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Superfícies de Curvatura Média Constante com Bordo Livre

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Academic year: 2021

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(1)Universidade Federal do Piau´ı ˆncias da Natureza Centro de Cie ´ s-Graduac ˜ o em Matema ´ tica Po ¸a ´ tica Mestrado em Matema. Superf´ıcies de Curvatura M´ edia Constante com Bordo Livre. Jo˜ ao Vin´ıcius da Silva. Teresina - 2021.

(2) Jo˜ ao Vin´ıcius da Silva. Disserta¸c˜ ao de Mestrado: Superf´ıcies de Curvatura M´ edia Constante com Bordo Livre. Disserta¸ca˜o. submetida. `a. Coordena¸c˜ao. do Programa de P´os-Gradua¸ca˜o em Matem´atica, da Universidade Federal do Piau´ı, como requisito parcial para obten¸c˜ao do grau de Mestre em Matem´atica.. Orientador: Prof. Dr. Barnab´e Pessoa Lima. Teresina - 2021.

(3)

(4) FICHA CATALOGRÁFICA Universidade Federal do Piauí Biblioteca Setorial de Ciências da Natureza CCN Serviço de Processamento Técnico. S586s. Silva, João Vinicius da. Superfícies de curvatura média constante em bordo livre / João Vinicius da Silva 2021. 69 f.: il. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Piauí, Centro de Ciências da Natureza, Programa de Pós-Graduação em Matemática, Teresina, 2021. Orientador: Prof. Dr. Barnabé Pessoa Lima 1. Geometria Diferencial. 2. Curvatura Média. 3. Estabilidade de Hipersuperfícies. I. Lima, Barnabé Pessoa. II. Titulo. CDD 516.36. Bibliotecária (o): Caryne Maria da Silva Gomes CRB3/1461.

(5) i. Dedico esse trabalho ao meu saudoso pai Jo˜ao Artur da Silva (in memoriam) e minha querida m˜ae Valda Maria da Silva..

(6) Agradecimentos Em primeiro lugar agrade¸co a` Deus por ter iluminado meu caminho nessa jornada e colocar pessoas t˜ao especiais na minha vida. A todos os meus familiares, em especial a minha amada m˜ae Valda Maria, que sempre apoiou e fez de tudo no meio de tantas dificuldades para dar suporte na minha forma¸ca˜o, serei eternamente grato a ela, `a minha irm˜a Geovana Maria que est´a por perto em todos os momentos e a confian¸ca depositada em mim e por sempre acreditar no meu potencial. Ao meu pai Jo˜ao Artur, que mesmo com pouco tempo de conv´ıvio me passou muitos ensinamentos e pelos quais serei eternamente grato. A minha namorada k´atia Sousa, por todo companheirismo, incentivo e compreens˜ao em todos os momentos e fazer os meus dias felizes. Agrade¸co ao meu orientador e amigo professor Barnab´e Pessoa Lima por me orientar desde a inicia¸ca˜o cient´ıfica na gradua¸ca˜o at´e aqui, sempre servindo de exemplo para mim como pessoa e o grande profissional que ´e. Obrigado por me conduzir em todo o desenvolvimento do trabalho com suas dicas e sugest˜oes, e por sempre acreditar no meu ´ uma honra ser seu aluno. potencial, pela paciˆencia e confian¸ca. E Aos professores do departamento de matem´atica da UFPI, em especial, aos professores Paulo Alexandre, Halyson Baltazar, Rondinelle Marcolino, Jurandir Oliveira, Jo˜ao Xavier, Jos´e Francisco, Leandro Pessoa, Gleison Nascimento, Vitaliano Amaral, Jo˜ao Carlos, Newton Lu´ıs, Antˆonio Wilson, Liane Feitosa e Jefferson Leite que tiveram grande contribui¸c˜ao na minha forma¸c˜ao acadˆemica. Aos professores Jos´e F´abio Montenegro e Rondinelle Marcolino por terem aceito o convite e participarem da banca examinadora e por todas as d´ uvidas tiradas e sugest˜oes. ii.

(7) iii para um melhoramento do trabalho. Ao mais que amigo e sim irm˜ao Erisvaldo Veras que ao longo desses anos fomos a dupla dinˆamica do departamento de matem´atica da UFPI que me ajudou nos momentos bem dif´ıceis da trajet´oria e conhece de perto minha caminhada. Muito obrigado. Agrade¸co a todos meus amigos conquistados nesses longos anos na UFPI pelo incentivo, for¸ca e companheirismo, em especial Jos´e Edilson, Jos´e M´arcio, Ruan Diego, Antˆonio Wesley, Hot´avio Fonseca, Kevin Mar¸cal, Sara Rute, Em´ılia Amorim, Juliano Nascimento, Antˆonio Nilson, Jean Carlos, Marcos Carvalho, J´ ulio Jos´e, Danrley, Andr´e, Alexia, Osvaldo, George Lucas, Lucas Bandeira, Melquisedeque, Ousadia, Raylan, Dieme, Francimar, Pedro Paulo, Pedro Rodrigues, Raimundo Bruno, Christopher, Severino, Idalina, Jaciane, Leonardo Silva, Edimilson Lopes, Igor, Thiago Mayson, Douglas Rafael, Michell Dhouglas, Sillas Augusto, Raquel Lemos, Paulo S´ergio, Jonatas Arrais, Jonas Bloch, Suerlan, Bruno Vasconcelos, Gustavo, At´ecio Alves, Jefferson de Brito, Jo˜ao Santos, Alexandre Bezerra, Rafael Emanuel, D´ario Severo, Danilo, Lucas Emanuel, Maicon Ara´ ujo, Rodrigo Brito, J´ unior Amaral e Ade´ılson Rios. ´ Agrade¸co tamb´em Antˆonio F´agner, Welton Rodrigues, Cl´audia, Ezio, Dira, padrinho Wellington, madrinha Nayana, padrinho Welton, Xislene, compadre Willamis, comadre Reizinha, Leila, comadre L´ılia, Laires, compadre Victor Hugo, Wemerson, Chico Sindˆo, tia Maria do Livramento (tia nen´em), tia Vaulene, meu avˆo Valdimir e meus afilhados que sempre est˜ao por perto na minha caminhada acadˆemica. Aos meus amigos de infˆancia Ivanildo, Josenildo, Alexandre e Eduardo Sousa que nos momentos de descontra¸ca˜o sempre est˜ao presentes. Por fim, agrade¸co a CAPES pelo apoio financeiro..

(8) iv. “Para quem acredita e persiste, um sonho nunca morre, ele apenas pode ser adiado”. Autor desconhecido..

(9) Resumo Nesta disserta¸ca˜o, temos que uma hipersuperf´ıcie com bordo livre de uma variedade ´e ponto cr´ıtico do funcional ´area restrito a todas as varia¸co˜es admiss´ıveis que preservam volume. Neste caso, temos uma caracteriza¸ca˜o especial, possuir curvatura m´edia constante. Aqui, estudamos solu¸co˜es est´aveis do problema e obtemos v´arias restri¸co˜es top´ologicas e geom´etricas para esse tipo de superf´ıcie em dom´ınios convexos limitados. No caso particular de uma bola euclidiana unit´aria no R3 Antˆonio Ros e Enaldo Vergasta [17] obtiveram resultados bem mais satisfat´orios. Tais resultados foram obtidos no artigo Stability for Hypersurfaces of Constant Mean Curvature with Free Boundary. Palavras-Chaves: Bordo livre, Curvatura M´edia Constante, Hipersuperf´ıcie, Superf´ıcie Est´avel.. v.

(10) Abstract In this dissertation, we have that a hypersurface with a free boundary of a manifold is a critical point of the functional area restricted to all admissible variations that preserve the volume. In this case, we have a special characterization, having constant mean curvature. Here, we study stable solutions to the problem and obtain several topological and geometric restrictions for this type of surface in limited convex domains. In the particular case of a single Euclidean ball at R3 Antˆonio Ros and Enaldo Vergasta [17] got much more satisfactory results. Such results were obtained in the article Stability for Hypersurfaces of Constant Mean Curvature with Free Boundary. Keywords: Free Boundary, Constant Mean Curvature, Hypersurface, Stable Surface.. vi.

(11) Sum´ ario Resumo. v. Abstract. vi. 1 No¸c˜ oes Preliminares. 4. 1.1. Superf´ıcies com bordo livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 4. 1.2. Operadores especiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 6. 1.3. Imers˜oes isom´etricas e a segunda forma fundamental. 9. 1.4. F´ormulas de varia¸ca˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13. . . . . . . . . . . . .. 2 Superf´ıcies Estacion´ arias. 19. 2.1. Imers˜oes estacion´arias est´aveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19. 2.2. A Forma ´ındice . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23. 3 Estabilidade para hipersuperf´ıcies em dom´ınios convexos. 29. 4 Estabilidade para hipersuperf´ıcies em uma bola unit´ aria. 36. 5 Apˆ endice. 54. 5.1. Teorema de Gauss-Bonnet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54. 5.2. Princ´ıpio do M´aximo de Hopf . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55. 5.3. Princ´ıpio do M´aximo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55. Referˆ encias Bibliogr´ aficas. 57. vii.

(12) Introdu¸ c˜ ao Este trabalho descreve um resultado obtido por Antˆonio Ros e Enaldo Vergasta [17], publicado em 1995, sobre estabilidade para hipersuperf´ıcies de curvatura m´edia constante com bordo livre. A motiva¸cao principal ´e a demonstra¸ca˜o do seguinte resultado: Teorema 0.1. Suponha que B ⊂ R3 uma bola e que φ : M → B seja estacion´aria est´ avel. Ent˜ao ∂M ´e mergulhada e as u ´nicas possibilidades s˜ao 1. φ(M) ´e um disco totalmente geod´esico, 2. φ(M) ´e uma calota esf´erica, 3. g = 1 e r = 1 ou 2, onde g ´e o gˆenero e r ´e o n´ umero de componentes conexas. Inicialmente, observamos que as hipersuperf´ıcies de curvatura m´edia constante s˜ao bem conhecidas por serem solu¸co˜es para um problema variacional. Elas s˜ao pontos cr´ıticos para o funcional a´rea para varia¸c˜oes que deixam o funcional de volume constante. Aqui, trataremos de uma quest˜ao variacional precisa, partindo de problemas para dom´ınios convexos. Dado um dom´ınio convexo compacto suave B ⊂ Rn+1 , vamos denotar por ∂B e intB a fronteira e o interior de B, respectivamente. O problema consiste em minimizar a` a´rea n-dimensional, ou mais geralmente em estudar os pontos cr´ıticos do funcional a´rea, entre todas as hipersuperf´ıcies compactas de Rn+1 com bordo contido em ∂B e interior em intB. Sob essas restri¸c˜oes, uma hipersuperf´ıcie ´e chamada de estacion´aria se tiver a´rea cr´ıtica, e est´avel quando minimiza a a´rea at´e a segunda ordem (essas defini¸co˜es s˜ao conhecidas durante o texto). As superf´ıcies estacion´arias devem ter curvatura m´edia constante e intersectar ∂B ortogonalmente, isto ´e, ter bordo livre. Quando B ⊂ Rn+1 ´e uma bola, al´em dos discos totalmente geod´esicos com bordo livre em um equador da ∂B tamb´em as calotas esf´ericas 1.

