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A marginalização da educação de jovens e adultos e a precarização do processo de ensino e aprendizagem.

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(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

INCUBADORA UNIVERSITARIA DE EMPREENDIMENTOS ECONOMICOS SOLIDARIOS

CAMPUS I - CAMPINA GRANDE/PB

ANA MARIA SOUZA SANTOS

A MARGINALIZACAO DA EDUCAQAO DE JOVENS E ADULTOS E A

PRECARIZACAO DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Sume - Paraiba

2013

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A MARGIN ALiZACAO DA E D U C A Q A O D E J O V E N S E A D U L T O S E A PRECARIZAQAO DO P R O C E S S O DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Trabalho Monografico apresentado a Universidade Federal de Campina Grande, sob a orientacao do Professor M. Sc. Gilvan Dias de Lima Filho, como requisite obrigatorio para obtengao do titulo de Especialista em Educacao de Jovens e Adultos com enfase em Economia Solidaria no Semiarido Paraibano

Sums - Paraiba 2013

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precarizacao do processo de ensino e aprendizagem. / Ana

Maria Souza Santos. - Sume - PB: [s.n], 2013.

45 £: il.

Orientador: Prof. Dr. Gilvan Dias de Lima Filho.

Monografia (Especializacao) - Universidade Federal de

Campina Grande; Centro de Desenvolvimento Sustentavel do

Semiarido; Curso de Especializacao em Educacao de Jovens

e Adultos com enfase em Economia Solidaria do Semiarido

Paraibano.

1. Educacao de Jovens e Adultos. 2. Economia solidaria.

3. Praticas educativas. I. Titulo.

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A MARGINAL1ZACAQ DA EDUCACAO DE JOVENS E ADULTOS E A

PRECARIZAQAO DO P R O C E S S O DE ENSINO E APRENDIZAGEM

T r a b a l h o M o n o g r a f i c o a p r e s e n t a d o a Universidade Federal d e C a m p i n a G r a n d e , c o m o requisito obrigatorio para o b t e n c a o d o tltulo d e E s p e c i a l i s t a e m E d u c a c a o de J o v e n s e A d u l t o s c o m e n f a s e e m E c o n o m i a S o l i d a r i a no S e m i a r i d o P a r a i b a n o . Nota

iOfi

A p r o v a d o e m 30 d e s e t e m b r o de 2013. B a n c a E x a m i n a d o r a P r o f e s s o r M. S c . G i l v a n D i a s de L i m a F i l h o (Orientador) Universidade Federal de C a m p i n a G r a n d e

i t

P r o f e s s o r a Dra. L e n i i d e Mergia R i b e i r o L i m a Universidade Federal de C a m p i n a G r a n d e Professor^ M. S c . ArTtofnio d a S i l v a C a m p o s J u n i o r Universidade Federal de C a m p i n a G r a n d e

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grata. Mas, voce nao se contentou em

presentear-me apenas com ela. Revestiu minha existencia de

amor, carinho e dedicagao. E hoje, so encontro uma

simples e sincera palavra para dizer-lhe: Obrigada.

(6)

JA T>eus

Tresenca constante nos momentos de certeza ou de duvidd,pude

sentir tua mdo na minha a me ajudar teu gesto no meu gesto a me

encorajar. ^Vitoriosa, peCa Cuz e sabedbria que me deste, afirmei-me

como ser humano, e aprendi a educar. Mas da aCma so tu conheces

os maiores segredbs! TeCo caminho jd triChadb as vidds se cruzam, e

por tudb que ainda fid de vir. Muito obrigadol

^Aos amigos e mestres

Ser educador e acima de tudb ser "sonhadbr" e "otimista". T

acreditor que, apesar dos obstdcuCos e Cimitagdes quepermeiam o

nosso dia-a-dia,podemos sempre fazer o meChor.

Meu respeito, carinho e gratiddo aos verdadeiros amigos e mestres

que contribuirampara essa minha conquista. Tm especiaCao meu

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que eu brigo para que a justiga social se implante antes da caridade".

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A E d u c a c a o de J o v e n s e A d u l t o s n a s c e u d a n e c e s s i d a d e d e interagir as e x p e r i e n c i a s d e vida d o s e d u c a n d o s c o m a sistematizacao dos c o n t e u d o s p r o g r a m a t i c o s , p r e p a r a n d o - o s para atuar no m u n d o c o m o c i d a d a o s criticos, e, s o b r e t u d o livres. Partindo d e s s e contexto, o presente estudo revela q u e as m e d i a g o e s p e d a g o g i c a s d e s e n v o l v i d a s para esta m o d a l i d a d e d e ensino, n a o tern levado e m c o n s i d e r a c a o , os c o n h e c i m e n t o s e as e x p e r i e n c i a s d o s sujeitos. A a u s e n c i a d e p r o g r a m a s e m e t o d o l o g i a s o r i u n d a s de u m a racionalidade t r a n s f o r m a d o r a v e m s e n d o p e r c e b i d a nitidamente no e n s i n o d e E d u c a c a o d e J o v e n s e Adultos no municipio de Z a b e l e - P B , atraves do e l e v a d o n u m e r o d e alunos e v a d i d o s e do n u m e r o de matriculas q u e v e m d i m i n u i n d o gradativamente. O trabalho estruturou-se no estudo d e caso e na pesquisa participativa, na qual, o investigador realiza e m c o m u n h a o c o m o g r u p o envolvido u m a autoreflexao. Nao obstante, aplicou-se urn questionario a o s professores para c o m p r e e n d e r c o m o se c o n s t i t u e m as praticas e d u c a t i v a s e outro c o m os a l u n o s para diagnosticar p o s s i v e i s respostas e m relacao ao desinteresse d o s alunos no p r o c e s s o d e a p r e n d i z a g e m . Posteriormente, realizaram-se oficinas a b o r d a n d o t e m a t i c a s q u e e n v o l v e s s e m e l e m e n t o s d e s u a s vivencias e experiencias, o u seja, d a s interacoes sociais estabelecidas entre os sujeitos c o m a c o m u n i d a d e e c o m o a m b i e n t e . C o n c l u i d a s as atividades, b u s c o u - s e analisar a p e r c e p c a o d o s alunos sobre e d u c a g a o e a sua relacao c o m o trabalho. C o m b a s e nos d a d o s coletados, n o t o u -se q u e as principals p r o b l e m a t i c a s estao atreladas a uma e d u c a c a o p r e c a r i z a d a e d e s c o n t e x t u a l i z a d a s c o m a realidade local.

P a l a v r a s - c h a v e : E d u c a c a o d e J o v e n s e A d u l t o s ; E c o n o m i a Solidaria; Praticas Educativas.

(9)

1 INTRODUQAO

0 9

2 . FUNDAMENTACAO TEORICA

1 1

2.1 E d u c a g a o de j o v e n s e a d u l t o s e s e u p r o c e s s o h i s t o r i c o 11

2.1.1 Educagao, S o c i e d a d e e Principios Sociais 15 2.1.2 0 C o m p r o m i s s o d o E d u c a d o r c o m a S o c i e d a d e 17 2.1.3 S a b e r e s necessarios para Pratica Educativa na Educagao

d e J o v e n s e A d u l t o s 18

2.2 A I n s e r g a o D a E c o n o m i a P o p u l a r S o l i d a r i a No P r o c e s s o De

E n s i n o E A p r e n d i z a g e m Na E d u c a g a o De J o v e n s E A d u l t o s 21

2.2.1 C o m o S u r g i u A E c o n o m i a Solidaria? 2 3 2.2.2 A E d u c a g a o Solidaria E Popular C o m o Pratica Educativa

E m a n c i p a t o r i a 27

3. Procedimentos Metodologicos

3 2

4. Resultados E Discussoes

3 5

5. Consideracoes Finais

3 9 Referenclas 4 1

Apendices

4 5

(10)

A e d u c a c a o e u m p r o c e s s o f u n d a m e n t a l na c o n s t r u c a o d e socredades e d e sujeitos participativos. No entanto, q u a n d o a e d u c a c a o esta a servico de u m a racionalidade instrumental, o b s e r v a - s e q u e os sujeitos a p r e n d e n t e s se t o r n a m partes de uma s o c i e d a d e excludente, q u e utiliza o p r o c e s s o educativo para alienar e marginalizar os afunos.

A E d u c a c a o d e J o v e n s e A d u l t o s e u m a m o d a l i d a d e de ensino q u e ja traz e m sua e s s e n t i a u m contexto d e marginalizacao, por se constituir atraves d e politicas c o m p e n s a t o r i a s . Isso e visivel pelos d e s c o n t i n u o s a r c a b o u g o s legais q u e norteiam as regras d e d u r a c a o , idade e certificagao para os sujeitos inseridos nesta m o d a l i d a d e de ensino (Resolugao C N E / C E B n ° 1 , de 5 de julho d e 2000).

D e n t r o d e s s e contexto, b u s c a n d o - s e a realizacao d e u m e s t u d o de c a s o o p r e s e n t e trabalho foi d e s e n v o l v i d o na Escola Municipal d e E d u c a c a o Infantil e Ensino F u n d a m e n t a l Maria Bezerra d a Silva, localizada no m u n i c i p i o de Z a b e l e -PB. 0 regime d e f u n c i o n a m e n t o da escola ocorre e m 0 3 (tres) turnos, s e n d o pela m a n h a as t u r m a s da E d u c a g a o Infantil e Ensino F u n d a m e n t a l 1a f a s e (1° a o 5°

A n o ) ; a tarde c o m as turmas da E d u c a g a o Infantil e Ensino F u n d a m e n t a l 1a f a s e

(1° ao 5° A n o ) e Ensino F u n d a m e n t a l 2° Fase (6° a o 7° A n o ) e a noite c o m as turmas do e n s i n o f u n d a m e n t a l do 1° e 2° S e g m e n t o da Educagao d e J o v e n s e A d u l t o s - EJA e c o m o P r o g r a m a Brasil Alfabetizado.

