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Dividendos. Quem mais distribuiu. Perfil

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(1)

Aloisio Campelo Jr.

Coordenador do Núcleo de Pesquisas e Análises Econômicas da DGD/IBRE/FGV

Andrei Simonassi

Economista da DGD/IBRE/FGV

Quem mais distribuiu

Dividendos

Ao final de setembro de 2005, o Ibovespa

bateu a casa dos 30 mil pontos. Corrigido

pela inflação interna ou em dólares, o

índi-ce, que mede os preços de ações no mercado

acionário brasileiro, atingiu o patamar mais

elevado da história.

Há razões para crer que as cotações

podem avançar ainda mais num ambiente

de crescimento econômico com estabilidade

de preços e equilíbrio fiscal, que

permiti-ria a diminuição das taxas de juros reais.

Quando comparados ao lucro das empresas

brasileiras, os preços dos papéis continuam,

em média, relativamente baratos. A relação

preço/lucro média no Brasil em 2005 (até

agosto) foi de 5,7, contra 12,7, no Chile, 9,4,

no México, e 8,8, na Argentina.

Na medida em que a economia possa

sustentar o rumo virtuoso, espera-se que

o mercado acionário gradualmente retome

sua tradicional função de canalizador de

recursos para as empresas. O

estancamen-to da tendência de fechamenestancamen-to de capital

e a abertura de capital de novas e grandes

empresas desde o ano passado talvez tenha

sido o sinal desses novos tempos no

merca-do acionário.

Para o investidor, a estabilidade da

economia e eventual redução dos juros

tornarão o mercado acionário mais

atra-ente. Tradicionalmente, no mundo, as ações

oferecem maior rentabilidade que os ativos

de renda fixa, à custa de um maior nível de

risco. As perspectivas de ganhos na bolsa

são favoráveis, mas a forte valorização

nos últimos três anos reduziu a margem

para ganhos fáceis ou previsíveis, exigindo

atenção redobrada de investidores tanto

institucionais quanto individuais.

Um tipo de papel muito procurado nos

mercados bursáteis mais desenvolvidos,

principalmente entre investidores pessoa

física, é aquele que paga bons e assíduos

dividendos. No Brasil, na medida em que se

reduz o espaço para ganhos de curtíssimo

prazo, a procura por esses papéis

aumen-ta. O sucesso dos fundos de investimento

de empresas pagadoras de dividendos e

de fundos como o PIBB, que garantem o

patrimônio inicial investido, apontam no

sentido da popularização do mercado e da

redução do componente especulativo das

aplicações em bolsa.

Perfil

O ranking dos maiores dis-tribuidores de dividendos do Brasil, publicado por Conjuntura Econômica nesta edição, lista as ações que vêm pagando dividendos sistematicamente, ano após ano, no mercado nacional. Os resultados obtidos per-mitem avaliar o perfil destes papéis e de suas respectivas empresas emissoras. Deve-se levar em conta que a Lei das S.A. obriga a empresa brasileira a pagar o mínimo de 25% do lucro sob a forma de dividendos. A obtenção de resultados positivos pela empresa é, portanto, a primeira característica do papel que remunera sistemati-camente seus acionistas com dividendos.

As cotações

podem

avançar com

crescimento

econômico,

estabilidade

de preços e

equilíbrio

fiscal,

permitindo

queda nas

taxas de

juros reais

(2)

busca de papéis

pagadores de

bons dividendos

deve estar

preparado para

os sustos e

turbulências do

mercado

Curiosamente, porém, entre os 100

papéis que distribuíram dividendos nos

últimos cinco anos, não há uma

asso-ciação efetiva entre rentabilidade (lucro

líquido/patrimônio líquido) e renda de

dividendos. Em outras palavras, embora

o lucro seja condição sine qua non para

o pagamento sistemático de dividendos,

a magnitude dos dividendos pagos, como

proporção das cotações dos papéis, não tem

sido determinada, no mercado brasileiro,

diretamente pela lucratividade contábil da

empresa emissora.

Mas há indícios de associação entre

renda de dividendos e valorização das

co-tações dos papéis ao longo do tempo. Os

100 papéis que distribuíram dividendos

em todos os anos tiveram, em média, um

retorno total (ganhos de capital mais

di-videndos), em termos acumulados, 147%

superior ao do Ibovespa. Considerando-se

apenas os ganhos de capital (valorização do

papel excluindo os dividendos), a

valoriza-ção teria sido 76% superior à do índice da

bolsa paulista.

Como esta valorização poderia estar

relacionada simplesmente ao fato de que

as empresas que distribuem dividendos

são lucrativas e, conseqüentemente,

pos-suem papéis que se valorizam na bolsa, foi

realizado um exercício de mensuração das

correlações estatísticas entre a valorização

da cotação e renda de dividendos ao longo

do tempo.

(3)

A partir de dados mensais para os cinco

anos

1

pesquisados, foram obtidas

correla-ções positivas e significantes

2

para ganhos

de capital e retorno total dos papéis,

mos-trando que aqueles com maior renda de

di-videndos média também proporcionaram

maiores retornos e ganhos de capital aos

seus detentores.

Foi obtida uma correlação estatística

positiva entre pagamento de dividendos e

ganhos de capital de 0,35. Esta correlação

sobe para 0,43 se considerarmos apenas o

primeiro quintil da amostra (as 20 maiores

distribuidoras de dividendos). No segundo

quintil (as 20 seguintes no ranking), ela cai

para 0,32, tornando-se negativa (–0,40) no

terceiro quintil. Uma hipótese de

compor-tamento a ser considerada é a de que, neste

segmento da amostra, há um grande

nú-mero de empresas distribuindo dividendos

Correlações entre Renda de Dividendos e Indicadores Selecionados

Em termos de retorno

Ganho de Capital da Ação Retorno Total da Ação 100 Maiores 0,35 0,39

Correlações por Quintil

1º Quintil 0,43 0,43 2º Quintil 0,32 0,36 3º Quintil -0,40 -0,36

Em termos de risco Volatilidade do preço da ação 100 Maiores 0,60

Correlação por Quintil 1º Quintil 0,69

como forma de compensação para ganhos

de capital menos exuberantes. Para o quarto

e quinto quintis, os resultados não foram

significativos estatisticamente.

Qualidade

Outro

resulta-do extraíresulta-do da

análise dos dados diz respeito à qualidade

da relação entre distribuição de dividendos

e risco. Os números mostram que quanto

maior for o dividendo pago ao longo dos

anos, maior será a volatilidade, tanto do

montante de dividendos distribuídos

quan-to da cotação do papel. Isquan-to significa que o

investidor em busca de papéis pagadores de

bons dividendos terá grande chance de

ob-ter bons retornos no médio e longo prazos,

mas deve estar preparado para os sustos e

turbulências do mercado.

