Gases Moleculares
Claudia Regina Campos de Carvalho
Dissertac~ao apresentada ao
Instituto de Fsica Gleb Wataghin
para obtenc~ao do ttulo de Doutora em Fsica
Banca Examinadora:
Orientador: Prof. Dr. Marco Aurelio Pinheiro Lima (Unicamp)
Profa. Dra. Maria Cristina dos Santos (Unicamp)
Prof. Dr. Luiz Guimar~aes Ferreira (Unicamp)
Prof. Dr. Ant^onio Jose Roque da Silva (USP)
Prof. Dr. Sadhan Kumar Adhikari (IFT-UNESP)
DEQ - IFGW -UNICAMP
BIBLIOTECA DO IFGW − UNICAMP
Carvalho, Cláudia Regina Campos de
C254d Dinâmica de aniquilação de pósitrons em gases
moleculares / Cláudia Regina Campos de Carvalho. −
Campinas, SP : [s. n.], 2000.
Orientador: Marco Aurélio P. Lima.
Co−orientador: Euclimar Passos da Silva.
Tese (doutorado) − Universidade Estadual de
Campinas, Instituto de Física “Gleb Wataghin”.
1
1. Pósitrons. 2. Aniquilação de pósitrons. 3. Pósitrons −
2
Espalhamento. I. Lima, Marco Aurélio Pinheiro. II. Silva,
3
Euclimar Passos da. III. Universidade Estadual de Campinas.
4
Instituto de Física “Gleb Wataghin”. III. Título.
a simplicidadeatraves de muito
trabalho."
Ao Prof. Marco Aurelio Pinheiro Lima, n~ao so pela orientac~ao deste
trabalho, como por seu grande incentivoe amizade.
Aos professores Jose Silverio E. Germano e Euclimar Passos da Silva,
pelacolaborac~aonoestudo damoleculade C
2 H
2 .
Ao colegae amigoMarcio Varella,que colaborou de formaimportante
duranteas discuss~oes necessarias para a execuc~aodeste trabalho.
Aos demais colegas do grupo de Fsica At^omica e Molecular: Jorge,
Romarly, David, Roberto, Alexandra e Bettega, pela amizade e
com-panheirismo.
Ao pessoal da secretaria de pos-graduac~ao, pelo auxlio eatenc~ao.
AopessoaldoDepartamentodeEletr^onicaQu^antica, nagurade seus
professores efuncionarios,portodo osuporte oferecido.
Ao pessoal do Centro de Computac~ao J. D. Rogers, em especial ao
SidneyeFabiano,portodaaajudadadaquandoasmaquinasteimavam
em n~ao funcionardireito.
Ao Paulo, pelo apoio,incentivo, paci^encia e compreens~ao em todos os
momentos.
A minham~ae e irm~a que sempre estiveram presentes dando seu apoio
parte deste trabalho.
Apresentamosnestetrabalhoaplicac~oesdoMetodoMulticanalde
Schwin-ger adaptado para espalhamento de positrons de baixas energias, onde se
compara dois sistemas moleculares isoeletr^onicos: a molecula de acetilenoe
a molecula de nitrog^enio. Estes sistemas s~ao de grande interesse por
apre-sentaremcomportamentosdsparescomrelac~aoaopar^ametrodeaniquilac~ao,
Z
e
. Embora com um numero de eletrons ligeiramente pequeno (Z = 14),
chegam a apresentar uma diferenca de um fator de 10 2
em suas taxas de
aniquilac~ao.
Alemdisso, porapresentar um altovalorde Z
e
,a molecula de acetileno
se torna um alvo extremamente interessante de ser estudado, por permitir
abordar, utilizando calculos ab initio, a din^amica de aniquilac~ao necessaria
para explicar os altos valores experimentais de Z
e
observados em alguns
sistemas moleculares(geralmentemoleculasorg^anicasgrandes), que, emsua
maioria, s~ao inviaveiscomputacionalmenteaos nosso calculos.
Atraves dos resultados de Z
e
, sec~oes de choque integrais e diferenciais,
autofases, dentre outros, introduziremos a import^ancia do estado virtual e
da mobilidade eletr^onica na din^amica de aniquilac~ao. Vericaremos a
for-mac~aode um estado virtual para oalvo de acetileno, inexistente noalvo de
nitrog^enio, que ira comandar a aniquilac~ao ocasionando os altos valores de
Z
e .
We present applications of the Schwinger MultichannelMethod adapted
for low energy positron scattering, comparing two isoelectronic molecular
systems: acetylene and nitrogenmolecules. These systemsawake great
inte-rest becausetheypresentdierentbehaviorforthe Z
e
parameter. Although
with smallnumber of electrons (Z = 14), they present values diering by a
factor of 10 2
ontheir annihilation rates.
Further, for presenting a high value of Z
e
, the acetylene molecule
be-comes an interesting target to be studied since it allows us to approach,
using ab initio calculations, the annihilation dynamics necessary to explain
the high experimental values of Z
e
observed for many molecular systems
(usually large organicmolecules), which,in most cases,are computationally
not feasible forour calculations.
Through resultsof Z
e
, integralcross sections, dierential cross sections,
eigenphases,andothers,wewillintroducetheimportanceofthevirtualstate
and of the electronic mobilitytothe annihilationdynamics. We conrmthe
formation of a virtual state for acetylene target, non-existent for nitrogen
target,whichwillcommand the annihilation,causingthe highvaluesof Z
e .
1 Introduc~ao 11
1.1 Aaniquilac~aode positronsno estudo da materia condensada . . . 12
1.2 Ofeixede positronse oproblemade espalhamento . . . 14
1.3 Motivac~ao dotrabalho . . . 15
1.4 Organizac~ao da tese . . . 17
2 Tecnicas Experimentais em Espalhamentoe Aniquilac~ao de Positrons 18 2.1 MedidasdeSec~ao de Choque Total . . . 18
2.1.1 AparatoExperimental . . . 19
2.1.2 Procedimento Experimental . . . 21
2.1.3 Analise deDados . . . 23
2.2 MedidasdeSec~ao de Choque Diferencial . . . 25
2.2.1 Procedimento Experimental para Medidas de Sec~ao de Choque Dife-rencialAbsoluta . . . 25
2.3 MedidasdoPar^ametro de Aniquilac~ao Z eff . . . 29 2.3.1 A `Armadilha'de Positrons . . . 30 2.3.2 MedidasExperimentaisde Z eff . . . 33
2.4 MedidasdoEspectrode Energiade Raios- Aniquilados . . . 36
2.4.1 Medidasde Distribuic~aode Momento . . . 36
2.4.2 Procedimento Experimental . . . 39
2.4.3 Tratamento de Dados . . . 41
4 Metodo Multicanal deSchwinger paraPositrons (MMSP)de Baixas
Ener-gias e o Calculo do Par^ametro de Aniquilac~ao Z
eff
49
4.1 MMSPe Sec~aode Choque . . . 49
4.2 Par^ametrode Aniquilac~ao . . . 58
5 Molecula de Acetileno 60 5.1 BasePequena(BP) . . . 61
5.1.1 Aproximac~ao Estatica (E) . . . 63
5.1.2 Aproximac~ao Estatica mais Polarizac~ao (EP) . . . 69
5.1.3 PrimeiroEstado Excitado . . . 73
5.2 BaseGrande (BG) . . . 79
5.2.1 Aproximac~ao Estatica (E) . . . 82
5.2.2 Aproximac~ao Estatica mais Polarizac~ao (EP) . . . 86
6 Molecula de Nitrog^enio 99 6.1 Aproximac~ao Estatica (E) . . . 102
6.2 Aproximac~ao Estatica maisPolarizac~ao (EP) . . . 105
6.3 Variac~ao da Dist^ancia Internuclear . . . 112
7 Estudo Comparativo 115
8 Conclus~oes 126
Bibliograa 129
A Princpio Variacional de Schwinger na Forma Bilinear 134
B Sec~oes de Choque Diferenciais e de Transfer^encia de Momento 136
2.1 Diagramaesquematicodamontagemexperimentaledaeletr^onicaenvolvida. . . 19
2.2 Detalhesdodiagramaesquematicodamontagemexperimental.. . . 20
2.3 Detalhesdafontedepositronsedasequ^enciainicial. . . 21
2.4 Detalhesdacelula de colis~aoe dos procedimentosnecessarios para aobtenc~aodofeixe de
positronsabaixasenergias. . . 22
2.5 Espectr^ometroTDVTexasusadoparamedidasdesec~oesdechoquediferenciaisem
espalha-mentoelastico depositrons. . . 26
2.6 DiagramaesquematicodamontagemexperimentalusadaemDetroit[31 ],paraobtenc~aode
sec~oesdechoquediferenciaisabsolutas. . . 28
2.7 (a)Estruturadaarmadilhacompostaportr^esestagios,envolvendobombasdevacuo,
eletro-dosesolenoides. Ogas tamp~aoeinjetadonocentrodoeletrodo1ee retiradoatravesdas
terminac~oesdaarmadilhaeatravesdocentrodoeletrodo3;(b)Representac~aoesquematica
dosprocedimentosdeaprisionamento, mostrandoos tr^es estagios sucessivos demaisbaixo
potencialeletricoeexcitac~oespermissveisduranteoprocessodeconnamentodepositrons. 31
2.8 Terceiroequartoestagiosdaarmadilhamostradosemdetalhes. . . 32
2.9 Diagramaesquematicodosdoisestagiosnaisdaarmadilhadepositrons,acrescentadosdos
equipamentosusadosparaestudosdeaniquilac~ao. . . 34
2.10 Ilustrac~ao do momento p de um par eletron-positron aniquilando-se, e dos momentos de
raios-gamaresultantes 1e 2. Oeventodeaniquilac~aoemedidoatravesdedoisdetectores
colocadosa180 0
comrespeitoaostiodeaniquilac~ao,aumadist^anciaL(o^angulodede ex~ao
estamajoradonestagura). . . 36
2.11 Diagramaesquematicodosdoisultimosestagiosdaarmadilhadepositronseposicionamento
5.1 Sec~aodeChoque Integral (SCI)naaproximac~aoestatica (E).Linhatracejada: BP-todas
assimetrias;: dadosexperimentaisdaRef.[51 ]. . . 64
5.2 Par^ametro de Aniquilac~ao na aproximac~ao estatica (E). Linha tracejada: BP - todas as
simetrias;: dadoexperimentaldaRef.[33 ]. . . 65
5.3 Decomposic~ao por simetria do Par^ametro de Aniquilac~aona aproximac~ao E. Linhacheia:
simetria Ag; Æ: simetria B2u; 2 : simetria B1u; : simetria B2g; 4 : simetria B1g; :
