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MUNÍCIPIO DE TORRE DE MONCORVO - CÂMARA MUNICIPAL- PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS (PMDFCI)

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MUNÍCIPIO DE TORRE DE MONCORVO

- CÂMARA MUNICIPAL-

PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA

CONTRA INCÊNDIOS (PMDFCI)

2016 - 2020

Caderno II – Plano de Ação

COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA

CONTRA INCÊNDIOS DE TORRE DE MONCORVO

Apoiado Financeiramente pelo Fundo Florestal Permanente

Torre de Moncorvo 2016

(2)

Município de Torre de Moncorvo PMDFCI

II

PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA

CONTRA INCÊNDIOS (PMDFCI)

2016 - 2020

Comissão Municipal de Defesa da Floresta

Contra Incêndios de Torre de Moncorvo

Data de reunião da CMDFCI:

27/10/2016

(3)

Município de Torre de Moncorvo PMDFCI

III Índice Geral

1 – ENQUADRAMENTO DO PLANO NO ÂMBITO DO SISTMA DE GESTÃO TERRITORIAL E NO SISTEMA ... 8

NACIONAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS ... 8

2 – ANÁLISE DO RISCO, DA VULNERABILIDADE AOS INCÊNDIOS E DA ZONAGEM DO TERRITÓRIO ... 8

2.1. Mapa de combustíveis florestais ... 8

2.2.Cartografia de risco ... 9

2.2.2. Mapa de perigosidade de incêndio florestal ... 9

2.2.3. Mapa de risco de incêndio florestal ... 9

2.3. Mapa de prioridades de defesa ... 10

3 – OBJETIVOS E METAS DO PMDFCI ... 11

3.1. Tipologia ... 11

3.2. Objetivos e metas do PMDFCI ... 11

4 – EIXOS ESTRATÉGICOS ... 12

4.1. 1.º Eixo estratégico: Aumento da resiliência do território aos incêndios florestais ... 12

4.1.1. Levantamento da rede de defesa da floresta contra incêndios... 13

4.1.1.1. Redes de faixas de gestão de combustível e mosaicos de parcelas de gestão de combustível ... 13

4.1.1.1.1. Definição de procedimentos de levantamento e execução a adotar, na interceção de superfícies submetidas a trabalhos de gestão de combustível... 16

4.1.1.2. Rede viária florestal ... 18

4.1.1.3. Rede de pontos de água ... 20

4.1.1.4. Silvicultura no âmbito da DFCI... 21

4.1.2. Planeamento das ações referentes ao 1.º eixo estratégico ... 23

4.1.2.1. Rede de FGC e MPGC ... 23

4.1.2.2. Rede viária florestal ... 24

4.1.2.3. Rede de pontos de água ... 25

4.1.2.3. Distribuição da área total com necessidade de intervenção para a rede de FGC e MPGC ... 25

4.1.2.3.1. Condicionalismos à edificação ... Erro! Marcador não definido. 4.1.2.4. Distribuição do comprimento total com necessidade de intervenção para a rede viária florestal ... 27

4.1.2.5. Identificação da rede de pontos de água ... 30

4.1.2.6. Metas e indicadores para a rede FGC e MPGC, RVF e RPA ... 31

4.1.2.7. Orçamento e responsáveis para a rede FGC e MPGC, RVF e RPA ... 33

4.2. 2.º Eixo estratégico: Redução da incidência dos incêndios ... 36

4.2.1. Comportamento de risco: descrição ... 36

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Município de Torre de Moncorvo PMDFCI

IV

4.2.3. Planeamento das ações referentes ao 2.º eixo estratégico ... 45

4.2.3.1.Sensibilização da população ... 45

4.2.3.2.Fiscalização ... 49

4.2.3.3. Metas e indicadores para a sensibilização e fiscalização ... 49

4.2.3.4. Orçamento e responsáveis para a sensibilização e fiscalização ... 52

4.3. 3.º Eixo estratégico: Melhoria da eficácia do ataque e da gestão dos incêndios ... 54

4.3.1. Vigilância de deteção ... 54

4.3.2. 1:º intervenção ... 57

4.3.3. Rescaldo e vigilância pós-incêndio ... 61

4.3.4. Planeamento das ações referentes ao 3.º eixo estratégico ... 62

4.3.4.1. Metas e indicadores ... 62

4.3.4.2. Orçamentos e responsáveis ... 66

4.4. 4.º Eixo estratégico: Recuperar e reabilitar os ecossistemas ... 69

4.4.1. Estabilização de emergência e reabilitação de povoamentos e habitats florestais ... 69

4.4.2. Estabilização de emergência ... 69

4.4.3. Reabilitação de povoamentos e habitats florestais ... 70

4.5. 5.º Eixo estratégico: Adaptação de uma estrutura orgânica funcional e eficaz ... 72

4.5.1. Identificação das necessidades de formação ... 72

4.5.2. Organização do SDFCI ... 72

(5)

Município de Torre de Moncorvo PMDFCI

V Índice de Figuras

Figura 1– Enquadramento do PMDFCI no sistema de defesa da floresta contra incêndios e nos sistema de gestão territorial. ... 6

Figura 2- Valor médio por freguesia do tempo de chegada para a 1.ª intervenção, na fase de perigo Charlie ... 62

Figura 3- Valor médio por freguesia do tempo de chegada para a 1.ª intervenção, nas fases de perigo Alfa, Bravo, Delta e Echo .... 63

Índice de Quadros Quadro I– Objetivos anuais de acordo com o diagnóstico e o PNDFCI... 20

Quadro II– Área de faixas e mosaicos de parcelas de gestão de combustível realizada por entidade responsável entre 2008-2012 ... 21

Quadro III– Infraestruturas de DFCI realizadas pela câmara municipal entre 2008-2012... 26

Quadro IV– Intervenções na rede de FGC e MPGC para 2013-2017 ... 33

Quadro V- Intervenções na rede viária florestal para 2017-2021 ... 36

Quadro VI– Identificação dos pontos de água ... 37

Quadro VII- Metas e indicadores – aumento da resiliência do território aos incêndios florestais ... 39

Quadro VIII– Estimativa de orçamento e responsáveis – aumento da resiliência do território aos incêndios florestais ... 40

Quadro IX– Comportamento de risco - diagnóstico ... 43

Quadro X– Ações de sensibilização realizadas no período 2007-2012 pela Câmara Municipal ... 47

Quadro XI– Fiscalização ... 49

Quadro XII– Sensibilização da população – descrição das ações ... 53

Quadro XIII- Sensibilização e fiscalização - metas e indicadores ... 55

Quadro XIV– Sensibilização e fiscalização– estimativa de orçamento e responsáveis ... 57

Quadro XV– Índice entre o n.º de incêndios florestais e o n.º total de equipas de vigilância e deteção, no período 2008-2011 ... 61