(13) ou um peda¸co de uma caten´oide, cada um deles intersectando ∂B em um aˆngulo reto, s˜ao exemplos de superf´ıcies estacion´arias. A disserta¸ca˜o est´a dividida da seguinte maneira. No cap´ıtulo 1, apresentamos algumas defini¸c˜oes, nota¸c˜oes e resultados sobre geometria riemanniana e varia¸ca˜o de a´rea e volume que dar˜ao suporte aos pr´oximos cap´ıtulos. No cap´ıtulo 2, introduzimos superf´ıcies estacion´arias e logo em seguida, demonstramos o Teorema 0.2. Seja φ : M −→ B ⊂ Rn+1 uma imers˜ao, onde φ(int M) ⊂ int B , φ(∂M) ⊂ ∂B e B ´e um disco fechado de Rn+1 . Ent˜ao, φ ´e ponto cr´ıtico do funcional ´area para varia¸c˜oes admiss´ıveis que preservam volume se, e somente se, φ ´e uma hipersuperf´ıcie com curvatura m´edia constante com bordo livre. Ainda neste cap´ıtulo, mostramos o teorema seguinte. Teorema 0.3. Seja φ : M −→ Rn+1 uma imers˜ao de uma superf´ıcie compacta M e f ∈ C∞ (M) onde vale Z f dM = 0 M. Ent˜ao existe uma varia¸c˜ao Φ que preserva volume, onde o campo variacional ´e dado por ξ = fN. No cap´ıtulo 3, estudamos hipersuperf´ıcies imersas est´aveis estacion´arias sem nenhuma restri¸ca˜o a priori sobre sua topologia. Para superf´ıcies estacion´arias em um dom´ınio convexo B de R3 , mostramos a seguinte restri¸ca˜o topol´ogica. Teorema 0.4. Se B ´e convexo em R3 e φ ´e estacion´ario est´avel, ent˜ao os u ´nicos valores poss´ıveis para g e r s˜ao 1. g = 0 ou 1 e r = 1, 2 ou 3 2. g = 2 ou 3 e r = 1. No cap´ıtulo 4, nos restringimos a considerar B a bola unit´aria de Rn+1 , o primeiro resultado que provamos ´e para hipersuperf´ıcies m´ınimas. Teorema 0.5. Suponha que B ∈ Rn+1 ´e uma bola e que φ ´e estacion´aria est´avel. Se φ ´e m´ınima, ent˜ao ´e totalmente geod´esico. 2.

(14) Mostramos tamb´em o caso em que a superf´ıcie n˜ao ´e m´ınima, obtendo somente um resultado parcial. Dizemos que uma hipersuperf´ıcie tem a forma de estrela em rela¸c˜ao a um ponto ambiente se cada semi-reta se estendendo a partir dele intersecta a hipersuperf´ıcie no m´aximo em um ponto. Teorema 0.6. Suponha que B ´e a bola unit´aria em Rn+1 e que φ ´e est´avel estacion´ aria com L > nA. Ent˜ao u nunca se anula em int M ou φ ´e totalmente geod´esico. No primeiro caso, se al´em disso ∂M ´e mergulho, ent˜ao φ(M) ´e uma hipersuperf´ıcie em forma de estrela em rela¸c˜ao ao centro da bola. Para uma bola tridimensional, o seguinte teorema tem descri¸ca˜o mais expl´ıcita. Teorema 0.7. Suponha que B ⊂ R3 uma bola e que φ : M → B seja estacion´aria est´ avel. Ent˜ao ∂M ´e mergulhada e as u ´nicas possibilidades s˜ao 1. φ(M) ´e um disco totalmente geod´esico, 2. φ(M) ´e uma calota esf´erica, 3. g = 1 e r = 1 ou 2. Por fim, incluimos tamb´em 1 apˆendice. Nele, apresentamos o Teorema de GaussBonnet, Princ´ıpio do M´aximo de Hopf e o Princ´ıpio do M´aximo.. 3.

(15) Cap´ıtulo 1 No¸ c˜ oes Preliminares Neste cap´ıtulo apresentaremos algumas defini¸co˜es, nota¸co˜es e resultados que ser˜ao utilizados nos cap´ıtulos seguintes. N˜ao demonstraremos todos os resultados, mas deixaremos as devidas referˆencias. Para a leitura do texto espera-se que o leitor tenha algumas no¸co˜es de geometria, como a defini¸ca˜o de Variedade Riemanniana, Conex˜ao Riemanniana, Primeira e Segunda Varia¸c˜ao de ´area, Volume, Curvatura M´edia, Hipersuperf´ıcie e o Teorema de Gauss-Bonnet. Denotaremos por Mn (Ou simplesmente M) uma variedade Riemanniana conexa de dimens˜ao n e classe C∞ , h , i sua m´etrica Riemanniana, com a correspondente norma denotada por || ||, ∇ sua conex˜ao Riemanniana, Tp M o plano tangente a M no ponto p ∈ M e X(M) o conjunto dos campos de vetores C∞ de M. A seguir, iremos relembrar algumas defini¸co˜es e proposi¸co˜es que ser˜ao usadas ao longo do texto.. 1.1. Superf´ıcies com bordo livre. Seja o conjunto R+ ⊂ Rn , dado por R+ = {(x1 , · · · , xn ) ∈ Rn : xn > 0}, onde Int(R+ ) = {(x1 , · · · , xn ) ∈ Rn : xn > 0} e, ∂R+ = {(x1 , · · · , xn ) ∈ Rn : xn = 0}, 4.

(16) Cap´ıtulo 1. No¸co ˜es Preliminares. 5. s˜ao respectivamente, o interior e a fronteira de R+ = {(x1 , · · · , xn ) ∈ Rn : xn > 0}. Defini¸c˜ ao 1.1. Uma variedade topol´ogica Mn com bordo ´e um espa¸co topol´ogico, Hausdorff, com base enumer´avel e localmente euclidiano em que todo ponto p ∈ Mn tem uma vizinhan¸ca homeomorfa ou a um subconjunto aberto de Rn ou a um subconjunto aberto de R+ . Defini¸c˜ ao 1.2. Uma estrutura suave para M ´e um conjunto de cartas cujos dominios cobrem M e as aplica¸c˜oes de transi¸c˜ao s˜ao diferenci´aveis. Defini¸c˜ ao 1.3. Uma superf´ıcie diferenci´avel M com bordo, ´e um par (M, A) em que M ´e uma variedade topol´ogica com bordo e A ´e uma estrutura suave para M. Para mais detalhes consulte [10] e [11]. Seja Ω ⊂ Rn e considere M ⊂ Ω uma superf´ıcie compacta com ∂M 6= ∅, onde ∂M ⊂ ∂Ω. Defini¸c˜ ao 1.4. Dizemos que M ´e uma superf´ıcie com bordo livre quando M intersecta ∂Ω ortogonalmente. Exemplo 1.1. O caten´oide cr´ıtico ´e um exemplo de superf´ıcie com bordo livre, onde temos um peda¸co de uma caten´oide contida na bola unit´aria B, encontrando ∂B ortogonalmente.. B. Figura 1.1: caten´oide cr´ıtico O caten´oide cr´ıtico pode ser definido analiticamente como a imagem da aplica¸c˜ao conforme.

(17) Cap´ıtulo 1. No¸co ˜es Preliminares. 6. ϕ : (t, θ) ∈ [−t0 , t0 ] × S1 7→ a0 cosh(t)cos(θ)e1 + a0 cosh(t)sen(θ)e2 + a0 te3 ∈ R3 onde {e1 , e2 , e3 } ´e uma base ortonormal de R3 . A constante t0 ´e a u ´nica solu¸c˜ao positiva da equa¸c˜ao tsenh(t) = cosh(t), enquanto que a0 = (t0 cosh(t0 ))−1 . Estas constantes s˜ao escolhidas de tal maneira que a aplica¸c˜ao ϕ ´e conforme e a sua imagem ´e um peda¸co de um caten´oide em B, encontrando ∂B ortogonalmente, e cujo eixo de simetria ´e a reta gerada pelo vetor e3 .. 1.2. Operadores especiais. Aqui, iremos definir as no¸c˜oes de gradiente e Laplaciano de uma fun¸ca˜o, Teorema da Divergˆencia, a F´ormula de Green e alguns outros resultados relacionados. Defini¸c˜ ao 1.5. O gradiente de uma fun¸c˜ao diferenci´avel f : M → R ´e o campo ∇f, definido por. h∇f(p), vi = dfp (v),. (1.1). para todo v ∈ Tp M. Proposi¸c˜ ao 1.1. Se f, g : M −→ R s˜ao fun¸c˜oes diferenci´aveis , ent˜ao (a) ∇(f + g) = ∇f + ∇g. (b) ∇(fg) = g · ∇f + f · ∇g. Demonstra¸c˜ao. Considere f, g : M −→ R fun¸co˜es diferenci´aveis e v ∈ Tp M , portanto temos. ∇(f + g)(p), v = d(f + g)p (v) = dfp (v) + dgp (v). . = ∇f(p), v + ∇g(p), v. = ∇f(p) + ∇g(p), v ..

(18) Cap´ıtulo 1. No¸co ˜es Preliminares. 7. Agora provaremos o segundo item. De fato, note que. ∇(fg)(p), v = d(fg)p (v) = fdgp (v) + gdfp (v). = f ∇(g)(p), v + g ∇(f)(p), v. . = f∇(g)(p), v + g∇(f)(p), v. = f∇(g)(p) + g∇(f)(p), v . Isto conclui a prova da proposi¸ca˜o. Defini¸c˜ ao 1.6. Seja X um campo vetorial em M. A divergˆencia de X ´e a fun¸c˜ao suave X : M → R dada por. divX = tr{v 7→ (∇v X)(p)},. (1.2). onde v ∈ Tp M e tr ´e o tra¸co do operador dado entre chaves. Proposi¸c˜ ao 1.2. Sejam X,Y campos vetoriais suaves sobre M e f : M → R uma fun¸c˜ ao suave. Ent˜ao, (a) div(X + Y) = divX + divY. (b) div(fX) = fdivX + h∇f, Xi. Demonstra¸c˜ao. A prova do primeiro item segue do seguinte c´alculo div(X + Y) = tr{v → ∇v (X + Y)(p)} = tr{v → (∇v X(p) + ∇v Y(p))} = tr{v → ∇v X(p)} + tr{v → ∇v Y(p)} = divX + divY. Concluindo a prova do primeiro item, agora tratamos do segundo. Seja {ei } um referˆencial, com isso temos div(fX) = = = = =. ∇ei fX, ei. ei (f)X + f∇ei X, ei. . ei (f)X, ei + f∇ei X, ei. ei (f)ei , X + f ∇ei X, ei. ∇(f), X + fdivX..

