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Professor saudável, escola viva : um olhar para o estresse docente

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

ALINE CAROLINA ERNESTO DA SILVA AMARAL

PROFESSOR SAUDÁVEL, ESCOLA VIVA: UM OLHAR PARA O

ESTRESSE DOCENTE

CAMPINAS

2018

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ALINE CAROLINA ERNESTO DA SILVA AMARAL

PROFESSOR SAUDÁVEL, ESCOLA VIVA: UM OLHAR PARA O ESTRESSE DOCENTE

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de mestra em Ciências, na área de concentração da Saúde da Criança e do Adolescente.

ORIENTADOR: ANTONIO DE AZEVEDO BARROS FILHO

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO

DEFENDIDA PELA ALUNA ALINE CAROLINA ERNESTO DA SILVA AMARAL E ORIENTADA PELO PROF. DR ANTONIO DE AZEVEDO BARROS FILHO.

CAMPINAS 2018

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Dedico esse trabalho aos meus queridos professores, que desde a tenra idade até o amadurecimento,

me fizeram entender o quanto sou

importante e que posso deixar minha luz brilhar!

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"O Nosso maior medo não é sermos inadequados. Nossos maiores medos são os de sermos poderosos além da conta. É nossa luz, e não nossa obscuridade que mais nos apavora. Ser pequeno não serve ao mundo, não há nada de sábio, em se encolher para que as outras pessoas não se sintam inseguras ao seu redor. Nós todos fomos feitos para brilhar como as crianças, não está apenas em alguns de nós, está em todos. E na medida em que deixamos a nossa luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas a permissão para fazer o mesmo.

Na medida em que nos liberamos dos nossos medos, nossa presença automaticamente libera os outros"

-Timo Cruz (Coach Carter – Treino para a vida)

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Agradecimento

Sou grata...

À Deus por seu amor incondicional e por preparar tudo para mim. “Tudo o que tenho, tudo o que sou...”

Ao Dr. Barros pelas nossas conversas, orientação, enorme paciência; e por me inspirar com tanta inteligência, conhecimento e amor à pesquisa. Sua generosidade me fez caminhar frente aos desafios. Serei sempre grata!

Ao meu amado Felipe, marido, companheiro, paizão, que me ama e apoia a todo momento. Sem você nada disso seria possível!

Às minhas bênçãos Ana Carolina e Helena pelo amor, paciência, por entender as ausências e por me permitir, a cada dia, amar o que faço de melhor: ser mãe!

Aos meus pais, Márcia e Nelson, aos meus sogros Ligia e Amaral e a tia Laís, pelo amor, apoio e horas de trabalho dedicado às minhas pequenas. Quando não pude cuidar, elas estavam em excelentes mãos.

À Daniela de Assumpção, pessoa incrível, um exemplo de pesquisadora, que me inspirou e ajudou na construção e desenvolvimento do trabalho. A ti minha eterna gratidão! À Helen por acreditar que eu poderia fazer parte dessa escola maravilhosa que é a Unicamp. Realmente a experiência foi um divisor de águas em minha vida. Amei!

Aos queridos amigos e professores do Ambulatório de Obesidade (Dra. Mariana,

Dra. Maria Ângela, Dr. Teixeira, Dr. Barros, Silvia, Natalia, Fábio, Mariana, Silene, Daniela, Dione) com quem tive o privilégio de trabalhar, aprender e compartilhar experiências.

Agradeço toda a alegria e paixão no cuidado com as nossas crianças.

Às queridas, Helen, Ivy e Mary parceiras de projeto e também amigas para vida. Chegou a minha hora! Valeu!

Às queridas amigas, Silvia Helena, Natalia Pizzol, Soraya, Daniele

Luchiari,Tais S, Sabrina, Tais, Rosa, Giovanna Camargo, Cilene, Mariana, Márcia Regina, Marcia , Elisangela, Prisciane, Ana Laurem, Ana Cléia, Tatiane Vianna, Julia, Gisele, Damares, Fernanda, Renata Rúbia, Ana Claudia , Suse, Silvana, Krellis, Graciele, Janaina, Mirela, Natalia, Raquel, Angelita, Claudia Matrigani, Alessandra, Flavinha, Flávia , Maysa, Bianca, Nana, dra.Izilda, Cássia, Sumaya, Isa Amaral, Aline Paula, Ju

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Antonelli, Na Antonelli, Karina, Vanessa, Camila, Denise, Cris, vó Luzia e à todas as Mulheres Guerreiras (família) que me ajudaram na caminhada, estimulando, ensinando,

emprestando o ombro amigo, compartilhando um café, orando, ajudando no que era possível, mas acima de tudo, demonstrando todo carinho que sentiam por mim! O que seria de mim sem essa galera?

Ao lado masculino, Neto (meu irmão querido), Fabio, Jé, Guto e Rinaldo, a toda atenção, palavras, apoio e orações que me ajudaram a fortalecer nesta caminhada.

Às queridas Márcia e Sandra, secretárias queridas e atenciosas da Unicamp, vocês e toda equipe são partes fundamentais dessa trajetória. Com imenso carinho, muito obrigada!

Ao Colégio Renascer e à diretora Rosângela, por me apoiar na conclusão desse trabalho me ajudando com seu tema que é inspirado no projeto desenvolvido em sua escola. Meu coração transborda de alegria quando vejo instituições que valorizam o professor.

À todas as pessoas que direta ou indiretamente participaram comigo desse desafio.

Obrigada!!!

Ao sempre amado Zezo (in memorian), meu querido pai, junto à minha mãe

Márcia, que me apresentaram o prazer, a dor e o amor de trabalhar com a educação. Com

certeza esse amor que floresce em meu peito pela escola, pelas crianças e por ser educadora, vêm daquela semente por vocês plantada. Sou eternamente grata!

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RESUMO

O Programa Escola Promotora da Saúde, iniciado no Brasil com o objetivo de implantar políticas de promoção e cuidados com a saúde, propõe o desenvolvimento de ações para melhorar a saúde, bem-estar e a qualidade de vida no ambiente escolar. Neste contexto o professor é um importante mediador que atua diretamente no processo de formação da conduta e aprendizado dos seus alunos. No entanto, a profissão de professor se destaca como uma das mais relacionadas ao estresse, apresentando elevadas prevalências de adoecimento físico e emocional. Os objetivos desse estudo foram verificar a prevalência de estresse em professores brasileiros por meio de revisão sistemática e estimar a prevalência de estresse em professoras do ensino fundamental de Sorocaba/SP, segundo variáveis sociodemográficas, de estilo de vida e relacionadas à presença de sintomas no trabalho. Foi realizado um estudo transversal nas escolas públicas estaduais de Sorocaba, nos anos de 2013 e 2014. A coleta de dados foi composta por questionário autoaplicativo para obtenção de informações demográficas, de estilo de vida, de saúde e estresse. O estresse foi avaliado pelo Inventário de Sintomas de Estresse para Adultos de Lipp (ISSL,2000). Para análise comparativa desse estudo, as associações entre variáveis independentes e o estresse e suas fases, foram calculados pelo teste qui-quadrado. Considerou-se estatisticamente significante, valores de p<0,05. Os resultados da amostra (n=279), foi composta, em sua maioria, por mulheres entre 40 e 49 anos (43%), casadas/união estável (68%), ≥ 2 filhos (51,6%), ≥21 anos de magistério (55,8%), e acima do peso/obeso (68,5%). Os estudos mostraram que quase a metade da população estudada apresentou estresse e sua prevalência esteve em torno de 42,4% das professoras do ensino fundamental I. A maioria das professoras estavam nas fases de alerta ou resistência. O estresse associou significativamente com a variável estado conjugal e com sintomas como excesso de sono no trabalho; cansaço em braços, mãos, pernas e pés; cefaleia; irritabilidade; diminuição da resistência física; angústia; tristeza; taquicardia; queimação no estômago; falta de apetite. Esses resultados foram semelhantes aos descritos na literatura, o que nos sinaliza a importância de ações preventivas para o cuidado com o professor.

