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O gestor operacional de futebol na organização do grupo FCPorto-estudo de caso do Team Manager do FCPorto-Futebol,SAD.

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Academic year: 2021

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(1)O Gestor operacional de Futebol na organização do Grupo FC Porto. Estudo de caso do Team Manager do FC Porto – Futebol, SAD. Dissertação apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, com vista à obtenção de grau de mestre em Ciências do Desporto, especialização em Gestão Desportiva, de acordo com Decreto-Lei no 74/2006, de 24 de março. Orientadora: Profa Doutora Maria José Carvalho Co-Orientadora: Profª Doutora Paula Maria Fazendeiro Batista. Carlo Costa Martins de Almeida Porto, outubro de 2011.

(2) Ficha de Catalogação:. Almeida, C. C. M. (2011) O Gestor operacional de Futebol na organização do Grupo FC Porto: Estudo de caso do Team Manager do FC Porto – Futebol, SAD. Porto: C. Almeida. Dissertação de Mestrado de Gestão Desportiva apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade de Desporto.. PALAVRAS-CHAVE: FUTEBOL, CLUBES E SOCIEDADES DESPORTIVAS, FC PORTO, TEAM MANAGER, GESTOR DESPORTIVO, FUNÇÕES E COMPETÊNCIAS.. II.

(3) “Podemos acreditar que tudo que a vida nos oferecerá no futuro é repetir o que fizemos ontem e hoje. Mas, se prestarmos atenção, vamos nos dar conta de que nenhum dia é igual a outro. Cada manhã traz uma benção escondida; uma benção que só serve para esse dia e que não se pode guardar nem desaproveitar. Se não usamos este milagre hoje, ele vai se perder. Este milagre está nos detalhes do quotidiano; é preciso viver cada minuto porque ali encontramos a saída de nossas confusões, a alegria de nossos bons momentos, a pista correta para a decisão que tomaremos. Nunca podemos deixar que cada dia pareça igual ao anterior porque todos os dias são diferentes, porque estamos em constante processo de mudança. Paulo Coelho. Á minha família, em especial à minha mãe, Maria de Fátima Costa de Almeida que me educou com muito amor e carinho. Graças aos ensinamentos e valores que ela me transmitiu, me fez chegar aquilo que sou hoje. Mesmo sabendo que muitas vezes deixou os seus interesses e sonhos de lado para me dar todas as condições de correr atrás dos meus objetivos. Sei que nunca vou conseguir retribuir nem metade daquilo que tudo o que fizeste por mim, mas gostaria que soubesses que amo você muito e eu sou muito grato por tudo aquilo que fizeste e continuas a fazer por mim.. III.

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(5) Agradecimentos “Hoje sou muito melhor do que antes e agradeço a aqueles que me deram as mãos nas horas mais difíceis da minha vida.” Cristiane Galvão. A realização deste trabalho é o culminar de um percurso longo por qual passei ao longo destes últimos anos. E foi graças ao apoio, disponibilidade, paciência, ajuda e compreensão de inúmeras pessoas que este se tornou possível de acontecer. Gostaria de deixar aqui expressamente os meus sinceros agradecimentos: À Prof.ª Doutora Maria José Carvalho, orientadora deste trabalho, sempre com a sua coerência e sabedoria em tudo que faz, mas ao mesmo tempo com a sua simpatia, e boa disposição. O seu contributo e o grande apoio na altura de decidirmos o que era para ser feito se revelaram a base para constituição deste trabalho. À Prof.ª Doutora Paula Batista, coorientadora deste estudo, pelo seu rigor e dedicação. A sua preciosa ajuda na elaboração deste trabalho fez com que se tornasse possível a sua realização. Ao Prof. Pedro Sarmento, que me indicou e deu-me a grande oportunidade de poder realizar um dos meus sonhos, trabalhar na organização do FC Porto. Sem o seu contributo a concretização deste trabalho não seria possível. Ao Prof. António Cunha, uma pessoa pelo qual tenho grande estima e consideração, e que se mostrou sempre interessado no meu trabalho transmitindo-me confiança e “garra” para a execução do mesmo. À Prof.ª Ana Luísa que se mostrou sempre disponível para ajudar no que fosse preciso.. XI.

(6) Ao Prof. Amândio Graça pelas suas ajudas técnicas principalmente no tratamento dos dados. Ao FC Porto, nomeadamente ao Dr. Urgel Martins que “abriu-me as portas” do clube proporcionando-me a concretização do estágio. Ao João Pedro Sousa, meu coordenador de Team Managers, que desde o primeiro momento se mostrou sempre disponível para me ajudar no que fosse preciso. E ao longo do meu trabalho, mostrou todo o seu apoio, transmitiu-me confiança, e encaminhou-me em todos os processos relativos ao cargo. A todo o grupo de Team Managers do clube, meus colegas de trabalho, meus amigos, e sem querer especificar alguém em particular, agradeço a todos pelo fato de terem contribuído para a realização deste trabalho e terem me ajudado no que mais precisava. Aos treinadores da minha equipa de Sub-7/8, Miguel e Telmo, por ter tido a oportunidade e a felicidade de trabalhar com dois “misters” espetaculares,. e. que. sem. o. vosso. contributo. não. conseguiria. ter. desempenhado em pleno as minhas funções. À minha grande equipa de Sub-7/8, os meus pequenos grandes craques: Gonçalo, Rafael Cabral, Joel, Rodrigo, Ângelo, Gustavo, Francisco, Manuel, Miguel, Rafael Teixeira, Afonso, Martim, João Pinto, Pedro, Ricardo, Wilson, Xavier, Alexandre, Nuno Oliveira, Bruno, Daniel, Guilherme, Nuno Vasconcelos, Hugo Félix, Nuno Pinto. Foi com vocês que tive o privilégio de realizar este trabalho. Ao Jaime Teixeira, por ter colaborado muito com grandes informações no desenvolver deste estudo. A todos os elementos da estrutura organizativa do Grupo FC Porto, que trabalharam comigo e mostraram-se sempre prontos a ajudar em tudo o que fosse necessário. Correndo o risco de esquecer-me de alguns desses XII.

(7) elementos, destaco os responsáveis da Secretaria Desportiva, os elementos do Departamento Médico (massagistas, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas), e a Logística Desportiva (técnicos de equipamentos). Ao meu grande amigo Del, “Tucumduba”, Círio, Vatabá, e claro está Remo!!! Remo!!! aspetos presentes deste meu amigo de Belém do Pará. Amigo que tive o privilégio de conhecer na segunda aula deste Mestrado, na disciplina de Dinâmicas de Grupo, quando, e por acaso, me sentei ao lado de uma pessoa alta com o cabelo grande preto, e quando o prof. Nuno nos pediu para que no tempo de intervalo da aula, conhecêssemos a pessoa que estava ao nosso lado, e para que fossemos apresentá-la aos restantes colegas de turma no reinício da aula. Foi aí que começou o inicio de uma longa história que nunca mais parou. Você meu amigo de fé meu irmão camarada, amigo de tantos caminhos de tantas jornadas Cabeça de homem mas o coração de menino, aquele que está do meu lado em qualquer caminhada Me lembro de todas as lutas meu bom companheiro, você tantas vezes provou que é um grande guerreiro O seu coração é uma casa de portas abertas, amigo você é o mais certo das horas incertas As vezes em certos momentos difíceis da vida, em que precisamos de alguém para ajudar na saída A sua palavra de força de fé e de carinho, me dá a certeza de que eu nunca estive sozinho Você meu amigo de fé meu irmão camarada, sorriso e abraço festivo da minha chegada Você que me diz as verdades com frases abertas, amigo você é o mais certo das horas incertas Não preciso nem dizer, tudo isso que eu lhe digo, mas é muito bom saber, que você é meu amigo Não preciso nem dizer, tudo isso que eu lhe digo, mas é muito bom saber que eu tenho um grande amigo (Roberto Carlos). Meu amigo Del, mais que um amigo, um irmão, sem a tua ajuda não teria conseguido chegar até aqui. Muito Obrigado por tudo meu parceiro, podes ter a certeza que serás sempre lembrado nestes momentos, e és sem dúvida um amigo do meu passado, do presente e que eu levarei para sempre no futuro!. XIII.

