O QUE EU PERGUNTARIA A VOCÊ SOBRE CRISE HIPERTENSIVA ?
1. Qual a definição de crise hipertensiva?
Por definição trata-se de um aumento súbito da PA, que desequilibra a regulação do fluxo sanguíneo, sem que haja tempo de compensação cardiovascular, aumentando o risco de lesão de órgão-alvo.
2. Como podemos classificar as crises hipertensivas? • Urgência hipertensiva
• Emergência hipertensiva
3. Qual a diferença básica entre emergência e urgência hipertensiva? → Presença ou não de lesão AGUDA de órgão-alvo.
4. Qual a fisiopatologia da crise hipertensiva?
Compreende-se de maneira genérica que o aumento abrupto da PA provoca estresse mecânico vascular e lesão no endotélio. A partir desse mecanismo, tem uma cascata inflamatória e de coagulação com aumento da permeabilidade local, que justifica, por exemplo, isquemia tecidual adjacente. Este processo tem autocontrole sustentado à medida que a secreção de substâncias vasoativas ativa o sistema renina angiotensina e aldosterona e resultam em vasoconstrição, que acaba perpetuando o processo de elevação pressórica.
5. Quais são os fatores preditores de crises hipertensivas? • Não aderência ao tratamento;
• História de crises anteriores e de HA refratária;
• Uso de fármacos que possam elevar a PA (e.g., AINH, ciclosporina, corticosteroides, simpaticomiméticos...).
• Uso abusivo de álcool, de cocaína, de crack e de outras drogas ilícitas; • Comorbidades: doença coronariana, doenças renais, apneia do sono 6. Quais são as fases dos sons de korotkoof?
Semiologia – Sons de Korotkoff 1º som: nítido PA Sistólica 2º som: suave
3º som: amplificações 4º som: abafado
7. O que é lesão AGUDA de órgão-alvo?
Lesão aguda de órgãos-alvo é representada pelo dano a esses órgãos (cérebro, coração, rins, retina e grandes vasos), causado pela elevação rápida da pressão arterial, com ruptura da capacidade de autorregulação. Portanto, o que diferencia a urgência da emergência hipertensiva é justamente a lesão aguda de órgão-alvo. Por isso, devemos identificar sempre na história sinais e sintomas específicos, dependendo da lesão em órgão-alvo identificada.
8. Como podemos identificar na história sinais e sintomas específicos, dependendo da lesão de órgão-alvo?
9. Quais exames complementares podemos solicitar diante de crises hiperte nsivas? • Hemograma, plaquetas, fibrinogênio
• Creatinina, sódio, potássio
• Urina (hematúria, proteinúria, cilindros) • Beta HCG
• ECG Exames para causas específicas • Troponina, BNP, gasometria
• Radiografia Tórax e/ou Ultrassonografia • Ecocardiograma
• Tomografia computadorizada 10. Qual a definição de Urgência hipertensiva?
É definida como PA gravemente elevada - frequentemente uma PAS ≥ 180mmHg e/ou PAD ≥ 120mmHg- em um paciente sem sinais e/ou sintomas óbvios no dano ou
podendo apresentar, por exemplo, cefaleia, tonturas, porém, sem sinais evidentes de risco de morte. O aspecto mais importante do manejo inicial é uma história e exame físico para excluir LOA no cenário de PA gravemente elevada.
11. Como conduzir um quadro de urgências hipertensivas?
Drogas VO: captopril / furosemida / clonidina (sedação – acalma o paciente). Obs – o captopril é por via oral / não é sublingual
12. Qual a definição de Emergência Hipertensiva?
Emergências Hipertensivas são condições em que o aumento da PA está causando um prejuízo orgânico agudo, geralmente com sintomas graves e risco de vida, exigindo rápido controle pressórico, em geral com agentes intravenosos.
13. Qual o tratamento diante de um caso de emergência hipertensiva?
A terapia ideal inclui a escolha do agente, a meta de PA e a velocidade com que ela vai ser atingida, variando de acordo com a emergência hipertensiva específica. Mas, como regra geral, o tratamento é endovenoso.
15. Compare as condutas diante de uma crise hipertensiva.
16. O que é pseudocrise hipertensiva?
Trata-se da identificação momentânea de PA elevada em pacientes cronicamente hipertensos: Sem lesão aguda dos órgãos-alvo e sem critério para urgência
Normalmente, queixas vagas
Decorrem da HAS crônica mal controlada
Tratamento: Pseudocrise (estresse + assintomático + dor de cabeça + parestesias + ECG exames normais): ansiolítico (BZD) + analgesia.
17. Como manejar uma encefalopatia hipertensiva?
Trata-se do aumento súbito e significativo da PA, pode ultrapassar o limite da autorregulação do fluxo cerebral, levando ao hiperfluxo e extravasamento de líquido para o interstício, isto é, um edema cerebral. Sinais clínicos: cefaleia, náuseas, vômitos, distúrbios visuais, tonturas, confusão mental, fraqueza, desorientação, sinais focais, ansiedade,
18. Conduta diante de uma AVC isquêmico e hemorrágico?
19. Qual fármaco de escolha diante de um infarto agudo do miocárdio e angina instável?
20. Qual o tratamento da dissecção aórtica?
Manifestações clínicas: pico hipertensivo + dor torácica com irradiação para o dorso + sopro protodiastólico + diferença de PA / pulso entre os MMSS. Dor torácica súbita e intensa (não gradativa, como no IAM)
Solicitar: Eco transesofágico ou TC de tórax (apagamento do mediastino).
Classificação DeBakey I, II e III Stanford A (I e II de DeBakey – acomete ascendente) e B (não pega ascendente)
Tratamento: Manter a FC < 60 bpm (beta-bloquadores ev – metroprolol) + PA < 110 x 70 mmHg se a PA estiver nitroprussiato). Avaliar a necessidade de cirurgia
21. Qual tratamento do edema agudo de pulmão?
Redução pressórica Meta PAS < 140 mmHg em 1 hora Ortopneia + sinais de congestão (TJP - estertoração) → Nitroprussiato – Nitroglicerina- Furosemida
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. Hypertensive crisis: an update on clinical approach and management
2. esc council on hypertension position document on the management of hypertensive 3. emergencies hypertensive crisis: clinical characteristics of patients with hypertensive
urgency, emergency and pseudocrisis at a public emergency department
4. 2020 international society of hypertension global hypertension practice guidelines 5. Posicionamento luso-brasileiro de emergências hipertensivas – 2020 2018
6. Esc/esh guidelines for the management of arterial hypertension guide of hypertensive crisis pharmacotherapy