simetriaA
u
. . . 67
5.4 Par^ametro de Aniquilac~ao na aproximac~ao estatica (E), considerando todas as simetrias.
Linhatracejada: BP -resultadoanterior;: BP-resultadocom exibilizac~ao dabasena
simetriaB1g;: dadoexperimentaldaRef.[33 ]. . . 68
5.5 Sec~aodeChoqueIntegral(SCI)naaproximac~aoestatica(E),considerandotodasassimetrias.
Linhatracejada: BP -resultadoanterior;: BP-resultadocom exibilizac~ao dabasena
simetriaB
1g
;: dadosexperimentaisdaRef.[51 ].. . . 69
5.6 Sec~aodeChoqueIntegral(SCI)naaproximac~aoEP(resultadosobtidosconsiderandotodas
assimetrias). Linhatracejada: BP-resultadoanterior;: BP-resultadocom exibilizac~ao
dabasenasimetriaB1g;: dadosexperimentaisdaRef.[51 ]. . . 71
5.7 Par^ametro de Aniquilac~ao na aproximac~ao EP (resultados obtidos considerando todas as
simetrias). Linhatracejada: BP-resultado anterior;: BP-resultado com exibilizac~ao
dabasenasimetriaB
1g
;: dadoexperimentaldaRef.[33 ]. . . 72
5.8 Tempo deColis~ao estimado usando a aproximac~ao EP e considerando todasas simetrias.
Linhatracejada: BP exibilizada. . . 74
5.9 Sec~aodeChoqueIntegral(SCI)naaproximac~aoEP(resultadosobtidosconsiderandoa
sime-triaA
g
). 2: BP-moleculanacongurac~aodeequlibrio;: BP-moleculanacongurac~ao
excitada;: dadosexperimentaisdaRef.[51 ].. . . 75
5.10 Par^ametrode Aniquilac~aonaaproximac~aoEP (resultadosobtidosconsiderando asimetria
Ag). 2 : BP- moleculanacongurac~aodeequlibrio; : BP -moleculanacongurac~ao
5.12 Par^ametro de Aniquilac~ao na aproximac~ao EP(simetria Ag), considerando energia de
in-cid^enciade0.0257eV.Æ: BP. . . 78
5.13 Sec~aodeChoque Integral (SCI) na aproximac~aoestatica (E). Linhacheia: BG-todas as
simetrias;linhatracejada: BP-todasassimetrias,incluindoa exibilizac~aonasimetriaB
1g ;
: dadosexperimentaisdaRef.[51 ]. . . 83
5.14 SomadeAutofasesparaalvosdeC
2 H
2
,considerandoaBasePequena.Linhacheia: simetria
Ag;Æ: simetriaB2u;2: simetriaB1u;: simetriaB2g;4: simetriaB1g;: simetriaAu. 84
5.15 SomadeAutofasesparaalvosdeC2H2,considerandoaBaseGrande. Linhacheia: simetria
Ag;Æ: simetriaB2u;2: simetriaB1u;: simetriaB2g;4: simetriaB1g;: simetriaAu. 85
5.16 Par^ametro deAniquilac~ao naaproximac~ao estatica(E). Linhacheia: BG -todas as
sime-trias;linha tracejada: BP-todas as simetrias(incluindo exibilizac~aodabase); : dado
experimentaldaRef.[33 ]. . . 86
5.17 Sec~aodeChoqueIntegral(SCI)naaproximac~aoEP.Linhacheia: BG-todasas simetrias;
linhatracejada: BP exibilizada-todasassimetrias;: dadosexperimentaisdaRef.[51 ].. 88
5.18 Decomposic~aoporsimetriadaSec~aodeChoqueIntegral(SCI)naaproximac~aoEP:(a)BG;
(b)BP.Linhacheia: simetriaAg;Æ: simetriaB2u;2: simetria B1u;: simetriaB2g;4:
simetriaB
1g
;: simetriaA
u
. . . 89
5.19 Par^ametrodeAniquilac~aonaaproximac~aoEP(todasassimetrias). Linhacheia: BG;linha
tracejada: BP exibilizada;: dadoexperimentaldaRef.[33]. . . 90
5.20 Decomposic~aopor simetria doPar^ametro deAniquilac~aonaaproximac~aoEP:(a)BG; (b)
BP.Linha cheia: simetria A
g ; Æ : simetria B 2u ; 2 : simetria B 1u ; : simetria B 2g ; 4 :
simetriaB1g;: simetriaAu. . . 91
5.21 Tempo deColis~ao estimado usando a aproximac~ao EP e considerando todas as simetrias.
Linhacheia: BG;linhatracejada: BP exibilizada. . . 92
5.22 Sec~aodeChoque Integral (SCI) naaproximac~aoEP(resultados obtidosconsiderando a
si-metriaAg). Linhacheia: BG-moleculanacongurac~aodeequlibrio;linhatracejada: BG
-moleculanacongurac~aoexcitada;2: BP-moleculanacongurac~aodeequlibrio;: BP
nacongurac~aoexcitada;2: BP-moleculanacongurac~aodeequlibrio;: BP-molecula
nacongurac~aoexcitada;: dadoexperimentaldaRef.[33 ]. . . 94
5.24 Sec~aodeChoqueIntegral(SCI)naaproximac~aoEP(simetriaA
g
)atemperaturaambiente.
2: BG;Æ: BP(Posic~aodeequlibrio: R
CC
=2.2734a
0
). . . 95
5.25 Par^ametrode Aniquilac~aonaaproximac~aoEP(simetria Ag)atemperaturaambiente. 2 :
BG;Æ: BP. . . 96
5.26 Par^ametrodeAniquilac~aonaaproximac~aoEP(todasassimetrias). Linhacheia: BG;linha
tracejada: BP exibilizada; 4 : BG, considerando distribuic~aoMaxwellianados positrons
incidentes;: dadoexperimentaldaRef.[33]. . . 97
5.27 Sec~aodeChoqueDiferencial(SCD)naaproximac~aoEP.linhacheia: BG-todasassimetrias;
linhatracejada: BP exibilizada-todasassimetrias; . . . 98
6.1 Sec~aodeChoqueIntegral(SCI)naaproximac~aoestatica(E).Linhacheia: nossosresultados
incluindotodasassimetrias;: calculoteoriconaaproximac~aoestaticadeDanbyetal.[62 ]. 102
6.2 Par^ametrode Aniquilac~ao naaproximac~aoestatica (E).Linhacheia: nossosresultados
in-cluindotodasassimetrias;Æ:dadoexperimentaldeColemanatal.[57 ];2:dadoexperimetal
deHeylandetal.[58 ];: dadoexperimentaldeSharmaet al.[59 ]; 4: dado experimental
deTao[60]. . . 103
6.3 Decomposic~ao por simetria do Par^ametro de Aniquilac~aona aproximac~ao E. Linhacheia:
simetria A g ; Æ: simetria B 2u ; 2 : simetria B 1u ; : simetria B 2g ; 4 : simetria B 1g ; : simetriaAu. . . 104
6.4 Sec~ao de Choque Integral (SCI) na aproximac~ao EP. Linha cheia: nossos resultados
con-siderandotodas as simetrias; : dados experimentais deCharlton at al. [28]; 2 : dados
experimentaisdeHomanetal.[63 ];: dadosexperimentaisdeSueokaeHamada[27 ]. . . 106
6.5 Decomposic~aoporsimetria daSec~aode Choque Integral(SCI) naaproximac~aoEP.Linha
cheia: simetriaA g ;Æ: simetriaB 2u ;2: simetriaB 1u ;: simetriaB 2g ;4: simetriaB 1g ; :simetria Au. . . 107
Æ: dadoexperimentaldeColemanatal.[57 ];2: dadoexperimetaldeHeylandetal.[58 ];
:dadoexperimentaldeSharmaetal.[59 ];4: dadoexperimentaldeTao[60 ]. . . 109
6.8 Decomposic~aopor simetriadoPar^ametro deAniquilac~aonaaproximac~aoEP.Linhacheia:
simetria A g ; Æ: simetria B 2u ; 2 : simetria B 1u ; : simetria B 2g ; 4 : simetria B 1g ; : simetriaAu. . . 110
6.9 Sec~aodeChoque Diferencial (SCD).Linhacheia: nossos resultadosconsiderando todasas
simetriasnaaproximac~aoEP; linhatracejada: nossos resultadosconsiderando todas as