Quadro XVI– Índice entre o n.º de incêndios florestais e o n.º total de equipas e de elementos de 1:ªintervenção, no período 2008- 2011 ... 64

Quadro XVII– N.º de reacendimentos por ano, no período 2008-2011... 66

Quadro XVIII- Vigilância e deteção, 1.ª intervenção, rescaldo e vigilância pós-incêndio - metas e indicadores ... 67

Quadro XIX- Vigilância e deteção, 1.ª intervenção, rescaldo e vigilância pós-incêndio – estimativa de orçamento e responsáveis .... 70

Quadro XX- Necessidades de formação e número de elementos/entidade ... 76

Quadro XXI- Entidades intervenientes no SDFCI - competências ... 77

Quadro XXII- Programa de formação ... 79

Quadro XXIII- Cronograma de reuniões da CMDFCI ... 80

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Município de Torre de Moncorvo PMDFCI

6

Informação Geográfica

n.º19 - Mapa dos combustíveis florestais do concelho de Torre de Moncorvo

n.º 20 Mapa de perigosidade de incêndio florestal do concelho de Torre de Moncorvo

n.º 21 Mapa de risco de incêndio florestal do concelho de Torre de Moncorvo

n.º 22 Mapa de prioridades de defesa do concelho de Torre de Moncorvo

n.º 23 - Mapa de faixas e parcelas de gestão de combustível do concelho de Torre de Moncorvo

n.º 24 - Mapa da rede viária florestal do concelho de Torre de Moncorvo

n.º 25 - Mapa da rede de pontos de água do concelho de Torre de Moncorvo- operacionalidade e

acessibilidade

n.º 26 - Mapa com áreas sujeitas a silvicultura preventiva no âmbito da DFCI para o concelho de Torrede Moncorvo para 2011 e 2012

n.º 27 - Mapa de construção e manutenção de FGC E MPGC, RVF E RPA do concelho de Torre deMoncorvo para 2013

n.º 28 - Mapa de construção e manutenção de FGC E MPGC, RVF E RPA do concelho de Torre deMoncorvo para 2014

n.º 29 - Mapa de construção e manutenção de faixas e mosaicos de parcelas de gestão de combustíveldo concelho de Torre de Moncorvo para 2016

n.º 30 - Mapa de construção e manutenção de FGC E MPGC, RVF E RPA do concelho de Torre deMoncorvo para 2016

n.º 31 - Mapa de construção e manutenção de FGC E MPGC, RVF E RPA do concelho de Torre deMoncorvo para 2017

n.º 32 - Mapa de identificação das zonas prioritárias de dissuasão e fiscalização do concelho de Torrede Moncorvo

n.º 33 - Mapa de vigilância e deteção do concelho de Torre de Moncorvo (RNPV e 2 LEE)

n.º 34 - Mapa de vigilância e deteção do concelho de Torre de Moncorvo (RNPV e 4 LEE)

n.º 35 - Mapa de representação do potencial do tempo de chegada para a 1.ª intervenção, na faseCharlie do concelho de Torre de Moncorvo

n.º 36 - Mapa de representação do potencial do tempo de chegada para a 1.ª intervenção, nas fasesAlfa, Bravo, Delta e Echo do concelho de Torre de Moncorvo

n.º 37 - Mapa das áreas com necessidade de estabilização de emergência do concelho de Torre deMoncorvo

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Município de Torre de Moncorvo PMDFCI

7 ASSINATURA DOS MEMBROS DA COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA

INCÊNDIOS DE TORRE DE MONCORVO

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Município de Torre de Moncorvo PMDFCI

8 1 – ENQUADRAMENTO DO PLANO NO ÂMBITO DO SISTMA DE GESTÃO TERRITORIAL E NO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS

Na figura seguinte apresenta-se o enquadramento do PMDFCI no sistema de defesa da floresta contra incêndios e no sistema de gestão territorial.

Outros planos PNDFCI

Nacionais

PDDFCI Planos Sectoriais

PROF Douro - Rede Natura 2000

PDM

PMDFCI Torre de Moncorvo

PGF

Figura 1– Enquadramento do PMDFCI no sistema de defesa da floresta contra incêndios e nos sistema de gestão

territorial.

O Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) contem as ações necessárias à defesa da floresta contra incêndios e, para além das ações de prevenção, inclui a previsão e a programação integrada das intervenções das diferentes entidades envolvidas perante a eventual ocorrência de incêndios, visando operacionalizar ao nível local e municipal as normas contidas na legislação de DFCI.

A elaboração e gestão das ações preconizadas no PMDFCI, estão de acordo com as características específicas do concelho de Torre de Moncorvo, e enquadradas no sistema de planeamento e gestão territorial, estando de acordo com o Plano Regional de Ordenamento do Território, Plano Sectorial da Rede Natura 2000. O seu conteúdo e estrutura estão no despacho n.º 4345/2012, de 27 de Março e no no “Guia Técnico para Elaboração

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Município de Torre de Moncorvo PMDFCI

9 do PMDFCI , elaborado pelo ICNF em 12 de Abril de 2012. As suas linhas orientadoras de planeamento florestal estão definidas, a nível nacional, no Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PNDFCI), a nível regional, no Plano Regional de Ordenamento Florestal do Douro e a nível distrital no Plano Distrital de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PDDFCI) do distrito de Bragança.

Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PNDFCI):

O PNDFCI, é um instrumento estruturador da estratégia Nacional, tendo em vista o fomento da gestão ativa da floresta e a criação de condições propícias para a redução progressiva dos incêndios florestais. Através deste instrumento, pretende-se convocar o País, para a causa de DFCI, fomentando a articulação de esforços entre os proprietários florestais, agricultores, grandes empresas do setor, diversas entidades, empresas de abastecimento e distribuição públicos, autarquias locais, organismos da Administração Pública e todos os agentes que intervêm no território, de forma a tornar as florestas e mais resistentes ao fogo, promovendo uma política de defesa da floresta contra incêndios.

A implementação deste instrumento estratégico, faz-se através do estabelecimento de linhas de atuação com indicação clara da fase de planeamento, execução e monitorização, calendarização de medidas e indicadores de execução, que serão seguidas a nível municipal, através do PMDFCI.

Neste sentido, a profunda alteração ao nível do planeamento, fazendo com que os municípios passem a definir politicas de intervenção na floresta e o reforço da capacidade técnica, quer com a revisão do suporte legislativo ao nível das políticas de prevenção quer com mudanças ao nível de procedimentos, são objetivos primordiais deste plano.

Assim, o reforço da organização de base municipal, é encarado como essencial, devendo ser consolidadas e integradas neste nível, as diferentes ações de prevenção e proteção da floresta, potenciando a intervenção dos agentes locais. O aumento das áreas de gestão ativa associado à criação de redes de gestão de combustível, ao alargamento do uso de técnicas de redução de combustível e à criação de faixas de proteção são objetivos de nível nacional que serão perseguidos ao nível municipal através de ações concretas no terreno.

