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FACULDADE SUDOESTE PAULISTA - FSP ICE INSTITUIÇÃO CHADDAD DE ENSINO S/C LTDA. FISIOTERAPIA LAURA DE ABREU MUSA SOARES

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FACULDADE SUDOESTE PAULISTA - FSP ICE – INSTITUIÇÃO CHADDAD DE ENSINO S/C LTDA.

FISIOTERAPIA

LAURA DE ABREU MUSA SOARES

A INFLUÊNCIA DA MOBILIZAÇÃO PRECOCE NA SINDROME DO IMOBILISMO

ITAPETININGA 2018

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LAURA DE ABREU MUSA SOARES

A INFLUÊNCIA DA MOBILIZAÇÃO PRECOCE NA SINDROME DO IMOBILISMO

Trabalho de Conclusão de Curso de Fisioterapia para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia da Faculdade Sudoeste Paulista.

Orientadora: Profa. Dra. Marina Sallum Barusso Grüninger

ITAPETININGA - SP 2018

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SOARES, Laura de Abreu Musa

A INFLUÊNCIA DA MOBILIZAÇÃO PRECOCE NA SINDROME DO IMOBILISMO: UMA REVISÃO DE LITERATURA / Laura de Abreu Musa Soares – Itapetininga, 2018, 46p.

Monografia (Graduação) – FSP – Faculdade Sudoeste Paulista – Fisioterapia Orientador(a): Profa Dra Marina Sallum Barusso Grüninger

1.Mobilização precoce 2. Imobilismo 3.Unidade de terapia intensiva

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Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por ser essencial em minha vida, autor do meu destino, meu guia, socorro presente nas horas de angustia, aos meus pais, minha avó e meu marido, que foram cruciais para o alcance dos meus sonhos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço de todo o meu coração aos meus pais, Susy e Benedito, que não só me proporcionaram a grande oportunidade de cursar Fisioterapia, como também nunca duvidaram da minha capacidade de vencer. Obrigada pela confiança, apoio e com- preensão. Vocês são os melhores do mundo. Saibam que a minha maior alegria é poder dar orgulho a vocês e, assim poder devolver um pouquinho de tudo que fazem por mim.

Um agradecimento especial a minha falecida avó Maura, por ter me proporcionado receber todo o seu amor e carinho até os últimos dias de sua vida, o amor mais puro que já senti.

Ao meu marido Luciano, por acreditar tanto que daria certo, me incentivando em todos os momentos e me impulsionando quando já não me restava animo.

Agradeço aos meus amigos, que se fizeram presente nesses cinco anos de faculdade no qual enfrentamos juntos momentos bons e ruins, aprendemos uns com os outros vocês são um presente que a faculdade me deu.

Agradeço Layane Costa, Rafaela Francisco, Thayna Freire e Katila Aguiar que passa- ram esse um ano comigo nos estágios, sem a ajuda de vocês eu jamais teria alcan- çando esse objetivo, constitui amizades que sei que posso levar para o resto da vida.

E um agradecimento extremamente especial a minha Orientadora Marina, por me au- xiliar com tanta maestria nessa etapa tão importante da minha vida.

E, principalmente, agradeço a Deus, criador da vida; a Jesus que deu sua vida por mim; e ao Espirito santo, que dá sentido à minha vida. Vocês tem sido, tão bons para mim, mesmo eu não sendo merecedora de nada por meus próprios méritos.

Obrigada Senhor por ser tão cuidadoso comigo, e em todo o tempo me mostrar o seu amor. O mundo pode fazer mil dissertações a respeito da vida, mas sei que o Senhor é dono dela, o que a dá e o que a tira, e a Sua vontade é boa, perfeita e agradável.

Toda honra e toda a gloria a Ti!

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“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao to- car uma alma humana, seja apenas outra alma humana.”

Carl G. Jung.

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RESUMO

Introdução: A síndrome do imobilismo leva a alterações no organismo dos indivíduos que se encontram hospitalizados ocasionando danos que podem durarem por mais de um ano após a alta hospitalar, comprometendo dessa forma a funcionalidade do paciente. A mobilização precoce mostra resultados satisfatórios para os pacientes que são acometidos por essa síndrome. Objetivo: Desta forma, essa revisão de literatura tem por objetivo sintetizar algumas evidências da literatura, apresentando algumas alterações ocasionadas pela síndrome do imobilismo e os impactos da mobilização precoce nesses pacientes. Metodologia: A busca na literatura foi realizada por meio das bases de dados dos sites PubMed, Lilacs, Scielo, no período de Janeiro de 2018 a Novembro de 2018, utilizando os descritores: early mobilization, early mobilisation, exercise, physical therapy immobility, intensive care acquired weakness e os seus cor- respondentes em português: mobilização precoce, exercícios, pacientes críticos, sín- drome do imobilismo, fraqueza adquirida na UTI. Foram incluídos 10 estudos sendo ensaios clínicos randomizados e estudos de coorte retrospectivos na língua inglesa e portuguesa, publicados a partir de 2006. Embora ainda novos estudos se façam ne- cessários para comprovar os benefícios da mobilização precoce, nota-se que essa intervenção é segura e viável, que apresentaram benefícios físicos e mentais para aqueles que foram submetidos ao seu tratamento.

Palavras chaves: exercícios, fraqueza adquirida na UTI, mobilização precoce paci- entes críticos, síndrome do imobilismo.

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ABSTRACT

Introduction: The immobility syndrome leads to changes in the body of individuals who are hospitalized, causing damage that can last for more than a year after dis- charge, thereby compromising the patient's function. Early mobilization shows satis- factory results for the patients who are affected by this syndrome. Objective: This literature review aims to synthesize some evidence from the literature, showing some changes caused by immobility syndrome and the impacts of early mobilization in these patients. Methodology: The literature search was carried out using the databases PubMed, Lilacs, Scielo, from January 2018 to November 2018, using the descriptors:

early mobilization, early mobilization, exercise, physical therapy immobility, intensive care acquired weakness and their correspondents in Portuguese: early mobilization, exercise, critical patients, immobility syndrome, acquired weakness in the ICU. A total of 10 studies were included, including randomized clinical trials and re-cross-sectional cohort studies in English and Portuguese published since 2006. Although further stud- ies are needed to prove the benefits of early mobilization, it is noted that this interven- tion is safe and viable, which have both physical and mental benefits for those who have undergone their treatment.

Key words: exercise, weakness acquired in the ICU, early mobilization of critical pa- tients, immobilism syndrome.

