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A evasão de estudantes no ensino superior: um estudo a partir do curso de administração da UNIJUÍ

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DACEC- DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS,

CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

GRACIELA JACOBOVSKI WILDNER

A EVASÃO DE ESTUDANTES NO ENSINO SUPERIOR: UM

ESTUDO A PARTIR DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA

UNIJUÍ

(Trabalho de conclusão de curso)

IJUÍ (RS) 2018

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GRACIELA JACOBOVSKI WILDNER

A EVASÃO DE ESTUDANTES NO ENSINO SUPERIOR: UM

ESTUDO A PARTIR DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA

UNIJUÍ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Administração, Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Administração.

Professor Orientador: Luciano Zamberlam

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RESUMO EXPANDIDO

Introdução

Atualmente neste ambiente altamente competitivo, gerado pela quantidade de oportunidades, ofertas, preços, opções, e não menos importante, as mudanças ocorridas no comportamento dos indivíduos destas novas gerações, a retração nos índices de matrículas e aumento da evasão, causa impacto no meio universitário, deixando também instituições renomadas, receosas quanto ao futuro deste tipo de serviço.

A evasão, termo utilizado para referenciar o rompimento do vínculo acadêmico, que pode ser constituído apenas por uma troca de curso, ou tratar-se da opção por outra instituição, ou ainda, e esta é a forma mais preocupante, ser uma retirada definitiva do ensino superior, é fator a ser estudado e compreendido a fins de evitar tal acontecimento.

Para Teles (1995), é considerado evasão, toda forma de saída do Curso, exceto através da graduação. As formas de evasão consideradas são: a mudança de curso, abandono, transferência, desistência, falecimento, decurso do tempo máximo, reprovações, vagas canceladas por irregularidade de documentação e em concurso vestibular.

A educação é uma forte aliada do crescimento individual e coletivo, sendo uma importante ferramenta de contribuição para o desenvolvimento de um país.

Conforme Pimenta (2002, p. 97) a educação é um processo de humanização, “é processo pelo qual se possibilita que seres humanos se insiram na sociedade humana, historicamente construída e em construção”.

Esta pesquisa tem como finalidade identificar os cenários de matrículas e evasão, abrangendo país, estado e instituição (Unijuí), bem como compreender as causas que motivam a evasão do curso de Administração, visando buscar proposições para manter os atuais alunos, sobretudo atrair novos e reinserir os que já saíram no meio universitário.

Metodologia

A coleta de dados ocorreu através de pesquisa exploratória documental, objetivando levantar dados de ingressos, matrículas e evasão, traçando possíveis semelhanças entre país, estado e instituição. Também, por meio de questionário semiestruturado, com questões abertas em entrevista à coordenação do curso.

Demais dados foram obtidos através da pesquisa aplicada, onde elaborou-se um questionário com questões abertas e fechadas, definidos por escala Likert de concordância, gerando informações relacionadas ao perfil do aluno evadido, os motivos que o levaram a escolher o curso e a instituição, bem como as razões para o trancamento ou desvinculação do curso.

Para Gil (2010) a pesquisa aplicada, visa a gerar conhecimentos para aplicação prática, voltados à solução de problemas específicos da realidade. Envolve verdades e interesses locais. A fonte das questões de pesquisa é centrada em problemas e preocupações das pessoas e o propósito e oferecer soluções potenciais para os problemas humanos.

De acordo com Minayo (2011, p.22) a entrevista semiestruturada é uma ferramenta que “combina perguntas fechadas e abertas, em que o entrevistado tem a

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possibilidade de discorrer sobre o tema em questão sem se prender à indagação formulada”.

O questionário foi enviado por e-mail e aplicativo de conversação para 446 alunos evadidos, todos (as) ex-alunos (as) do curso de Administração, distribuídos entre todos os campi da instituição.

Para análise dos dados foi utilizado o procedimento de distribuição de frequência.

Resultados

Sobre a comparação entre país, estado e universidade (Unijuí), baseado no número de ingressos, matrículas e evasão, constata-se que o número de alunos que ingressam é de modo geral crescente, com algumas variações, contudo, é similar a todos a redução expressiva no ano de 2016. Para as matrículas o cenário foi crescente até o ano de 2015, tendo redução no ano de 2016, mas esta perda foi mais intensa para a Unijuí.

A redução no número de concluintes também se assemelha, porém, na Unijuí a redução ocorre de maneira mais linear, mantendo-se com números muito próximos ano, após ano.

O quadro de matrículas e evasão especificamente do curso de administração demonstra que o número de alunos que efetivam suas matrículas vem decaindo, considerando o período de 2012 a 2017, o curso possuía 911 alunos e encerra o período com 471, o que demonstra uma perda de 440 alunos no curso, ou seja, redução de 48,30% no montante de acadêmicos.

O número de trancamentos vem decaindo a cada ano, porém, a quantidade de ingressantes no curso também, e este é um fator negativo, pois em 2013 eram 303 ingressantes e em 2017 somente 164.

Dos 364 trancamentos realizados no período de 2014 a 2017, foram encontrados 70 trancamentos sem justificativa para tal decisão, o que representa 19% do total de trancamentos deste período. Seguidos deste, apareceram os motivos financeiros, com 17%, seguidos de problemas de trabalho, com 14%, outros cursos na Unijuí e outras IES particulares com 11% cada um. Com menos representatividade aparece à justificativa de trancamento por opção de outra IES Federal, mostrando-se em 6% dos trancamentos, sucedidos de mudança de cidade e problemas acadêmicos, ambos em 5% dos trancamentos. Demais motivos possuem menos representatividade.

Na pesquisa aplicada, obteve-se 66 retornos de ex-alunos, sendo que a maioria dos participantes é do sexo masculino, ou seja, 68%. Em maior proporção a idade gira entre 23, 24 e 25 anos, sendo a maioria solteiros, e ainda residem com os pais, porém, eles próprios subsidiavam o pagamento de suas mensalidades. A renda familiar média é de 3 a 4,5 salários mínimos. Estes cursaram em média 1 a 4 semestres do curso, e 52% manifestaram interesse em retornar aos estudos.

Obteve-se maior expressividade como fatores que contribuíram na escolha do curso, a ascensão profissional, com 71,2%; a possibilidade de trabalhar na área ou em áreas semelhantes, com 72,7%; a possibilidade de trabalhar e estudar ao mesmo tempo, com 65,2%; facilidade de inserção no mercado de trabalho, com 60,6%; e atende aos meus interesses e aptidões com 62,1%.

Para a escolha da Universidade, o fator que mais contribuiu, foi a boa reputação da Unijuí, com 57,6%. Os fatores que menos contribuíram foram: valor das

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mensalidades; proximidade do meu trabalho; obtive aprovação somente nesta universidade; e possibilidade de ter bolsa ou financiamento.

Sobre os motivos da evasão, o fator que mais teve relevância foi o valor das mensalidades, o qual pode ter contribuído com o trancamento de 62,1% dos entrevistados, pois consideram que são muito elevadas. Dos motivos que não contribuíram com a evasão, é possível destacar: sistema de avaliação inadequado; professores não cumprem horários de início de término das aulas; dificuldades de deslocamento; salas de aula e demais ambientes universitários inadequados; mudança de cidade e estado; dificuldade em conseguir bolsa; problemas de saúde própria, ou de familiares; dificuldade de conseguir financiamento; e reprovações constantes.

As percepções apontadas pela coordenadora em entrevista são de que esta geração de alunos é mais jovem e motivada, eles interagem nas aulas sendo participativos, mas também são mais dispersos e conectados ao mundo virtual, o que torna mais difícil manter a concentração nas aulas. Os jovens da geração Y são imediatistas, e este pode ser uma das causas facilitadoras da evasão. Outra causa pode ser o elevado valor das mensalidades, mas para tal empecilho estão sendo construídas propostas de redução de valores. Outras ações também estão sendo tomadas, como por exemplo, o monitoramento aos alunos com faltas excessivas, alterações no projeto pedagógico do curso, tentativa de aulas mais dinâmicas e interativas.