(8) À minha preciosa amiga Maria Ligia Chacon, oh! Minha amiga o que seria de mim sem você… Minha amiga de Taubaté (São Paulo), do Corinthians e agora a futura mestre e especialista em transferências entre o Brasil e Portugal. A “Jorge Mendes” no feminino, e a próxima agente FIFA do Cristiano Ronaldo, quem sabe não é minha amiga? O que eu sei é que esta minha amiga tem tudo para vincar é uma pessoa extremamente competente, domina a língua inglesa e os processos informáticos, e que me serviu de inspiração. Todo o seu contributo e no apoio e a paciência que teve comigo mostraram-se importantes e fundamentais para a concretização desta dissertação. Ao Rafael meu colega e amigo de Mestrado, uma pessoa que eu tive a felicidade de conhecer e que passou por este meu caminho, pessoa extremamente humana, um verdadeiro amigo que desde o primeiro momento se mostrou pronto a ajudar, dando-me verdadeiras dicas e conselhos. Ao Thomaz, um amigo que também não me posso esquecer, sempre com o seu companheirismo e espírito de ajuda para resolver o que fosse preciso. Aos meus restantes colegas e amigos de Mestrado dos quais destaco a Raquel, uma pessoa extremamente amiga e que se mostrou sempre pronta para me ajudar, ao Paulinho (o maninho) pela sua força e amizade que fomos construindo ao longo deste percurso, ao Ricardo pela sua coerência em todos os processos, ao Duarte por ter partilhado comigo o fato de estarmos no FC Porto, ao Pedro Vale sempre com a sua boa disposição e frontalidade, e muitos outros que me ficarão marcados. Ao André e á Carla por me terem ajudo nesta reta final do meu trabalho, pela amizade que fomos construindo ao longo deste meu percurso A todos os funcionários da FADEUP, e em especial aos da reprografia e da biblioteca, todos que me acolheram e fizeram parte do meu percurso académico.. XIV.

(9) À Drª Fátima Pinto, só eu sei que sem esta pessoa a realização deste trabalho não seria possível. E sou muito grato por tudo o que fez por mim, mas o que tem feito pela minha família. À Dara, por me ter ajudado e apoiado em momentos desta minha caminhada. E por último quero deixar um agradecimento especial à minha família a começar, pelos meus avós maternos, ao meu Avô Manuel, à minha Avó Mariá, aos meus tios António, Marcelo, Robson, ao meu tio Rogério (que mesmo já não estando entre nós é sempre lembrado e recordado) às minhas tias Mónica, Doris e Lucília, à minha tia Fátima (que pelo qual consegui transformar um pouco do meu suor em ouro), aos meus primos Daniel, Juliana, Felipe, Gabriel, Álvaro, aos meus Avós paternos, António e Maria Francisca, à minha tia Vera, aos meus padrinhos Paulo e Cristina, aos meus primos Paulo, Vitor e Carol, à minha madrinha Lucilene, ao meu tio Fernando e às minhas primas Fernanda e Natasha, e claro está à minha irmã Carine e aos meus pais Antonio Carlos e Maria de Fátima, sem o vosso verdadeiro amor eu não teria chegado até aqui!. A todos, o meu muito obrigado!. XV.

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(11) Índice Geral. Índice Geral. Agradecimentos ................................................................................................ XI Índice Geral ................................................................................................... XVII Índice de Figuras .......................................................................................... XVIII Índice de Quadros .......................................................................................... XIX Índice de Gráficos ........................................................................................... XX Resumo .......................................................................................................... XXI Abstract ........................................................................................................ XXIII Lista de Abreviaturas ..................................................................................... XXV Introdução geral e estrutura da dissertação ....................................................... 1 Estudo 1 Um olhar sobre o passado e o presente: O enquadramento sob ponto de vista legal, institucional e funcional do Grupo FCPorto ............................................... 9 Estudo 2 O Perfil de Funções e Competências do Team Manager da FC Porto – Futebol, SAD .................................................................................................................. 65 Conclusões Gerais ......................................................................................... 131 Bibliografia Geral ............................................................................................ 135 Anexos ........................................................................................................... XXI Anexo 1 - Entrevista ao Team Manager do Futebol Clube do Porto ............ XXIX Anexo 2 - Entrevista ao Gestor do Futebol do Futebol Clube do Porto –Futebol, SAD Anexo 3 – Estatutos da Futebol Clube do Porto –Futebol, SAD ................... XXX Anexo 4 – Estatutos da Futebol Clube do Porto............................................ XXX Anexo 5 – Diário de “Atividades” ................................................................... XXX. XVII.

(12) Índice Geral. Índice de Figuras Estudo 1 Figura 1: Evolução do emblema do FC Porto................................................... 23 Figura 2: Órgãos Sociais do FC Porto.............................................................. 26 Figura 3: Organigrama do Grupo Futebol Clube do Porto ................................ 30 Figura 4: Principais diplomas e momentos marcantes do ordenamento jurídico relativo aos Clubes e Sociedades Desportivas ................................................ 31 Figura 5: Evolução das Instalações do FC Porto ............................................. 41 Figura 6: Organigrama do Modelo operativo .................................................... 48 Figura 7: Modelo Operativo – Visão Global ...................................................... 51 Estudo 2 Figura 1: Competências e Níveis de gestores ... 72. Figura 2: Ilustração dos participantes do estudo ..............................................78 Figura 3: Formação Académica dos entrevistados .......................................... 79 Figura 4: Relações Hierárquicas estabelecidas ............................................. 115 Figura 5: Sistematização das Áreas de Intervenção dos TMs da FC Porto,SAD ....................................................................................................................... 118 Figura 6: Perfil de funções e competências do Team Manager……………....121. XVIII.

(13) Índice de Quadros. Índice de Quadros Estudo 1 Quadro 1: Órgãos Sociais da FC Porto, Futebol SAD........................................... 46 Quadro 2: O novo enquadramento operativo das empresas do Grupo FC Porto ........................................................................................................................................ 47 Estudo 2 Quadro 1: Estrutura da Entrevista realizada ao TM ............... 83 Quadro 2: Estrutura da Entrevista realizada ao GF ............. ... 84 85 Quadro 3: Atividades desenvolvidas e Nº horas . Quadro 4: Distribuição temporal das atividades realizadas durante o estágio . 86 Quadro 5: Identificação e descrição das Atividades do diário .......................... 89 Quadro 6: Representação do somatório das atividades realizadas................. 95 Quadro 7: Distribuição da codificação pelas categoras, sub-categorias e intra sub-categorias: número de referências e a sua percentagem (%). ............... XIX. 97.

(14) Índice de Gráficos. Índice de Gráficos Estudo 1 Gráfico 1: Volume de Negócios agregado dos clubes da Primeira Liga ............ 21 Gráfico 2: Acionistas Fundadores da FC Porto, Futebol SAD ............................. 42 Gráfico 3: Acionistas Atuais da FC Porto, Futebol SAD ........................................ 43. XX.

