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Academic year: 2021

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(1)KATIA REGINA PICHELLI. Comunicação e mobilização social para o desenvolvimento sustentável em assentamentos rurais em Bituruna (Paraná). Dissertação apresentada em cumprimento parcial às exigências do Programa de PósGraduação em Comunicação Social, da Universidade Metodista de São Paulo Umesp, para obtenção do grau de Mestre. Orientadora: Profa. Dra. Maria da Graça Conde Caldas. Universidade Metodista de São Paulo Curso de Pós-Graduação em Comunicação Social São Bernardo do Campo, 2007.

(2) FOLHA DE APROVAÇÃO. A dissertação “Comunicação e mobilização social em assentamentos rurais em Bituruna (Paraná)”, elaborada por Katia Regina Pichelli, foi defendida e aprovada no dia 20 de junho de 2007, perante a banca examinadora composta por: Profa. Dra. Maria da Graça Conde Caldas, Profa. Dra. Cicília Maria Krohling Peruzzo e Profa. Dra. Desirée Cipriano Rabelo.. Assinatura do orientador: ___________________________________________. Nome do orientador: Profa. Dra. Maria da Graça Conde Caldas. Data: São Bernardo do Campo, 20 de agosto de 2007.. Visto do Coordenador do Programa de Pós-Graduação: __________________________. Área de concentração: Processos Comunicacionais Linha de pesquisa: Comunicação Especializada Projeto temático: Comunicação Científica, Mídia e Poder.

(3) Dedico este trabalho a Jean e Pedro, que me mostram, todos os dias, de diversas maneiras, com profunda intensidade, que amar é possível, que amar é divino, que amar é infinito. Jean, aquele que meu coração escolheu e pelo qual fui escolhida: só você sabe os caminhos que percorremos para chegar aqui. Sei que estaremos juntos eternamente, tendo o infinito como nosso caminho. Pedro, meu filhote maravilhoso: com você eu aprendi o que é o amor desmedido, a risada pura, o carinho que aconchega, a vida plena de graça. Deus me provou seu amor ao colocar vocês em meu caminho....

(4) “Vê mais longe a gaivota que voa mais alto” (Fernão Capelo Gaivota / Richard Bach).

(5) Agradecimentos Depois da dissertação em si, acredito que essa é a parte mais difícil. Como citar, nominar, lembrar de tanta gente – e olha que não foram poucas! - que durante estes pouco mais de dois anos acreditou em mim, deu força, ajudou, apoiou? Até tentei andar com um caderninho durante todo o mestrado para anotar os nomes, mas foi impossível... É sempre assim: a gente corre o risco de esquecer. Mas gostaria que todos, todos mesmo, que me ajudaram “um tantinho ou um tantão”, que torceram “um pouquinho ou um poucão”, e até mesmo aqueles que não acreditaram, sintam meu abraço com todo carinho: todos vocês foram fundamentais (e haja paciência comigo nestes dois anos, hein?!). Foram muitas idas e vindas entre Curitiba e São Bernardo do Campo... Curitiba e Bituruna... Mas, pegando emprestadas as obras da cantora Marisa Monte, dentro deste “Universo ao meu redor”, tenho meu “Infinito particular”, a quem quero mais que agradecer de coração (a lista abaixo não segue ordem de importância. Cada um esteve em seu topo diversas vezes): •. a Deus, por nos ter presenteado com este mundo maravilhoso e fantástico e ter nos. concedido o Dom da Vida; •. Jean e Pedro, a quem não basta dedicar este trabalho, mas também agradecer por toda. paciência e apoio; pedir perdão pelas horas roubadas e momentos de loucura; e falar: “agora sou toda de vocês!!” (isso é bom ou ruim? Hehehe!!); •. a meus Pais, a quem não tenho palavras para agradecer. Falar que os amo parece ser. pouco. A minha querida Mãe, Santina, companheirona de todas as horas (que pique tem essa mulher!!) e a meu querido Pai, Sergio, que de lá do céu tenho certeza que está torcendo por mim; •. a Graça Caldas, que foi mais que uma competente orientadora acadêmica, mas sim, com. todo seu carinho, uma orientadora para a vida; •. a minhas irmãs, Kassia e Karin, que ajudaram com palavras de incentivo, abraços. carinhosos, transcrições, digitação de fichamentos e tabelas, revisões, foram babás do Pedro etc etc, numa salada de amor que só as irmãs sabem dar. E ao maninho do coração Ideny, que contou altas histórias ao Pedro; •. a minha sogra Sirlei, meu sogro Antônio, e cunhados Larissa e Antônio, por toda força. durante este tempo, principalmente ajudando a cuidar do Pedro em tantos momentos para que eu pudesse escrever;.

(6) •. às minhas amigas, irmãs do coração que Deus também colocou em meu caminho e foram. companheiras de todos os momentos: Ana Cristina Suzina, Nívea Bona e Laureci Corradin (junto com Élcio e minhas afilhadinhas lindas: Daniela e Camile): amo vocês!!!! •. à Família Felizz, fonte de motivação, carinho, confiança e inspiração, onde aprendi que. posso ser felizz e fazer as pessoas à minha volta felizzes, com carinho especial a Jacqueline Cunha Canabrava e Maurino Veiga Jr.; •. aos amigos da Rede de Comunicadores Solidários, que me ensinaram sobre amizade e. mobilização, em especial a Élson Faxina, mestre e “guru” para toda a vida; •. à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, pelo apoio e incentivo na. realização do curso, em especial à Unidade Embrapa Florestas: -. às amigas e também companheiras de trabalho Regina Lucia Siewert. Rodrigues e Luciane Cristine Jaques, que mostraram o valor da amizade e da competência, e seguraram muitas bombas enquanto estive fora: meninas, vocês são demais!!! Amo vocês!!! -. aos colegas da Área de Comunicação e Negócios – ACN, que deram. continuidade a muitos trabalhos por mim iniciados, em especial à Relações Públicas Maria Paraguaçu de Souza Cardoso; -. ao pesquisador Moacir José Sales Medrado, pelo apoio na concepção do. projeto original e durante o andamento do curso; -. ao pesquisador Vanderlei Porfírio da Silva, conselheiro acadêmico do qual tive. todo apoio e compreensão; -. ao Comitê Técnico Interno – CTI, pela aprovação e voto de confiança em meu. trabalho; -. aos colegas do Setor de Recursos Humanos, em especial Maria Cecília. Strapasson Torques e Cristiano Luiz Gottems, pelo apoio, paciência e prestatividade. Foram muito além do que seus cargos exigiam. Obrigada! -. Aos colegas do SOF e SPM, que muito auxiliaram nos andamentos de. projetos; -. à colega Juliana Cláudio de Oliveira, do DGP da Sede, pelo apoio. principalmente durante o primeiro ano;.