si-metriasnaaproximac~aoE;: dadosexperimentaisdePrzybylaetal.[64 ]. . . 111
6.10 Sec~aodeChoqueIntegral(SCI) naaproximac~aoEP-simetriaAg (temperaturaambiente).
2: nossosresultados. . . 113
6.11 Par^ametrode Aniquilac~ao naaproximac~aoEP -simetriaA
g
(temperaturaambiente). 2 :
nossosresultados. . . 113
6.12 TempodeColis~aoestimadousando aaproximac~aoEPeconsiderando todasassimetrias.
:nossosresultados. . . 114
7.1 Sec~aode Choque Integral (SCI) naaproximac~aoEP: (a)C
2 H
2
. Linha cheia: BG -todas
as simetrias; linha tracejada: BP - todas as simetrias; : resultados experimentais de
Sueoka[51 ]. (b)N
2
. Linhacheia: nossos resultados considerando todas as simetrias; Æ :
dadosexperimentaisdeCharltonatal.[28 ];2: dadosexperimentaisdeHomanetal.[63 ];
: dadosexperimentaisdeSueokaandHamada[27 ]. . . 116
7.2 Par^ametro de Aniquilac~ao na aproximac~ao EP: (a) C2H2. Linha cheia: BG - todas as
simetrias;linhatracejada: BP-todasassimetrias;4: BG-todasassimetriasconsiderando
adistribuic~ao Maxwelliana deenergia;: resultado experimentaldeIwata etal. [33 ]. (b)
N
2
. Linhacheia: nossosresultados considerandotodasassimetrias;Æ: dado experimental
deColemanatal.[57 ];2: dadoexperimentaldeHeylandetal.[58 ];: dadoexperimental
deSharmaetal.[59 ];4:dadoexperimentaldeTao[60];3: nossosresultadosconsiderando
adistribuic~aoMaxwellianadeenergia. . . 117
7.3 SomadeAutofasesparasimetriaA
g paraalvosdeC 2 H 2 eN 2
. Æ: resultadosparaoacetileno
considerandotodasassimetrias;: dadosexperimentaisdaRef.[51 ];: BG-simetriaAg;
2: BG-simetriaA
g
removendoascongurac~oes 3 u 1 g . . . 121
7.6 Par^ametrodeAniquilac~ao, Z
eff ,noespalhamentoe + {C 2 H 2
. Linhasolida: BG-resultados
considerandotodasassimetrias;: dadoexperimentaldaRef.[33 ];: BG-simetriaA
g ;2
:BG-simetriaAg removendoascongurac~oes 3 u 1 g . . . 122
7.7 Sec~oesdeChoqueIntegraisparaespalhamentoe +
{N
2
.Linhasolida: resultadosconsiderando
todasassimetrias;:dadosexperimentaisdeCharltonatal.[28 ];2: dadosexperimentais
deHomanet al.[63];: dadosexperimentaisdeSueokaeHamada [27 ];4: simetria Ag;
linhatracejada: -simetriaAgremovendoascongurac~oes 3 u 1 g . . . 123
7.8 Par^ametrodeAniquilac~ao,Z
eff
,noespalhamentoe +
{N2. Linhasolida: resultados
conside-randotodasassimetrias;Æ:dadoexperimentaldeColemanatal.[57 ];2: dadoexperimetal
deHeylandetal.[58 ];: dadoexperimentaldeSharmaet al.[59 ]; 4: dadoexperimental
deTao[60];3: simetriaA
g
;linhatracejada: simetriaA
g
removendoascongurac~oes 3 u 1 g . 124
2.1 Medidas dos valores de Zeff listados na literatura [23 ]. Todas as medidas foram feitas
considerandotemperaturaambiente. . . 29
5.1 Conjuntodebasedefunc~oesGaussianasCartesianasparaoAlvodeAcetileno: BasePequena. 61
5.2 EnergiasdoPotencialdeIonizac~ao(PI)edeFormac~aodePositr^onio(FP)paraaMolecula
deAcetileno,usandoaBasePequena.. . . 63
5.3 Conjuntodebasedefunc~oesGaussianasCartesianasincludasnasimetriaB
1g
paraoAlvo
deAcetileno: BasePequena. . . 66
5.4 EspacodeCongurac~oesde(N+1)-partculas(numerodecongurac~oes). . . 70
5.5 Conjuntodebasedefunc~oesGaussianasCartesianasparaoAlvodeAcetileno: BaseGrande. 80
5.6 PolarizabilidadesparamoleculadeC
2 H
2
(dadosapresentadosemunidadesat^omicas). . . . 81
5.7 EnergiasdoPotencialdeIonizac~ao(PI)edeFormac~aodePositr^onio(FP)paraaMolecula
deAcetileno,usandoaBaseGrande. . . 82
5.8 EspacodeCongurac~oesde(N+1)-partculas(numerodecongurac~oes). . . 87
6.1 Conjuntodebasedefunc~oesGaussianasCartesianasparaoAlvodeNitrog^enio.. . . 100
6.2 PolarizabilidadesparamoleculadeN
2
(dadosemunidadesat^omicas). . . 100
6.3 EnergiasdoPotencialdeIonizac~ao(PI)edeFormac~aodePositr^onio(FP)paraaMolecula
deNitrog^enio. . . 101
6.4 EspacodeCongurac~oesde(N+1)-partculas(numerodecongurac~oes). . . 105
B.1 EspalhamentoElasticodee +
-C
2 H
2
considerandoabasegrande. Sec~oesdeChoqueIntegrais
(SCI),Diferenciais(SCD)edeTransfer^enciadeMomento(SCTM)-valoresemunidadesde
10 16
cm 2
B.2 EspalhamentoElasticodee +
-N2. Sec~oesdeChoqueIntegrais(SCI),Diferenciais(SCD)ede
Transfer^enciadeMomento(SCTM)-valoresemunidadesde10 16
cm 2
Introduc~ao
A descoberta do positron, antimateria do eletron, previsto por Dirac [1 ], e conrmada
posteriormente porAnderson[2 ] eBlackette Occhialine[3 ],tornou-se ummarcoimportante
dentro da fsica moderna. Alem de fornecer uma serie de novas tecnicas experimentais,
complementaresastecnicasjaexistentesenvolvendoeletrons, permitiucrescentesavancosno
entendimentodaestruturademateriaisedadin^amicaenvolvidanoprocessodeespalhamento.
Alemdisso,positronst^emsidousadosemoutrosramosdafsicaetambemnaveterinariaena
medicina. Ousoda tomograaporemiss~ao de positrons,porexemplo,tem sido responsavel
por uma avanco notavel no estudo e diagnostico de algumas doencas e na compreens~ao da
formac~ao docorpohumano.
O positron, embora seja tambem uma partcula de spin1/2 h, e tenha a mesma massa
do eletron, porpossuircarga de mesma magnitude, mas de sinal oposto a carga do eletron,
apresenta propriedades bem caractersticas. A principal reside no fato destas partculas
apresentarem uma tend^encia natural de se aniquilar com os eletrons, possuindo ent~ao um
tempo de vida muito curto, causando emiss~ao signicativa de radiac~ao decorrente destes
processos.
A aniquilac~ao torna-se, ent~ao,um dosprincipaisaspectos pertinentesao estudo de p
osi-trons e engloba inumeras informac~oes sobre fen^omenos fsicos ocorridos a cada etapa do
processo. Apartirdeseuestudo,e possvelintroduzirnovasformulac~oesteoricas,bemcomo
prevere sugerirnovas tecnicasexperimentaisque busquemelucidaraspectos aindaobscuros
1.1 A aniquilac~ao de positrons no estudo da materia
conden-sada
Nasultimas decadas,tecnicas baseadas naaniquilac~aode positronsse tornaram
podero-sas ferramentas para investigar a estrutura e propriedades da materia condensada [4 , 5, 6].
Medidasdepar^ametros deaniquilac~aocaractersticos, comoo tempo devidadopositroneo
alargamento Doppler da linhade aniquilac~ao de 511 keV, permitem descobrir uma serie de
informac~oessobre cristalizac~ao de superfcies [7 ], defeitos em semicondutores [8, 9 ], defeitos
em solidos [10 ],incluindoo casode solidos metalicos [11 ].
No caso do estudo da transic~ao de fase em materiais amorfos [7], o uso de tecnicas de
aniquilac~ao de positrons torna-se muito importante, pois estas tecnicas s~ao n~ao-destrutivas,
sendo capazes de fornecer dadossobre defeitos emredes cristalinas einterfaces. No caso de
metais e em semicondutores, tornam-se unicas para a detecc~ao de defeitos do tipo volume
aberto. Como o positron e uma partcula de carga positiva,e repelido por carocos i^onicos
devidoainterac~aoCoulombiana. Se osolidometalico, porexemplo,eperfeito,aaniquilac~ao
ocorre comeletronsproximosaosstios intersticiais,longe donucleoat^omico. Quando
apre-sentam defeitos, a aniquilac~ao ocorre em vac^ancias ou defeitos de volumeaberto, que agem
como centros atrativos, permitindo o `aprisionamento' (transic~ao de estados n~ao localizados
para estadoslocalizados)do positron. Devidoa menordensidade de eletronsexistentes
nes-tes defeitos, o tempo de vidados positrons aumenta em comparac~ao com a aniquilac~ao em
superfcies perfeitas (que n~ao apresentam defeitos).
Epossveltambem, atraves dousodestastecnicas, distinguirentrediferentesespeciesde
defeitos [12]. Medidas experimentais do tempo de vida de positrons em metais deformados
indicam a formac~ao de descontinuidades na rede, vac^ancias, aglomerados de vac^ancias e
grandes `buracos', durantea deformac~ao, sendo que cada um destes defeitos corresponde a
um tempo de vidaespecco.
O tempo de vida de um positron e monitorado atraves da espectroscopia de tempo de
vida de positron, indicando a diferenca temporal entre a origem da partcula na fonte
ra-dioativa (indicada atraves da emiss~ao quase simult^anea de um quantum de 1.27 MeV), e
exponencial,quepodemser numericamenteseparadas [9].