(15) Resumo. Resumo Nos dias de hoje, a sociedade contemporânea atravessa constantes transformações, influenciando diretamente e indiretamente o contexto desportivo. De forma a acompanhar essas mudanças as organizações do futebol passam por constantes mutações organizacionais e estruturais principalmente verificadas no interior dos clubes. Este processo, incorpora-se num modelo empresarial, que desencadeou o surgimento de vários profissionais com várias denominações, e com áreas de intervenção e competências específicas, onde a gestão desportiva tende a ocupar um lugar central. No caso específico na estrutura do FC Porto, os Team Managers, no exercício das suas funções, e especificamente às pertencentes à gestão desportiva, assumem um particular relevo. Assim, considera-se pertinente investigar as funções e competências deste tipo de gestores desportivos, no sentido de uma melhor compreensão deste cargo no interior do clube. O presente estudo tem como objetivos centrais compreender as principais transformações ocorridas do FC Porto enquanto associação privada sem fins lucrativos para a FC Porto enquanto Sociedade Anónima Desportiva, bem como definir o perfil de funções e competências do Team Manager dentro da estrutura de formação do Futebol Clube do Porto – Futebol SAD. Na tentativa de dar resposta a estes objetivos foram efetuados dois estudos. O primeiro é um estudo de revisão sistemática e de literatura que teve como enfoque a pesquisa no âmbito legal, institucional e funcional do contexto inerente ao FC Porto. No que diz respeito a metodologia adotada recorreu-se à análise de documental de documentos tais como estatutos, relatório e contas, e documentação interna do Grupo FC Porto. No segundo, foi realizado um estudo de natureza empírica, do qual o corpus do estudo consistiu-se de entrevistas semiestruturadas realizadas aos team managers da formação e ao gestor do futebol, as quais foram submetidas à análise de conteúdo. Além disso, o estudo no seu corpos de análise também contou com a realização de um “diário de atividades”. As principais conclusões relativas ao estudo 1 referem-se que do ponto de vista legal e institucional que a principal transformação ocorrida se deveu ao fato da autonomização da equipa de futebol, no sentido de poder participar em competições profissionais, resultando assim na constituição da FC Porto SAD. Em termos funcionais, sobressai o fato de o FC Porto atualmente integra-se em um grande grupo que é o Grupo FC Porto, constituído por empresas, onde o “Projeto Vencer” veio implementar um novo modelo operativo no grupo. Os resultados do estudo 2 indicam que as relações hierárquicas, a gestão de recursos e a gestão de controlo/coordenação são consideradas as áreas de intervenção mais destacadas pelos team managers.. PALAVRAS-CHAVE: FUTEBOL, CLUBES E SOCIEDADES DESPORTIVAS, FC PORTO, TEAM MANAGER, FUNÇÕES E COMPETÊNCIAS.. XXI.

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(17) Abstract. Abstract Nowadays, contemporaneous society is under constant transformation, directly and indirectly influencing sport environment. In order to follow these changes, football organizations go through constant organizational and structural transformation specially noticed inside of the clubs. This process is allied to a management model that lead the emergence of various professionals with different names, specific interventional areas and skills, where sport management occupies a key spot. In the specific case of the FC Porto structure, the Team Managers, while performing their particular tasks, and precisely the ones related to sport management, assume a special distinction. That way, it is considered important to investigate the roles and skills of this type of sport managers, in a way of better comprehending this function within a club. This present study aims to understand the main transformations that took place in FC Porto when changing from non-profit private association to Anonymous Sportive Corporation, as well as to define the range of roles and skills of the Team Managers within the formation structure of the Futebol Clube do Porto – Futebol SAD. In the attempt of answering these objetives, there were realized two studies. The first one is a study of a systematic and a literature review that had its focus in the research regarding the legal, institutional and functional areas of the FC Porto. The methodology used was the analysis of documents such as statutes, reports, accounts and specific internal documents from the Group FC Porto. In the second one, it was performed an empirical study, whose corpus’ was the application of semisstructured interviews with the team managers from the formation division and with the football manager, which were analyzed using a content analysis method. Furthermore, this study also made usage of an “activities report”. The main finding from study 1 was that, from the legal and institutional point of view, the main transformation occurred was the autonomy of the football team, relatively to participate in professional competitions, resulting in the constitution of the FC Porto, SAD. In functional terms, it was pointed out that FC Porto is currently integrated into a large group that is the Group FC Porto, constituted by various companies, and where the “Projeto Vencer” is introducing a new operative model to the group. Results from study 2 indicate that the hierarchical relations, resources management and coordination/control management are considered the interventional areas mostly emphasized by the team managers.. Key-words: FOOTBALL, CLUBS AND SPORT SOCIETIES, FC PORTO, TEAM MANAGER, ROLES AND SKILLS’ DESCRIPTION.. XXIII.

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(19) Lista de Abreviaturas. Lista de Abreviaturas. CMVM – Comissão do Mercado de Valores Imobiliários FCP – Futebol Clube do Porto GF – Gestor do Futebol LBAFD – Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto LBD – Lei de Bases do Desporto LBSD – Lei de Bases do Sistema Desportivo LPFP – Liga Portuguesa de Futebol Profissional RJSD – Regime Jurídico das Sociedades Desportivas SAD – Sociedade anónima desportiva SADs – Sociedades anónimas desportivas TM – Team Manager TMs – Team Managers. XXV.

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(21) INTRODUÇÃO GERAL E ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO. Introdução geral e estrutura da dissertação.

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(23) Introdução Geral As sociedades contemporâneas, nos dias de hoje caracterizam-se por constantes transformações. Num contexto onde os processos tecnológicos e científicos se assumem como um verdadeiro e indiscutível fator impulsionador de mudança, assistem-se a verdadeiras alterações sociais, desencadeando fenómenos que interagem na criação de novos contextos sociais, económicos e. culturais,. originando. novas. mentalidades. e. diversificados. padrões. (Constantino, 1998). Neste sentido, tem-se verificado que o desporto, e mais concretamente o futebol têm passado por grandes mudanças ao longo dos anos. Desde a sua aparição em Inglaterra, na segunda metade do século XIX, nas últimas décadas o futebol deixou de ser uma modalidade de lazer, transformando-se num negócio bilionário e complexo dentro da conjuntura social global. Oliveira (2004) refere que o futebol foi assumindo gradualmente um papel de evidência no panorama desportivo mundial ao ponto de se ter transformado na modalidade desportiva mais popular do mundo e ser um fenómeno de atração de massas inigualável. Com inserção do futebol dentro desta lógica do mercado as entidades desportivas tiveram que se adaptar a esta nova realidade. Assistiu-se assim à modificação das estruturas desportivas, anteriormente preparadas para a prática desportiva de caráter amador, com a transição dos clubes desportivos para uma nova forma organizativa no sentido de dar resposta em termos de gestão e de competição desportiva, surgindo as Sociedades Anónimas Desportivas (SADs). De acordo com M.J. Carvalho (2001, pp. 30-31) verificou-se “a transformação em termos organizativos de vários clubes desportivos para uma gestão mais organizada e profissionalizada, como decorre da transformação ou criação das sociedades anónimas desportivas.” A mesma autora reforça ainda que “sem dúvida que estamos perante uma nova organização desportiva muito diferente da tradicional pessoa coletiva de direito privado que se constitui sob a forma de associação com fins não lucrativos, ou seja, do clube desportivo. Daí ser uma realidade vermos clubes portugueses cotados na bolsa de valores,. 3.