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ABSTRACT

The Health Promoting School Program, initiated in Brazil with the objective of implementing health promotion and care policies, proposes the development of actions to improve health, well-being and quality of life in the school environment. In this context the teacher is an important mediator who acts directly in the process of training the conduct and learning of his students. However, the profession of teacher stands out as one of the most stress-related, presenting high prevalences of physical and emotional illness. The objectives of this study were to verify the prevalence of stress in Brazilian teachers through a systematic review and to estimate the prevalence of stress in elementary school teachers in Sorocaba / SP, according to sociodemographic, lifestyle and related symptoms at work. A cross-sectional study was carried out in the state public schools of Sorocaba, between the years of 2013 and 2014. The data collection was composed of a self-administered questionnaire to obtain demographic, lifestyle, health and stress information. Stress was evaluated by Lipp's Inventory of Stress Symptoms for Adults (ISSL, 2000). For comparative analysis of this study, the associations between independent variables and stress and their phases were calculated by the chi-square test. Values of p <0.05 were considered statistically significant. The results of the sample (n = 279) were composed mostly of women between 40 and 49 years (43%), married / stable union (68%), ≥ 2 children (51.6%), ≥21 years of teaching (55.8%), and overweight / obese (68.5%). Studies showed that almost half of the population studied presented stress and its prevalence was around 42.4% of elementary I school teachers. Most of the teachers were in the alert or resistance phases. Stress was significantly associated with the variable marital status and with symptoms such as excessive sleep at work; tiredness in arms, hands, legs and feet; headache; irritability; decreased physical endurance; anguish; sadness; tachycardia; stomach burn; lack of appetite. These results were similar to those described in the literature, which indicates the importance of preventive actions for care with the teacher.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CQ Caderno de questões

EPS Escolas Promotoras de Saúde

FCM-UNICAMP Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas HTPC Horário de trabalho pedagógico coletivo

IMC Índice de Massa Corporal

IDHM Índice de Desenvolvimento Humano Municipal OIT Organização Internacional do Trabalho

OMS Organização Mundial de Saúde OPAS Organização Pan-Americana da Saúde TCLE Termo de consentimento livre e esclarecido

WHO World Health Organization (Organização Mundial de Saúde)

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO GERAL 13

1.1 A história da saúde na escola 13 1.2 O papel do professor 14 1.3 O estresse e o trabalho docente 15

2. OBJETIVOS 17

2.1 Objetivo Geral 17 2.2 Objetivos Específicos 17 3. MÉTODOS 18

3.1 Tipo, local e população de estudo 18 3.2 Critérios de inclusão e exclusão 19 3.3 Tamanho da amostra 19 3.4 Coleta de dados 20 3.5 Instrumentos e métodos de avaliação 21 3.6 Análise de dados 22 4. RESULTADOS 23

4.1 Artigo 1 23

4.2 Artigo 2 38

5. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO GERAL 53

REFERÊNCIAS 55

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1. INTRODUÇÃO GERAL

1.1 A história da saúde na escola

A saúde da criança e do adolescente é um dos desafios da saúde pública do nosso país e tais preocupações em orientar a população frente aos cuidados com a saúde e a vida advém do modelo iniciado na Alemanha.O Sistema Frank (Johann Peter Frank) publicado em 1779, foi um guia abrangente escrito sob a inspiração do pensamento político e econômico vigente no final do século XVII e no início do século XVIII para a orientação da população quanto ao tema1.

A Alemanha foi pioneira nas políticas médicas que exerciam influência na saúde escolar. O Estado assumia a função de zelar pela saúde, cabendo aos médicos não somente tratar os doentes, mas também controlar alguns aspectos da vida dessa população. Assim essa proposta foi ganhando proporção em todo continente Europeu e aos poucos chegou nos Estados Unidos da América1. No Brasil os primeiros estudos sobre a saúde escolar se deram a partir de 18502, mas somente ganhou incentivo a partir do século XX, pois nessa época o contexto histórico social foi marcado pela grande imigração e graves problemas de saúde pública. A varíola, cólera, peste bubônica e febre amarela eram os principais problemas de saúde vividos nesta época. Existia alta mortalidade da população geral e principalmente das crianças3.

No transcorrer do século XX, a saúde escolar no Brasil apresentou avanços deslocando o discurso tradicional, da lógica biomédica, para a concepção de uma nova estratégia: a Iniciativa Regional das Escolas Promotoras de Saúde. A Organização Pan Americana de Saúde desde 1995 estimulou a implantação de Escolas Promotoras de Saúde (EPS), para fortalecer e capacitar os indivíduos para atuar no controle de sua saúde, reduzindo os fatores de risco e favorecendo os fatores protetores e saudáveis1. A EPS possibilitou a mudança do paradigma tradicional articulando o trabalho entre educação, saúde e sociedade, na América Latina e Caribe. Essa estratégia de promoção de saúde está relacionada a três componentes4:

1. Educação para saúde com enfoque integral, incluindo o desenvolvimento de habilidades para a vida;

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3. Oferta de serviços de saúde, alimentação e vida ativa.

Diante desses componentes, o objetivo da EPS é promover saúde, bem-estar e melhorar a qualidade de vida de toda a comunidade escolar, composta por alunos, professores, funcionários e familiares. Colaborando para o desenvolvimento e relacionamento humano saudável, promovendo aptidões e autonomia para os cuidados com a saúde, assegurando um espaço físico seguro e adequado à aprendizagem. Enfatiza que a relação existente entre a saúde e a educação não se restringe à sua função pedagógica, mas a um conceito mais amplo5.

Essas práticas baseadas nas propostas da Carta de Ottawa, possuem uma visão integral do indivíduo, considerando sua esfera familiar, comunitária e social6. Neste contexto, a escola se mostra como ambiente favorável à disseminação dos assuntos relacionados ao tema saúde e qualidade de vida, pois possui função social além de potencial para o desenvolvimento de um trabalho sistematizado e contínuo7.

Em face do exposto percebe-se que o professor do ensino fundamental apresenta grande importância não só no processo de alfabetização, mas também como mediador que trabalha na formação e no desenvolvimento de hábitos de vida saudáveis.

1.2 O papel do professor

Com a introdução da Escola Promotora da Saúde (1995), o professor passa a ter um papel de grande importância, pois está em contato direto com crianças em processo de formação de condutas8. Além da função do ensino de disciplinas tradicionais, é também atribuído aos professores o ensino dos hábitos de saúde.

