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Ação do cloreto de potássio sobre a germinação de sementes de tomate Khétrin Silva Maciel 1 ; José Carlos Lopes 1 ; Amanda Péres 2.

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Academic year: 2021

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Ação do cloreto de potássio sobre a germinação de sementes de tomate

Khétrin Silva Maciel1; José Carlos Lopes1; Amanda Péres2.

1,1,2 UFES - Universidade Federal do Espírito Santo - Centro de Ciências Agrárias, Caixa Postal 16,

29500-000. Alegre - ES. khetrinmaciel@gmail.com, jcufes@bol.com.br, amanda.peresb6@hotmail.com.

RESUMO

O presente trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Tecnologia e Análise de Sementes do CCA-UFES, em Alegre-ES, com objetivo de avaliar a ação do cloreto de potássio sobre a germinação de sementes de tomate. Foram utilizados dois lotes de sementes (Santa Clara e Gaúcho Melhorado). O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente casualizado, num fatorial 2 x 6 (dois lotes x seis avaliações), com quatro repetições. As sementes foram tratadas com concentrações salina de 0,0; -0,4; -0,8; -1,2; -1,6 e -2,0 MPa, (equação de Van’t Hoff), aplicadas por imersão das sementes por 15 minutos. Foram avaliados a germinação, índice de velocidade de germinação e massa fresca. Os dados foram transformados em arco seno √x/100 e as figuras foram apresentadas com os valores originais. Os dados foram submetidos a análise de regressão e foi utilizado o software SAEG.

PALAVRAS-CHAVE: Lycopersicon lycopersicum, concentração, vigor. ABSTRACT

Action of potassium chloride on the germination of tomato seeds

This work was developed at the Laboratory of Technology and Seed Analysis of CCA-UFES in Alegre-ES, to evaluate the action of potassium chloride on the germination of tomato seeds. We used two batches of seeds (Santa Clara and Gaúcho Melhorado). The statistical design was completely randomized in a factorial 2 x 6 (two lots x six evaluations) with four replications. The seeds were treated with saline concentrations of 0.0, -0.4, -0.8, -1.2, -1.6 and -2.0 MPa (Van't Hoff equation), applied by immersion seed for 15 minutes. We evaluated the germination, speed of germination and fresh weight. The data were transformed into arcsine √x/100 and pictures were presented with the original values. The data were subjected to regression analysis and software was used SAEG.

Keywords: Lycopersicon lycopersicum,concentration, vigor.

Considerando os aspectos socioeconômicos, o tomate é a mais importante dentre as hortaliças cultivadas no Brasil (Martins, 1992). Em 2008, cerca de R$ 307 milhões foram comercializados em sementes no País, valor pago pelos produtores de hortaliças, e em 2010, a área plantada foi de cerca de 700 mil hectares, com envolvimento de mais de 700 mil produtores, gerando cerca de 3 milhões de empregos diretos (Abcsem, 2010). Atualmente, o tomate é a mais importante hortaliça no mundo, tanto por área cultivada como por valor comercial, e no estado do Espírito Santo são cultivados cerca de 2.000 ha, onde os municípios de Venda Nova do Imigrante e Laranja da Terra se destacam com área de cultivo em torno de 300 ha (Pedeag, 2007).

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Objetivando elevar ainda mais essa produção, muitos produtores tem buscado novas tecnologias de produção. A fertirrigação é uma delas, porém, se for realizada de forma empírica, essa adição de fertilizantes via irrigação pode elevar os níveis de salinidade do solo, chegando a ultrapassar o limite de tolerância da cultura.

Em cultivos sob casas de vegetação, duas causas proporcionam o acúmulo de sais nos solos, sendo a primeira devido à utilização de águas de qualidade inferior, com altos teores de cloretos, sulfatos, carbonatos e bicarbonatos de sódio, cálcio e magnésio, e a segunda, em virtude da adição de fertilizantes de elevados índices salinos, em quantidades superiores à requerida para a nutrição das plantas, sendo esta última mais freqüentemente encontrada (Silva, 2002).