0 estudo b u s c o u aporte teorico e metodologico para o d e s e n v o l v i m e n t o d o trabalho de c a m p o d a p e s q u i s a qualitativa, q u e a s s u m e diferentes significados no c a m p o d a s ciencias h u m a n a s e sociais. N e s s e sentido, a pesquisa qualitativa c o m p r e e n d e u m conjunto d e diferentes tecnicas interpretativas q u e v i s a m a d e s c r e v e r e a decodificar os c o m p o n e n t e s d e u m sistema c o m p l e x o d e significados.

De m o d o geral, o trabalho se a p o i o u no estudo d e c a s o e na pesquisa participativa e esta s e q u e n c i a d o da seguinte maneira:

C o m o explanagao, as c o n s i d e r a g o e s o b s e r v a d a s indicam q u e e necessario rever as m e d i a g o e s p e d a g o g i c a s d o s professores d a m o d a l i d a d e de ensino Educagao d e J o v e n s e Adultos da Escola Municipal Maria Bezerra da Silva. A

(11)

c o n s t r u c a o d e u m curriculo contextualizado c o m a realidade local p o d e colaborar nos processos de e m a n c i p a c a o social p a u t a d a na racionalidade t r a n s f o r m a d o r a .

0 e s t u d o b u s c o u analisar as m e d i a c o e s p e d a g o g i c a s d e s e n v o l v i d a s para m o d a l i d a d e d e e n s i n o Educagao de J o v e n s e A d u l t o s , discutir c o m o a e d u c a g a o popular e a e c o n o m i a solidaria p o d e m colaborar na c o n s t r u c a o de m e d i a g o e s p e d a g o g i c a s e m a n c i p a t o r i a s e evidenciar o papel d o e d u c a d o r na p r o m o g a o d e relagoes h u m a n a s , afetivas e sociais q u e p r o m o v a m a criticidade d o s sujeitos.

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2. F U N D A M E N T A C A O T E O R I C A

2.1 E D U C A C A O D E J O V E N S E A D U L T O S E S E U P R O C E S S O H I S T O R I C O

A E d u c a c a o d e J o v e n s e A d u l t o s surge p a r a a t e n d e r o cumprrmento do direito garantido na Constituicao Federal de 1988, a qual e s t a b e l e c e q u e "a e d u c a c a o e direito d e t o d o s e d e v e r d o Estado e da famflia..." e ainda, e n s i n o f u n d a m e n t a l obrigatorio e gratuito, inclusive sua oferta garantida para t o d o s os q u e a ele n a o tiveram a c e s s o na idade propria. (Ciavatta e Rummert, 2 0 1 0 ) .

C o m a p r o m u l g a c a o de uma n o v a Constituigao (1988), u m a nova Lei de Diretrizes e B a s e s da E d u c a g a o (Lei n. 9.394/96) e a p r o v a d a e m c o n t u r b a d o e controverso p r o c e s s o e, no a m b i t o d a EJA, entra e m vigor u m conjunto d e d o c u m e n t o s q u e constitui hoje s u a s referencias diretas o u indiretas.

D e s s e conjunto, Ciavatta e R u m m e r t (2010) d e s t a c a m as Diretrizes Curriculares para a E d u c a g a o de J o v e n s e Adultos, a s Diretrizes Curriculares para o Ensino F u n d a m e n t a l e as Diretrizes Curriculares para o Ensino Medio. A e s s e a r c a b o u g o legal, c o n s t r u i d o nos a n o s 9 0 , vieram s o m a r - s e , a partir d e 2 0 0 3 , d e c r e t o s q u e pautaram r e f o r m a s e d u c a t i v a s e a m p l i a r a m a i m p l e m e n t a g a o d e p r o g r a m a s e projetos v o l t a d o s para a EJA.

Na d e c a d a d e 9 0 o b s e r v o u - s e q u e tres p a r e c e r e s se a p r e s e n t a m c o m o relevantes para c o m p r e e n d e r o p r o c e s s o historico d a EJA, t e n d o e m vista q u e tais d o c u m e n t o s discutem b a s i c a m e n t e os limites d e idade para realizagao d o s e x a m e s q u e p e r m i t e m os j o v e n s a f r e q u e n t a r o e n s i n o supletivo.

O primeiro foi o parecer 05/97 do C o n s e l h o Nacional de Educagao que a b o r d a a q u e s t a o d a d e n o m i n a g a o " E d u c a g a o d e J o v e n s e A d u l t o s " e " E n s i n o Supletivo", define os limites de idade fixados para q u e j o v e n s e adultos se s u b m e t a m a e x a m e s supletivos, define a s c o m p e t e n c i a s d o s sistemas d e e n s i n o e explicita as possibilidades de certificacao.

O s e g u n d o parecer 12/97 d o C o n s e l h o Nacional de E d u c a c a o - elucida d u v i d a s sobre c u r s o s e e x a m e s supletivos e outras. E o ultimo parecer 11/99 do C o n s e l h o Nacional de Educagao - a b o r d a o objeto da portaria ministerial n° 7 5 4 / 9 9 q u e dispoe s o b r e a prestagao de e x a m e s supletivos pelos brasileiros residentes no J a p a o .

(13)

E m 2 0 0 0 , a Resolugao C N E / C E B n ° 1 , d e 5 d e j u l h o d e 2 0 0 0 , p r o m o v e u m significativo a v a n g o nas d i s c u s s o e s e m t o r n o da e d u c a g a o d e j o v e n s e adultos, e s t a b e l e c e n d o as Diretrizes Curriculares Nacionais para e s t a e d u c a c a o , c o m o t a m b e m Ihe d a n d o o carater d e modalidade.

Pois por m o d a l i d a d e , se e n t e n d e q u e ha u m m o d o proprio de se fazer a e d u c a g a o , indicando q u e as caracteristicas d o s sujeitos j o v e n s e adultos, s e u s s a b e r e s e experiencias do estar n o m u n d o , sao guias para a f o r m u l a g a o de propostas curriculares politico-pedagogicas de atendimento.

O Parecer 11/2000 d o C o n s e l h o Nacional d e E d u c a c a o c o m p l e m e n t a a resolugao anterior f a z e n d o r e f e r e n d a as Diretrizes Curriculares Nacionais para a E d u c a g a o de J o v e n s e A d u l t o s e refleti sobre a fungao d e s t a m o d a l i d a d e d e ensino, reafirmando a sua condigao e n q u a n t o modalidade.

Nesta ordem de raciocinio, a Educacao de Jovens e Adultos (EJA) representa uma divida social nao reparada para com os que nao tiveram acesso e nem dominio da escrita e leitura como bens sociais, na escola ou fors dela, e tenham sido a forga de trabalho empregada na constituicao de riquezas e na elevacao de obras publicas. Ser privado deste acesso e, de fato, a perda de um instrumento imprescindivel para uma presenga significativa na convivencia social contemporanea (PARECER 11/2000 do CNE, 2000, p.05).

N a o obstante, verifica-se n o P i a n o Nacional de Educagao, Lei n ° 1 0 . 1 7 2 / 2 0 0 1 , q u e tal m o d a l i d a d e de ensino e c o n t e m p l a d a c o m u m c a p i t u l o proprio s o b a rubrica d e Modalidades de Ensino c o m o j a e m s e u texto introdutorio dispoe, no topico de n° 2, q u e , entre as prioridades d a s prioridades, esta a

garantia de ensino fundamental a todos os que a ele nao tiveram acesso na idade propria ou que nao o concluiram.

E m 2 0 0 6 , a EJA g a n h a n o v a s d i s c u s s o e s com a E m e n d a Constitucional n° 14/2006 q u e criou o F u n d o d e M a n u t e n c a o e D e s e n v o l v i m e n t o do Ensino F u n d a m e n t a l e d e Vaforizagao d o M a g i s t e h o ( F U N D E F ) , s e g u i d a d a Lei n° 9.424/96 foi substituida pela E m e n d a Constitucional n° 53/2006.

Esta d e u n o v a redagao a varios artigos c o n c e r n e n t e s a e d u c a g a o ao instituir o F u n d o de M a n u t e n g a o e D e s e n v o l v i m e n t o d a Educagao Basica e de Valorizagao dos Profissionais d a E d u c a c a o ( F U N D E B ) . O inciso II da n o v a redagao d o art. 6 0 d o A t o d a s Disposigoes Constitucionais Transitorias ( A D C T )

(14)

inclui nos respectivos F u n d u s t o d a s a s diversas etapas e modalidades da

educagao presencial, inclui as metas de universalizagao da Educagao Basica estabelecidas no Piano Nacional de Educagao e no § 4 ° d e s s e m e s m o artigo, 1

d i s p o e q u e a distribuigao d o s recursos d o F u n d o para a EJA, c o n s i d e r a d a s a total idade d a s matriculas d o Ensino F u n d a m e n t a l , sera de 1/3 das matriculas no

primeiro ano, 2/3 no segundo ano e sua totalidade a partir do terceiro ano.

C o n s e q u e n t e a e s s a e m e n d a , o C o n g r e s s o Nacional a p r o v o u a Lei n. 11.494/07 r e g u l a m e n t a n d o o F U N D E B .

Essa lei refere-se t a m b e m a e d u c a c a o d e j o v e n s e a d u l t o s e m a l g u n s d o s s e u s artigos c o m o e o caso do s e u art. 1 1 :

Art. 11 A apropriacao dos recursos em funcao das matriculas na modalidade de Educacao de Jovens e Adultos, nos termos da alinea c do inciso III do caput do art. 60 do Ato das Disposicoes Constitucionais Transitorias - ADCT, observara, em cada Estado e no Disirito Federal, percentual de ate 15% (quinze por cento) dos recursos do Fundo respectivo (BRASIL, Lei n. 11.494/07).