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Município de Torre de Moncorvo PMDFCI

2 Plano Distrital de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PDDFCI)

As alterações introduzidas no Sistema de Defesa da Floresta Contra Incêndios, relativos à elaboração e revisão dos PDDFC, no âmbito das atribuições das Comissões Distritais de Defesa da Floresta Contra Incêndios, permitem uma maior clarificação do conceito de estratégia de DFCI, através de definição das medidas adequadas e do planeamento integrado das diferentes entidades, de acordo com os objetivos decorrentes do PNDFCI, em consonância com os Planos Regionais de Ordenamento Florestal, conforme estabelecido no n.º 1, do artigo 3.º B, do Decreto-Lei n.º 124/2006, de Junho, com a nova redação que lhe foi dada pelo Decreto -Lei n.º 17/2009, de 14 de Janeiro.

Na perspetiva convicta de que a questão dos incêndios florestais não constitui uma matéria de preocupação restringida apenas ao período crítico para a sua eclosão, o PDDFCI assume a função de figura de planeamento de DFCI de escala intermédia, entre o PNDFCI e o PMDFCI. Trata-se de um documento pró-ativo, onde se pretende minimizar as consequências inexoráveis deste flagelo, que ocorre ano após ano, deixando marcas implacáveis nas nossa florestas, construindo, por isso, uma preocupação, não só de instituições, mas de todos nós.

O plano de ação concretiza-se na avaliação e no planeamento de ações que suportam a estratégia distrital de DFCI, definindo metas, indicadores, responsáveis e estimativa orçamental, de acordo com os eixos estratégicos do PNDFCI, refletindo ao nível municipal em ações no terreno.

Estratégia Nacional para as Florestal

A estratégia nacional para as florestas surge como um instrumento, em que se pretende potenciar o valor dos recursos florestais numa perspetiva que tenha em conta as mudanças de contexto detetadas no passado. Nesta lógica, a estrutura da estratégia não pode deixar de refletir as diferentes componentes do valor, mas tem obrigatoriamente de atender à sua desigual distribuição pelos diferentes tipos de floresta, o que conduz a uma matriz estruturante do valor total das florestas.

Nesta matriz constam necessariamente os termos positivos associados aos diversos valores de uso e às diferentes funções que as florestas desempenham, mas constam igualmente as externalidades negativas associadas às florestas, e em particular as que resultam dos incêndios.

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Município de Torre de Moncorvo PMDFCI

3 Em termos de DFCI, as orientações da estratégia nacional para as florestas são vertidas para o PNDFCI e consequentemente para o PMDFCI de Torre de Moncorvo. Um dos grandes objetivos estratégicos é a redução da área ardida, em termos de superfície florestal, para valores equiparáveis à média dos países da bacia mediterrânica, a eliminação dos grandes incêndios, a redução do número de incêndios com duração superior a 24 horas e a redução do número de reacendimentos. Estabelecem, ainda, um quadro de responsabilidades muito claro, cometendo o encargo das ações de prevenção estrutural ao Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a vigilância, deteção e fiscalização à Guarda Nacional Republicana (GNR) e o combate ao Serviço Nacional de Bombeiros e Proteção Civil (SNBPC).

Este quadro, sustentado por um conjunto de diplomas, concretiza uma série de medidas, enquadradas nos eixos estratégicos:

- aumento da resiliência do território aos incêndios florestais, - redução da incidência dos incêndios,

- melhoria da eficácia do ataque e da gestão dos incêndios,

- recuperação e reabilitação dos ecossistemas e das comunidades e - adaptação de uma estrutura orgânica funcional e eficaz.

Estes eixos são o suporte de uma verdadeira e sustentada política de DFCI, operacionalizada através de um plano nacional integrador de atitudes, vontades e recursos, o PNDFCI e vertidos a nível local por meio do PMDFCI.

Orientações Estratégicas para a Recuperação das Áreas Ardidas

As orientações estratégicas para a recuperação de áreas ardidas surgem para dar resposta aos grandes incêndios ocorridos nos anos 2003 e 2005. Os princípios gerais das orientações estratégicas foram vertidos para o PMDFCI, enquadrando-os nas especificidades do concelho de Torre de Moncorvo e articulados entre os diferentes tipos de plano e o nível de planeamento.

Os princípios gerais, ao nível do planeamento da recuperação de espaços florestais ardidos são:

1. Redefinir (ou definir) os objetivos de médio e longo prazo da gestão florestal e as funções associadas aos espaços;

2. Definir as ações necessárias para que o risco de repetição do fogo seja fortemente diminuído.

De referir, que a incorporação das regras de DFCI definidas localmente, não só as relativas à estruturação dos povoamentos mas também à criação e manutenção otimizadas de infra-estruturas, é uma condição sine qua

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Município de Torre de Moncorvo PMDFCI

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non para a viabilização e implantação dos povoamentos, pelo que o PMDFCI surge aqui como um instrumento

de planeamento local das intervenções.

Plano Sectorial da Rede Natura 2000

A área do concelho integrada na Rede natura 2000, abrange a área dos Sítios e ZPE denominados Rios Sabor e Maçãs, do sítio Douro Internacional e da ZPE Douro Internacional e Vale do Águeda, de acordo com a lista aprovada pela Resolução de Conselho de Ministros 142/97, de 28 de agosto e Decreto -Lei n.º 384 -B/99, de 23 de setembro.

Em termos de DFCI estas áreas são consideradas prioritárias, e sujeitas a medidas especificas de estabilização de emergência e de reabilitação de povoamentos e habitas florestais, constantes neste PMDFCI.

Plano Regional de Ordenamento Florestal do Douro (PROF do DOURO)

Os Planos Regionais de Ordenamento Florestal, são instrumentos de política sectorial que incide exclusivamente sobre os espaços florestais, e fornecem o enquadramento técnico e institucional apropriado para minimização dos conflitos relacionados com categorias de usos do solo e modelos silvícolas concorrentes para o mesmo território.

De acordo com o PROF do DOURO, o concelho de Torre de Moncorvo tem excelentes condições para a produção de produtos florestais não-lenhosos, nomeadamente o mel, a castanha e os cogumelos e, para atividades de recreio e paisagem, conferidas pela forte incidência turística ligada essencialmente, ao Vale do Côa e pelo elevado potencial para turismo em espaço rural e turismo de natureza. Tem elevado potencial para a prática da caça e pesca nas águas interiores e boas condições para a silvopastorícia. Em termos de potencial de espécies florestais, tem condições propícias à expansão do sobreiro, azinheira, zimbro, carvalho cerquinho e castanheiro.

