MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA
SARA PASSOS MEIRELES
A2015391
Regente: Professor Doutor Rui Maio
Orientadora: Dr.ª Paula Kjöllerström
Índice
1. INTRODUÇÃO ... 3
2. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 3
2.1 ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA INTERNA ...3
2.2 ESTÁGIO PARCELAR DE CIRURGIA GERAL ... ...4
2.3 ESTÁGIO PARCELAR DE PEDIATRIA ...4
2.4 ESTÁGIO PARCELAR DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA ...5
2.5 ESTÁGIO PARCELAR DE SAÚDE MENTAL ...5
2.6 ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR ...6
3. ELEMENTOS VALORATIVOS: ATIVIDADES EXTRACURRICULARES ... 6
3.1 PALESTRAS ONLINE...6
3.2 VOLUNTARIADO... ...7
3.3 FOTOGRAFIA...7
4. REFLEXÃO CRÍTICA FINAL ... 7
1. INTRODUÇÃO
O Estágio Profissionalizante está enquadrado no último ano do Mestrado Integrado em Medicina da Nova Medical School | Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa. Decorreu entre 9 de setembro de 2019 e 15 de maio de 2020, sob a regência do Professor Doutor Rui Maio, englobando vários estágios parcelares, tais como, Medicina Interna, Cirurgia, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde Mental e Medicina Geral e Familiar. Embora nem todos tenham sido possíveis de realizar nos moldes convencionais devido à pandemia que ainda vivemos atualmente, todos foram essenciais e imprescindíveis pois reconheço a importância de cada um na aquisição de novos conhecimentos, na integração dos adquiridos nos anos anteriores ao longo de todo o curso e na consolidação de valores enquanto ser humano e futura médica.
Enumero, de seguida, os objetivos que tracei no início deste ano letivo:
• Desenvolver a compreensão do que significa ser médico, da identidade e responsabilidade profissional, dos valores e atitudes que os mesmos devem cultivar;
• Compreender a importância de um comportamento adequado em ambiente hospitalar demonstrando assiduidade, pontualidade, rigor científico e integridade intelectual;
• Desenvolver a capacidade de comunicação com doentes e familiares, colegas e outros profissionais; • Saber planear e executar uma história clínica metódica e completa, selecionando os exames complementares de diagnóstico, hierarquizando as hipóteses diagnósticas e propondo orientação terapêutica;
• Identificar e hierarquizar as situações de emergência médica atuando em conformidade sempre que necessário;
• Integrar e relacionar as diversas patologias de um doente a nível físico, psicológico e social;
• Ser parte integrante da equipa de trabalho, participando ativamente nas diferentes vertentes dos diversos serviços por onde ia passar.
Ao longo deste relatório final, irei descrever as atividades desenvolvidas em cada um dos estágios parcelares, assim como outras atividades desenvolvidas neste ano, procurando referir os elementos que considerei valorativos para o decorrer do mesmo. Em jeito de conclusão, terminarei com a reflexão crítica final.
2. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 2.1 ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA INTERNA
O Estágio Parcelar de Medicina Interna decorreu de 9 de setembro a 3 de novembro de 2019, tendo duração de oito semanas, no Hospital Curry Cabral (HCC), no serviço de Medicina 7.2., sob a regência do Prof. Doutor Fernando Nolasco e orientação da Dr.ª Claudia Mihon. As componentes fundamentais do estágio
foram o Internamento, a Consulta Externa, a Urgência Interna e a Urgência Externa. Considero ainda as Reuniões de Serviço, as Sessões Teórico-práticas e as Sessões Formativas como importantes na minha formação durante os dois meses de estágio.
No Internamento, o acompanhamento diário dos doentes consistiu na colheita de dados anamnésticos, realização do exame objetivo dirigido, observação dos registos de enfermagem, requisição e interpretação de exames complementares de diagnóstico e avaliação da terapêutica com posterior discussão em equipa e elaboração do diário clínico e as notas de entrada e de alta. A Urgência Externa foi um complemento importante ao Internamento, na medida em que permitiu o desenvolvimento das capacidades de colheita de história clínica, hierarquização das hipóteses de diagnóstico e prescrição dos fármacos mais utilizados, onde tive a oportunidade de realizar a abordagem inicial ao doente de forma independente, com supervisão. Como trabalho de grupo final, apresentei juntamente com os colegas de 6º ano que também estavam a fazer estágio no HCC, o tema “Endocardites”.