A forte oscilação dos valores pagos a

título de dividendos pode ser percebida no

ranking de distribuição deles ajustado ao

risco. Algumas das empresas que

oferece-ram a maior renda de dividendos média nos

últimos cinco anos apresentam também os

maiores coeficientes de variação.

3

A análise da evolução das cotações ao

longo do tempo confirma a associação entre

distribuição de dividendos e risco, medido

por um indicador de volatilidade utilizado

com freqüência no meio financeiro.

4

Foi

obtida uma correlação de 0,60 entre este

indicador e a renda de dividendos. A

cor-relação sobe para 0,69 se considerarmos

apenas o primeiro quintil da amostra. Nos

demais quintis, o indicador não se mostrou

estatisticamente significante para explicar

a distribuição de dividendos.

1 Sessenta meses entre julho de 2000 e junho de 2005. 2 Correlações a partir de dados seccionais de 100 ações foram, em alguns casos, modestas, mas exercícios eco-nométricos indicaram robustez estatística no relaciona-mento entre os indicadores propostos e a distribuição de dividendos das ações analisadas.

3 Dado pela razão entre desvio padrão e média. 4 Para mensurar risco foi calculada a volatilidade reali-zada de cada ação, dada pela soma dos quadrados dos retornos do papel a cada período.

(4)

A renda de dividendos (ou dividend yield no jargão do mercado) é o indicador comumente usado para se medir o valor relativo dos di-videndos pagos aos detentores de uma ação negociada na bolsa de valores. É obtido pela razão entre o total de dividendos pagos em 12 meses (expresso em reais) e a cotação do papel ao fi nal do período (também em reais).

Para facilitar a compreensão, consideremos o seguinte exemplo: consta na pesquisa que a renda de dividendos da CSN ON, em 2005, foi de 21,7%. Por este número, expresso em termos percentuais, entende-se que o valor total dos dividendos pagos aos detentores de CSN ON entre julho de 2004 e junho de 20051 correspondeu a 21,7% da cotação desta ação em 30 de junho de 2005. Os valores usados no cálculo (não apresentados na pesquisa) foram de R$ 8,22 para os dividendos distribuídos e R$ 37,90 para a cotação do papel em 30 de junho de 2005.

A ordenação no ranking das maiores dis-tribuidoras de dividendos nos últimos cinco anos foi determinada pela renda média destes, estimada como a média aritmética da renda de dividendos anual de cada papel. Foram aceitas apenas ações que distribuíram dividendos nos cinco períodos de 12 meses pesquisados.

Assumindo que, ao investidor em busca de ações pagadoras de dividendos, pouco adian-ta conhecer o histórico de um papel caso este não esteja disponível para compra ou venda no mercado, foram exigidos parâmetros mínimos de liquidez para inclusão na pesquisa.

Foram considerados apenas os papéis nego-ciados em mais de 20% dos pregões realizados no primeiro semestre de 2005; cujo volume total negociado no mesmo período tenha supe-rado R$ 838 mil2; e cuja proporção em poder do público fosse superior a 5% do total em 30 de junho de 2005. Esta última restrição pro-cura evitar a inclusão de papéis inteiramente ou quase inteiramente em poder do grupo de acionistas majoritários, já que este raramente os colocará à venda.

O ranking de distribuição de dividendos com ajuste ao risco procura contemplar o interesse do investidor mais conservador. Admite-se que, com este perfi l, na hora de es-colher papéis que pagam bons dividendos, o investidor dará preferência às empresas/papéis que adotam esta prática em todos os períodos e não às que distribuem dividendos baixos com freqüência e dividendos altíssimos em caráter extraordinário.

A ordenação no ranking ajustado ao risco foi determinada pela ordenação média em dois diferentes rankings: das maiores dis-tribuidoras de dividendos nos últimos cinco anos (com peso 3); e de volatilidade da renda de dividendos, ordenado pelo coefi ciente de variação3 (peso 1). Os papéis que obtiveram os menores números nesta conta fi caram com as melhores posições.

O ranking das maiores distribuidoras de dividendos ajustado pela liquidez foi criado para apresentar as ações que pagam bons di-videndos e podem ser encontradas e vendidas com facilidade no mercado. Neste, os papéis foram ordenados novamente de acordo com sua posição média em dois outros rankings, um dos quais aponta as maiores distribuidoras de dividendos nos últimos cinco anos e um outro de liquidez, elaborado a partir de três parâmetros: número de pregões em que o papel foi negociado em proporção do total de pre-gões ocorridos no primeiro semestre de 2005; volume de negócios com o papel (em reais) no mesmo período; e quantidade de negócios realizados com a ação em igual período.

A classifi cação fi nal no ranking ajustado pela liquidez foi obtida mediante o somatório das posições de cada papel no ranking de renda média de dividendos nos últimos cinco anos (com peso 2) e no de liquidez (peso 1).

* A pesquisa sobre as empresas distribuidoras de dividen-dos no Brasil foi elaborada pela equipe do Núcleo de Pes-quisas e Análises Econômicas da FGV/IBRE/DGD, composta por Aloisio Campelo Jr. (Coordenador), Eduardo Heusi Costa, Andrei Simonassi e Daniel Sanguedo (estagiário).

O valor da

metodologia

*

1 Os períodos não equivalem ao do ano-calendário, mas os com-preendidos entre julho de um ano e junho do ano seguinte. A pesquisa, portanto, vai de julho de 2000 a junho de 2005. 2 O valor tem justifi -cativa estatística: é o limite entre o primeiro e o segundo quartil da amostra.

3 Indicador estatístico obtido mediante a divi-são do desvio padrão da renda de dividendos paga em cada um dos cinco exercícios pesqui-sados pela renda média de dividendos nos últi-mos cinco anos.