(19) Cap´ıtulo 1. No¸co ˜es Preliminares. 8. Como queriamos demonstrar. Defini¸c˜ ao 1.7. Seja f : M → R uma fun¸c˜ao suave. O laplaciano de f ´e a fun¸c˜ ao ∆f : M → R dada por ∆f = div(∇f). Proposi¸c˜ ao 1.3. Seja f : M → R uma fun¸c˜ao suave em M, e {ei }n i=1 um referencial geod´esico em p ∈ M. Ent˜ao, ∆f =. n X. ei (ei (f)).. i=1. Demonstra¸c˜ao. Basta ver que ∇f =. ei (f)ei , e assim usando a defini¸ca˜o anterior temos. i=1. que ∆f = div(∇f) = div. n X. n X. ! ei (f)ei. i=1. =. n X. ei (ei (f))+h∇ei ei , ∇fi =. n X. ei (ei (f))+∇ei ei (f).. i=1. i=1. Teorema 1.1 (Divergˆencia). Sejam M uma variedade compacta orient´avel com bordo ∂M e X um campo de classe Ck . Ent˜ao Z Z div XdM = M. hX, ηidS,. ∂M. onde η ´e um campo unit´ario normal `a ∂M apontando para fora de M. Demonstra¸c˜ao. Esse teorema ´e uma consequˆencia imediata do Teorema de Stokes para variedades. A demonstra¸ca˜o do Teorema de Stokes pode ser encontrada em [18] . Corol´ ario 1.1 (1ª F´ormula de Green). Sejam u, v : U −→ R, fun¸c˜oes de classe Ck no aberto U. Seja M ⊂ U uma variedade orient´avel, compacta com bordo suave ∂M. Ent˜ ao: Z Z Z ∂v u · ∆vdM + h∇(u), ∇(v)idM = u· dS. ∂η M M ∂M Demonstra¸c˜ao. Segue diretamente do Teorema da divergˆencia e da defini¸ca˜o do div considerando o seguinte campo X = u · grad(v). Defini¸c˜ ao 1.8. Seja M uma Variedade Riemanniana, f : M → R uma fun¸c˜ao suave. Dizemos que f ´e harmˆonica se ∆f = 0; f ´e subharmˆonica se ∆f > 0 e f ´e superharmˆonica se ∆f 6 0 em M..

(20) Cap´ıtulo 1. No¸co ˜es Preliminares. 1.3. 9. Imers˜ oes isom´ etricas e a segunda forma fundamental n+k. Sejam Mn e M. n+k. variedades diferenci´aveis e f : Mn → M. uma aplica¸ca˜o dife-. renci´avel. Defini¸c˜ ao 1.9. Dizemos que f ´e uma imers˜ao quando dfp : Tp Mn → T f(p) Mn+k ´e injetiva para todo p ∈ Tp M. Defini¸c˜ ao 1.10. Dizemos que f ´e um mergulho suave quando, (i) f ´e uma imers˜ao suave. (ii) f : Mn → f(Mn ) ´e um homeomorfismo, onde a topologia de f(Mn ) ´e a topologia de subespa¸co. Teorema 1.2. Seja f : Mn → f(Mn ) uma aplica¸c˜ao suave. Ent˜ao f ´e uma imers˜ao se, e somente se, ´e um mergulho local. Demonstra¸c˜ao. Veja [11]. n+k. Dada f : Mn → M n+k. niana M. imers˜ao da Variedade diferenci´avel Mn na Variedade Riemann+k. . A m´etrica Riemanniana de M. induz de maneira natural uma m´etrica. Riemanniana em Mn . Ou seja, define-se hu, vip = hdfp (u), dfp (v)if(p) , ∀p ∈ Mn e todos u, v ∈ Tp M. Nesta situa¸ca˜o, f passa a ser uma imers˜ao isom´etrica de n+k. Mn em M. .. Considere f satisfazendo a defini¸ca˜o 1.10. Ent˜ao, f ´e localmente um mergulho, e assim, para todo p ∈ M existe uma vizinhan¸ca U ⊂ M de p tal que f(U) ⊂ M ´e uma n+k. subvariedade de M. Segue da´ı que f : U ⊂ Mn → f(U) ⊂ M. local, e desta forma dfp : Tp Mn → T f(p) Mn+k ´e um isomorfismo. Dado p ∈ Mn , podemos escrever Tp M = Tp M ⊕ (Tp M)⊥. ´e um difeomorfismo.

(21) Cap´ıtulo 1. No¸co ˜es Preliminares. 10. e assim, dado v ∈ Tp M, v = v> + v⊥ . Denote por ∇ a conex˜ao de Levi-Civita de M. Se

(22)

(23) X, Y ∈ X(U) e X, Y s˜ao extens˜oes locais de X e Y em M (isto ´e, X

(24) U = X e Y

(25) U = Y ), ent˜ao ∇X Y = ∇X Y. T. ´e a conex˜ao de Levi-Civita de Mn . (1) ∇ est´a bem definida.  Para cada p ∈ Mn , ∇X Y (p) s´o depende do valor de X(P) = X(p) e dos valores n+k. do campo Y ao longo de uma curva diferenci´avel C : I → M tal que C(0) = p e

(26) C 0 (0) = X(p) = X(p). Escolha C em Mn e observe que Y

(27) U = Y. (2) ∇ ´e compat´ıvel com a m´etrica. Em U, temos. XhY, Zi = XhY, Zi = h∇X Y, Zi + hY, ∇X Zi Logo,. XhY, Zi = XhY, Zi = h ∇X Y. T. T , Zi + hY, ∇X Z i. ´e compat´ıvel com a m´etrica. (3) ∇ ´e sim´etrica. Sejam X, Y ∈ X(U) e X, Y ∈ X(U), assim. . 

(28) X, Y

(29) U = [X, Y] .. Proposi¸c˜ ao 1.4. Sejam X, Y ∈ X(U) campos locais em Mn e X, Y ∈ X(U) extens˜ oes n+k. locais de X, Y em M. , a aplica¸c˜ao σ : X(U) × X(U) → X(U)⊥ dada por σ(X, Y) = ∇X Y − ∇X Y. ´e bilinear e sim´etrica..

(30) Cap´ıtulo 1. No¸co ˜es Preliminares. 11. Demonstra¸c˜ao. Como ∇ e ∇ s˜ao conex˜oes Riemanniana, a aditividade de σ em X e Y ´e imediata. Agora, seja f ∈ D(U) (anel das fun¸c˜oes em U) σ(fX, Y) = ∇fX Y − ∇fX Y = f∇X Y − f∇X Y = fσ(X, Y) Seja f ∈ D(U) extens˜ao de f em U. Logo, σ(X, fY) = ∇X (f Y) − ∇X (fY) = X(f)Y + f∇X Y − X(f)Y − f∇X Y.

(31) Veja que f

(32) U = f e X(f) = X(f), da´ı σ(X, fY) = f ∇X Y − f∇X Y = fσ(X, Y) Agora, observe que σ(X, Y) = ∇X Y − ∇X Y = ∇X Y + [X, Y] − ∇X Y − [X, Y]  

(33) como X, Y

(34) U = [X, Y], da´ı teremos que σ(X, Y) = ∇X Y − ∇X Y = σ(Y, X).. Pode-se mostrar que σ independe das extens˜oes locais X e Y. Al´em disso, sendo σ bilinear, exprimindo σ em um sistema de coordenadas o valor de σ(X, Y)(p) depende apenas X(p) e Y(p). Nossa σ acima chamaremos de segunda forma fundamental de Mn n+k. em M. .. Defini¸c˜ ao 1.11. Dado p ∈ M e η ∈ (Tp M)⊥ , defina a aplica¸c˜ao linear autoadjunta Sη : Tp M → Tp M por hSη (x), yi = hσ(x, y), ηi. A proposi¸c˜ao seguinte nos d´a uma express˜ao da aplica¸ca˜o linear associada a` segunda forma fundamental em termos da derivada covariante. Proposi¸c˜ ao 1.5. Seja p ∈ M, x ∈ Tp M e η ∈ (Tp M)⊥ . Seja N uma extens˜ao local de η normal a M. Ent˜ao Sη (x) = − ∇x N. ⊥. ..

(35) Cap´ıtulo 1. No¸co ˜es Preliminares. 12. Demonstra¸c˜ao. Considere y ∈ Tp M e X, Y extens˜oes locais de x, y respectivamente, e tangentes a M. Logo, hSη (x), yi = hσ(X, Y), ηi = hσ(X, Y), Ni = h∇X Y − ∇X Y, Ni = h∇X Y, Ni como hN, Yi = 0, ent˜ao XhN, Yi = 0 e da´ı h∇X N, Yi + hN, ∇X Yi = 0. Logo, teremos hSη (x), yi = −hY, ∇X Ni = h−∇x N, yi, ∀y ∈ Tp M =⇒ Sη (x) = − ∇x N. ⊥. . n+1. Defini¸c˜ ao 1.12. Quando a codimens˜ao da imers˜ao ´e 1, isto ´e, f : Mn → M. ; f(M) ⊂. M ´e ent˜ao denominada uma hipersuperf´ıcie. Considerando p ∈ Mn e η ∈ (Tp M)⊥ , ||η|| = 1. Como Sη : Tp M → Tp M ´e sim´etrica, existe uma base ortonormal de vetores pr´oprios {e1 , · · · , en } de Tp M com valores pr´oprios k1 , · · · , kn , isto ´e , Sη (ei ) = ki ei , 1 6 i 6 n, k1 , · · · , kn s˜ao as curvaturas principais de Mn . Por exemplo: det(Sη ) = k1 · · · kn ´e denominada a curvatura de Gauss de f e. 1 n. (k1 + · · · + kn ) ´e denominada a curvatura. m´edia de f. Defini¸c˜ ao 1.13. Uma imers˜ao f : M → M ´e geod´esica em p ∈ M se σ(x, y) = 0 ∀x, y ∈ Tp M. Se for geod´esica em todo p ∈ M, ou seja, σ ≡ 0, neste caso dizemos que a imers˜ao ´e totalmente geod´esica. Defini¸c˜ ao 1.14. Uma imers˜ao f : M → M ´e m´ınima se para todo p ∈ M e todo η ∈ (Tp M)⊥ tem-se tra¸co (Sη ) = 0. Defini¸c˜ ao 1.15. Escolhendo um referencial ortonormal E1 , · · · , Em de vetores em X(U)⊥ , onde U ´e uma vizinhan¸ca de p na qual f ´e um mergulho, o vetor dado por H=. 1X (tr Si ) Ei , n i. ´ claro que f ´e m´ınima se e s´ onde Si = SEi , ´e chamado o vetor curvatura m´edia de f. E o se H(p) = 0, ∀p ∈ M. Para um melhor entendimento consulte [7]..