(7) •. à Universidade Metodista de São Paulo, espaço do saber, onde pude desenvolver minhas. idéias e crescer muito, em especial: -. aos professores com os quais tive maior contato e pude “sugar” de sua. sabedoria: Graça Caldas, Cicília Peruzzo, Wilson Bueno, Elizabeth Moraes Gonçalves e José Salvador Faro; -. à coordenação do curso, na pessoa do Prof. Dr. Sebastião Squirra;. -. às funcionárias Márcia Maria Pitton e Amanda Quintela Maran Ferreira;. -. aos colegas de curso, que comigo dividiram aulas, almoços, angústias e me. ajudaram a me tornar uma pessoa muito melhor. Lembrarei de todos com muito carinho; •. Aos técnicos e assentados de Bituruna/PR, em especial aqueles que tive contato mais. intenso: Sandra, Olcimar, Talles, Jucélio, Anísio, Luiz e Ílzia (hum, que almoço gostoso!!!!), Domingos e Fátima, Getúlio (outro almoço delicioso!), Félix e tantos outros com quem tive contato: sem vocês, minha pesquisa não teria sido possível. Obrigada por me receberem de braços abertos! •. a Carolina Zuana, que pacientemente transcreveu praticamente todas as fitas da pesquisa. de campo. Carol: valeu!!!! •. a Luana e Angelita, que abriram as portas de sua casa e me receberam com muito carinho. em São Bernardo do Campo. Obrigada, meninas!.

(8) Lista de tabelas Tabela 01 - Questão fundiária brasileira (50.000 a.C/1964 d.C – quadro resumo.......... 31. Tabela 02 - Estrutura Fundiária Brasil 2003.................................................................... 34. Tabela 03 - Evolução do Índice de Gini da propriedade da terra Brasil 1967 – 2000.... 34. Tabela 04 - Famílias Assentadas..................................................................................... 35. Tabela 05 - Projetos de Assentamento............................................................................. 35. Tabela 06 - Principais diferenças entre agricultura sustentável e convencional............. 53. Tabela 07 - Níveis de Comunicação................................................................................ 94. Tabela 08 - População de Bituruna.................................................................................. 98. Tabela 09 - Demonstrativo Distribuição Econômica Biturunense.................................. 99. Tabela 10 - Principais Ramos de Atividade do Setor Industrial...................................... 99. Tabela 11 - Projetos de Assentamento Bituruna-Pr........................................................ 100 Tabela 12 - Assentados Entrevistados Individualmente................................................. 110 Tabela 13 - Assentados que participaram do Grupo Focal............................................. 111 Tabela 14 - Tipos de Interação....................................................................................... 135. Lista de Figuras Figura 01 - Distribuição do PIB das Cadeias Produtivas segundo o tipo de produtor – Brasil 2004 (em %).......................................................................................................... 52. Figura 02 – Localização do estado do Paraná no Brasil ................................................ 227 Figura 03 – Localização do município de Bituruna no Paraná ...................................... 227.

(9) Lista de siglas ABRA – Associação Brasileira de Reforma Agrária APP – Área de Preservação Permanente Arcac – Associação Regional de Cooperação Agrícola ATES – Assessoria Técnica, Social e Ambiental C&T – Ciência e Tecnologia CCA – PR – Cooperativa Central de Reforma Agrária do Paraná CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil Conama – Conselho Nacional de Meio Ambiente Concrab – Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil Copel – Companhia Paranaense de Energia Elétrica Cotrara – Cooperativa dos Trabalhadores em Reforma Agrária do Paraná CPT – Comissão Pastoral da Terra CT&I – Ciência, Tecnologia e Inovação EC – Estudo de Caso Emater – Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrater – Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural FAEP – Federação de Agricultura do Estado do Paraná IBDF – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social IUFRO – International Union of Forestry Research Organizations – União Internacional de Organizações de Pesquisa Florestal MLST - Movimento de Libertação dos Sem Terra MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra MTL - Movimento Terra, Trabalho e Liberdade NEAD – Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural ONG – Organização Não Governamental ONU – Organização das Nações Unidas P&D – Pesquisa e Desenvolvimento.

(10) PA – Projeto de Assentamento PDA – Plano de Desenvolvimento do Assentamento PDU – Plano Diretor da Unidade PIB –Produto Interno Bruto PNRA – Plano Nacional de Reforma Agrária PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar RL – Reserva Legal SAFs – Sistemas Agroflorestais SBS – Sociedade Brasileira de Silvicultura SNPA – Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária TCU – Tribunal de Contas da União TT – transferência de tecnologia.

(11) Sumário Introdução ............................................................................................................. 17 Objetivo geral .................................................................................................... 19 Objetivos específicos ......................................................................................... 20 Metodologia ....................................................................................................... 20 Corpus do trabalho ............................................................................................ 22 Por que realizar este estudo? .............................................................................. 25 Encadeamento dos capítulos .............................................................................. 27. Capítulo I – A questão fundiária no Brasil ..................................................... 29 Breve histórico da questão fundiária no Brasil .................................................. 31 O Estatuto da Terra ............................................................................................ 32 Realidade fundiária hoje .................................................................................... 34 O lugar do assentamento rural na pós-modernidade .......................................... 37 Movimentos sociais ........................................................................................... 38. Capítulo II – Desenvolvimento sustentável, florestas e meio rural .......... 43 Desenvolvimento sustentável ............................................................................ 44 O mundo urbano e a consciência ambiental ...................................................... 49 O mundo rural e a produção sustentável ............................................................ 51 As florestas e o desenvolvimento sustentável no meio rural ............................. 55 Sistemas agroflorestais – SAFs: prática de desenvolvimento sustentável no meio rural ........................................................................................................... 60. Capítulo III – Comunicação, transferência de tecnologia e extensão rural ............................................................................. 62 O papel da comunicação na educação e capacitação do cidadão brasileiro ...... 63 A apropriação de conhecimentos científicos e tecnológicos ............................. 66 A Embrapa como instituição pública de pesquisa ............................................. 68 A Embrapa Florestas .......................................................................................... 70 Transferência de tecnologia ............................................................................... 71 O papel da comunicação .................................................................................... 74.

(12) Capítulo IV – Comunicação e mobilização social ......................................... 79. Identidade ........................................................................................................... 80. Comunidade ........................................................................................................ 81. Cidadania e democracia ...................................................................................... 82. Mobilização social .............................................................................................. 83. Participação ......................................................................................................... 84. A formulação do imaginário ............................................................................... 85. O campo de atuação ............................................................................................ 88. A coletivização da ação ...................................................................................... 89. Comunicação como estratégia ............................................................................ 90. Níveis de comunicação ....................................................................................... 93. Capítulo V – A realidade estudada: os assentamentos de Bituruna/PR.... 97. O município de Bituruna .................................................................................... 98. Os assentamentos em Bituruna .......................................................................... 100 A instituição de assistência técnica Cotrara ....................................................... 103 Perfis .................................................................................................................. 104 Os técnicos ............................................................................................. 104 Os assentados ......................................................................................... 110 Perfil dos assentados entrevistados individualmente ............................. 111. Capítulo VI – Estudo de caso: onde a comunicação gera mobilização ... 122 Mobilizar para quê? ........................................................................................... 123 Sonho comum ........................................................................................ 125 Relação com a natureza ......................................................................... 126 Os papéis da comunicação ................................................................................. 128 Níveis de comunicação ...................................................................................... 135 Micro comunicação ............................................................................... 136 Micro comunicação entre assentados .............................................. 136 Micro comunicação entre assentados e técnicos ............................. 138 Como os técnicos vêem este momento ............................................ 143.