2.2 ESTÁGIO PARCELAR DE CIRURGIA
O Estágio Parcelar de Cirurgia decorreu entre 4 de novembro de 2019 a 10 de janeiro de 2020 no Hospital Beatriz Ângelo, sob a regência do Professor Doutor Rui Maio e tutoria do Dr. Diogo Albergaria. O estágio dividiu-se numa semana inicial de Sessões Teóricas e Teórico-práticas, seguida de quatro semanas de Cirurgia Geral presenciadas no Bloco Operatório e Serviço de Urgência (SU), onde estive presente em várias cirurgias, onde me foi possível não só observar, como também participar em algumas, relembrando as técnicas de assepsia e tendo visão privilegiada sobre os vários passos cirúrgicos; na Consulta Externa, onde assisti não só a primeiras consultas, como também a consultas de seguimento, tendo a oportunidade de realizar anamnese e exame objetivo e de discutir a escolha e relevância de exames complementares de diagnóstico, bem como a terapêutica e prognóstico dos doentes observados; e na Enfermaria.
Seguiu-se uma semana no Serviço de Urgência Geral e duas semanas em Anestesiologia, onde tive oportunidade de participar em diversas atividades pertencentes à prática diária do anestesista, como entubação e ventilação, sob orientação e supervisão. Participei no curso Trauma Evaluation and
Management (TEAM) (Anexo 1) e no Mini-Congresso, onde apresentei o tema “Neoplasia do Reto – Watch-and-wait: who’s in and who’s out?” sobre um caso de resseção anterior do reto e excisão total do mesorreto
por via laparoscópica por neoplasia ulcerada do reto.
2.3 ESTÁGIO PARCELAR DE PEDIATRIA
O Estágio Parcelar de Pediatria decorreu de 20 de janeiro de 2020 a 14 de fevereiro de 2020, no Hospital Dona Estefânia (HDE), na Unidade de Infeciologia, sob a regência do Prof. Doutor Luís Varandas e tutoria da Dr.ª Flora Candeias. As vertentes do estágio englobaram o Internamento, a Consulta de Rastreio Infecioso Pré-terapêutica Imunossupressora (CRIPTO), consulta externa de Imunodeficiências e o SU.
No internamento, tive como principais tarefas, a realização de notas de entrada e de alta, fazer o seguimento diário dos doentes internados, a realização de histórias clínicas (colheita de dados anamnésticos e realização de exame objetivo) e discussão da marcha diagnóstica e terapêutica. No contexto de Consulta Externa, observei doentes mais estáveis, globalmente assintomáticos e com necessidades diferentes dos internados, no qual saliento a importância da relação médico-doente, na base do sucesso terapêutico. Já no Serviço de Urgência observei situações mais agudas com maior necessidade de intervenção, maior trabalho de raciocínio clínico, discussão de hipóteses diagnósticas, métodos complementares a solicitar, abordagem terapêutica, bem como gestão de recursos e tempo.
Também observei e participei no Workshop de Simulação em Urgências Pediátricas e no final do estágio realizei uma apresentação oral sobre o tema “Infeção congénita a Citamegalovírus - A propósito de um Caso Clínico”. Tive ainda a oportunidade de contactar com a especialidade de Imunoalergologia através de uma manhã de consultas e de uma aula, lecionada nas instalações de Imunoalergologia do hospital.
2.4 ESTÁGIO PARCELAR DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
O Estágio Parcelar de Ginecologia e Obstetrícia decorreu na Maternidade Alfredo da Costa (MAC) durante três semanas, entre os dias 17 de fevereiro e 13 de março de 2020, sob a regência da Prof. Doutora Teresinha Simões e tutoria da Dr.ª. Celina Ferreira e da Dr.ª. Andreia Miguel.