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LISTA DE ABREVIAÇÕES ADM: Amplitude de Movimento

DPOC: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica EUA: Estado Unidos da América

MIF: Medida de independência funcional MMII: Membros Inferiores

MMSS: Membros Superiores MRC: Medical Research Council PEMÁX: Pressão expiratória máxima PIMÁX: Pressão inspiratória máxima TC6: Teste de caminhada de seis minutos UTI: Unidade de Terapia Intensiva

VM: Ventilação Mecânica

VMI: Ventilação Mecânica Invasiva

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Característica da amostra, instrumentos de avaliação, tipos de intervenção e principais desfechos clínicos ... 29.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 11

METODOLOGIA ... 21

RESULTADOS ... 22

DISCUSSÃO ... 33

CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÃO ... 38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 39

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INTRODUÇÃO

A redução da força muscular é um dos principais fatores relacionados ao au- mento do tempo de internação em uma unidade de terapia intensiva (UTI), ocasio- nando assim a complicações desde a musculatura periférica até a respiratória, princi- palmente para aqueles pacientes que necessitam de ventilação mecânica invasiva (VMI), acarretando redução na qualidade de vida e prejudicando a evolução do qua- dro clínico consequentemente aumentando o tempo de internação, e a elevação na taxa de mortalidade (FELICIANO et al, 2012).

Além da redução de força muscular, aqueles pacientes que se encontram he- modinamicamente instáveis e com alto risco de mortalidade as chances de redução da amplitude de movimento, retração e fraqueza musculares, bem com o apareci- mento de patologias respiratórias é muito alto. Estar restrito ao leito associado ao uso de VMI pode agravar o quadro de redução da potência muscular. A mobilização pre- coce parece ser um método seguro para diminuir esses efeitos deletérios (FELICIANO et al., 2012).

Gosselink e colaboradores (2008) relatam que nos últimos anos, houve a ele- vação no índice de sobrevida de pacientes com patologias graves e, consequente- mente, também ocorreu a elevação do número de morbidades diante da grande quan- tidade de tempo que esses indivíduos ficam internados nas UTI’S.

Feliciano e colaboradores (2012) afirmam que o imobilismo a que esses paci- entes estão expostos gera uma cascata de acontecimentos deletérios ao organismo como a imobilidade, descondicionamento físico e fraqueza muscular que somado a idade avançada e as doenças crônicas, como diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica e insuficiência cardíaca congestiva levam a piora do quadro clínico do paciente.

Segundo Pinheiro e Christofoletti (2012), a imobilidade tem um resultado con- siderado negativo no organismo, principalmente no sistema respiratório sendo o mais prejudicial, levando a quadros de hipoxemia, pneumonias e atelectasias, além de com- plicações no sistema cardiovascular, sistema tegumentar, muscular, ósseo entre ou- tros.

Farias e Neto (2008) afirma que a prática do decúbito prolongado afeta o sis- tema imunológico pois o mesmo leva ao declínio da contagem de anticorpos elevando

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assim o risco de infecções, mas também está associado a fatores sociais e psicológi- cos sendo possível que o mesmo desenvolva quadros depressivos, privação sensorial ou podendo desenvolver uma psiconeurose. Além disso Leal (2015), afirma em que pacientes que se encontram em um quadro de imobilidade podem apresentar situa- ções de ansiedade, isolamento social e apatia.

A intervenção precoce, traz inúmeros benefícios como o desmame do ventila- dor mecânico auxiliando na recuperação funcional, através de exercícios de sedesta- ção em beira leito, mobilização passivas ou ativas assistidas, descarga de peso atra- vés do ortostatismo e deambulação (VOLLMAN 2010).

Os benefícios tangem os aspectos psicológicos e físicos evitando assim o au- mento no tempo de hospitalização, reduzindo a incidência das complicações na área respiratórias, e trazendo atenuação no tempo de uso do ventilador mecânico. Sendo descrita na literatura como uma terapia que otimiza a capacidade funcional do indiví- duo hospitalizado principalmente nos primeiros dias de internação (VOLLMAN 2010).

A mobilização precoce é conhecida hoje, pelos os seus inúmeros benefícios diante do quadro clínico que os pacientes em decúbito prolongado se encontram, sendo hoje classificada como uma terapia segura, que traz inúmeros benefícios além de ser uma maneira de redução de gastos nos hospitais devido uma alta precoce.

A primeira UTI, foi criada na década de 20 em United States of America (USA) a partir de uma evolução das “Salas de recuperação Pós-anestésicas” para aqueles pacientes que eram submetidos a procedimentos neurocirúrgicos no hospital Johns Hopkins nos Estados Unidos da América (USA), já a primeira UTI foi criada pelo Dr.

Walter Dandy no ano de 1926 em Boston (SCHLINZ 2016).

Um projeto embrionário de uma UTI foi criado pela enfermeira Britânica Flo- rence Nightingale, devido ao início a Guerra da Criméia no ano de 1854. Os soldados feridos eram classificados pelas enfermeiras pelos graus de dependência, no qual os que se encontravam em situações mais críticas ficavam próximos à área de trabalho da enfermagem se tornando a área de monitoramento de pacientes graves, nascendo um rascunho do o que são hoje as UTI’S (SCHLINZ, 2016).

A primeira UTI fundada no Brasil foi no hospital Sírio Libanês em São Paulo em 1970, trazendo um dos maiores progressos obtidos pelos hospitais visto que an- teriormente a sua fundação as práticas de cuidados eram realizadas pelas enferma- rias o que, muitas vezes, apresentava risco a má evolução dos pacientes (YOUNES, 2011).

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Castro (2013), define a UTI, como um setor da área hospitalar que surgiu diante da grande necessidade de concentração e aperfeiçoamento ao atendimento daqueles pacientes que se encontram em situações graves de saúde, sendo um ambiente de alta complexidade, reservado e único, monitorando os pacientes 24 horas.

As evoluções das UTI, se deram diante do conhecimento das necessidades dos pacientes com patologias em estado agudizados, tendo assim as chances de morte elevadas. Os pacientes que se encontram acompanhados nesta ala recebem suporte através de aparelhos capazes de reproduzir as funções básicas do seres hu- manos, as funções vitais como, por exemplo os ventiladores mecânicos, bombas de infusão, aparelhos para hemodiálise, além da regulação e monitoramento desses apa- relhos e cuidados com os pacientes tendo como objetivo básico dar suporte aos paci- entes enquanto eles se recuperam (SCHLINZ 2016).

Schlinz (2016) ainda afirma que o que torna diferente uma ala de internação para uma UTI é a questão da monitorização hemodinâmica invasiva e não invasiva e da presença de profissionais qualificados e de alta performance para esse fim, for- mando assim a equipe multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, farma- cêuticos, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais e fisioterapeutas.

O início da prática na Fisioterapia no Brasil ocorreu exatamente em 1919, sendo fundada pelo professor Raphael de Barros da Faculdade de Medicina da Uni- versidade de São Paulo. O primeiro curso de fisioterapia foi instalado no Instituto Cen- tral do hospital das clínicas sendo patrocinado pelo centro de estudos Raphael de barros no qual era formado Fisiatras. (MARQUES; SANCHES,1994).