(5)

Quem mais pagou dividendos

Renda de dividendos (em % da cotação) Média da renda de dividendos entre

2001 e 2005 (% da cotação) Código

na bolsa Nome Setor 2001 2002 2003 2004 2005

1 CSNA3 CSN ON Metalurgia 89,3 4,3 15,9 6,9 21,7 27,6

2 ETER3 Eternit ON Minerais não-metálicos 45,1 21,5 33,1 8,4 20,3 25,7

3 ETER4 Eternit PN Minerais não-metálicos 40,6 23,1 34,5 8,5 20,0 25,3

4 COCE5 Coelce PNA Energia elétrica 58,0 25,0 17,4 13,0 4,7 23,6

5 SAPR4 Sanepar PN Saneamento 49,4 5,1 4,5 15,0 7,4 16,3

6 TLPP3 Telesp Operacional ON Telecomunicações 7,5 8,6 15,4 18,1 21,3 14,2

7 BDLL4 Bardella PN Máquinas industriais 12,2 14,0 15,9 9,9 14,1 13,2

8 CRUZ3 Souza Cruz ON Fumo 21,1 14,4 11,7 7,2 8,2 12,5

9 PQUN4 Petroquímica União PN Química 20,9 15,0 11,4 6,7 8,3 12,5

10 TLPP4 Telesp Operacional PN Telecomunicações 6,4 6,2 12,2 17,7 17,7 12,0

11 CEPE5 Celpe PNA Energia elétrica 13,3 16,9 2,7 17,6 8,4 11,8

12 TKNO4 Tekno PN Metalurgia 12,5 15,3 9,1 11,9 7,8 11,3

13 FFTL4 Fosfertil PN Química 14,7 4,4 16,9 6,4 7,5 10,0

14 TRPL3 Transmissão Paulista ON Energia elétrica 5,1 10,6 24,3 7,0 2,7 9,9

15 ELET6 Eletrobrás PNB Energia elétrica 10,0 11,4 11,3 7,9 9,0 9,9

16 FJTA4 Forjas Taurus PN Metalurgia 10,3 16,0 7,8 5,4 7,3 9,3

17 GOAU3 Metalúrgica Gerdau ON Metalurgia 5,9 14,5 9,5 5,4 11,2 9,3

18 GEPA3 Geração Paranapanema ON Energia Elétrica 16,3 6,3 13,5 6,2 3,6 9,2

19 SBSP3 Sabesp ON Saneamento 5,6 21,0 5,4 10,1 3,8 9,2

20 DPPI4 Ipiranga Distribuidora PN Petróleo e gás 7,8 8,7 6,6 10,4 11,9 9,1

21 EBCO4 Embraco PN Máquinas industriais 8,6 26,3 6,1 2,7 1,6 9,1

22 GOAU4 Metalúrgica Gerdau PN Metalurgia 6,0 14,0 9,6 5,0 10,4 9,0

23 TBLE6 Tractebel PNB Energia elétrica 7,1 8,8 7,1 12,0 9,6 8,9

24 CSTB4 Siderúrgica Tubarão PN Metalurgia 8,6 4,5 6,0 14,1 10,8 8,8

25 GETI4 AES Tietê PN Energia elétrica 0,9 21,4 6,7 7,4 7,4 8,7

26 TRPL4 Transmissão Paulista PN Energia elétrica 4,1 8,2 21,9 6,1 3,1 8,7

27 LEVE4 Metal Leve PN Veículos e peças 6,2 10,5 6,7 4,4 14,7 8,5

28 MAGS5 Magnesita PNA Mineração 9,3 8,3 10,2 6,8 6,3 8,2

29 ALPA4 Alpargatas PN Têxtil 6,7 6,5 11,8 7,6 7,5 8,0

30 FESA4 Ferbasa PN Metalurgia 9,6 12,4 4,5 5,5 8,1 8,0

31 MAGS3 Magnesita ON Mineração 9,4 8,8 9,6 6,6 5,5 8,0

32 CPSL3 Copesul ON Química 6,9 3,8 5,0 10,3 13,5 7,9

33 UGPA4 Ultrapar PN Química 5,6 20,9 4,1 3,4 5,0 7,8

34 CNFB4 Confab PN Metalurgia 6,7 11,5 10,6 8,0 2,0 7,8

35 CGRA4 Grazziotin PN Comércio 10,1 9,3 3,5 4,2 10,4 7,5

36 BMEB4 Mercantil Brasil PN Finanças 8,0 8,2 3,8 7,3 9,1 7,3

37 UNIP6 Unipar PNB Química 14,7 7,0 6,4 3,3 4,7 7,2

38 GETI3 AES Tietê ON Energia elétrica 1,1 15,8 4,5 6,7 7,4 7,1

39 ALPA3 Alpargatas ON Têxtil 5,5 4,5 9,8 7,8 7,4 7,0

40 FRAS4 FrasLe PN Veículos e peças 5,0 12,7 12,0 2,7 2,1 6,9

41 CYRE4 Cyrela Realt PN Construção 9,2 10,7 3,7 2,9 7,7 6,8

42 SDIA4 Sadia PN Alimentos e bebidas 4,3 11,2 7,8 5,6 4,9 6,8

43 GGBR3 Gerdau ON Metalurgia 4,4 8,2 7,0 4,6 9,3 6,7

44 TBLE3 Tractebel ON Energia elétrica 5,2 7,2 3,9 7,4 9,7 6,7

45 ASTA4 Santista Têxtil PN Têxtil 11,1 2,2 9,5 4,5 5,6 6,6

46 BELG3 Belgo Mineira ON Metalurgia 18,0 4,1 3,0 3,0 4,1 6,4

47 BELG4 Belgo Mineira PN Metalurgia 17,6 4,2 2,9 2,8 4,3 6,3

48 BRTO4 Brasil Telecom PN Telecomunicações 7,2 5,8 6,5 3,9 8,2 6,3

49 PLDN4 Polialden PN Química 14,2 4,2 5,2 4,0 3,1 6,1

(6)