Confirma Lipkin e Perrymore (2010), tal referência entre o ensino e as adaptações tecnológicas, constatando que a geração Y nasceu em uma era de grandes avanços tecnológicos, e este fato influencia a forma de comunicação, a velocidade, o tipo de linguagem e as limitações de tempo e de espaço. Este desenvolvimento acelerado da tecnologia, resultou na transformação da comunicação, pois no passado os pais, a escola e os amigos ensinavam a escrita correta, mas atualmente a comunicação começa com os pais, mas se desenvolve e se transforma com base na tecnologia.

Em posse de todas estas informações, constituídas com base nos dados da pesquisa, foi possível fazer algumas proposições como:

 A oferta de um curso que tenha proposta de aulas mais dinâmicas e interativas, visando saciar o desejo de movimento, acessos, criações e motivação, que o público atual exige. Trazendo a tecnologia como aliada, vinculada ao aprendizado, aplicando a teoria à prática e ao crescimento profissional, deixando os jovens preparados para o mercado de trabalho. Considerando que tal mercado também não é mais o mesmo onde as gerações anteriores se inseriam;

 Constante monitoramento dos alunos ao que tange o ensino, controlando possível desmotivação, buscando não deixar o aluno perder o interesse pelo curso ou pela universidade, dando assistência e suprindo possíveis desgastes na relação aluno-curso-instituição;

 Redução no valor das mensalidades, pois com preços mais acessíveis é possível que exista mais interesse em ingressar, bem como menos chances dos atuais alunos sair e migrar para outras instituições. Pois em matéria de boa reputação a instituição é bem vista, então o preço poderia ser mais um diferencial perante as demais; e

 Banco de dados sempre atualizados, com informações mais completas e concisas sobre as causas da evasão, visando à captura e reinserção dos evadidos novamente ao meio universitário. O acompanhamento das causas pode ser uma

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forma de encontrar meios de trazê-los de volta, pois muitas vezes o motivo da evasão é causa passageira e pode estar suprida ou superada após algum tempo.

Conclusão

De acordo com os objetivos que eram verificar e analisar as causas da evasão no ensino superior privado, foram buscadas informações para a realização da pesquisa de dados, através de acessos ao censo da educação superior e fontes internas da própria instituição, para tal pesquisa, os retornos foram satisfatórios e contundentes, entretanto confirmou-se que existe uma queda significativa nos números vinculados ao ensino superior.

Envolvendo ainda os objetivos, mas voltando-se especificamente ao curso de graduação em administração presencial da UNIJUÍ, utilizou-se de dados internos, para confirmar o recuo na massa de alunos deste curso.

O questionário que propendia traçar o perfil dos alunos evadidos, bem como as causas da evasão, os motivos para a escolha do curso e da instituição, foi enviado através de e-mails e redes de conversação, a todos os alunos que trancaram ou se desvincularam do curso de administração presencial, dentro do período de 2014 a 2017. Mas este não foi totalmente satisfatório, pois o baixo número de respostas pode não ter contribuído tanto quanto se esperava.

As informações obtidas através da entrevista com coordenadora do curso confirmaram diversos resultados apontados no retorno da pesquisa aplicada aos alunos e eram condizentes com muitas informações retiradas de referências bibliográficas sobre o assunto.

Considerando todos os retornos, os quais foram sendo constituídos em cada fonte de dados e informações, foi possível concluir que não existe um motivo específico que faz um acadêmico vir, ou permanecer em uma instituição, pois cada indivíduo traz consigo uma bagagem, seja na vida pessoal, ou profissional, e nestas bagagens, inúmeras situações podem surgir e motivar suas escolhas.

Desta forma, foi possível alcançar o retorno desejado para este trabalho de conclusão de curso, no entanto, ele não veio em forma de uma única resposta bem específica, mas sim, se constituiu de diversas possibilidades sobre as causas que podem motivar o rompimento do vínculo acadêmico, algumas mais evidentes e outras não tão claras, mas certamente tais resultados podem contribuir com melhorias para minimizar a evasão, atrair os evadidos e buscar novos alunos.

Palavras Chave: Ensino. Evasão. Serviços.

Referências:

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

LIPKIN, Nicole, PERRYMORE, April. A geração y no trabalho. Como lidar com a

força de trabalho que influenciará definitivamente a cultura da sua empresa.

Tradução Bruno Alexander. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010

MINAYO, M. C. DE S. Pesquisa Social: Teoria, método e criatividade. Petrópolis: Editora Vozes, 2011.

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TELES, A. R. T. F. O Estudo da Evasão como um dos Elementos de Subsídio às

Reformas Curriculares. Anais do XIII Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 - Total de Instituições de Ensino Superior no Estado ... 43

Gráfico 2 - Cenário Estadual da Educação Superior ... 44

Gráfico 3 - Cenário Nacional da Educação Superior ... 45

Gráfico 4 - Dados da Educação Superior do Rio Grande do Sul... 47

Gráfico 5 – Cenário de matrículas e evasão na Unijuí ... 49

Gráfico 6 - Relação entre ingressantes e concluintes na Unijuí ... 50

Gráfico 7 - Inscritos para o curso de Administração presencial de 2013 a 2017 ... 52

Gráfico 8 - Matriculados em Administração presencial no período de 2013 a 2017.. 53

Gráfico 9 – Inscritos X matriculados no curso de Administração de 2013 a 2017 ... 53

Gráfico 10 - Formandos do curso de Administração presencial no período de 2013 a 2017 ... 54

Gráfico 11 - Matriculados X Formados no curso de Administração de 2013 a 2017 . 55 Gráfico 12 - Total de matriculados no curso de Administração Presencial ... 57

Gráfico 13 - Motivos da evasão em percentuais ... 59

Gráfico 14 - Questão 01 (Bloco I) - Ascensão profissional ... 62

Gráfico 15 - Questão 02 (Bloco I) - Proporciona acesso a profissões semelhantes.. 63

Gráfico 16 - Questão 03 (Bloco I) - Possibilidade de estudar e trabalhar ao mesmo tempo ... 63

Gráfico 17 - Questão 04 (Bloco I) - Indicação de familiares/amigos ... 64

Gráfico 18 - Questão 05 (Bloco I) - Teste Vocacional ... 64

Gráfico 19 - Questão 06 (Bloco I) - Bom nível de exigência do curso ... 65

Gráfico 20 - Questão 07 (Bloco I) - Dificuldade de ingresso em outras IES públicas ou cursos mais concorridos ... 65

Gráfico 21 - Questão 08 (Bloco I) - Facilidade de inserção no mercado de trabalho 66 Gráfico 22 - Questão 09 (Bloco I) - Atende as aptidões pessoais ... 66

Gráfico 23 - Questão 10 (Bloco I) - Prestígio Social ... 67

Gráfico 24 - Questão 01 (Bloco II) – Residência próxima a Universidade ... 69

Gráfico 25 - Questão 02 (Bloco II) - Valor das mensalidades ... 69

Gráfico 26 - Questão 03 (Bloco II) – Universidade próxima ao trabalho ... 70

Gráfico 27 - Questão 04 (Bloco II) – Familiares e/ou amigos também estudam ou estudaram nesta IES ... 71

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Gráfico 29 - Questão 06 (Bloco II) – Aprovação conquistada somente nesta

universidade ... 72

Gráfico 30 - Questão 07 (Bloco II) – Possibilidade de bolsa ou financiamento ... 72

Gráfico 31 - Questão 01 (Bloco III) – Sistema de avaliação inadequado ... 75

Gráfico 32 - Questão 02 (Bloco III) – Professores não cumprem com os horários pré-definidos para início e término das aulas ... 76

Gráfico 33 - Questão 03 (Bloco 03) – Dificuldade de acompanhamento das matérias ... 76

Gráfico 34 - Questão 04 (Bloco III) – Motivos de trabalho ... 77

Gráfico 35 - Questão 05 (Bloco III) – Dificuldade de deslocamento ... 78

Gráfico 36 - Questão 06 (Bloco 03) – Salas de aula e ambientes universitários inadequados ... 78