Nas duas semanas iniciais acompanhei a Dr.ª Andreia Miguel na Obstetrícia, com as componentes de Consulta Externa de Diabetes e Gravidez, Consulta Externa de Alto Risco e a Enfermaria, tendo posteriormente uma semana de Ginecologia em que acompanhei a Dr.ª Celina Ferreira, com a passagem pelo Bloco Operatório, Consulta Externa e observação de Exames Ginecológicos. Estas consultas permitiram não só otimizar conhecimentos previamente adquiridos, nomeadamente no que toca à colheita da anamnese, exame ginecológico, seguimento e adequada gestão da patologia, incluindo a revisão terapêutica efetuada em função da sintomatologia, do exame objetivo e dos dados laboratoriais, como também me permitiram aprender a direcionar cada caso para a abordagem mais adequada. O Serviço de Urgência e o Bloco de Partos foram também locais importantes de aprendizagem. Tive ainda oportunidade de assistir ao workshop The Women, dado pela Prof. Doutora Teresinha Simões, que foi útil na revisão de conceitos prévios e serviu de introdução e preparação para as semanas de estágio.
2.5 ESTÁGIO PARCELAR DE SAÚDE MENTAL
O Estágio Parcelar de Saúde Mental decorreu de 16 de março a 17 de abril de 2020, sob regência do Prof. Doutor Miguel Talina, e no caso da minha turma, tendo sido o primeiro estágio a ser substituído, devido ao confinamento obrigatório, por atividades passíveis de serem realizadas à distância mas próximas da realidade clínica, colmatando da melhor forma possível a ausência de atividade presencial, tendo em consideração a Prova Nacional de Acesso (PNA) que se aproxima. Foi proposto aos alunos a realização de seis
vinhetas clínicas, ficcionadas ou inspiradas em casos reais, uma por cada um dos conteúdos de Psiquiatria da PNA-2020 e a elaboração de duas histórias clínicas completas a partir da visualização de duas entrevistas com pacientes simulados (role-play). Tive também a oportunidade de assistir e participar no Seminário de Urgências Psiquiátricas dado pelo Prof. Doutor Miguel Talina, que decorreu numa plataforma de conferências
online.
2.6 ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR
O Estágio Parcelar de Medicina Geral e Familiar (MGF) decorreu entre 20 de abril e 15 de maio de 2020 e foi o segundo e último estágio que não pude completar nos moldes habituais. Foi pedido aos alunos a resolução de um caso clínico com discussão de motivo de consulta, exame objetivo, identificação de problemas, plano diagnóstico, plano terapêutico e plano de seguimento e uma análise de situação subjacente ao mesmo, através da discussão de um exame complementar de diagnóstico ou de um fármaco, à nossa escolha. Foram ainda propostas a realização de alguns cursos online disponíveis no site da Organização Mundial de Saúde (OMS) e a visualização e análise de consultas videogravadas que representavam alguns dos doentes típicos da consulta de MGF e foi ainda incentivado o desenvolver de outras atividades que considerássemos pertinentes para a nossa formação e devo mencionar que apreciei bastante este extra, tendo participado noutros workshops para além dos sugeridos.
3. ELEMENTOS VALORATIVOS: ATIVIDADES EXTRACURRICULARES 3.1 PALESTRAS ONLINE
Devido à pandemia, as palestras organizadas pela Associação de Estudantes da nossa faculdade foram realizadas via online. Assisti a várias, entre as quais, Prescrição Social, pelo Dr. Cristiano Figueiredo, especialista de MGF, pela Dr.ª Mafalda Coelho, interna de MGF, pela Dr.ª Louíse Hoffmeister, investigadora da Escola Nacional de Saúde Pública, e pela Dr.ª Andreia Coelho, assistente social (Anexo 2); Medicina de Catástrofe e Emergência, pelo Prof. Doutor Rui Moreno, especialista de Medicina Interna (Anexo 3); Neurorradiologia – casos clínicos e emergências médicas, pela Dr.ª Carolina Pinheiro, interna de Neurorradiologia (Anexo 4); O Doente Pediátrico no Serviço de Urgência, pelo Dr. Luís Rodrigues, interno de Pediatria (Anexo 5); Redação científica, pelo Prof. Doutor Pedro Escada, especialista de Otorrinolaringologia (Anexo 6); Burnout em Medicina, pelo Dr. Miguel Esteves Carneiro, interno de Psiquiatria, e pela Dr.ª Sandra Torres, interna de Psiquiatria (Anexo 7) e Comunicação não verbal em saúde, pelo Dr. Alberto Abreu da Silva, interno de Internato Geral (Anexo 8).