(36) Cap´ıtulo 1. No¸co ˜es Preliminares. 1.4. 13. F´ ormulas de varia¸ c˜ ao. Dada (Mm , g) uma variedade riemanniana e ε > 0. Por varia¸ca˜o de φ queremos m. dizer que a aplica¸ca˜o diferenci´avel Φ : (−ε, ε) × Mn → M. m. tal que Φt : Mn → M ,. t ∈ (−ε, ε) , n < m, definida por Φt = φ(t, p), p ∈ M, ´e imers˜ao, e Φ0 = φ. E dAt ´e o elemento de volume dado por q dAt = det(gt )ij dx m. onde gt = φ∗t g ´e a m´etrica em Mn dada pelo pullback da m´etrica g em M. por Φt .. Denotamos (gt )ij a matriz inversa de (gt )ij , e fazendo um pequeno abuso de nota¸c˜ao consideraremos g0 = g. Lema 1.1. Dada gt uma fam´ılia a um parˆametro de m´etricas, temos que o elemento de volume evolui como ∂ 1 dvg = tr(h)dvg , ∂t 2 onde h =. ∂gt . ∂t. Demonstra¸c˜ao. Pondo o elemento de volume em coordenadas temos que q dvg = det(gt )ij dx1 ∧ · · · ∧ dxn . Da´ı, 1 ∂ dvg = ∂t 2. . ∂ ln(det(gt )ij ) ∂t. q det(gt )ij dx1 ∧ · · · ∧ dxn .. Usando variedades diferenci´aveis (consulte [11]) o determinante de uma matriz ´e dada por detA(t) = det(gt )ij =. X. sign(σ)A1σ(1) · · · Anσ(n) ,. σ. onde o somat´orio ´e sobre todas as permuta¸c˜oes de 1, · · · , n. Supondo que A(t) s´o depende de t, e derivando a express˜ao acima, obtemos o seguinte X ∂ ∂ detA(t) = (A(t))ij · ∂t ∂t i,j=1. X. \ sign(σ)A1σ(1) · · · A iσ(i) · · · Anσ(n) ,. σ:=σ(i)=j. \ onde A e omitido, e esse somat´orio ´e sobre todas permuta¸co˜es σ; iσ(i) significa que o fator ´ σ(i) = j.. Pela regra de cramer tem-se que (A−1 (t))ij =. 1 · detA(t). X σ:=σ(i)=j. \ sign(σ)A1σ(1) · · · A iσ(i) · · · Anσ(n) ..

(37) Cap´ıtulo 1. No¸co ˜es Preliminares. 14. Portanto, 1 ∂ ∂ ln(detA(t)) = detA(t) = tr(h). ∂t detA(t) ∂t Logo, ∂ 1 dvg = tr(h)dvg . ∂t 2. Defini¸c˜ ao 1.16. Dada uma varia¸c˜ao Φ, definimos a fun¸c˜ao ´area A : (−ε, ε) → R por Z dAt ,. A(t) = M. onde dAt ´e o elemento de volume de M na m´etrica induzida por Φt , e a fun¸c˜ao volume V : (−ε, ε) → R por Z Φ∗ dV,. V(t) = [0,t]×M. onde dV ´e o elemento de volume canˆonico de Rn+1 . O Teorema da Divergˆencia nos d´ a que o volume ´e igual a 1 V(t) = n+1. Z hΦ, N(t)idAt . M. V(t) representa o volume fechado entre a hipersuperf´ıcie φ e Φt . Dizemos que a varia¸c˜ ao preserva o volume se V(t) = V(0) ∀t. Seja

(38) ∂Φ

(39)

(40) ξ(p) = (p)

(41) ∂t t=0 o campo variacional de Φ. Denotamos por v o normal unit´ario exterior ao longo da ∂M e por ds o elemento de volume da ∂M induzido por φ. N denotar´a um campo vetorial normal unit´ario ao longo de φ e H a curvatura m´edia de φ. Defini¸c˜ ao 1.17. Uma varia¸c˜ao ´e chamada normal se ξ = fN, e admiss´ıvel se Φt (int M) ⊂ int B e Φt (∂M) ⊂ ∂B ∀t. Vamos enunciar e da uma prova para as f´ormulas de varia¸c˜ao, para isso precisamos fazer mais algumas considera¸co˜es antes..

(42) Cap´ıtulo 1. No¸co ˜es Preliminares. 15. Observa¸c˜ ao 1.1. Veja que para ε > 0 suficientemente pequeno, (−ε, ε)×M tem dimens˜ ao n + 1. Da´ı, tomando um sistema de coordenadas locais x1 , · · · , xn , t em uma vizinhan¸ca p de V ⊂ (−ε, ε) × M, conseguimos uma base de Tp ((−ε, ε) × M)

(43). ∂ ∂ ∂ β= (p), (p), · · · , (p) , ∂t ∂x1 ∂xn onde os campos de vetores i = 1, · · · , n e. ∂Φ ∂t. ∂ , ∂ ,··· ∂t ∂x1. , ∂x∂n , ao longo de Φ. Onde,. ∂Φ ∂xi. = dΦ.  ∂ = dΦ ∂t , e satisfazem     ∂Φ ∂Φ ∂Φ ∂Φ , , = = 0, ∂xi ∂xj ∂xi ∂t. . ∂ ∂xi. . para. (1.3). pelo fato que dΦ [X, Y] = [dΦ(X), dΦ(Y)]. m. Teorema 1.3. (F´ormula da Primeira Varia¸c˜ao)Seja φ : Mn → M. uma imers˜ao com. m. vetor curvatura m´edia HM . Se Φ : (−ε, ε) × Mn → M ´e uma varia¸c˜ao de φ, ent˜ao Z Z 0 A (0) = −n fHdA + hξ, vids, M. ∂M. ∂φ (0, p), Ni = hξ, Ni ´e a componente normal do vetor varia¸c˜ ao ∂t ξ e v ´e o vetor exterior ao longo de ∂M.. onde dA = dA0 e f = h. Demonstra¸c˜ao. Pela observa¸c˜ao anterior, fazendo Xt =. ∂Φ ∂t. e por abuso de nota¸c˜ao escre-. veremos X0 = ξ. Veja que       ∂Φ ∂Φ ∂Φ ∂ ∂Φ ∂Φ ∂Φ (gt )ij = Xt , = ∇Xt , + , ∇Xt . ∂t ∂xi ∂xj ∂xi ∂xj ∂xi ∂xj Sabendo que a conex˜ao ´e compat´ıvel com a m´etrica e de 1.3, tem-se que     ∂Φ ∂Φ . Xt (gt )ij = ∇ ∂x + , ∇ ∂x ∂Φ Xt , ∂Φ Xt i j ∂xj ∂xi. (1.4). (1.5). Derivando o funcional ´area, temos que Z 0. A (t) = M. ∂ dAt . ∂t. Do lema 1.1, vale que ∂ 1 dAt = tr ∂t 2. . ∂gt ∂t.  dAt ,. o que nos d´a ∂ 1 dAt = (gt )ij ∂t 2.     ∂Φ ∂Φ ∇ ∂x + , ∇ ∂x dAt ∂Φ Xt , ∂Φ Xt i j ∂xj ∂xi. (1.6).

(44) Cap´ıtulo 1. No¸co ˜es Preliminares. 16. =⇒   ∂ ∂Φ ij dAt = (gt ) dAt , ∇ ∂x ∂Φ Xt , i ∂t ∂xj. (1.7). ⊥ > pois (gt )−1 ´e sim´etrica. Escrevendo Xt = X> e a componente tangente e t + Xt , onde Xt ´. X⊥ ı temos t a componente normal, da´    ∂Φ ∂ ij > ⊥ dAt = (gt ) ∇ ∂x dAt Xt + Xt , ∂Φ i ∂t ∂xj     > ∂Φ ⊥ ∂Φ ij ij = (gt ) ∇ ∂x dAt + (gt ) ∇ ∂x dAt ∂Φ Xt , ∂Φ Xt , i i ∂xj ∂xj ⊥ = divX> t dAt + divXt dAt .. Observa¸c˜ ao 1.2. Acima estamos fazendo abuso de nota¸c˜ao, pois o divergente est´a definido para campos tangentes, por´em, para facilitar os c´alculos vamos considerar   ⊥ ∂Φ ⊥ ij ∇ ∂x divXt = (gt ) . ∂Φ Xt , i ∂xj. (1.8). E assim, temos Z 0. A (t) = M. Perceba que, por. X⊥ t. ∂ dAt = ∂t. Z. Z divX> t dAt. M. divX⊥ t dAt .. +. (1.9). M. E D ⊥ ∂Φ ser um campo normal, segue que Xt , ∂xj = 0, ∀j = 1, · · · , m,. o que faz para cada i = 1, · · · , m       ∂Φ ∂Φ ⊥ ∂Φ ⊥ ∂Φ ⊥ Xt , = ∇ ∂x + Xt , ∇ ∂x . ∂Φ Xt , ∂Φ i i ∂xj ∂xi ∂xj ∂xj De 1.3 e sabendo que a conex˜ao ´e sim´etrica, segue que       ∂Φ ∂Φ ⊥ ∂Φ ⊥ ∂Φ ⊥ Xt , = ∇ ∂x + Xt , ∇ ∂x = 0. ∂Φ Xt , ∂Φ i j ∂xi ∂xi ∂xj ∂xj Logo,     ∂Φ ⊥ ∂Φ ij ⊥ (gt ) ∇ ∂x = −(gt ) Xt , ∇ ∂x . ∂Φ Xt , ∂Φ i j ∂xi ∂xj ij. (1.10). > ⊥ ⊥ Denotando X> e o vetor 0 = ξ , X0 = ξ , HA = HA0 e σA = σA0 , onde HA = nHN e σA ´. curvatura m´edia e a segunda forma fundamental de M, respectivamente. Feito isso, e usando a defini¸c˜ao de segunda forma fundamental, obtemos que *    >  + ∂Φ ∂Φ ∂Φ ∂Φ −(gt )ij X⊥ = −(gt )ij X⊥ + σAt , ∂Φ ∂Φ t , ∇ ∂x t , ∇ ∂x j ∂xi j ∂xi ∂xi ∂xj    ∂Φ ∂Φ ⊥ ij = − Xt , (gt ) σAt , . ∂xi ∂xj.