Gráfico 37 - Questão 07 (Bloco III) – Metodologias utilizadas não eram motivadoras, nem desafiadoras ... 79

Gráfico 38 - Questão 08 (Bloco III) – Relação professor-aluno não satisfatória ... 80

Gráfico 39 - Questão 09 (Bloco III) – Mudança de interesses ou indecisão quanto à profissão ... 80

Gráfico 40 - Questão 10 (Bloco III) – Problema de saúde próprio ou de familiares... 81

Gráfico 41 - Questão 11 (Bloco III) – Mudança de cidade/estado ... 81

Gráfico 42 - Questão 12 (Bloco III) – Não atendeu minhas expectativas ... 82

Gráfico 43 - Questão 13 (Bloco III) – Dificuldade em conseguir bolsa ... 83

Gráfico 44 - Questão 14 (Bloco III) – Dificuldade em conseguir financiamento ... 83

Gráfico 45 - Questão 15 (Bloco III) – Reprovações constantes ... 84

Gráfico 46 - Questão 16 (Bloco III) – Desemprego ou dificuldades financeiras familiares ... 85

Gráfico 47 - Questão 17 (Bloco III) – Convivência no meio acadêmico não correspondeu ao esperado... 86

Gráfico 48 - Questão 18 (Bloco III) – Má qualidade no atendimento aos alunos ... 86

Gráfico 49 - Questão 19 (Bloco III) – Mensalidades elevadas ... 87

Gráfico 50 - Questão 20 (Bloco 03) – Pouca disponibilidade da Coordenação em atender os alunos ... 88

Gráfico 51 - Questão 21 (Bloco 03) – Apoio administrativo ou acadêmico insuficiente ou demorado ... 88

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Gráfico 52 - Questão 22 (Bloco 03) – Abordagem/contato de outra IES ofertando

melhores preços ou bolsas/financiamentos... 89

Gráfico 53 - Questão 23 (Bloco 03) – Possibilidade de cursos na modalidade à distância ... 89

Gráfico 54 - Questão 03 (Bloco IV) – Tipo de moradia no momento da desvinculação do curso ... 92

Gráfico 55 - Questão 04 (Bloco IV) – Sexo correspondente ... 92

Gráfico 56 - Questão 05 (Bloco IV) – Estado civil no momento da evasão ... 93

Gráfico 57 - Questão 06 (Bloco IV) – Em relação ao trabalho no período em que ocorreu o trancamento do curso ... 94

Gráfico 58 - Questão 07 (Bloco IV) – Renda familiar mensal ... 95

Gráfico 59 - Questão 08 (Bloco IV) – Qual a forma de pagamento das mensalidades ... 96

Gráfico 60 - Questão 09 (Bloco IV) – Campus de Origem ... 96

Gráfico 61 - Questão 10 (Bloco IV) – Atual situação acadêmica ... 97

Quadro 1 - Diferenças entre os tipos de pesquisa ... 36

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Cenário da Educação Superior no País ... 45 Tabela 2 - Cenário Estadual da Educação Superior ... 46 Tabela 3 - Dados acadêmicos na Universidade Regional do Noroeste do RS ... 48 Tabela 4 - Total de ingressantes, matriculados e concluintes no curso de

administração no período de 2013 a 2017 ... 51 Tabela 5 - Total de alunos matriculados em Administração Presencial ... 56 Tabela 6 - Justificativas de trancamentos do curso de Administração Presencial .... 58 Tabela 7 - Fatores que contribuíram para a escolha do curso de Administração

Presencial... 61 Tabela 8 - Fatores que contribuíram para a escolha da universidade (Unijuí) ... 68 Tabela 9 - Fatores motivacionais para o abandono do curso ... 74

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ... 14 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 16 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA ... 16 1.2 CARACTERIZAÇÃO DA UNIJUÍ ... 19 1.3 PROBLEMA ... 22 1.4 OBJETIVOS ... 24 1.4.1 Objetivo geral ... 24 1.4.2 Objetivos específicos... 24 1.5 JUSTIFICATIVA ... 24 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 26 2.1 SERVIÇOS EDUCACIONAIS ... 26 2.2 EVASÃO NO ENSINO... 27

2.3 COMPORTAMENTO DA GERAÇÃO “Y” ... 31

3 METODOLOGIA DO ESTUDO ... 35

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 35

3.2 UNIVERSO AMOSTRAL E SUJEITOS DA PESQUISA ... 38

3.3 COLETA DE DADOS ... 39

3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ... 40

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DA PESQUISA ... 42

4.1 CENÁRIO ATUAL DA EDUCAÇÃO SUPERIOR ... 42

4.1.1 Cenário nacional de matrículas e evasão... 44

4.1.2 Cenário estadual de matrículas e evasão ... 46

4.1.3 Cenário da Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS – UNIJUÍ ... 48

4.2 ANÁLISE DOS INSCRITOS, INGRESSANTES E CONCLUINTES DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ... 51

4.2.1 Número total de alunos matriculados no curso de administração por período . 56 4.2.2 Trancamentos no curso de administração – Evasão ... 57

4.3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DA PESQUISA DE CAMPO ... 61

4.3.1 Primeiro bloco de perguntas: Motivos para a escolha do curso ... 61

4.3.2 Segundo bloco de perguntas: Perguntas relacionadas à escolha da Instituição. ... 68 4.3.3 Terceiro bloco de perguntas: Perguntas relacionadas aos motivos da evasão 73

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4.3.4 Quarto bloco de perguntas: Perfil do aluno evadido ... 91

4.4 ENTREVISTA COM A COORDENADORA DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA UNIJUÍ ... 98 4.5 PROPOSIÇÕES ... 102 CONCLUSÃO ... 104 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 106 ANEXOS ... 109 APÊNDICES ... 110

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INTRODUÇÃO

Neste presente trabalho de conclusão de curso, propõe-se a verificação das causas da evasão dos alunos de graduação em uma Instituição de Ensino Superior privada (IES), pois atualmente, muito mais que no passado, o ensino superior vive em um ambiente muito competitivo, gerado pela multiplicação de novas universidades/faculdades, a criação de novos cursos, cenário econômico instável, entre outras.

A evasão pode ser compreendida, como o rompimento do vínculo acadêmico, exceto após conclusão do curso. Mas de fato existem diversas formas de evasão, ou seja, a mesma pode ser provisória, onde após um período o aluno irá retornar os estudos, pode ser evasão de uma instituição, mas efetivação de vínculo em outra, ou definitiva, onde não pretende-se retomar o vínculo, sendo que os motivos destes desligamentos os mais diversos e incertos possíveis.

Sendo assim, para a sustentação e manutenção de uma IES, é fundamental manter seus alunos/clientes e recuperar os que dela saíram/evadiram. Para isso, com objetivo de conhecer as principais causas da evasão, o perfil dos alunos evadidos, sua situação após a evasão, apurando ainda os fatores que mais contribuíram para o fato, e principalmente buscar formas de recuperação destes clientes, faz-se necessário uma análise mais aprofundada sobre o assunto.

Desta forma, foram coletados dados de ingressos, matrículas e evasão dos alunos e ex-alunos da Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS – UNIJUÍ, instituição de ensino superior renomada no Noroeste do Estado do RS, a qual já têm 60 anos de atividades no ensino superior, formando profissionais no âmbito da graduação, pós-graduação Lato Sensu e Stricto Sensu e doutorado.

Portanto, através destes dados busca-se compreender as causas da evasão e meios de evitar que este fenômeno aconteça, salientando também à necessidade de os gestores criarem um diferencial competitivo no intuito de reter estes alunos, pois parte deles continua estudando em outras IES privadas, e os que estão fora do sistema, pretendem retomar os estudos.

Pois, sendo a educação um dos principais pilares do desenvolvimento do país, é um assunto a ser pesquisado e debatido constantemente. Conforme Pimenta (2002, p. 97) a educação é um processo de humanização, “é processo pelo qual se possibilita

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que seres humanos se insiram na sociedade humana, historicamente construída e em construção”.