Planos de Ordenamento de Albufeiras de Águas Públicas

O concelho de Torre de Moncorvo encontra-se abrangido pelo Plano da Bacia Hidrográfica do Douro, o qual é um instrumento principal de implementação da Diretiva-Quadro da Água (DQA) e que incitará efeitos diretos sobre as atividades e usos da água nas regiões.

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Município de Torre de Moncorvo PMDFCI

5 A DQA estabelece um quadro de ação comunitária no domínio da política da água que se revela como o principal instrumento de promoção de medidas articuladas em cada bacia hidrográfica, com vista a garantir uma gestão sustentável dos recursos hídricos, protegendo assim as águas superficiais interiores, de transição e costeiras e as águas subterrâneas.

A DQA foi transposta para o direito nacional pela Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro (Lei da Água) e complementada pelos Decreto-Lei n.º 77/2006, de 30 de Março e Decreto-Lei n.º 97/2008, de 11 de Junho. A DQA e a Lei da Água têm por objetivo estabelecer um enquadramento para a salvaguarda das águas superficiais e das águas subterrâneas que evite a degradação, proteja e melhore o estado dos ecossistemas aquáticos, dos ecossistemas terrestres associados e das zonas protegidas. Simultaneamente, este enquadramento legal procura promover o consumo de água sustentável, a melhoria do ambiente aquático através da redução gradual ou da cessação de descargas, emissões e perdas de substâncias prioritárias, a redução gradual da poluição das águas subterrâneas, a mitigação dos efeitos das inundações e secas, assegurar o fornecimento em quantidade suficiente de água de origem superficial e subterrânea de boa qualidade, conforme necessário para uma utilização sustentável equilibrada e equitativa da água, proteger as águas marinhas e assegurar o cumprimento dos objetivos dos acordos internacionais pertinentes, incluindo os que se destinam à prevenção e eliminação da poluição em ambiente marinho.

De acordo com a norma consagrada na alínea a) do n.º 1 do artigo 9.º da Lei da Água, a região hidrográfica do Douro (RH3), é da competência e jurisdição da Administração da Região Hidrográfica do Norte, I.P. (ARH do Norte, I.P.). No mesmo sentido estatui a alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 208/2007, de 29 de Maio, que implementa a ARH consagrada na Lei da Água. A concretização desta competência foi determinada por Despacho do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento.

A tarefa de planeamento não pode deixar de ser abordada como algo de sistemático, integrativo e resultante de um processo iterativo e interativo que compreende diversas etapas a serem executadas ao longo de um horizonte temporal definido. O processo de planeamento que emana da DQA tem como objetivo o de atingir o bom estado, ou bom potencial, das massas de água.

O PGRH-Douro, é um plano sectorial que, assentando numa abordagem conjunta e interligada de aspetos técnicos, económicos, ambientais e institucionais e envolvendo os agentes económicos e as populações diretamente interessadas, tem em vista estabelecer de forma estruturada e programática uma estratégia racional de gestão e utilização dos recursos hídricos, em articulação com o ordenamento do território e a conservação do ambiente.

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Município de Torre de Moncorvo PMDFCI

6 O PGRH-Douro constitui um veículo para reportar à Comissão Europeia a aplicação da DQA no território sob jurisdição da ARH do Norte, I.P., assumindo-se como um instrumento privilegiado de planeamento e gestão territorial para as diferentes pessoas coletivas públicas, bem como uma ferramenta de informação, participação e desenvolvimento ambiental e socioeconómico.

Neste contexto, o PGRH-Douro, significa mais do que o mero cumprimento da legislação nacional e comunitária, pretendendo constituir-se como a primeira abordagem integrada dos recursos hídricos para a região hidrográfica, para a prossecução dos objetivos de proteção e melhoramento da qualidade do ambiente, mediante uma utilização prudente e racional dos recursos naturais, baseada nos princípios de precaução e da ação preventiva, da correção, prioritariamente na fonte, dos danos causados ao ambiente e do poluidor pagador.

Entende-se, assim, que os recursos naturais devem ser geridos de modo integrado, considerando as inter-relações que existem entre a água, o solo, a fauna e a flora, de forma a evitar disfunções ecológicas que podem, inclusivamente, comprometer um desenvolvimento económico equilibrado, sistematizando os objetivos e recursos de uma forma inteligível para a generalidade dos cidadãos, dando coerência à ação e fornecendo aos responsáveis políticos e da Administração Pública um conjunto fundamentado de orientações, tendo em vista a tomada de decisões mais assertivas no domínio da gestão dos recursos hídricos.

Planos de Gestão Florestal (PGF)

Os planos de gestão florestal, são instrumentos de regulamentação espacial e temporal das intervenções de natureza cultural e/ou de exploração. Sujeitos a aprovação do ICNF, estes planos visam a produção sustentada de bens ou serviços originados em espaços florestais, determinada por condições de natureza económica, social e ecológica. Os PGF desempenham assim um papel crucial no processo de melhoria e gestão dos espaços florestais por serem eles que operacionalizam a transferem para o terreno, as orientações estratégicas contidas no PROF respetivo.

Assim, o PGF do Perímetro Florestal do Reboredo (PFR), aprovado pela AFN à data 27/07/2011, nos termos do Decreto-Lei n.º 16/2009, de 14 de Janeiro, descreve como principal função do PFR a “proteção”, tendo como principal objetivo a proteção contra incêndios, justifica-se tendo em conta a suscetibilidade da área a incêndios e a necessidade de proteger a área florestal que é a Floresta Modelo do PROF –Douro. Associada à função principal tem também a função de silvo pastorícia, caça e pesca, a função paisagístico e de recreio,

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Município de Torre de Moncorvo PMDFCI

7 justifica pelo potencial que o PFR apresenta para o turismo de natureza e pelo papel que desempenha no enquadramento paisagístico da vila de Torre de Moncorvo. A função de produção, não sendo das funções principais, é importante, pois permite a realização de receitas diretas para o Estado e Autarquia.

De referir que no PGF do Perímetro Florestal do Reboredo estão devidamente integradas as medidas constantes no PMDFCI, e também o PMDFCI obedece às práticas de gestão florestal sustentável previstas para os talhões/parcelas.

Plano Diretor Municipal (PDM)

De acordo com a Lei de Bases da Política de Ordenamento do Território e de Urbanismo, os municípios são obrigados a assegurar a compatibilidade dos Planos Municipais, pelos quais são responsáveis ao nível da elaboração e aprovação, com os planos regionais de ordenamento do território e com os planos sectoriais. Como tal, deverão os municípios assegurar a compatibilidade entre o Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) e o Plano Diretor Municipal (PDM) em elaboração ou revisão, de forma a que este último possa acautelar a programação e a concretização das políticas de desenvolvimento económico, social e de ambiente que constam do primeiro. Excetuam-se os casos em que os planos municipais estão em período de discussão pública.

Neste sentido o Plano Diretor Municipal, deve fazer a classificação e qualificação do solo, refletindo a cartografia de risco de incêndio, que consta no PMDFCI aprovado.

