• Nenhum resultado encontrado

Segundo o dicionário Larousse (2006), geração significa “produção, formação” ou “linhagem”, podendo ser definido também como “um conjunto de pessoas que vivem numa mesma época, ou numa mesma idade”. A área acadêmica que estuda estas gerações é a Administração, o0ra abordada pelo Marketing discutindo desejos e perfis, ora abordada pela área de Recursos Humanos discutindo mercado de trabalho. São basicamente quatro gerações divididas em décadas, delimitadas por anos, ou até mesmo pelo seu comportamento, mas é importante ressaltar que esta classificação não pode ser generalizada, nem toda a pessoa nascida em uma geração tem o mesmo perfil (comportamento) que outra.

A geração “Y”, conforme abordado por Correa (2006), no seu artigo “Liderança: Desafio do Baby Boomer em liderar a geração Y” agrupa os nascidos entre 1980 e 2000, são caracterizados pela afinidade pela tecnologia e tudo que é virtual, marcados também por buscar resultados econômicos e sociais. A geração “Y” é, portanto, a mais estudada e pesquisada até o momento entre as quatro, isso se deve ao início da curiosidade acadêmica sobre o assunto, e as discussões das áreas de Recursos Humanos das empresas devido a seu ingresso no mercado de trabalho, e por consequência em tornar-se consumidores em potencial.

(SANTOS) et al (2011), analisam como a geração Baby Boomers é caracterizada como a geração centrada no trabalho e no desenvolvimento das organizações e valorizam sua identificação com o trabalho menos dependente das possibilidades de crescimento profissional, já a geração “X” identifica-se maior competência e valorização deste crescimento profissional utilizando-se da metodologia do trabalho em grupo para aumentar seu potencial. Sobre a geração “Y” os autores definem como detentores de maior capacidade de criação e totalmente integrados com a tecnologia e informação.

Logicamente cada geração é definida pelo seu tempo e sua acessibilidade a tecnologia e a informação. Quanto à definição de tempo existe divergência entre autores, mas que não se torna relevante às análises das diferenciações entre elas. O que realmente se torna relevante é a delimitação entre a evolução tecnológica e seu reflexo na velocidade da informação desde o surgimento da televisão à utilização em massa das redes sociais, e sua aplicação na sociedade, e aí se concentra a maioria das diferenciações entre as gerações.

A geração “Baby Boomers” marcada pelo trabalho manual e pouca acessibilidade à informação, onde os meios mais populares eram o rádio e o jornal e apenas de um momento em diante aparece a televisão como meio de comunicação, diferencia-se da geração “X” marcada pela inserção do microcomputador na sociedade e acelerando o acesso as informações com o surgimento da internet, já a geração “Y” é marcada pela popularização da internet e o acesso mais barato a equipamentos de informática, que por sua vez tornou-se rapidamente a maior ferramenta de distribuição de informação, levando de carona a geração “Z” que nasce totalmente inserida neste mundo da tecnologia e informação já construído e já acessível com qualquer renda e de qualquer forma, e pré-disposta ao consumerismo, ou seja, organizados através de redes sociais, à consumirem o que é definido como correto pelo grupo que dela participa, causando um efeito positivo em evitar o consumo de produtos ou serviços prejudiciais a natureza e a sociedade, e por outro lado, a geração de movimentos fomentados por qualquer “fagulha” que surgir nesta rede.

Importante ressaltar que consumerismo, conforme abordado por Engel, Blackwell e Minard (2000), é definido como um movimento que defende os direitos de consumo dos consumidores e é muito mais relacionado à ética de consumo do que o próprio movimento.

As gerações poderiam ser classificadas de três formas: pelo seu tempo, delimitado em décadas ou anos, e que serviria apenas como uma formalidade de posicionando na linha do tempo e história; pela sua capacidade de acesso à informação, mas não obrigatoriamente a geração e a compreensão da mesma, já que a tecnologia posicionou-se como a propagadora da informação não importando a qualidade e nem a finalidade; pelo seu engajamento aos processos de desenvolvimento e evolução da economia e da sociedade, fazendo uso das facilidades de acesso à tecnologia e a informação para a geração de benefícios a população, tanto nas questões das necessidades básicas de alimento, saúde, educação e segurança, como nas questões mais complexas de sustentabilidade econômica e social.

A linha histórica que define as gerações segue definitivamente a mesma linha de evolução tecnológica, tendo um intervalo médio de 18 a 20 anos entre elas. Não fica claro pesquisando este tema se a regra de divisão das gerações foi o tempo ou o comportamento.

Pressupõe-se, porém, que a geração Y, principal público das instituições de ensino superior atualmente, devido ao grande e facilitado acesso a tecnologias, potencializados pelos meios de comunicação, redes sociais, entre outros, podem estar perdendo o foco em relação ao crescimento pessoal e profissional ou não considerando urgência neste ambiente de crescimento como um ser humano integrado economicamente a sociedade.

Conforme Lipkin e Perrymore (2010), esta geração é multitalentosa, superestimulada, socialmente consciente, exigente, e criativa, contudo, com base na maneira com que são criados pelos pais, que os supervalorizam e inflam sua autoestima, ainda educados de forma diferenciada das gerações anteriores, pois agora eles percebem os professores como uma figura a respeitar, porém, não mais como uma autoridade em sala de aula. E os próprios pais querem um tratamento diferenciado aos seus filhos Y, desejam que as escolas valorizem a autoestima, o sistema de recompensas, independente de merecimento. Sendo assim, eles acreditam que podem ser o que quiser, fazem muitas coisas ao mesmo tempo, e vivem o agora, não pensando em viver a vida quando se aposentar.

Desta maneira, como são conectados à tudo o tempo inteiro, se algo não parecer interessante, eles mudam o foco facilmente, vão em busca de outras coisas que os satisfaçam mais, e este desprendimento e facilidade de acesso a tudo, a

ofertas diferenciadas, também podem estar contribuindo com a retirada de alguns do ensino superior, podendo ser ainda troca por outras instituições ou cursos, ou ainda a indecisão de qual caminho seguir, ou mesmo quando querem seguir.