Quem mais pagou dividendos

Renda de dividendos (em % da cotação) Média da renda de dividendos entre

2001 e 2005 (% da cotação) Código

na bolsa Nome Setor 2001 2002 2003 2004 2005

51 MTSA4 Metisa PN Metalurgia 6,7 7,0 7,2 4,7 4,2 6,0

52 PLTO6 Politeno PNB Química 3,9 6,1 6,3 6,8 5,9 5,8

53 UNIP3 Unipar ON Química 13,2 5,7 4,2 2,9 3,0 5,8

54 BBDC3 Bradesco ON Finanças 6,4 6,1 6,3 5,9 3,8 5,7

55 UBBR4 Unibanco PN Finanças 4,6 6,1 5,7 5,9 6,0 5,7

56 GGBR4 Gerdau PN Metalurgia 4,1 7,5 5,3 3,4 7,7 5,6

57 ITSA4 Itausa PN Outros 5,4 6,8 5,9 5,4 4,3 5,6

58 PETR4 Petrobras PN Petróleo e gás 6,0 4,5 5,2 6,8 4,4 5,4

59 VALE5 Vale Rio Doce PNA Mineração 6,4 6,3 5,5 4,6 4,0 5,3

60 BBDC4 Bradesco PN Finanças 5,7 5,6 5,9 5,3 4,0 5,3

61 SDIA3 Sadia ON Alimentos e bebidas 2,1 6,9 6,2 5,4 4,8 5,1

62 VALE3 Vale Rio Doce ON Mineração 6,3 5,9 5,1 3,8 3,4 4,9

63 PETR3 Petrobras ON Petróleo e gás 5,4 4,2 4,7 6,1 3,9 4,9

64 BRTP4 Brasil Telecom Part. PN Telecomunicações 2,0 4,5 3,0 2,6 12,0 4,8

65 RPSA4 Ripasa PN Papel e celulose 8,9 6,8 2,9 3,6 1,9 4,8

66 TNLP3 Telemar Tele Norte Leste Part. ON Telecomunicações 2,2 3,5 5,5 7,1 5,6 4,8

67 SUZB5 Suzano Bahia Sul PNA Papel e celulose 7,2 1,9 3,7 5,3 5,3 4,7

68 TNLP4 Telemar Tele Norte Leste Part. PN Telecomunicações 1,9 2,9 4,0 6,0 7,7 4,5

69 BBAS3 Brasil ON Finanças 3,6 4,1 6,2 4,6 4,0 4,5

70 ARCZ6 Aracruz PNB Papel e celulose 3,3 3,2 5,4 3,6 7,0 4,5

71 CTNM3 Coteminas ON Têxtil 3,5 3,5 5,3 4,6 5,4 4,5

72 UBBR11 Unibanco UnN1 Finanças 3,9 5,1 5,1 5,0 3,2 4,4

73 BRTP3 Brasil Telecom Part. ON Telecomunicações 2,0 4,8 4,0 3,0 7,9 4,3

74 ITSA3 Itausa ON Holding 3,9 3,9 4,1 5,1 4,3 4,2

75 DURA4 Duratex PN Madeira 4,8 4,6 3,3 3,2 5,1 4,2

76 TCOC4 Tele Centro Oeste Celular Part. PN Telecomunicações 1,6 5,3 4,6 3,7 4,5 3,9

77 ITAU3 Bco Itau Holding Financeira ON Finanças 2,9 4,9 4,2 3,8 3,4 3,8

78 EMBR3 Embraer ON Veículos e peças 3,2 4,4 3,6 3,0 4,9 3,8

79 GUAR4 Guararapes PN Têxtil 6,1 5,2 4,4 1,7 1,5 3,8

80 CTNM4 Coteminas PN Têxtil 3,1 2,9 4,6 3,9 4,3 3,8

81 BRIV4 Alfa Investimentos PN Finanças 4,4 5,2 2,2 2,5 4,6 3,8

82 VCPA4 Votorantim C P PN Papel e celulose 4,1 2,5 2,9 3,4 5,5 3,7

83 RAPT4 Randon Part. PN Veículos e peças 3,0 2,6 4,7 3,9 3,8 3,6

84 TMGC3 Telemig Celular ON Telecomunicações 1,1 3,6 4,3 6,8 2,2 3,6

85 ELET3 Eletrobras ON Energia elétrica 4,2 9,2 2,8 1,0 0,9 3,6

86 WEGE4 Weg PN Máquinas industriais 6,6 3,1 4,4 2,8 0,6 3,5

87 ITAU4 Bco Itau Holding Financeira PN Finanças 2,7 4,5 3,9 3,4 2,8 3,5

88 EMBR4 Embraer PN Veículos e peças 2,8 4,5 3,1 2,5 4,1 3,4

89 GUAR3 Guararapes ON Têxtil 4,4 4,0 4,1 1,5 1,6 3,1

90 TCOC3 Tele Centro Oeste Celular Part. ON Telecomunicações 1,2 2,5 1,7 3,2 5,9 2,9

91 CGAS5 Comgas PNA Petróleo e gás 0,7 2,3 3,7 1,3 6,1 2,8

92 TMCP4 Telemig Celular Part. PN Telecomunicações 0,8 2,5 2,3 2,4 6,0 2,8

93 AMBV4 Ambev PN Alimentos e bebidas 1,3 2,1 2,4 4,4 3,5 2,7

94 TCSL3 Tim Part. ON Telecomunicações 0,9 2,4 4,0 3,4 2,4 2,6

95 TSEP3 Tele Sudeste Celular ON Telecomunicações 2,1 2,5 4,6 2,1 1,5 2,5

96 TCSL4 Tim Part. PN Telecomunicações 0,8 2,0 3,5 2,8 2,8 2,4

97 AMBV3 Ambev ON Alimentos e bebidas 1,3 2,2 2,5 2,1 3,2 2,3

98 TSEP4 Tele Sudeste Celular PN Telecomunicações 1,7 2,0 3,7 1,8 1,6 2,1

99 ITEC3 Itautec ON Eletroeletrônicos 2,5 1,5 2,8 1,7 1,5 2,0

(7)

O lucro líquido de 263 empresas abertas no

ano passado chegou a R$ 74,6 bilhões, um

aumento de aproximadamente 25% em

rela-ção aos R$ 58,6 bilhões de 2003. Os maiores

beneficiados foram os acionistas dessas

em-presas que tiveram direito a R$ 36,7 bilhões

em dividendos (em valores anteriores a

de-zembro de 2004, mas ajustados pelo IPCA

até 31/12/2004), que estão sendo pagos este

ano. O total superou em aproximadamente

10% os R$ 33,1 bilhões distribuídos em

2004, estabelecendo novo recorde no Brasil

em matéria de distribuição de dividendos,

desde 1999.

Os números fazem parte de um

levanta-mento feito pela consultoria Economática

que, juntamente com o Instituto Brasileiro

de Economia (IBRE), da Fundação Getulio

Vargas, elaborou o ranking das empresas que

tiveram a melhor renda de dividendos em

2005 (estabelecida pela divisão do total pago

em 12 meses e a cotação do papel no final do

período), no período de 2001 a 2005 e pelo

critério ajustado pela liquidez. O recorde

es-tabelecido no ano passado, no entanto, parece

estar com os dias contados. O lucro líquido

apurado pelas empresas no primeiro semestre

deste ano, segundo a Economática, chega a

R$ 39,7 bilhões (valores anteriores a junho de

2005, ajustados pelo IPCA até 30/06/2005),

cerca de 40% a mais que os R$ 28,1 bilhões

de igual período de 2004. Como a maioria

das empresas costuma apresentar resultados

melhores no final do ano, devido a fatores

sazonais (como Natal, por exemplo), tudo

leva a crer que em 2006 os acionistas voltarão

a receber gordos dividendos.