Este trabalho de conclusão de curso está constituído em três partes:

A primeira, que se refere à contextualização do estudo, abordando a apresentação do tema e a caracterização do setor (UNIJUÍ). Também fazem parte deste tópico: o problema, o objetivo geral e os objetivos específicos, e ainda a justificativa sobre a importância deste estudo.

Na segunda parte apresenta-se o referencial teórico, onde aparecem conceitos para transmitir um melhor entendimento e fundamentar o estudo.

A terceira parte apresenta a metodologia do estudo, identificando a classificação da pesquisa, o universo amostral, os sujeitos da pesquisa, a coleta dos dados, bem como a análise e interpretação dos mesmos e os resultados do estudo.

Para a quarta parte constam a apresentação e a análise da pesquisa documental e exploratória, considerando o cenário de ingresso, matrículas e concluintes do cenário nacional, estadual e da universidade. Ainda, dados de matrículas e evasão do curso de Administração presencial, bem como os resultados das pesquisas e as proposições com alternativas que viabilizem a permanência e a reinserção dos alunos deste curso.

E a quinta parte que é composta pela conclusão do trabalho, demonstrando os retornos quando aos resultados obtidos.

Estão inseridos ainda, os apêndices correspondentes a pesquisa aplicada, a entrevista com a coordenadora do curso de Administração, e as autorizações de acesso a dados da universidade. Também o anexo com a região de abrangência da Unijuí.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Com o objetivo de identificar as razões pelas quais os alunos de graduação iniciam um curso superior e abandonam o mesmo antes da conclusão, buscam-se bases para aperfeiçoar as formas dos serviços prestados, bem como entender as causas pelas quais se interrompe a graduação, inúmeras vezes sem motivos evidentes, muitas vezes não dando sequência a ela, mesmo depois de anos.

Buscar formas de trazer novamente estes acadêmicos ao meio do ensino superior é extremamente importante para a sobrevivência das instituições, e igualmente importante para o crescimento do País, e da Nação, para que esta, seja constituída de pessoas mais instruídas e inseridas na sociedade.

A presente pesquisa baseia-se em três bases teóricas, objetivando fazer uma revisão nos conceitos já estabelecidos sobre os temas inerentes ao assunto escolhido para este trabalho de conclusão de curso: Serviços educacionais, evasão e comportamento da geração Y.

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

O cenário do ensino superior no Brasil vem sofrendo transformações significativas devido a mudanças ocorridas no comportamento dos jovens, suas necessidades e desejos, e as necessidades existentes na sociedade, desta forma, demandando do ensino superior uma nova abordagem, sobre manter seus alunos vinculados ao ensino.

As universidades assumem o papel de formar jovens para o mercado de trabalho sob a expectativa de contribuir para uma sociedade mais desenvolvida. E este público tão cheio de expectativas, desejos e ambições, são clientes muito exigentes e para atender as demandas destes, os serviços prestados precisam satisfazer as expectativas dos mesmos.

Sendo a qualidade dos serviços um pré-requisito indispensável para a manutenção do cliente na empresa e da empresa no mercado, é primordial que esse conceito passe a ser mais bem entendido, considerando as especificidades do segmento educacional. A qualidade dos serviços é um aspecto de fundamental importância para quem já está acostumado com a lógica empresarial, mas ainda é uma novidade para quem é neófito nos meandros do mercado, tais como as IES. SANTOS (2014, p. 22).

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Diante disso, as universidades têm buscado inúmeros atrativos para conquistar novos alunos, como possibilidades de bolsas e financiamentos próprios e privados, descontos, incentivos a pesquisa, extensão, intercambio, ou seja, meios de vincular estes alunos a instituição de ensino superior, mas precisam também, procurar alternativas interessantes para manter os acadêmicos que já possui, bem como buscar as causas pelas quais os mesmos dela evadem.

Muito se faz para conquistar novos alunos, mas muito pouco esforço tem sido feito no sentido de reter ou aumentar o nível de satisfação de seus atuais. Na contramão deste movimento, no entanto algumas IES vêm adotando ouvidorias como forma e obter um canal eficiente de comunicação com seus públicos externos e internos, (LOPES 2006, p 112).

No intuito de manter os acadêmicos, todos os canais de comunicação e de ligação entre os alunos e a instituição de ensino são necessários, bem como aperfeiçoar os contatos e minimizar possíveis descontentamentos que tornam a relação entre a organização e o estudante fragilizada são válidas, e com isso reduzir a possibilidade de rompimento do vínculo.

A competitividade entre instituições de ensino vem aumentando, e da mesma forma a quantidade de cursos ofertados. Este aumento de oferta de serviços também tenciona a relação entre o aluno e a IES a qual ele está vinculado, em virtude do assédio de preços e marketing. Lopes (2006, p. 93) afirma que “A manutenção dos seus alunos é, cada vez mais, uma preocupação compartilhada. As taxas de evasão crescem na medida em que crescem as ofertas de novos cursos e novas instituições”. Esta preocupação em manter um aluno deve iniciar desde seu ingresso no ensino superior, mostrando para além de um curso e suas habilitações, mas também expectativas sobre o mercado de trabalho, afinal, muitos não buscam apenas a graduação para satisfazer uma vontade, um dom, uma área a seguir, mas sim expectativas quanto ao futuro, condição financeira estável, reconhecimento na profissão escolhida, utilizando este tipo de argumento para manter o aluno vinculado à IES.

Sendo assim, entender os motivos pelos quais muitos jovens evadem das universidades ou dos cursos, podendo ser troca de uma instituição para outra, mas na maioria das vezes uma interrupção definitiva dos estudos, sem perspectivas de

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retomada do mesmo, é um sério fator a ser analisado, pois a sustentabilidade de uma universidade provém do número de alunos que ela possui.

Esta crescente redução no quadro de estudantes fragiliza a sociedade, a qual deixa de ter profissionais qualificados, prejudica os próprios futuros profissionais que não concluem sua formação e a universidade que deixa de reinvestir no ensino.

Devemos refletir ainda, se essa evasão ocorre por motivos específicos de cada indivíduo, se são questões contemporâneas, ligadas ao cotidiano e tudo que nos cerca atualmente, ou seriam falhas relacionadas à prestação dos serviços ofertados.

O setor de serviços vem assumindo um papel cada vez mais importante no desenvolvimento da economia mundial, tanto do ponto de vista da geração de empregos e renda, como na contribuição para a dinâmica econômica de um país, (CANUTO 2003, p. 11).

Neste contexto, o futuro das organizações parece depender cada vez mais da capacidade de conquistar novos clientes e manter os atuais satisfeitos e com suas expectativas atendidas. Não alheio às mudanças do setor de serviços e diante de um cenário de crescimento, a avaliação da qualidade da educação superior tem sido um fator prioritário das instituições de ensino.

Nas palavras de Campos (1999, p. 02), “um produto ou serviço com qualidade é aquele que atende sempre perfeitamente e de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo às necessidades do cliente”.

E é voltada à qualidade dos serviços prestados pela universidade, que a Unijuí procura oferecer seus serviços, de maneira que contribua com o crescimento dos profissionais formados por ela, para isso, disponibiliza professores com formação de mestre e doutores, formas de pesquisa, extensão, programas de educação continuada, técnicos administrativos em constante aperfeiçoamento, avaliações docentes ao final de cada semestre letivo, processos de avaliação interna de seu profissionais, também, disponibiliza profissionais que fazem o acompanhamento dos alunos com necessidades especiais, bem como psicóloga para auxiliar nas demandas mais específicas.

Todos estes atributos ofertados visam manter a qualidade dos serviços prestados, visto que os mesmos são intangíveis, sendo neste caso, voltado ao intelecto das pessoas, não podendo ser tocado, consumido, saboreado ou visualizado. E sendo assim, torna-se ainda mais complexa a busca em cativar novos clientes/alunos, manter os que estão, ou mesmo trazer de volta os que já evadiram.

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Oliveira (2009) conceitua serviços como sendo um produto intangível, pois se mede a qualidade deste pelo seu benefício final. Um serviço também pode ser classificado como algo que uma pessoa ou empresa faz por demanda de outra, e exige uma compensação financeira como pagamento.