A espectroscopia de alargamento Doppler, porsua vez, seutiliza da conservac~ao de
mo-mento linear durante a aniquilac~ao. O momento total do positron e eletron e praticamente
igual ao momento do eletron aniquilante [9]. Este momento e transferido aos quanta de
aniquilac~ao (maioresdetalhes ser~ao apresentados no Captulo2). A componentena direc~ao
de propagac~ao, p
z
, esta diretamente relacionada ao alargamento, sendo E= p
z
c/2 (c e a
velocidadeda luz). Oacumulo deinumeros eventos paraumespectro Dopplercompleto em
umsistemadissipativodeenergianoslevaaobteralinhadealargamento Doppler,associada
ascontribuic~oesdosmomentosdoseletrons, considerandotodasas direc~oesespaciais.
A distribuic~ao dosmomentos doseletrons torna-se distinta quando a aniquilac~ao ocorre
proxima a defeitos, re etindo em alterac~oes caractersticas na largura de linha do espectro.
Aniquilac~oes com eletrons do caroco s~ao associadas a altos valores de momento. Portanto,
quandoaaniquilac~aoocorreemdefeitosdotipovac^ancia(ondeacontribuic~aodaaniquilac~ao
comeletronsdocarocodiminui,aumentandoacontribuic~aodevidaaoseletronsdeconduc~ao),
ocorre uma reduc~ao nestes valores de momento e como consequ^encia o espectro passa a ser
mais estreito.
As caractersticas da aniquilac~ao ir~ao depender ent~ao da competic~ao entre transporte e
captura. Depois de ser introduzido no solido (semicondutor ou outro tipo de material), o
positron perde energia em interac~oes com o material, gerando varios processos ionizantes,
como a criac~ao de pares de eletron-buraco, e interac~oes positron-f^onon. Depois,os positrons
ir~ao conviverem equilbrio termico com o meioe seu estado evoluino espaco real como um
processodedifus~ao,emqueinterac~oesdepositronscomf^ononss~aoquase-elasticas,ouseja,a
distribuic~aodemomentodopositroneconservada. Duranteadifus~aoospositronsinteragem
comosdefeitose seu`aprisionamento'emestadoslocalizadospassa aserpassveldeocorrer.
Um estado localizado do positron no defeito pode ter autovalor de energia menor que um
estado n~ao-localizadosobre toda arede,eatransic~ao doestadon~ao-localizadoparaoestado
localizadoacarretaranoaprisionamentodopositron. Eventualmente,ocorreaaniquilac~aode
1.2 O feixe de positrons e o problema de espalhamento
Emboratecnicas deaniquilac~aode positronsjaestivessem sendousadasnosanos60,ate
1969eraminumerasasdiculdadesemseobterfeixesdepositronsmonoenergeticosdebaixas
energias. Os unicosprocessosexistentes paraa produc~ao de positronseram o usode fontes
radioativase a produc~ao de pares por radiac~ao gama, utilizando aceleradores de eletrons e
absorvedoresparaa moderac~aoda energia dospositrons[13]. N~ao seacreditavaser possvel
moderar um numero sucientede positrons a uma energia sucientemente baixa, tornando
proibitivauma seriede aplicac~oesdestas tecnicas.
Coma observac~ao experimental feita por Groce et al. [14 ], de que era possvel moderar
positrons a baixas energias, mantendo uma banda de energia da ordem de 1eV, e obtendo
umnumerode positronsalgumasordenssuperioraoesperadoinicialmente,inumeros grupos
experimentais buscaram desenvolver moderadores adequados, e com isso, utilizar
diferen-tes tecnicas para obter feixes mais estaveis, tornando possvel seu uso em experimentos de
espalhamento.
A melhoria crescente dos instrumentos de medida e da produc~ao de feixes, tem
permi-tido um avanco substancial no numerode experimentos envolvendo colis~ao de positrons de
baixas energias com atomose moleculas. Este tipode experi^encia deespalhamento torna-se
interessante n~ao so por envolver interac~oes entre materia e antimateria, mas tambem por
auxiliarnuma melhor compreens~ao dosprocessos envolvidos no espalhamento poratomos e
moleculas, que s~ao de grande import^ancia para diferentes campos da ci^encia e tecnologia,
como a fsicade plasmas,desenvolvimento de lasers,astrofsica, dentreoutros.
Comparac~oes entre oespalhamento depositron-atomo (molecula)e eletron-atomo (mol
e-cula) revelamalgumas diferencasesimilaridadesinteressantes. A interac~ao estatica,
associa-da ao campo Coulombiano da molecula/atomo n~ao distorcida (o), ou seja, considerando o
alvo `congelado' durante o processo de colis~ao, e atrativa para eletrons e repulsiva no caso
da partculaincidente ser um positron, enquanto que no caso da polarizac~ao, resultante da
deformac~aodanuvemeletr^onicadevidoapassagemdapartculaincidente,ainterac~aoe
atra-tivaparaambos. Ainterac~aodetrocacontribuiparaoespalhamentodeeletrons(decorrente
Oefeitodacombinac~aodasinterac~oesnasaproximac~oesestatica epolarizadaeode
adi-cionar, parao casodoespalhamentodeeletrons, ecancelaremsetratandodepositrons. Em
decorr^encia,iremosobservaremgeral,valoresmenores paraassec~oesde choque totais, para
baixas energias (a polarizac~aoe importantesomente quando a energia do projetil incidente
forsucientementebaixaparapermitiradeformac~aodanuvemeletr^onicadoalvomolecular),
para ocaso de positrons,quando comparadasasde eletrons[15 ].
E importante ressaltar que processos de ionizac~ao, dissociac~ao e excitac~ao (eletr^onica,
rotacional ou vibracional), s~ao analogos aos existentes no espalhamento por eletrons, ao
considerarmos o problemade espalhamento de positrons[16 ]. Porem, neste caso, processos
inexistentes no problemade espalhamento de eletrons passam a ser factveis: a aniquilac~ao
do parpositron-eletron em2 ou 3raios- ,a formac~ao do positr^onio(estadoligado p
ositron-eletron)e a formac~ao de compostos depositr^onio.
1.3 Motivac~ao do trabalho
O problema do espalhamento positron-atomo e de mais facil soluc~ao do ponto de vista
teorico quando comparado ao problema do espalhamento positron-molecula. Isto porque o
potencial envolvido e esfericamente simetrico, enquanto que o potencial positron-molecula
n~aoe esfericamentesimetrico, quandoexpressoemtermos decoordenadasxasnamolecula.
Dadas asinumerasdiculdadesassociadasa soluc~ao doproblemadeespalhamento p
ositron-alvo,a maioriados calculos realizadosnesta area de espalhamento sefaz valer de potenciais
modelos. Calculos ab initioso foram relatadosna literaturaapartir de 1979 [17 ] para alvos
at^omicos e 1986 [18 ] para alvos moleculares. Em 1992, foi desenvolvido um novo
formalis-mo teorico [16], baseado no Metodo Multicanal de Schwinger, com o objetivo de estudar o
espalhamentodepositronscontraalvosmolecularesdegeometriaarbitraria[19 ]. Suas
primei-ras aplicac~oes [19,20 ]se mostraram promissoras emotivaram o desenvolvimento de codigos
computacionais [21 , 22 ] para o calculo das taxas de aniquilac~ao a partir da func~ao de
on-da do sistema estudado, obtidaatraves do uso do Metodo Multicanal de Schwinger para o
espalhamento depositrons(MMSP).
de func~oes para oseletronse obtida com func~oes centradas nosnucleosat^omicos, enquanto
que em caso de formac~ao virtual de positr^onio, a melhor base e obtida com func~oes das
coordenadas relativas(centro demassa do pareletron-positron).
Ate o presente trabalho, todos os calculos feitos, utilizando o metodo MMSP,englobam
a explorac~ao ate o limite, dosrecursos computacionais disponveis. Tecnicas de reduc~ao do
numero de func~oese o estabelecimento de linhas de raciocnioque nospermitam escolhera
priori,de maneiraecazesistematica,asfunc~oesdebaseadequadasadescric~aoda molecula
e do processo de espalhamento, s~ao necessarias para permitir o estudo de sistemas mais
complexos.
A motivac~ao desta pesquisae, ent~ao, estabelecercriteriosque permitamesta otimizac~ao
na escolha de func~oes de base, paralelamente ao estudo da relac~ao entre estados ligados do
composto positron-moleculae o problemade espalhamento.
Estesegundoaspectobaseia-senofatodeque,aolongodosultimosanos,resultados
expe-rimentais[23 ]mostraram queparaalgunssistemas moleculares,o par^ametrodeaniquilac~ao,
Z
eff
, e muito maior do que o resultado esperado (proporcional ao numero de eletrons da
molecula, Z). Surpreendentemente, para algumas moleculas, a taxa Z
eff
/Z ca proxima de
10 5
, para temperaturas ambientes. Alem disso, observou-se para algumas moleculas
isoele-tr^onicas, dentreelas onitrog^enioe oacetileno, Z
eff
muitodiferentes. Quaisasraz~oesfsicas
paraeste comportamento? Quaiss~aoosprocessos dominantesduranteoespalhamento?
Po-demosdizerqueemalgunscasos,asmoleculasatuamcomouma`armadilha'paraospositrons
(como ocorre comosdefeitosemsemicondutores)? Quaiss~aoaspropriedadeseletr^onicas
es-truturaisaquesepodematribuirestefen^omeno? Queconex~oespodemosestabelecerentrea
din^amicade aniquilac~ao queocorre no espalhamento de positronsporgases molecularese a
observada em processosde estado solido?