Por intermedio d o Edital C N E n° 2/2007 d a U N E S C O , d e c o r r e n t e do Projeto 9 1 4 B R A 1121 "Fortalecimento Institucional d o C o n s e l h o Nacional de E d u c a c a o " , o C N E selecionou consultor cuja atribuigao foi d e elaborar e s t u d o s para subsidiar as d i s c u s s o e s e deliberagoes da C a m a r a d e E d u c a c a o Basica d o C o n s e l h o Nacional d e E d u c a g a o sobre tres temas: (1) d u r a c a o e i d a d e m i n i m a para os cursos d e E d u c a c a o d e J o v e n s e A d u l t o s ; (2); idade m i n i m a e certificagao para os e x a m e s d e E d u c a c a o d e J o v e n s e Adultos; (3) e a relacao E d u c a g a o a D i s t a n c i a e E d u c a g a o de J o v e n s e Adultos.

O consultor selecionado foi o professor Carlos Roberto Jamil Cury, ex-presidente da C a m a r a d e E d u c a g a o Basica do C o n s e l h o Nacional de Educagao e Relator d o Parecer C N E / C E B n° 11/2000 e d a Resolugao C N E / C E B n° 1/2000. C o m o produto final da consultoria foi entregue a C E B , e m n o v e m b r o de 2 0 0 7 , o d o c u m e n t o intitulado " N o v o s p a s s o s da E d u c a c a o d e J o v e n s e de Adultos", de autoria do referido consultor, do qual muitas reflexoes e indicagoes f o r a m incorporadas a o presente Parecer.

Q u a n t o a o disciplinamento legal q u e a E d u c a c a o d e J o v e n s e A d u l t o s r e c e b e na L D B (Lei n. 9.394/96), vale destacar:

(15)

Art. 37 A E d u c a c a o d e J o v e n s e A d u l t o s sera d e s t i n a d a a q u e l e s q u e n a o tiveram a c e s s o o u continuidade d e e s t u d o s no e n s i n o f u n d a m e n t a l e medio na idade propria.

§ 1° - O s sistemas d e ensino a s s e g u r a r a o gratuitamente a o s j o v e n s e a o s adultos, q u e n a o p u d e r a m efetuar os e s t u d o s na idade regular, o p o r t u n i d a d e s e d u c a c i o n a i s apropriadas, c o n s i d e r a d a s as caracteristicas d o alunado, s e u s interesses, condigoes d e vida e d e trabalho, m e d i a n t e c u r s o s e e x a m e s .

§ 2 ° 0 Poder Publico viabilizara e estimulara o a c e s s o e a p e r m a n e n c i a d o trabalhador na escola, m e d i a n t e a c o e s integradas e c o m p l e m e n t a r e s entre si. § 3° A e d u c a g a o d e j o v e n s e adultos d e v e r a articular-se, preferencialmente, c o m a e d u c a g a o profissional, na f o r m a d o r e g u l a m e n t o (paragrafo incluido pela Lei no. 11.741 de 16/07/2008).

Art. 3 8 O s sistemas d e e n s i n o m a n t e r a o cursos e e x a m e s supletivos, q u e c o m p r e e n d e r a o a b a s e nacional c o m u m d o curriculo, habilitando ao p r o s s e g u i m e n t o de e s t u d o s e m carater regular.

§ 1° - O s e x a m e s a q u e se refere este artigo realizar-se-ao:

I - no nivel d e c o n c l u s a o d o Ensino F u n d a m e n t a l , para m a i o r e s d e quinze anos; II - no nivel d e c o n c l u s a o do Ensino Medio, para os maiores de dezoito anos. § 2° - O s c o n h e c i m e n t o s e habilidades adquiridos pelos e d u c a n d o s por m e i o s informais serao aferidos e r e c o n h e c i d o s m e d i a n t e e x a m e s .

A partir d o s d a d o s d o Parecer C N E / C E B N°2008, o b s e r v a - s e q u e o p r o c e s s o historico da E d u c a g a o de J o v e n s e A d u l t o s no Brasil, c o m o m o d a l i d a d e nos niveis f u n d a m e n t a l e m e d i o e m a r c a d a pela d e s c o n t i n u i d a d e e por t e n u e s politicas publicas, insuficientes para dar conta d a d e m a n d a e do c u m p r i m e n t o do direito, nos t e r m o s e s t a b e l e c i d o pela constituigao Federal de 1988.

Este conjunto de agoes mal s u c e d i d a s reflete diretamente nos processos de e n s i n o a p r e n d i z a g e m , s e n d o c o m u m n a s e s c o l a s a f o r m a g a o f r a g m e n t a d a e desigual, q u e nao leva e m c o n s i d e r a g a o o individuo e n q u a n t o c i d a d a o e sujeito historico.

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2.1.1 E D U C A C A O , S O C I E D A D E E P R I N C i P I O S S O C I A I S

A e d u c a c a o d e s e n c a d e i a u m a serie d e p r o c e s s o s q u e d e t e r m i n a a f o r m a g a o social e a insergao d o c i d a d a o para o convivio c o m a s o c i e d a d e . A pratica educativa esta diretamente figada a o p r o c e s s o d e socializacao, r e s p o n s a v e l pela construcao do saber da c o m u n i d a d e .

A e d u c a g a o , na visao d e T e l e s ( 1 9 9 2 , p. 13), "e toda a riqueza cultural de um povo, e m t e r m o s de lingua, costumes, religiao, etc.". A integragao d e t o d o s e s s e s fatores simboliza u m d e s e n v o l v i m e n t o socio e d u c a t i o n a l . Este d e s e n v o l v i m e n t o e d a d o atraves da d e s c o b e r t a d a individualidade e do f u n d a m e n t o d e q u e c a d a ser e proveniente d e potencialidades e caracteristicas proprias q u e a g r e g a d a s na coletividade, transforma u m g r u p o e m u m a nagao d e s e n v o l v i d a . Na q u a l , evidencia a cultura e e c o n o m i a , pois, a cultura e a e d u c a g a o de u m p o v o refletem positivamente na riqueza e c o n o m i c a de uma s o c i e d a d e .

S e g u n d o Orso, Gongalves e M a t t o s (2008), a e d u c a g a o tern u m conceito b a s e a d o no social, isso q u e dizer que:

A educacao e um trabalho social. Seu significado, sua importancia e resultado do que a sociedade faz dela. Isso, por sua vez, depende do grau de desenvolvimento social, do nivel de exigencias dos individuos e das possibilidades politicas e economicas do momento mediada pelas relacoes concretas estabelecidas na (uta social. (ORSO, GONCALVES e MATTOS, 2008, p. 72)

Q u a n d o os autores se referem a u m a e d u c a c a o vinculada as lutas de classe, os m e s m o s q u e r e m trazer para d i s c u s s a o a s o c i e d a d e dividida e m classes e a n e c e s s i d a d e d e pensa-la c o n s i d e r a n d o e s s a realidade, o u seja, c o n c r e t a m e n t e , longe das abstragoes, personificagoes e Husoes.

A Educacao de Jovens e Adultos emergiu em tempos dificeis de perseguicao e atropelos aos direitos fundamentals. E e justamente neste contexto que surgiu a necessidade de trabalhar pela liberdade, de gerar uma consciencia coietiva da capacidade transformadora e libertadora que nos permite quebrar as cadeias da opressao (NAHMiAS, 2009, p.123).

A t u a l m e n t e , nota-se q u e o m o d e l o d e m o c r a t i c o v e m adquirindo certa consistencia no p r o c e s s o politico e m a l g u n s p a i s e s da A m e r i c a Latina, no

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entanto, muito tern q u e ser feito, t e n d o e m vista as n o v a s f a c e s d o s sistemas capitalistas, q u e se modificam r a p i d a m e n t e , o c a s i o n a n d o efeitos sobre Estados Nacionais, e m p r e s a s e t r a b a l h a d o r e s ( D A N T A S , 2 0 0 3 ) .

Essas novas interacoes tern d e s e n v o l v i d o u m n o v o tipo d e o p r e s s a o , caracterizada pelo m e r c a d o , pela exclusao, pela d e s i g u a l d a d e na distribuigao da riqueza, do poder e d o c o n h e c i m e n t o .

De a c o r d o c o m Silvera, (2000), "A cidadania, para nao ser excludente, d e v e ser p r o g r e s s i v a m e n t e d e s n a c i o n a l i z a d a , desterritorializada e d e m o c r a t i z a d a , e p a s s a r a f u n d a m e n t a r - s e e m criterios d e respeito a dignidade h u m a n a , a igualdade de direitos e as diferencas".

N e s s e sentido, a e d u c a c a o d e j o v e n s e adultos d e v e ter c o m o f o c o a s u p e r a c a o d a d e s i g u a l d a d e , a eliminagao d a s diferencas e c o n o m i c a s e a integragao d a diversidade cultural.

No entanto, no Brasil, pode-se dizer q u e esta m o d a l i d a d e de ensino e u m q u a n t o tanto controverso d e s d e o m o m e n t o e m q u e c o m e c o u a ser t r a b a l h a d a e m nosso pais, a m e s m a s e m p r e foi atrelada ao e n s i n o regular, nao se p e n s a n d o e m criar u m a e d u c a g a o d a EJA solida e c o m caracterfsticas proprias.

V o l t a d a para a p o p u l a c a o adulta e j o v e m q u e e s t a o fora da faixa etaria, esta m o d a l i d a d e d e e n s i n o possui u m a perspectiva c o m p e n s a t o r i a , o n d e e s s a f o r m a de e n s i n o n a o reconhecia o u n a o r e c o n h e c e as especificidades de cada e d u c a n d o , s u a s experiencias e s u a s expectativas.