Segundo Einar Rivero, coordenador da

Economática na América Latina, dois

fa-tores podem ser apontados como principais

responsáveis pelo excelente desempenho das

empresas abertas brasileiras nos últimos dois

anos: a valorização do Real em relação ao

dólar, que acontece pelo terceiro ano

conse-cutivo este ano; e o aumento das exportações,

principalmente comoditties, que continuam

muito valorizadas neste momento no

merca-do internacional.

“Essa combinação turbinou os resultados

das empresas. A valorização do Real em

re-lação ao dólar foi responsável pelo ganho

financeiro provocado pela redução da dívida

das empresas em moeda estrangeira. Isto teve

um impacto direto no lucro. Já o aumento das

exportações, principalmente as comoditties,

que estão com um preço elevado no

merca-do internacional, fez com que elas tivessem

um forte incremento da receita em dólar,

enquanto os custos são em reais”, explicou

Einar Rivero.

No primeiro semestre deste ano, os

setores de Siderurgia e Metalurgia (27

empresas), Mineração (3), Energia Elétrica

(32), Telecomunicações (14), Química (17),

Outros (46) e Comércio (9), com cotações

na Bolsa de Valores de São Paulo, tiveram

lucro líquido recorde desde 1999. Vários

outros setores, como o Têxtil, por exemplo,

tiveram desempenho melhor que no primeiro

semestre do ano passado, mas não bateram

novos recordes.

Um caso a parte — Os bancos são um caso

a parte. Formado por 19 instituições, o Setor

de Finanças teve um acréscimo de

aproxima-Um recorde

na divisão dos lucros

Ernesto Borges

do Rio

Dois fatores

são apontados

como

responsáveis

pelo bom

desempenho

das empresas:

valorização

do real e

aumento das

exportações

(8)

Quem mais pagou dividendos em 2005 Renda de dividendos (em % da cotação)

Posição Nome Setor (%)

1 CSN ON Metalurgia 21,7

2 Telesp Operacional ON Telecomunicações 21,3

3 Eternit ON Minerais não-metálicos 20,3

4 Eternit PN Minerais não-metálicos 20,0

5 Telesp Operacional PN Telecomunicações 17,7

6 Metal Leve PN Veículos e peças 14,7

7 Bardella PN Máquinas industriais 14,1

8 Copesul ON Química 13,5

9 Brasil Telecom Part. PN Telecomunicações 12,0

10 Ipiranga Distribuidora PN Petróleo e gás 11,9

11 Metalúrgica Gerdau ON Metalurgia 11,2

12 Siderúrgica Tubarão PN Metalurgia 10,8

13 Metalúrgica Gerdau PN Metalurgia 10,4

14 Grazziotin PN Comércio 10,4

15 Tractebel ON Energia elétrica 9,7

16 Tractebel PNB Energia elétrica 9,6

17 Gerdau ON Metalurgia 9,3

18 Mercantil do Brasil PN Finanças 9,1

19 Eletrobrás PNB Energia elétrica 9,0

20 Celpe PNA Energia elétrica 8,4

Fonte: Economática e IBRE/DGD.

damente 45% no lucro líquido nos

primei-ros seis meses do ano, passando de R$ 6,8

bilhões para R$ 9,3 bilhões. O aumento do

volume de crédito, os juros elevados, o bom

desempenho da economia e, novamente, a

recuperação do Real em relação ao dólar têm

sido muito bem aproveitados pelos bancos.

Entre 2002 e 2004, o lucro líquido

acumu-lado das 19 instituições havia praticamente

estacionado na casa dos R$ 6 bilhões (R$ 6,4

bilhões em 2002, R$ 6,2 em 2003 e R$ 6,8

no ano passado).

No ranking das ações com melhor renda

de dividendos — média anual no período

2001 a 2005 —, o grande destaque fi cou com

a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)

que pagou o equivalente a 27,6% do valor de

suas ações ON em dividendos no período. A

média do Setor de Metalurgia, formado por

15 empresas, fi cou longe disso, em 8,3%.

Nesse ranking, a empresa que mais se

aproximou da CSN foi a Eternit, com renda

média de 25,7% sobre as suas ações ON e de

25,3% nas PN. A seguir aparecem a Coelce

PNA, a Sanepar PN, a Telesp Operacional

ON, a Bardella PN, a Souza Cruz ON, a

Pe-troquímica União PN e a Telesp Operacional

ON, todas elas com média superior a 12%

ao ano nos últimos cinco anos.

As CSN ON também lideram o ranking

das ações que mais distribuíram dividendos

ajustados pela liquidez e o das empresas

que mais pagaram dividendos este ano,

com 21,7% sobre o valor das ações. Logo

a seguir, formando as dez primeiras

colo-cadas, aparecem a Eletrobrás PNB, Souza

Cruz ON, Telesp Operacional PN, Telesp

Operacional ON,

Eternit ON, Sabesp

ON, Coelce PNA,

Metalurgia Gerdau

PN e Siderurgia

Tu-barão PN.

O ranking das

ações que mais

pa-garam dividendos

ajustados pelo risco

é liderado pela

Bar-della PN, seguida

por Eletrobrás PNB,

Telesp Operacional

ON, Tekno PN,

Eternit PN e ON,

Souza Cruz ON,

Petro química União

PN e Telesp

Opera-cional PN.

Dos 19 setores

pesquisados, o que

apresentou a

me-lhor média foi o

de Minerais não-metálicos (dois papéis

pesquisados), com 25,5%. Apenas o setor

de Fumo, composto unicamente pelas ações

ON da Souza Cruz, com renda de 12,5% em

média, também teve um percentual acima de

10%. A média mais baixa coube ao setor de

Telecomunicações (18), com apenas 4,1%.

Bem perto também fi caram os setores de

Co-mércio (3), com 4,5%; Finanças (14), com

4,5%; Máquinas Industriais (3), com 4,8%;

Outros (13), com 4,2%; Papel e Celulose (6),

com 4,7%; Têxtil (9), com 4,5%; e Veículos

e Peças (8), com 4,6%.

(9)

Destaque entre as empresas consideradas “boas paga-doras de dividendos”, a CSN distribuiu mais de R$ 4,5 bilhões nos últimos cinco anos, de acordo com Otávio Lazcano, diretor-financeiro da siderúrgica. Com forte geração de caixa e com um Ebtida acima de 45% nos últimos três anos, a CSN tem como política repassar ao acionista todo o excesso de caixa acumulado.