Estes questionamentos permearam todo o trabalho aqui apresentado. Buscamos obter
com osestudos eanalisede nossosresultados,responder,ou aomenos, encontrar indicativos
1.4 Organizac~ao da tese
Estatese terasuaapresentac~ao divididadaseguintemaneira: nocaptulo2,
introduzire-mos,attulodemotivac~ao eilustrac~ao,algunsexemplosde tecnicasemedidasexperimentais
que v^em sendofeitas ultimamente,utilizandopositrons.
Ocaptulo3 seradedicadoa introduziralgumas noc~oes teoricas,necessariasparaa
com-preens~aodasgrandezasqueconseguimoscalcularutilizandooMetodoMulticanalde
Schwin-ger paraPositrons.
No captulo 4, apresentamos a formulac~ao basica do Metodo Multicanal de Schwinger
adaptadoparapositronsdebaixasenergias,alemdousodafunc~aodeondatotalobtidapara
o sistemaalvo+positron incidente,na obtenc~ao do par^ametro de aniquilac~ao,Z
eff .
Noscaptulos5,6e7,apresentamosediscutimososresultadosobtidos,usandocomoalvos
molecularesemnossosistema,oacetilenoeonitrog^enio. Aescolhadestasduasmoleculasem
especco,deve-se aofatode que,emborasetrate desistemasisoeletr^onicos,estasmoleculas
apresentamvaloresdeZ
eff
muito distintos,sendo30 ovalorparao nitrog^enio e3160 parao
acetileno. Portanto,atravesdeumestudocomparativoentreestesalvos,devemossercapazes
de encontrar ferramentasqueexpliquemasalterac~oes envolvidasna din^amicade aniquilac~ao
decorrentesda mudanca doalvo molecular utilizadono processo de espalhamento.
Alem disso, o acetileno, porapresentar um alto valor para o par^ametro de aniquilac~ao,
sendo no entanto um sistema molecular relativamente pequeno, nos faculta averiguar as
raz~oesfsicasresponsaveispelosaltssimosvaloresdeZ
eff
,obtidosgeralmenteparamoleculas
org^anicas grandes. Infelizmente, sistemas moleculares grandes s~ao computacionalmente
in-viaveis nos moldes atuais, para calculos usando o metodo MMSP, e o estudo de sistemas
menores queapresentem propriedadessimilaresdossistemasgrandestorna-seextremamente
importante paraque possamos avancarna compreens~ao dadin^amicade aniquilac~ao.
Umresumodenossasconclus~oes,obtidasdoestudodestesdoissistemasmoleculares,sera
Tecnicas Experimentais em
Espalhamento e Aniquilac~ao de
Positrons
Agrandediculdadeemseobterfeixesestaveis depositrons,conformemencionado
ante-riormente,retardouporvariasdecadasodesenvolvimentodetecnicasexperimentais
condizen-tes. Comocrescente avancoencontradona produc~aode feixese naobtenc~ao de dispositivos
experimentais,atualmente, s~ao inumerase crescentes astecnicas comumenteutilizadas.
Nestecaptulo 1
,vamosintroduziralgumasdastecnicasexperimentaisutilizadasnoestudo
do espalhamento e aniquilac~ao de positrons. Iremos nos ater aos trabalhos que possuam
maiorcorrelac~aoaoscalculosteoricosdesenvolvidospornossogrupodetrabalho,restringindo
a apresentac~ao dos dispositivos experimentais associados as medidas usadas como base de
comparac~ao.
2.1 Medidas de Sec~ao de Choque Total
Grupos experimentais liderados por GriÆth, Heyland [13 ], Stein [15 ], Kauppila [24 ],
dentre outros, trabalharam ao longo das ultimas decadas obtendo medidas das sec~oes de
1
Este captulo comp^os amonograa demeuExame deQualicac~aodeDoutorado, intitulado \Aspectos
ExperimentaisdoProcessodeAniquilac~aodePositronsemGasesMoleculares", e porisso s~aoapresentados
choquetotais,resultantesdaaniquilac~aodepositronseminterac~oescomatomosoumoleculas.
Emparticular,o grupolideradopelopesquisadorOsamu Sueoka[25 , 26 ,27 ]tem conseguido
obter medidas para valores de energia do positron incidente da ordem de eV e frac~oes de
eV,usandoalvosmolecularesde nossointeresse. Portanto,iremoscentrarnossadiscuss~aona
descric~aodos procedimentosadotadosporeste grupoem especco.
2.1.1 Aparato Experimental
Para se medir as sec~oes de choque totais (SCT) para colis~oes elasticas ou inelasticas,
entrepositronsegases moleculares,osdispositivosbasicosutilizadoss~aoa prioriosmesmos,
mudando-se apenas as dimens~oes. O diagrama esquematico deste tipo de dispositivo esta
ilustrado naFigura 2.1.
Figura 2.1: Diagramaesquematicodamontagemexperimentaledaeletr^onicaenvolvida.
Asmedidass~aofeitasusandoumsistemade\tempo-de-v^oo", TDV,noqualpositrons
se-lecionadosenergeticamente viajamaolongodeumeixo,percorrendoumespacopre-denido,
submetidosaumaltocampomagnetico (apartirdamedidadointervalodetempogastopelo
positronparapercorreroespacopre-denido,epossvelestimarsuavelocidadeeenergia). A
vantagem em seusareste dispositivoe quealem dospositronsaniquilados,e possvel
obser-vardeforma diretaospositronsespalhados. Quandoosistemaestaevacuado, a distribuic~ao
co-progressivamente maisdistorcida,indicando assim,a contribuic~ao dospositronsespalhados.
OsistemaTDV utilizadoporSueokaet al. [26 ],consiste emumdispositivosimilara um
tubo no (vide Fig. 2.1), que possui um v~ao livre de comprimento (L) variando entre 175
mm a 692 mm (dependendo da medida a ser feita), percorrvel pelos positrons (conforme
detalhadonaFigura2.2). Aregi~aododispositivoondeocorremascolis~oes(celuladecolis~ao)
possui um comprimento (`) que pode variar de 79.7 mm a 120 mm. Para eliminar efeitos
do campo magnetico terrestre, duas bobinas de Helmholtz foram introduzidas no aparato.
Outros solenoidesest~ao dispostos ao longo da celula de colis~ao e de todo o tubo, de forma
a gerar um campo magnetico responsavel pelo transporte do feixe de positrons (o campo
magnetico pode chegar a 9 G na celula de colis~ao, enquanto que no restante do tubo, o
campo e da ordem de 45 G). Dois sistemas distintos de bombeamento est~ao conectados a
este dispositivo de forma a introduzirregi~oes evacuadas e regi~oes preenchidas com os gases
correspondentes aosalvosmoleculares.
Figura2.2: Detalhesdodiagramaesquematicodamontagemexperimental.
Comoestamosinteressadosnamedidadointervalodetempoentreaemiss~aodospositrons
(fonte)esuarespectivachegadanonaldotubodosistemaTDV,iremosterdoissistemasde
de eletrons), colocado de forma a priorizar suamaxima eci^encia (dadaa baixa intensidade
do feixede positrons).
Apress~aonacelulade colis~aoecontrolada,bemcomoatemperatura,etodasasmedidas
s~ao feitas automaticamente atraves de uma eletr^onica de contagem rapida, necessaria para
controlar a medidade tempo (porse tratar de umprocesso muito rapido, ondeas medidas
feitas s~ao da ordem de micro-segundos). Esta eletr^onica ira envolver alem do cintilador,
fotomultiplicador, Ceratron, analisador multicanal, cabos de \delay" (de forma a permitir
medidasaolongode todasasamplitudesde tempodoespectro),conversortempo-amplitude
e discriminadores. Ousode discriminadoresassociadosao fotomultiplicador permitemanter
a resoluc~ao no tempo( 3.5ns).
2.1.2 Procedimento Experimental
Figura 2.3: Detalhesdafontedepositronsedasequ^enciainicial.
Os positrons a serem usados nestas medidas s~ao provenientes de uma fonte pontual
radioativade 22
Na depositadaemumdosladosdeumaplacaplasticacintiladorausada para
detecc~ao dos positrons rapidos, conforme Figura 2.3. Esta placa cintiladora possui de 120
a 130 m de espessura, sendo que por tras da fonte e colocado um disco de Perspex que
cara em contato otico com a terminac~ao de um guia de luz usado como janela para um
fotomultiplicador (videFig. 2.1e Fig. 2.3). Aoutra face daplaca e recoberta comalumnio
aposum retardamento adequado (para permitirque ospositrons que atravessaram a placa
cheguem ao nal do tubo de v^oo, para relacionarmos o intervalo de tempo entre os dois
pulsosdetectados,pulsode fonte epulsodo Ceratron)s~aousadoscomopulsosnaisemuma
sequ^encia detempo usadapeloconversor tempo-amplitude.
Este conversor e responsavel por transformar o intervalo de tempo entre dois pulsos
eletricos relacionados em um pulso de amplitude proporcional ao intervalo de tempo
me-dido[28 ]. Emoutraspalavras,a janelademelinexseabre,permitindoquepositronsgerados
pelafonte sejam\injetados" dentro dosistema TDV.
E feita umamedidainicialde forma a
dispararo cron^ometro, sendo que a janelae fechadaimediatamente de forma a impedirque
outrospositronsentremnosistema durante a realizac~aoda medida.