Braz e colaboradores (2009), afirmam que a fisioterapia passou a se dedicar aos pacientes críticos no Brasil entre as décadas de 40 a 50 devido à crise de polio- mielite, desde então a sua presença nas equipes multidisciplinares vem sendo firmada e reconhecida em diversos países.

Sakuma (2008) afirma que com a evolução natural do tratamento da saúde, a função de fisioterapeuta vem ganhando cada mais complexidade, principalmente em função da necessária qualificação dos serviços de assistência à saúde, que não se limitam mais a garantir sobrevida, mas a oferecer qualidade de vida. Em decorrência disso, a atuação fisioterapêutica torna-se frequente em segmentos que promovem a saúde como por exemplo os hospitais.

O autor ainda acrescenta que pacientes internados em hospitais tem suas ne- cessidades básicas e especiais, as quais, na maior parte das ocasiões exigem uma

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assistência sistematizada, além de uma vasta gama de cuidados para evitar as pos- síveis complicações diante de cada patologia que o mesmo venha a apresentar (SA- KUMA, 2008).

A atuação do fisioterapeuta nessas situações, vem se apresentando de ma- neira efetiva e indispensável, no qual se é considerado parte integrante de uma equipe multidisciplinar, com o objetivo de recuperação da saúde e qualidade de vida dos seus respectivos pacientes (STILLER, 2000).

Norrenberg (2000) afirma em seus estudos que dentro do âmbito hospitalar o fisioterapeuta tem por função a mobilização do paciente e a regulação dos parâmetros do ventilador mecânico no qual deve-se apresentar ativo também, durante o processo de extubação e desmame do VM e na execução da ventilação mecânica não invasiva, além disso o profissional atua em função da alta hospitalar com qualidade de vida empregando segundo o autor Stiller (2000), as técnicas com o objetivo de movimen- tação articular, manobras como percussão, vibrações, tosses assistidas, drenagem postural apresentando como objetivo a higienização das vias aéreas, além de posici- onamento no leito, deambulação, descarga de peso entre outros.

Na UTI o atendimento fisioterapêutico se faz presente em vários segmentos tais como, assistência durante o pós-operatório dando ênfase da prevenção de com- plicações motoras e respiratórias, suporte ventilatório aqueles pacientes que necessi- tam do uso do ventilador mecânico. No suporte ventilatório o fisioterapeuta tem papel crucial desde a instalação, ajuste do ventilador artificial a intubação, evolução des- mame e extubação do paciente (JEREE et al.,2007).

Os pacientes que necessitam da intervenção de um ventilador mecânicos ge- ralmente tem junto a si a imobilidade ao leito, trazendo a diminuição da capacidade funcional e o aumento do tempo de internação hospitalar (ASHER 2013). Pois se- gundo França e colaboradores (2012) a sobrevida dos pacientes em estado crítico tem aumentado devido a evolução tecnológica cientifica e o acompanhamento da equipe multidisciplinar, porem a taxa de complicações decorrente aos efeitos do imo- bilismo tem se elevado, contribuindo para os aparecimentos dos efeitos deletérios e declínio funcional levando assim ao aumento dos custos assistenciais, queda da qua- lidade de vida e sobrevida pós-alta.

A síndrome da imobilidade é comum perante aos pacientes que se encontram em uma UTI, levando ao acometimento de órgãos e sistemas como o sistema cardi- orrespiratório, gastrointestinal, cutâneo pelo aparecimento de ulceras por pressão, e

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principalmente o sistema respiratório e osteomioarticular prolongando o tempo de in- ternação (RIVOREDO 2013).

Essa síndrome atinge pacientes que são hospitalizados por longos períodos em situações de ausência de movimentação. Para os autores Farias e Neto (2008), essa situação ocorre por um aglomerado de alterações no corpo humano daqueles que se encontram acamados por longos períodos levando a consequências no orga- nismo como declínio da funcionalidade do paciente impedindo o mesmo de interagir com a sociedade podendo até mesmo provocar problemas de ordem emocional.

Silva (2010, p.175) esclarece que são duas condições substâncias que interfe- rem no diagnóstico do sujeito que se encontre com a síndrome do imobilismo:

-Um critério maior, que pode ser um déficit cognitivo de médio à grave e a presença de contraturas e um critério menor, que abrange as alterações cutâneas, como a úlcera de decúbito ou pressão e descamações da pele, difi- culdade de deglutir, incontinência, além de perda parcial ou total da fala e en- tendimento da linguagem. O paciente é diagnosticado com essa síndrome quando apresenta um critério maior e, pelo menos, dois menores. SILVA (2010, P. 175).

Portanto, como informa o referido, o autor expõe a questão dos critérios que envolve o diagnóstico da síndrome do imobilismo sendo dividido em dois tipos, o pri- meiro que é denominado de maior que pode correr em função de um problema cogni- tivo com presença de contraturas. E o outro que eles denominam como menor que está ligado de maneira direta com alterações no sistema cutâneo ou seja, que envolve a pele e os seus respectivos problemas provocando as anomalias consequentes da postura de imobilização em leito hospitalar além de disfunções durante a alimentação devido ao impedimento durante o ato de deglutir conhecido como afagia, e também problemas na fala denominados de afasia e alterações no sistema urinário como in- continências.

Para Fernandes (2012, p.1):

A Síndrome do Imobilismo é caracterizada por alterações nos diversos tecidos e sistemas orgânicos secundárias ao repouso prolongado, podendo ser sistêmicas ou segmentares. Várias condições patológicas podem levar ao imo- bilismo, como: doenças neurológicas, ortopédicas, reumatológicas, cardiopul- monares, má nutrição, patologias dos pés, quadros dolorosos, alterações psi- coafetivas, demências, neoplasias, etc. FERNANDES (2012, p.1).

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Para a autora, a síndrome é caracterizada por questões especificas que provo- cam inúmeras alterações no organismo sendo ocasionadas por situações de decúbito prolongado em hospitais.

Em um outro estudo realizado por Carneiro e Peres (2010), o imobilismo leva a alterações graves na saúde do indivíduo o que promove o aparecimento de sequelas graves, podem se apresentar de forma incurável, mesmo com uma intervenção mé- dica de qualidade, diante disso a síndrome do imobilismo é um problema da equipe multidisciplinar e não cabe somente a um profissional saná-la.

“Seja qual for a sua causa, o repouso prolongado pode trazer sérios agravos à saúde do indivíduo. Tais agravos, quando considerados em con- junto, recebem denominações como Síndrome do Imobilismo, da Imobilização, do Desuso, do Descondicionamento Físico ou são identificados como seque- las/complicações/efeitos deletérios da inatividade, do repouso no leito ou da imobilização prolongada.” CARNEIRO, PERES (2010, p.149).