Relativamente aos terrenos localizados fora das áreas edificadas consolidadas, as seguintes regras estão de acordo com o previsto no nº3 do artigo 16º do Decreto –Lei nº 124/2006, de 28 junho, para as novas edificações no concelho de Torre de Moncorvo.

1. Em espaços com ocupação florestal (floresta, matos e pastagens espontâneas) ou com ele confinante, as novas edificações têm que garantir na sua implantação no terreno, uma distância à estrema da propriedade de uma faixa de proteção com uma largura mínima de 50 metros a partir da alvenaria exterior da edificação;

2. Noutros espaços rurais, que não os espaços florestais com edificação florestal, desde que seja assegurada uma faixa de 50 metros sem ocupação florestal (floresta, matos e pastagens espontâneas), as novas edificações fora das áreas edificadas consolidadas têm de salvaguardar, na sua implantação no terreno uma distância à extrema da propriedade numa faixa de proteção de:

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Município de Torre de Moncorvo PMDFCI

8 b) 15 metros nas áreas de alta perigosidade da cartografia de risco de incêndio;

c) 10 metros nas áreas de moderada, baixa e muito baixa perigosidade da cartografia de risco de incêndio;

3. Quando a faixa de proteção de uma nova edificação se sobrepõe com outra faixa de proteção inserida em rede secundária já existente, a área sobreposta pode ser contabilizada na distância à extrema exigida para essa edificação, o mesmo acontecendo com uma via pública ou qualquer outra infraestrutura.

2 – ANÁLISE DO RISCO, DA VULNERABILIDADE AOS INCÊNDIOS E DA ZONAGEM DO TERRITÓRIO 2.1. Mapa de combustíveis florestais

O mapa n.º 19 apresenta a carta de combustíveis florestais do concelho. Foi elaborada segundo a classificação criada pelo Northern Forest Fire Laboratory (NFFL), adaptada pelo ICONA, com a descrição de cada modelo à qual foi adicionado uma orientação da aplicabilidade ao território continental desenvolvida por Fernandes, P.M. e publicada no guia metodológico para a elaboração do plano municipal/intermunicipal de defesa da floresta contra incêndios. A carta de ocupação do solo utilizada foi a COS 2007, com algumas atualizações realizadas pelo GTF.

Da análise do mapa verifica-se que a maior parte do concelho se enquadram no modelo 4, ocupando 39,1% da área total do concelho, seguindo-se o modelo 1, com 35,3%. No modelo 1 os incêndios propagam-se com grande velocidade pelo pasto fino enquanto o modelo 4 é muito mais perigoso, pois o fogo propaga-se sobre as copas dos matos com grande intensidade e com chamas de grandes dimensões. Este modelo é característico das áreas com muito mato enquanto o primeiro é frequente nas áreas agrícolas. O modelo 9 representa 12,4% da ara total do concelho, é característico das formações florestais sem sub-bosque, os fogos são rápidos e com chamas compridas e em condições meteorológicas desfavoráveis (temperaturas altas, humidade relativa baixas e ventos por vezes fortes, as quais ocorrem no meses de Julho, Agosto e Setembro) podem tornar este modelo extremamente perigoso. O modelo 8 representa 7,2% da área total do concelho, ocorrendo em formações florestais ou pré-florestais sem sub-bosque, tais como Quercus mediterrânicos, medronhal, vidoal, folhosas ripícolas, choupal, eucaliptal jovem, pinus sylvestris e cupressal e restantes resinosas de agulha curta. Os fogos são de fraca intensidade, com chamas curtas e que avançam lentamente. Apenas condições meteorológicas desfavoráveis podem tornar este modelo perigoso.

Os modelos 5, 6 7 são pouco representativos, respetivamente 0,04%, 3,1% e 0,02%. O modelo 5 ocorre em formações arbustivas jovens ou com pouco combustível morto e os fogos são de intensidade moderada. No

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9 modelo 6 o fogo propaga-se através do mato com ventos moderados a fortes e no modelo 7, o mato é

constituído por espécies muito inflamáveis, que propagam o fogo debaixo das árvores.

A análise da carta de combustíveis permite-nos direcionar as ações de silvicultura preventiva, com maior incidência nas áreas com os modelos de combustível 1 e 4.

2.2.Cartografia de risco

2.2.2. Mapa de perigosidade de incêndio florestal

O mapa de perigosidade aqui apresentado foi elaborado à escala 1:25 000 e de acordo com a metodologia no Apêndice 4 do “ Guia Técnico para Elaboração do PMDFCI” de Abril de 2012 AFN (atual ICNF). A planimetria e altimetria à escala 1:10 000 foi cedida pela UTAD e a carta de ocupação do solo utilizada foi a COS 2007, com algumas atualizações efetuadas pela GTF. Na produção do mapa referido (perigosidade de incêndio florestal) foram excluídas os territórios artificializados, as zonas húmidas e os corpos de água (rios, albufeiras, barragens, etc.). O mapa de perigosidade de incêndio (n.º 20) caracteriza-se por uma predominância de perigosidade média

a muito alta.

Quando se sobrepõe este mapa com a carta de ocupação do solo, verifica-se que os incultos situam-se na classe de perigosidade muito alta, indicativo que é nestas áreas onde existe uma maior potencial para que um fenómeno potencialmente danoso (neste caso ocorrência de incêndios florestais) ocorra e adquira magnitude. Seguem-se as classes de ocupação das folhosas e das resinosas, com perigosidades desde a média até muito alta e os povoamentos mistos com perigosidade média. As áreas agrícolas têm essencialmente perigosidade baixa, e agro-floresta, improdutivos e urbano, predominantemente com perigosidade muito baixa.

2.2.3. Mapa de risco de incêndio florestal

O mapa de risco de incêndio resultou do produto da perigosidade pelo dano potencial e indica-nos a

probabilidade de que um incêndio florestal ocorra num local específico, sob determinadas circunstâncias, e as suas consequências esperadas, caracterizadas pelos impactos nos objetos afetados (Bachmann e Allower, 1998

cit. em Guia técnico para a elaboração do PMDFCI, 2012).

A análise conjunta deste mapa com o de perigosidade, indicam-nos que se deve dar prioridade às ações de prevenção a realizar nos aglomerados populacionais, no PFR, nas áreas de povoamentos quer de folhosas, quer de resinosas, tais como, realização de silvicultura preventiva, faixas e mosaicos de parcelas de gestão de combustível, boas infraestruturas, e aproveitar estas áreas, sobretudo as folhosas, para aquando de incêndios constituírem “barreiras” à sua progressão.