Porém, atualmente, os professores acumulam responsabilidades, e à docência passa a ser muito mais do que dar aulas. Entre suas funções estão a de planejar e preparar aulas, fazer avaliações, prestar contas para a escola, pais e responsáveis, participar de reuniões, atender e ouvir os alunos, colocando limites e ajudando no comportamento dos mesmos5.

Entretanto transmitir conceitos sobre saúde, inserindo-os nas disciplinas, não garante que crianças e adolescentes desenvolvam tais atitudes ou adotem comportamentos e hábitos de vida saudáveis. O professor deve ser um exemplo de hábitos e atitudes saudáveis pois a criança assimila o conteúdo que é vivido no seu dia-a-dia, construindo o conhecimento

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necessário para sua formação. O ensino deve basear-se em uma concepção dinâmica da saúde, pautado por relações sociais e culturais5.

Perante ao acúmulo de tarefas e da desvalorização profissional, como pode o professor influenciar positivamente os cuidados com a saúde e qualidade de vida da comunidade escolar?

Sabe-se que entre os fatores que impactam a qualidade de vida e a saúde do professor, figuram o estresse e suas consequências.

O objetivo deste estudo foi avaliar o estresse, sua prevalência e influência na saúde de docentes do Ensino Fundamental I.

1.3 O estresse e o trabalho docente

Apesar do estresse ser uma reação normal do organismo e indispensável para a sobrevivência humana, pode também resultar em inúmeras consequências negativas para a saúde e para a qualidade de vida do professor. Muitos estudos evidenciam que o estresse no trabalho pode provocar diversas formas de adoecimento, que acabam aumentando o número de licenças médicas, queda de produtividade e dificuldades nos relacionamentos interpessoais9.

O “stress”, palavra utilizada por Hans Selye (1936) para descrever um conjunto de reações do organismo, foi definido por Lipp10 “como uma reação complexa e global do

organismo, envolvendo componentes físicos, psicológicos, mentais e hormonais, que se desenvolvem em etapas, ou fases”. Pode se manifestar em qualquer pessoa, pois todos podem

passar por situações que ultrapassam a capacidade física e emocional de resistir. O estresse constante e intenso provoca um desgaste físico e/ou mental que pode gerar o envelhecimento precoce, o aparecimento de doenças, levando o indivíduo até a morte11.

O estresse pode se desenvolver a partir de fatores externos e internos. Para o professor eles podem ser desde uma sobrecarga de trabalho, como o relacionamento com a direção escolar e a equipe, a auto cobrança, o salário insuficiente ou até mesmo a falta de expectativa de melhoria profissional12. A interação do professor com o aluno também pode influenciar de forma positiva ou negativa a relação com seu trabalho, sua saúde e o estresse 12,13.

(16)

No dia-a-dia, as situações a que os professores estão submetidos, são estímulos constantes e podem ser encarados como fontes de prazer ou sofrimento, que vão depender da capacidade de adaptação emocional ao seu trabalho. Nessa circunstância, o professor pode responder às situações com recursos adequados de enfretamento ou com o desenvolvimento de enfermidades psíquicas e/ou físicas14. Quando as respostas aos fatores estressantes são frequentemente negativas, o professor perde o interesse pelo seu trabalho, chegando até mesmo a abandonar e profissão.

A Organização Mundial do Trabalhoconsidera a docência uma das profissões mais estressantes. Professores têm apresentado risco de sofrimento psíquico e desenvolvimento de transtornos assim como a outros grupos de trabalhadores da área de saúde e segurança.13,14

As intervenções focadas no trabalhador contribuem para a prevenção de doenças, pois atuam como ferramenta em programas de promoção de saúde no ambiente organizacional. Desenvolver medidas de profilaxia do estresse e intervir no ambiente de trabalho, pode propiciar um sentimento de satisfação com o trabalho e um ambiente mais harmônico12-14.

Com um manejo adequado, as instituições não poderão evitar o estresse, mas é possível conhece-lo e controla-lo, auxiliando assim o professor a enfrentar de maneira positiva e adequada o desgaste de sua vida profissional15.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Avaliar a prevalência e os fatores associados ao estresse em professoras do Ensino Fundamental I, do município de Sorocaba, São Paulo.

2.2 Objetivo Específico

2.2.1 Artigo 1 – Verificar a prevalência de estresse em professores brasileiros por meio de revisão sistemática.

2.2.2 Artigo 2 – Estimar a prevalência de estresse em professoras do ensino

fundamental de Sorocaba/SP, segundo variáveis sociodemográficas, de estilo de vida e relacionadas à presença de sintomas no trabalho.

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3. MÉTODOS

Este trabalho faz parte de um projeto maior intitulado “Estilo de Vida, Condições

de Saúde e Qualidade de Vida de Professoras do Ensino Fundamental das Escolas Públicas de Sorocaba”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da

Unicamp - Campinas/SP em 21 de dezembro de 2011, parecer número 1290/2011 (Anexo 1). O estudo obedece às recomendações para pesquisas biomédicas envolvendo seres humanos de acordo com a Resolução nº196 de 10 de outubro de 1996 estabelecidas pelo Conselho Nacional de Saúde, de acordo com a determinação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Estadual de Campinas.

3.1 Tipo, local e população de estudo

Trata-se de um estudo transversal com professoras do ensino fundamental I (1º ao 5º ano), dos períodos matutino e vespertino, das escolas públicas estaduais de Sorocaba, São Paulo.

Sorocaba localiza-se na região sudoeste do Estado de São Paulo, há aproximadamente 100 km da capital estadual. Com uma população estimada de 659.871 habitantes (2017), dos quais (51,1% são mulheres) é o nono município mais populoso do Estado e o décimo quarto mais populoso do Brasil16.

A taxa de escolarização do ensino fundamental no município foi de 98,1% em 2010 o que posicionou a cidade no ranking de número 317 de 654 entre as cidades do estado. Em 2012 existiam aproximadamente 181 escolas de ensino fundamental entre públicas e privadas. Entre as escolas de ensino fundamental 42 eram escolas públicas municipais, 84 escolas estaduais e 55 pertencentes à rede privada. Foram realizadas em 2012 mais de 83 mil matrículas nesta fase do ensino17.

(19)

O PIB “per capita” em 2015 foi de 47.396,33 e o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) foi de 0,798. Apresenta 98% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 82.2% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 48.5% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio).

Em 2013, no ano em que esse projeto foi desenvolvido, segundo a Diretoria de Ensino do município, existiam 32 escolas estaduais com ensino fundamental I, e atualmente são 21, pois, as escolas estão em processo de municipalização dos fundamentais18.

Sorocaba contava com 3969 docentes do ensino fundamental em 2012, dos quais, 941 atuavam nas escolas municipais, 916 nas privadas e 2112 nas estaduais, ou seja, 23,7% eram da rede municipal, 53,2% da estadual e 23,1% de escolas privadas. No Estado de São Paulo, 35% dos docentes do ensino fundamental atuam em escola Pública Municipal, 41% em escola Pública Estadual e 23% em escola privada. Neste sentido, Sorocaba se apresenta como um município representativo para este estudo, pois a distribuição dos docentes na rede de ensino é representativa do Estado de São Paulo17,18.