Devido ser um problema complexo, a síndrome do imobilismo trata-se de um assunto que envolve toda a equipe multidisciplinar do ambiente hospitalar, pois muitas das vezes envolvem até mesmo procedimentos cirúrgicos e clínicos, aumenta-se o tempo de internação e as medicações, elevando assim os custos para os familiares e o sistema único de saúde.

Neste contexto os autores citados acima afirmam que os as causas para o acontecimento da síndrome do imobilismo é o repouso prolongado, ou seja, pela situ- ação de prostração prolongada em hospitais, levam ao início um profundo desconforto orgânico e, depois para outras situações por fim evolui para ocasiões causadas pela ausência de locomoção.

Carneiro e Peres (2010) entendia como técnica de prevenção:

Estimular a movimentação no leito e a independência nas atividades.

Estimular a deambulação (caminhada). Prevenir complicações pulmonares.

Auxiliar na resolução de patologias pulmonares já instaladas. Promover um pa- drão respiratório mais eficaz. Evitar complicações circulatórias. Reduzir a dor.

Manter força muscular e a amplitude de movimentos com exercícios. CAR- NEIRO, PERES (2010, p.155).

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A primeira referência de tratamento fisioterapêutico da síndrome do imobilismo, ocorreu na década de 1910 do século XX, no qual Willian Ewart em 1901 descreveu em seus estudos o benefício da drenagem postural no tratamento de doenças do sis- tema respiratório em situações de longa internação em hospitais (RONCATI e POR- TIOLLI, 1998).

O objetivo da indicação do tratamento fisioterapêutico para pacientes com esse distúrbio é de minimizar os efeitos ocasionados por essa anomalia, onde se é incre- mentado a oxigenação, garantir uma boa ventilação e perfusão de maneira autonô- mica, e principalmente reexpandir as áreas que se encontram afetadas por atelecta- sias. Estudos comprovam a queda das taxas de incidência de longas internações devido a imobilidade prolongada a partir da implementação do oficio fisioterapêutico no Serviço único de Saúde (SUS) (MINISTERIO DA SAUDE, 2012).

Roncati e Portiolli (1998), com bases em seus trabalhos publicados afirmam que a partir da modernização das técnicas utilizadas para a intervenção fisioterapêu- tica no casos da presença da síndrome do imobilismo, essa especialização passou a ser indispensável em centros hospitalares públicos e privados no mundo inteiro, coor- denando um papel relevante junto a equipe multidisciplinar empregada em cada hos- pital, no qual atende os pacientes em situação de acamação prolongada, especial- mente direcionado ás complicações causadas por essa síndrome.

Sibinelli e colaboradores (2012), afirmam que para a redução da força muscular em 30% são necessários apenas sete dias de repouso no leito, sendo aumentada o nível de perda funcional a 20% durante cada semana que se progride.

Segundo Silva e colaboradores (2010), o desenvolvimento da fraqueza gene- ralizada em pacientes críticos é uma complicação comum em muitos daqueles enfer- mos que são admitidos em uma UTI, sendo uma taxa de 30% a 60% dos internados, no qual muitos são os fatores da ocorrência desta síndrome, se destacando entre eles a permanência no ventilador mecânico associado a imobilidade por tempo pro- longado.

O repouso é importante para o corpo humano pois traz ao mesmo a possibili- dade do sistema muscular de se remodelarem e adequar-se as adaptações exigidas pelo organismo levando o mesmo a melhora do tecido enfraquecido e danificado. O repouso no leito é prescrito de maneira corriqueira para pacientes, pois presume-se que o mesmo traga apenas benefícios e previne as complicações, preservando os recursos metabólicos e trazendo por fim o conforto ao paciente (BROWER 2009).

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Segundo Truong (2009) a partir de 1960 o repouso passou a ser visto como recurso terapêutico a fim de poupar o gasto energético do indivíduo para que o mesmo se recuperasse da enfermidade. Desde essa época o procedimento passou a ser ado- tado de forma abusiva para qualquer fim de recuperação patológica. Diante das im- plementações que ocorreram devido a segunda guerra mundial, na metade do século XX, ocorreu um significativo avanço na ideia de mobilização precoce diante dos paci- entes acamados.

Hoje em pleno século XXI o objetivo fisioterapêutico mais crucial é a retirada precoce do paciente do leito, evitando assim as complicações decorrentes do imobi- lismo (LUIZ 2008).

Diante disso, algumas classificações são consideradas para esse tipo de res- trição o autor afirma que de 7 a 10 dias é considerado um período de repouso, entre 12 a 15 dias é considerado imobilização, e a partir dessa quinzena é considerado decúbito de longa duração. Como resultado a imobilização o paciente apresenta o descondicionamento físico trazendo a redução na capacidade de executar exercícios aeróbicos, afetando a sua resistência ao mesmo comprometendo o desmame do pa- ciente ao ventilador mecânico invasivo (GREVE, 1999).

O longo período de internação, em conjunto com a falta de mobilização leva o organismo a modificações nos músculos e tecidos conjuntivos como por exemplo queda na resistência cardiovascular, alterações no alinhamento biomecânico. O papel fisioterapêutico é reduzir as taxas de mortalidades, infecções, permanência na UTI e nas alas de internação (SAKUMA 2008).

Diante do que foi relatado acima, a fisioterapia utiliza-se hoje de recursos ca- pazes de intervir no tratamento da imobilidade no qual para a maior obtenção de su- cesso a mesma precisa ser iniciada o mais precocemente possível a fim de ter não apenas o objetivo de cura mais sim preventiva também. Nas ultimas quarente déca- das os efeitos do imobilismo têm sido reconhecidos, porém fisiologicamente falando jamais o mesmo foi explicado e entendido (SILVA 2008).

Reardon e colaboradores (2001), afirmam que no sistema tegumentar com o avanço da idade associado a imobilismo ocorre o aumento das alterações da pele, diminuindo a vascularização e espessura, retardando a redistribuição de tecido adi- poso da camada mais fina a subcutânea para a mais profunda e retardando a cura das lesões cutâneas. As lesões mais comuns são as micoses, lacerações, e principal- mente as ulceras por pressão que apresenta uma ameaça direta ao indivíduo tem uma

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incidência de 10 a 20% ocasionando dor, desconforto prolongado, demora na reabili- tação e alta além de ser uma porta de entrada para agentes infecciosos, com taxa de mortalidade de 70% ao ano principalmente por causar a septicemia.