(13) Macro comunicação ............................................................................... 148 Percepções gerais dos assentados .................................................... 150 Descrições e análises dos eventos específicos observados .............. 154 Reunião para tratar de assuntos práticos do assentamento 12 de Abril ............................................................................... 154 Curso sobre agrofloresta em São Mateus do Sul/PR ............... 157 Dia de campo para “raleamento de bracatingal” no assentamento Sonho de Rose ................................................... 161 Curso sobre agrofloresta no assentamento Rondom III ........... 165 Os materiais de comunicação .......................................................... 177 Comunicação de massa .......................................................................... 184 Televisão .......................................................................................... 185 Rádio ................................................................................................ 186 Jornal impresso ................................................................................ 188 Relação entre técnicos e pesquisadores da Embrapa ......................................... 188. Considerações finais ............................................................................................. 194 Referências ............................................................................................................. 205 Anexos ..................................................................................................................... 216 Anexo 1 – Processo de Criação de Assentamento ............................................. 217 Anexo 2 – Dimensões dos módulos fiscais ....................................................... 221 Anexo 3 – Sistemas agroflorestais: aspectos ambientais e sócio-econômicos .. 222 Anexo 4 – A visão sobre transferência de tecnologia na Embrapa ................... 224 Anexo 5 – Localização de Bituruna/PR ............................................................. 227 Anexo 6 – Folderes Projeto Colméia.................................................................. 228 Anexo 7 – Roteiros de conversas ...................................................................... 230.

(14) Resumo Esta dissertação tem como objetivo analisar o papel da comunicação no processo de mobilização e transferência de tecnologias florestais e ambientais em assentamentos rurais para o desenvolvimento sustentável. A metodologia utilizada é o Estudo de Caso, de natureza qualitativa, tendo como referencial teórico a Teoria da Mobilização Social, de Bernardo Toro e Nísia Werneck (2004), por meio de observação direta. Foram realizadas observações e entrevistas com técnicos extensionistas e assentados de Bituruna/PR sobre os papéis e níveis de comunicação: micro (pessoal), macro (público segmentado) e massa (mídia em geral). Este estudo mostra a importância da comunicação e de suas ferramentas para melhorar o processo de transferência de tecnologia entre assentados e técnicos extensionistas. Revela as dificuldades inerentes ao processo comunicativo, além da necessidade de criação de mecanismos de participação coletiva dos assentados para serem sujeitos de seu desenvolvimento. Desta forma, mostra que a comunicação pode ser melhor utilizada no processo de mobilização e precisa estar inserida no planejamento dos trabalhos realizados nos assentamentos, em uma perspectiva dialógica e participativa. A comunicação pode, então, criar sentido, formular imaginários a serem alcançados e, efetivamente, mobilizar para o desenvolvimento sustentável.. Palavras-chave:. comunicação;. assentamentos rurais. mobilização. social;. desenvolvimento. sustentável;.

(15) Resumen Esta disertación tiene como su objetivo analiza el rol de la comunicación en el proceso de movilización y transferencia de tecnologías forestales y ambientales en asentamientos rurales para alcanzar en desarrollo sostenible. La metodología usada es el Estudio de Caso de naturaleza cualitativa y tiene como su marco teórico la Teoría de la Movilización Social de Bernardo Toro e Nísia Werneck (2004). Fue utilizada la observación directa. Fueron realizadas observaciones y entrevistas con extensionistas y asentados en la ciudad de Bituruna (Paraná). Ellos contestaron preguntas sobre el rol y el nivel de la comunicación: micro (personal), macro (publico segmentado) y masa (media en general). Esta investigación demuestra la importancia de la comunicación y de sus herramientas para mejorar el proceso de transferencia de tecnología entre los asentados y los extensionistas. Revela las dificultadas propias del proceso comunicativo, además de la necesidad de crear mecanismo de participación colectiva de los asentados que los conviertan en sujetos de su desarrollo. En esta manera, demuestra que la comunicación puede ser mejor utilizada en el proceso de movilización y que es necesario inserirla en la planificación de los trabajos realizados en los asentamientos, en una perspectiva de diálogo y participación. Así, la comunicación puede generar sentido, formular imaginarios a lograr y, de hecho, movilizar para el desarrollo sostenible.. Palabras-clave: comunicación; movilización social; desarrollo sostenible; asentamientos rurales..

(16) Abstract This dissertation has like its aim to analyze the communications’ role in the process of mobilization and transfer of environmental and forest technologies oriented to build sustainable development in rural settlements. The methodology used is the Case Study in a qualitative way, through direct observation, and has like its theoretical basis the Social Mobilization Theory from Bernardo Toro e Nísia Werneck (2004). The research used observation and interviews with extension agents and settled people in Bituruna (Paraná). They were asked about roles and levels of communication: micro (personal), macro (segmented public) and mass (media in general). This study shows the importance of communication and its tools to improve the process of technology transfer among settled people and extension agents. It also reveals the natural challenges of the communication process, besides the necessity of creating mechanisms to stimulate collective participation like something that can transform settled people in actors of their development. Therefore, it shows that communication can be better used in the mobilization process and must be inserted in the settlements working plans, in a dialogic and participative perspective. The communication can so create sense, build imaginaries to be achieved and effectively mobilize to sustainable development.. Key words: communications; social mobilization; sustainable development, settlements..

(17) Introdução.

(18) 18. A realidade fundiária do Brasil sempre foi conflituosa. Freqüentemente manchetes nos jornais tratam de ocupações de terra, reintegrações de posse, conflitos no campo, decisões políticas. Após todo esse difícil processo, a posse da terra deveria, enfim, significar tranqüilidade às famílias assentadas. No entanto, a posse da terra é apenas o começo de uma jornada árdua e diária de trabalhar a terra. Entretanto, nem sempre esse trabalho é feito sem prejuízo ao meio ambiente, por falta de orientação ou conhecimento. O ideal é que a perspectiva do desenvolvimento sustentável esteja presente no dia-a-dia dos assentamentos. O universo dos que fazem parte dos movimentos pela busca da posse da terra é muito grande: não somente agricultores, mas também seus filhos e demais familiares. Existem também, ainda, as pessoas que “fugiram” da pobreza da cidade e esperam encontrar na lavoura uma opção de sobrevivência, representando um começo de êxodo urbano. Para estas pessoas, ter um pedaço de chão representa a chance de começar de novo. Mas não basta ter a terra. É preciso saber trabalhar, cultivar, manejar. Muitas vezes, ao entrar no seu pedaço de terra, as primeiras perguntas do assentado são: “por onde começar?”, “o que posso plantar aqui?”, “será que posso cortar estas árvores para plantar minha lavoura?”, perguntas que, sozinho, não vai conseguir responder. É também necessário um mínimo de capacitação para começar o trabalho. Por isso, a prática nos assentamentos rurais tem que estar alicerçada em um amplo programa de apoio à família assentada, com formação, educação, acompanhamento, possibilitando a apropriação, por parte destas famílias, de técnicas modernas e sustentáveis de gerenciamento da propriedade. O Brasil é um dos países com pesquisa e desenvolvimento de tecnologia de ponta nos setores agropecuário e florestal. No entanto, são poucos os estudos e informações sobre como a Comunicação pode auxiliar nesse processo de capacitação e transferência de tecnologia1 aos assentados. A prática da extensão rural também precisa ser inovada para que seus efeitos possam realmente beneficiar esse público. Além disso, as práticas de manejo de florestas e a relação com o meio ambiente são iniciativas relativamente novas2, precisando, então, de uma atenção especial.. 1. Transferência de tecnologia aqui deve ser entendida como o processo de capacitar/educar um público específico para a utilizar a tecnologia, como se este saber tivesse sido transferido para quem não o conhece. 2 A Segunda Conferência Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, mais conhecida como Eco 92, pode ser considerada um marco na forma de relacionamento entre a humanidade e o meio ambiente. Na questão produtiva, abriu espaço para a discussão produção x conservação..