3.2 Critérios de inclusão e exclusão

Foram visitadas 29 das 32 escolas públicas estaduais do município. Apenas 3 escolas não apresentaram o interesse em participar. Foram incluídos no estudo todos os professores presentes no dia agendado para a pesquisa, que aceitaram participar e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Para análise, foram excluídos os professores do sexo masculino, que apresentavam uma mostra pequena o que não possibilitaria a comparação com o sexo feminino.

3.3 Tamanho da amostra

Em 2012 existiam 32 escolas na rede estadual e estimados 420 professores no ensino fundamental I, aproximadamente 85% mulheres, o que totalizou uma população de 357 indivíduos. Após as inclusões e exclusões acima citadas, a amostra apresentou o n = 279.

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3.4 Coleta de dados

A coleta de dados foi realizada em 3 etapas.

1ª Etapa: Efetuamos o contato telefônico com cada escola, para o agendamento de uma visita inicial e assim apresentar ao diretor e coordenador do ensino fundamental I a proposta.

2ª Etapa: Foi realizada a visita para explanação detalhada dos objetivos do projeto, dos métodos que seriam aplicados, apresentação do material, questionário impresso e instrumento de avaliação das professoras (equipamento de bioimpedância) que seria utilizado durante a pesquisa. Sugerimos aos diretores, que a pesquisa fosse desenvolvida durante o horário do trabalho pedagógico coletivo (HTPC). O HTPC é uma reunião semanal que ocorre em cada escola, em horário fixo, com o grupo de professores e coordenador, com duração de aproximadamente uma hora e meia.

3ª Etapa: Encontro agendado com os professores de cada escola. Os sujeitos da pesquisa foram esclarecidos quanto aos objetivos do estudo e convidados a participar. Com o convite aceito, foi entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), o caderno de questões (CQ), intitulado “Caderno de Avaliação dos Hábitos de Vida, Saúde e Qualidade

de Vida das Professoras do Ensino Fundamental” e realizada a avaliação do peso e da

composição corporal.

O TCLE (Anexo 2) aborda os objetivos e sistemática deste estudo; explica o método utilizado; declara de que não há riscos previsíveis; relata que o participante tem, em qualquer tempo, o direito de questionar sobre maiores informações do processo; garante de que o participante desta pesquisa terá total liberdade de recusar ou retirar o consentimento de participação, sem qualquer tipo de penalização, bem como garante a ele total sigilo e privacidade e solicitação do uso de suas produções somente para esta pesquisa.

O Caderno de Questões (Anexo 3) consiste em questionário autoaplicativo agrupado em sete módulos: 1. Dados Gerais; 2. Hábitos de Vida; 3. Condições de Saúde; 4. Qualidade do Sono; 5. Estresse; 6. Ansiedade; 7. Qualidade de Vida Relacionada à Saúde. Para este trabalho, foram utilizados os módulos 1, 2,3,4 e 5 com diferentes questionários descriminados abaixo.

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Juntamente com os questionários, foram entregues envelopes sem identificação, a fim de preservar o sigilo do professor. Os envelopes contendo cada TCLE e CQ foram entregues pelas professoras aos pesquisadores, após preenchimento.

3.5 Instrumentos e métodos de avaliação

A avaliação do estado nutricional foi calculada mediante dados de peso avaliado e estatura referida, para posterior cálculo do índice de massa corporal (IMC)19. Para a avaliação do peso, foi utilizada uma balança digital Tanita®, modelo BC-1500, com escala de 100g. As professoras foram posicionadas no centro do equipamento, descalças, eretas, com os pés juntos e os braços estendidos ao longo do corpo20.

O estado nutricional foi classificado segundo critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS), que considera que adultos com Índice de Massa Corpórea (IMC) abaixo de 18,5 em estado de desnutrição, entre 18,5 e 24,9kg/m2 possuem peso na faixa normal (ou adequada). Adultos com IMC entre 25 e 29,9kg/m2 possuem sobrepeso e IMC acima de 30kg/m2 representa obesidade19.

O questionário autoaplicativo foi composto por: 1. Caracterização geral da população estudada (idade, estado civil, número de pessoas com quem mora, número de filhos, tempo de docência, períodos de trabalho, autoavaliação do estado geral de saúde); 2. Avaliação do estilo de vida (questionário adaptado do sistema VIGITEL 21); 3. Questionário PSQI- Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh22; 4. Inventario de Sintomas de Estresse para Adultos de Lipp (ISSL) 23, para a avaliação do estresse; 5. Inventario de Ansiedade de Beck24. Para a pesquisa foi utilizado os itens 1, 2 e 4 do questionário.

O ISSL visa identificar de modo objetivo a sintomatologia que o paciente apresenta, avaliando se possui os sintomas de estresse, o tipo de sintoma e a fase que se encontra. Apresenta um modelo quadrifásico do estresse e seus efeitos podem se manifestar tanto na área somática como na cognitiva e aparecem em sequência e gradação de seriedade a medida que suas fases do estresse se agravam. O ISSL e composto de três quadros referentes as fases do estresse. Inclui 37 itens de natureza somática e 19 psicológicas, sendo os sintomas muitas vezes repetidos, mas diferindo na intensidade e seriedade. O inventario foi validado por Lipp & Guevara em 1994 e permite realizar um diagnóstico preciso de estresse e determinar

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em que fase o indivíduo se encontra. É destinado ao uso com jovens e adultos10. As fases de estresse, segundo Lipp10 são:

1. Alerta: Considerada a fase positiva do estresse. “o ser humano se energiza através da

produção da adrenalina, a sobrevivência é preservada e uma sensação de plenitude é frequentemente alcançada”

2. Resistência: “a pessoa automaticamente tenta lidar com os seus estressores de modo a

manter sua homeostase interna. Se os fatores estressantes persistirem em frequência e intensidade, há uma quebra na resistência da pessoa e ela passa à fase de

quase-exaustão.

3. Quase-Exaustão: “nesta fase o processo do adoecimento se inicia e os órgãos que

possuírem uma maior vulnerabilidade genética ou adquirida passam a mostrar sinais de deterioração. Se não há alívio para o stress por meio da remoção dos estressores ou pelo uso de estratégias de enfrentamento, o stress atinge sua fase final, a da exaustão.”

4. Exaustão: “Quando doenças graves podem ocorrer nos órgãos mais vulneráveis, como

enfarte, úlceras, psoríase, depressão e outros.”

3.6 Análise de dados

Para a análise dos dadosonde se avaliou a presença de estresse em professoras de Sorocaba, foram testadas das associações entre as fases de estresse e as variáveis independentes, por meio do teste qui-quadrado com nível de significância de 5%. As analises foram realizadas no programa Stata 11.0. ( Stata Corp,College Station, Estados Unidos).