No sistema musculoesquelético sendo geralmente o mais acometido pelo imo- bilismo acaba em acarretar em posturas viciosas, limitações em transferências, movi- mentação no leito, e principalmente aumento das dificuldades durante as atividades de vida diária. O sistema musculoesquelético afeta diretamente na resistência a fa- diga, e potência que é necessário para que a musculatura resista a gravidade levando assim ao atrofia das fibras musculares e descondicionamento físico, além de instala- ções de patologias crônicas como osteoporose através da osteopenia, danos articu- lares, osteomielite (NEVES 2009).

Neves (2004), ainda descreve que outra transformação pode ser observada que é a queda no número de sarcômeros e o aumento do tecido conjuntivo, acarre- tando ao aparecimento da rigidez muscular já na primeira semana. A elevação na produção desse tecido, leva a dificuldade no fornecimento sanguíneo para as fibras musculares com consequente a atrofia, diminuição da resistência muscular, algias, e desconforto pois o imobilismo provoca um processo inflamatório nos tecidos, levando a estimulação dos receptores da dor.

Regenga (2000, p. 06), conclui que:

O repouso prolongado predispõe à atrofia e a importante fraqueza mus- cular. Podemos, portanto, observar em pacientes imobilizados: contraturas ar- ticulares, diminuição do trofismo muscular e aparecimento de úlceras de pres- são”, sendo que o “fisioterapeuta pode evitar os efeitos deletérios da hipo ou inatividade do paciente acamado (REGENGA, 2000, p. 06).

Em testes funcionais como o de caminhada de 6 minutos que exigem a função muscular, demonstram déficits de maneira significativa, no qual vários fatores contri- buem para a atenuação da força muscular esquelética durante uma patologia crítica, e a permanência do paciente no leito de maneira prolongada está entre os principais fatores (BROWER 2009).

No sistema respiratório os malefícios da imobilidade prolongada levam a queda do volume corrente entre 25 a 50% do volume minuto, da capacidade respiratória má- xima, da capacidade vital e da capacidade de reserva funcional, levando assim a queda na oxigenação arterial. As vítimas do imobilismo ainda podem sofrer com o

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acumulo do secreções, diante de determinadas posições em que o paciente se en- contre em seu leito pode influenciar no fechamento das vias aéreas de pequeno cali- bre. Além disso, devido à queda do movimento ciliar ocorre um padrão respiratório superficial, tendo assim a presença de um déficit do estimulo de tosse dificultando a eliminação das secreções, levando a formação de um território suscetível para o apa- recimento de infecções como traqueite, pneumonias, e consequentemente atelecta- sias (PALUDO C. 2005).

Stiller e colaboradores (2007), afirmam que ocorre um comprometimento no desempenho cardiovascular devido à elevação da frequência cardíaca durante o re- pouso, a cada dois dias ocorre aumento da frequência cardíaca por minuto levando a diminuição da eficiência cardíaca. O autor ainda destaca que em apenas com 21 dias em decúbito prolongado, são necessários de 26 a 72 dias de atividade física continua, para que assim se recupere o nível prévio ao repouso correspondendo uma queda de 25% do desempenho cardiovascular.

Paludo C. (2005) afirma que ainda ocorre a hipertensão ortostática e a elevação dos batimentos por minuto são uma tentativa do órgão cardíaco de compensar a queda desse volume, pois ocorre a elevação da pressão arterial sistólica devido ao aumento da resistência periférica.

Barbosa (2005), afirma que os pacientes que são portadores desta síndrome sofrem com a incontinência urinaria, existem dados que mostram que os riscos de infecção do trato urinário se elevam a 40%. O que levam o paciente a essa predispo- sição é o uso prolongado de fraldas geriátricas, baixo consumo de líquidos, o declínio da capacidade renal para acidificar a urina e manter a osmolaridades. A atenuação da resistência dos músculos abdominais, e a incursão diafragmática e relaxamento in- completo do assoalho pélvico, resultam na retenção urinaria parcial.

Paludo (2005), declara em seus estudos que a ausência de locomoção do or- ganismo aumenta as chances de alterações no trato gastrointestinais (TGI), ocasio- nando em ausência da apetência, redução dos movimentos peristálticos tendo assim como consequência uma menor absorção dos nutrientes resultando em constipações.

Diante do exposto, o objetivo dessa revisão bibliográfica foi trazer as evidências sobre as finalidades da mobilização precoce e as complicações diante da síndrome do imobilismo em pacientes críticos bem como sintetizar as principais intervenções fisioterapêuticas utilizadas nesses pacient

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METODOLOGIA

Foi realizada uma revisão descritiva da literatura nas bases de dados PubMed, Lilacs, Scielo. Os descritores utilizados para as buscas foram os seguintes: early mo- bilization, early mobilisation, exercise, physical therapy immobility, intensive care ac- quired weakness e os seus correspondentes em português: mobilização precoce, exercícios, pacientes críticos, síndrome do imobilismo, fraqueza adquirida na UTI. Fo- ram incluídos somente artigos na língua inglesa e portuguesa, publicados a partir de 2006 com disponibilidade de acesso na íntegra. Foram incluídos ensaios clínicos ran- domizados e estudos de coorte retrospectivos e estudos transversais prospectivos os quais avaliassem qualquer modalidade de mobilização precoce. A análise dos títulos e resumos foi realizada por dois autores independentes.

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RESULTADOS

De acordo com o levantamento de artigos incluídos, observa-se que as propos- tas ofertadas por seus autores abordavam a mobilização precoce em pacientes adul- tos em UTI’s tendo como finalidade a redução dos efeitos deletérios ocasionado pelo repouso prolongado no leito, trazendo assim condições clínicas da síndrome do imo- bilismo, sendo o principal desfecho da maioria dos estudos a redução do tempo de permanência na UTI.

Após a análise dos 20 artigos coletados, foram excluídos 10 após a leitura dos resumos, pois não se enquadravam dentro dos critérios de inclusão, sendo 10 artigos selecionados para a leitura do texto completo e posteriormente incluídos nessa revisão, conforme apresentado no quadro 1.

Grunther e colaboradores (2017) realizaram um estudo no qual foi aplicado em pacientes com permanência maior de cinco dias, a escala APACHE com score entre 32 - 20, ou índice de Barthel 33-150 com capacidade de sedestação beira leito preservada por pelo menos 1 minuto. Foram excluídos àqueles portadores de patologias do sistema nervoso central como por exemplo acidente vascular cerebral ou múltiplos traumas e condições irreversíveis com pouco potencial de reabilitação.

Os pacientes foram randomizados entre um grupo controle e o grupo de intervenções, durante a pesquisa os pacientes receberam o mesmo tipo de intervenção fisioterapêutica com amplitude de movimento passiva, técnicas de respiratórias, se os exercícios fossem tolerados progrediam para o próximo estágio transferindo-se para uma posição sentada ereta, e progredindo finalmente para o posicionamento ortostático (GRUNTHER et al., 2017).