(24) sendo um dos sinais evidentes da introdução no fenómeno do desporto e respetiva organização, de uma maior profissionalização da gestão e de uma maior rentabilização dos fatores produtivos.” Em Portugal, ao longo dos anos várias foram as Leis de Bases e os Decretos-Lei que surgiram na tentativa de estabelecer e regulamentar estas entidades desportivas (clubes e SADs). Atualmente e de acordo com o panorama legal, a Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto (LBAFD) e o Regime Jurídico das Sociedades Desportivas (RJSD), as SADs e os clubes desportivos em regime especial de gestão são as únicas entidades com legitimidade para integrar as competições desportivas profissionais. Por esta razão, nos últimos anos temos assistido a algumas transformações, que tem possibilitado às organizações desportivas do futebol, evoluírem e se modificarem para fazer frente às novas exigências do futebol profissional. Maças (2006, p. 12) destaca que “esta nova conceção implica mudanças estruturais e organizacionais na própria estrutura humana responsável pela gestão do futebol dos clubes ou SADs.” Face a esta realidade, e com esta visão cada vez mais empresarial dos clubes de futebol, tem-se constado o surgimento de novas estruturas, de novos departamentos, e de novos cargos que tendem a ocupar um lugar importante nestas organizações desportivas. E assim sendo o papel da gestão desportiva, e mais concretamente dos gestores desportivos, dentro destas organizações é uma realidade cada vez mais presente (Pires, 2003). Desta forma, torna-se imperativo saber de fato quais são tarefas e as competências que os próprios gestores desportivos desempenham e apresentam no seio das estruturas do futebol. Bento (1992, p. 5) “ao tentar definir o conceito de dirigente desportivo, reconhece a dificuldade em formular uma definição explícita e completa, devido à grande variedade e especificidade de funções que pode desempenhar.” A investigação em torno da área da gestão desportiva no que concerne às funções e competências adstritas ao gestor desportivo tem merecido destaque em estudos realizados ao longo dos anos (Barcelona, 2001, Vaz,. 4.

(25) 2001,Duarte, 2004, Maças, 2006, Bastos, 2006, Izquierdo et al, 2007, Anchieta, 2010, Joaquim, 2010). A abordagem e a discussão no que diz respeito às questões relacionadas com a competência revela ainda uma falta de consenso que existe acerca desta temática. Isto porque, como refere Batista et al. (2007, p. 16) “nos surgem diferentes conceitos de competência, cuja variabilidade resulta não só da diversidade dos campos de aplicação, como também de campos conceptuais distintos dentro de um mesmo campo de aplicação.” Os mesmos autores evidenciam que os atributos “conhecimento” e “habilidades” encontramse presentes, na generalidade, dos vários conceitos de competência, destacando-se o conhecimento como principal. Desta diversidade acerca dos conceitos de competência, Batista (2008) numa tentativa de sistematização do seu constructo, encontra quatro perspetivas: a) perspetiva behaviorista, um conceito mais centrado na relação dos resultados com os comportamentos conducentes a esses resultados (output); b) perspetiva funcionalista, um conceito mais centrado no trabalho, nas tarefas e funções a desempenhar; c) perspetiva personalista, panorama mais centrado nas características pessoais, nos atributos do trabalhador (input); d) perspetiva integrativa/ holística, um conceito mais integrativo, multidimensional, que considera que todos os constituintes da competência se relacionam entre si e todos são importantes. Estas quatro perspetivas permitem perceber que, é possível referir ao termo competência uma visão bastante diferenciada, focando a atenção em aspetos tão diferentes, que podem ir desde as funções do profissional, às suas características pessoais. Esta dissertação desenvolve-se em torno da realidade organizacional de um dos clubes portugueses de maior destaque na Europa e no Mundo, o Futebol Clube do Porto. Um clube que desde 1893 e ao longo dos anos tem-se destacado não só pelos seus resultados desportivos como também pelos resultados no âmbito da sua gestão. E tem passado por constantes transformações e mudanças a todos os níveis, quer ao nível estrutural quer ao nível funcionamento, e quer ainda ao nível do quadro humano que integra o clube. Uma visão clara desta lógica de mudança ocorrida no FC Porto. 5.

(26) depreende-se com o aparecimento de um cargo na organização da gestão do futebol intimamente ligado às equipas do clube. Desaparece assim a figura do seccionista, e emerge uma figura responsável pela gestão das equipas, o Team Manager. Posto isto, pretendeu-se com este estudo entender as principais transformações que marcaram o FC Porto no que se refere aos aspetos legais, institucionais e funcionais, como também aprofundar o conhecimento acerca das funções e competências do Team Manager, de forma a obter um entendimento mais ajustado do papel que este profissional desempenha no interior do clube. Deve-se realçar ainda, que a opção por esta investigação deriva pelo fato do autor deste trabalho ter realizado um estágio profissionalizante na estrutura da gestão do futebol do clube, durante a época desportiva 2010/2011. Assim sendo, os principais objetivos desta dissertação foram: . Compreender as principais transformações ocorridas do FC Porto Clube enquanto clube para a FC Porto enquanto Sociedade Anónima Desportiva (estudo 1). . Definir o perfil de funções e competências do Team Manager (TM) dentro da estrutura de formação do Futebol Clube do Porto – Futebol SAD (estudo 2) Com o intuito de responder a estes objetivos estruturou-se a presente. dissertação em dois estudos distintos de modo a clarificar e exponenciar os objetivos de cada um deles de forma faseada. Sendo que o primeiro estudo (estudo de revisão) foi designado como “Um olhar sobre o passado e o presente: O enquadramento sob ponto vista legal, institucional e funcional do Grupo FC Porto”. Desta forma, a partir do entendimento dado pelo primeiro estudo, firmaram-se bases conceituais que vieram a facilitar uma compreensão mais clara do segundo estudo, visto que o cargo de Team Manager está estritamente ligado às transformações ocorridas no FC Porto. Assim, o segundo estudo, de natureza empírica, foi intitulado de “Perfil de funções e competências do Team Manager do FC Porto – Futebol, SAD”.. 6.

(27) Estrutura da Dissertação A estrutura da presente dissertação respeitou as normas orientadoras de redação e apresentação de dissertações de mestrado impostas pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Optou-se por apresentar uma estrutura configuracional. baseada. no. Modelo. Escandinavo,. que. permite. uma. diferenciação particular dos objetivos específicos pelos respetivos artigos científicos, bem como uma partilha de conhecimentos mais imediata através da publicação dos mesmos. Deste modo, a presente dissertação foi dividida em quatro capítulos descritos no Quadro 1. No Capítulo 1 é apresentada a introdução geral, que encerra uma breve contextualização teórica, assim como os objetivos decorrentes. O Capítulo 2 integra o estudo de revisão enquanto que no Capítulo 3 é apresentado o estudo empírico, constituindo assim na temática da presente dissertação. No Capítulo 4 são apresentadas as principais conclusões provenientes dos dois estudos. As referências bibliográficas surgem no final de cada estudo, sendo que no final é apresentada a bibliografia geral da dissertação. E por fim são apresentados os anexos que contêm informação relativa aos dois estudos.. 7.

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(29) ESTUDO 1. Um olhar sobre o passado e o presente: O enquadramento sob ponto de vista legal, institucional e funcional do Grupo FCPorto.

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(31) Estudo 1. Resumo O desporto, hoje em dia, assumiu definitivamente um caráter empresarial, consolidado na ótica do negócio e com o principal objetivo de satisfazer as necessidades da sociedade. A sociedade do secúlo XXI ao exigir novas formas de entretenimento contribuiu para a transformação do desporto, anteriormente praticado ao nível amador, numa indústria que gera e movimenta elevados volumes de dinheiro. Ao longo dos anos, e principalmente no futebol, constituído como o desporto “rei” ao nível mundial, tem-se assistido a uma reestruturação da organização desportiva caracterizada pela passagem da vertente amadora para a vertente profissional, da qual a SAD representa o mais recente elemento dessa evolução. Desta forma, o objetivo principal deste estudo foi compreender as principais transformações ocorridas do FC Porto Clube enquanto associação privada sem fins lucrativos para a FC Porto enquanto Sociedade Anónima Desportiva, no que se refere ao contexto legal, institucional e funcional. A metodologia adotada para a concretização dos objetivos estudo é de natureza qualitativa, visto que interessava-nos sobretudo a utilização de dois métodos de pesquisa que derivam deste tipo de metodologia. Sendo assim, a análise documental e a observação participada foram os instrumentos utilizados para a recolha de dados. Após a realização deste estudo podemos concluir que se evidenciou com o passar dos anos constantes transformações tanto ao nível legal, institucional como funcional no FC Porto. Numa perspetiva legal e institucional compreende-se que a principal transformação se deveu ao fato da autonomização da equipa de futebol, resultando assim no surgindo da FC Porto SAD, instituição cotada na bolsa de valores. Em termos funcionais, ressalta o fato de o FC Porto hoje fazer parte de um grande grupo que é o Grupo FC Porto, constituído por empresas, onde o “Projeto Vencer” veio agilizar processos e adequar funções através da implementação de um novo modelo operativo no grupo.. PALAVRAS-CHAVE: FUTEBOL, CLUBES E SOCIEDADES DESPORTIVAS FC PORTO, FC PORTO-SAD, GRUPO FC PORTO.. 11.