Um aspecto a ser considerado e a insuficiencia de politicas publicas educacionais para a revitalizacao da educacao de jovens e adultos, com vistas a garantir efetivamente o acesso, a permanencia e o sucesso escolar. (SILVA, ef a/., 2009, p.04).

E notorio o g r a n d e n u m e r o d e experiencias criadas petos g o v e r n o s q u e p a s s a r a m por este pais, cada qual c o m s e u s p r o g r a m a s t e n t a n d o resolver d e u m a f o r m a eficaz o problema d a e d u c a c a o de j o v e n s e adultos n o sistema educacional

brasileiro.

S a b e - s e q u e a e d u c a c a o se f a z c o m m e t a s d e longo prazo e c o m investimentos c o n d i z e n t e s c o m o p r o g r a m a a ser d e s e n v o l v i d o , o q u e nao

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a c o n t e c e u , devido a o s p o u c o s recursos, a a u s e n c i a d e politicas apropriadas, q u e limitaram as m e d i a c o e s p e d a g o g i c a s , s e n d o elas, atualmente infantilizadas e d e s c o n t e x t u a l i z a d a s n a o a t e n d e n d o as n e c e s s i d a d e s d e a p r e n d i z a g e n s e especificidades dos e d u c a n d o s j o v e n s e adultos ( F E R R A C O , 2 0 0 7 ) .

U m a v e z p r o d u z i d a s a s d e s i g u a l d a d e s culturais c o m o resultado da falta de a c e s s o a escolaridade, da a u s e n c i a d e oferta cultural, d o s a c e s s o s limitados a informacao cientifico-tecnologica, p o d e - s e afirmar q u e a h e r a n c a q u e p e r p a s s a d e g e r a c a o a g e r a c a o estao assinalada pela carencia.

O s setores p o p u l a r e s v i v e m imersos na cultura a m p l a m e n t e difundida pela urbanizagao, pelos m e i o s d e c o m u n i c a c a o e pelos p r o c e s s o s politicos globalizados, q u e a c a b a m interferindo nas relacoes sociais e s t a b e l e c i d a s no c a m p o e na cidade ( G O M E S , 1997).

Partindo d e s s e e n t e n d i m e n t o , e n e c e s s a r i o u m a e d u c a c a o integrada p r o p o r c i o n a n d o a (re)construcao d e c o n h e c i m e n t o e atitudes ligada a e m a n c i p a c a o h u m a n a , a c i d a d a n i a e a o trabalho, s e n d o e s s e s elementos, c o n d i c o e s n e c e s s a r i a s para u m a efetiva participacao na vida social, politica, cultural, e p a r a a (re)insercao digna d o sujeito c i d a d a o no m u n d o do trabalho.

2.1.2 O C O M P R O M I S S O D O E D U C A D O R COM A SOCIEDADE

A f o r m a c a o d e seres sociais conscientes d e sua c o m p r e e n s a o h u m a n a exige u m profissional c o m p r o m i s s a d o , n o qual, F R E I R E (1983, p.08), afirma q u e "de fato, a o nos a p r o x i m a r m o s d a natureza d o ser q u e e c a p a z d e se c o m p r o m e t e r , e s t a r e m o s nos a p r o x i m a n d o d a e s s e n t i a d o ato c o m p r o m e t i d o " . 0 ato c o m p r o m e t i d o e constituido por u m a a c a o t r a n s f o r m a d o r a q u e reflete a c a p a c i d a d e d e agir.

Diante desta afirmativa, op.cit (1983, p.08), relata q u e :

Somente um ser que e capaz de sair de seu contexto, de "distanciar-se" dele para ficar com ele; capaz de admira-lo para, objetivando-o, transforma-lo e, transformando-o, saber-se transformado pela sua propria criacao, um ser que e e esta sendo no tempo que e o seu, um ser historico, somente este e capaz, por tudo isto, de comprometer-se. (FREIRE, 1983, p.08)

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0 p r o c e s s o e d u c a t i o n a l e u m a pratica q u e e n v o l v e a c o n s t r u c a o de c o n h e c i m e n t o e e x p e r i e n c i a s q u e p r o m o v e m a e v o l u g a o d o ser social. 0 ser historico busca o e n t e n d i m e n t o das relagoes sociais para se relacionar c o m o m u n d o . A e d u c a g a o s e g u n d o o Dicionario C o n t e m p o r a n e o d a L i n g u a P o r t u g u e s a , C a l d a s Aulete, e definida c o m o : "Agao e efeito d e educar, d e d e s e n v o l v e r as f a c u l d a d e s fisicas, intelectuais e morais d a crianga e, e m geral, d o ser h u m a n o , disciplinamento, instrugao, ensino".

0 c o m p r o m i s s o do e d u c a d o r e f u n d a m e n t a l para o d e s e n v o l v i m e n t o da e d u c a g a o , pois o p r o c e s s o de facilitar o c o n h e c i m e n t o , d e a c o r d o c o m Freire (1996) exige u m a pratica refletida, e m u m a agao e p i s t e m o l o g i c a no r e l a c i o n a m e n t o entre professor e aluno:

Saber que nao posso passar despercebido pelos alunos, e que a maneira como me percebam me ajuda ou desejada no cumprimento de minha tarefa de professor, aumenta em mim os cuidados com o meu desempenbo. Se a minha opcao e democratica, progressiva, nao posso ter uma pratica reacionaria, autoritaria, elitista. Nao pode discriminar o aluno em nome de nenhum motive A percepcao que o aluno tern de mim nao resulta exclusivamente de como atuo, mas tambem como o aluno entende como atuo. Evidentemente, nao posso levar meus dias como professor a perguntar aos alunos e que acham de mim ou como me avaliam. Mas devo estar atendo a leitura que fazem de minha atividade com eles (FREJRE, 1996, p.97).

O e d u c a d o r c o m p r o m e t i d o c o m a afirmagao do autor revela a sua intelectualidade e sua p r e o c u p a g a o c o m o fator social. A d e m o c r a c i a e b a s e e s s e n t i a l d e u m profissional construtor d e ideias e opinioes. A atuagao p e d a g o g i c a reflete o c o m p r o m i s s o d o professor c o m o h o m e m e c o n s e q u e n t e m e n t e c o m o ser social.

2.1.3 S A B E R E S N E C E S S A R I O S P A R A P R A T I C A E D U C A T I V A NA E D U C A C A O D E J O V E N S E A D U L T O S

O p r o c e s s o d e e n s i n o - a p r e n d i z a g e m e u m a agao d e interatividade entre a relagao professor aluno na sala de aula. O c o m p r o m e t i m e n t o p e d a g o g i c o se reflete diretamente na pratica e d u c a t i v a d o professor, q u e para atender a c o m p l e x a tarefa de construir c o n h e c i m e n t o s , precisa d o m i n a r saberes relevantes

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a sua pratica, para q u e d e s t a f o r m a a agao e d u c a t i v a ocorra atraves d a epistemologia p e d a g o g i c a . Diante disto, Pimenta (2004, p. 2 3 ) , afirma q u e :

Os professores sac- profissionais essenciais nos processos de mudanga das sociedades. Se forem deixados a margem, as decisoes pedagogicas e curriculares alheias, por mais interessante que possam parecer nao se efetivam, nao geram efeitos sobre a sociedade. (PIMENTA, 2004, p. 23).

Por meio da afirmacao d e P i m e n t a (2004), p e r c e b e - s e q u e a pratica d o professor e p e n s a d a , planejada e c o n s t r u i d a a partir d e u m a r e l a c a o dialetica estabelecida c o m os a l u n o s . S e n d o assim op.cit. (2004) c o m e n t a q u e :

O desafio e educar as criancas e os jovens, propiciando-lhes um desenvolvimento humano, cultural, cientifico e tecnologico, de modo que adquiram condigoes para enfrentar as exigencias do mundo contemporaneo. Tal objetivo exige esforgo constante de direitos, professores, funcionarios e pais de alunos e de sindicatos, governantes e outros grupos sociais organizadas (Pimenta, 2004, p.24).

A influencia d a s instancias g o v e r n a m e n t a i s d o m i n a n t e s nao contribuem d e f o r m a relevante para a socializacao e construcao d o c o n h e c i m e n t o . N e s s e sentido, f a z - s e necessario u m a politica e d u c a t i o n a l q u e e n v o i v a a t o d o s os atores sociais.

Desta f o r m a o c o m p r o m i s s o d e e d u c a r e n v o l v e todo c o r p o solido q u e constitui a sociedade, levando e m c o n s i d e r a c a o q u e as relagoes sociais da atualidade, esta e m p l e n a e r a da informagao, o q u e exige aquisigao d e u m a serie de c o m p e t e n c i a s , pois para conseguir administrar e processar a g r a n d e variedade d e informagoes e preciso d e s e n v o l v e r u m a d e m o c r a c i a cognitiva q u e p e r p a s s a o s i m p l e s ato d e ler e escrever, de codificar e decodificar. Isso implica dizer q u e a e s c o l a c o m o instituigao promotora de c o n h e c i m e n t o , precisa estar p r e p a r a d a para d e s e n v o l v e r tais c o m p e t e n c i a s .

N e s s a nova situagao, n a o c a b e a escola m u d a r a p e n a s o currlculo, mais sim organizar e articular o conjunto que caracteriza novos p r o c e s s o s d e a p r e n d i z a g e m e n o v o s s i s t e m a s culturais d e representagoes d o c o n h e c i m e n t o . A l e m disso, c a b e a escola requalificar os profissionais p e r t e n c e n t e s a o s e u meio.

Libaneo (1994) define a pratica p e d a g o g i c a c o m o parte integrante d o p r o c e s s o e d u c a t i v e Desta forma, o b s e r v a - s e q u e :

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A educagao, ou seja, a pratica educativa - e um fenomeno social e universal, sendo uma atividade humana necessaria a existencia e funcionamento de todas as sociedades. Cada sociedade precisa cuidar da formagao dos indivi'duos, auxiliarem no desenvolvimento de suas capacidades fisicas e espirituais, prepara-los para a participagao ativa e transformadora nas varias instancias da vida social (LIBANEO, 1994, p. 16-17).