Após boas condições clínicas e funcionais os pacientes receberam alta, sendo transferidos para a ala da enfermaria geral no qual o programa de reabilitação foi continuado sendo realizado a utilização de técnicas respiratórias coordenadas, mobilizações, terapia com exercícios e estimulação elétrica neuromuscular, por um período de 2 horas, 5 dias na semana até a alta hospitalar. Segundo o autor, os pacientes que foram incluídos no programa de intervenção receberam alta mais cedo, do que os pacientes do grupo de tratamento padrão (GRUNTHER et al., 2017).

Dantas e colaboradores (2012), publicou um ensaio clínico controlado e randomizado, com 59 pacientes de ambos os gêneros, em uso de ventilação mecânica, sendo o desfecho do estudo a avaliação dos efeitos de um protocolo de

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mobilização precoce na musculatura periferia e respiratória de pacientes críticos. Os pacientes foram divididos em um grupo controle com 14 pacientes que realizaram fisioterapia convencional oferecida no setor diariamente, cinco vezes por semana de mobilização passiva progredindo para mobilizações ativas e ativas-assistidas, e um grupo com a mesma quantidade de pacientes que receberam um protocolo sistemátizado de mobilização precoce. A aplicação do protocolo foi realizada em cinco níveis.

Os resultados foram apresentados através de duas tabelas no qual a primeira mostrava características gerais da amostra estudada, quanto a idade, o gênero, APACHE II, diabetes millitus, e o diagnóstico clínico primário no qual não apresentaram diferenças significativas entre os grupos estudados. Em uma segunda tabela, apresentou-se valores de força muscular inspiratória, pressão inspiratória máxima (Pimáx) e Pressão expiratória máxima (Pemáx) e periférica pela escala Medical Research Council (MRC) obtidos antes e após a implementação do estudo.

Os autores encontraram um aumento significativo para os valores de Pimáx, Pemáx e MRC apenas para o grupo que realizou o protocolo de intervenção comparados a terapia convencional. Já a força muscular periférica não apresentou aumento significativo após ambos os protocolos (DANTAS et. al. 2012).

Machado e colaboradores (2017) avaliaram 38 pacientes com idade maior que 18 anos, em uso de ventilação mecânica, sendo divididos em grupo controle, que realizou a fisioterapia de forma convencional e o grupo de intervenção, o qual realizou fisioterapia convencional associado a exercícios passivos em cicloergometro cinco vezes por semana. Os desfechos avaliados foram a força muscular periférica pela escala de (MRC), tempo de uso de ventilador mecânico e tempo de internação hospitalar. Após a execução do protocolo de intervenção um aumento significativo da força muscular periférica em ambos os grupos foi verificado. Em relação ao tempo de uso de ventilador mecânico e diminuição do tempo de internação não foi encontrada diferença significativas entre os grupos.

Soares e colaboradores (2009) avaliaram o efeito da retirada do leito após a descontinuação da ventilação mecânica e seu impacto sobre a mortalidade e o tempo de permanência na UTI. Foram incluídos pacientes que fizeram uso do suporte de ventilação mecânica, com predomínio no sexo feminino e tempo de permanência na UTI de 7 dias. A coleta dos dados foi realizada através de análise dos prontuários eletrônicos dos pacientes, as variáveis clínicas e epidemiológicas de interesse

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incluíram: idade, sexo, diagnostico da admissão, tempo de internação e tempo de intubação.

Os grupos foram determinados por aqueles pacientes que realizaram a saída do leito, e os que receberam a terapia convencional sem a presença de exercícios fora do leito. Considerando a retirada ou não do leito, não houve diferença significativa entre os grupos quanto ao tempo de permanência na UTI.

Aqueles pacientes que não foram retirados do leito apresentaram maior gravi- dade clínica bem como maior taxa de mortalidade real e prevista. O estudo sugere que a realização da mobilização precoce e da retirado do leito de UTI trazem benefí- cios aos seus pacientes (SOARES et al. 2009).

Um ensaio clínico randomizado realizado por Burtin e colaboradores (2009) avaliou 90 pacientes de uma UTI, sendo esses pacientes randomizados em grupo de intervenção e grupo controle com condições cardiorrespiratórias que permitissem uso de forma segura do cicloergômetro. O objetivo do estudo era verificar se o uso diário do cicloergômetro seria uma intervenção segura e eficaz na prevenção e atenuação dos danos ocasionados pelo imobilismo relacionados a perda de força muscular de Quadríceps.

Foi encontrada diferença significativa para a capacidade funcional, avaliada pelo Teste de caminhada de seis minutos (TC6), para a força de Quadríceps e para o bem-estar funcional avaliado pelo Short Form 36 (SF36). O autor conclui que o treina- mento físico nas UTI’s em pacientes graves leva a recuperação da capacidade funci- onal e do bem-estar do paciente além de ganhos significativos no grau de força mus- cular (BURTIN et al., 2009).

Brahmbhatt e colaboradores (2010), realizaram um ensaio clinico randomizado com o principal objetivo de avaliar a eficácia da combinação de atividades físicas com interrupções diárias de sedação em pacientes ventilados mecanicamente. Foram ava- liados 104 pacientes que receberam ventilação mecânica por um período menor que 72 horas, estando funcionalmente independentes antes da hospitalização. Os pacien- tes foram randomizados em um grupo que recebeu a terapia de rotina de cada hospital um grupo que realizou exercícios precoces e mobilização durante os períodos de in- terrupção diária de sedação. Os pacientes do grupo intervenção apresentaram me- lhora significativa do status funcional, a redução dos episódios de delírios e aumento dos dias livres do uso de VM comparados ao grupo controle (BRAHMBHATT et al., 2010).

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Chiang e colaboradores (2006) estudaram os efeitos de 6 semanas de treinamento físico sobre a força dos musculos respiratórios e dos membros superiores e inferiores, sobre o tempo livre de uso de ventilação mecânica, e sobre estado funcional em pacientes com uso de VM permanente, sendo randomizados com um grupo de tratamento e um grupo controle.

Os pacientes do grupo de tratamento receberam mobilização precoce 5 dias por semana em um período de 6 semanas consecutivas incluindo exercícios de fortalecimento a beira leito para os quatro membros, treinamento de atividades funcionais como por exemplo virar de um lado para o outro da cama e passar da posição deitada para a sentada, e de sentada para posicionamento ortostático e por fim deambulação, além de exercícios de respiração diafragmática foram facilitados durante as horas de respiração expontâneas durante sedestação em beira leito e posição supina (CHIANG et al., 2010).

Os autores encontraram aumento significativo da força dos músculos respiratórios e periféricos apenas no grupo tratamento. Encontram melhora significativa para o índice de Barthel e para a escala de Medida de Indepêndencia funcional (MIF), sendo os valores de 2,02 e 1,93 respectivamente na sexta semana (CHIANG et al., 2010).