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10 2.3. Mapa de prioridades de defesa

O mapa de prioridades de defesa (n.º 22) representa as manchas de risco de incêndio elevado e muito elevado, sobre as quais se encontram elementos prioritários de defesa, que no concelho de Torre de Moncorvo são: Perímetro Florestal do Reboredo, aglomerados populacionais, zona industrial, povoamentos florestais, depósitos de água, bombas de combustível, depósitos de gás, parques de merendas, miradouros, trilhos pedestres ou pistas cicláveis.

Tendo em conta a Portaria n.º 1056/2004 de 10 de Agosto, a análise do histórico dos incêndios por freguesia (número e área ardida), o risco histórico-geográfico, o risco de incêndio, a situação geográfica que ocupam, as espécies protegidas e, o trabalho de campo que se tem vindo a realizar (permitiu ver onde se encontram as áreas de povoamentos e as de mato, as condições topográficas adversas, a realização/manutenção das infra-estruturas necessárias a nível de DFCI, etc.) poder-se-á identificar freguesias/lugares que apresentam maior suscetibilidade e vulnerabilidade ao perigo dos incêndios rurais/florestais: Torre de Moncorvo, Carviçais, Quintas da Macieirinha e Martin Tirado, Felgar, Felgueiras, Maçores, Urros, Mós, Açoreira, Lousa e Larinho.

No entanto, como já foi referido anteriormente, este é um plano anual sujeito a alterações, uma vês que a floresta é um ecossistema dinâmico. Assim, estas áreas classificadas como de maior risco poderão sofrer alterações.

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11 3 – OBJETIVOS E METAS DO PMDFCI

3.1. Tipologia

Atendendo ao número de ocorrências e à área ardida relativamente à média nacional, temos um concelho que segue a tipologia T2 – muitas ocorrências e pouca área ardida, indicativo que ter-se-ia que atuar mais em vigilância e fiscalização.

No entanto, esta avaliação pondera os dados em função da média nacional, e portanto, nem sempre traduz a realidade do concelho. Quando a análise é feita apenas com dados do concelho e tal como descrito no caderno I, ponto 1.5.2.2 – Distribuição da área ardida e número de ocorrências por classes de extensão, para o período entre 1992-2011, o concelho evoluiu para uma tipologia T3 – poucas ocorrências e muita área ardida, representando a classe dos grandes incêndios (> 100 ha) 2% das ocorrências mas foi responsável por 71,4% da área ardida. Esta tipologia é indicativo que futuramente as ações têm que ser dirigidas para a construção/manutenção de faixas e mosaicos de parcelas de gestão de combustível, apostando na implementação de programas de redução de combustível, por forma a diminuir as extensas áreas com elevada carga de combustível, existentes atualmente no concelho.

3.2. Objetivos e metas do PMDFCI

Tendo em conta a análise feita nos capítulos anteriores, as recomendações dos instrumentos de ordenamento do território de nível hierárquico superior (PNDFCI, PROF), bem como outros instrumentos de ordenamento do território (ex. PDM de Torre de Moncorvo) e a política municipal de defesa da floresta contra incêndios, apresentam-se de seguida os objetivos do presente plano.

Estes objetivos pretendem orientar o desenvolvimento de todas as ações de defesa da floresta contra incêndios no Município durante um período de 5 anos (2016-2020), sendo, por isso, considerados objetivos tácitos de médio prazo. Note-se que apesar de ter um horizonte de 5 anos, este plano tem um carácter dinâmico, que faz com que seja atualizado sempre que esta Comissão julgue necessário.

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Quadro I– Objetivos anuais de acordo com o diagnóstico e o PNDFCI

Objetivos Metas

2016 2017 2018 2019 2020

Reduzir a área ardida anual 1.150 ha 890 ha 630 ha 510 ha 250 ha

Reduzir o n.º de ocorrências 100 85 75 50 30

Assegurar uma 1.ª intervenção em em todo o em todo o em todo o em todo o em todo o menos de 20 minutos concelho concelho concelho concelho concelho

4 – EIXOS ESTRATÉGICOS

4.1. 1.º Eixo estratégico: Aumento da resiliência do território aos incêndios florestais

Neste eixo de atuação é importante aplicar estrategicamente sistemas de gestão de combustível adequados, o que permitirá aumentar o nível de segurança de pessoas e bens e tornar os espaços florestais mais resilientes à ação do fogo.

A excessiva produção legislativa, a fragmentação da legislação, conjuntamente com a necessidade de reajustar aspetos de âmbito fiscal dirigidos ao sector florestal tem dificultado a implementação das estratégias e políticas nacionais para o sector.

É fundamental delinear uma linha de ação que objetive a gestão funcional dos espaços e introduza, em simultâneo, princípios de DFCI de modo a tendencialmente diminuir a intensidade e área percorrida por grandes incêndios e facilitar as ações de pré-supressão e supressão. Neste sentido o município de Torre de Moncorvo pretende candidatar-se aos programas de candidatura como o Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), POSEUR- 10-2016-67, realizando trabalhos numa área total de intervenção de 118,74 ha, na RPFGC aprovado em reunião da Comissão de Defesa da Floresta Contra Incêndios, nas RVFGC e nos MPGC, estes trabalhos estão previstos começarem em Janeiro de 2017.

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4.1.1. Levantamento da rede de defesa da floresta contra incêndios

A informação que se apresenta foi obtida através da recolha no campo com GPS (TRIMBLE XT) e complementada com ortofotomapas de 2004. A informação está georreferenciada no sistema de coordenadas Datum 73 Hayford Gauss IPCC e é complementada por base de dados onde consta toda a informação recolhida.

Não sendo estática, a informação que se apresenta em seguida está em constante atualização, como tal, em futuras atualizações deste plano poderá haver alguma correção de dados.

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14 AVALIAÇÃO DAS AÇÕES REALIZADAS NO PERIODO 2008-2012

A proteção e conservação dos espaços florestais passa pela atuação do Homem ao nível dos ecossistemas, quer na sua gestão e utilização, quer na defesa dos recursos existentes. Importa referir que a estratégica de defesa da floresta contra incêndios para o concelho assume a defesa de pessoas e bens, sem se desvincular da defesa dos recursos florestais. Esta defesa passa por uma postura pró-ativa de todos os proprietários de edificações e de terrenos confinantes com estas, em meio rural, através da gestão de combustíveis e de outras regras de segurança. A gestão de combustível permite a criação e manutenção da descontinuidade horizontal e vertical da carga combustível nos espaços rurais, através da modificação ou da remoção parcela ou total da biomassa vegetal, através das técnicas mais adequadas e com a intensidade e frequência, de forma a satisfazer aos objetivos dos espaços intervencionados.

Nos últimos 5 anos, a grande aposta do Município foi claramente em ações de natureza estrutural, como a rede viária e divisional, como também em ações de gestão de combustível e arborização.

No quadro seguinte apresenta um resumo dos trabalhos efetuados entre 2008 e 2012.