Positronsemergentesdaplaca cintiladoras~aodesaceleradosporummoderadorde
tungs-t^enio (dentre outros), dentroda regi~ao devacuo, de formaa obtermosumfeixede positrons
de baixaenergia (os positronsrapidoss~ao convertidos em positronslentos atraves da perda
de energia via multiplas colis~oes \Coulombianas") composto por uma pequena frac~ao dos
positrons incidentes (um positron em 10 4
deixa o moderador). Este feixe emergente do
moderadoreacelerado porumcampoeletrico (destaformae quesefaz a selec~aoenergetica
dos positrons que ir~ao percorrer o dispositivo), E
acc
, (conforme Figura 2.4) aplicado entre
o moderador e uma grelha de cobre (denominada \Earth Grid" na Fig. 2.4), sendo ent~ao
connado porcamposmagneticos e direcionadoparaa celulade colis~ao.
Figura 2.4: Detalhes da celula de colis~ao e dos procedimentos necessarios para a obtenc~ao do feixe de
a presenca do gas de teste) com os alvos moleculares (bombeados atraves de uma valvula
do tipo agulha), podendo ent~ao sofrer o processo de espalhamento, sendo posteriormente
detectados pelo Ceratron no mdo percurso. Os pulsosdetectados s~ao usadoscomo pulsos
iniciaisna sequ^encia detempo. Notequecomapresencadogasde teste,otemponecessario
para percorrer o tubo de v^oo sera maior quando comparado ao sistema evacuado, pois a
componentelongitudinalda velocidadesera menorapos acolis~ao.
O fato de se usar os pulsos medidosda fonte como pulsos nais e os pulsos de medida
como iniciaisira gerar um espectro de \tempo-de-v^oo" invertido. A escolha de quemsera o
inicial e quem sera o nal e baseada no fato de que ao invertermos esta escolha, em torno
de 88%dosdadospodemser perdidos[28], tendoemvistaa capacidadedearmazenagem de
dadosdosequipamentoscomerciais(cadapulsodeamplitudeeexaminadoporumanalisador
multicanal earmazenado na memoriado canal correspondenteasua intensidade).
Paraobteroespectro corretamentebastaintroduziracorrec~ao decoincid^enciaacidental,
usando a formula introduzida por Coleman et al. [29 ] que permite transformar os pulsos
medidos empulsos `reais' poisexclui oseventos originadosde pulsosaleatorios. A correc~ao
de coincid^encia acidental ira garantir precis~ao sucienteem cadaescala de energiade forma
a n~ao trazernecessidade deoutras eventuaiscorrec~oes.
E importante destacarmos tambem, que a detecc~ao dos positrons lentos nem sempre se
dacomousodeummedidordotipoCeratron(estetipodedetecc~ao,conhecidapordetecc~ao
antes da aniquilac~ao, e utilizada por alguns grupos experimentais). Em muitos casos, se
utiliza a detecc~ao com aniquilac~ao, onde um alvo, usualmente um cintilador de iodeto de
sodio,NaI,e colococado nonal dotubode v^oo.
2.1.3 Analise de Dados
Asmedidasrealizadas com o aparato anteriormentedescritos~ao armazenadasnum
ana-lisador multicanal, considerando diversos potenciais aceleradores. Para uma determinada
energiaincidente,oprocedimentosera: inciodacontagemdetempo{detecc~aodafonte;m
da contagemde tempo{ detecc~aofeita peloCeratron(incioemreais),sendoqueparaum
mesmo incioteremos diferentes detecc~oes nais, correspondentesaos diversos intervalos de
de v^oo,na presencaouaus^encia dogasdecolis~ao. Adiferencade comportamento observada
nestas duassituac~oesira fornecera medidapara asec~ao de choque,obtidaatravesda raz~ao
da integrac~ao donumerode contagens englobadas pelos picos(em ambososcasos). A sec~ao
de choquetotal, Q
t
,seraexpressa emfunc~aodasgrandezas mensuraveis N
g e N v como Q t = 1 l ln N g N v ; (2.1) sendo N g = X n gi (2.2) N v = X n vi : (2.3) Neste caso, n vi
s~ao ascontagens no sistemacom ovacuo, idiz respeito ao i-esimocanal,
n
gi
s~ao as contagens no sistema com o gas molecular, e a densidade do gas na celula de
colis~ao e le o comprimentoefetivo dacelula de colis~ao.
No caso em que a distorc~ao entre os picos e muito pequena, se torna possvel obter a
sec~ao de choquetotal atraves do gracodo logaritmo do numerototal de contagens obtidas
entre limites denidos no pico de distribuic~ao, pela press~ao do gas observada no tubo de
\tempo-de-v^oo". Neste caso, podemos reescrever a express~ao para a sec~ao de choque total,
em func~ao da atenuac~ao, A
i
,necessaria emcadacanal, comosendo
lnA i =( Q T ) i Z L 0 n(s)ds; (2.4)
onden(s)eadensidade pontualdo gas,Leo comprimento total entreomoderadoreoalvo
(celulade colis~ao). A atenuac~ao,porsuavez, e dadapor
A i = n vi n gi : (2.5)
E importante ressaltar que a sec~ao de choque total n~ao ira dependerda press~ao do gas.
Este fato irafornecer ferramentas experimentaispara vericac~ao de eventuais errosdurante
o processo, bastando para isso monitorar o valor da press~ao do gas durante o desenrolar
da experi^encia (o graco da sec~ao de choque com relac~ao a press~ao devera ser uma reta
constante).
2.2 Medidas de Sec~ao de Choque Diferencial
As primeiras medidas experimentais de sec~oes de choque diferenciais (SCD) foram
re-latadas a partir de 1979 [30 ]. Usando o arg^onio como alvo, por possuir sec~oes de choque
relativamente grandes, se conseguiu a primeira coleta de dados experimentais relativos a
sec~ao de choque diferencialabsoluta.
Enecessario ressaltarque aosefalar emSCD, precisamosdistinguirentreSCD absoluta
e SCD relativa [31 ]. A SCD relativa secaracteriza porn~ao fornecer amagnitude dasSCDs,
impedindoumacomparac~aodiretacomresultadosteoricos. Elaapenasforneceumindicativo
do comportamento daSCD comrelac~aoaos^angulosde espalhamento. Osvalores
apresenta-dos paraa SCD relativas~ao sempre obtidoscom relac~ao ascurvasinicialmentetracadas,ao
se considerarumadadaenergia dopositronincidente.
Na suaimensa maioria, quasetodososresultados obtidos paraassec~oes de choque
dife-renciais, ao longo das ultimas decadas, se referem a medidas relativas, por uma quest~ao de
maior simplicidadeexperimental. Porem, ao longodos ultimosanos [31 ],tem sido crescente
ointeressepelaobtenc~aodemedidasabsolutas. Dadoonossointeresseneste tipodemedida,
iremos nos ater a apresentar aqui, o procedimento experimental usado para a obtenc~ao de
sec~oes dechoque diferenciaisabsolutas.
2.2.1 Procedimento Experimental para Medidas de Sec~ao de Choque
Di-ferencial Absoluta
Umadas primeirastecnicas [30]usadaspara medirsec~oes de choque diferenciais
absolu-tas, se baseia no uso de sistemas de \tempo-de-v^oo" (TDV). O uso de tecnicas de TDV e
espa-ser impraticavelmente baixa.
Odiagramaesquematicodoespectr^ometroTDVutilizadonestesexperimentosemostrado
na Figura 2.5, sendo muito similar, em alguns aspectos, ao aparato utilizado para obter as
medidasde sec~ao dechoquetotal (porisson~aoapresentaremos tantosdetalhes).
Figura2.5: Espectr^ometroTDVTexasusadoparamedidasdesec~oesdechoquediferenciaisemespalhamento
elastico depositrons.
Nestesexperimentos, positrons provenientes de uma fonte de 22
Na, ao passarem por um
disco plasticocintilador, a exemplo dasmedidas de sec~ao de choque total, disparam toda a
eletr^onica de contagem de tempo. Estes positrons rapidos s~ao reduzidosa positronslentos,
por uso de moderadores, sendo depois acelerados axialmente atraves da aplicac~ao de um
potencial V.Passam ent~ao pela celulade colis~ao(`gas cell')de 1 cmde comprimento. Nesta
celula ocorrera oespalhamento,quando inseridoo gasde teste.
Ospositronslentosdeixam acelulade colis~ao eviajam poraproximadamente 25 cm,em
tubonoevacuado,submetidosaumfortecampomagnetico axial,chegandoaseracelerados
a 300 eV.S~aodetectados no naldo percursoporumdetector CEM(`Channeltron electron
multiplier'- multiplicador contnuo de emiss~ao secundaria de eletrons similarao Ceratron).
Sistemasde bombeamento comp~oem tambemo espectr^ometro,de forma aintroduzirregi~oes
com o sistemaevacuado, ecom a inserc~ao do gasde teste na celulade colis~ao. Tipicamente
usa-se 60.000 s [30 ] para completar um ciclo de medidas. Para vericar a estabilidade do
sistema, variosciclos vacuo/gas-teste s~aofeitos. Acadaalterac~aodo potencial aceleradorV,
espera-seemtorno de 10 hpara seiniciarnova tomada de medidas.
Um dos aspectos que pode ser observado atraves destas medidas, e que quanto maior o
^
angulo atraves do qualo positron e espalhado na celula de colis~ao, maior sera o respectivo
TDV entreossolenoidesresponsaveispelaaplicac~aodo campomagnetico axial.
Novamente, a distribuic~ao temporal dos positrons espalhados e separada dos que n~ao
s~ao espalhados por uma atenuac~ao apropriada do espectro de vacuo, e ent~ao subtrada do
espectro medidocomo usodo gasde teste [30 ].