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4. RESULTADOS

Prevalência do estresse e os fatores de risco na saúde dos professores brasileiros: uma revisão sistemática

Aline Carolina Ernesto da Silva Amaral1 Daniela de Assumpção1

Helen Rose Pereira1

Antonio de Azevedo Barros Filho1

1 Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) / Faculdade de Ciências Médicas / Departamento de Pediatria

Correspondência para:

Antonio de Azevedo Barros Filho

Faculdade de Ciências Médicas, Departamento de Pediatria. Rua Alexander Fleming,181, Cidade Universitária

CEP: 13083-970 Campinas, SP – Brasil

E-mail: abarros@fcm.unicamp.br

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RESUMO

O objetivo deste estudo foi identificar a prevalência do estresse e seus fatores de risco na saúde de professores brasileiros. Por meio de revisão sistemática nas bases de dados Lilacs, Medline e Scielo foram selecionados títulos publicados no intervalo de dez anos referentes ao estresse na vida de professores brasileiros e seus fatores de risco. Foram excluídos artigos específicos sobre a Síndrome de Burnout e outros transtornos psíquicos, bem como artigos de outras nacionalidades. Os trabalhos selecionados, mostraram alta prevalência de estresse, em torno de 59% dos participantes. Estes apresentavam sintomas de estresse físicos e psicológicos. A maioria dos participantes eram mulheres, com idade média de 40 anos, casadas, com filhos, com uma média de 13 anos de tempo de serviço e com elevada carga horária de trabalho (44 horas semanais). Os fatores predominantes que estressavam os professores foram em sua maioria a dupla jornada de trabalho, multiplicidade de tarefas, baixos salários, barulho nas salas, relações família- escola, alunos despreparados, preocupação com o aprendizado do aluno, prazos institucionais e levar trabalho para casa. Apesar deste cenário, o número de publicações sobre o estresse dos professores brasileiros ainda é pequeno e com limitações metodológicas em relação aos dados, números amostrais e diferentes formas de avaliação.

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ABSTRACT

The objective of this study was to identify stress prevalence and its risk factorsin the health of

Brazilian teachers. Through a systematic review in Lilacs, Medline and Scielo databases, titles published in a period of ten years referring to stress in the life of Brazilian teachers and their risk factors were selected. Specific articles on Burnout Syndrome and other psychic disorders were excluded, as also as articles of other nationalities. Selected studies showed a high prevalence of stress, around 59% of the participants. These showed symptoms of physical and psychological stress. The majority of the participants were women, with an average age of 40 years, married, with children, average of 13 years of service and with a high workload (44 hours a week). The predominant factors that stressed teachers were double work shift, multiple tasks, low salaries, noise in the classrooms, family-school relations, unprepared students, concern with student learning, institutional deadlines and taking work home. Despite of this scenario, the number of publications on Brazilian teacher’s stress is still small and has methodological limitations in terms data; sample numbers; and different methods of evaluation.

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INTRODUÇÃO

No Brasil, o Ministério da Saúde instituiu em 2003, o Programa Saúde na Escola (PSE), com o objetivo de implantar políticas de promoção e cuidados com a saúde, envolvendo toda a comunidade escolar. Essa iniciativa baseada nas Escolas Promotoras de Saúde trata-se de um projeto de âmbito internacional, proposto pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e Organização Mundial da Saúde (OMS), que propõem o desenvolvimento de capacitações, projetos e ações educativas em saúde para melhorar a qualidade de vida dos alunos, professores e toda comunidade escolar, ampliando o conhecimento que começou a fazer parte do cotidiano escolar.1

O professor é um importante interlocutor e agente de transformação na vida das crianças, pois atua diretamente no processo de formação de conduta, fato que sinaliza a relevância de avaliar a condição de saúde e o estilo de vida deste segmento de trabalhadores 1,2. A profissão de professor destaca-se como uma das mais relacionadas ao estresse apresentando elevadas prevalências de adoecimento físico e emocional, como a síndrome de

Burnout, distúrbios vocais, transtornos psicológicos, ansiedade, depressão e estresse.3,4,5

Os professores acumulam responsabilidades, como cumprir e adequar o conteúdo pedagógico, conduzir e orientar comportamentos dos alunos, realizar atividades extraclasse, fazer correções, planejar rotinas, lidar com a indisciplina, com a falta de estrutura das salas de aula, trabalhar com números elevados de alunos, barulho intenso, entre outras demandas que somados à baixa remuneração fazem dessa profissão uma das mais estressantes da atualidade.3,6

Na economia, o impacto negativo do estresse tem sido avaliado de acordo com os

achados de que trabalhadores estressados têm seu desempenho prejudicado, aumentando o absenteísmo, a rotatividade de funcionários, o número de acidentes de trabalho e os gastos com saúde7. É importante pensar o efeito do estresse sobre os aspectos econômicos, sociais e de saúde7.

De acordo com a International Stress Management Association /Brasil (ISMA – BR), 70% da população economicamente ativa do país sofria com os males causados pelo excesso de estresse.8 Em 2012 a pesquisa realizada nos Estados Unidos, Alemanha, França, Brasil, Israel, Japão, China e Fiji mostrou que os brasileiros ocupavam o segundo lugar em relação às pessoas com alto nível de estresse, ficando atrás apenas dos Japoneses8.

Em 1936, Hans Selye apresentou o conceito de estresse em uma precisa versão endocrinológica, a qual é utilizada até os dias atuais. O estresse é constituído por um conjunto

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de alterações psicofisiológicas que podem levar o organismo ao desequilíbrio9. Pode atingir qualquer pessoa, pois todas estão sujeitas a um excesso de fatores estressantes que ultrapassam sua capacidade física e emocional de resistir. A esse conjunto de reações, observadas em pacientes que sofriam de diferentes doenças, Hans Selye9 denominou-as de “síndrome geral de adaptação” ou “síndrome do estresse biológico” ou conhecida apenas como a “síndrome do simplesmente estar doente”. Tal como concebido por Selye, o estresse corresponde a uma quebra no equilíbrio interno do organismo, ao qual este reage procurando recuperá-lo3,4,9. Este trabalho tem como objetivo verificar a prevalência de estresse em professores brasileiros e os fatores de risco, por meio de revisão sistemática.

MÉTODOS

Trata-se de uma revisão sistemática de literatura realizada no período de novembro de 2016 a abril de 2017, na Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, sobre a prevalência do estresse e os fatores de risco na saúde dos professores brasileiros. Como estratégia de busca para seleção dos estudos foram consultadas as bases de dados Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e National Library of Medicine (Medline, USA) e foram empregados os descritores obtidos junto ao DeCS/MeSH (Descritores em Ciências da Saúde), que foram: docentes/estresse/saúde. A pesquisa foi realizada combinando esses termos, nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola., considerando o período de janeiro de 2006 a abril de 2017.

As publicações foram pré-selecionadas pelos títulos, os quais deveriam conter como primeiro critério o termo completo ou referências ao menos a um dos desfechos de interesse. Foram incluídos estudos com professores da Educação Básica ao Ensino Médio. Participaram do estudo escolas públicas (estaduais e municipais). Foram excluídos artigos repetidos, de revisão e aqueles que não contemplavam os objetivos deste estudo. Os artigos específicos sobre síndrome de Burnout e outros transtornos psíquicos, e sobre o estresse nos professores de outras nacionalidades também foram excluídos, totalizando assim 11 artigos para análise desta revisão. Entre eles encontramos 5 estudos transversais, 2 exploratórios descritivos, 2 correlacionais, 1 longitudinal e 1 caso-controle.