Feliciano e colaboradores (2012), avaliaram a influência da mobilização precoce sobre tempo de internação em uma UTI. Foram incluídos 431 pacientes de ambos os gêneros em uso de VM. Os pacientes foram divididos em dois grupos sendo denomidados grupo controle e grupo de intervenção.

O grupo de terapia convencional, recebeu atendimento diário, cinco vezes por semana, no qual os pacientes receberam um atendimento diário de mobilização passiva nos quatro membros e exercicios ativos assistidos de acordo com a melhora do quadro do paciente. Já o grupo de intervenção recebeu um protocolo sistematizado adaptado do protoloco proposto por Morris e colaboradores (2008).

O protocolo de Morris é descrito como um protocolo de mobilização precoce em pacientes sob uso de assistência ventilatória mecânica. O protocolo preconiza que o paciente inicie o a mobilização precoce já no momento de admissão ao setor de terapia intensiva, mesmo em estado de inconsciência, sendo realizado a intervenção através de alongamentos passivos, mobilização passivas e posicionamento articular (MORRIS et al., 2008).

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26

A partir do segundo estágio caracterizado por nivel de consciencia maior, até o quinto e ultimo estágio, o mesmo recebe intervenções fisioterapeticas através de exercicios de resistência ativa assistida, fortalecimento muscular, uso de cicloergômetro, sedestação em beira leito, seguindo para posicionamento ortostatico, treino de equilibrio sendo ambos administrados no quinto estágio, até que o paciente consiga uma melhora do seu status funcional ao ponto de receber a alta do setor (MORRIS et al., 2008).

Os autores avaliaram a força muscular atraves da escala de MRC e a força muscular respiratoria através das medidas de PImáx e PEmáx, sendo que os pacientes submetidos à intervenção precoce permaneceram por um tempo menor na UTI, diferente dos pacientes do grupo controle, além disso obteveram melhoras significativas no parâmetro funcional e no grau de força respiratória (FELICIANO et al.

2012).

Keibun e colaboradores (2018), publicaram um estudo com o objetivo de avaliar a mobilização precoce em pacientes sépticos através do uso do protocolo Maebashi, comparando a melhora dos resultados antes e após a intervenção fisioterapêutica. A sepse, secundo os autores é definida como uma das principais contribuintes para a causa das disfunções físicas e cognitivas após a alta nas UTI’s. A randomização foi realizada através de dois distintos grupos, o pré intervenção que foram incluídos o total de 108 pacientes sendo de junho de 2014 a maio de 2015, e o pós intervenção com 104 pacientes, inclusos de junho de 2015 a maio de 2016. O desfecho utilizado foi a mortalidade hospitalar.

As características incluídas foram a idade, sexo e tempo em uso de ventilação mecânica. Segundo os autores a mortalidade não apresentou uma diferença significativa entre os dois grupos. De acordo com a análise apresentada o protocolo Maebashi foi um fator contribuinte de forma independente para a mortalidade no hospital. Os autores concluem que após a introdução do protocolo no setor hospitalar houve uma melhora independente para as taxas de mortalidade.

(28)

Quadro 1. Característica da amostra, instrumentos de avaliação, tipos de intervenção e principais desfechos clínicos

Autor, ano Titulo do artigo/

Tipo de estudo

Característica da amostra

Desfechos

Tipo de intervenção Duração da

intervenção Resultados principais Conclusão Murakami

et al., 2014 Evolução funcional de pacientes graves submetidos a um protocolo de reabilitação precoce Estudo Transversal prospectivo

463 pacientes adultos com diagnósticos clínico ou cirúrgico, submetidos a um protocolo de intervenções precoces

- Força muscular:

Escala Medical Re- search Council

- Tempo de interna- ção

- As intervenções utilizadas em cada plano basearam-se na pontuação da MRC ou no status funcional de cada indivíduo

- Estimulação elétrica neuromuscular de vastos laterais e mediais em pacientes do grupo I e II

- Exercícios ativos com cicloergômetro para pacientes do grupo III e IV

- Exercícios com carga livre em pacientes do grupo IV

*seguindo protocolo de Morris et al., 2008

30-60 minutos, todos os dias por 5 meses

- De 463 pacientes submetidos ao protocolo, 432 (93,3%) responderam

positivamente a estratégia de intervenção

- Os pacientes clínicos classificados como não respondedores apresentaram idade superior (74,3 ± 15,1 anos; p = 0,03) e maior tempo de internação na unidade de terapia intensiva (11,6 ± 14,2 dias; p = 0,047) e no hospital (34,5 ± 34,1 dias; p = 0,002)

- A manutenção e/ou me- lhora do status funcional admissional esteve associada com menor tempo de internação na unidade de terapia intensiva e hospitalar - Os resultados sugerem que o tipo de diagnóstico, clínico ou cirúrgico, parece não ser decisivo na resposta positiva ao protocolo de reabilitação precoce

Gruther et al., (2017)

Can Early Rehabilita- tion on the General Ward After an Inten- sive

Care Unit Stay Re- duce Hospital Length of Stay in Survivors of Critical Illness?

Estudo prospectivo randomizado controlado

- Pacientes acima de 16 anos com permanência maior que 5 dias na UTI

- Tempo de internação hospitalar - Early Rehabilitation Barthel Index - Teste de marcha de 3 minutos - Ansiedade e depressão - Gastos hospitalares

Exercícios realizados na UTI:

- Amplitude passiva de movimento nos quatro membros evoluindo conforme o nível de consciência do paciente

- Técnicas de respiração - Transferências de deitado para sedestação em beira leito - Transferência de sentado para posição ortostática - Treino de AVD

Exercícios realizados na enfermaria:

- Técnicas de coordenação respiratória

Todos os dias da semana, por 45 minutos

- Na análise pré- protocolo, o tempo de internação foi uma mediana de 14 dias (intervalo interquartil [IQR], 12-20 dias) no início reabilitação e 21 dias [IQR, 13-34 dias) no grupo de tratamento padrão

- As funções físicas e

mentais foram

semelhantes em ambos os grupos

- Custos hospitalares foram menores no

- Um programa de reabilitação precoce instituído para aqueles pacientes sobreviventes de doenças críticas levou a uma alta precoce do hospital, melhorando recuperação, e também gerando menor custo hospitalar além de ser considerado seguro

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28

- Mobilização - Exercício resistido envolvendo grandes grupos musculares

- Estimulação elétrica neuromuscular - Exercício aeróbio

* a progressão dos exercícios dependia da tolerância e estabilidade

dos pacientes

grupo de intervenção.

Nenhum efeito adverso foi detectado

Dantas et.al.

(2012).