Quadro II– Área de faixas e mosaicos de parcelas de gestão de combustível realizada por entidade responsável

entre 2008-2012

Ano FGC (E.D.P.) FGC (R.E.N.) FGC (E.P.) FGC (E.M.) (C.M.T.M.). M.P.G.C 2008 Construção- 10.34ha Construção- 27.82ha Construção- 8.42ha Manutenção- 60km Construção- 30ha

2009 Construção- 38.44ha Manutenção- 40km Construção- 60ha

2010 Construção- 40ha

Construção- 73.89ha Construção- 122.19ha Manutenção-

2011 Manutenção-10.34ha Total-84.23ha Manutenção-27.82ha Total-150.01ha Manutenção- 8.42ha 80km Construção - 40ha

Construção- 79.31ha Manutenção-

2012 Manutenção-38.44ha Total-117.75ha 60km Construção - 30ha

Total 94,57ha 334,02ha 16,84ha 240km 200ha

Da análise do quadro anterior, salienta-se a realização de cerca de 200 ha de mosaicos de parcelas de gestão de combustível, com recurso ao fogo controlado e à realização de queimadas, tendo como objetivos impedir a propagação de grandes incêndios florestais e a renovação de pastagens.

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15 De referir que de forma mais ou menos celere tem sido cumprido a execução das faixas de gestão de combustível previstas no artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de Junho, com a nova redação. No entanto, deverá garantir-se maior percentagem de execução das faixas de proteção aos aglomerados e edificações (n.º 8 e n.º 2, do artigo 15, do mesmo diploma legal).

LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES PARA O PERIODO 2016-2020

No mapa n.º 23 apresentam-se as faixas e mosaicos de parcelas de gestão de combustível prevista realizar no período 2016-2020. O concelho ainda não contempla rede primária de faixas de gestão de combustível, pelo que, tal como se pode observar no mapa, as faixas a realizar são respeitantes as redes secundárias de faixas de gestão de combustível, de interesse municipal ou local, e, no âmbito da proteção civil de populações e infraestruturas, e desenvolvem-se sobre as redes viárias e ferroviárias públicas; sobre as linhas de transporte e distribuição de energia elétrica, e as envolventes aos aglomerados populacionais e a todas as edificações, ao parques de campismo, às infraestruturas e parques de lazer e de recreio, aos parques e polígonos industriais, às plataformas logísticas e aos aterros sanitários. Em termos de DFCI, a realização destas faixas de gestão de combustível permitirá cumprir as seguintes funções:

a) Redução dos efeitos da passagem de incêndios, protegendo de forma passiva vias de comunicação, infraestruturas e equipamentos sociais, zonas edificadas e povoamentos florestais de valor especial; b) Isolamento de potenciais focos de ignição de incêndios.

Os mosaicos de parcelas de gestão de combustível, tal como se pode observar pelo mapa n.º 23, dizem respeito a um conjunto de parcelas do território no interior de compartimentos definidos pela redes secundárias, estrategicamente localizadas, onde, através de ações, nos casos em concreto, com recursos à técnica do fogo controlado, se procede à gestão dos vários estratos de combustível e à diversificação da estrutura e composição das formações vegetais, com o objetivo primordial de defesa da floresta contra incêndios.

A delimitação destas faixas e mosaicos, estão inseridas no contexto local e de paisagem numa lógica municipal de gestão de combustíveis florestais, e teve em conta o historial de propagação do fogo na área, os rumos preferenciais de propagação dos incêndios, a atual ocupação do solo, a carta de perigosidade e de risco e a carta de prioridades de defesa.

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16 O histórico dos incêndios no concelho indica-nos que nas freguesias de Torre de Moncorvo, Açoreira, Felgar, Felgueiras, Larinho, Carviçais e Mó, existe uma grande concentração de pontos de início, e são áreas preferências de propagação de incêndios (nomeadamente, grandes incêndios), sendo a principal causa associada o uso do fogo, destacando-se as queimadas, e portanto existe nestas freguesias a necessidade por parte dos pastores de renovação de pastagens para o gado. Assim, a implementação destes mosaicos de

gestão de combustível, cumpre como objetivo principal a defesa da floresta contra incêndios, e como objetivo complementar a renovação e melhoramento de pastagens.

Atendendo à carta de perigosidade de incêndio verificamos que as classes de perigosidade alta e muito alta destacam-se, sendo na classe de ocupação do solo, incultos, a perigosidade muito alta, indicativo que é nestas áreas onde existe um maior potencial para que um fenómeno potencialmente danoso (neste caso a ocorrência de incêndios florestais podendo ter consequências não só em termos de pessoas e bens, como também em recursos florestais) ocorra e adquira magnitude. As classes de ocupação das folhosas e das resinosas, apresentam também perigosidades desde a média até muito alta.

A análise do mapa de risco de incêndio florestal verifica-se que este é muito elevado nomeadamente, nos aglomerados populacionais e no PFR, quer isto dizer que o potencial de perda destas áreas é muito elevado e portanto as ações de prevenção devem dirigir-se no sentido de evitar esta perda.

De referir ainda, que da análise conjunta do mapa de perigosidade com o de risco de incêndio, permitiu-nos delimitar estas faixas e mosaicos, por forma a haver uma compartimentação do espaço florestal, impedindo propagação de grandes incêndios em dias de perigo extreme (os quais de acordo com o histórico são cada vez mais frequentes no concelho, e para os quais se devem dirigir, prioritariamente as ações), permitindo ações de supressão ativas por perda da intensidade da frente de fogo.

Por último, e atendendo ao mapa de prioridades de defesa, verifica-se que as ações de prevenção, com destaque para as ações de gestão de combustível devem ser direcionadas para proteger os aglomerados populacionais, o PFR, a zona industrial, os povoamentos florestais, depósitos de água, bombas de combustível, depósitos de gás, parques de merendas, miradouros, trilhos pedestres ou pistas cicláveis.

4.1.1.1.1. Definição de procedimentos de levantamento e execução a adotar, na interceção de superfícies submetidas a trabalhos de gestão de combustível

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17 No artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de Junho, com a nova redação, são definidas as dimensões das faixas de gestão do combustível, no entanto, e uma vez que a cartografia da rede viária e das linhas de transporte e distribuição de energia elétrica disponível para delimitar as mesmas são linhas a partir do eixo da via, e tendo sido solicitadas por algumas entidades no PMDFC anterior alterações, passamos a descrever as faixas onde houve alterações:

• linhas da responsabilidade da REN fez-se um buffer de 18 metros para cada lado da linha, por forma a garantir 10 metros para cada um dos lados da projeção vertical dos cabos condutores exteriores;

• Estradas Nacionais da responsabilidade da EP, executou-se um buffer de 15 metros para cada lado da linha, e considerando a largura média das estradas de 10 metros, garantindo uma faixa lateral de terreno confinante às estradas de 10 metros;

• Estradas municipais da responsabilidade da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, executou-se um buffer de 12,5 metros para cada lado do eixo da via, e considerando a largura média das estradas de 5 metros, garante-se uma faixa lateral de terreno confinante às estradas de 10 metros.