(45) Cap´ıtulo 1. No¸co ˜es Preliminares. 17. Lembrando que vetor curvatura m´edia HAt ´e dado por   ∂Φ ∂Φ ij , HAt = (gt ) σAt , ∂xi ∂xj temos que dessa express˜ao, de 1.8 e 1.10 que. ⊥. divX⊥ t = − Xt , HAt .. (1.11). Fazendo uma substitui¸ca˜o de 1.11 em 1.9 e tomando t = 0, tem-se Z Z. ⊥. 0 > A (0) = divξ dA − ξ , HA dA. M. M. Agora usando o Teorema da Divergˆencia, temos o seguinte Z Z. ⊥. > 0 A (0) = − ξ , HA dA + ξ , v ds, M. ∂M. onde v ´e o vetor exterior normal ao longo de ∂M. Por fim, veja que hξ, nHNi = hξ, HA i =. ⊥. ξ , HA e hξ, vi = ξ> , v , pois ξ = ξ> + ξ⊥ . Portanto, Z Z 0 hξ, nHNi dA + hξ, vi ds A (0) = − M ∂M Z Z hξ, vi ds =− nH hξ, Ni dA + M ∂M Z Z = −n fHdA + hξ, vids. M. ∂M. Para a Primeira Varia¸ca˜o de Volume temos o seguinte: Proposi¸c˜ ao 1.6. A primeira varia¸c˜ao do volume V(t) ´e dada por Z 0 V (0) = fdA, Mn. onde f = h. ∂Φ (0, p), Ni ´e a componente normal do vetor ξ. ∂t n+1. Demonstra¸c˜ao. Dada Φ : (−ε, ε) × Mn → M. uma varia¸ca˜o de φ. Sejam p ∈ Mn fixo. e {e1 , · · · , en , en+1 = N} um referencial ortonormal positivo adaptado numa vizinhan¸ca de φt (p). Da´ı, podemos escrever Φ∗ dV = b(t, p)dt ∧ dA,.

(46) Cap´ıtulo 1. No¸co ˜es Preliminares. 18. onde . ∂ , e1 , · · · , en ∂t. . b(t, p) = b(t, p)dt ∧ dA   ∂Φ = dA , dφt (e1 ), · · · , dφt (en ) ∂t   ∂Φ , dφt (e1 ), · · · , dφt (en ) = vol ∂t q  ∂Φ , Nt = det (hdφt (ei ), dφt (ej )i), ∂t e Nt ´e o campo vetorial normal a` imers˜ao φt . Logo, Z 

(47)

(48) d ∂V ∗ 0 (0) = Φ dV

(49)

(50) V (0) = ∂t dt [0,t]×Mn t=0 Z 

(51)

(52) d = b(t, p)dt ∧ dA

(53)

(54) dt [0,t]×Mn t=0 Z = b(0, p)dA Mn  Z  ∂Φ(0, p) , N dA = ∂t Mn Z = fdA. Mn. Observe que a fun¸ca˜o volume foi definida com elemento de volume em Rn+1 . Para um melhor entendimento a primeira varia¸ca˜o de volume foi demonstrada no caso geral..

(55) Cap´ıtulo 2 Superf´ıcies Estacion´ arias Seja B um dom´ınio convexo suave em Rn+1 . Ao longo de todo este trabalho, M denotar´a uma variedade diferencial compacta conexa n-dimensional orient´avel com bordo ∂M, e φ: M → Rn+1 ´e uma imers˜ao que leva intM em intB e ∂M em ∂B e ´e suave mesmo na fronteira de M. Nesta se¸ca˜o, derivamos alguns resultados gerais b´asicos para a hipersuperf´ıcie φ. Assumimos a convexidade de B como uma hip´otese geral durante este trabalho, embora as defini¸co˜es e resultados sejam v´alidos de forma mais geral, exceto para o Lema 2.2 e a proposi¸ca˜o 2.2. Apresentamos aqui as no¸co˜es de hipersuperf´ıcie estacion´aria e estabilidade em uma vers˜ao que tamb´em ´e v´alida no caso n˜ao necessariamente mergulhada.. 2.1. Imers˜ oes estacion´ arias est´ aveis. Defini¸c˜ ao 2.1. Dizemos que a imers˜ao φ ´e estacion´aria se A 0 (0) = 0 para qualquer varia¸c˜ao admiss´ıvel φ que preserva volume. Teorema 2.1. Seja φ : M −→ B ⊂ Rn+1 uma imers˜ao, onde φ(int M) ⊂ int B , φ(∂M) ⊂ ∂B e B ´e um disco fechado de Rn+1 . Ent˜ao, φ ´e ponto cr´ıtico do funcional ´area para varia¸c˜oes admiss´ıveis que preservam volume se, e somente se, φ ´e uma hipersuperf´ıcie com curvatura m´edia constante com bordo livre. Demonstra¸c˜ao.. Z 0. A (0) = −. Z hv, ξi ds,. nHhN, ξi dA + M. ∂M. e, 19.

(56) Cap´ıtulo 2. Superf´ıcies Estacion´ arias. 20. Z 0. hN, ξidA.. V (0) = M. Usando os multiplicadores de Lagrange, temos que existe λ ∈ R tal que A 0 (0) = λ · V 0 (0). Donde, temos que Z. Z. −. Z hv, ξi ds = λ.. nHhN, ξi dA + M. hN, ξidA.. ∂M. M. E ass´ım, Z. Z. hv, ξi ds.. (λ + nH)hN, ξi dA = ∂M. M.

(57) ∂Φ

(58)

(59) Veja que, se p ∈ ∂M ent˜ao ξ(p) = ´e um vetor tangente a fronteira, pois ∂t

(60) t=0 Φp : (−, ) → ∂B. Como v ´e normal a fronteira ent˜ao teremos hv, ξi = 0. Se tomarmos ξ = (λ + nH)N, obtemos: Z. Z (λ + nH)2 dA = 0.. (λ + nH)hN, (λ + nH)Ni dA = 0 =⇒ M. M. Ora, como (λ + nH)2 > 0 e a integral acima ´e nula, ent˜ao obrigatoriamente deveremos ter λ (λ + nH)2 = 0 =⇒ λ + nH = 0 =⇒ H = − . n Segue que a imers˜ao tem curvatura m´edia constante e bordo livre. Reciprocamente, suponha que Φ(M) intersecta ∂B ortogonalmente. Ass´ım, ´e direto que hv, ξi = 0. Desta forma, Z. Z 0. A (0) = −. hv, ξi ds. nHhN, ξi dA + MZ. ∂M. hN, ξi dA. = −nH M 0. = −nHV (0) = 0. Pois, temos uma preserva¸ca˜o de volume, e assim esse volume ´e constante..

(61) Cap´ıtulo 2. Superf´ıcies Estacion´ arias. 21. Denotaremos por N : M → Sn a aplica¸ca˜o de Gauss da imers˜ao φ, por σ a segunda forma fundamental de φ com rela¸ca˜o a N, e por II a segunda forma fundamental de ∂B em Rn+1 em rela¸ca˜o a` dire¸c˜ao normal da unit´ario que aponta para dentro. A suposi¸c˜ao de convexidade sobre B significa que II(X, X) > 0 para qualquer vetor X tangente a fronteira ∂B. Teorema 2.2. Seja φ : M −→ Rn+1 uma imers˜ao de uma superf´ıcie compacta M e f ∈ C∞ (M) onde vale Z f dM = 0. M. Ent˜ao existe uma varia¸c˜ao Φ que preserva volume, onde o campo variacional ´e dado por ξ = fN. Demonstra¸c˜ao. Considere φ : M −→ Rn+1 tal imers˜ao e Φ : M × (−, ) × (−, ) −→ Rn+1 , a varia¸ca˜o dada por. Φ(p, t, s) = φ(p) + (tf(p) + sg(p))N(p), onde g ∈ C∞ (M) com Z g dA 6= 0. M. Desta forma, V(p, t, s) = = = =. Z 1 hΦ, NidAt,s n+1 M Z 1 hφ + (tf + sg)N, NidAt,s n+1 M Z 1 (hφ, Ni + h(tf + sg)N, Ni)dAt,s n+1 M Z 1 (hφ, Ni + tf + sg) dAt,s . n+1 M. Calculando as derivadas parciais com respeito `a t e s, obtemos: ∂V 1 (t, s) = ∂t n+1 e,. Z. Z. ∂ f dAt,s + (hφ, Ni + tf + sg) dAt,s ∂t M M. .

(62) Cap´ıtulo 2. Superf´ıcies Estacion´ arias. ∂V 1 (t, s) = ∂s n+1. 22 Z. Z. ∂ (hφ, Ni + tf + sg) g dAt,s + dAt,s ∂s M M. . Agora, ao aplicarmos em t = s = 0 teremos:. ∂V (t, s) = 0 ∂t e, ∂V 1 (t, s) = ∂s n+1. Z g dA 6= 0. M. Assim, como V ´e de classe Ck , k > 1, teremos pelo teorema da fun¸ca˜o impl´ıcita que existe I × J vizinhan¸ca de (0, 0) e uma fun¸ca˜o ϕ : I → J, tamb´em de classe Ck , onde ϕ ´e o gr´afico de V, com ϕ(0) = 0. Da´ı, V(t, ϕ(t)) = c = cte, onde consideramos V(0, 0) = c. Desta forma, considere a varia¸ca˜o dada por. Φ(p, t, ϕ) = φ(p) + tf(p)N(p) + ϕ(t)g(p)N(p) Claramente tal varia¸ca˜o preserva volume. Observe que,. V 0 (t, ϕ(t)) =. ∂V ∂V 0 .1 + .ϕ (t) ∂t ∂s. Em t = 0, iremos ter ∂V ∂V (0).1 + (0).ϕ 0 (0) ∂t ∂s Z 1 0 = ϕ (0). g dA n+1 M. 0 = V 0 (t, ϕ(t))|t=0 =. Segue-se que ϕ 0 (0) = 0. Assim,

(63)

(64) ∂ Φt (p)

(65)

(66) = fN + ϕ 0 (0)fN ξ(p) = ∂t t=0 = fN..