“Temos distribuído muito acima dos 25% sobre o lucro líquido estabelecido pela legislação para as ações ON. Da mesma maneira que paga prêmio por ações de empresas com boas práticas de governança corporativa, o investidor também percebe a impor-tância de dividendos elevados. A CSN é muito bem vista no exterior. Aqui no Brasil nossas ações têm muita liquidez e uma pulverização muito grande.”

Representante única do Setor de Fumo na Boves-pa, a Souza Cruz também é um caso raro em matéria de distribuição de dividendos. A empresa tem por hábito distribuir praticamente todo o seu lucro líquido para os acionistas. A explicação, segundo Antônio Castro, gerente de Relações com Investi-dores da empresa, é bastante simples. As ações da empresa ocupam a 28ª colocação no ranking geral, ajustado pela liquidez.

“Fizemos um investimento muito grande em tecnologia na primeira metade da década de 90.

Desde então nos mantemos no estado da arte em termos tecnológicos no nosso parque industrial e na área de logística, fazendo atualizações permanentes. Mas o total não investido não excede a depreciação e entra em lucros e perdas. Desta maneira, o nosso lucro líquido costuma ser praticamente todo repas-sado ao acionista.”

De acordo com Castro, nos últimos cincos ano o percentual do lucro líquido repassado em forma de dividendos está entre 90% e 100%. Em alguns anos, devido a resultados excepcionais por causa do câmbio, a empresa chegou a repassar mais que o lucro líquido obtido no período. Isto aconteceu, por exemplo, no ano 2000, quando a Souza Cruz teve lucro líquido de R$ 494 milhões e pagou R$ 756 milhões em dividendos aos acionistas.

“Em 1999, tivemos um ganho financeiro excep-cional por causa da desvalorização cambial. Além das exportações tivemos uma gestão muito boa na área financeira, com as aplicações proporcionando um excelente retorno. E como tínhamos a percepção, que se mostrou acertada, que a desvalorização em 1999 era uma coisa irreversível, decidimos repassar ao investidor toda a nossa disponibilidade de caixa. Daí, os 150% do lucro líquido pagos em dividendos”, explicou Castro.

Uma liderança destacada

Quem mais distribuiu dividendos ajustados pela liquidez

Papel Renda média de dividendos em cinco anos Part. nos pregões (em %) Volume negociado (em R$ milhões) Número de negócios realizados Class. por dividendos Class. por

liquidez Informações relativas ao primeiro semestre de 2005

1 CSN ON 27,63 100,0 6.694 147.426 1 3 2 Eletrobrás PNB 9,91 100,0 2.853 102.807 15 7 3 Souza Cruz ON 12,51 100,0 412 30.180 8 28 4 Telesp Operacional PN 12,01 100,0 599 22.987 10 25 5 Telesp Operacional ON 14,18 100,0 128 4.348 6 42 6 Eternit ON 25,68 98,4 84 2.056 2 51 7 Sabesp ON 9,17 100,0 980 39.000 19 21 8 Coelce PNA 23,62 100,0 56 3.527 4 52 9 Metalúrgica Gerdau PN 8,99 100,0 1.175 43.319 22 16 10 Siderúrgica Tubarão PN 8,81 100,0 1.700 37.704 24 15 11 Fosfertil PN 9,97 100,0 203 5.461 13 40 12 Sanepar PN 16,28 98,4 18 2.343 5 60 13 Transmissão Paulista PN 8,67 100,0 450 25.775 26 27 14 Transmissão Paulista ON 9,94 96,7 47 1.389 14 56 15 Petroquímica União PN 12,45 72,4 22 362 9 67 16 Metalúrgica Gerdau ON 9,30 98,4 71 1.313 17 54 17 Bardella PN 13,22 56,9 11 244 7 76 18 Forjas Taurus PN 9,34 100,0 18 2.728 16 58 19 Eternit PN 25,34 26,8 5 67 3 85 20 Ultrapar PN 7,80 100,0 482 11.775 33 29

(10)

Política semelhante

— Em 2001, por motivos parecidos, a Souza Cruz também pagou dividendos, R$ 636 milhões, superiores ao lucro, de R$ 634 mi-lhões. Segundo Castro, em 1995 e 1996, quando a empresa anunciou que repassaria aos acionistas em forma de dividendos os recursos obtidos com a venda das participações que a empresa tinha na Aracruz e numa fábrica de papel, para ficar focada apenas no seu negócio principal, que é cigarros e fumo, muitos acionistas duvidaram.

Segunda colocada no ranking de dividendos ajustado pela liquidez, a Eletrobrás está estudan-do como melhorar sua atual política de dividen-dos. Atualmente a empresa distribui 25% do lucro líquido ajustado. Este ano, a renda de dividendos da empresa foi de 9% em relação à cotação da Ele-trobrás PNB no mercado, dando à empresa a 19ª colocação nesse ranking. Nos últimos cinco anos, a renda média foi um pouco superior, chegando a 9,91% do valor da ação.

Segundo a Eletrobrás, as ações preferenciais da classe ‘A’ e da classe ‘B’ têm direito a dividendos mínimos de 8% e 6%, respectivamente. As ações ordinárias recebem o dividendo remanescente, até o limite de 6%. Caso o dividendo a ser distribuído exceda este limite, o saldo apurado será distribuído linearmente entre todas as ações componentes do capital da companhia, sempre assegurado às prefe-renciais um dividendo, no mínimo, 10% superior ao das ordinárias.

Com duas ações (PN e ON) entre as cinco melhores colocadas no ranking de finanças com maior renda em dividendos nos último cinco anos, o Bradesco tem uma política agressiva de distribuição. De acor-do com o vice-presidente acor-do banco, José Luiz Acar Pedro, que também acumula o cargo de diretor de Relações com Investidores, o estatuto do Bradesco estabelece que,no mínimo, 30% do lucro líquido do banco seja repassado aos acionistas. As preferenciais que não têm direito a voto recebem 10% mais e o tag

along é de 100% para as ordinárias e de 80% para os

preferencialistas.

“Nós estamos acima da média no setor. Nos últi-mos anos os nossos dividendos têm ficado acima de 5% do valor da ação. Para nós essa é uma questão fun-damental. Temos cerca de 1,4 milhão de acionistas, a maioria de pessoas físicas, e estamos convictos que devemos repassar para eles parte da ótima perfor-mance que o banco vem obtendo”, afirma Acar.

Nos últimos cinco anos, a Bradesco ON teve uma renda de dividendos média de 5,7%, a segunda me-lhor do setor de finanças, ficando atrás apenas da Mercantil do Brasil PN, com 7,3%. Já a Bradesco PN, com 5,3%, ficou na quarta posição, atrás da Uniban-co PN, que obteve 5,7% de renda média. No ranking geral (ajustado pela liquidez) as ações do Bradesco ocupam a 54ª e 60ª colocação, respectivamente, enquanto que a do Banco Mercantil do Brasil é a 36ª colocada. (E.B.)