(19) 19. É necessário, então, analisar como os assentados podem ser melhor preparados para a sua nova realidade; como fazê-los conhecer e entender as questões ambientais e florestais, de forma que estas práticas façam parte do seu dia-a-dia, que a sustentabilidade não seja algo longe de sua realidade. A utilização correta de ferramentas3 de comunicação pode ser um meio de se atingir estes objetivos. Mas será que a comunicação tem sido utilizada? Os atores sociais envolvidos com os assentamentos rurais estão aptos e sabem como utilizá-la? Tem consciência de sua importância no processo e de como a comunicação pode ser ferramenta para a sua ação? Quando usam a comunicação, o fazem de forma correta, de forma a aproveitar todas as suas potencialidades? Como as estratégias de comunicação para transferência de tecnologia aos assentados rurais propiciam a apropriação de conhecimento pelos mesmos? Estas e outras questões fazem parte deste objeto de estudo. Ao tentar responder estas questões, algumas hipóteses nortearam a presente pesquisa: -. A comunicação pode ser utilizada como ferramenta de mobilização social em assentamentos rurais;. - A comunicação é uma ferramenta eficaz para capacitar os assentados rurais no processo de transferência de tecnologias (TT) florestais e ambientais; - Os atores sociais (técnicos, pesquisadores) envolvidos no processo de transferência de tecnologia precisam ser capacitados para utilizar a comunicação; - Existem formas apropriadas de produção de materiais de comunicação para melhor atingir os assentados (linguagem, formato, conteúdo).. Objetivo geral Para estudar estas hipóteses, ao realizar a pesquisa tive como objetivo geral analisar o papel da comunicação no processo de mobilização e transferência de tecnologias florestais e ambientais em assentamentos rurais para o desenvolvimento sustentável.. 3. Uma ressalva deve ser feita: embora exista uma confusão semântica entre termos como ferramentas e instrumentos de comunicação , as reflexões realizadas neste trabalho utilizam tais termos como meios de se fazer comunicação e não como um fim em si mesmos, em uma perspectiva “não-instrumentalizadora”. Na falta de vocabulário mais apropriado, é desta forma que esses termos devem ser interpretados na leitura do trabalho..

(20) 20. Objetivos específicos A pesquisa, então, caminhou no sentido de: 1) Examinar como funcionam os processos de comunicação para transferência de tecnologias rurais no Brasil, em específico para questões florestais e ambientais, observando como tais processos podem ser utilizados como estratégia de desenvolvimento sustentável em assentamentos rurais; 2) Verificar como se dá a comunicação para transferência de tecnologia para os assentamentos rurais no âmbito da extensão rural e da Embrapa Florestas, em assentamentos rurais no Município de Bituruna, Paraná; 3) Identificar como acontece o processo de apropriação do conhecimento científico e tecnológico pelos assentados rurais, nos níveis de comunicação micro (pessoal), macro (cursos, reuniões) e massa (jornal, rádio, vídeo); 4) Traçar um perfil dos assentados, técnicos e pesquisadores envolvidos na pesquisa; 5) Traçar um perfil das instituições que realizam diretamente ações de TT nos assentamentos estudados (Cooperativa dos Trabalhadores em Reforma Agrária do Paraná – COTRARA; Cooperativa Central de Reforma Agrária do Paraná – CCA-PR; e Embrapa Florestas;); 6) Analisar o envolvimento e o trabalho realizado pela Embrapa Florestas em TT nos assentamentos estudados; 7) Analisar como os veículos de comunicação podem ser utilizados para a transferência de tecnologia.. Metodologia A metodologia utilizada foi o Estudo de Caso, de natureza qualitativa, tendo como referencial teórico a Teoria da Mobilização Social, de Bernardo Toro e Nísia Werneck (2004), por meio de observação direta. Em alguns momentos da fala dos técnicos, recorre-se a alguns dos teóricos de Linguagem, como Vogt (1977), Bakhtin (1986 e 1997), Orlandi (1996), Van Dijk (2002), entre outros, para melhor compreensão dos processos de enunciação e dos atos de fala que, como será mostrado, fazem parte do cotidiano das relações entre técnicos extensionistas e assentados. A opção pelo Estudo de Caso (EC) é desafiadora e deve-se ao fato de as questões de pesquisa apontarem para perguntas do tipo “como”, indicadas por Yin (2005) para essa metodologia. Para Yin (2005, p.20) “como estratégia de pesquisa, utiliza-se o EC em muitas situações, para contribuir com o conhecimento que temos dos fenômenos individuais, organizacionais, sociais, políticos e de grupo, além de outros fenômenos relacionados”..

(21) 21. Além das questões de pesquisa apontarem para essa metodologia, um segundo fator importante para definir o EC como estratégia é ter a pesquisa focada em assunto contemporâneo, quando se pode realizar observação direta dos acontecimentos estudados e realizar entrevistas diretamente com os envolvidos. Este é o caso do projeto proposto. Por outro lado, a observação direta não prescinde, de maneira alguma, da revisão de literatura. A indispensável revisão não pode, porém, ser considerada a finalidade do estudo e sim um meio para se chegar ao fim. É com base na teoria, aliada à observação direta, que poderão ser elucidadas as questões propostas. Segundo Yin (2005, p.33), A investigação de EC enfrenta uma situação tecnicamente única em que haverá muito mais variáveis de interesse do que pontos de dados e, como resultado, baseia-se em várias fontes de evidências, com os dados precisando convergir em um formato de triângulo e, como outro resultado, beneficia-se do desenvolvimento prévio de proposições teóricas para conduzir a coleta e a análise de dados.. Ainda de acordo com Yin (2005, p.50), a pesquisa teórica deve estar voltada para: “a) o propósito do trabalho descritivo; b) a ampla, porém realista, variedade de tópicos que podem ser considerados um descrição ‘completa’ do que está sendo estudado; c) o(s) provável (is) tópico(s) que será(ão) a essência da descrição”. Essa teoria depois será a base para a análise, tendo-se o cuidado de não realizar apenas uma generalização estatística, mas uma generalização analítica. Para Toro e Werneck (2004, p.13), “mobilizar é convocar vontades para atuar na busca de um propósito comum, sob uma interpretação e um sentido também compartilhados”. Em Rabelo (2003), que também utilizou a Teoria da Mobilização Social em estudos sobre a implantação da Agenda 21 no município de Vitória, Espírito Santo, é feita toda uma análise dos papéis desempenhados pelos atores sociais em um processo de mobilização (a saber: produtor social, editor e reeditor). Para o presente trabalho, que tem como referência inicial a proposta teórica de Toro e passa pelas análises realizadas por Rabelo, aprofundei as reflexões sobre os níveis de comunicação: micro (pessoal), macro (público segmentado) e massa (mídia em geral), considerando as especificidades dos públicos estudados (assentados rurais e técnicos extensionistas)..