(67) Cap´ıtulo 2. Superf´ıcies Estacion´ arias. 23. Um c´alculo padr˜ao mostra que, para qualquer varia¸c˜ao normal de preserva¸ca˜o de volume admiss´ıvel, temos Z Z 00 2 2 A (0) = − (f∆f + ||σ|| f )dA +.   ∂f 2 f − II(N, N)f ds, ∂v ∂M. M. onde ∆ ´e o laplaciano da m´etrica induzida por φ e. ∂f ∂v. (2.1). ´e a derivada parcial de f em rela¸c˜ao. ao normal externo v. Defini¸c˜ ao 2.2. Uma imers˜ao estacion´aria φ : M → B ⊂ Rn+1 ´e considerada est´avel se A 00 (0) > 0 para todas as varia¸c˜oes normais de φ que preservam volume.. 2.2. A Forma ´ındice. Defini¸c˜ ao 2.3. Seja F = {f ∈ C∞ (M) :. R M. fdA = 0}, e vamos definir a forma ´ındice I. de φ com a forma bilinear sim´etrica em C∞ (M), Z. Z h∇f, ∇gi − ||σ|| fg dA − 2. I(f, g) =. . II(N, N)fgds,. M. (2.2). ∂M. onde ∇f significa o gradiente de f para m´etrica induzida por φ. Proposi¸c˜ ao 2.1. Seja φ uma imers˜ao estacion´aria. φ ´e est´avel se, e somente se, I(f, f) > 0 para toda f ∈ F. Demonstra¸c˜ao. Seja φ : M −→ B ⊂ Rn+1 uma imers˜ao e Φ uma varia¸ca˜o admiss´ıvel que preserva volume. Desta forma, a f´ormula da segunda varia¸ca˜o de a´rea nos d´a que: Z. Z. f∆f + ||σ|| f. 00. 2 2. A (0) = −. . M.   ∂f 2 dA + f − II(N, N)f ds > 0 ∂v ∂M. (2.3). Pela Primeira identidade de Green, temos que Z. Z h∇f, ∇gi dA +. M. Z f∆g dA =. M. ∂M. ∂f gds. ∂v. Ass´ım, teremos Z −. Z h∇f, ∇gi dA −. f∆g dA = M. Z. M. ∂M. ∂g fds. ∂v. (2.4).

(68) Cap´ıtulo 2. Superf´ıcies Estacion´ arias. 24. Trocando g por f em 2.4 e substituindo em 2.3, temos que Z Z Z ∂f 2 00 ||∇f|| dA − A (0) = f ds − ||σ||2 f2 dA ∂v ∂M M M Z Z ∂f f II(N, N)f2 ds. + ds − ∂v ∂M Z∂M Z  2 2 2 II(N, N)f2 ds = ||∇f|| − ||σ|| f dA − M. ∂M. = I(f, f) > 0. Reciprocamente, suponha I(f, f) > 0 para toda f ∈ F. Como. R M. f dA = 0, ent˜ao. existe uma varia¸ca˜o normal Φ de φ, admiss´ıvel preservando volume, onde Z. Z.   ∂f 2 A (0) = − f∆f + ||σ|| f dA + f − II(N, N)f ds ∂v M ∂M Z Z  = ||∇f||2 − ||σ||2 f2 dA − II(N, N)f2 ds 00. 2 2. . M. ∂M. = I(f, f) > 0. Segue-se que a imers˜ao estacion´aria φ ´e est´avel se e somente se I(f, f) > 0, ∀ f ∈ F.. Dado f ∈ F. O campo vetorial fN ´e um campo de Jacobi quando I(f, g) = 0, ∀g ∈ F. O pr´oximo lema segue diretamente da defini¸ca˜o da forma ´ındice I. Lema 2.1. Seja φ : M → B uma imers˜ao estacion´aria e f ∈ F. 1. fN ´e um campo de Jacobi se e somente se f ∈ C∞ (M), e ∆f + ||σ||2 f = constante em M, ∂f = II(N, N)f em ∂M. ∂v 2. Se φ ´e estacion´aria est´avel e I(f, f) = 0, ent˜ao fN ´e um campo de Jacobi. Demonstra¸c˜ao. Supondo que f ∈ F e fN ´e um campo de Jacobi. Mostraremos que ∂f = II(N, N)f ∂v em ∂M. Defina a fun¸ca˜o g(p) =.   . 0, se ∂f ∂v. − II(N, N), se. p∈M p ∈ ∂M.. (2.5).

(69) Cap´ıtulo 2. Superf´ıcies Estacion´ arias. 25. Observe que g ∈ F(M), e como fN ´e um campo de Jacobi, ent˜ao por defini¸c˜ao I(f, g) = 0 para toda fun¸ca˜o g ∈ F(M), em particular para nossa g. Da´ı, Z. . 0 = I(f, g) = ∂M. 2 ∂f − II(N, N)f ds. ∂v. ∂f = II(N, N)f em ∂M. ∂v ∆f + ||σ||2 f = constante em M.. Isto nos d´a que. Feito isso resta mostrar que. Para isso, defina a fun¸ca˜o F(p) = ∆f + ||σ||2 f e considere F0 = R A = M dA.. 1 A. R M. FdA, onde. Afirmamos que F ≡ F0 . Suponha que isso n˜ao ocorre, ent˜ao existe pelo menos um ponto p ∈ M, tal que (F − F0 ) (p) 6= 0. Sem perder a generalidade, suponha que (F − F0 ) (p) > 0. Adote os seguintes subconjuntos de M. M+ = {q ∈ M| (F − F0 ) (q) > 0} e M− = {q ∈ M| (F − F0 ) (q) < 0}. Perceba que M+ ´e n˜ao vazio, pois p ∈ M+ , e sendo F − F0 uma fun¸ca˜o cont´ınua, temos que M+ ´e aberto. Sejam U ⊂ M aberto com U ⊂ M+ e uma aplica¸c˜ao ϕ : M → R, de classe C∞ , com suporte compacto em M+ tal que 0 6 ϕ(q) 6 1, para todo q ∈ M e ϕ(q) = 1 se q ∈ U. Da´ı,. Z ϕ (F − F0 ) dA > 0.. K=. (2.6). M. R Afirmamos que M− tamb´em ´e n˜ao vazio. Note que M (F − F0 ) dA = 0, pois Z Z Z Z Z (F − F0 ) dA = FdA − F0 dA = FdA − FdA = 0. M. M. M. M. (2.7). M. Dessa forma, se M− = ∅, ent˜ao pela defini¸ca˜o do conjunto ter´ıamos que (F − F0 ) (q) > 0 R ∀q ∈ M, mas como (F − F0 ) (p) > 0, isso implica que M (F − F0 ) dA > 0, o que n˜ao ocorre por 2.7. Logo M− 6= ∅. De maneira parecida, podemos definir uma fun¸ca˜o ψ : M → R de classe C∞ , de suporte compacto em M− . Seja V ⊂ M aberto com V ⊂ M− , tal que 0 6 ψ(q) 6 1 para todo q ∈ M e ψ(q) = 1 se q ∈ V, e ent˜ao Z L= ψ (F − F0 ) dA < 0. M. (2.8).

(70) Cap´ıtulo 2. Superf´ıcies Estacion´ arias. 26. Fa¸ca g = (ϕ + ξ) (F − F0 ), onde ξ = − K ψ > 0. Observe que g ∈ F(M), pois L Z Z (ϕ + ξ) (F − F0 ) dA gdA = M M Z Z = ϕ (F − F0 ) dA + ξ (F − F0 ) dA M M Z K =K− ψ (F − F0 ) dA L M = 0. ∂f = II(N, N)f em ∂M, temos que ∂v Z  g ∆f + ||σ||2 f dA 0 = I(f, g) = − Z ZM gdA gFdA + F0 =− M M Z =− g (F − F0 ) dA M Z (ϕ + ξ) (F − F0 )2 dA < 0 =−. Sendo fN um campo de Jacobi, e sabendo que. M. o que n˜ao pode acontecer, portanto F ≡ F0 . Agora suponhamos que f ∈ C∞ (M) satisfaz 2.5 . Mostraremos que I(f, g) = 0 para toda g ∈ F, ou seja, fN ´e um campo de Jacobi. Da´ı, de 2.5, como f ∈ C∞ (M) e pelo Teorema da divergˆencia, temos que   Z Z  ∂f 2 I(f, g) = − g ∆f + ||σ|| f dA + g − II(N, N)f ds ∂v M ∂M Z  2 = − ∆f + ||σ|| f gdA M. = 0, para toda g ∈ F. Mostremos 2. agora. Por hip´otese φ ´e estacion´aria est´avel, ent˜ao por defini¸ca˜o I(g, g) > 0 ∀g ∈ F. Da´ı, dado ε > 0, com ε ∈ R, tem-se que 0 6 I(f + εg, f + εg) = I(f, f) + 2εI(f, g) + ε2 I(g, g). Multiplicando a express˜ao acima por ε−1 e que I(f, f) = 0, ganhamos que 0 6 2I(f, g) + εI(g, g).. (2.9). De maneira similar para I(f − εg, f − εg), temos 0 6 −2I(f, g) + εI(g, g).. (2.10).

(71) Cap´ıtulo 2. Superf´ıcies Estacion´ arias. 27. Por fim, como ε ´e arbitr´ario, fazendo ε → 0, de 2.9 temos que de um lado I(f, g) > 0 e de outro por 2.10, I(f, g) 6 0. Logo, I(f, g) = 0, e assim fN ´e um campo de Jacobi. Lema 2.2. Se B ⊂ Rn+1 ´e uma bola unit´aria centrada na origem e φ : M → B ´e uma imers˜ao estacion´aria, ent˜ao 1. O vetor normal unit´ario externo v ao longo de ∂M ´e uma dire¸c˜ao principal de φ; 2. A segunda forma fundamental de ∂M em M com repeito a −v ´e dada por h, i. Em particular, se n = 2, ent˜ao a curvatura geod´esica de ∂M em M em qualquer ponto ´e igual a 1. Demonstra¸c˜ao. Sendo B uma bola unit´aria, v coincide com o vetor posi¸ca˜o de φ ao longo de ∂M. Da´ı para qualquer vetor X tangente em ∂M, obtemos que h−∇v N, Xi = hσ(X, v), Ni = h∇X v − ∇X v, Ni = h∇X v, Ni = h∇X φ, Ni = hX, Ni = 0, onde ∇ denota a conexidade usual de Rn+1 . Isso prova 1, pois como φ coincide com o vetor posi¸ca˜o ao longo da fronteira, temos que ∇X φ = X . Isto garante que −∇v N ´e normal a fronteira ∂M, ou seja, -∇v N = λv. Para mostrar 2, tome outro campo vetorial Y tangente a ∂M. Como hY, vi = 0, pois v ´e normal a fronteira, ent˜ao h∇X Y, vi = h−∇X v, Yi. E assim, pelo fato de hv, vi = 1 tem-se que h∇X v, vi = 0. Logo S−v (X) = −∇X (−v). Portanto, a segunda forma fundamental de ∂M em M aplicada a −v, ´e dada por. −h∇X Y, vi = h∇X v, Yi = h∇X φ, Yi = hX, Yi. Usando ´e claro o fato que ∇X φ = X. Por fim, naturalmente dada α : I → ∂M uma parametriza¸ca˜o regular pelo comprimento. de. arco,. ent˜ao. a. curvatura. geod´esica. ´e. dada. por. kg = h∇α 0 φ, α 0 i = hα 0 , α 0 i = 1. Proposi¸c˜ ao 2.2. Se φ : M → B ´e uma superf´ıcie estacion´aria em uma bola unit´aria B de R3 , ent˜ao H2 A + L > 2π.. (2.11). Se al´em disso ∂M n˜ao estiver mergulhada, ent˜ao H2 A + L > 4π.. (2.12).