(28)

FIGURA 1 – FLUXOGRAMA DE DELINEAMENTO DOS ARTIGOS ESCOLHIDOS

Referências após a aplicação dos filtros (n=643) Eliminados após a aplicação de

filtros (n=111)

Referências identificadas na primeira busca dos dados: Lilacs (453), Scielo (23), Medline (278)

(n=754)

Artigos selecionados para leitura na integra

(n=56)

Eliminados após a exclusão de artigos duplicados, leitura do título

e pré-análise dos resumos (n=587)

Artigos excluídos após leitura na integra

(n=45)

Artigos selecionado após a leitura na integra

(n=11)

Artigos incluídos na revisão sistemática

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RESULTADOS

Nos estudos revisados, os instrumentos utilizados para a avaliação, em geral, foram questionários auto aplicados com informações sociodemográficas (sexo, idade, cor da pele, estado civil, classe econômica), informações relacionadas ao trabalho (nível de formação, tempo de docência, carga horário de trabalho, turnos trabalhados, absenteísmo) e informações referentes à saúde e estilo de vida (percepção de saúde, hábitos alimentares, atividades físicas, comportamento e percepção do estresse, IMC, hipertensão arterial, diabetes, colesterol, tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas. Outros instrumentos utilizados nos estudos foram: Questionário de Fatores de Estresse dos Professores (QFEP – Valle & Malvezzi)10; Inventário de Sintomas de Stress para Adultos (ISSL – Lipp, 2000)4,11,12,13. Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ)14; Escala de Modos de Enfrentamento de Problemas (Seidi, Trócoli e Zannon, 2001)4; e Inventário de Ansiedade de Beck (Beck, & Steer, 1993)4.

Dentre os instrumentos, o mais utilizado foi o Questionário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp o mesmo que está presente em estudos de estresse com outros profissionais entres eles, médicos, policiais, enfermeiros e outros profissionais da área da saúde15,16,17.

A região geográfica brasileira com maior número de pesquisas foi a região Sudeste com quatro estudos, seguida da região Sul com três e após as regiões Nordeste com dois e as regiões Norte e Centro-Oeste com um.

A tabela 1 apresenta uma descrição dos 5 estudos transversais.

A maior parte dos participantes, acima de 50% dos professores, da Educação Básica ao Ensino Médio, estão experimentando o estresse11,12,14,18,19. Houve predominância de sintomas físicos e psicológicos como desgaste físico constante, cansaço, tensão muscular, problemas com a memória, irritabilidade excessiva, angústia/ansiedade diária, e irritabilidade sem causa aparente12,16. Os distúrbios de voz também foram associados ao estresse19.

Muitas das manifestações clínicas do estresse estiveram associadas aos docentes com filhos (p=0,005) e que se perceberam muito estressados (p<0,005).14 Outro dado importante foram os professores com maior tempo de magistério e com maior carga horária de trabalho semanal, ambos apresentaram maiores prevalências de alto desgaste (p=0,034).18 Em relação ao tempo de magistério, existe na literatura controvérsias, pois

alguns autores consideram que quanto maior o tempo de magistério, mais os professores estariam capacitados para lidar com o estresse.3,14

(30)

Nos estudos exploratórios descritivos podemos observar os fatores predominantes que estressam os professores10,20 (tabela 2). Essas situações geradoras de estresse, encontradas tabela 2, muitas vezes não são controladas pelos docentes, pois nem sempre possuem condições e suporte para o enfrentamento dos problemas21.Adupla jornada de trabalho, a multiplicidade de tarefas, o salário baixo, o despreparo dos alunos, os prazos institucionais são dificuldades existentes na rotina de professores desde a Educação Básica à Universidade10,20.Os resultados e as consequências biopsicossociais dessa condição de trabalho interferem na qualidade de vida e saúde do professor.

No geral, os estudos apontaram para uma prevalência de estresse em torno de 59% dos professores pesquisados. Na região Sudeste, a incidência de estresse apresentou índices superiores a 50%. Os mesmos achados, quanto ao estresse e sua sintomatologia, ocorreram nas regiões Sul, Nordeste e Centro-Oeste onde a prevalência de estresse é significativa e o ambiente de trabalho estressante gerou consequências negativas em relação à saúde. Nos estudos correlacionais e de intervenção, com professores do Ensino Fundamental e Médio, houve significância entre a realização existencial e a satisfação profissional. O estresse percebido está amplamente correlacionado com um aspecto inerente à natureza humana que é a realização existencial, assim, quanto maior o índice de vazio existencial, maiores são os índices de estresse cotidiano.10,22

DISCUSSÃO

Nos estudos verifica- se que o estresse é uma realidade presente na educação brasileira. Que o ambiente estressante e o estresse trazem prejuízos na saúde do professor comprometendo a realização do seu trabalho independentemente do tipo de instituição. 3 No estudo de Silveira et al4 participaram professores de escolas rurais de ensino multisseriado (de várias séries), e mesmo com as diferenças existentes entre as zonas urbana e rural, em relação à educação e à condição financeira, os resultados verificados são semelhantes aos outros estudos realizados na região Sudeste, tanto quanto ao estresse e sua sintomatologia.

Os autoresapontam que quanto maior a satisfação com o trabalho, menor foi o estresse percebido e isso mostra a importância de preparar, capacitar e apoiar o professor no desenvolvimento das suas funções15,20. Silva et al.21 apresentam em seu trabalho que se a profissão é significativa na realização existencial do indivíduo, o trabalho será mais facilmente considerado como prazeroso, significativo e satisfatório apesar das adversidades.

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Existe um consenso entre os estudos realizados, onde os professores que apresentavam estresse ou a sua percepção também apresentavam sintomas físicos epsicológicos semelhantes.10,20 A presença dos sintomas psicológicos influencia negativamente as relações interpessoais e o relacionamento adequado entre professor e aluno, que é essencial para o sucesso do processo de ensino-aprendizagem, principalmente nos primeiros anos acadêmicos, conhecido como Ensino Fundamental3,11.

Nos artigos analisados muitos professores que apresentaram estresse estavam na fase de resistência que, segundo Lipp3, é quando a pessoa automaticamente tenta lidar com os seus estressores de modo a manter a sua homeostase interna, mas se os fatores estressantes persistirem em frequência ou intensidade há uma quebra na resistência da pessoa e ela passa para a fase de quase exaustão.

Quanto ao tempo de atuação dos professores no magistério e sua relação com o nível de estresse, não houve consenso. Segundo Goulart Junior e Lipp 11 os professores iniciantes de carreira apresentam expectativas positivas, motivações e aspirações diferentes daqueles que estão há algum tempo no exercício da profissão e assim apresentam menor estresse ou percepção dele. Também relatam que os professores que estão há muito tempo em exercício (> 21 anos) apresentam uma bagagem significativa de tempo de experiência, o que acaba contribuindo para o enfrentamento das adversidades e junto à expectativa da chegada da aposentadoria, esses professores possivelmente apresentariam menor estresse comparado aos professores com tempo médio de magistério (10 a 14,9 anos de trabalho).

No entanto, Santos e Marques14 mostraram resultados diferentes de professores com maior tempo de magistério (> 21 anos). Segundo os questionários aplicados sobre a Percepção de Saúde Geral, estes percebiam a própria saúde como ruim ou regular, enquanto que os com menos de 10 anos de magistério avaliaram a própria saúde como muito boa ou ótima. É importante ressaltar que o estilo de vida saudável e a boa qualidade de vida são comportamentos que contribuem para uma percepção positiva de saúde e a diminuição do estresse. 6,1

Santos e Marques 14 que investigaram o estilo de vida e as condições de saúde e de trabalho dos professores municipais de Bagé (RS) e observaram que a percepção de saúde muito boa ou ótima foi maior entre professores fisicamente ativos no lazer, comparados aos inativos.