Destaco a palestra de Prescrição Social pois foi útil para aprofundar o conceito e as estratégias inerentes à prescrição social enquanto médica, uma vez que me irei deparar certamente com situações em que para além de prescrever medicamentos, poderei/deverei prescrever apoio social. É sem dúvida um
conceito revolucionário e que vai estar cada vez mais presente na Medicina. Destaco ainda a palestra de Medicina de Catástrofe e Emergência pois na altura foi uma grande ferramenta no esclarecimento de dúvidas em direto sobre a atual pandemia.
3.2 VOLUNTARIADO
Ao longo do curso, pretendi crescer e desenvolver-me para além da Medicina, isto é, para além do meu ser enquanto futura profissional de saúde. Procurei colocar-me em situações fora da minha zona de conforto, que me pudessem desafiar e ajudar dessa mesma forma a tornar-me mais completa, quer a nível pessoal, quer a nível profissional. Decidi ir além-fronteiras no âmbito do voluntariado e ensinar inglês numa escola na Tailândia, durante seis semanas, através da AIESEC (Anexo 9), em 2016. Foi dos maiores desafios a que já me propus, uma vez que praticamente ninguém falava inglês na província onde eu fiquei, o que dificultou grandemente a minha tarefa. No entanto, foi um dos períodos mais felizes e gratificantes da minha vida, pelo que decidi prolongar a minha estadia por mais duas semanas. Foi, sem qualquer dúvida, uma experiência que me transformou, pois tive de me adaptar a uma nova cultura e rotina bem diferentes das que tenho no nosso país e isso ajudou-me a desenvolver as minhas competências sociais e pessoais e ainda de sobrevivência, o que solidificou a minha confiança ao adquirir novas ferramentas para superar desafios. Para além das pessoas e das memórias que ficam para a vida.
Fiz ainda voluntariado na Casa dos Animais de Lisboa, na preparação dos mesmos para adoção (Anexo 10) e enquanto trabalhei como médica-dentista, fiz parte do projeto Dentista do Bem, em que tratava
pro bono de crianças desfavorecidas, na clínica dentária Dental Face, de 2013 a 2017 (Anexo 11).
3.3 FOTOGRAFIA
Segundo Abel Salazar, "Um médico que só sabe Medicina nem de Medicina sabe." e é com isto em mente que eu não podia deixar de mencionar o papel importante que a Fotografia tem na minha vida. Inicialmente era apenas um hobby e rapidamente se tornou num trabalho a tempo parcial. Participei em dois
workshops organizados pela Associação de Estudantes, um de Fotografia Analógica (Anexo 12) e um de
Photoshop (Anexo 13). E tive ainda o grande privilégio de ver exposta uma parte do meu trabalho na nossa Biblioteca, numa exposição intitulada “A portrait is not made in the camera but on either side of it”, no III Ciclo de Exposições, a convite da Associação de Estudantes (Anexo 14). Fotografei ainda um workshop e os retratos individuais de apresentação da organização, enquanto membro da Crew do iMed em 2018 (Anexo 15).
4. REFLEXÃO CRÍTICA FINAL
Quando o ano letivo arrancou em setembro, encontrava-me num misto de sensações. Por um lado, estava ansiosa pelo final do curso e por começar a trabalhar, por outro lado, queria que este ano tomasse o seu
ritmo numa cadência sem pressa, de modo a poder aproveitar todas as oportunidades e desafios que um estágio profissionalizante tem para oferecer. Procurei nele a realidade mais próxima, enquanto aluna, do que é ser profissional de saúde, confrontando-me com as minhas capacidades, conhecimentos, valores e atitudes, esperando desta forma, conseguir avaliar as minhas dificuldades e os meus receios. Com o apoio e a dedicação dos tutores com quem tive o privilégio de contactar, consegui superar alguns e descobrir outros. Chegando este ano ao fim, após contacto com diversas especialidades, diferentes serviços, hospitais e profissionais de saúde, sinto a necessidade de refletir sobre o meu percurso.