(72) Cap´ıtulo 2. Superf´ıcies Estacion´ arias. 28. Demonstra¸c˜ao. Suponha que B esteja centrada na origem de R3 (caso contr´ario fa¸ca uma transla¸ca˜o). Considere {nλ |λ ∈ R} o grupo de um parˆametro λ > 0 de transforma¸co˜es conformes de R3 ∪ {∞}, dado por nλ (p) = π−1 ◦ π−1 ◦ Tλ ◦ π(p) sendo Tλ (x) = λx , π e π s˜ao proje¸co˜es estereogr´aficas de S3 em R3 , aqui enquanto π ´e sobre o p´olo norte N, π ´e sobre o ponto x0 = (1, 0, 0). Observe o seguinte diagrama π. π−1. T. π. π−1. λ R3 ∪ {∞} −→ S3 −→ R3 ∪ {∞} −→ R3 ∪ {∞} −→ S3 −→ R3 ∪ {∞}.. Dessa maneira temos este grupo de transforma¸co˜es conformes que preserva a bola B e fixa um par de pontos ant´ıpodas x0 , −x0 ∈ S2 . Assim, quando λ → ∞, nλ (x) converge para −x0 para qualquer x ∈ R3 − {x0 }. Denotando por H, K e dA respectivamente a curvatura m´edia, a curvatura de Gauss e o elemento de volume induzido em M pela imers˜ao nλ ◦ φ, temos Z. Z 2. H − K dA = M. Z. Z. 2. . 2. H dA −. KdA = H A −. M. M. Z.  2  H − K dA.. KdA = M. M. A igualdade acima decorre do fato que a integral no lado direito ´e invariante por transforma¸co˜es conformes ( veja [12]). Como as transforma¸c˜oes conformes preservam a ortogonalidade, a prova de 2 do Lema 2.2 mostra que a curvatura geod´esica da ∂M em rela¸ca˜o a nova m´etrica tamb´em ´e igual a 1 em cada ponto. Portanto, usando o Teorema de Gauss-Bonnet (consulte o apˆendice), temos Z 2πχ(M) =. Z KdA + L =. M. KdA + L, M. onde L ´e o comprimento de ∂M em rela¸c˜ao a m´etrica induzida por nλ ◦ φ, e das equa¸co˜es acima obtemos Z 2. H A+L=. 2. (2.13). H dA + L M. Se tomarmos x0 = φ(p0 ) para algum p0 ∈ ∂M, ent˜ao, quando λ → ∞, nλ ◦ φ(∂M) converge para um ou mais equadores da esfera unit´aria S2 e assim lim L > 2π. Isto λ→+∞. prova 2.11. Se φ n˜ao for um mergulho em ∂M e escolhermos p0 ∈ ∂M tal que φ(p0 ) seja um ponto m´ ultiplo de φ, temos que nλ ◦ φ(∂M) converge, para λ → ∞, para dois (ou mais) equadores de S2 e ent˜ao lim L > 4π mostrando 2.12. λ→+∞.

(73) Cap´ıtulo 3 Estabilidade para hipersuperf´ıcies em dom´ınios convexos Daqui em diante consideraremos apenas as hipersuperf´ıcies estacion´arias φ : M → B que s˜ao est´aveis. Sob esta hip´otese, se ∂M = ∅ foi provado por Barbosa e do Carmo([4]) que ´e uma esfera umbilical, ver El Soufi e Ilias([8]) para outra prova. Portanto, sempre assumiremos que M tem uma fronteira n˜ao vazia. Proposi¸c˜ ao 3.1. Seja φ : M → Rn+1 uma imers˜ao com curvatura m´edia constante. Ent˜ao ∆f + ||σ||2 f = 0;. (3.1). ∆u + ||σ||2 u = −nH,. (3.2). onde a ∈ Rn+1 , f = hN, ai e u = hN, φi. Demonstra¸c˜ao. Fixado p ∈ M, consideremos um referencial geod´esico ortonormal {ei }n i=1 em torno de p e seja N ∈ (X(M))⊥ . Feito isso, podemos expressar a como a=. n X ha, ej iej + ha, NiN.. (3.3). j=1. Como nosso referencial ´e geod´esico ∇ei ei (p) = 0, e de N ser unit´ario tem-se que. 29.

(74) Cap´ıtulo 3. Estabilidade para hipersuperf´ıcies em dom´ınios convexos. 30. h∇ei N, Ni = 0. Segue que o Laplaciano de f ´e dado por ∆f =. n X. ei ei hN, ai. i=1. = = =. n X. ei h∇ei N, ai. i=1 n X. h∇ei ∇ei N, ai. i=1 * n X. n X ha, ej iej + ha, Ni ∇ei ∇ei N,. i=1. =. n X j=1. +. j=1. ha, ej i. n X. !. h∇ei ∇ei N, ej i. n X h∇ei ∇ei N, Niha, Ni. +. i=1. i=1. Calculemos essas duas parcelas. Usando a aplica¸c˜ao SN (h) = −∇h N, observe que X. SN (ei ) =. aij ej ,. i,j. sendo aij = −h∇ei N, ej i. Da´ı, como nossa base ´e ortonormal ||σ||2 =. X. aii =. i,j. X h∇ei N, ej ih∇ej N, ei i.. (3.4). i,j. Veja que hN, ei i = 0 para todo i = 1, · · · , n, obtemos que h∇ej N, ei i = −hN, ∇ej ei i. Note que SN ´e autoadjunta, donde temos ||σ||2 =. n X. h∇ei N, ej i2 .. i,j=1. Por outro lado, n n X X h∇ei N, ∇ei Ni = i=1. =. i=1 n X. n X. ! h∇ei N, ej ihej , ek i. j,k=1. h∇ei N, ej i. 2. = ||σ||2 .. i,j=1. Al´em disso, derivando a igualdade h∇ei N, Ni = 0 tem-se que 0 = ei h∇ei N, Ni = h∇ei ∇ei N, Ni + h∇ei N, ∇ei Ni, isto ´e,. n n X X − h∇ei ∇ei N, Ni = h∇ei N, ∇ei Ni. i=1. i=1.

(75) Cap´ıtulo 3. Estabilidade para hipersuperf´ıcies em dom´ınios convexos Portanto, n X. ||σ|| = 2. n n X X h∇ei N, ej i = h∇ei N, ∇ei Ni = − h∇ei ∇ei N, Ni, 2. i,j=1. i=1. i=1. e lembrando que nH = tr(SN ) =. X. aii. i. ganhamos que. n X h∇ei ei , Ni. nH = i=1. Se H ´e constante ´e poss´ıvel mostrar que n X h∇ei ∇ei N, ek i = 0, ∀k = 1, · · · , n. i=1. Segue-se que ∆f = −f||σ||2 . Para a segunda parte, temos ∇ei φ = ei e hei , Ni = 0, obtemos:. ∆u = = =. n X i=1 n X i=1 n X. (ei (ei hφ, Ni)) (p) (ei (h∇ei φ, Ni + hφ, ∇ei Ni)) (p)   ei hφ, ∇ei Ni (p). i=1. =. n X.  h∇ei φ, ∇ei Ni + hφ, ∇ei ∇ei Ni (p). i=1. =. n X.  hei , ∇ei Ni + hφ, ∇ei ∇ei Ni (p). i=1 n n X X =− h∇ei ei , Ni(p) + hφ, ∇ei ∇ei Ni(p). i=1. i=1. =⇒ n X ∆u(p) = − h∇ei ei , Ni(p) − ||σ||2 hφ, Ni(p) i=1 n X =− h∇ei ei , Ni(p) − ||σ||2 u(p) i=1. = −nH − ||σ||2 u(p).. 31.

(76) Cap´ıtulo 3. Estabilidade para hipersuperf´ıcies em dom´ınios convexos. 32. Lema 3.1. Suponha que B ´e estritamente convexa em Rn+1 e que ´e uma hipersuperf´ıcie R est´avel estacion´aria em B. Ent˜ao M NdA 6= 0, onde N : M → Sn (1) ⊂ Rn+1 ´e a aplica¸c˜ao de gauss de M. n+1 Demonstra¸c˜ao. Dada β = {ai }n e Ni = hN, ai i. Da´ı temos 1 uma base ortonormal de R. que para cada i = 1, · · · , n + 1, a fun¸c˜ao coordenada Ni de N por 3.1, satisfaz ∆Ni + ||σ||2 Ni = 0,. (3.5). Assim Z.   ∂Ni 2 Ni (3.6) I(Ni , Ni ) = − II(N, N)Ni ds. ∂v ∂M R R Suponha que M NdA = 0. Segue que M Ni dA = 0 para cada i = 1, · · · , n + 1. O que faz Ni ∈ F para todo i, e como φ ´e estacion´ario est´avel, tem-se que I(Ni , Ni ) > 0. Por outro lado, n+1 X i. ∂Ni X 1 ∂ 2 1 ∂ Ni = N = ∂v 2 ∂v i 2 ∂v i=1 n+1. n+1 X. ! N2i. i. =. 1 ∂ (1) = 0. 2 ∂v. Somando 3.6 em i, obtemos n+1 XZ. n+1 X.   ∂Ni 2 − II(N, N)Ni ds 06 I(Ni , Ni ) = Ni ∂v i=1 i=1 ∂M # Z "n+1 X  ∂Ni 2 = Ni − II(N, N)Ni ds ∂v ∂M i=1 # Z "n+1 n+1 X ∂Ni X = Ni − II(N, N) N2i ds ∂v ∂M i=1 i=1 Z =− II(N, N)ds. ∂M. Mas, lembre-se que B ´e estritamente convexa, ent˜ao II(N, N) > 0 e assim n+1 X. Z I(Ni , Ni ) = −. II(N, N)ds < 0 ∂M. i. contradiz a desigualdade acima. Portanto. R M. NdA 6= 0 .. Denotaremos por g o gˆenero de M e por r o n´ umero de componentes conexas da ∂M. Lembre-se da f´ormula da caracter´ıstica de Euler Poincar´e (Veja 5.2) χ(M) = 2 − 2g − r..