Um estudo de caso-controle de Giannini et al.22 com professores do Ensino Infantil ao Médio confirmou a associação entre distúrbio de voz e estresse no trabalho dos professores. Diferenças estatisticamente significativas foram encontradas entre os grupos de caso e de

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controle em relação ao estresse no trabalho e assim esses professores estão mais susceptíveis a um risco maior de reações adversas à sua saúde física.

Apenas um trabalho contemplou a questão preventiva, e apesar do número amostral pequeno, Gomes et al.23 após analisar os professores, identificando o risco cardiovascular e o estresse, propôs uma ação com atividades de gerenciamento de estresse e educação em saúde e após as intervenções, houve redução estatisticamente significativa das variáveis investigadas. Esses resultados apontam a conexão existente entre o estresse, à saúde e ao estilo de vida desses docentes.

Estudos que comparam os professores do ensino fundamental com os do ensino superior verificam que as diferenças estão no fato que professores universitários apresentam menor estresse pois se mostram mais realizados com o trabalho29,30,31.

É preciso despertar o interesse da sociedade para a saúde desses trabalhadores que representam a base da educação, pois como agentes de transformação social é indispensável que sejam valorizados e respeitados. São necessárias novas pesquisas que reúnam dados de todas as regiões brasileiras para melhor identificação de riscos e assim produzir tratamentos e manejos preventivos que atuem na diminuição do estresse, melhorando assim a qualidade de vida do professor. Com a reestruturação deste ambiente de trabalho e com o cuidado voltado ao docente o resultado produzido possivelmente valorizará a própria educação.

Quanto à limitação desse estudo, foi possível apenas detectar as prevalências e algumas causas e suas sintomatologias, não compreendendo assim o nexo causal de forma abrangente.

CONCLUSÃO

Os trabalhos apresentaram prevalência de estresse considerável, em torno de 59% dos participantes com a presença de sintomas físicos e psicológicos. Grande parte dos participantes eram mulheres, com idade média de 40 anos, casadas, com filhos, com uma base de 13 anos de tempo de serviço e com elevada carga horária de trabalho (44 horas/semana).

Os fatores mais significativos que estressavam os professores foram a dupla jornada de trabalho, multiplicidade de tarefas, salário baixo, barulho nas salas, dificuldades nas relações família- escola, alunos despreparados, sobrecarga de trabalho, preocupação do docente com o aprendizado do aluno, prazos institucionais e ter que levar trabalho para casa. Estes resultados indicam pequeno número de pesquisas sobre o estresse e a saúde dos professores brasileiros. Ainda existem muitas limitações metodológicas nos estudos analisados em relação aos números

(33)

amostrais, as formas de avaliação e as análises. No entanto para obter um conhecimento mais preciso da situação existe a necessidade de estudos que utilizem amostras mais representativas dessa população.

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Tabela 1. Prevalências e fatores associados ao estresse em professores brasileiros, dados de estudos transversais publicados entre 2006 a abril 2017

AUTOR/ANO LOCAL/AMOSTRA (N) CARACTERIZAÇÃO DA

AMOSTRA

QUESTIONÁRIOS UTILIZADOS PRINCIPAIS RESULTADOS

Goulart Jr. e Lipp 2008

Interior de São Paulo/Brasil

N=175

Ensino Fundamental 100% mulheres 41,4% 40-49 anos

64,5% casados

Inventário de Sintomas de Estresse de Lipp (ISSL); Questionário de coleta de dados gerais de caracterização dos participantes (dados sociodemográficos, opiniões e aspectos de trabalho).

56,6% dos professores estão experimentando estresse. Dentre elas, 80,8%encontram-se na fase de resistência, 17,2% estão em fase de quase-exaustão e 2% na fase de exaustão. Os principais sintomas são: sensação de desgaste físico constante, cansaço constante, tensão muscular, problemas com a memória, irritabilidade excessiva, angústia/ansiedade diária, pensar constantemente em um só assunto e irritabilidade sem causa aparente.

Santos e Marques 2013

Bagé – RS Brasil

N=414

Educação Básica e de Adultos 96,1% mulheres

0,95 homens 68,9% entre 30 a 49 anos

59% pós-graduados 53,7% casados

Questionário auto aplicado abrangendo informações de variáveis sociodemográficas, variáveis relacionadas ao trabalho, indicadores de saúde e estilo de vida; Questionário de Percepção de Saúde Geral (PSG); Questionário sobre Hábito Alimentar (CELA-FISCS); Questionário Internacional de Atividades Físicas.

Os professores apresentaram índice médio de estresse de 14,9 + 6,6 pontos e o nível de estresse elevado (>4° quartil) foi de 20 pontos ou mais; em relação ao nível de estresse os professores apresentaram 28,0%baixo, 46,3% moderado e 25,7% elevado; também estiveram significativamente associados com a PSG (Percepção de Saúde Geral) o Índice de nível de estresse (p < 0,001) e a hipertensão arterial (p = 0,001 Mesquita et al. 2013 São Luís – MA Brasil N=357

Ensino Fundamental e Médio 76,8% mulheres

23,2% homens Média de idade 40,6 anos

Inventário de Sintomas de Estresse de Lipp (ISSL); MIB versão traduzida e validada.

(50,83%) dos professores apresentam estresse; dentre eles, 1,64% na fase de alerta, 87,36% na fase de resistência, 10,44% na fase de quase exaustão e 0,55% na fase de exaustão; Predominância de sintomas psicológicos em 46,37%, 44,69% de sintomas físicos e em 8,94% de físicos e psicológicos dos participantes estressados.

Pereira et al. 2014 Florianópolis - SC / Brasil N=349 Educação Básica 83,4% mulheres 16,6% homens 69,4% entre 30 a 49 anos

Questionário com informações gerais e sociodemográficas e do trabalho; Job Stress Scale - versão resumida.

Os resultados da avaliação do estresse relacionado ao trabalho foi que 33% dos professores classificaram o seu trabalho como passivo e 29% de alto desgaste; os professores com maior tempo de magistério e maior carga horária semanal apresentaram maiores prevalências de alto desgaste (p=0,034) Valente et al. 2015 Cuiabá – MT / Brasil N=317 Ensino Fundamental e Médio 71,6% mulheres 28,4% homens 54,6%casados/união 66,5% pós-graduado

Condição de Produção Vocal do Professor (CPVP) (utilizado parcialmente e com adaptações)

As variáveis ritmo de trabalho estressante, estresse no trabalho e trabalho repetitivo, levar trabalho para casa e escola ruidosa foram associados ao distúrbio de voz.

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Tabela 2. Fatores associados ao estresse em professores brasileiros, dados de estudos exploratórios descritivos publicados entre 2006 a abril 2017.

AUTOR/ANO LOCAL/AMOSTRA

(N)

CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

QUESTIONÁRIOS UTILIZADOS PRINCIPAIS RESULTADOS

Valle et al. 2011 Poços de Caldas MG/Brasil N=165 Professores da Rede Pública

QFEP – Questionário de Fatores de Estresse

Os fatores predominantes que estressam os professores são: dupla jornada de trabalho e multiplicidade de tarefas, salário, barulho nas salas e dificuldades nas relações família escola. Cezar-Vaz et al. 2015 Porto Alegre - RS Brasil N= 37 Ensino Fundamental

Questionário com dados pessoais, gerais e laborais desenvolvido pelo LAMSA (Laboratório de Estudos de Processos Socioambientais e Promoção de Saúde Coletiva).