(22) 22. A pesquisa contou com as seguintes etapas: •. Levantamento e análise bibliográfica;. •. Levantamento e análise documental;. •. Entrevistas semi-estruturadas;. •. Análise de canais de comunicação;. •. Observação direta;. •. Análise dos resultados.. Para a análise dos canais de comunicação foi também trabalhada a apreensão do conhecimento. Para Martín-Barbero (1995), na comunicação o receptor não pode ser visto simplesmente como um lugar de chegada de uma mensagem. Ele deve ser visto também como um lugar de partida, de produção de sentidos. Acompanhei, então, eventos de capacitação dos assentados e, por meio de observação direta e entrevistas, analisei como se dá o processo de apreensão de conhecimentos, como os diferentes níveis de comunicação atingem ou não seus objetivos da forma como são utilizados. Foi utilizada ainda, de forma complementar, a metodologia do grupo focal, mas adaptada às condições de pesquisa encontradas, como será melhor explicado no Capítulo VI; e o resgate das histórias de vida dos assentados entrevistados.. Corpus do trabalho O local escolhido para este estudo é o município de Bituruna, Paraná, onde estão localizados sete assentamentos, a saber: “12 de Abril”, “Sonho de Rose”, “Rondom III”, “Criciuminha”, “Etiene”, “Santa Bárbara”, “27 de Outubro”, num total de 582 famílias assentadas. Mais informações sobre o município e os assentamentos encontram-se no Capítulo V. Os contatos para a realização da pesquisa de campo e observação direta começaram no segundo semestre de 2005. A idéia original era realizar a pesquisa em três municípios diferentes. Após algumas viagens ao município de Bituruna e a percepção do que efetivamente seria a realidade estudada, optei por focar a pesquisa somente neste município, face à amplitude de trabalho necessária para atender ao projeto original e também pela riqueza de material encontrada em Bituruna..

(23) 23. A partir do início de 2006 as viagens a Bituruna foram mais freqüentes (seis viagens, variando de dois a sete dias de permanência no município), tanto para acompanhamento de visitas dos técnicos aos lotes quanto de eventos e realização de entrevistas. Então, as observações foram realizadas em diferentes etapas: -. visitas dos técnicos aos lotes (tanto para avisar sobre eventos, levar material dos projetos quanto orientações de trabalho);. -. reunião para tratar de assuntos práticos do assentamento 12 de Abril (23 mar. 2006);. -. curso sobre agrofloresta (realizado no Município de São Mateus do Sul/PR e que contou com a participação de assentados de Bituruna) (09 a 12 mai. 2006);. -. dia de campo para “raleamento de bracatingal4” no assentamento Sonho de Rose (30 ago. 2006);. -. curso sobre agrofloresta no assentamento Rondom III, que contou com a participação também de assentados do Sonho de Rose, Etienne e 12 de Abril (20 e 21 out. 2006);. -. entrevistas individuais.. A seleção dos entrevistados procurou abranger pessoas com diferentes características, história de vida, formação etc. Também levou em conta fatores como participação em atividades propostas pelos técnicos e inserção nos projetos Cada nível de comunicação foi estudado minuciosamente, com ênfase especial nos níveis micro e macro. No nível micro (pessoal) foi estudado como se dá a relação pessoal entre técnicos e assentados, pois nestes momentos são passadas orientações individuais e também é uma forma de capacitação e transferência de tecnologia. Para este estudo foram consideradas as visitas realizadas pelos técnicos aos lotes5 dos assentados. No nível macro (público segmentado) foram analisados cursos, palestras, dias de campo e reuniões temáticas, além de materiais de comunicação utilizados nestes momentos (folder, cartilha, folheto...) e metodologia empregada (relação “capacitador/capacitando”). No nível massa (mídia) os entrevistados foram instigados a falar sobre sua relação com programas de rádio, vídeo e jornais. Especificamente para cada nível de comunicação foram adotadas as seguintes estratégias:. 4. O raleio do bracatingal consiste em tirar as árvores mais fracas ou tortas para abrir espaço de crescimento para outras árvores. 5 Não se considera aqui “propriedade”, pois o assentado ainda não tem a posse definitiva do lote. Isso é melhor explicado no Anexo 1..

(24) 24. Nível micro Para este nível, as análises foram feitas tanto observando visitas aos lotes quanto nas entrevistas com os assentados. Foram realizadas oito (08) entrevistas individuais em visitas a diferentes lotes. Esse número deve-se ao fato de as distâncias a serem percorridas entre os lotes e os assentamentos serem grandes, o que inviabilizaria o trabalho caso fossem selecionados mais assentados. Outro fator importante é que optei por acompanhar visitas que realmente estivessem acontecendo e não agendadas somente para a entrevista. Como será mostrado no Capítulo VI, a visita aos lotes é um dos problemas enfrentados pelos técnicos, que gostariam de realizar mais visitas, porém prescindem de mais tempo e maior apoio financeiro (combustível) para tanto, assim como pelos assentados, que gostariam de maior presença dos técnicos em seus lotes. Os diferentes perfis dos técnicos que atendem estes assentamentos foram pontos importantes nas análises. No primeiro mapeamento realizado, notou-se que as características pessoais destes atores sociais também são fundamentais para o sucesso da comunicação e da apreensão do conhecimento por parte dos assentados.. Nível macro Para este nível foram acompanhadas atividades que envolviam os assentados em situações de capacitação, para saber como as ferramentas de comunicação estão sendo utilizadas. Além das observações diretas, as entrevistas individuais também abordaram aspectos da comunicação macro. Outro aspecto abordado foram os materiais de comunicação a que os assentados têm acesso, tais como folderes, cartilhas e vídeos.. Nível massa Para este nível os assentados tiveram oportunidade de falar, durante as entrevistas, sobre os diversos meios de comunicação de massa..