Quem mais pagou dividendos ajustados ao risco

Class. no ranking ajustado ao risco

Código na

bolsa Nome Setor

Média da renda de dividendos entre 2001 e 2005 (% da cotação) Class. segundo renda de dividendos Medida de risco (coef. de variação) Class. segundo o risco Fator de classificação

1 BDLL4 Bardella PN Máquinas industriais 13,2 7 0,15 6 7

2 ELET6 Eletrobrás PNB Energia elétrica 9,9 15 0,13 4 13

3 TLPP3 Telesp Operacional ON Telecomunicações 14,2 6 0,38 50 15

4 TKNO4 Tekno PN Metalurgia 11,3 12 0,23 29 15

5 ETER4 Eternit PN Minerais não-metálicos 25,3 3 0,44 66 16

6 ETER3 Eternit ON Minerais não-metálicos 25,7 2 0,48 72 16

7 CRUZ3 Souza Cruz ON Fumo 12,5 8 0,40 55 17

8 PQUN4 Petroquímica União PN Química 12,4 9 0,41 59 19

9 TLPP4 Telesp Operacional PN Telecomunicações 12,0 10 0,42 61 20

10 DPPI4 Ipiranga Distribuidora PN Petróleo e gás 9,1 20 0,21 23 21

11 CSNA3 Siderúrgica Nacional ON Metalurgia 27,6 1 1,14 101 21

12 COCE5 Coelce PNA Energia elétrica 23,6 4 0,78 93 22

13 TBLE6 Tractebel PNB Energia elétrica 8,9 23 0,20 22 23

14 CEPE5 Celpe PNA Energia elétrica 11,8 11 0,48 71 23

15 GOAU3 Metalúrgica Gerdau ON Metalurgia 9,3 17 0,37 48 23

16 FJTA4 Forjas Taurus PN Metalurgia 9,3 16 0,39 53 23

17 SAPR4 Sanepar PN Saneamento 16,3 5 1,04 100 24

18 FFTL4 Fosfertil PN Química 10,0 13 0,49 74 25

19 MAGS5 Magnesita PNA Mineração 8,2 28 0,18 15 25

20 GOAU4 Metalúrgica Gerdau PN Metalurgia 9,0 22 0,36 45 27

A CSN repassa

ao acionista

o excesso

de caixa

acumulado,

distribuindo

dividendo

acima dos

25% do

lucro líquido

exigido

por lei

(11)

A legislação brasileira determina que as companhias abertas devem distribuir, no mínimo, 25% do lucro líquido de dividendos para portadores de ações ordinárias e de 27,5% para os investidores que têm ações preferenciais. Para Alfred Plöger, presidente da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) esta exigência já perdeu o sentido. Ele acredita que ela é uma das muitas normas que aju-dam a engessar o mercado de capitais brasileiro.

“É claro que existem problemas mais urgentes a serem resolvidos para que o mercado de capitais cresça como deve, como é o caso do PIS e Cofins em cascata e custos muito altos para abrir capital. Mas essa exigência da lei já perdeu o sentido. Ela faz parte de um grande número de regras que enges-sam o nosso mercado”, critica Plöger.

Segundo ele, em países como os Estados Unidos este tipo de exigência não existe. Para Plöger, esse é um problema filosófico. Ele ilustra a afirmação contanto a história de um seminário realizado pela

Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) sobre fato relevante. Quando um diri-gente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) citou exemplos do que seriam fatos relevantes, al-guém perguntou se a CVM iria baixar uma portaria regulamentando a questão.

“Felizmente a CVM teve o bom senso de explicar que aquilo eram apenas exemplos e que caberia ao bom senso das empresas definir o que é e o que não é fato relevante. Nós temos a cultura do excesso de regulamentação. Tudo tem que estar escrito, virar re-gra ou lei. Com isso, o mercado de ações perde a sua grande característica, que é a rapidez”, diz Plöger.

O presidente da Abrasca também critica o fato de que alguns investidores de renda variável gostariam que as ações tivessem um comportamento de renda fixa, proporcionando sempre a mesma rentabilidade, e praticamente eliminando o risco de perda.

“Muita gente critica dizendo que há muita es-peculação no mercado. Mas eses-peculação é normal, o mercado vive disso. O errado é ter manipulação. Nos Estados Unidos os investidores ganham com as grandes fusões e transações realizadas pelas em-presas. O mercado precisa ser ético. As empresas devem adotar práticas de boa governança corpo-rativa, mas tem que continuar sendo especulativo”, afirma Plöger, lembrando, com ironia, que o fundo de investimento com maior rentabilidade este ano nos EUA é um cuja carteira é formada por fabrican-tes de armas, bebidas alcoólicas e cigarros.

“Não são empresas politicamente corretas, mas têm tido um ótimo desempenho”, acrescenta.

Atualmente, a maioria das grandes empresas paga bem acima do mínimo exigido por lei. O Bra-desco, por exemplo, pagou o equivalente a 46% do seu lucro líquido em dividendos em 2004 e incríveis 61,5% em 2003, segundo José Luiz Acar Pedro, vice-presidente e diretor de Relações com Investidores do banco, que também vem a ser presidente do Conselho de Administração do Ibre.

“Em princípio, a legislação não precisaria mais regular o mínimo a ser pago em dividendos. As grandes empresas sabem da sua responsabilidade com seus acionistas”, afirma o executivo, falando como representante do Instituto Brasileiro de Re-lações com Investidores (IBRI).

Acar reconhece que, no passado, quando o mer-cado brasileiro ainda não era tão maduro, a exigência era necessária. Para o diretor de Investimentos da Previ, Luiz Aguiar, a exigência dos 25% do lucro

As campeãs setoriais – renda de dividendos (em %)

Setor Líder Renda de dividendos da líder setorial ( média anual 2001/2005) Renda de dividendos mediana no setor* (2001/2005) Número de papéis pesqui-sados** Alimentos e bebidas Sadia PN 6,8 6,1 7 Comércio Grazziotin PN 7,5 4,5 3 Construção Cyrela Realty PN 6,8 6,8 1 Eletroeletrônicos Embraco PN 9,1 6,6 4 Energia elétrica Coelce PNA 23,6 9,2 15 Finanças Mercantil do Brasil PN 7,3 4,5 14 Fumo Souza Cruz ON 12,5 12,5 1 Máquinas industriais Bardella PN 13,2 4,8 3 Metalurgia CSN ON 27,6 8,3 15 Mineração Magnesita PNA 8,2 6,7 4 Minerais não-metálicos Eternit ON 25,7 25,5 2 Outros Itausa PN 5,6 4,2 13 Papel e celulose Ripasa PN 4,8 4,7 6 Petróleo e gás Ipiranga Distribuidora PN 9,1 5,0 6 Química Petroquímica União PN 12,4 7,5 10 Saneamento Sanepar PN 16,3 12,7 2 Telecomunicações Telesp Operacional ON 14,2 4,1 18 Têxtil Alpargatas PN 8,0 4,5 9 Veículos e peças Metal Leve PN 8,5 4,6 8

Fonte: Economática e IBRE/DGD.