Portanto, este trabalho de conclusão de curso, intitulado como “A EVASÃO DE ESTUDANTES NO ENSINO SUPERIOR: Um Estudo a Partir do Curso de Administração da Unijuí” têm como finalidade buscar respostas para a grande redução do número de acadêmicos do curso de administração, seus motivos para rompimento do vínculo acadêmico, bem como buscar alternativas para trazer novamente esses alunos para a sala de aula.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA UNIJUÍ

A Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí) é mantida pela Fundação de Integração, Desenvolvimento e Educação do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Fidene). Ambas têm Sede na cidade de Ijuí, a Rua do Comércio, 3000, no Bairro Universitário, sendo que, a esse endereço, se agregam ainda, os Campus Ijuí II e III, localizados respectivamente, a Rua São Francisco 501 e a Rua Lulu Ilgenfritz, 480, ambos no Bairro São Geraldo. A Unijuí conta com outros três Campi que se situam nas Cidades de Santa Rosa, Panambi e Três Passos.

A UNIJUI obteve o reconhecimento enquanto Universidade por meio da Portaria MEC no 497/85, publicada no Diário Oficial da União em 28 de junho de 1985. A mesma Portaria aprovou o Estatuto e o Regimento Geral da Unijuí. A última alteração estatutária foi aprovada: pelo Conselho Universitário pelo Parecer CONSU nº 34/98; pelo Conselho Diretor da Mantenedora conforme registro na Ata no 06/98 e pelo Ministério da Educação, Portaria MEC no 837/2000. A última alteração regimental foi aprovada pelo Conselho Universitário em reuniões da plenária conforme registro nas Atas no 15/2006 e 03/2007.

A modalidade presencial foi recredenciada pela Portaria no 521/2012, publicada no Diário Oficial da União em 10 de maio 2012, quando foi concluído o processo de Avaliação Institucional in loco iniciado em 2009, no qual a Universidade obteve Conceito Institucional 4.

A Instituição foi credenciada para a oferta da modalidade EaD pela Portaria do MEC no 4.418/2004, publicada no DOU em 04/01/2005. Em visita de comissão

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avaliadora externa do MEC, a IES recebeu o conceito 3, para a modalidade EaD o conceito 4, sendo que aguarda a publicação da Portaria de recredenciamento a ser expedida pelo MEC.

A Fundação tem em sua área de atuação prioritária mais de 52 municípios do estado do Rio Grande do Sul. Esta vinculação está organizada formalmente pelos Conselhos Regionais de Desenvolvimento que atuam na Região Noroeste do estado do Rio Grande do Sul - COREDES.

Ijuí tem população total (2011) de 79.182 habitantes, área de 689,1 km2, densidade demográfica (2010) de 114,5 hab/km2 e taxa de analfabetismo de pessoas com 15 anos ou mais (2010) de 4,16 %. Circulam diariamente por Ijuí cerca de 100.000 pessoas, constituindo-se em importante centro populacional da região. Sua economia está baseada na agricultura, pecuária, pequenas indústrias e, essencialmente, serviços. Entre os principais produtos agrícolas destacam-se soja, trigo e milho. Na agropecuária destacam-se a criação de gado de corte e gado leiteiro. Já o setor industrial se destaca na construção de máquinas e implementos agrícolas e produtos alimentícios. O setor de serviços atrai pessoas dos distintos municípios da região, que vem a cidade, atraídos principalmente pelo comércio varejista e atacadista, e pelos serviços, em especial, na área da educação e da saúde. Referência regional em saúde, Ijuí possui complexo de oncologia e cardiologia junto ao Hospital de Caridade. Destaca-se ainda, o hospital Bom Pastor, que tem seu foco voltado para a psiquiatria e a dependência química e o Hospital Unimed, que disponibiliza diversos serviços de saúde a região.

Panambi tem população total 38.058 hab., área de 490,857 km2, densidade demográfica 77,53 habitantes por km2 e taxa de analfabetismo de pessoas com 15 anos ou mais (2010) de 5,27%. Caracteriza-se por atividades ligadas a agropecuária, indústria e serviços, com destaque para a indústria metalomecânica.

Quanto à região de abrangência do Campus de Santa Rosa, trata-se do Corede Fronteira Noroeste que compreende os seguintes municípios: Alecrim, Alegria, Boa Vista do Buricá, Campina das Missões, Candido Godoi, Doutor Mauricio Cardoso, Horizontina, Independência, Nova Candelária, Novo Machado, Porto Lucena, Porto Mauá, Porto Vera Cruz, Santa Rosa, Santo Cristo, São Jose do Inhacorá, Senador Salgado Filho, Três de Maio, Tucunduva e Tuparendi. Abrange uma área total de 4.689 km2, com uma população de 203.421 habitantes, da qual 69%

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residem na área urbana e 31% na área rural. A taxa de analfabetismo de pessoas com 15 anos ou mais (2010) e de 4,47%.

Na região do Corede Fronteira Noroeste, a agricultura constitui-se em uma das mais importantes do país. Entre os principais produtos, destacam-se soja, trigo e canola. Na pecuária, aves e suínos são as principais criações do ponto de vista da geração de renda. A indústria de transformação também representa destaque nesta região, sendo que os principais setores, tanto pela representatividade na indústria brasileira, quanto pela importância local, são os de maquinas e equipamentos (basicamente tratores, colheitadeiras e implementos agrícolas) e de produtos de metal.

Quanto à região de abrangência do Campus Três Passos, trata-se do Corede Celeiro, que compreende os seguintes municípios: Barra do Guarita, Bom Progresso, Braga, Campo Novo, Chiapetta, Coronel Bicaco, Crissiumal, Derrubadas, Esperança do Sul, Humaitá, Inhacorá, Miraguaí, Redentora, Santo Augusto, São Martinho, São Valério do Sul, Sede Nova, Tenente Portela, Tiradentes do Sul, Três Passos, Vista Gaúcha.

Possui uma população, segundo os dados do censo de 2011, de 141.294 habitantes, numa área de 4.743,2 Km2. Caracteriza-se pela atividade agrícola mini fundiária, destacando-se o cultivo de soja, trigo, milho e a criação de suínos e gado leiteiro. Destaca-se ainda, a agroindústria, o setor moveleiro e a indústria do vestuário. Sua proximidade com a República da Argentina coloca-a em posição geográfica favorável em relação ao MERCOSUL.

Com quase seis décadas de experiência acadêmica, nas dimensões do ensino, da pesquisa e da extensão, a Unijuí mantém-se comprometida com a produção, a socialização e a difusão do conhecimento, trazendo consigo a marca do pioneirismo, sempre renovado, que caracteriza a região em que se insere e que constitui o espaço principal e mais direto de sua atuação.

A Unijuí mantém, no ano de 2014, trinta cursos de graduação, sendo vinte e seis na modalidade presencial e seis cursos na modalidade à distância. Na pós-graduação stricto sensu conta com cinco cursos de mestrado e um curso de doutorado, todos autorizados pela CAPES. Ainda na área do ensino, a UNIJUI oferece, a cada ano, em torno de 100 cursos de pós-graduação lato sensu e de qualificação profissional, sendo que em 2012 iniciou a oferta de cursos de especialização na modalidade EaD.

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Em relação à pesquisa e a extensão, a UNIJUI mantém anualmente um fundo institucional para estas atividades que são administradas, por editais, pela Vice-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão e, respectivamente, pelo Comitê Cientifico ou de Extensão e Cultura. Ao todo, são cerca de 100 projetos de pesquisa e de extensão apoiados pelo fundo institucional. No âmbito da pesquisa, a organização se dá pelos grupos de pesquisa do CNPq. No âmbito da extensão, os projetos são estruturados a partir das cinco áreas prioritárias definidas pela Universidade: Educação e Formação; Desenvolvimento e Sustentabilidade; Direito e Cidadania; Saúde; e Inovação e Tecnologia.