(25) 25. Para realizar a pesquisa, foram utilizados os seguintes roteiros6 de conversas7: 1. com as famílias assentadas, para entender os processos de comunicação, como acontece a apreensão de conhecimento, como os assentados avaliam a atuação do técnico (o que está bom e o que pode melhorar), história de vida, formulação de imaginário sobre a questão da terra e a sua condição de assentado, como avaliam os veículos de comunicação de massa como forma de capacitação, entre outros; 2. grupo focal (metodologia adaptada) com participantes de curso, antes do evento: para saber quais são suas expectativas, o que sabe sobre o assunto, como espera que a atividade ocorra; 3. grupo focal (metodologia adaptada) com participantes de curso, após o evento: para saber o que aprendeu, se suas expectativas foram atingidas, o que acha da forma como foi conduzida a atividade, o que acha dos materiais entregues, o que precisaria para colocar em prática o que foi decidido/aprendido, entre outros; 4. com técnicos após eventos (visita, reunião, curso): se suas expectativas foram cumpridas, como se sentiu durante o evento em relação aos assentados, o que acha que poderia melhorar, que condições pessoais influenciam em sua atuação (formação, material de apoio, questões políticas etc), entre outros.. Tudo isso foi feito de forma adaptada à linguagem e condições do “entrevistado” e foi gravado em áudio para posterior avaliação junto com as anotações realizadas. No total, foram mais de 20 horas de gravação, com um material bastante rico, como poderá ser observado nos Capítulos V e VI.. Por que realizar este estudo? Existem diversos aspectos importantes que devem ser levados em consideração. O primeiro deles é que as formas de apropriação do conhecimento por parte dos usuários potenciais das tecnologias geradas pelas empresas de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) somente agora começam a receber atenção especial. Estudar estes processos, conhecer melhor suas implicações, erros e acertos, pode trazer novas perspectivas de ações de comunicação para essas instituições. Quando se traz esta perspectiva para um recorte de público, em. 6. Os roteiros detalhados podem ser encontrados no Anexo 7. Preferimos aqui o termo “conversas” ao invés de “entrevistas” pela formalidade que este impõe. A idéia é realmente ter “um dedo de prosa”, considerando o perfil dos assentados rurais. Ver Anexo 6 – Roteiros de conversas. 7.

(26) 26. especial os assentados rurais, objeto deste estudo, torna-se possível analisar qual é o tipo de comunicação mais eficiente e eficaz. A capacitação e a educação deste público através de ferramentas de comunicação são parte integrante do tão falado desenvolvimento local sustentável, quando a própria comunidade tem a chance de se tornar protagonista de seu desenvolvimento. Ou seja, não basta somente criar os chamados “pacotes tecnológicos”, onde cabe ao agricultor aprender e aplicar uma tecnologia, mas a questão da cidadania deve ser levada em conta para a apropriação dessa tecnologia. Cidadania esta que não pode ser somente passiva, ou seja, o assentado não pode somente ter consciência de sua condição (financeira, ecológica, educacional, tecnológica), mas tem que ser ativa, ou seja, gerar transformação social. Este processo, que apresenta um caráter formativo de troca e produção de conhecimentos, deve ser oferecido à comunidade permanentemente e suas metodologias devem ser adequadas às suas realidades. O segundo aspecto importante é que fazer pesquisa e desenvolvimento também significa tornar as informações acessíveis e melhor trabalhadas para os diferentes públicos. Entender esta dinâmica é um desafio a ser constantemente perseguido pelas instituições de pesquisa e extensão rural, principalmente. Saber qual é a melhor forma de fazer comunicação científica/aplicada para os assentados rurais é premissa básica da transferência de tecnologia. Outro aspecto importante é que as temáticas florestas e meio ambiente, apesar do avanço científico e tecnológico da área, ainda não são muito conhecidas dos assentados rurais, que acabam por desconhecer os benefícios ambientais e econômicos de certas práticas que englobam este tema. Atualmente, muito se tem falado em sustentabilidade da propriedade rural, mas esta mesma sustentabilidade não pode ser restringida somente às formas de produção agropecuárias. A questão florestal também é bastante importante por ser opção econômica e de conservação de recursos naturais. A sustentabilidade da propriedade também está vinculada à questão ambiental, não só por cumprimento da lei, mas também de benefícios indiretos que geram, por exemplo, água potável, ar puro, sombreamento de culturas e rebanhos, turismo rural entre outros. Para englobar todos estes aspectos, somente um processo de mobilização social conseguiria reunir todos esses elementos e traduzí-los em desenvolvimento sustentável de um assentamento rural. A Teoria da Mobilização Social, preconizada por Bernardo Toro, fala da necessidade que toda mobilização social tem de um projeto de comunicação em sua estruturação. “Cada processo de mobilização participada requer um modelo de comunicação.

(27) 27. específico”, afirmam Toro e Werneck (2004, p.70). “A comunicação pode ser concebida e estruturada de diferentes formas, de acordo com o tipo e propósitos buscados”, complementa. Em Vitória, Espírito Santo, em estudo realizado por Rabelo (2003), foi possível analisar como a comunicação para mobilização social foi fundamental para implementação da Agenda 21 local. Neste projeto pretende-se trazer esta reflexão para os assentamentos rurais. Todo este aprofundamento necessita de embasamento teórico, conhecimento e vivência de experiências e análise crítica de todo o processo.. Encadeamento dos capítulos O “Capítulo I – A questão fundiária no Brasil” aborda a questão da terra, uma vez que para entender os processos de comunicação, é necessário antes explicitar o cenário sobre a questão fundiária no Brasil, onde estão inseridos os assentamentos. Primeiramente, será apresentado um panorama da realidade rural no País: distribuição de propriedades rurais, questão fundiária. Será mostrada, então, a evolução histórica da posse da terra e, em específico, da Reforma Agrária. Também será analisada a participação dos movimentos sociais (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST; Associação Brasileira de Reforma Agrária – ABRA; entre outros). O “Capítulo II – Desenvolvimento sustentável, florestas e o meio rural” discute o desenvolvimento sustentável e sua relação com o meio rural e a questão florestal. Como o estudo trata, especificamente, de capacitação sobre as questões florestais e ambientais, é necessária uma visão de como este assunto é importante, tanto como opção econômica quanto ambiental. As reflexões traçam um panorama da temática no País, e analisam o desenvolvimento sustentável e o papel desta opção no mundo rural, com enfoque em florestas e agroecologia. Estes dois primeiros capítulos são mais descritivos, com o objetivo de situar, em linhas gerais, tanto a questão fundiária quanto a questão florestal no Brasil. São assuntos vastos e complexos e, para este trabalho, é oferecida apenas uma visão geral para contextualizar o objeto de estudo. O “Capítulo III – Comunicação, transferência de tecnologia e extensão rural” mostra como ocorre a apreensão do conhecimento e sua relação com a educação e a comunicação, com enfoque nos conhecimentos gerados pela pesquisa agropecuária e florestal no Brasil, em espacial a Embrapa, e uma de suas Unidades, a Embrapa Florestas. Com o acompanhamento da história da assistência técnica brasileira, é discutido o embate entre os termos “difusão x transferência” e porque a Embrapa se insere neste contexto. Onde está este “meio de.