Iniciei o ano com o estágio parcelar de Medicina Interna, onde o Internamento e o Serviço de Urgência foram locais privilegiados de aprendizagem, pois consegui observar as patologias mais frequentes, realizar anamnese e exame objetivo, assim como compreender e executar a marcha diagnóstica e terapêutica dos doentes. Senti que me foi dada autonomia e senti sempre que fazia parte de uma equipa, onde poderia colocar dúvidas e pedir ajuda. Do meu ponto de vista, este é um método de aprendizagem que funciona muito bem e o rácio de uma tutora para uma aluna, torna a experiência ainda mais enriquecedora e didática. A elaboração e discussão de histórias clínicas foram também fundamentais, tendo em consideração que estamos no último ano de formação académica e essa é a base da Medicina. Tive a oportunidade de apresentar doentes e de expor situações clínicas para toda a equipa, assim como observar e participar na discussão de situações de maior sensibilidade, como o doente em fim de vida. Aproveito ainda para mencionar que a duração do estágio é adequada, tendo sido possível adquirir autonomia progressiva ao longo destas oito semanas, incitando-me a desenvolver novas competências, sendo recompensador por ter tido um papel ativo no desempenho de funções do Serviço.
Depois segui para estágio parcelar de Cirurgia, onde o Bloco Operatório e o Serviço de Urgência foram os locais privilegiados de aprendizagem, observando as patologias mais frequentes e onde pude aprender sobre as suas indicações e os múltiplos passos dos procedimentos cirúrgicos, acompanhando todo o processo diagnóstico e terapêutico dos doentes. Considero que foi um estágio bastante completo pois o mesmo possibilitou a aquisição e o desenvolvimento de competências como liderança, adaptabilidade, espírito crítico, trabalho de equipa e entreajuda. No entanto, gostaria de ter passado mais tempo na Pequena Cirurgia, em vez de ter completado uma semana na Urgência Geral. O Mini-Congresso assumiu-se como um meio uniformizador dos estágios nos diferentes hospitais, pela partilha de experiências por parte de todos os colegas e tutores, através da multiplicidade de patologias que foram abordadas. Gostaria ainda de destacar a importância do curso TEAM, uma vez que as suas componentes teórica e prática focaram-se na abordagem ao doente politraumatizado e permitiram educar para situações com as quais não temos contato suficiente durante o curso, através da simulação.
Iniciei o segundo semestre com o estágio de Pediatria e considero que ter realizado o presente estágio na Unidade de Infeciologia foi uma grande mais-valia, uma vez que me permitiu o contacto com
patologias menos frequentes e, consequentemente, mais desafiantes e estimulantes. Ressalvo ainda a possibilidade de poder estar presente nas atividades formativas que decorreram no Hospital Dona Estefânia, nomeadamente as Sessões Clínicas e as sessões de Formação para internos (SOFIA), que me permitiram enriquecer os meus conhecimentos e aprofundar outros. O único ponto negativo prendeu-se com a limitação da autonomia para desempenhar funções no serviço, dado o cuidado e a experiência que as patologias observadas no Hospital Dona Estefânia exigem.
Avanço para o estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia mas o surgir de uma inesperada pandemia resulta no confinamento obrigatório, comunicado pelos órgãos da faculdade a dia 09 de Março e oficialmente pelos órgãos do estado a dia 13 do mesmo mês, limitando o meu estágio a três semanas de atividade presencial. No entanto, considero que na sua globalidade, os objetivos do estágio foram atingidos, com única exceção da apresentação do trabalho de grupo final prevista para a última reunião de serviço, cujo tema era Rastreio do Cancro do Colo do Útero e da Mama. Destaco as Consultas Externas e o Serviço de Urgência como as vertentes onde consegui tirar mais proveito e onde pude realizar medições antropométricas, da tensão arterial e a auscultação fetal com doppler e a observação com espéculo e colheitas de exsudado vaginal e anal. O Bloco de Partos foi ainda uma vertente diferenciadora do estágio. O único ponto negativo prende-se com a pluralidade de componentes com as quais temos oportunidade de contactar, o que pode parecer paradoxal dito desta forma, mas sinto que impossibilita de certa forma um maior contacto com o tutor.