A Unijuí também mantém uma política de internacionalização incentivando ações para fortalecer o relacionamento com outras instituições de ensino no exterior, possibilitando ao estudante desenvolvimento cientifico e a troca de conhecimento através da mobilidade acadêmica. Ela acontece por meio de parcerias com instituições internacionais de todo o mundo. As possibilidades de intercambio e de aprimoramento em língua inglesa são divulgadas pelo Escritório de Relações Internacionais, ligado a Reitoria, que auxilia os estudantes interessados nessas experiências.

O corpo docente é qualificado e a infraestrutura adequada para as atividades de ensino, pesquisa e extensão (biblioteca, estrutura de laboratórios, espaços de sala de aula, acesso a internet, acessibilidade para PNEs, etc.).

1.3 PROBLEMA

Considerando o número de alunos que ingressam nas Universidades, proporcional a quantidade que dela evadem no decorrer do curso, temos dados preocupantes. Muitos alunos abandam os estudos já nos primeiros semestres, momento em que se deparam com inúmeras dificuldades, dentre elas as financeiras, problemas para o deslocamento, a falta de tempo para estudar em virtude da carga horária de trabalho ou mesmo horários incompatíveis, incluindo ainda grande dificuldade de acompanhar os conteúdos.

Outros tantos acadêmicos evadem das instituições no decorrer dos semestres, pois não veem grandes perspectivas de retorno financeiro ou reconhecimento pós-formatura, muitas vezes sentem-se descontentes com o curso escolhido,

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metodologias de ensino, quadro de docentes ou mesmo um atendimento insatisfatório, ou um desejo não atendido.

Afinal, inúmeras são as causas da evasão do ensino superior, mas para minimizar estas evasões e maximizar o quadro de alunos matriculados, é necessário fortalecer os vínculos e buscar meios de manter os mesmos em sala de aula, tentando entender quais são efetivamente as causas pelas quais saem, para uma tentativa de evitar este rompimento do vínculo ou mesmo tentar reestabelecer no caso daqueles que dela já saíram.

De um lado está a universidade que possui metas de efetivação de matriculas por curso conforme necessidade e oferta de vaga, ou seja, não tendo a preocupação neste momento se o aluno tem o perfil para o curso ou se terá condições financeiras para continuar os estudos, focando diretamente em completar vagas em salas de aula. De outro lado estão os alunos que possuem seus problemas pessoais e dificuldades, e que muitas vezes nem chegam ao conhecimento da instituição estes motivos de forma clara e específica, a ponto de poder evitar a saída do aluno.

Sendo esta falta de clareza sobre os verdadeiros motivos da saída, se instala uma enorme dificuldade em convencer o aluno a não trancar, pois não tendo conhecimento sobre as causas, não se têm grande poder de convencimento para a manutenção da matrícula ativa. Entretanto, muitos alunos quando procuram o setor financeiro para proceder com a solicitação de trancamento já estão decididos a romper o vínculo, e não querem expor as causas, sentindo-se desconfortáveis com esta situação.

Ainda existem outros indivíduos, que são àqueles que não chegam a formalizar sua matricula após realizar o processo seletivo do vestibular, para assim tornar-se de fato um aluno de graduação, outros tantos confirmam suas matrículas, porém, trancam o curso logo após, não chegando nem a frequentar as aulas.

Diante destes problemas, quais seriam as principais causas da evasão no

curso de Administração, e que ações poderiam ser realizadas para recuperar os evadidos?

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1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo geral

Esta pesquisa tem como objetivo geral:

Analisar as causas da evasão no ensino superior privado, especificamente no curso de graduação em administração presencial da UNIJUÍ, bem como propor possíveis melhorias que possam auxiliar na retenção e reinserção dos alunos evadidos.

1.4.2 Objetivos específicos

1. Identificar o cenário nacional, estadual e da UNIJUÍ referente a matrículas e evasão dos cursos de graduação presenciais;

2. Analisar o cenário de matrículas e evasão no curso de Administração presencial da UNIJUÍ;

3. Identificar os motivos da evasão dos alunos do curso de Administração presencial da Unijuí;

4. Propor alternativas que viabilizem a permanência e a reinserção dos alunos do curso de administração presencial da universidade.

1.5 JUSTIFICATIVA

Com base no atual cenário mundial, onde a expansão dos negócios está comprometida, preocupar-se em conseguir ao menos manter os atuais alunos/clientes e tentar recuperar os que daqui saíram é o divisor entre manter-se no mercado, ou dele ser retirado drasticamente.

Alternativas para viabilizar o retorno ou estimular o ingresso dos acadêmicos são buscadas de forma veemente pelas IES, como forma de sustentabilidade no mercado do ensino nos dias de hoje. Estratégias de atração e retenção de alunos são necessárias para um bom aproveitamento da base de clientes já existente, considerando que o número de alunos no ensino superior no Brasil vem caindo gradativamente nos últimos anos.

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Diante destes fatos, procurar formas de manter as matrículas efetivas e recuperar os alunos que não possuem mais vínculo é importante para todos, pois com o trancamento de um curso, perde-se a possibilidade de ter uma formação especifica, e existe uma perda significativa para o próprio aluno que deixa de ser um profissional mais qualificado, submergindo assim oportunidades de vagas melhores no mercado de trabalho, perdem os técnicos administrativos e professores que deixam de ter emprego em virtude da redução de demandas de trabalho.

Também, a universidade, que deixa de capitalizar com essas matrículas, e com isso perde a possibilidade de reinvestir no ensino e em melhorias de infraestrutura e sistemas. Ainda, porém não menor, é o impacto para o país, que tanto precisa de bons profissionais em diversas áreas e que tem fragilidade em conseguir, como na saúde e na própria educação, além disso, deixa de se desenvolver como deveria.

Por estes e outros tantos motivos manter os alunos vinculados nas instituições de ensino superior seja na graduação, especializações, mestrados e doutorados, é essencial para o futuro de todos, enquanto pessoas, universidades, sociedade e país. E um estudo que demonstre através dos resultados obtidos quais os pontos não estamos conseguindo cobrir com as soluções propostas através dos programas Institucionais e das assessorias implantadas é muito relevante, e em decorrência deste levantamento, soluções podem ser implementadas e gerar resultados positivos para a instituição, a qual poderá direcionar ações com mais objetividade e buscar alternativas permanentes para agir pró-ativamente na prevenção da evasão.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

O presente capítulo apresenta conceitos de serviço e a importância deste ser executado com qualidade também na área da educação. Traz os conceitos de evasão e demonstra a relevância deste assunto para o ensino superior. E ainda, algumas características da geração Y, principal público das instituições atualmente.

2.1 SERVIÇOS EDUCACIONAIS

Segundo o novo dicionário da língua portuguesa serviço é: “Acto ou effeito de servir. Exercício de funções obrigatórias. Duração desse exercício. Desempenho de qualquer trabalho”.

Segundo GRÖNROSS o conceito de serviços é:

Serviços são processos que consistem em uma série de atividades nos quais há vários tipos diferentes de recursos – pessoas, bem como bens e outros tipos de recursos físicos, informações, sistemas e infraestruturas – são utilizados, muitas vezes em interações diretas com o cliente, de modo a encontrar uma solução para um problema do cliente. GRÖNROSS (2009, p. 47).

Algumas características dos serviços, e o que o diferencia do produto, é o fato de ser intangível, sendo assim, não é possível tocar, cheirar, ouvir. Também não é armazenável, ou mesmo pode-se oferecer dois serviços exatamente iguais, podendo sim ser similar. Nenhum comprador adquire a propriedade sobre um serviço, mas o direito a uso ou acesso a coisa adquirida.

No caso dos serviços educacionais, pode-se considerar os mesmos conceitos de serviços de modo geral, ou seja, a intangibilidade. A possibilidade de mostrar as qualidades e aspectos do serviço a ser vendido é possível, ou seja, é a qualidade que diferencia um serviço do outro. O serviço educacional pode ser descrito com base nos bons conceitos da instituição que o executa, pesando na avaliação das estruturas físicas, corpo docente, bases tecnológicas, tudo aquilo acumulado por seu tempo de existência e experiência.

Grönross (2009, p. 64), descreve que “os serviços são uma série de processos, cuja produção e consumo não podem ser separados, nos quais muitas vezes o cliente

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participa do processo de produção [...] sendo necessário entender o que os clientes estão procurando e o que avaliam.”.