(28) 28. caminho” entre a transferência e a difusão. Também é mostrado como se realiza a assistência técnica hoje no País (empresas de assistência técnica, organizações de pesquisa estaduais, organizações não-governamentais e a própria Embrapa) e aqui os elementos de comunicação já podem ser observados. É feita uma análise da transferência de tecnologia (TT) nas áreas florestal e ambiental. E, por fim, uma discussão entre comunicação rural, difusão e transferência de tecnologia. O “Capítulo IV – Comunicação e mobilização social” trata sobre como a comunicação pode interagir para facilitar o processo de transferência de tecnologias, com conseqüente mobilização social para o desenvolvimento sustentável. É utilizado o referencial da Teoria da Mobilização Social e os níveis de comunicação: micro, macro e massa, com suas principais características. O “Capítulo V – A realidade estudada: os assentamentos de Bituruna/PR” descreve a região e o contexto onde estão inseridos os assentamentos estudados, e traça um perfil dos assentamentos, dos assentados entrevistados e dos técnicos que fizeram parte da pesquisa. O “Capítulo VI – Estudo de caso: onde a comunicação gera mobilização” traz a pesquisa de campo realizada por meio de estudo de caso com observação direta. Relata o papel dos atores sociais envolvidos na assistência técnica aos assentados além de descrever o que foi observado em momentos específicos: visitas, reuniões, cursos, jornais/vídeos/rádio. Traça um paralelo entre o que foi percebido in loco no processo de observação direta, com as entrevistas realizadas com os assentados que participaram destes momentos, em contraposição às análises realizadas sobre os níveis de comunicação..

(29) Cap 1.

(30) 30. Em 1970, a população rural brasileira representava 44,1% da população do País. Dados do último Censo oficial, realizado no ano 2000, mostram que este percentual caiu bastante: 18,8%. Além disso, a população total praticamente dobrou neste período1 (de 93 milhões para 170 milhões de pessoas). Na perspectiva da sociedade urbana, considerada aqui aqueles que moram em grandes e médias cidades, isso pode ser discutido em termos econômicos, sociais, antropológicos, entre outros. Ou seja, um olhar de fora, de quem não vive o cotidiano rural. Mas também é cada vez mais necessária a análise sobre como são os reflexos no espaço rural, não só em termos econômicos, de produtividade, tecnologias etc, mas também em termos de processos sociais. Afinal, o que isso representa para aqueles que optam por permanecer no campo? É a produção agropecuária o único trabalho realizado no campo? Que outras realidades podemos ali encontrar? Qual a radiografia do espaço rural brasileiro? Além disso, um fenômeno recente tem chamado a atenção: o êxodo urbano. Apesar das estatísticas comprovarem ainda a grande diferença populacional entre o urbano e o rural, nota-se um fluxo migratório inverso das grandes cidades para o interior. Isso pode ser explicado de duas formas. De um lado, cresce o número de pessoas que saem das grandes regiões metropolitanas em busca de qualidade de vida e optam por viver em pequenas cidades, muito próximas do rural. Segundo Antongiovanni (20022), na década de 90 é detectado um processo de desmetropolização associado ao êxodo urbano, isto é, movimento numeroso de população entre cidades de diversos tamanhos e diversas regiões. A difusão da modernização no interior propicia uma migração para as cidades menores.. Por outro lado, as condições de vida nas grandes cidades, ou a falta delas, tais como desemprego, falta de moradia entre outros, também têm contribuído para o êxodo urbano. É certo que todas as perguntas feitas anteriormente podem e merecem ser respondidas, e no presente trabalho vou me ater à realidade dos assentamentos rurais, objeto deste estudo.. 1. Dados gerados pelo Sistema Sidra no site <http://www.sidra.ibge.gov.br> . Acesso em 25 abr. 2007. Dados estatísticos também disponíveis em ESTATÍSTICAS do meio rural. 2. ed. São Paulo: DIEESE; Brasília: MDA, Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural, 2006. Disponível em: <http://www.nead.org.br/index.php?acao=biblioteca&publicacaoID=328>. Acesso em: 02 dez. 2006. 2 Disponível em <http://www.mre.gov.br/cdbrasil/itamaraty/web/port/consnac/ocupa/procurb/pmigra/index.htm> Acesso em 10 jan. 2007..

(31) 31. Breve histórico da questão fundiária no Brasil Para melhor entender o processo de Reforma Agrária, é necessário um breve resumo do histórico da questão fundiária no Brasil. Diversos autores têm estudado a evolução do mundo rural no País, sob diversos aspectos, tais como Prado Júnior (décadas de 1960 e 1970), Martins (a partir da década de 1960), Graziano da Silva (a partir da década de 1980), Ianni (a partir da década de 1970), Graziano (a partir da década de 1990). Para este trabalho, vou utilizar o resumo cronológico de Stédile (2005), pois traz uma visão de quem está intimamente ligado à luta dos movimentos sociais pela terra, sem abrir mão dos autores clássicos e contemporâneos. A Tabela 01 apresenta um quadro-resumo com as principais idéias do histórico da questão fundiária brasileira até 1964:. Tabela 01 – Questão fundiária brasileira (50.000 a.C./1964 d.C.) – quadro-resumo Período. Forma de participação. Forma de produção. 50.000 a.C.. • Famílias,. •. tribos, clãs – nômades. a 1.500 d.C.. Caça, pesca,. extração, domínio. Economia •. Comunismo. primitivo. parcial da agricultura 1500 a 1850. • Táticas. de dominação:. •. Transformação de. •. Monopólio da. cooptação e repressão por parte. tudo em mercadoria e. propriedade pela. dos portugueses (descobrimento. envio à Europa. coroa portuguesa. ou invasão?). •. (concessão de uso a. • Regime. plantation (grandes. colonizadores).. extensões com. •. monocultivo). exportador, baseado. de escravidão (negros). Modelo agrícola:. Modelo agro-. no capitalismo mercantil europeu 1850 a 1930. • Abolição. da escravidão. • Participação. •. Regime de colonato. de imigrantes. • Aparecimento. propriedade privada da terra. (imigrantes pobres e mestiços). 1930 a 1964. rurais fortes. • Oligarquias. rurais perdem. 1850: primeira lei. de terras do País –. do campesinato. • Oligarquias. •. •. Subordinação. •. Camponeses se. espaço para burguesia industrial. econômica e política da vinculam às regras. • Surge. agricultura à indústria. a burguesia agrária. • Êxodo. rural. Pichelli (2007) adaptado de Stédile (2005).. de mercado e se integram à indústria.