A pratica e algo q u e n a o exige u m a f o r m u l a , pois c a d a professor possui a sua propria pratica. No entanto, os objetivos nos quais, e n g l o b a o d e s e n v o l v i m e n t o socio e d u c a t i o n a l d o s alunos p r e c i s a m estar contidos dentro d a s m e t o d o l o g i a s inseridas pelo professor na sala de aula. Na perspectiva d e B a r b o s a (2006, p. 19),

[...] e precise que o aprendiz possa viver outras experiencias, faca varias combinagoes e conexoes entre elas, para que se constitua um sujeito capaz de aprender utilizando suas possibilidades imitativas e criativas, capaz de representa-las atraves de varias linguagens e capaz de compreender, tambem, atraves de varias linguagens, a experiencia e a vivencia do outro, para incorpora-las a sua quando se sentir fascinado por ela (BARBOSA, 2006, p.19).

A E d u c a c a o de J o v e n s e A d u l t o s q u a n d o e o r g a n i z a d a para sistematizar o saber e planejar a luta, parte d o pressuposto de uma pratica socioeducativa, q u e contribui n o s p r o c e s s o s d e e m a n c i p a g a o social, t e n d o c o m o tarefa a p r o d u c a o d o c o n h e c i m e n t o , a d e f e s a de uma e d u c a c a o para a liberdade ( A D A M S , 2 0 1 0 ) .

A e d u c a g a o g u i a d a por esta c o n c e p c a o p o d e intervir c o m o f o r c a etica e politica para produzir saberes, a s s u m i n d o u m projeto c o m intencionalidade e m a n c i p a d o r a , v i s a n d o contribuir para a t r a n s f o r m a c a o d a s c o n d i g o e s subjetivas e condigoes objetivas.

Freire e Nogueira (2010) c o m e n t a m q u e o c o n h e c i m e n t o e indispensavel a luta popular. Mas, e s s e c o n h e c i m e n t o d e v e percorrer os c a m i n h o s d a pratica.

A pratica, nesse sentido, b u s c a a a u t o n o m i a d o p e n s a m e n t o reflexivo e critico d o sujeito, que n e s s a m o d a l i d a d e d e ensino, tern a s u a construgao e m a n c i p a t o r i a g u i a d a por especificidades que o s levam a d e s e n v o l v e r a produgao do c o n h e c i m e n t o d e f o r m a distinta d a habitual.

C o m isso, p o d e - s e dizer q u e o c o n h e c i m e n t o popular nao tern o m e s m o p r o c e d i m e n t o do f a z e r cientifico, q u e possui etapas a s e r e m c a t e g o r i c a m e n t e

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seguidas. Freire e Nogueira (2010) a f i r m a m q u e o p o v o possui u m "jeito" proprio de elaborar um olhar critico e m torno d o s objetos e situagoes da realidade.

Ora, o povo nao procede assim. O povo procede diferentemente. Objetos, situacoes e acontecimentos sao oralmente assumidos por ele, assumidos como narrativa. Nossa tradicao na cultura popular e mais oral do que escrita. As pessoas fazem narracoes orais. E o que e narrado exige troca de olhares e gestos. O que e narrado nao reune nem guarda os objetos e as situagoes. A narrativa e um exercicio da memoria, atenta no presente, desafiando pessoas a se apoderarem do que e oralmente narrado. As pessoas desenvolvem a sua maneira uma posicao diante do que e narrado (FREIRE; NOGUEIRA, 2010, p.45).

Por ser a cultura popular de tradicao oral, a narragao se torna a partir deste contexto, n a o a p e n a s um e x e r c i c i o d e m e m o r i a , m a s t a m b e m u m e s t i m u l o a t o m a d a de posigao. A garantia deste p r o c e s s o e d u c a t i v o ocorre e m e s p a g o s d e trabalho coletivo, q u e q u a n d o potencializados por meio d e m e d i a g o e s p e d a g o g i c a s f a v o r a v e i s a o ensinar e a p r e n d e r m u t u o t r a n s c e n d e a reflexao racional para envolver as relagoes h u m a n a s na sua totalidade: afetiva, psicologica, espiritual, etica, politica e social.

2.2 A I N S E R C A O D A E C O N O M I A P O P U L A R S O L I D A R I A NO P R O C E S S O D E E N S I N O E A P R E N D I Z A G E M NA E D U C A C A O D E J O V E N S E A D U L T O S

A importancia d a d i s c u s s a o s o b r e a e c o n o m i a solidaria, q u e muitos d i z e m ser u m m o v i m e n t o , t o r n o u - s e essencial para buscar u m a nova s o c i e d a d e , u m n o v o m o d o de produgao, u m a e c o n o m i a b a s e a d a na solidariedade e e m u m m e r c a d o d e m o c r a t i c o .

Isso ocorre d e v i d o a d i n a m i c a estabelecida pelo sistema e c o n o m i c o vigente, que tende a naturalizar as d e s i g u a l d a d e s e a c o m p e t i g a o generalizada, resultantes d a f o r m a q u e se o r g a n i z a m as atividades e c o n o m i c a s , o u seja, o m o d o d e produgao capitalista q u e prioriza a a c u m u l a g a o e a busca de lucros s e m limites ( R A T T N E R , 2 0 0 8 ) .

N e s s e sentido, Singer (2002, p. 10) afirma q u e "o capitalismo e u m m o d o de produgao cujo principio e o direito d e propriedade individual aplicado ao capital", q u e c a d a v e z mais evidencia u m a divisao o u polarizagao p r o f u n d a entre as

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s o c i e d a d e s , c o m a e x p a n s a o d a miseria e da e x p l o r a c a o d o trabalho, revelando a sua natureza d e s u m a n a e i r r a t i o n a l . A o contrario da E c o n o m i a Solidaria q u e e r e g a d a por uma praxis educativo-libertadora, d e a c o r d o c o m as p a l a v r a s deste m e s m o autor:

E outro modo de producao, cujos principios sao a propriedade coletiva ou associada do capital e o direito a liberdade individual. A aplicacao desses principios une todos os que produzem numa unica classe trabalhadora que sao possuidores de capital por igual em cada cooperativa ou sociedade economica. O resultado natural e a solidariedade e a igualdade [...] (SINGER, 2002, p.10).

Desta f o r m a , p e r c e b e - s e q u e a E c o n o m i a Solidaria e x i g e "alem do d e s e n v o l v i m e n t o d e sua b a s e material, u m alto grau d e conscientizacao e m o t i v a c a o por parte d e sua p o p u l a c a o , m o v i d a por principios eticos e valores de c o m p a i x a o e solidariedade" no qual e f u n d a m e n t a l a participacao d e todos, para se t o r n a r e m c i d a d a o s e, a s s i m , sujeitos do p r o c e s s o historico ( R A T T N E R , 2 0 0 8 , p.56).

N o t a - s e q u e a insustentabilidade e barbarie p r e s e n t e s no atual sistema d e m e r c a d o , o c a s i o n o u o surgimento d e i n u m e r a s e x p e r i e n c i a s de reestruturacao. O carater alternative q u e e m e r g e d a s novas experiencias p o p u l a r e s de a u t o g e s t a o e c o o p e r a g a o sao para muitos autores a ressurreicao da e c o n o m i a solidaria que p r o v o c a a t u a l m e n t e u m a p r o f u s a o d e e s t u d o s e m p i r i c o s e de f o r m u l a c o e s teoricas, alem de d e b a t e s d e natureza polftica.

S e n d o assim, b u s c a r e m o s as ideias e os conceitos e l a b o r a d o s por alguns teoricos q u e discutem esta tematica, para promover u m a analise d a s teorias e e x p e r i e n c i a s q u e constitui este m o v i m e n t o e m a l g o real, p o d e n d o ser c a p a z d e romper c o m as relacoes d o m o d o d e produgao capitalista, e t r a n s f o r m a n d o - s e atraves da consciencia h u m a n a e m u m a s o c i e d a d e igualitaria, p r e s e r v a d o r a d a diferenga d o s sujeitos e d e s u a s c a p a c i d a d e s d e conviver e interagir, q u e se remete d e v a l o r e s m o r a i s estruturados e estruturantes d e s s a nova etica c o m o afirma Cruz (2006), u m a etica t r a n s f o r m a d o r a d a polftica, da e c o n o m i a e d a s o c i e d a d e .

C o m o t a m b e m , p o d e - s e a p r e s e n t a r a p e n a s c o m o f e n o m e n o p a s s a g e i r o , circunstancial, resultante d o d e s m o n t e d o Estado, q u e se c o m b i n a a u m a

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reestruturagao produtiva m a r c a d a pela d e s r e g u l a m e n t a g a o d o s m e r c a d o s d e trabalho ( C R U Z , 2 0 0 6 ) .

2.2.1 C O M O S U R G I U A E C O N O M I A S O L I D A R I A ?

A e c o n o m i a sofidarfa s u r g i u c o m o u m a f o r m a d e contestagao ao m o d e l o e c o n o m i c o capitalista. Em linhas gerais, o capitalismo se baseia no controle do capital para possuir maior eficiencia, isso e, d e s e n v o l v e a tecnica e a c o m b i n a g a o do p r o c e s s o social d e produgao, e x a u r i n d o a s a u d e fisica e mental do trabalhador.