Para a universidade, bem como para qualquer outro prestador de serviços, é preciso considerar também, se os serviços prestados são executados da forma com que se espera que sejam, por que de nada adianta um bom ambiente, um lugar bonito, se os clientes não ficam satisfeitos, pois diante do cenário atual, onde os clientes são cada vez mais exigentes, e querem sempre sair com seus problemas resolvidos e necessidades supridas, uma das causas da evasão pode ser relacionada a falhas na prestação dos serviços, não deixando de correlacionar que cada indivíduo tem sua rotina, seu cotidiano e muitas vezes já está exaltado por questões particulares, onde qualquer possibilidade de um serviço não ser exatamente como o desejado pode ocasionar no rompimento da relação.

O setor de serviços vem assumindo um papel cada vez mais importante no desenvolvimento da economia mundial, tanto do ponto de vista da geração de empregos e renda, como na contribuição para a dinâmica econômica de um país, (CANUTO 2003, p. 11).

2.2 EVASÃO NO ENSINO

Considera-se como evasão o rompimento da relação estudante-escola, de maneira provisória ou definitiva. O conceito adotado pelo BRASIL/MEC (1997) “é a saída definitiva do curso de origem sem conclusão, ou a diferença entre ingressantes e concluintes, após uma geração completa”.

Para Teles (1995 p.1199), a evasão tem o seguinte conceito:

[...] toda e qualquer forma de saída do Curso, à exceção da graduação. Desse modo foram incluídas como forma de evasão: a mudança de curso, abandono, transferência, desistência, falecimento, decurso do tempo máximo, reprovações, vagas canceladas por irregularidade de documentação e em concurso vestibular.

De acordo com Thesaurus Brasileiro da Educação, evasão é “o mesmo que taxa de desistência. 1. Porcentagem de alunos matriculados numa determinada série ou nível de ensino, num determinado ano letivo, que não estão matriculados em nenhuma série no ano letivo seguinte. 2. Proporção de alunos da matrícula inicial que abandonam os estudos durante o ano letivo”.

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A Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Unijuí tem seu processo de busca de alunos focado principalmente em mídia nos diversos meios de comunicação, agregadas a atividades direcionadas, como a visitação em escolas da região, e programas adicionais de atratividade aos jovens para o vestibular. Já na área de retenção de alunos, as ações são executadas através de iniciativas individuais realizadas de forma fragmentada, e sem o devido monitoramento do resultado final pretendido, que é matricular e manter matriculados os alunos da Unijuí. O insucesso destas ações de efetividade de matrículas e retenção de alunos resulta na evasão.

Na Unijuí identificam-se cinco formas de evasão: A não efetivação da matrícula pelo vestibulando; o trancamento do curso pelo aluno; o rompimento do ciclo de rematrícula pelo aluno; o cancelamento de componentes curriculares como meio de evasão de créditos; o rompimento da relação aluno / IES após a conclusão do curso.

Segundo a RESOLUÇÃO CONSU Nº 07/2013, capitulo I §1º. “A matrícula é o ato formal que estabelece o vínculo com a Universidade, tanto do vestibulando classificado por processo seletivo para um curso de graduação, quanto de novos estudantes ingressantes via processo extra vestibular, mediante a assinatura de um Contrato de Prestação de Serviços Educacionais”.

Entende-se como não efetivação da matricula pelo vestibulando, aqueles candidatos que se inscrevem para o vestibular, alguns chegam a fazer a prova e obter a aprovação, porém não comparecem ao ato da matrícula;

De acordo com a RESOLUÇÃO CONSU Nº 07/2013, CAPÍTULO IV, Art. 13. “A rematrícula é prerrogativa de todos os estudantes já matriculados na Unijuí para renovação de seu vínculo semestral, observado o Estatuto e o Regimento Geral da UNIJUÍ, o Calendário de Rematrículas, as cláusulas contratuais e demais normas internas”.

O rompimento do ciclo de rematrícula é quando um acadêmico obteve ou não aprovação nos componentes curriculares do semestre, contudo não efetua sua rematrícula para o próximo semestre, sendo considerado como desvinculação de curso.

Ainda com base na RESOLUÇÃO CONSU Nº 07/2013, CAPÍTULO V Art. 15. “O cancelamento é a desistência do estudante de cursar uma ou mais disciplinas no semestre, sendo vedado nos cursos em extinção, nos cursos da modalidade de

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Educação à distância, e em cursos da modalidade presencial com matrícula em bloco”.

Para cancelamento de componentes curriculares compreendem-se aqueles alunos que fazem suas matriculas e desistem de algumas disciplinas no decorrer do semestre letivo, mantendo vínculo em menos créditos durante o semestre em curso; Já o rompimento da relação aluno/IES pode ser através da conclusão do curso, quando existe a colação de grau e o aluno não ingressa novamente em outro curso ou utiliza outros serviços da universidade como pós-graduação, mestrado e doutorado. Ou ainda por meio do trancamento do curso, conforme RESOLUÇÃO CONSU Nº 07/2013, CAPÍTULO V Art.17 “O trancamento de curso é a suspensão do vínculo do estudante com a Universidade e pode ser requerido em qualquer época”.

Dentre as formas de evasão também pode ser considerada a “evasão do curso” quando há envolvimento de fatores relacionados à sua vida acadêmica e o aluno opta pela mudança de curso dentro da mesma IES.

Conforme Martins (2007) existem três tipos de evasão: Evasão de curso, quando o estudante desliga-se do curso superior em situações diversas tais como: abandono (deixa de matricular-se), desistência (oficial), transferência ou reopção (mudança de curso), trancamento, exclusão por norma institucional; evasão da instituição, quando o estudante desliga-se da instituição na qual está matriculado; e evasão do sistema educacional, quando o estudante abandona de forma definitiva ou temporária o ensino superior.

A partir dos estudos realizados por Schargel e Smink (2002), foi possível identificar cinco categorias de causas da evasão: as psicológicas, as

sociológicas, as organizacionais, as interacionais e as econômicas. As

psicológicas, resultantes das condições individuais como imaturidade, rebeldia, dentre outras, ocasionando uma predisposição à evasão. As sociológicas entendem que o referido fenômeno não pode ser encarado como um fato isolado. As categorias organizacionais procuram identificar os efeitos dos aspectos das instituições sobre a taxa de evasão. As categorias interacionais avaliam a conduta do aluno em relação aos fatores interacionais e pessoais. A categoria econômica, talvez a mais preponderante em instituições privadas, considerando-se os custos e benefícios ligados à decisão, que depende de fatores individuais e institucionais. MARTINS (2017, p. 37)

Hoje não se têm dados estatísticos claros sobre o que motiva a evasão de créditos e de curso, apenas uma leitura superficial, mas existem indicações de que

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alguns grupos buscam vagas em IES Federais motivados principalmente pelo status e oportunidade de residir em um centro maior, e outros que alegam não ter condições financeiras para pagar as mensalidades, mas que tem condições de sustentar um bom carro e não estão dispostos a abrir mãos dos gastos com a vida social. Porém, para não radicalizar a este respeito, admite-se que existe um grupo que realmente não tem condições financeiras para bancar mensalidades em uma IES particular, mas que hoje representa um grupo pequeno e muitos estão buscando financiamentos na medida do possível.

A lógica do processo de evasão segue a linha da falta de tempo e da falta de recursos financeiros, mas essa lógica muitas vezes é camuflada pela falta de interesse e prioridade aos estudos pelo aluno, o que força primeiramente a evasão de créditos, para chegar a um curto espaço de tempo, na evasão total.

Segundo Fritsch, Rocha e Vitelli (2015), “a evasão escolar significa desistência por qualquer motivo, exceto conclusão ou diplomação, e é caracterizada por ser um processo de exclusão determinado por fatores e variáveis internas e externas às instituições de ensino”.

Conforme Fey, Lucena e Fogaça (2011), o índice de evasão no ensino superior é impressionante, mas é importante destacar que no ensino público também existe evasão, mas é no privado que mais impacta, pois, representa perda econômica para as instituições e para o país, que deixa de ter profissionais mais qualificados.