Também devido ao confinamento obrigatório, não me foi possível a realização dos estágios de Saúde Mental e Medicina Geral e Familiar, de forma presencial. Foi uma alteração que obrigou a um esforço adicional e louvável por parte de todos os departamentos, de forma a não prejudicar o percurso até então feito pelos alunos. Confesso que nos primeiros dias me senti um pouco confusa e perdida, e creio não ter sido a única. Toda a minha atenção estava nos noticiários e no que estava a acontecer no mundo, ficando preocupada pelos meus familiares e amigos, o que me fez perder o foco na PNA e nas restantes responsabilidades académicas. O início do estágio parcelar de Saúde Mental em formato digital e ter de me dedicar às atividades propostas ajudou-me a retomar a disciplina e a motivação e isso é algo que gostaria de destacar porque de facto ajudou-me bastante. Embora nada possa substituir um estágio prático de forma totalmente satisfatória, considero que as atividades propostas foram uma estratégia eficiente para substituir a atividade presencial do mesmo, tendo-se revelado úteis para rever conceitos e para preparar temas para a PNA. Gostaria apenas de mencionar que a posterior discussão online das histórias clínicas, juntamente com a docência e os restantes colegas, poderia ter sido pertinente.
Analisando o último estágio parcelar, o de Medicina Geral e Familiar, senti que os métodos escolhidos, estimularam não só a revisão de patologias e problemas comuns nos cuidados primários, fluxogramas de decisão clínica e priorização na abordagem ao doente, levando-me igualmente a refletir
acerca da importância das medidas de prevenção e estilos de vida e do seguimento regular no médico de família. Os cursos disponibilizados pela OMS foram também uma mais-valia, apesar de alguns serem um pouco repetitivos, pois permitiram-me aprender a identificar e gerir problemas de saúde frequentes na comunidade. Considero que o conjunto de atividades realizadas apresentou grande heterogeneidade, permitindo abordar uma grande quantidade de temas e situações, com que decerto nos teríamos deparado aquando o estágio prático. Gostaria apenas de referir que a restrição do número de páginas acaba por colocar limitações numa análise mais profunda, sugerindo a restrição do número de páginas total e não por exercício, permitindo ao aluno gerir da sua melhor forma, o trabalho realizado.
É certo que o confinamento limitou em grande parte os objetivos de aprendizagem que eram inerentes a estas duas Unidades Curriculares (UC) e que as competências adquiridas a nível prático ficaram aquém do esperado mas considero, no entanto, que o trabalho realizado foi um contributo de enorme importância para a nossa capacidade de resiliência e aquisição de autonomia, pelo desenvolvimento da capacidade de pesquisa, raciocínio clínico e pensamento crítico. Sinto que os objetivos de aprendizagem definidos em ambas as fichas das UC foram cumpridos.
A pandemia obrigou-nos a vivenciar uma situação extrema, com necessidade de respostas urgentes por parte do Sistema Nacional de Saúde (SNS) com adaptações sanitárias a nível mundial, e por nós alunos e professores, enquanto Escola Médica. Na tentativa de ajudar, inscrevi-me pela Associação Nacional dos Estudantes de Medicina (ANEM), como voluntária na linha de combate à pandemia, assim como me inscrevi como voluntária para auxiliar a linha de apoio SNS24 através do Algarve Biomedical School. No entanto, graças à transmissão de comportamentos sanitários à sociedade e à sua adesão, tal ajuda não chegou a ser necessária (Anexos 16 e 17).