Comisso,a sec~ao de choque diferencialabsoluta,I, poderaser expressacomo
I( i )= N s t i TQ T sec 2 i 2N s ! a 0 2 : (2.6)
Nestecaso, Teo tempode v^oo deumpositronn~aoespalhadodeenergia
E;
Eeaenergia
mediadopositron lento incidente;Q
T
easec~ao dechoquetotalde positronsespalhadoscom
energia E, em unidades de a 2 0 ; i
e o ^angulo de espalhamento; i, diz respeito ao i-esimo
canal; N
s
e o numero de positrons que apos espalhadospossuem tempo de v^oo entre t
i e
t
i
+t;te amedidadetempoobservadoemcadacanaleN
s
eo numerototal de positrons
espalhados.
E interessante notar que valores absolutospara a sec~ao de choque diferencialso podem
ser obtidossea sec~ao de choque total Q
T (
E)e conhecida. Limita-se assim,osalvos
molecu-lares/at^omicos quepodem serusadoscomo gasde teste.
Medidasde SCD podemser feitas tambem, utilizando umoutro tipo de aparato
experi-mental[31 ],ilustradona Figura2.6. Neste caso, ofeixede positronse cruzado comumfeixe
at^omicooumolecularespalhadopordispositivoscapilares,edetectoress~aousadosparamedir
ofeixeprimarioeospositronsespalhados. Pode-semedirsimultaneamenteospositrons
espa-lhadosemdois diferentes^angulos(separadospor30 0
) dentrodo alcancetotal compreendido
Elementosderetardo,queprecedemcadaumdosdetectores,s~aousadosparadeterminara
energiacaractersticadofeixeprimario,eparadistinguirdospositronsespalhadosaquelesque
perderammaisde1eV,deformaacaracterizarospositronsques~aoespalhadoselasticamente
(detectores 2 e3).
Neste caso, a SCD absoluta e obtidaatraves da comparac~ao direta dos valores medidos
para SCD relativa obtida no espalhamento de positron, para cada alvo especco, com a
correpondentesSCD relativa obtidadoespalhamento de eletrons, usando-se o mesmoalvo e
aparato experimental. AsSCDsobtidas parao casodeeletronss~aonormalizadasde formaa
priorizar osresultadosteoricos e/ouexperimentais.
Umexemplo de como istoe feito, pode ser observado para o caso do arg^onio [31 ]. Para
obterasmedidasdeSCDabsolutas,usandopositronsparaoespalhamento,ogrupodeDetroit
fez diversasmedidasdeSCD relativas(paravariasenergias)etracoucomparac~ao diretacom
osresultados obtidosno espalhamento de eletronsa 300 eV.
Figura 2.6: Diagrama esquematico damontagem experimental usadaem Detroit[31 ], para obtenc~ao de
2.3 Medidas do Par^ametro de Aniquilac~ao Z
eff
Um dos grupos experimentais mais atuantes na obtenc~ao de medidas do par^ametro de
aniquilac~aoparaalvosmoleculares, incluindomoleculasorg^anicas(conforme pode ser
obser-vadonaTabela2.1),eogrupolideradoporC.M.Surko[23 ,32 ,33 ],querecentementepassou
a obter medidasa variastemperaturas[34 ].
Molecula Formula Z Z
eff Z eff /Z Helio He 2 3.94 2.0 Hidrog^enio H 2 2 14.6 7.3 Ne^onio Ne 10 5.99 0.6 Am^onia NH 3 10 1300 130 Agua H 2 O 10 319 32 Metano CH 4 10 142 14 Acetileno C 2 H 2 14 3160 225.7 Nitrog^enio N 2 14 30.5 2.2
Monoxido deCarbono CO 14 38.5 2.8
Oxig^enio O 2 16 36.7 2.3 Etileno C 2 H 4 16 1200 75 Arg^onio Ar 18 33.8 1.9
Dioxidode Carbono CO
2 22 54.7 2.5 Acetona CH 3 COCH 3 32 98400 3100 Kript^onio Kr 36 90.1 2.5 Benzeno C 6 H 6 42 15000 360 Xen^onio Xe 54 401 7.4
Tabela2.1: MedidasdosvaloresdeZeff listadosnaliteratura[23]. Todasasmedidasforamfeitas
conside-randotemperaturaambiente.
Parapoderrealizareste tipode medida,Surkoetal. desenvolveram nasultimas decadas,
positrons sucientemente lentos para que se tornem manipulaveis. O aparato experimental
utilizado para connar e acumular estes positronssera aquibrevemente descrito, sendo que
o connamento axial acontece via barreira de potencial e o connamento radial via campo
magnetico.
2.3.1 A `Armadilha' de Positrons
Os positrons a serem utilizados s~ao provenientes de uma fonte radioativa de 22
Na, que
emitepositronscomenergiassuperioresa545keV.Partedestespositronss~aodesaceleradosa
42eV porummoderadordetransmiss~aodetungst^eniooudene^oniosolido[35 ,36 ], eguiados
magneticamente paraa regi~ao de aprisionamento (armadilha composta de tr^es estagios).
Paraqueospositronspossamserdenitivamenteaprisionadosnaarmadilha,viabarreira
depotencial,e necessarioaindaqueelessoframnovadesacelerac~ao,ouseja,quepercammais
energiacinetica. Issopodeserconseguidoatravesde diferentestecnicaspossveis,dentreelas
colis~oesinelasticasdospositronscomatomosoumoleculas(ocasionandoionizac~ao,excitac~ao
eletr^onica, excitac~ao vibracional,transfer^encia de momento, etc.). No caso desta armadilha
em especco,ospositronss~ao connadosatravesde umabarreira depotencial eletrostatico
por colis~oes inelasticas com moleculas de N
2
(gas tamp~ao), no qual o processo dominante
decorrente e a excitac~ao eletr^onica [36 ]. Elesincidem em direc~ao a armadilha e s~ao guiados
paraumconjuntode oitoeletrodos(numeradosde 0a7) dediferentescomprimentoseraios,
que, juntamente com as bombas de vacuo, s~ao capazes de gerar tr^es regi~oes diferentes de
potencial eletricoe press~aodo gasN
2
,regi~oesI, IIe III(Figura 2.7).
Umadasbombasdevacuoecolocadano centrodoeletrodo3(conformegura)enquanto
outras duas s~ao colocadas nas terminac~oes da armadilha. O gasN
2
e bombeado atraves de
um pequeno orifciono meio do eletrodo 1. O estagio Ie formadopelo eletrodo 1 e possui
press~ao tpica de 10 3
Torr (regi~ao de alta press~ao). No estagio II (regi~ao intermediaria
formada pelos eletrodos2 e 3),a press~ao tpicae de 10 4
Torr. A regi~ao nal daarmadilha
(estagio III) que consiste na regi~ao onde os positrons s~ao capturados e armazenados opera
tipicamente a10 6
Torr.
O campo magnetico responsavel pelo connamento radial e gerado a partir de dois
3000 G. Osegundo solenoiderespondepelagerac~ao de camponosoutros eletrodospodendo
atingira marcade 1500 G. Usualmente seoperaossolenoidesnafaixados 700 G.
Figura2.7: (a)Estruturadaarmadilhacompostaportr^esestagios,envolvendobombasdevacuo,eletrodose
solenoides. Ogastamp~aoeinjetadonocentrodoeletrodo1eeretiradoatravesdasterminac~oesdaarmadilha
e atraves do centro do eletrodo 3; (b) Representac~ao esquematica dos procedimentos de aprisionamento,
mostrando os tr^es estagios sucessivos de mais baixo potencial eletrico e excitac~oes permissveis duranteo
processodeconnamentodepositrons.
Apress~ao do N
2
e ajustada no estagioI de talforma que emmedia,ospositrons sofram
apenas uma colis~ao inelastica ao longo deste estagio (representado porA na Figura 2.7). A
energiaperdidaemcadacolis~aoesucienteparaquehajaoconnamento(aliadaaestrutura
dos eletrodos). Outra colis~ao subsequente (B) consegue connar o positron nos estagios II
e III em menos de 1 ms, e, em 30 ms, apos outra colis~ao (C), o positron esta totalmente
(reduz o numero de colis~oes); e depois, que no nal do estagio III, os positrons connados
neste estagio ir~ao esfriar a temperatura ambiente (i.e., a temperatura do gas tamp~ao) em
poucos segundos, de modo a formar um plasma de facil manipulac~ao, que sera usado para
darsequ^encia asexperi^enciasde aplicac~ao.
E importante ressaltar que como o limiar de excitac~ao eletr^onica do N
2
e proximo do
limiar de formac~ao do positr^onio (porexemplo, a 11 eV estesdois processos podem ocorrer
com igual probabilidade) existe um limite na taxa de aprisionamento de positrons.
Atual-mente[32 ],estetipodearmadilhaecapazdeaprisionarcercade10 7
positronsporumtempo
limitadoapenaspelaaniquilac~aodestespositronscomogastamp~aooupelaexist^enciade
im-purezas. Alimitac~aoexistentenotempodeconnamentosedeveaofatodoconnamentode
positronsdentrodaarmadilhaserextremamentesensvelamanipulac~aodac^amaradevacuo.
Um aquecimento brando nas paredes da c^amara pode causar um decrescimo no tempo de
connamento caracterstico, ,enquanto quea introduc~ao de superfciesfriasde nitrog^enio
lquido em regi~ao proxima ao estagio III da armadilha, provoca aumento signicativo em
(pode-se teruma variac~ao de 1para 150s, porexemplo).
Figura 2.8: Terceiroequartoestagiosdaarmadilhamostradosemdetalhes.
Recentemente [32 ], um quartoestagio foi introduzidoparacompora armadilhade p
osi-trons (Figura 2.8). Este novo estagio consiste de um eletrodo montado a partir de outros
po-estudar modos de mais baixa ordem no caso de plasmas esferoidais. Em segundo, permite
demonstrar o acumulo de positrons do terceiro para o quarto estagio. E, nalmente, pelo
movimento da nuvem de positrons proxima ao detector de raiosgama, ele permitemedidas
do espectro de aniquilac~ao dosraiosgama a partirde positronsaniquiladosin situ.