(77) Cap´ıtulo 3. Estabilidade para hipersuperf´ıcies em dom´ınios convexos. 33. As ideias na prova do teorema a seguir foram usadas por v´arios autores para estudar as condi¸coes de estabilidade para superf´ıcies com bordo. Teorema 3.1. Se B ´e convexo em R3 e φ ´e estacion´ario est´avel, ent˜ao os u ´nicos valores poss´ıveis para g e r s˜ao 1. g = 0 ou 1 e r = 1, 2 ou 3 2. g = 2 ou 3 e r = 1. f uma superf´ıcie Riemanniana compacta obtida de M colando um Demonstra¸c˜ao. Seja M disco em cada componente conexa da ∂M. Ent˜ao existe uma aplica¸ca˜o n˜ao constante e:M f → S2 ⊂ R3 tal que (ver [9], p.261) holomorfa ψ   g + 1 e 61+ , grau(ψ) 2. (3.7). onde [x] denota o maior n´ umero inteiro menor ou igual a x.   g+1 Observa¸c˜ ao 3.1. Observe que se g ´e par natural, ent˜ao 2 = g, enquanto que se 2   g+1 = g + 1. g for um n´ umero ´ımpar natural, ent˜ao 2 2 e a M. Seja ψ : M → S2 (1) ⊂ R3 a restri¸ca˜o de ψ Sabemos que existe um difeomorfismo (ver por exemplo [12]) ϕ : S2 → S2 tal que Z (ϕ ◦ ψ)i dA = 0 M. para i = 1, 2, 3. Comparando ψ com um difeomorfismo conforme de S2 podemos assumir que. Z ψi dA = 0, i = 1, 2, 3, M. onde cada ψi s˜ao fun¸c˜oes coordenadas de ψ. Pelo fato de φ ser est´avel e II(N, N) > 0, temos que Z 0 6 I(ψi , ψi ) =. Z ||∇ψi || − ||σ|| 2. ZM. 2. ψ2i. . (3.8). ∂M.  ||∇ψi ||2 − ||σ||2 ψ2i dA. 6. II(N, N)ψ2i ds. dA −. (3.9). M. Passando o somat´orio em i na inequa¸ca˜o acima e usando o teorema de Gauss-Bonnet (consulte o apˆendice) e o fato que 2 2 4H2 − 2K = 4 k1 +k − 2k1 k2 = k21 + 2k1 k2 + k22 − 2k1 k2 = k21 + k22 = ||σ||2 , k1 e k2 2.

(78) Cap´ıtulo 3. Estabilidade para hipersuperf´ıcies em dom´ınios convexos. 34. curvaturas principais. Tem-se que. Z. Z ||∇ψ|| − ||σ|| 2. 06. 2. .  ||∇ψ||2 − 4H2 + 2K dA. dA =. M. M. Z. e − 4H2 A + 4πχ(M) − 2 < 8πgrau(ψ). kg ds,. (3.10). ∂M. onde a u ´ltima integral significa a soma das integrais da curvatura geod´esica em M para cada componente conexa da ∂M. Observe que kg = II(N, N) > 0, onde N ´e tangente a` fronteira de M e essa condi¸c˜ao vem de ser fronteira livre. Usando esse fato e a estimativa e obtemos acima para o grau de ψ,    g+1 0 < 8π 1 + − 4H2 A + 4π(2 − 2g − r) 2    g+1 = 4π 2 + 2 − 4H2 A + 4π(2 − 2g − r) 2     g+1 − 2g − r − 4H2 A. = 4π 4 + 2 2 Ent˜ao     g+1 4π 4 − 2g + 2 − r > 4H2 A > 0, 2. (3.11). e, a partir disso, analisemos a desigualdade para g par e ´ımpar. Primeiro caso: Se g for um n´ umero natural par, por 3.11 temos   g+1 − 2g − r 0<4+2 2 ⇔ 0 < 4 + g − 2g − r ⇔g+r<4 Logo neste caso, temos que se g = 0, ent˜ao as possibilidades para r s˜ao 1,2 ou 3. Se g = 2 ent˜ao r = 1. Segundo caso: Se g for um n´ umero natural ´ımpar, de 3.11 temos   g+1 0<4+2 − 2g − r 2 ⇔ 0 < 4 + (g + 1) − 2g − r ⇔0<5−g−r Para este caso, temos que se g = 1, ent˜ao as possibilidades para r s˜ao 1,2 ou 3. Se g = 3, ent˜ao s´o tem uma possibilidade para r, que ´e r = 1. Por fim, dos dois casos, chegamos a conclus˜ao que.

(79) Cap´ıtulo 3. Estabilidade para hipersuperf´ıcies em dom´ınios convexos (i) g = 0 ou 1 e r = 1, 2 ou 3. (ii) g = 2 ou 3 e r = 1.. 35.

(80) Cap´ıtulo 4 Estabilidade para hipersuperf´ıcies em uma bola unit´ aria Nesta se¸c˜ao, nos restringimos a considerar B como uma bola n-dimensional, que assumiremos ter raio unit´ario e centro na origem. Neste caso, com a mesma nota¸ca˜o de antes, ao longo da ∂M temos II(N, N) = 1 e a normal externa v do mergulho ∂M ⊂ M (que identificamos com sua imagem por φ∗ ) coincide com a normal externa da esfera unit´aria, ou seja, o vetor posi¸ca˜o φ. Podemos mostrar que a divergˆencia da componente tangente φ−hφ, NiN de φ ´e dada por div(φ−hφ, NiN) = n (1 + Hhφ, Ni). De fato, considerando {ej }n esico, observe o seguinte j=1 um referencial geod´ div(φ − hφ, NiN) =. =. =. =. =. n X h∇ej (φ − hφ, NiN) , ej i j=1 n X j=1 n X j=1 n X j=1 n X. . h∇ej φ, ej i − h∇ej (hφ, NiN) , ej i. . h∇ej φ, ej i − hej (hφ, Ni) N − hφ, Ni∇ej N, ej i. . h∇ej φ, ej i − ej (hφ, Ni) hN, ej i − hφ, Nih∇ej N, ej i. . h∇ej φ, ej i + hSN ej , ej ihφ, Ni. j=1 n X = h∇ej φ, ej i + nHhφ, Ni j=1. = n + nHhφ, Ni.. 36. . . . .

(81) Cap´ıtulo 4. Estabilidade para hipersuperf´ıcies em uma bola unit´ aria Como o referencial ´e geod´esico, temos ∇ej φ n n X X h∇ej φ, ej i = hej , ej i = n. Segue-se que j=1. ej .. =. 37. E por isso vale. i=1. div(φ − hφ, NiN) = nHhφ, Ni + n = n (Hhφ, Ni + 1) . Integrando esta f´ormula sobre M com o aux´ılio do Teorema da divergˆencia e usando que v = φ em ∂M, obtemos a Primeira f´ormula de Minkowski   Z L=n A+ Hhφ, NidA .. (4.1). M. De fato, sendo Z. Z div (φ − hφ, NiN) dA =. M. hφ − hφ, NiN, vids. ∂M. Por φ = v em ∂M, obtemos Z. Z hv − hv, NiN, ηids =. ∂M. hv, ηids. ∂M. E sabendo que v e η s˜ao paralelos e unit´arios, por Cauchy-Schwarz, temos Z Z Z div (φ − hφ, NiN) dA = hv, ηids = ||v||||η||ds = L, M. ∂M. e portanto.  Z L=n A+. ∂M.  Hhφ, NidA .. M. Teorema 4.1. Suponha que B ⊂ Rn+1 ´e uma bola e que φ ´e estacion´aria est´avel. Se φ ´e m´ınima, ent˜ao ´e totalmente geod´esico. 1 A. Demonstra¸c˜ao. Vamos definir φ = φ − c, onde c = coordenadas φi de φ pertencem a F, pois Z Z Z Z (φ − c) dA = φdA = φdA − c M. M. Ent˜ao. R M. M. M. R M. φdA. Veja que as fun¸co˜es. Z. . dA =. φdA − M. 1 A. Z.  φdA A = 0.. M. φdA = 0. Agora, usando as condi¸c˜oes de estabilidade de φ e que a segunda. forma fundamental de B ´e II(N, N) = 1 em ∂M, temos Z  Z  2 2 2 0 6 I(φi , φi ) = ||∇φi || − ||σ|| φi dA − M. ∂M. Reescrevendo a desigualdade acima como Z Z Z 2 2 2 ||∇φi || dA > ||σ|| φi dA + M. M. ∂M. 2. φi ds.. 2. φi ds..

(82) Cap´ıtulo 4. Estabilidade para hipersuperf´ıcies em uma bola unit´ aria Portanto,. Z. Z. 2. ||∇φi || dA > 2. φi ds,. 38. (4.2). ∂M. M. e a igualdade 4.2 se mant´em se e somente se φ for totalmente geod´esica. e − h∇φ, e NiN, ent˜ao ||∇φ||2 6 n. Da´ı de por 4.2, obtemos que Agora, como ∇φ = ∇φ Z Z Z  2 hφ − c, φ − cids = ||φ||2 − 2hφ, ci + ||c||2 ds. nA > ||φ|| ds = ∂M. ∂M. ∂M. Sendo φ = v ao longo da ∂M, ent˜ao ∂φi e i , vi = hei , vi = vi = φi . = h∇φi , vi = h∇φ ∂v Lembrando que as fun¸co˜es coordenadas de uma superf´ıcie m´ınima ´e harmˆonica, tem-se pelo Teorema da Divergˆencia que Z. Z. 0= R. Note o seguinte, como temos que. ∆φdA = M. φds. ∂M. φi ds = 0 para cada i = 1, 2, 3 e c = (c1 , c2 , c3 ) ´e constante,. ∂M. Z. Z. 3 X. hφ, cids = ∂M. ∂M. ! φi ci. ds = 0.. i=1. Consequentemente, Z   ||φ||2 + ||c||2 ds = L 1 + ||c||2 .. nA > ∂M. Ent˜ao temos nA > L (1 + ||c||2 ). Por outro lado, por 4.1 temos L = nA. O que implica que L||c||2 6 0. Ent˜ao c=0. Portanto Z Z nA > ||∇φ||dA > M. ||φ||2 ds = L = nA,. ∂M. e a igualdade acontece em 4.2 e σ ≡ 0. Disto conclu´ımos que φ ´e totalmente geod´esica. Observe que se considerarmos o problema de Plateau para hipersuperf´ıcies m´ınimas com bordo livre (sem restri¸ca˜o quanto ao volume) em uma bola de Rn , ´e f´acil ver que n˜ao h´a solu¸co˜es est´aveis estacion´arios para este problema. Os argumentos usados na prova do teorema mostram que a u ´nica solu¸ca˜o do ´ındice 1 ´e a totalmente geod´esica. Lema 4.1. Suponha φ que seja est´avel e estacion´ario e que B seja uma bola unit´aria. Se f ∈ C∞ (M) ´e uma solu¸c˜ao de ∆f + ||σ||2 f = 0. (4.3).

Referências

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