Esta d i n a m i c a p r o m o v e o a u m e n t o da produtividade e diminui o t e m p o d e produgao, o q u e gera a o b t e n g a o d e resultados rapidos. O objetivo q u e determina o p r o c e s s o de produgao capitalista e a maior e x p a n s a o posslvel do proprio capital, portanto, a maior produgao d e mais valia, c o n q u i s t a d a atraves d a maior

A o longo da historia, o capitalismo tern se caracterizado pela sua habilidade d e d e s e n v o l v e r as c a p a c i d a d e s produtivas. C o m a a p r o p r i a g a o d o principio de c o o p e r a g a o e s t a b e l e c e u forma a p r o d u c a o capitalista. A m a n u f a t u r a dividiu o trabalho q u e c o n s e q u e n t e m e n t e , d e s e n v o l v e u a especializagao tecnica no m o d o d e p r o d u c a o e d a s f e r r a m e n t a s . A maquinaria m e c a n i z o u o processo, t e n d o p r o p o r c i o n a d o ao seculo XVIII, o d e s e n v o l v i m e n t o da industria m o d e r n a (MARX, 2 0 0 8 ) .

exploragao p o s s l v e l da forga d e trabalho ( B E R N A R D O , 2 0 0 9 ) .

A economia de mercado capitalista esta fundada na crenca de que o mercado e capaz de autorregular-se para o bem de todos, e que a competicao e o melhor modo de relacao entre os atores sociais. Mas a iogica do mercado capitalista so reconhece as necessidades humanas que podem ser satisfeitas sob a forma de mercadorias e sao oportunidades de lucro privado e de acumulacao de capital. O capital so reconhece a demanda efetiva, isto e, o poder de compra. Quern tern necessidades, mas nao tern poder de compra nao e reconhecido como sujeito de direitos pelo capital. Num mundo de desemprego crescente, em que a grande maioria dos trabalhadores nao controla nem participa da gestao dos meios e recursos para produzir riquezas, um numero sempre maior de trabalhadores e familias perde o acesso a remuneracao e fica excluido do mercado capitalista. (GRUPO DE TRABALHO DE ECONOMIA SOLIDARIA DO FSM de 2002. 2008, p. 108).

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E m t o d a s as fases, o h o m e m e tratado e utilizado c o m o m a q u i n a d o s m e i o s de producao. 0 capitalismo se racionaliza a custa da precarizacao da condicao h u m a n a . Essa relacao se modifica c o m o passar d o s t e m p o s , m a s a sua e s s e n t i a continua s e n d o a m e s m a , e s t a b e l e c i d a n o i n i t i o da c o o p e r a g a o simples,

"subordinar para exploraf.

S e n d o assim, Singer (2002, p.01), afirma q u e "a e c o n o m i a solidaria foi inventada por operarios, nos primordios d o capitalismo industrial, c o m o resposta a p o b r e z a e ao d e s e m p r e g o , resultantes da difusao d e s r e g u l a m e n t a d a das m a q u i n a s - f e r r a m e n t a e d o motor a vapor, n o i n i t i o d o seculo XIX".

Lechat (2002), explica q u e as crises durante este p e r i o d o n a o sao identicas e os atores e p r o m o t o r e s t a m b e m d i f e r e m d e u m a g e r a c a o para outra, as diversas o n d a s de e c o n o m i a social tern p e r s o n a l i d a d e s diversas, por isso a autora destaca tres m o m e n t o s relevantes q u e d e s e n c a d e o u iniciativas associativas a e c o n o m i a d e n a o m e r c a d o , vejamos:

1) A s d e c a d a s de 3 0 e 4 0 d o seculo XIX, m a r c a d a s por u m n o v o tipo de regulacao do trabalho que de corporativo t r a n s f o r m o u - s e e m c o n c o r r e n c i a l , viram nascer s o c i e d a d e s d e socorro mutuo, b a l c o e s alimenticios e cooperativas d e produgao. Criadas por operarios o u por a r t e s a o s que se n e g a v a m a tornar-se p r o l e t a r i a d o s1

e s s a s iniciativas t e n t a v a m a m e n i z a r os sofrimentos trazidos pelos acidentes pelas d o e n g a s e pela morte. A partir de 1948, no entanto, a repressao se a b a t e u sobre estas associagoes.

2) A g r a n d e crise d o s a n o s 1 8 7 3 - 1 8 9 5 leva a m o d e r n i z a g a o e a investimentos p e s a d o s na agricultura e nos recursos naturais. A s cooperativas agricolas e de p o u p a n g a f o r a m as solugoes d e sobrevivencia e n c o n t r a d a s pelos p e q u e n o s produtores. Na Franca, as a s s o c i a g o e s f o r a m r e c o n h e c i d a s pela lei d e 1 9 0 12, m a s

f o r a m resthtas a trocas nao monetarias. a m e n o s que estivessem ligadas a agao d o s p o d e r e s publicos (Laville, R o u s t a n g , 1999).

3) A d e p r e s s a o e c o n o m i c a d o s anos 1929-1932, p r o v o c a d a por uma crise d a r e g u l a c a o concorrencial, a p o s a S e g u n d a G u e r r a Mundial levou a u m a

1 Proletariado pra Marx e Engels (1998, p.09) e a classe dos trabalhadores assalariados

modernos, que, por nao ter meios de producao proprios sao reduzidos a vender a propria forca de trabalho para poder viver.

2 A Lei das Associagoes em Franca obriga a regularizacao de todas as congregacoes e

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intervengao d o Estado, dentro das propostas k e y n e s i a n a s3, i m p l a n t a n d o polfticas

e c o n o m i c a s e sociais. M a s antes disto as c o o p e r a t i v a s de c o n s u m o e d e habitacao se constitufram n u m a d a s solugoes trazidas pelos operarios ( L E C H A T , 2 0 0 2 , pp. 5-6).

E s s e autor o b s e r v a q u e diante d a s crises o c a s i o n a d a s pela e c o n o m i a de m e r c a d o s u r g i r a m importantes reagoes contra os efeitos nefastos do sistema capitalista, portanto,

Elas surgem da necessidade de dar resposta a progressiva deterioracao social, economica e cultural que vivem as populacoes, devido a crescente desumanizagao da economia, a degradagao do meio ambiente e da qualidade de vida, a falta de valores eticos, a piora paulatina do nivel de cultura e de educagao (REINTJES, 2008, p.86).

A s c o n s e q u e n c i a s mais e v i d e n t e s d e s s a d e s u m a n i z a c a o d a e c o n o m i a sao: o a u m e n t o da p o b r e z a e as d e s i g u a l d a d e s sociais, a f e t a n d o e s p e c i a l m e n t e a p o p u l a c a o vulneravel, a e x c l u s a o social, a o baixo status e c o n o m i c o , o d e s e m p r e g o e o e m p r e g o precario.

M e d i a n t e a e s s e s fatores, f l o r e s c e u entao, e m m e i o a o n a s c i m e n t o do capitalismo concorrencial na Europa e E U A d o seculo XIX, uma serie de iniciativas para salvar o u criar e m p r e g o s , o q u e introduziu f o r m a s d e p r o d u g a o associativa, e n g e n d r a d a s a partir d a luta polftica d o s trabalhadores q u e se o r g a n i z a v a m atraves d o s sindicatos, d e organizagoes partidarias o u s i m p l e s m e n t e "cooperativas" ( C R U Z , 2 0 0 6 ) .

As cooperativas eram tentativas por parte de trabalhadores de recuperar trabalho e autonomia economica, aproveitando as novas forcas produtivas. Sua estruturagao obedecia aos valores basicos do movimento operario de igualdade e democracia, sintetizados na ideologia do socialismo (SINGER, 2002, p.01).

Desta f o r m a , fica evidente para o autor s u p r a c i t a d o q u e a estruturagao das e m p r e s a s solidarias constitui u m a f o r m a de produgao inversa ao do capitalismo, t e n d o e m vista q u e os v a l o r e s estabelecidos pelas e m p r e s a s solidarias partem da

3 Nessas propostas, Keynes elabora um conceito significativo de economia monetaria, "como

posto por Marx bem antes de Keynes" (Cardim de Carvalho, 1999:263), em que seu objetivo nao e o consumo, as a valorizacao do capital; isto e, o que define uma economia monetaria e a produgao e, principalmente, a conversao de mercadorias em dinheiro (FERRARI FILHO, 2006 p.03)

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A t u a l m e n t e , o d e b a t e sobre a e c o n o m i a solidaria e a u t o g e s t a o indica n u m c r e s c i m e n t o d e iniciativas d e p r o d u c a o e d e prestacao d e servigos sociais, o r g a n i z a d o s c o m b a s e na livre a s s o c i a c a o e nos principios d e c o o p e r a g a o e a u t o g e s t a o ( G A I G E R , 2 0 0 4 ) .

Este fato revela u m a p r e s e n c a e a m p l i t u d e progressiva d e s s e c a m p o d e praticas, no qual, G a i g e r (2004), certifica q u e , "nos ultimos a n o s , a e c o n o m i a solidaria p e n e t r o u na a g e n d a d a s O N G s , na pauta d o s m o v i m e n t o s sociais, nas politicas publicas, nas estruturas d o g o v e r n o e nos g r a n d e s e n c o n t r o s politicos internacionais".

Por isso, q u e muitos teoricos acreditam t e r m o s no seculo X X I uma r e t o m a d a d o d e b a t e s o b r e o t e m a d a e c o n o m i a solidaria, tanto no c a m p o estrutural - a q u e d a d o capitalismo, na f o r m a g a o de u m a s o c i e d a d e socialista, c o m o t a m b e m , n a b u s c a d e f u n d a r alternativas c o n c r e t a s de trabalho geridas pelos proprios t r a b a l h a d o r e s d e s e m p r e g a d o s no c a m p o do trabalho a s s o c i a d o e d o cooperativismo.

A existencia d e experiencias concretizadas nos m o v i m e n t o s sociais o r g a n i z a d o s pela s o c i e d a d e civil e a a d m i n i s t r a c a o local realizada pela s o c i e d a d e polftica, sao realidades e instrumentos importantes dentro deste p r o c e s s o de estruturagao, n o qual, d e s e m p e n h a m u m a a g a o pratica e metodologica, no d e s e n v o l v i m e n t o de u m a postura ideologica voltada ao m o v i m e n t o socialista ( C R U Z , 2 0 0 6 ) .