Considerando que a evasão ocorre tanto em instituições públicas, quanto privadas, cabe ressaltar que a escolha de um curso superior se dá, mesmo que de forma pouco explicita, pelas expectativas de uma profissão, condições de sucesso profissional, compreendendo uma série de crenças relacionadas a possibilidades de conseguir os resultados desejados diante do curso escolhido.

Também, a definição da instituição, tem alto grau de relevância, pois inúmeras expectativas são depositadas nesta escolha, como contato com profissionais, a troca de experiências vividas, o meio universitário e estas quando não atendidas, geram insatisfação, desconforto, podendo levar o aluno a um rompimento provisório ou definitivo do vínculo.

Ao considerarmos a evasão como um comportamento motivado, à luz desses dois modelos teóricos, estamos postulando que sua compreensão e conseqüente prevenção ou redução tornam-se possíveis se identificarmos as expectativas e experiências quanto ao curso, profissão e instituição, às prévias do ingresso nele, e se pudermos verificar as dissonâncias cognitivas

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experimentadas entre as expectativas e crenças iniciais e ao longo de um dado período de curso, no qual se constatam desistências, trancamentos e evasão (Costa e Campos, 2000, p. 35).

Fey, Lucena e Fogaça (2011) ainda alertam que uma das causas da evasão é a crescente oferta de cursos e instituições próximas o que ocasiona uma intensa busca em conseguir novos alunos. Outros motivos que surgem através de pesquisas é a crescente perda de alunos na graduação por motivos financeiros e incompatibilidade de assimilar horários de trabalho e horários de estudo. Muito embora a alegação de problemas financeiros apareça com grande frequência, entende-se que uma pesquisa com mais detalhes poderia trazer à tona os reais motivos escondidos por detrás desta alegação e estas novas informações poderiam ser grandiosas para as instituições na construção de ações concretas para evitar a evasão.

2.3 COMPORTAMENTO DA GERAÇÃO “Y”

Segundo o dicionário Larousse (2006), geração significa “produção, formação” ou “linhagem”, podendo ser definido também como “um conjunto de pessoas que vivem numa mesma época, ou numa mesma idade”. A área acadêmica que estuda estas gerações é a Administração, o0ra abordada pelo Marketing discutindo desejos e perfis, ora abordada pela área de Recursos Humanos discutindo mercado de trabalho. São basicamente quatro gerações divididas em décadas, delimitadas por anos, ou até mesmo pelo seu comportamento, mas é importante ressaltar que esta classificação não pode ser generalizada, nem toda a pessoa nascida em uma geração tem o mesmo perfil (comportamento) que outra.

A geração “Y”, conforme abordado por Correa (2006), no seu artigo “Liderança: Desafio do Baby Boomer em liderar a geração Y” agrupa os nascidos entre 1980 e 2000, são caracterizados pela afinidade pela tecnologia e tudo que é virtual, marcados também por buscar resultados econômicos e sociais. A geração “Y” é, portanto, a mais estudada e pesquisada até o momento entre as quatro, isso se deve ao início da curiosidade acadêmica sobre o assunto, e as discussões das áreas de Recursos Humanos das empresas devido a seu ingresso no mercado de trabalho, e por consequência em tornar-se consumidores em potencial.

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(SANTOS) et al (2011), analisam como a geração Baby Boomers é caracterizada como a geração centrada no trabalho e no desenvolvimento das organizações e valorizam sua identificação com o trabalho menos dependente das possibilidades de crescimento profissional, já a geração “X” identifica-se maior competência e valorização deste crescimento profissional utilizando-se da metodologia do trabalho em grupo para aumentar seu potencial. Sobre a geração “Y” os autores definem como detentores de maior capacidade de criação e totalmente integrados com a tecnologia e informação.

Logicamente cada geração é definida pelo seu tempo e sua acessibilidade a tecnologia e a informação. Quanto à definição de tempo existe divergência entre autores, mas que não se torna relevante às análises das diferenciações entre elas. O que realmente se torna relevante é a delimitação entre a evolução tecnológica e seu reflexo na velocidade da informação desde o surgimento da televisão à utilização em massa das redes sociais, e sua aplicação na sociedade, e aí se concentra a maioria das diferenciações entre as gerações.

A geração “Baby Boomers” marcada pelo trabalho manual e pouca acessibilidade à informação, onde os meios mais populares eram o rádio e o jornal e apenas de um momento em diante aparece a televisão como meio de comunicação, diferencia-se da geração “X” marcada pela inserção do microcomputador na sociedade e acelerando o acesso as informações com o surgimento da internet, já a geração “Y” é marcada pela popularização da internet e o acesso mais barato a equipamentos de informática, que por sua vez tornou-se rapidamente a maior ferramenta de distribuição de informação, levando de carona a geração “Z” que nasce totalmente inserida neste mundo da tecnologia e informação já construído e já acessível com qualquer renda e de qualquer forma, e pré-disposta ao consumerismo, ou seja, organizados através de redes sociais, à consumirem o que é definido como correto pelo grupo que dela participa, causando um efeito positivo em evitar o consumo de produtos ou serviços prejudiciais a natureza e a sociedade, e por outro lado, a geração de movimentos fomentados por qualquer “fagulha” que surgir nesta rede.

Importante ressaltar que consumerismo, conforme abordado por Engel, Blackwell e Minard (2000), é definido como um movimento que defende os direitos de consumo dos consumidores e é muito mais relacionado à ética de consumo do que o próprio movimento.

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As gerações poderiam ser classificadas de três formas: pelo seu tempo, delimitado em décadas ou anos, e que serviria apenas como uma formalidade de posicionando na linha do tempo e história; pela sua capacidade de acesso à informação, mas não obrigatoriamente a geração e a compreensão da mesma, já que a tecnologia posicionou-se como a propagadora da informação não importando a qualidade e nem a finalidade; pelo seu engajamento aos processos de desenvolvimento e evolução da economia e da sociedade, fazendo uso das facilidades de acesso à tecnologia e a informação para a geração de benefícios a população, tanto nas questões das necessidades básicas de alimento, saúde, educação e segurança, como nas questões mais complexas de sustentabilidade econômica e social.

A linha histórica que define as gerações segue definitivamente a mesma linha de evolução tecnológica, tendo um intervalo médio de 18 a 20 anos entre elas. Não fica claro pesquisando este tema se a regra de divisão das gerações foi o tempo ou o comportamento.

Pressupõe-se, porém, que a geração Y, principal público das instituições de ensino superior atualmente, devido ao grande e facilitado acesso a tecnologias, potencializados pelos meios de comunicação, redes sociais, entre outros, podem estar perdendo o foco em relação ao crescimento pessoal e profissional ou não considerando urgência neste ambiente de crescimento como um ser humano integrado economicamente a sociedade.

Conforme Lipkin e Perrymore (2010), esta geração é multitalentosa, superestimulada, socialmente consciente, exigente, e criativa, contudo, com base na maneira com que são criados pelos pais, que os supervalorizam e inflam sua autoestima, ainda educados de forma diferenciada das gerações anteriores, pois agora eles percebem os professores como uma figura a respeitar, porém, não mais como uma autoridade em sala de aula. E os próprios pais querem um tratamento diferenciado aos seus filhos Y, desejam que as escolas valorizem a autoestima, o sistema de recompensas, independente de merecimento. Sendo assim, eles acreditam que podem ser o que quiser, fazem muitas coisas ao mesmo tempo, e vivem o agora, não pensando em viver a vida quando se aposentar.

Desta maneira, como são conectados à tudo o tempo inteiro, se algo não parecer interessante, eles mudam o foco facilmente, vão em busca de outras coisas que os satisfaçam mais, e este desprendimento e facilidade de acesso a tudo, a

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ofertas diferenciadas, também podem estar contribuindo com a retirada de alguns do ensino superior, podendo ser ainda troca por outras instituições ou cursos, ou ainda a indecisão de qual caminho seguir, ou mesmo quando querem seguir.

Referências

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