A necessidade de procurar atividades extracurriculares que saciassem o meu interesse transformaram-se em elementos de valor adicional e inestimável que completaram a minha formação. O voluntariado moldou o respeito e a tolerância pelo outro e incentivou a liderança e a resolução de problemas. A fotografia ajuda-me a manter o foco e a disciplina, permitindo-me alargar horizontes e fazendo-me crescer a sentir que o meu lado mais criativo pode coexistir perfeitamente com o meu lado mais racional e científico. De um modo geral, sinto que atingi os objetivos a que me propus no início do ano e estou convicta que encerro esta UC após uma evolução incomparável a título pessoal e profissional, pois olho para o futuro consciente das dificuldades que irei enfrentar mas com muito entusiasmo. Deixo o meu sincero e eterno bem-haja à exímia NMS, a todos os Tutores, Professores, Colegas, Amigos e Familiares que me acompanharam nesta longa jornada, pois não são só os conhecimentos teóricos que nos valorizam, é também na beleza das pequenas coisas da vida que encontramos inspiração para nos tornarmos, acima de tudo, melhores seres humanos.
5. ANEXOS
5.1 ANEXO 1 – CURSO TEAM
5.2 ANEXO 2 – PALESTRA: PRESCRIÇÃO SOCIAL
Prescrição Social de A a Z
— Certificado de Participação
EMITIDO POR:
AEFCM - Associação de Estudantes da NOVA Medical School Campo Mártires da Pátria, 130
1169-056 Lisboa
NOME
Sara Alexandre dos Passos Campos Meireles
DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO 13319902 CÓDIGO DE CERTIFICADO C-5e9dc9ce50391 Evento Prescrição Social de A a Z 23-04-2020 18:00 ® 23-04-2020 19:30 - Duração: 1 horas
E se, quando formos médicos, para além de prescrevermos medicamentos - prescrevermos apoio social?
Tantos idosos polimedicados, mas com falta de apoio.
E de certeza que conheces pessoas que vão ao hospital para ocupar tempo, para combater a solidão e o isolamento.
aefcm.up.events Comprovativo de Emissão de Certificado Electrónico
5.3 ANEXO 3 – PALESTRA: MEDICINA DE CATÁSTROFE E EMERGÊNCIA
5.4 ANEXO 4 – PALESTRA: NEURORADIOLOGIA – CASOS CLÍNICOS E EMERGÊNCIAS MÉDICAS
Medicina de Catástrofe e Emergência
— Certificado de Participação
EMITIDO POR:
AEFCM - Associação de Estudantes da NOVA Medical School Campo Mártires da Pátria, 130
1169-056 Lisboa
NOME
Sara Alexandre dos Passos Campos Meireles
DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO
13319902
CÓDIGO DE CERTIFICADO
C-5ea191c2ae5ea
Evento
Medicina de Catástrofe e Emergência
27-04-2020 18:30 ® 27-04-2020 20:30 - Duração: 2 horas
Guerra, terrorismo biológico, pandemias e agora?
Perante a situação COVID-19, tenho a certeza que o teu interesse pela gestão de recursos humanos e hospitalares em situações de emergência aumentou.
Para respondermos a esse interesse e esclarecermos as tuas dúvidas apresentamos esta palestra, que vai abordar não só a situação atual como também situações de guerra, de fenónemos naturais e atentados com agentes biológicos. Vamos poder contar com a presença e o conhecimento do Dr. Rui Moreno, médico na Unidade de Cuidados Intensivos Neurocríticos e Trauma no CHULC, no dia 27 de Abril às 18h30 na plataforma Zoom.
Inscreve-te no Upevents dia 23 de Abril a partir das 14h e, no dia da palestra, irás receber um email com o link para o Zoom!
aefcm.up.events Comprovativo de Emissão de Certificado Electrónico
5.5 ANEXO 5 – PALESTRA: O DOENTE PEDIÁTRICO NO SERVIÇO DE URGÊNCIA
5.6 ANEXO 6 – PALESTRA: REDAÇÃO CIENTÍFICA
Redação Científica
— Certificado de Participação
EMITIDO POR:
AEFCM - Associação de Estudantes da NOVA Medical School Campo Mártires da Pátria, 130
1169-056 Lisboa
NOME
Sara Alexandre dos Passos Campos Meireles
DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO 13319902 CÓDIGO DE CERTIFICADO C-5ea5e8b0dd293 Evento Redação Científica 30-04-2020 18:00 ® 30-04-2020 20:00 - Duração: 2 horas
Os professores pedem para escreveres artigos e ficas à nora? Gostas de escrever e gostas de aprender mais sobre redação científica e esclarecer todas as tuas dúvidas? Durante todo o teu percurso vais precisar de escrever artigos..