O c r e s c i m e n t o d e praticas e alternativas b a s e a d a s e m principios d e m o c r a t i c o s e sociais pauta a relevancia na t o m a d a d e d i s c u s s a o sobre a e c o n o m i a solidaria e autogestao. Diante disso, e necessario construir e reconstruir a s teorias e a s praticas q u e norteia o t e m a , p a r a q u e a s agoes locais se fortalegam no intuito d e p r o m o v e r a ruptura do sistema vigente, e assim, estabelecer u m a s o c i e d a d e d e fato socialmente m a i s justa.

2.2.2 A E D U C A C A O S O L I D A R I A E P O P U L A R C O M O P R A T I C A E D U C A T I V A E M A N C I P A T O R I A

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E m m e i o s a t o d a s as experiencias d e e c o n o m i a solidaria surgida d e v i d o a crise d o trabalho, o b s e r v a - s e q u e outras a r e a s das d i n a m i c a s estabelecidas s o c i a l m e n t e f o r a m influenciadas pela sua c o n c e p c a o pratica q u e integram o sujeito a o s p r o c e s s o s coletivos c o m a finalidade d e d e s e n v o l v e r o b e m estar c o m u m .

A d m i n i s t r a c a o popular, g o v e r n o democratico, c o o p e r a g a o , associagao, solidariedade s a o e l e m e n t o s d a e c o n o m i a solidaria q u e e s t a o intrinsecamente ligados a s b a s e s atuais q u e norteiam os p r o c e s s o s d a c h a m a d a e d u c a c a o populares.

A e d u c a g a o popular, entendida c o m o u m a e d u c a c a o para o povo, u m p r o c e s s o a m p l o d e f o r m a g a o d e classe trabalhadora, c o m e g a no Brasil na d e c a d a de 4 0 . T r a t a se d e u m a serie de c a m p a n h a s d e alfabetizagao, p r o g r a m a s de f o r m a g a o supletiva e tecnica ( S E N A C , S U D E N E , M O B R A L ) , i m p u l s i o n a d o s por

uma ideia d e s e n v o l v i m e n t i s t a no contexto do p o s - g u e r r a (ITCP, 2 0 1 0 ) .

E s s e s p r o g r a m a s se p a u t a v a m p e l o " m i n i m o necessario" para o e s t a b e l e c i m e n t o d e m e l h o r e s condigoes materials d e vida nas c o m u n i d a d e s mais pobres. Setores da igreja catolica, d a Universidade e o r g a n i z a g o e s d e e s t u d a n t e s participavam d e s t a s iniciativas d e f o r m a g a o e f o r a m r e s p o n s a v e i s por alterar a logica d o " m i n i m o necessario" p a r a u m a E d u c a g a o Popular realmente p a u t a d a nos principios de e d u c a g a o para liberdade.

Essa m u d a n g a c o n c e d e u a e d u c a c a o popular u m a c o n c e p c a o p e d a g o g i c a politicamente a s s u m i d a , q u e p r o p o e desvelar as relagoes sociais d e o p r e s s a o ao longo d o p r o c e s s o d e a p r e n d i z a g e m ( B R A N D A O , 2 0 0 2 ) .

M e d i a n t e a e s s a s afirmagoes, e importante ressaltar q u e Paulo Freire e u m autor q u e se pauta por e s t e s ideais no contexto escolar o u n o contexto de alfabetizagao de adultos.

Paulo Freire marcou uma ruptura na historia pedagogica de seu pais e da America Latina. Com um conjunto de ideias pautado na concepcao de educacao popular ele contribuiu para a consolidacao de um dos paradigmas mais hcos da pedagogia contemporanea quando destacou o seu compromisso com os oprimidos, com os excluidos do sistema elitista. Num contexto de massificacao, de exclusao, de desarticulacao da escola com a sociedade, Paulo Freire da sua efetiva contribuicao para a formacao de uma sociedade democratica ao constituir um projeto educacional radicalmente democratico e libertador. Assim, sendo, o pensamento e a obra de Paulo Freire, sao e continuarao sendo marco na pedagogia national e international (FEITOSA, 1999, p. 18).

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Paulo Freire iniciou sua trajetoria c o m o e d u c a d o r j u n t o a o s setores populares, sistematizou e s s a experiencia e p r o p o s u m a teoria crftica as c o n c e p c o e s d e e d u c a c a o e n t a o vigentes. A p r o b l e m a t i c ^ principal da obra freireana e a libertagao d a s p e s s o a s c o n c r e t a m e n t e e m s u a s vidas d e s u m a n i z a d a s pela o p r e s s a o e d o m i n a c a o social. A s u a contribuicao possibilitou entender o c o n d i c i o n a m e n t o , os p r o b l e m a s individuals e coletivos, c o m o m e d i a g o e s p e d a g o g i c a s privilegiadas (ITCP, 2 0 1 0 ) .

Essa foi a g r a n d e luta travada por Freire e sua proposta p e d a g o g i c a traduz, d e f o r m a integral, as p r e o c u p a c o e s q u e p e r p a s s a m de i n i t i o a o fim sua atuagao pratica c o m o e d u c a d o r e intelectual. E d e s s a praxis q u e surge a E d u c a c a o Popular d e Freire.

Freire esta na origem d a E d u c a g a o Popular c o m o p a r a d i g m a latino-a m e r i c latino-a n o q u e trlatino-az inumerlatino-as contribuigoes platino-arlatino-a latino-a p e d latino-a g o g i latino-a mundilatino-al. Ele foi u m dos pioneiros a problematizar os desafios c o n c r e t o s q u e i m p u l s i o n a r a m a articulagao de lutas o r g a n i z a d a s a partir d e M o v i m e n t o s P o p u l a r e s e m diregao a transformagao d a s realidades sociais opressoras.

Freire (2005) afirma q u e u m a e d u c a c a o d e s c o m p r o m i s s a d a c o m o p r o c e s s o p e r m a n e n t e d e interagoes justas p a u t a d a s no respeito as diferengas e d e s c o n s t i t u i d a s d e h u m a n i d a d e , d e f o r m a o sujeito e m p r o c e s s o de d e s e n v o l v i m e n t o , e q u a n d o este d e s c o m p r o m i s s o v e m a c o m p a n h a d o de u m a carga historica negativa, a u m e n t a a probabilidade de ocasionar c o m p o r t a m e n t o s patologicos e dificuldades d e a p r e n d i z a g e m nos individuos, o que o deixa a m a r g e m d a s o c i e d a d e .

Pela c o r a g e m e pela postura c o e r e n t e de h u m i l d a d e e autocritica, a proposta freireana c o n v e r g i u para u m g r a n d e m o v i m e n t o de Praxis T r a n s f o r m a d o r a , q u e foi e m e r g i n d o d a realidade social latino-americana, e p a s s o u a agrupar i n u m e r o s lideres, intelectuais e e d u c a d o r e s d o m u n d o todo.

A s u a o b r a " P e d a g o g i a do Oprimido", revela o q u a n t o o s e u p e n s a m e n t o critico esta voltado e m d e s v e n d a r t o d o p r o c e s s o d e s u m a n o , no qual os sujeitos e s t a o inseridos, c o m o t a m b e m a p o n t a m e d i a g o e s p e d a g o g i c a s f u n d a m e n t a l s para c o m p r e e n s a o de m u n d o c o m o e x p o s t o no Q u a d r o 1.

(30)

QUADRO 1 - MEDIACOES PEDAGOGICAS FUNDAMENTAIS

A propria opressao e s u a s c a u s a s quando como objeto de reflexao dos oprimidos cujo resultado s e r a o s e u engajamento na luta por s u a libertagao;

A pesquisa numa metodologia dial6gica propria d a e d u c a c a o libertadora;

UI

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0 dialogo como lugar do encontro e reencontro d a s consciencias onde o mundo s e torna a mediac§o;

o

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Q UJ

A contribuicao de lideres ou educadores revolutionaries (humanistas) que favorecem o desenvolvimento do potential criador d a s mulheres e homens;

s

A insergao critica, isto e, a praxis, s e m dicotomia entre reflexao e agao: a reflexao deve conduzir a pratica, e o momento d a agao s e torna autentica praxis s e o s a b e r dela resultante s e faz objeto da reflexao critica;

A problematizagao d a s relagSes com o mundo coerente com a dialogicidade na e s s e n t i a do ato educativo.

Fonte: Adams (2010, p. 41). (Adaptado)

A partir deste processo pedag6gico, d u a s outras vertentes de Paulo Freire podem s e r alcangadas de forma a ocasionar esperanga, para aqueles que a o serem excluidos tiveram a s u a humanidade roubada.

O sonho e a possibilidade s a o elementos constitutivos fundamentals, que acompanhada d a Utopia, combustivel d a transformagao hist6rica, restaura nos sujeitos, aquilo que e de n o s s a e s s e n t i a , o s e r - d e s e j a n t e d e m u d a n g a E n e s s a diregao que nos diz Paulo Freire: "sonhar nao e a p e n a s um ato politico necessario, m a s tambem uma conotagao d a forma historico social de estar sendo de mulheres e homens. F a z parte d a natureza humana que, dentro d a historia, s e a c h a e m permanente p r o c e s s o de tornar-se" ( F R E I R E , 1999, p.91).

Entretanto, para a s s u m i r - s e u m a mediagao pedag6gica freiriana, enquanto educadores, nao pode-se deixar de denunciar nem de anunciar. E s s a situagao e para Paulo Freire a condigao de uma educagao popular libertadora, pois, "nao ha Utopia verdadeira fora d a tensao entre a denuncia de um presente tornando-se c a d a v e z mais intoleravel e o anuncio de um futuro a s e r criado, construido, politica, estetica e eticamente, por n6s, mulheres e homens" (Freire, 1999, p.91).