O desempenho do tomateiro é reconhecidamente prejudicado quando cultivado em substratos salinos, posto que a espécie é classificada como moderadamente sensível aos sais (Ayers & Westcot, 1991). De acordo com Cuartero & Muñoz, (1999), sob salinidade moderada, a redução no rendimento do tomateiro se deve sobretudo à redução no peso médio de frutos, enquanto em condições de alta salinidade a redução na produtividade é atribuída à produção de menor número de frutos por planta, além de outros fatores como aumento da incidência de podridão apical, tornando os frutos inutilizáveis tanto para consumo quanto para a indústria.

A salinidade pode também interferir na germinação de sementes, quando o potencial osmótico da solução é inferior (mais negativo) ao das células do embrião, ocorrendo a redução na velocidade e/ou porcentagem de germinação e na formação de plântulas (Carvalho & Nakagawa, 2000). Além disso, a semente gasta energia de reserva para absorver água, e posteriormente não dispõe desse reservatório para outros processos, induzindo mudanças nas atividades das enzimas catalase, polifenoloxidase e peroxidase (Debouba et al., 2006).

O presente trabalho teve como objetivo estudar a ação do cloreto de potássio sobre a germinação de sementes de tomate.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido no Laboratório de Tecnologia e Análise de Sementes do Departamento de Produção Vegetal do Centro de Ciências Agrárias da Universidade

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dois lotes de sementes de tomate (Lycopersicon lycopersicum L.), dos cultivares Santa Clara e Gaúcho Melhorado.

Para condução do estudo da ação do cloreto de potássio (KCl) sobre a germinação das sementes, o sal foi diluído em água destilada utilizando-se a equação proposta por Van’t Hoff (Salisbury & Ross, 1992), nas concentrações de 0,0; -0,4; -0,8; -1,2; -1,6 e -2,0 MPa. O tratamento das sementes foi feito por imersão nas diferentes concentrações da solução por 15 minutos.

As avaliações constaram do teste de germinação conduzido com quatro subamostras de 25 sementes para cada tratamento, semeadas em placas de Petri, forradas com papel germitest, umedecido com água destilada na proporção de 2,5 vezes o peso do papel seco, sendo então levados para câmara de germinação tipo BOD, regulada a temperatura alternada de 20-30 °C e fotoperíodo de 12 horas, índice de velocidade germinação (IVG), feito concomitante com o teste de germinação, utilizando-se os dados de contagem de germinação (protrusão da raiz primária diariamente), que foi calculado pela fórmula proposta por Maguire (1962) e massa fresca das plântulas.

O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente casualizado, num fatorial 2x6 (dois lotes x seis avaliações), com quatro repetições. Os dados foram transformados em arco seno √x/100 e as figuras foram apresentadas com os valores originais. Os dados foram submetidos a análise de regressão e foi utilizado o software SAEG.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com a Figura 1, observa-se que o lote de sementes de tomate Gaúcho Melhorado apresentou maiores valores de germinação e de velocidade de germinação quando comparado com o cultivar Santa Clara. Observou-se para o cultivar Gaúcho melhorado, menor decréscimo entre valores dos parâmetros analisados, à medida que se elevou a concentração salina (redução do potencial osmótico), principalmente para o índice de velocidade de germinação, onde esse decréscimo foi menos acentuado que no cultivar Santa Clara, que apresentou uma taxa de germinação mais lenta. Resultados semelhantes foram observados em sementes de Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit sob estresse salino por Souza Filho (2000), e em sementes de (Hordeum vulgare) por Silva et al. (2007).

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As sementes do cultivar Gaúcho apresentaram redução no vigor avaliado pelo (IVG) a partir do potencial -1,6 MPa, enquanto o cultivar Santa Clara essa redução foi observada a partir do potencial -1,2 MPa. De acordo com Dias (2004), dentre as fases do ciclo de diversas culturas, a germinação e o desenvolvimento inicial são as mais sensíveis aos efeitos da salinidade e sua toxicidade. Para a massa fresca, o cultivar Gaúcho apresentou maiores resultados do que o cultivar Clara.