Para te ajudar nessas dificuldades e tirares todas as tuas dúvidas, apresentamos-te esta palestra no dia 30 de Abril às 18h na plataforma Zoom !
Vamos poder contar com o Dr.Pedro Escada para nos dar algumas dicas e esclarecer todas as dúvidas!
aefcm.up.events Comprovativo de Emissão de Certificado Electrónico
5.7 ANEXO 7 – PALESTRA: BURNOUT EM MEDICINA
5.8 ANEXO 8 – PALESTRA: COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL EM SAÚDE
Burnout em Medicina
— Certificado de Participação
EMITIDO POR:
AEFCM - Associação de Estudantes da NOVA Medical School Campo Mártires da Pátria, 130
1169-056 Lisboa
NOME
Sara Alexandre dos Passos Campos Meireles
DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO 13319902 CÓDIGO DE CERTIFICADO C-5e9f50f9bef48 Evento Burnout em Medicina 24-04-2020 18:00 ® 24-04-2020 19:30 - Duração: 1 horas Os estágios param, mas a medicina continua.
Aulas, testes, trabalhos e orais a levar as nossas capacidades ao limite. Nunca a esquecer o privilégio que é termos acesso a tanta educação, mas sem saber até onde é que podemos ir. É assim que chegamos ao Burnout, uma realidade tão presente e próxima de nós. Dia 24 de Abril, o Dr. Miguel Carneiro, interno de psiquiatria, vai abordar este tema connosco, no Zoom pelas 18h. Uma conversa sobre Burnout em medicina e como fazer o que está ao nosso alcance para evitar este destino.
5.9 ANEXO 9 – PROJETO DE VOLUNTARIADO: AIESEC
5.11 ANEXO 11 – PROJETO DE VOLUNTARIADO: TURMA DO BEM
5.13 ANEXO 13 – WORKSHOP: PHOTOSHOP
5.14 ANEXO 14 – III CICLO DE EXPOSIÇÕES
Madalena Pestana Vice Presidente Interna da DAEFCM
Bernardo Lisboa Resende Presidente da DAEFCM
A Associação de Estudantes da NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas (AEFCM) certifica que
Sara Alexandre dos Passos Campos Meireles, CC nº 13319902, colaborou com a equipa Recreativo | Cultura da
Direção da AEFCM no âmbito da atividade “III Ciclo de Exposições”, através da cedência de material fotográfico da sua autoria para a exposição:
“A portrait is not made in the camera but on either side of it”
5.15 ANEXO 15 – iMED CREW
5.16 ANEXO 16 – COMPROVATIVOS DE CANDIDATURA DE VOLUNTARIADO
CERTIFICATE
Integrated the iMed Conference 10.0 ® | Lisbon 2018 Crew, Task
Force for the Conference. This grand project by the Student’s Union
of NOVA Medical School (AEFCM) took place at Teatro Camões and at NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas from 3rd of October to 7th of October.
The
The iMed Conference® is an annual event organised by the Stu-dent’s Union of NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médi-cas (AEFCM), aiming to bring the most recent scientific and medical innovations to the next generation of Life Science’s students. Its 10th edition, under the motto ‘Beholding the Future’, presented a
Keynote Lectures by Professor Bertil Hille (Lasker Award), and Scientific Sessions dedicated to Neuroscience, Technology, Onco-logy and Emergency Medicine, along with the inspiring Humanita-rian Lectures and iMed Sessions
It is hereby certified that
Ricardo Carvalheiro
AEFCM | President Organising Committee | PresidentJosé Sobral Abrantes SARA PASSOS MEIRELES
