passos descritos nos Yoga Sutras de Patanjali, sendo possível concluir a carência de trabalhos que aprofundem de forma conceitual e filosófica a relação do Yoga com o Diabetes. Desse modo, torna-se evidente que, em futuros estudos, é importante considerar metodologias mais adequadas ao Yoga.

Dávila Maria da Cruz Andrade - UFPB davilamariaandrade@hotmail.com

Soma x Ayahuasca: um diálogo entre as tradições dos Vedas e o Santo Daime no uso sagrado das plantas de poder

Referências

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