(32) Estudo 1. Abstract Currently,. sports. have. definitely. assumed. an. entrepreneurial. nature,. consolidated in a business view and with the main goal of satisfying the needs of society. When the XXI century society demanded news ways of entertainment, it contributed for the transformation of sport, previously performed with an amateur status, in an industry that now generates and moves high amounts of money. Throughout the years and mainly on football, accepted worldwide as the “king” of sports, it has been noticed the restructure of the sportive organization characterized by the transition from amateur to professional status, in which the SAD represents the most recent element of this evolution. That way, the main goal of this study was to understand the major transformations incurred on FC Porto when changing from non-profit private association to Anonymous Sportive Corporation regarding its legal, institutional and functional areas. The methodology used in order to achieve the goals of this study is of qualitative nature, given that it was important to use two methods of research that come from this type of methodology. That way, the documental analysis and the observation were the instruments used for this data collection. After the accomplishment of this study it may be concluded that it was emphasized throughout the years constant transformations in the FC Porto in a legal, institutional and functional levels. In the legal perspetive it is understood that the main transformation was due to the autonomy of the football teams, resulting in the appearance of the FC Porto SAD, institution now part of the stock market. In functional terms, it is observed the fact that FC Porto is nowadays part of a large group that is the Group FC Porto, constituted by various companies, and in which the “Project Winning” emerged in order to speed up processes and adjust functions through the implementation of a new operative model in the group.. Key-words: FOOTBALL, CLUBS AND SPORTIVE ASSOCIATIONS, FC PORTO, FC PORTO-SAD, GROUP FC PORTO.. 12.

(33) Estudo 1. 1. Introdução O desporto, em geral, e o futebol, em particular, atingiram uma dimensão de negócio-espetáculo nos últimos anos, que não só é amplamente reconhecida pela sociedade como é também um reflexo dessa mesma sociedade. O futebol que no início do século XX era maioritariamente praticado a título amador, desenvolveu-se de tal forma que hoje representa uma indústria que movimenta milhões de euros, e tal como acontece com a grande parte das organizações empresariais, os clubes têm como missão a captação e fidelização dos seus públicos-alvo. Para tal, estes melhoram as suas instalações e fazem investimentos para oferecerem mais e melhores serviços aos seus associados. Tal como refere Proni (1998) a lógica empresarial do esporte-espetáculo, é a associação entre marketing desportivo e o futebolempresa, que impõe que as grandes equipas se mobilizem para atrair bons patrocinadores para aumentar as suas receitas. Procurando fortalecer sua posição financeira e ampliar sua participação nos mercados globalizados do “produto futebol”, concentrando os jogadores mais valorizados e apresentando espetáculos mais qualificados, para garantir os melhores espaços nos canais de televisão e na preferência do público. À medida que os clubes desportivos foram crescendo quer a nível nacional. como. internacional,. verificou-se. à. necessidade. do. seu. redimensionamento e adaptação aos novos tempos e novas realidades, criando assim departamentos especializados de acordo com as novas exigências. A sua reorganização teve por objetivo responder aos novos desafios, sobretudo no setor do comércio, publicidade e televisão, uma vez que os clubes constituem uma indústria cada vez mais influente e poderosa. A indústria do futebol é hoje uma “…fonte incomensurável de geração de empregos diretos e indiretos (…) mobiliza recursos gigantescos em patrocínios, publicidade, transmissão televisiva, salários (…)” (Maurício Murad, 2007, p. 249) Assim, e porque a figura do clube desportivo enquanto associação desportiva sem intuitos lucrativos encontra-se obsoleta e completamente desenquadrada e tal como refere (Meirim, 1995, pp. 46-52) não se adequava à. 13.

(34) Estudo 1. realidade de prática desportiva profissional, tornou-se necessário dotar os clubes desportivos de uma organização especial, para que estes conseguissem prover as necessidades específicas da organização e do funcionamento de setores da respetiva atividade desportiva (Candeias, 2000, p. 40). De acordo com Candeias (2000, cit. por Constantino, 2006, p. 5), “acredita que o entendimento dos fatores que fizeram com que o futebol, como fenómeno desportivo, seja hoje considerado o maior espetáculo do planeta, permitir-nos-á compreender as razões do nascimento das sociedades desportivas e das implicações, que a sua adoção, quer em Portugal, quer noutros países, provocou e, provavelmente, ainda provocará”. A situação financeira dos clubes de futebol que se notaram num crescente endividamento, as dívidas ao Estado ao nível das contribuições e impostos, o despesismo generalizado devido a uma gestão amadora dos dirigentes desportivos, aliado aos elevados valores orçamentais e as suspeitas ligações entre os clubes participantes e os organismos desportivos, passíveis de colocar em causa a verdade desportiva, impõem a implementação de um novo modelo organizativo, de equilíbrio orçamental e rigor contabilístico, responsabilização e transparência desportiva (Candeias, 2000, p. 39). Face a estas circunstâncias, tornou-se inevitável o estabelecimento de um novo modelo organizativo, onde os clubes desportivos sentem necessidade de chegar a um outro patamar organizacional, possibilitando maior rigor, transparência e responsabilização na sua gestão. No fundo, as sociedades desportivas surgem como resposta à necessidade de um maior controlo, por parte dos clubes e do Estado, da prática desportiva (Candeias, 2000, pp. 1417). A passagem dos clubes a sociedades desportivas provém, então, de uma imposição legislativa do governo que foi efetuada devido, essencialmente, a questões de endividamento público dos clubes desportivos e dívidas fiscais. Para a criação das sociedades desportivas (SD) em Portugal, houve a necessidade de legislar e clarificar a diferença entre as sociedades comerciais até então conhecidas e as novas sociedades desportivas com fins lucrativos: as Sociedades Anónimas Desportivas (SAD). Sociedade que, embora com. 14.

(35) Estudo 1. características e regimes próprios consignados em legislação específica, não deixa de ter os direitos, deveres e obrigações como qualquer outra sociedade comercial, com as devidas adaptações presentes no Regime Jurídico das Sociedades Desportivas1 (RJSD), do qual apresentaremos mais adiante no decorrer deste estudo. De acordo com M. J. Carvalho (2007, p. 171), “no quadro normativo atual, tendo em consideração as disposições da Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto2 (LBAFD) e do Regime Jurídico das Sociedades Desportivas (RJSD), apenas duas estruturas têm legitimidade normativa para integrarem as competições desportivas profissionais, são elas as sociedades anónimas desportivas e os clubes desportivos em regime especial de gestão”. Logo, um clube desportivo que tenha a intenção de participar em competições de natureza profissional, poderá optar por se constituir como Sociedade Anónima Desportiva (SAD), ou manter-se como Clube Desportivo ficando sujeito assim a um regime especial de gestão. Assim sendo, o presente estudo desenrola-se em torno da realidade organizacional de um dos maiores clubes portugueses e europeus, o Futebol Clube do Porto. Instituição esta, que nos parece possuir uma expressão muito significativa para constituir um amplo campo de investigação, quer devido ao prestígio conquistado no seu historial sócio-desportivo, tanto nacional e internacional ou quer pela sua mudança legal e estrutural do FC Porto, para o FC Porto SAD. Indo mais além pela sua capacidade de se constituir nos dias de hoje, como uma grande empresa, visto que, o Grupo FC Porto é formado por um conjunto de pequenas empresas que desempenham funções diferentes dentro da organização. Por conseguinte, este estudo tem como objetivo geral procurar compreender as principais transformações ocorridas na passagem do FC Porto, enquanto clube desportivo para o FC Porto enquanto Sociedade. 1. Decreto-Lei n. 67/97, de 3 de abril. 2. Lei n. 5/2007, de 16 de janeiro. o. o. 15.