Nao e de hoje que ouvimos e falamos e m favor do justo lamento por outra existencia E s s a nao e uma c a u s a d o s educadores, m a s de toda a humanidade e m s u a grande caminhada. O clamor pela mudanga do mundo inscreve-se na literatura e na luta de todos o s povos, d e s d e o s tempos historicos mais remotos.

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Desta f o r m a , n o t a - s e q u e a s " m e d i a g o e s p e d a g o g i c a s constituem-se praticas sociais c o m o f o n t e s e m e i o s construtores d e sociabilidade e saberes, e s p e c i a l m e n t e q u a n d o o s sujeitos e n v o l v i d o s a s s u m e m u m a postura reflexiva s o b r e os contraditorios e interativos p r o c e s s o s vividos" ( A D A M S , 2 0 1 0 , p.41).

0 educador, a o tecer redes d e significados e s a b e r e s q u e b u s c a m dar conta d o sujeito e s e u aprender, constroi u m a pratica c a p a z d e p r o m o v e r no sujeito u m b e m estar q u e o permita se d e s e n v o l v e r e m sua plenitude, na confianga d o individuo e m si e na diminuigao d e sua angustia frente a vida.

A s m e d i a g o e s p e d a g o g i c a s por si, n a o n e c e s s a r i a m e n t e sao e m a n c i p a d o r a s , na c o n c e p c a o e pratica da e d u c a g a o popular. Pois e m a n c i p a r - s e

Signifies, na presente analise, livra-se do poder exercido por outros, aceder a maioridade de consciencia, capacidade de conhecer e reconhecer as normas sociais e morais. Neste sentido, emancipacao social vincula-se a autonomia individual ou coletiva. E o contrario de dependencia, submissSo, alienacao, opressao, dominacao, falta de perspectiva. Sugere um sujeito coletivo capaz de atuar com autonomia e liberdade (THIOLLENT, 2006), e nao concessao de quern quer que seja (ADAMS, 2010, p.43).

D e s t a forma, a o e d u c a d o r fica a r e s p o n s a b i l i d a d e d e ser o facilitador dentro d e s t e p r o c e s s o d e e m a n c i p a c a o , no qual e m a n c i p a r e liberdade c o n c e d i d a , adquirida ou conquistada.

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3 P R O C E D I M E N T O S M E T O D O L O G I C O S

O p r e s e n t e estudo foi d e s e n v o l v i d o na Escola Municipal d e Educagao Infantil e Ensino F u n d a m e n t a l Maria Bezerra d a Silva, localizada no municfpio de Z a b e l e - PB.

A referida escola a t e n d e o s alunos gratuitamente, e m r e g i m e regular, r e c e b e n d o criangas, a d o l e s c e n t e s e adultos, p r o v i n d a s d e f a m l l i a s de baixa e m e d i a renda, s e n d o a l g u m a s c o n s i d e r a d a s s o b risco social e pessoal. Nos p e r i o d o s matutino e vespertino, a escola oferece a E d u c a c a o Infantil e o Ensino F u n d a m e n t a l , no p e r i o d o noturno a E d u c a g a o d e J o v e n s e A d u l t o s por m e i o d o e n s i n o regular e atraves d o P r o g r a m a Brasii A l f a b e t i z a d o5

O e s t u d o b u s c o u aporte teorico e m e t o d o l o g i c o para o d e s e n v o l v i m e n t o do trabalho d e c a m p o da p e s q u i s a qualitativa, q u e a s s u m e diferentes significados no c a m p o d a s ciencias h u m a n a s e sociais. N e s s e sentido, a p e s q u i s a qualitativa c o m p r e e n d e u m conjunto d e diferentes t e c n i c a s interpretativas q u e v i s a m a d e s c r e v e r e a decodificar os c o m p o n e n t e s d e u m sistema c o m p l e x o de significados.

Desta maneira, a forma de p e s q u i s a escolhida para c o m p o r este trabalho, foi o e s t u d o d e c a s o , q u e "e proprio para a c o n s t r u c a o de u m a investigagao e m p i r i c a q u e pesquisa f e n o m e n o dentro do contexto real - pesquisa naturalistica - c o m p o u c o controle d o p e s q u i s a d o r sobre e v e n t o s e m a n i f e s t a g o e s d o f e n o m e n o " ( A N D R E , 1984, p. 10).

E s t a b e l e c e u - s e c o m o principais p r o c e d i m e n t o s m e t o d o l o g i c o s a coleta de d a d o s por meio d e questionario aberto para colher informagoes s o b r e o uso dos t e m a s transversals n o s p r o c e s s o s educativos, a insergao do contexto local c o m o

5 O MEC realiza, desde 2003, o Programa Brasii Alfabetizado (PBA), voltado para a alfabetizagao

de jovens, adultos e idosos. O programa e uma porta de acesso a cidadania e o despertar do interesse pela elevacao da escolaridade. O Brasii Alfabetizado e desenvolvido em todo o territorio nacional, com o atendimento prioritario a municipios que apresentam alta taxa de analfabetismo, sendo que 90% destes localizam-se na regiao Nordeste. Objetivo: Promover a superagao do analfabetismo entre jovens com 15 anos ou mais, adultos e idosos e contribuir para a universalizagao do ensino fundamental no Brasii. Sua concepcao reconhece a educagao como direito humano e a oferta publica da alfabetizagao como porta de entrada para a educagao e a escolarizagao das pessoas ao longo de toda a vida.

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meio de contextualizar o c o n h e c i m e n t o c o n s t r u i d o , a s referencias bibliograficas utilizadas para f u n d a m e n t a r as aulas, o envolvimento da E c o n o m i a Solidaria nas q u e s t o e s educativas e a v a l i a c a o da a p r e n d i z a g e m d o s a l u n o s .

O s sujeitos d a p e s q u i s a f o r a m os professores d a Educagao d e J o v e n s e A d u l t o s d o e n s i n o regular e os professores d o P r o g r a m a Brasii A l f a b e t i z a d o , totalizando o n z e questionarios respondidos. V a l e ressaltar, q u e a p e n a s dois q u e s t i o n a r i o s n a o f o r a m r e s p o n d i d o s na presenga d o pesquisador.

0 t r a b a l h o u se c o n c e n t r o u e m u m p e r i o d o de q u i n z e dias, d u r a n t e o m e s de s e t e m b r o . No primeiro m o m e n t o , a p r e s e n t o u - s e o projeto para diregao, c o m o t a m b e m , o oficio q u e permitisse a realizagao dos t r a b a l h o s d e c a m p o . E m s e g u i d a , c o n v e r s o u - s e c o m os p r o f e s s o r e s e m a r c o u - s e u m primeiro e n c o n t r o para q u e p u d e s s e m o s coletar d a d o s . Os m o m e n t o s s u b s e q u e n t e s f o r a m constituidos pela realizacao d o s questionarios, q u e tiveram nos totais cinco questoes.

C o m os a l u n o s , realizaram-se oficinas a b o r d a n d o t e m a t i c a s que e n v o l v e s s e m as vivencias e experiencias d o s e d u c a n d o s , levando e m c o n s i d e r a g a o a l g u n s a s p e c t o s da E c o n o m i a Solidaria, por m e i o d a p e s q u i s a participativa na qual o investigador realiza e m c o m u n h a o c o m o g r u p o envolvido u m a autorreflexao. F o r a m r e a l i z a d a s tres oficinas, t o d a s c o n t e m p l a n d o a parte teorica e a parte pratica.

Na primeira oficina t r a b a l h o u - s e c o m o s a s p e c t o s naturais e culturais d o local. N e s s e primeiro trabalho, e v i d e n c i o u - s e as q u e s t o e s ligadas a o semiarido. A aula d e c a m p o realizada no Sitio L o g r a d o u r o p r o p o r c i o n o u u m a maior interagao entre a teoria e pratica.

A s e g u n d a oficina a b o r d o u a s f o r m a s d e trabalho associativo, l e v a n d o e m consideragao eixos e diretrizes d a e c o n o m i a solidaria e da autogestao. Para c o m p r e e n d e r os a s p e c t o s d e s t a t e m a t i c a na pratica, levou-se os a l u n o s para a horta escolar, o q u e s u b s t a n c i o u u m a autorreflexao sobre os m e i o s d e producao.

A terceira e ultima, b u s c o u na historia d o cantor Luiz G o n z a g a e e m s u a s c o m p o s i g o e s musicais p r o m o v e r o inicio d o fortalecimento da identidade cultural d o sujeito sertanejo.

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C o n c l u i d a s as atividades, b u s c o u - s e diagnosticar a p e r c e p c a o dos alunos sobre e d u c a c a o e a sua relacao c o m o t r a b a l h o , por meio d e u m a p e s q u i s a c o m tres q u e s t o e s de multipla escolha e u m a dissertativa, a l e m d e analisar as o b s e r v a c o e s realizadas d u r a n t e o p e r i o d o d a p e s q u i s a d e c a m p o .

0 uso d o questionario, n a o d e i x o u d e lado o pesquisador atento, interessado, q u e p r o c u r o u estabelecer relacoes, a p r o f u n d o u q u e s t o e s e c o l o c o u n o v o s t e m a s , q u e nao se e n c o n t r a v a m n o roteiro, m a s q u e e s t a v a m s e m p r e ligados a problematica d a pesquisa.

T o d o s os d e p o i m e n t o s relevantes para este p e s q u i s a f o r a m transcritos pelos p e s q u i s a d o r e s . A p o s a transcricao, seguiram-se as analises d o s d a d o s d o s questionarios, d o s d e p o i m e n t o s e d a s o b s e r v a c o e s e m p i r i c a s realizadas.

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