Influência da mobilização precoce na força muscular periférica e respiratória em pacientes críticos Ensaio clínico, controlado e randomizado

59 pacientes de ambos os gêneros, em ventilação mecânica

- Força muscular periférica: MRC -Força muscular respiratória:

manovacuômetro

Pacientes divididos em:

- Grupo controle (n=14) fisioterapia convencional - Grupo mobilização precoce (n=14)

protocolo sistematizado de mobilização precoce

* adaptado do protocolo de Morris et al., 2008

NR - Para os valores de pressão

inspiratória máxima e força muscular periférica foram encontrados ganhos significativos

no grupo mobilização precoce

- A pressão expiratória máxima

e o tempo de ventilação mecânica (dias),

tempo de internamento na unidade de terapia intensiva (dias), e tempo de internação hospitalar (dias) não apresentaram

significância estatística

- Houve ganho da força muscular inspiratória e periférica para a população estudada quando submetida a um protocolo de mobilização precoce sistematizado

Machado et al., 2017

Efeito do exercício

passivo em

cicloergometro na força muscular, tempo de ventilação

mecânica e

internação hospitalar em pacientes críticos:

- 38 pacientes (idade

> 18 anos) em ventilação mecânica e divididos

aleatoriamente:

- Grupo controle (n

= 16)

- Força muscular periférica: MRC -Tempo de uso de ventilador mecânico -Tempo de

internação hospitalar

Grupo controle

- Fisioterapia convencional:

realizada duas vezes por dia, 30 minutos, sete vezes por semana

- Manobras vibrocompressão - Hiperinsuflação no ventilador mecânico

- Aspiração traqueal

Fisioterapia convencion al

Todos os dias da semana 2 vezes por dia por 30 minutos.

- Houve um aumento significativo da força muscular periférica (basal vs. final) tanto no grupo controle (40,81 ± 7,68 vs. 45,00

± 6,89; p < 0,001) quanto no grupo intervenção (38,73 ±

Os resultados sugerem que a realização de mobi- lização passiva continua de forma cíclica auxilia na recuperação da força muscular periférica de pa- cientes internados em UTI

(30)

ensaio clínico randomizado.

Ensaio clínico randomizado

fisioterapia convencional - Grupo intervenção (n = 22)

fisioterapia convencional e exercícios passivos em cicloergômetro cinco vezes por semana

- Exercícios motores de MMSS e MMII (passivos ou ativos dependendo da evolução clínica do paciente)

Grupo intervenção

- Fisioterapia convencional + sessões de exercício passivo através da utilização de um cicloergômetro de membros inferiores, com duração de 20 minutos, cadência fixa de 20 ciclos/min, cinco vezes por semana até a alta da UTI

Ciclo ergômetro 20 minutos, cinco vezes por semana

11,11 vs. 47,18 ± 8,75;

p < 0,001). Entretanto, a variação do aumento da força foi maior no grupo intervenção que no controle (8,45 ± 5,20 vs. 4,18 ± 2,63; p = 0,005).

- Não foram

observadas diferenças significativas entre os grupos quanto ao tempo de ventilação mecânica e tempo de internação hospitalar Soares et

al., 2009

Retirada do leito após a descontinuação da ventilação mecânica:

há repercussão na mortalidade e no tempo de permanência na unidade de terapia intensiva?

Estudo longitudinal e retrospectivo

91 pacientes submetidos à ventilação mecânica.

- Tempo de internação - Taxa de reintubação - Mortalidade

-Sedestação com MMII pendentes

- Sedestação na poltrona - Marcha estacionária - Deambulação

*foi registrado o tempo após o processo de descontinuação da VM em que foi realizada a primeira retirada do leito

NR - Os pacientes que foram retirados do leito possuíam menor gravidade clínica - A taxa de mortalidade foi de 29,7%, sendo que o grupo que não foi retirado do leito apresentou maior mortalidade real e prevista

Os pacientes retirados do leito após a descontinua- ção da ventilação mecâ- nica apresentaram menor mortalidade. Sendo as- sim, o estudo sugere que, cada vez mais, seja estimulada a realização de mobilização precoce e da retirada do leito na unidade de terapia inten- siva

(31)

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Burtin et.

al. (2009) Early exercise in critically ill patients enhances short-term functional recovery Ensaio clínico randomizado

95 pacientes de uma UTI, com pelo menos sete dias de internação com estabilidade clínica que permitisse realizar exercício com cicloergômetro - Grupo controle (n=

32)

- Grupo tratamento (n= 45)

- Distância percorrida no teste de caminhada de 6 minutos (TC6) - Força muscular isométrica de quadríceps:

Microfet

- Status funcional:

Escala de equilíbrio de Berg e SF-36 - Tempo de desmame, de internação na UTI e hospitalar

- Mortalidade em um ano

- Grupo controle (n= 32) - Fisioterapia Respiratória - Mobilização passiva de MMSS e MMII realizadas em pacientes sedados e exercício ativo em pacientes em sedação

- Grupo tratamento (n= 45) - Fisioterapia Respiratória - Mobilização passiva de MMSS e MMII realizadas em pacientes sedados e exercício ativo em pacientes em sedação

- Exercício em cicloergômetro por 20 minutos, cinco dias por semana

*equipamento permite realizar tanto exercícios passivos quanto ativos, sendo que a intensidade do exercício era individualizada

NR -Observou-se melhora na qualidade funcional dos pacientes, o grau de força de quadríceps aumentou.

-E nenhum evento adverso foi identificado após iniciados os exercícios

O presente estudo apre- sentou um protocolo de treinamento com exercí- cio individualizado utili- zado em pacientes criti- camente enfermos Quando iniciado de forma precoce com aqueles pa- cientes com longo tempo de UTI o protocolo pode melhorar a recuperação funcional, da capacidade de exercício e na força de quadríceps no momento da alta hospitalar

Brahmbhat t et.al.

(2010).

A mobilização precoce melhora os pacientes

criticamente doentes?

Ensaio clínico randomizado

104 pacientes sob uso de ventilação mecânica por mais de 72 horas

- Grupo controle (n=

55)

- Grupo intervenção (n= 49)

- Número de pacientes capazes de retornar para estado funcional independente no momento da alta hospitalar - Duração do delirium - Tempo sem VM

- Grupo controle

interrupção diária da sedação - Grupo intervenção interrupção diária da sedação mobilização e exercício precoce

* adaptado do protocolo de Morris et al., 2008

NR Melhora do status funcional em 59% dos pacientes do grupo de intervenção contra 35%

do grupo controle.

Pacientes do grupo de intervenção tiveram menor duração delirium e menos dias com o uso do ventilador

Terapia segura e bem to- lerada resultando em me- lhores resultados funcio- nais na alta hospitalar, menor duração do delirium e

mais dias livres de ventilação em comparação com os cuidados padrão

Referências

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