(36) Estudo 1. Anónima Desportiva. Complementarmente, foram definidos os seguintes objetivos específicos: 1) Contextualizar as principais mudanças ocorridas sob ponto vista legal, no que diz respeito ao FC Porto Clube e o FC Porto, SAD; 2) Compreender de que forma as transformações institucionais modificaram a estrutura do clube; 3) Explicar as diferentes lógicas de funcionabilidade do Grupo FC Porto. Desta forma, o presente estudo poderá contribuir para o fortalecimento da perceção em relação às transformações ocorridas no sistema desportivo português, do modelo associativo para as sociedades anónimas desportivas. Sendo que, o estudo pode ainda ser objetivo de referência de análise e comparação em estudos direcionados para a área da gestão desportiva no âmbito organizacional.. 2. Clube Desportivo O associativismo desportivo, como refere Crespo (1978), teve um grande incremento em Inglaterra, em especial na segunda metade do século XIX e terá tido influência no aparecimento dos primeiros clubes desportivos em Portugal. Carvalho (1994) sustenta que: “os clubes desportivos foram, desde o aparecimento da prática do desporto moderno no nosso país, os grandes responsáveis pelo desenvolvimento do desporto nacional.” O mesmo autor reforça a ideia anterior, afirmando que os clubes e as suas organizações de tipo associativo, são o eixo nuclear de qualquer política de desenvolvimento desportivo, pois são a célula base de toda a estruturação de toda a atividade desportiva. Nesta mesma linha de pensamento, Meirim (1995) realiza na sua obra uma definição de associativismo desportivo, definindo-o como um conjunto de organizações coletivas de cidadãos, sem fins lucrativos, que visam desenvolver a prática desportiva e o crescimento do sistema desportivo. Considerando como momento primário do associativismo desportivo, o clube desportivo.. 16.

(37) Estudo 1. Os clubes desportivos assumem assim um papel fulcral na organização e estruturação das atividades no que se destina ao desenvolvimento do Desporto e a sua implementação social. Historicamente, o clube desportivo sempre foi visto de uma única forma, como uma associação privada, dotada de personalidade jurídica, sem fins lucrativos e que tinha por especial objeto o fomento e a prática de atividades desportivas (Meirim, 2002). A partir da década de oitenta muitas são as mudanças verificadas no conceito de desporto, um conceito mais pluralista e diversificado, onde se caminhou progressivamente para uma separação do desporto amador e desporto profissional cuja evolução seguiu no sentido do espetáculo desportivo à escala mundial, fruto de uma sociedade voltada para o consumo, do desporto enquanto negócio. No caso particular do futebol, este cenário teve mais relevância, visto que a dimensão económica e social alicerçada à mediatização que esta modalidade gerou se repercutiram numa lógica do mercado consumista do desporto. A partir desta realidade percebe-se um aumento gradual dos investimentos realizados pelos clubes portugueses em relação ao desporto profissional. Aspeto esse que será abordado com mais ênfase no decorrer do presente estudo. Assim, em função da evolução deste fenómeno, a organização do desporto teve, tem e terá implicações nas organizações desportivas, e mais especificamente nos clubes desportivos, no que se refere ao seu quadro normativo e no seu enquadramento administrativo com alterações profundas ao nível do associativismo desportivo (Maças, 2006). Pires (1994, p. 6) refere que “a lógica do associativismo, hoje é outra. Assenta em projetos que tenham a ver com as reais necessidades das pessoas, limitadas no tempo. Apresenta uma estrutura volátil e de grande flexibilidade ao contrário dos modelos pesados e pouco flexíveis que nos foram legados pela revolução industrial”. Para finalizar este ponto do nosso estudo achamos oportuno as palavras de Pires (1996) do qual expressa que:. 17.

(38) Estudo 1. “O clube tradicional tem de ser reequacionado para, de facto, se saber qual é o papel que ocupa na sociedade e, a partir daí, sabermos quais são os seus direitos, os seus deveres, as suas oportunidades e ameaças. Chegámos a um momento em que já não é possível esperar mais. Na realidade, o mundo dos organismos do desporto está em mudança. Desde os órgãos de cúpula até aos clubes pequenos que, no passado, foram os nós que possibilitaram a comunicação, mas que também não vão sobreviver se não se adaptarem às dinâmicas da comunicação do futuro”.. 3. O Século XXI: A Necessidade de Mudança “O Futebol é uma actividade construída pelo Homem e, portanto, um fenómeno cultural, o que quer dizer que será aquilo que dele fizermos. A magnitude do protagonismo social deste jogo desportivo, justifica plenamente que o mesmo se constitua como um exemplo de modelo desportivo evoluído, uma actividade organizada e humanizante, o que decorre não apenas de uma necessidade funcional, mas também de um imperativo ético e moral” (Garganta, 2002, p. 77). Atualmente, o futebol é um fenómeno de extrema importância, tendo grandes repercussões na sociedade contemporânea. O futebol influência diversos setores da sociedade, tais como o sector económico, social e cultural. O que significa, que as funções do desporto em geral, e do futebol em particular, abarcam variadas áreas na sociedade, nomeadamente educativa, saúde pública, social, cultural e recreativa (Arnaut, 2006). Nenhum outro desporto mobiliza o interesse de multidões como o futebol, sem distinção de idade, sexo, raça, crença, estatuto social ou económico. Garganta (2006) afirma que o futebol alcançou uma popularidade sem precedentes na história da humanidade, afirmando-se como a modalidade desportiva de maior expressão mundial constituindo-se um fenómeno de atracção de massas inigualável. Esse fenómeno transformou a actividade de lazer (jogo) num espetáculo de massas, mantendo inalterável ao longo do tempo, todos os ingredientes vitais do show desportivo. De acordo com Neves (2009) o futebol de uma maneira geral, influencia quatro grandes domínios na sociedade:. 18.

(39) Estudo 1. . A nível sócio-cultural, fomento da cultura, ocupação dos tempos livres e desenvolvimento de valores;. . A nível sociológico, com o aumento da cidadania bem como da identidade local ou nacional;. . A nível político, com a promoção dos regimes e destaque internacional dos países;. . A nível económico, devido ao desenvolvimento das economias locais, restauração e turismo, construção civil, e criação de emprego.. Com o advento da globalização, o futebol passou a ser visto não só como um desporto mas também como um negócio, sendo assim uma das poucas atividades com capacidade para captar interesse em todo o mundo. O desporto retratado é, e continuará a ser, um elemento de ligação entre vários povos e culturas e nos últimos tempos, através da televisão e novas tecnologias, criou-se uma profissionalização da modalidade, quebrando fronteiras entre os vários países (Faria, 2000). No século XXI, o futebol passou a dar mais ênfase ao espectáculo desportivo, desenvolvendo a actividade de lazer, que passou a gerar um maior interesse financeiro, face ao século passado. Segundo Sobral (2000, p. 21) “o futebol é cada vez mais um produto, nós somos cada vez menos adeptos e cada vez mais consumidores” Face a esta conjuntura o futebol apresenta grande complexidade organizativa envolvendo o relacionamento com agentes e instituições com atuação vinculada ao negócio do futebol. Agentes com estatutos diferenciados que se repercutem em papeis e funções distintas, mas que convergem a sua ação de forma a potenciar o negócio em causa. As instituições distinguem-se em entidades de práticas desportivas (clubes e ligas) e entidades nacionais de administração do desporto (federações e confederações. Para uma melhor adequação a este modelo económico perspectivou-se como necessário a constituição das Sociedades Anónimas Desportivas. 19.