Obs.: em setores com menos de uma ou duas empresas concorrentes, as líderes foram apresentadas somente quando sua renda de dividendos superou a renda mediana de 6%, das maiores distribuidoras de dividendos do país.* A mediana do setor foi obtida a partir da renda média de dividendos de cada papel nos cinco anos pesquisados.** Foram incluídos os 141 papéis que distribuíram dividendos nos cinco períodos pesquisados.

Um mercado ainda engessado

O excesso de

regulamentação

faz com que

o mercado de

ações perca

uma das suas

principais

características:

a rapidez

(12)

O aumento na distribuição de dividendos por parte das empresas abertas tem benefi ciado pequenos, médios e grandes investidores. No caso dos fundos de pensão, como a Previ (dos funcionários do Banco do Brasil) a receita obtida com os dividendos vem crescendo desde 2003, quando o fundo recebeu cer-ca de R$ 1 bilhão. No ano passado o total chegou a R$ 1,3 bilhão e apenas no primeiro semestre deste ano já ultrapassa R$ 1 bilhão.

A distribuição de dividendos é uma das quatro variáveis levadas em conta pela Previ na hora de comprar ações, de acordo com o diretor de Investi-mentos da Fundação, Luiz Aguiar.

“Antes de tomarmos a decisão de comprar uma ação analisamos a performance, a volatilidade para termos uma idéia do risco que vamos correr e do retorno que poderemos obter, a governança corporativa, principalmente o tag along e, claro, a política de dividendos. Nas empresas em que temos participação importante, temos discutido a política de dividendos como uma atratividade a mais no papel. Desta maneira procuramos melhorar o desempenho da ação e garantir um bom retorno em dividendos, que para nós é muito importante para o nosso fl uxo de caixa. Desta maneira, con-seguimos fazer frente aos nossos compromissos sem que tenhamos que nos desfazer das ações”, explica Aguiar.

De acordo com Aguiar, a Previ paga por ano cer-ca de R$ 4 bilhões em pensões para os seus asso-ciados. Esse dinheiro é proveniente principalmente do aluguel dos imóveis que a fundação possui e dos dividendos pagos pelas ações de empresas como Vale, Caemi e bancos.

Complementar o fl uxo de caixa com dividendos pagos pelas empresas não é privilégio dos grandes investidores. Esta opção também está ao alcance de investidores de menor porte. Existem no mercado pelo menos sete fundos (BB Ações Dividendos, BBM Dividendos, HSBC Dividendos, Safra Multi-dividendos, Sudameris Dividendos, Unibanco Fia Private Dividendos e Caixa Dividendos) que se declaram como sendo fundo de investimentos. O investimento inicial varia de R$ 200,00 a R$ 50 mil. Alguns desses fundos depositam os dividendos distribuídos pelas companhias abertas diretamen-te na conta correndiretamen-te dos cotistas, evitando com isso o pagamento de Imposto de Renda, uma vez que esse já é pago na empresa. (E.B.)

As cinco melhores (por setores)

Posição Papel Renda de dividendos média anual 2001/2005 (em %) Posição no ranking geral Setor: ENERGIA ELÉTRICA

1 Coelce PNA 23,6 4 2 Celpe PNA 11,8 11 3 Eletrobrás PNB 9,9 15 4 Transmissão Paulista ON 9,9 14 5 Geração Paranapanema ON 9,2 18 Setor: FINANÇAS 1 Mercantil do Brasil PN 7,3 36 2 Bradesco ON 5,7 54 3 Unibanco PN 5,7 55 4 Bradesco PN 5,3 60 5 Banco do Brasil ON 4,5 69 Setor: QUÍMICA 1 Petroquímica União PN 12,4 9 2 Fosfertil PN 10,0 13 3 Copesul ON 7,9 32 4 Ultrapar PN 7,8 33 5 Unipar PNB 7,2 37 Setor: METALURGIA 1 CSN ON 27,6 1 2 Tekno PN 11,3 12 3 Forjas Taurus PN 9,3 16 4 Metalúrgica Gerdau ON 9,3 17 5 Metalúrgica Gerdau PN 9,0 22 Setor: TELECOMUNICAÇÕES 1 Telesp Operacional ON 14,2 6 2 Telesp Operacional PN 12,0 10 3 Brasil Telecom PN 6,3 48 4 Brasil Telecom Part. PN 4,8 64 5 Telemar Tele Norte Leste Parts. ON 4,8 66 Setor: TÊXTIL 1 Alpargatas PN 8,0 29 2 Alpargatas ON 7,0 39 3 Santista Têxtil PN 6,6 45 4 Coteminas ON 4,5 71 5 Coteminas PN 3,8 80 Setor: VEÍCULOS E PEÇAS

1 Metal Leve PN 8,5 27 2 FrasLe PN 6,9 40 3 Marcopolo PN 6,1 50 4 Embraer ON 3,8 78 5 Randon Parts. PN 3,6 83

Fonte: Economática e IBRE/DGD.

*Apenas os setores em que há cinco ou mais papéis que atendem aos pré-requisitos exigidos para a presença no ranking das maiores distribuidoras de dividendos do Brasil.

O papel dos

Fundos de Pensão

líquido para ações ordinárias e 27,5% para as preferenciais, é uma exigência que perdeu sentido com a evolução do mercado.

“Mas não chega a atrapalhar as empresas. Hoje em dia todo mundo sabe da importância de distribuir dividendos e ter boas práticas de governança corporativa.”

Lazcano, da CSN, é mais cauteloso. Ele lembra que atualmente as em-presas têm obtido resultados muito bons, e não têm tido problemas com o percentual do lucro a ser distribuído como dividendos.

“Acho que a legislação, que não atrapalha em nada, é uma garantia para o investidor quando os tempos não forem assim tão fartos”, pondera o executivo da CSN. (E.B.)

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