(32) 32. Percebe-se que a questão da concentração de terras nas mãos de poucos sempre foi um ponto importante no debate sobre a questão fundiária. Em um texto de 1960, Prado Junior já analisava que o problema da Reforma Agrária tem suas raízes dialéticas no antagonismo e contradição entre a reduzida minoria de grandes proprietários que detêm o monopólio virtual da terra, e controlam portanto as oportunidades de ocupação e trabalho na agropecuária brasileira, e doutro lado, a massa trabalhadora do campo, que depende dessas oportunidades para conseguir seus meios de subsistência. Os trabalhadores rurais alcançarão uma posição melhor na luta por suas reivindicações imediatas, e mais facilmente se beneficiarão dela, na medida em que as oportunidades de trabalho e ocupação não forem unicamente as proporcionadas pelos grandes proprietários. Haverá sempre a alternativa de se estabelecerem por conta própria em terras de sua propriedade. Circunstância essa que naturalmente terá grande peso no mercado de trabalho rural, favorecendo a parte ofertante da força de trabalho. (PRADO JR., 2005, p.80). O Estatuto da Terra Um grande avanço na discussão da questão da terra no Brasil foi a promulgação, em 30/11/1964, do Estatuto da Terra3. Embora seja uma lei datada de mais de 40 anos atrás e muitas outras leis e decretos já tenham sido promulgados no tocante a esta questão, foi o Estatuto que melhor aprofundou e trouxe propostas para tentar organizar e solucionar as demandas referentes ao mundo rural. Desde sua publicação, até hoje, o Estatuto é considerado uma das leis mais progressistas, embora tenha sido editado por um governo da ditadura militar. No entanto, em entrevista concedida ao Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural – NEAD, o antropólogo social Mário Grynszpan considera que a implantação do Estatuto durante o governo militar serviu mais para acalmar os ânimos dos movimentos sociais pela terra do que para dar um sinal progressista diante da Reforma Agrária no País: em que pese o fato do Estatuto da Terra ter sido, efetivamente, um avançado instrumento em sua época, qualificá-lo como uma ação progressista do governo militar de 64 não seria exato, no meu medo de ver [...] tanto é assim que, já em um outro contexto, a partir de fins da década de 1960, com a retomada progressiva das lutas das organizações de trabalhadores rurais, ele foi retomado como base legal para a mobilização pela reforma agrária. Foi esse contexto, e esse uso político do Estatuto da Terra que, em larga medida, pesou para que dele fosse feita uma leitura mais positiva. (NEAD, 20054). 3. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4504.htm> . Acesso em 22 ago 2006. Disponível em: <http://www.nead.org.br/boletim/boletim.php?noticia=1381&boletim=270> . Acesso em 22 ago 2006. 4.

(33) 33. Feitas essas considerações a respeito do papel histórico e político do Estatuto, é importante entender qual foi a inovação que propôs. Um dos pontos principais é o que assegura a todos o direito de acesso à terra, condicionada pela sua função social. De acordo com o Estatuto, a propriedade da terra cumpre a função social integralmente quando: a) favorece o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores que nela labutam, assim como de suas famílias; b) mantém níveis satisfatórios de produtividade; c) assegura a conservação dos recursos naturais; d) observa as disposições legais que regulam as justas relações de trabalho entre os que a possuem e a cultivem.. Tais pontos são tão importantes que foram incorporados à Constituição da República Federativa do Brasil (Artigo 5º, incisos XXII e XXIII)5. Ainda segundo a Carta Magna, no Artigo 186, “a função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I - aproveitamento racional e adequado; II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.”. Percebe-se. que,. de. 1964. para. cá,. manteve-se,. com. alguns. ajustes. e. complementaridades, o que se considerava como função social da propriedade rural. E esta tem sido a bandeira dos movimentos sociais na luta pela terra. O processo de assentamento em si é bastante complexo e envolve diversas variáveis. Uma síntese de como se dá esse processo pode ser encontrado no Anexo 1 – Processo de Criação de Assentamento.. 5. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm> . Acesso em 12 jan 2007..

(34) 34. Realidade fundiária hoje Para compreender melhor o que acontece hoje, é preciso ter uma noção quantitativa da estrutura fundiária do país, conforme a Tabela 026. Tabela 02 - Estrutura Fundiária – Brasil 2003 Estratos Área (ha) Até 10 anos De 10 a 25 De 25 a 50 De 50 a 100 De 100 a 500 De 500 a 1000 De 1000 a 2000 Acima de 2000 TOTAL. Imóveis Nº de Imóveis 1.138.771 1.102.999 684.237 485.482 482.677 75.158 36.859 32.264 4.238.447. % 31,6 26,0 16,1 11,5 11,4 1,8 0,9 0,8 100,0. Área Total Hectares % 7.616.113 1,8 18.985.869 4,5 24.141.638 5,7 33.630.240 8,0 100.216.200 23,8 52.191.003 12,4 50.932.790 12,1 132.631.509 31,6 420.345.362 100,0. Área Média Hectares 5,7 17,2 35,3 69,3 207,6 694,4 1.381,8 4.110,8 99,2. Fonte: Incra. II PNRA Obs.: Situação em agosto de 2003. Percebe-se que 57,6% do número de imóveis possuem até 25 hectares (ha). Ou seja, mais da metade da quantidade de imóveis rurais no país é constituída por pequenas propriedades. Depois, 39% possuem de 25 a 500 ha e 3,5% acima de 500 ha. Se, por um lado, o número de pequenas propriedades perfaz mais da metade do total, por outro representam somente 6,3% da área total ocupada pelos imóveis fundiários, o que representa uma grande desigualdade. Isso é confirmado pelo Índice de Gini da propriedade da terra da Tabela 03. Tabela 03 - Evolução do Índice de Gini7 da propriedade da terra Brasil 1967 - 2000 Ano Índice 1967. 0,836. 1972. 0,837. 1978. 0,854. 1992. 0,831. 1998. 0,843. 2000. 0,802. Fonte: Incra. O Brasil Desconcentrando Terras / Elaboração: DIEESE. 6. As Tabelas 02 e 03 estão presentes na publicação ESTATÍSTICAS do meio rural (2006), que constitui uma consolidação de informações estatísticas de diversas instituições oficiais em uma só publicação. 7 É um indicador de desigualdade muito utilizado para verificar o grau de concentração de terra e da renda. Varia no intervalo de zero a 1, significando que quanto mais próximo de 1, maior é a desigualdade na distribuição, e, quanto mais próximo de zero, menor é a desigualdade. Os valores extremos, zero e 1, indicam perfeita igualdade e máxima desigualdade, respectivamente..

(35) 35. Um retrato da evolução da Reforma Agrária no País pode ser encontrado nas Tabelas 04 e 05, que demonstram um sensível aumento no número de famílias assentadas, projetos de assentamento e área desapropriada. É importante notar que de 2004 para 2005 observou-se uma duplicação no número de projetos de assentamentos (de 426 para 880), assim como um aumento significativo de famílias assentadas (de 81.254 para 127.506). Resta saber, no entanto, como vivem estas famílias, se a terra está sendo de fato fonte de sobrevivência, que uso fazem desta terra e como são incorporadas as tecnologias pelos assentados.. Ano 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006. Tabela 04 – Famílias assentadas Famílias assentadas Média anual 42.912 62.044 81.944 101.094 85.226 60.521 63.477 43.486 36.301 81.254 127.506 136.358. Assentamentos por gestão 287.994 67.588 Assentamentos por gestão 252.710. 95.355. Assentamentos por gestão 381.419. Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário (2006). Tabela 05 – Projetos de assentamento Ano 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006. Implantação de projetos Número de projetos (Área / ha) 387 2.544.688 466 2.451.405 701 3.455.917 753 2.802.086 670 2.109.418 417 2.158.702 477 1.837.883 384 2.501.318 320 4.573.173 426 3.511.434 880 14.193.094 717 9.402.089. Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário (2006). Hectares por gestão 11.254.096. 8.607.321. 31.679.790.

Referências

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