(40) Estudo 1. (SAD´s) em muitos países da Europa, não tendo Portugal sido excepção após 19973. Face às dificuldades financeiras dos clubes nacionais, na época, o enquadramento legal apresentado despertava nos dirigentes sentimentos de esperança, relativamente à solução de muitos dos problemas do sector. Surgiram assim várias SAD’s, no sentido de rentabilizar o espectáculo de futebol, mas sobretudo para marcar um momento de viragem na gestão dos clubes profissionais de futebol, alicerçada na transparência, rigor e gestão profissional destas organizações desportivas (Maças, 2006). Ademais, tal como salienta Tenreiro (2000) a imagem fornecida pelo futebol tem capacidade para influenciar a sua capitalização bolsista, como tal, torna-se. fundamental. profissionalizar. este. sector,. transformando. os. clubes/associações em sociedades desportivas. E na realidade assim acontecem, “em 1997, foi criada a figura jurídica das sociedades anónimas desportivas (SAD) como entidades vocacionadas para a organização e gestão do desporto profissional nos clubes, as quais, para o efeito, têm um estatuto societário específico em certas vertentes, e no geral reportam para os requisitos jurídicos das restantes sociedades anónimas comerciais. As empresas criadas passaram. a. responder gestionariamente, quer em. concretização de estratégias e objectivos quer nos resultados financeiros e económicos, perante os seus “stakeholders”, entre os quais se encontram agora os seus financiadores por excelência, isto é, os seus accionistas (“shareholders”).”(Pires, 2007, pp. 165-166). De acordo com o exposto, o FC Porto sentiu a necessidade de criar, e até face ao panorama normativo em vigor, esse novo modelo organizativo, a SAD, no sentido de autonomizar o setor profissional do futebol passando a ser gerido pelo órgãos e estruturas próprias que se dedicassem exclusivamente a gestão única do futebol, como melhor veremos adiante. As competições, cada vez mais acirradas, no próprio mercado nacional, têm impulsionado a implementação de formas de organização societária.. 3. A primeira SAD em Portugal foi constituída em Julho de 1997. 20.

(41) Estudo 1. Num estudo realizado pelo Centro de Estudos em Gestão e Economia Aplicada da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica, no Porto, juntamente com a empresa Deloitte, e solicitado pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) é possível verificar, ao longo das épocas desportivas, um aumento significativo do volume de négocios praticados pelos clubes da Primeira Liga (Universidade Católica Portuguesa & Deloitte, 2011). No gráfico a baixo é possível constatar esse aumento considerado dos negócios ao longo dos anos, tendo se balizado em valores na ordem de mais de 300 milhões de euros.. Negócios dos Clubes da LPFP 350. 310 278. 300. 249 219. 250 200. 300. 303. 317. 239. 198. 156. 150 100 50 0. Gráfico 1: Volume de Negócios agregado dos clubes da Primeira Liga (Valores em milhões de €) Fonte: Adaptado do estudo da Universidade Católica e Deloitte (2011). 4. Caracterização da Instituição Futebol Clube do Porto 4.1. FC Porto: “A Vencer desde 1893” A existência do F.C. Porto inscreve-se, já, em três séculos e transpõe a linha separadora de dois milénios. Foi a 28 de Setembro de 1893 que António Nicolau d'Almeida, desportista por excelência e exímio comerciante de Vinho. 21.

(42) Estudo 1. do Porto que descobriu o futebol nas suas viagens a Inglaterra, fundou, na cidade do Porto um clube denominado Foot-Ball Club do Porto-Sociedade Sportiva. Este acontecimento ficava na história como a primeira aparição azul e branca. Treze anos mais tarde, em 1906 outro comerciante, José Monteiro da Costa deu um novo e definitivo impulso ao FC Porto. Presidente de uma associação denominada Grupo do Destino, convenceu os seus associados a transformar esta elegante sociedade recreativa, numa colectividade desportiva. Terminava assim o Grupo Destino e renascia o Foot-Ball Club do Porto, em Agosto de 1906, que para além do reforço no âmbito do futebol, assumiu desde logo uma faceta de clube eclético, no qual se começaram a praticar também o ténis, o boxe, o atletismo, o halterofilismo, e a natação (FC Porto, 1992). José Monteiro da Costa foi eleito presidente a 9 de Fevereiro de 1907, na primeira assembleia do clube. Exercendo este o cargo entre 1907 e 1911, tendo em 9 de Outubro de 1909 sido aprovados, em assembleia-geral, os primeiros estatutos do clube. Na altura, José Monteiro da Costa afirmou que o clube haveria de ser grande e representar não só a cidade, mas também o país contra equipas estrangeiras. As cores adoptadas são o azul e o branco, tal como na bandeira nacional da época, em detrimento das cores da cidade. O primeiro emblema do FC Porto foi criado em 1910 e consistia numa bola de futebol com as iniciais “FCP”(Magalhães & Dias, 1995). Em 1922, o emblema do FC Porto sofreu a maior alteração de toda a sua história, ficando muito próximo daquele que hoje conhecemos. O mentor do novo emblema foi um antigo jogador do clube, Augusto Baptista Ferreira, mais conhecido por Simplício, que resolveu unir o símbolo do FC Porto ao brasão da cidade (que em 1940 também foi alterado, passando a ser aquele que conhecemos actualmente). O emblema do FC Porto passou então a ser representado por uma bola de futebol onde tem sobreposto as “armas" da cidade, rematadas por um dragão, símbolo de misticismo e poder, em cujo pescoço está uma faixa com a palavra “Invicta”, título que D. Maria II atribuiu à cidade do Porto. Tal como refere Júlio de Magalhães no livro de Bandeira (2010, p. 70), “É o símbolo que associa de imediato o FC Porto à cidade e às. 22.

(43) Estudo 1. grandes conquistas”. Na Figura 1 abaixo são visíveis as transformações ocorridas no emblema, desde a sua origem até ao actual.. .. +. =. Figura 1: Evolução do emblema do FC Porto Fonte: Site oficial do clube. Seis anos mais tarde o Foot-Ball Club do Porto, como era designado na altura, é declarado Instituição de Utilidade Pública pelo Ministério da Instrução Pública, conforme publicação no Diário do Governo, II Serie, n.º 63 de 13 de Março de 1928. O Futebol Clube do Porto utilizou 6 recintos de jogo na qualidade de visitado, todos eles indelevelmente ligados à sua história. O Campo da Rainha tornou-se na primeira instalação desportiva do clube, tendo sido utilizado entre 1906 e 1911. Em 1913, o FC Porto transferiu-se para o Campo da Constituição, espaço ainda hoje utilizado pelo clube, e destacou-se como principal recinto do clube de 1913 a 1952. Este albergou, além do futebol, partidas de Andebol de Onze, de Hóquei em Campo e provas de Atletismo. Com o crescente número de adeptos e a sua larga afluência nos dias de grandes desafios, levou a que o Futebol Clube do Porto passasse a utilizar primeiramente o Campo do Ameal, nas décadas de 20 e 30, e depois o Estádio do Lima, na década de 40. A 28 de Maio de 1952 foi inaugurado o Estádio das Antas, designado oficialmente como Estádio do Futebol Clube do Porto, acaba por ficar conhecido como Estádio das Antas, adoptando o nome da zona da cidade em que se localizava (FC Porto, 2002). Este foi palco de grandes feitos e conquistas ao longo de 52 anos da sua existência, e permaneceria intacto até à inauguração do novo estádio. O Estádio do Dragão, foi inaugurado em 2003, constituindo um novo passo no. 23.