Os resultados mostram que condições estressantes do trabalho estão relacionadas à salários inadequados (56,8%), materiais inadequados ou insuficientes para o trabalho (54,1%), tamanho da sala de aula inadequado para o número de alunos (50%), excesso de atividades (35,1%) e ter que levar trabalho para casa (32,4%). Consequências biopsicossociais dessa condição de trabalho são: ansiedade (78,4%); Cefaleia (59,5%); estresse (54,1%); acordar diversas vezes durante a noite (51,4%); e irritabilidade (48,6%).

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REFERÊNCIAS

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(38)

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ESTRESSE E SUA RELAÇÃO COM A SAÚDE ENTRE PROFESSORAS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PÚBLICAS DE SOROCABA

Aline Carolina Ernesto da Silva Amaral1 Daniela de Assumpção1

Helen Rose Pereira1

Antonio de Azevedo Barros Filho1

1 Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) / Faculdade de Ciências Médicas / Departamento de Pediatria

Correspondência para:

Antonio de Azevedo Barros Filho

Faculdade de Ciências Médicas, Departamento de Pediatria. Rua Alexander Fleming,181, Cidade Universitária

CEP: 13083-970 Campinas, SP – Brasil

E-mail: abarros@fcm.unicamp.br

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RESUMO

Objetivo: Determinar a prevalência do estresse, suas fases e sua relação com a saúde de

professoras do ensino fundamental. Método: Estudo transversal com professoras das escolas públicas estaduais de Sorocaba. Utilizou-se questionário autoaplicativo contendo informações demográficas, de estilo de vida (alimentação, atividade física, tabagismo, etilismo, sono e estresse), e condições, percepção e cuidados com a saúde. Foi realizada avaliação do estado nutricional segundo dados de peso aferido e estatura referida, e analisada segundo critérios da Organização Mundial de Saúde (1997). O estilo de vida foi analisado segundo método proposto pelo Vigitel (2010). Para a avaliação do estresse foi utilizado o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (2000). As prevalências foram apresentadas em proporções. Para análise comparativa, as variáveis foram apresentadas segundo o estresse e suas fases. Para testar as associações entre as variáveis, utilizou-se o teste de Qui-Quadrado. Considerou-se estatisticamente significante, valores de p<0,05. Resultados: O perfil da amostra (n=279) foi de predominância de idade de 40-49 anos (43,0%), casados/união estável (68,0%), ≥ 2 filhos (51,6%), ≥21 anos de magistério (55,8%), e acima do peso/obeso (68,5%). Os resultados mostraram a prevalência de estresse de 42,4%das professoras. A maioria das professoras que apresentaram estresse, estavam na fase de resistência (77,1%). O estado civil apresentou diferença estatística entre as fases de estresse avaliadas (p=0,015). As professoras separadas e viúvas apresentaram maior estresse (49,0%). Houve associação significativa entre os sintomas apresentados no trabalho com o estresse e suas fases. Conclusão: Os resultados apontaram que a prevalência de estresse foi de 42,4% das professoras participantes. As professoras separadas e viúvas apresentaram maior prevalência de estresse os sintomas apresentados no trabalho também estiveram associação significativa ao estresse.

(41)

ABSTRACT

Objective: To determine the prevalence of stress, its phases and consequences on elementary

school teacher’s health. Method: Cross-sectional study with teachers from Sorocaba state public schools. A self-applied questionnaire containing demographic, lifestyle (feeding, physical activity, smoking, drinking, sleep and stress), and health perception and health conditions was used. The nutritional status was evaluated according to measured weight and height and analyzed according to World Health Organization (1997) criteria. The lifestyle was analyzed according to the method proposed by Vigitel (2010). For stress evaluation it has been used the Lipp´s Stress Symptom Inventory for Adults – ISSL (2000). Prevalences were presented in proportions. For comparative analysis, the variables were presented according to the stress and its phases. To test combinations between variables, Chi-Square test was used. Values of p <0.05 were considered statistically significant. Results: The sample profile (n = 279) was predominantly aged 40-49 years (43.0%), married / stable union (68.0%), ≥ 2 children (51.6%), ≥ 21 years of teaching (55.8%), and overweight / obese (68.5%). The results showed prevalence of stress of 42.4%. The majority who presented stress were in the resistance phase (77.1%). Marital status pointed to a statistical difference between the stress phases evaluated (p = 0.015). Divorced teachers and widows presented higher stress (49.0%). There was a significant association between the symptoms presented in the work with stress and its phases.

Conclusion: The results showed that the prevalence of stress was 42.4% of the participating

teachers. Divorced teachers and widows had a higher prevalence of stress and the symptoms presented at work were also significantly associated with stress.

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INTRODUÇÃO

A Organização Mundial da Saúde (OMS), durante a década de 1990, desenvolveu o conceito e iniciativa das Escolas Promotoras de Saúde (EPS), baseado em uma abordagem multifatorial que envolve o desenvolvimento de competências em saúde dentro do ambiente escolar1. Com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), as EPSs consideram a conexão do espaço escolar com a sociedade e com o compromisso com as condições de vida e saúde. Essas ações, propostas na Carta de Ottawa, visam à melhoria da saúde e da qualidade de vida de toda a comunidade escolar, composta por alunos, familiares, professores e funcionários1,2. Neste contexto, a escola assume uma importância que está além da sua função pedagógica, pois é um ambiente propício para a abordagem, o desenvolvimento e a disseminação de valores, de forma estruturada e contínua, visando favorecer um estilo de vida saudável e de melhor qualidade. Assim, o professor tem um papel fundamental neste cenário, pois está em contato direto com as crianças e adolescentes em processo de desenvolvimento físico, psicossocial e intelectual1-4.

Para trabalhar coletivamente a saúde no ambiente escolar, primeiramente não se deve deixar de lado a noção de saúde individual, sendo assim a escola promotora de saúde deve incluir inicialmente a proposta de docente saudável. Contudo, o professor deve ser capacitado a cuidar de si e também agir em grupo visando e promovendo a saúde5.

Pensando na realidade da docência cabe ressaltar que o professor é aquele indivíduo que ainda detém pouca autonomia em seu ambiente de trabalho, acumula inúmeras funções, sofre desvalorizações constantes, e esses são alguns motivos que fazem dessa profissão uma das mais relacionadas ao estresse3-5. O estresse é uma reação complexa e global do organismo, apresenta elementos físicos, psicológicos, hormonais e mentais, desenvolve-se em fases e pode ocorrer com quaisquer pessoas6. Qualquer coisa que cause estresse põe em perigo a vida, ao menos que existam respostas adaptativas adequadas, em contrapartida, qualquer coisa que põe em perigo a vida, causa estresse e respostas adaptativas do organismo. Adaptabilidade e resistência ao estresse são fundamentais para a vida7. Este trabalho tem como objetivo determinar a prevalência do estresse, suas fases e a associação com o estado de saúde de professoras do ensino fundamental das escolas públicas de Sorocaba.

Referências

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