Essa diferença entre os valores dos parâmetros apresentados pelos dois cultivares está de acordo com Alian et al. (2000), que afirmaram poder existir resposta diferenciada à salinidade entre os diferentes cultivares de tomate.

Sendo assim, verifica-se que o cultivar Gaúcho apresentou maior vigor que o Santa Clara, apresentando-se maior tolerância à ação do cloreto de potássio.

AGRADECIMENTOS

Ao CNPq pela bolsa de PIBIC.

REFERÊNCIAS

ABCSEM - Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas. 2010. Tomate

lidera crescimento e lucratividade no setor de hortaliças. Disponível em:

<http://www.abcsem.com.br/noticia.php?cod=284>. Acessado em 29 de março de 2012. ALIAN A; ALTMAN A; HEUER B. 2000. Genotypic difference in salinity and water stress tolerance of fresh market tomato cultivars. Plant Science, v.152, n.1, p.59-65. AYERS RS; WESTCOT DW. 1991. Qualidade de água na agricultura. Trad. GHEYI HR; MEDEIROS JF; DAMASCENO FAV. Campina Grande: UFPB. 218p. (FAO. Estudos de Irrigação e Drenagem, 29).

CARVALHO NM; NAKAGAWA J. 2000. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 4.ed. Jaboticabal: FUNEP. 588p.

CUARTERO J; MUÑOZ R F. 1999. Tomato and salinity. Scientia Horticulturae, v.78, n.1/4, p.83-125.

DEBOUBA M; GOUIA H; SUZUKI A; GHOEBEL MH. 2006. NaCl stress effects on enzymes involved in nitrogen assimilation pathway in tomato ‘‘Lycopersicon esculentum’’ seedlings. Journal of Plant Physiology, Frankfurt, v. 163, p. 1247-1258. DIAS NS. 2004. Manejo da fertirrigação e controle da salinidade em solo cultivado

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MAGUIRE JD. 1962. Speed of germination-aid in selection and evaluation for seeding emergence and vigor. Crop Science, Madison, v.2, n.2, p.176-177.

MARTINS G. 1992. Uso de casa de vegetação com cobertura plástica na tomaticultura

de verão. Jaboticabal: UNESP-FCAV. 65 p. (Tese doutorado).

PEDEAG. Novo Pedeag 2007-2025 plano estratégico de desenvolvimento da

agricultura capixaba. 2007. Disponível

em:<http://www.seag.es.gov.br/pedeag/setores/silvicultura.pdf>. Acesso em 26 abr 2012.

SALISBURY FB; ROSS CW. 1992. Plant Physiology. 4 ed., Belmont. Wadsworth. 682p.

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pimentão utilizando extratores de solução do solo. Piracicaba: Escola Superior de

Agricultura “Luiz de Queiroz”. 136p. Tese Doutorado.

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Figura 1: Germinação (%) e índice de velocidade de germinação (IVG) de sementes de

tomate (Lycopersicon lycopersicum), tomate Santa Clara (TC) e tomate Gaúcho Melhorado (TG) em diferentes concentrações salinas (Germination (%) and germination speed index (GSI) of tomato (Lycopersicon lycopersicum), Santa Clara (TC) and tomato Gaúcho Melhorado (TG) at different salt concentrations). CCA-UFES, Alegre - ES, 2012.

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Figura 2: Massa fresca (mg) de sementes de tomate (Lycopersicon lycopersicum),

tomate Santa Clara (TC) e tomate Gaúcho Melhorado (TG) em diferentes concentrações salina (Fresh weight (mg) of tomato (Lycopersicon lycopersicum), Santa Clara (TC) and tomato Gaúcho Melhorado (TG) at different salt concentrations). CCA-UFES, Alegre ES, 2012.

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