(44) Estudo 1. enriquecimento patrimonial do FC Porto, dotando-o de um estádio moderno, mais funcional, mais cómodo e melhor ajustado às exigências do futebol ao mais alto nível e da excelência indissociável do historial do clube. Ao longo de mais de cem anos, o FC Porto tornou-se um grande clube, não só na ambição, mas também nas potencialidades desportivas, tendo somado sucessivos êxitos desportivos, financeiros e patrimoniais, tornando-se, por isso, numa referência mundial. A década de 80 foi talvez a mais memorável. Em 1982, Jorge Nuno Pinto da Costa sobe à presidência do FC Porto, marcando uma viragem definitiva na história do clube. Em termos desportivos, 1987 e 1988 venceu a Taça dos Clubes Campeões Europeus (antiga Liga dos Campeões), a Taça Intercontinental e a Supertaça Europeia. Em 1997 o clube sofreu fortes transformações a nível institucional, o departamento de futebol autonomiza-se e passa a ser gerido pelo Conselho de Administração da sociedade desportiva FC Porto – Futebol, SAD, continuando a ser presidente de dito Conselho Jorge Nuno Pinto da Costa, facto do qual iremos abordar com mais ênfase nos pontos seguintes deste estudo. Paralelamente o mesmo processo é estendido ao Basquetebol, nascendo o FC Porto – Basquetebol, SAD. Desde a sua origem até à actualidade o FC Porto já conquistou inúmeros títulos quer ao nível nacional, quer ao nível internacional dos quais: uma Taça dos Clubes Campeões Europeus, uma Liga dos Campeões, uma Taça UEFA, uma Liga Europa, duas Taças Intercontinentais, uma Supertaça Europeia, quatro Campeonatos de Portugal, vinte e cinco Campeonatos da 1ª Divisão, dezasseis Taças de Portugal e dezoito Supertaças de Portugal. O FC Porto arrecadou também um grande número de distinções e reconhecimento que são motivos grande orgulho e responsabilidade para qualquer instituição, das quais se destacam: . Instituição de Utilidade Publica atribuída em 1928. . Medalha de Ouro de Mérito Desportivo. . Cruz Vermelha de Benemerência. . Medalha de Mérito Desportivo. 24.

(45) Estudo 1. . Medalha de Ouro de Honra da Cidade. . Medalha de Honra de Mérito Desportivo. . Membro Honorário da Ordem do Infante Dom Henrique. . Grande Colar de Honra ao Mérito Desportivo. . Membro Honorário da Ordem de Mérito.. O Futebol Clube do Porto, Pessoa Colectiva de Direito Privado e de Utilidade Pública designado abreviadamente, pelas inicias F.C.P. e os seus membros são denominados “Dragões”. Assim está definido oficialmente o Futebol Clube do Porto, segundo o artigo 1.° e parágrafo único dos seus Estatutos (os quais anexamos no final do nosso estudo). 4.2. Organização do FC Porto Uma análise ao documento fundamental do FC Porto, os seus Estatutos permite-nos evidenciar que os órgãos sociais são os seguintes: Assembleiageral, Direcção, Conselho Fiscal, Conselho Superior, Conselho Cultural, Conselho Desportivo, e Conselho de Filiais de Delegações. A Assembleia-geral é o órgão deliberativo por excelência, é a reunião dos sócios efectivos, nela residindo o poder supremo do Clube. Este órgão tem como função a apreciação e votação do Relatório e Contas da Direcção relativo a cada ano e a marcação de 3 em 3 anos para a eleição dos corpos gerentes. Ao Conselho Fiscal compete a fiscalização administrativa do Clube, sendo que a este órgão cabe sobretudo: dar pareceres sobre as contas, os orçamentos, o relatório e propostas da Direcção. A Direcção é o órgão executivo do Clube e será constituída pelo Presidente da Direcção e por um número de membros no mínimo de 6 e máximo 14. É da responsabilidade da Direcção gerir os destinos do clube e definir objectivos para cada uma das áreas de intervenção. O Conselho Superior, é um órgão consultivo, destinado a ser ouvido acerca dos problemas estruturantes do Clube, competindo-lhe nomeadamente: dar parecer sobre alterações estatutárias, pronunciar-se sobre litígios, corte e. 25.

(46) Estudo 1. reatamento de relações com outras colectividades e apreciar quaisquer dissidências entre os Corpos Gerentes. O Conselho de Filiais de Delegações é uma entidade destinada a manter o intercâmbio desportivo e social do FC Porto com as Filiais e Delegações, potenciando o contacto e alargando a abrangência do mapa de adeptos azuis e brancos. O Conselho Cultural é um órgão consultivo encarregue de promover acções de índole cultural e assumir a organização de ocorrências como os Dragões de Ouro e a distribuição de rosetas de outro e prata aos sócios com 50 e 25 anos de filiação, respectivamente. Na figura abaixo (Figura 2) é possível constatar as relações de hierarquia que são estabelecidas entre os referidos órgãos sociais.. ASSEMBLEIA GERAL. CONSELHO FISCAL. CONSELHO SUPERIOR. DIRECÇÃO. CONSELHO DE FILIAIS E DELEGAÇÕES. CONSELHO CULTURAL. Figura 2: Órgãos Sociais do FC Porto Fonte: Estatutos do FC Porto. 26.

(47) Estudo 1. 5. O Grupo FC Porto: “Um Modelo Empresarial” Atualmente, o futebol envolve jogo e negócio. Carvalho (2001, 2003 cit. por Carvalho et al., 2005) sendo que nas últimas três décadas o futebol conseguiu envolver diversas organizações (empresas das mais variadas áreas) e movimentar números inimagináveis nas suas origens, adotando uma lógica mercantilista através do modelo futebol-negócio. De acordo com o estudo anual das finanças de futebol, da empresa Deloitte (2011), o mercado europeu do desporto-rei cresceu de 15,7 mil milhões para 16,3 mil milhões de euros em 2009/2010. De sublinhar que 52% deste valor foi atingido em receitas das cinco maiores ligas europeias (Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália e França), as quais contribuem com 8,4 mil milhões de euros. Conforme refere Callejo, Javier, & Martínez (2006) os clubes de futebol projetaram novas estratégias que se transformaram hoje em modernas empresas desportivo-mediáticas. Aidar, Leoncini, & Oliveira (2002) indicam ainda que com o crescimento dos negócios no futebol gerou uma rede de novos negócios envolvendo fãs, empresas de todos os setores, redes de televisão, loterias, entre outros. Assim, face às crescentes exigências, a que as organizações desportivas do futebol estão sujeitas, nomeadamente as do desporto profissional, são imprescindíveis um conjunto de modificações estruturais e conceptuais, na forma de gerir o futebol dos nossos dias. É desta forma que se passou da estrutura única do FC Porto, clube centenário, para o Grupo FCPorto, isto é de forma a se adequar a esta nova realidade global passa a ter um modelo organizativo baseado em diversos modelos de empresas privadas. Esse modelo implica a constituição de várias “novas empresas” dentro do mesmo grupo, como a PortoSeguro, a PortoEstádio, a PortoComercial entre outras. Naturalmente, estas novas empresas surgem com o objectivo de dar uma nova dinâmica organizativa e de permitirem uma maior segmentação e especialização dos serviços integrados do grupo, catapultando-o para níveis de eficácia e desempenho internacionais.. 27.

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