Parareduzirosefeitosdeimpurezassobreotempodeconnamento,foiintroduzidoneste
quartoestagio (conformegura),dentroda c^amara devacuo,nitrog^eniolquidoarmazenado
dentro de um recipiente de metal (cujas paredes possuem espacos evacuados entre elas).
Como o eletrodo hiperbolicoe colocado entre duas capsulas de nitrog^enio lquido, o tempo
de vidados positronspassa a sertipicamente de 45s(com o gas tamp~ao presente)chegando
a 1700s sem apresenca do gastamp~ao (o uxo de bombeamento de N
2
e interrompidoapos
uma fasede carga).
2.3.2 Medidas Experimentais de Z
eff
Para medir o par^ametro de aniquilac~ao de gases, Surko et al. [37 , 38 , 39 ], inicialmente
inseriam diretamente no estagio III da armadilha de positrons, diversos gases e vapores a
baixa press~ao. As taxas de aniquilac~ao podiament~ao ser obtidas ao se medir o numero de
positrons remanescentes como func~ao do tempo de aniquilac~ao. O procedimento adotado
era o de se acumular positrons por um determinado perodo de tempo pre-xado (tempo
de armazenagem), aguardando-se ent~ao (tempo variavel) a aniquilac~ao destes (tempo de
aniquilac~ao). Os positrons remanescentes eram por sua vez descarregados sobre uma placa
metalica,ecomoauxliodeumcintiladorNaI(T1)acopladoaumtubofotomultiplicadorede
circuitoseletr^onicosdecontagemdepulsos,media-searadiac~aodeaniquilac~aocaracterstica
de0.511Mev. Nestetipodecintilador,aamplitudedopulsodeluzeproporcionalaonumero
de positronsremanescentes.
Comaintroduc~aodoquartoestagionaarmadilhadepositrons,umapequenamodicac~ao
foi feita no procedimento experimental [23 ]. Agora, gases ou vapores a serem estudados
s~ao inseridosdiretamente no estagio IV.Os positronss~ao acumulados (porumdeterminado
perodo de tempo) no estagio III e espera-se 1s para que eles termalizem, sendo logo em
seguida lancados no estagio IV, onde, a exemplo do procedimento anterior, espera-se por
cintiladorNaI(T1)paramedir aradiac~ao de aniquilac~ao caracterstica.
Ouso de gases de teste a baixa press~aoe de suma import^ancia,pois ira garantir que os
processosenvolvidossejambinarios,ouseja,ir~aoenvolverapenasumpositroneumamolecula
(colis~aounica), de modoque astaxas de aniquilac~ao possam sermedidascom boaprecis~ao.
Ofatodesetratarde colis~aounica efundamental,poisirapermitiracomparac~aodosnossos
resultados diretamente com osobtidosexperimentalmente.
Figura 2.9: Diagrama esquematico dos dois estagios naisdaarmadilha de positrons,acrescentados dos
equipamentosusadosparaestudosdeaniquilac~ao.
No caso de processos binarios, a taxa de aniquilac~ao, , pode ser expressa como uma
func~ao linear da densidade molecular,e esta relacionada com a press~ao do nitrog^enio (P
N2 )
e com apress~ao dogas deteste X(P
X
),ambasa temperaturaambiente,por
= 0 +AP N 2 +BP X ; (2.7)
onde A e B s~ao constantes proporcionais a Z
eff
do nitrog^enio e da molecula em estudo e
0
e a taxa de aniquilac~ao de outras possveis moleculas presentes na armadilha (agentes
contaminadores).
Porsuavez, paramoleculaseatomos pequenos,podemoscorrelacionara taxade
aniqui-lac~ao, coma taxa deaniquilac~aode Dirac [37 ]de positronsnumgas deeletronslivres,
=BP =(r ) 2
sendo r
0
o raio classico do eletron, c, a velocidade da luz e n
x
, a densidade do atomo ou
molecula. Para moleculas pequenas Z
eff
e interpretado por Surko et al., como sendo o
numeroefetivo deeletronsque participamdo processo deaniquilac~ao.
Paramoleculasgrandes, Z
eff
Z,eaideiadequepositronsinteragemcommoleculasem
colis~oes isoladas de curta durac~ao n~ao e mais aceitavel. Neste caso, a interpretac~ao dada
para a raz~ao Z
eff
/Z e a de que fornece aproximadamente a medida da durac~ao media da
resson^anciapositron-molecula [37 ,38 ]comrelac~aoadurac~aodeumacolis~aoelasticasimples.
Nestas resson^ancias, o positron gasta muito mais tempo nos arredores da molecula e, com
isso, aprobabilidadede aniquilac~ao porcolis~ao e correspondentementemaior.
Eimportante
ressaltar queemboraSurkoclassiqueoprocesso comosendoressonante,oqueelechamade
resson^anciae,naverdade,umamedida,umacorrelac~aocomotempogastopelopositronnos
arredoresda molecula.
Para seobter medidasde Z
eff
a varias temperaturas [34 ], pequenas alterac~oess~aofeitas
no procedimento experimental. No quarto estagio da armadilha, apos os positrons terem
termalizado,eaposobombeamentodegastamp~aotersidointerrompido,sebombeiaogasde
teste permitindoqueapress~aoseestabilizepor8s. Ospositronss~ao ent~aoaquecidosatraves
da aplicac~ao de um pulso de rudo RF (banda larga) a um dos eletrodos de connamento
(f20Mhz.). Os positronsaniquiladoss~ao medidosent~ao pelodetector NaI(T1).
Uma das diculdades que se encontra neste tipo de medida e que, apos o aquecimento
dos positrons, dois processos concorrentes passam a existir: a aniquilac~ao destes com o gas
de teste, e o resfriamento dos positrons devido a presenca do gas de teste. Para o caso de
gases nobres,ospositronseo gasde teste seresfriamatemperaturaambienteem umtempo
tpicode5 a10s. Paraconseguirobter a medida,e necessariofazer umamedidainicial para
quesepossaajustarotempode armazenagemdospositronsde formaaseobter umnumero
signicativode contagens.
Foi observado tambem que, quando se atinge uma determinada temperatura limite
du-ranteo aquecimento RF,ospositronss~ao expelidosdo pocode connamento,seaniquilando
nasparedesda armadilha. Esteprocesso ocorre ate umcurto intervalode tempoaposseter
desligadoopulsode aquecimento. Oaltonumerode medidasobservadasnosprimeiros
normalizaronumerode contagensobtidasacadaintervalodetempocomrelac~aoao numero
de positronspresentes na armadilhaduranteaqueleintervalo.
2.4 Medidas do Espectro de Energia de Raios- Aniquilados
Uma dascaractersticas principaisda interac~ao de positronscom a materia e o espectro
de energia de raios-gama aniquilados[40 ]. Este espectro fornece informac~oes dasfunc~oes de
ondadospositronsedos eletrons, dandoindicativosdosstiosondeocorre a aniquilac~ao.
Quando um positron se aniquila com um eletron, dois raios-gama de 511 keV s~ao
pro-duzidos com momentos lineares iguais e opostos. Se o centro de massa do sistema el
etron-positron esta se movendo, o espectro de raios-gama sera alterado por efeito Doppler. O
alargamento Doppler destes espectros e medido a partir da distribuic~ao de momento dos
pares positron-eletron [33 ]. Para entendermos como e possvel correlacionar o espectro de
energia de raios-gama resultante da aniquilac~ao de positrons em interac~oes com atomos ou
moleculas, comas componentesdo momento do parpositron-eletron aniquilado,precisamos
entenderinicialmentecomo s~ao feitasasmedidasdedistribuic~ao demomento.
2.4.1 Medidas de Distribuic~ao de Momento
Figura2.10: Ilustrac~aodomomentopdeumpareletron-positronaniquilando-se,edosmomentosde
raios-gamaresultantes
1 e
2
. Oeventodeaniquilac~aoemedidoatravesdedoisdetectorescolocadosa180 0
Um par eletron-positron aniquila emitindo dois raios-gama de 511 keV cada um, a
um ^angulo de 180 0
com relac~ao ao referencial do centro de massa das duas partculas. Ao
considerarmosoreferencialdolaboratorio,osraios-gamacarregamconsigoomomento inicial
do centro de massa do par. Com isso, o ^angulo de emiss~ao dos fotons, um com relac~ao
ao outro, sera diferente de 180 0
(conforme podemos observar na Figura 2.10), devido as
componentes perpendiculares p
x e p
y
do momento do par eletron-positron. Neste caso, o
^
angulodede ex~ao[33 ]seradadopor(paraseobterasexpress~oesabaixo,bastaconsiderarmos
a conservac~ao demomento lineare a conservac~ao de energia)
= 2 x + 2 y 1=2 ; (2.9)
sendo que,quandop
x ,p y m 0 c, j ' p j m 0 c : (2.10)
Temos j =xou y, c,a velocidadeda luze m
0
,amassa derepousodo eletron.
Aalterac~aoDopplernaenergiadosraios-gamasera devidoacomponentelongitudinaldo
momento dopar eletron-positron,p
z
,e poderaser expressacomo
E= p z 2m 0 c E 0 = cp z 2 ; (2.11) poisE 0 =m 0 c 2 .
Nocasoemqueomeioaserinvestigadoeumsolidocristalino,p
x ep
y
podemserdistintos.
Ja para meios lquidos ou gasosos, as tr^es componentes do momento s~ao equivalentes (e
tomada amediarotacionaldadistribuic~aodemomento). Neste casopodemosreescreverE
como E =m 0 c 2 2 : (2.12)