No caso das linhas da responsabilidade da EDP não houve alterações, fez-se um buffer de 10 e 7 metros para cada lado das linhas de transporte e distribuição de energia elétrica, respetivamente de 60 kv e 30 kv. O mesmo aconteceu para os caminhos, nos quais se executou uma faixa de 10 metros para cada lado do eixo da via.

Quando existe interceção das diferentes faixas de gestão de combustível, definiram-se as seguintes prioridades, em que a primeira se sobrepõe às restantes e assim sucessivamente:

1- Faixas de gestão de combustível da responsabilidade da REN; 2- Faixas de gestão de combustível da responsabilidade da EDP; 3- Faixas de gestão de combustível da responsabilidade da EP;

4- Faixas de gestão de combustível às estradas municipais, da responsabilidade da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo;

5- Faixas de gestão de combustível aos caminhos, da responsabilidade dos Privados/Entidades Gestoras; 6- Faixas de gestão de combustível aos aglomerados populacionais, cuja responsabilidade de execução é

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18 7- No Perímetro Florestal do Reboredo (a prioridade 5 e 6 invertem-se), as faixas de gestão de combustível ao aglomerado populacional sobrepõem-se às faixas dos caminhos, cuja responsabilidade é da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo e do ICNF;

8- Faixas de gestão de combustível aos parques de campismo, nas infraestruturas e equipamentos florestais de recreio, nos parques e polígonos industriais, nas plataformas de logística e nos aterrossanitários, cuja responsabilidade é das Entidades Gestoras;

9- Mosaicos de parcelas de gestão de combustível, executados com recurso ao fogo controlado, cuja responsabilidade é da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo;

10- Parcelas sujeitas a silvicultura preventiva.

De referir ainda, que no interior dos aglomerados populacionais, entende-se que não se aplica o Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de Junho, com a nova redação, ficando sujeito às medidas constantes no Regulamento n.º 291/2007, de 31 de Outubro - Regulamento Municipal de Resíduos Sólidos, Higiene e Limpeza Pública do Concelho de Torre de Moncorvo, e no Plano Diretor Municipal.

Relativamente às faixas de gestão de combustível a que se refere o n.º 2 do artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de Junho, com a nova redação, as mesmas não estão delimitas cartograficamente, mas todas devem cumprir as normas constantes no anexo do diploma legal referido em epígrafe.

4.1.1.2. Rede viária florestal

AVALIAÇÃO DAS AÇÕES REALIZADAS NO PERIODO 2008-2012

A proximidade das estradas principais e a densidade de caminhos florestais e agrícolas são dois fatores que interferem com o perigo de incêndio da floresta. Grande número de incêndios que são provocados por descuido ou desleixo (e mesmo intencionais) iniciam-se perto das vias de comunicação, pelo que a proximidade a uma estrada pode aumentar o perigo de ignição (Almeida et al., 1995).

Em termos de DFCI, a rede viária apresenta-se assim como um dos elementos a considerar na problemática da prevenção e combate a incêndios florestais, tendo a este nível os seguintes papéis: permite visibilidade

a quem circule nas vias; permite acesso às viaturas de combate a incêndios e pode também funcionar como zonas de contenção de fogos. Por estes motivos o Município tem feito ao longo dos anos um grande investimento neste tipo de infraestruturas, beneficiando as que já existem e construindo novas. Nos caminhos, as operações que se realizaram foram as seguintes: regularização da plataforma, aumento da largura dos caminhos (por forma a cruzarem dois veículos de combate a incêndios florestais), abertura de

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19 quebra-mares e construção/manutenção de pontos de viragem. A abertura de quebra-mares, que até à data não se faziam, teve como objetivo evitar a erosão e consequentemente a destruição da plataforma dos caminhos. Estes foram sempre construídos de forma oblíqua. A construção de pontos de viragem, os quais também não eram executados, permitiram criar zonas onde os meios terrestres de combate a incêndios pudessem efetuar manobras de inversão de marcha. A sua localização obedeceu aos locais de melhor visibilidade do condutor que permite observar a aproximação de outro veículo, privilegiando, sempre que possível locais de cruzamento de caminhos.

No quadro seguinte apresenta um resumo dos trabalhos efetuados entre 2008 e 2012.

Quadro III– Infraestruturas de DFCI realizadas pela câmara municipal entre 2008-2012

Ano Quebra Sinalização de Becos sem Pontos de Viragem Caminhos Aceiros Saída

Mares estruturas de DFCI

Abertura –

1,23km Abertura-

2008 Construção de Manutenção – 28,87km Manutenção - 2,53km Eliminaram-se becos sem Manutenção/Construção de 69

3,23km Alargaram-se 19,93km saída

– 17,17km

Abertura- Eliminaram-se

Beneficiação Beneficiação – 1,45km becos sem

2009 de 3,01km Beneficiação- Beneficiação de 15

45,68km 15,02km saída

Beneficiação Beneficiação – Beneficiação – Eliminaram-se becos sem Beneficiação de 32

2010 de 3,2km 40,09km 9,36km saída

45 placas colocadas em Eliminaram-se

2011 Beneficiação de 3,2km Beneficiação – Beneficiação – 40,09km 9,36km indicação dos meios que – caminhos, com becos sem saída Beneficiação de 32 podem ou não circular

18 pontos de água

2012 Beneficiação Beneficiação – Beneficiação – sinalizados com os meios de apoio ao Eliminaram-se becos sem de 1,94km 10,3km 7,9km combate que podem saída

abastecer

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20 LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES PARA O PERIODO 2016-2020

No sentido de caracterizar toda a rede viária do concelho de acordo com as normas propostas no guia técnico para a elaboração do PMDFCI, iniciou-se o levantamento da mesma no quinquénio anterior, no entanto, não podemos dá-lo como concluído, porque quer a câmara municipal, quer as juntas e os privados fazem anualmente abertura e manutenção dos caminhos, pelo que, é necessário sempre que se justifique atualizá-lo.

No mapa n.º 24 encontra-se a rede viária onde se fez no terreno o seu levantamento e a respetiva caracterização para efeitos de DFCI, de acordo com as normas constantes no guia técnico para a elaboração do PMDFCI, à data de Abril de 2012. Da sua análise e para efeitos de DFCI, verifica-se que na sede do concelho e nas freguesias adjacentes de Felgar, Souto da Velha, Felgueiras existe uma ótima densidade de rede viária, com destaque para o PFR, o qual se encontra bem servido de caminhos e aceiros, e em bom estado de conservação (os caminhos além de terem largura suficiente para cruzarem veículos médios e pesados de combate, têm um piso regular) devido à manutenção que é realizada anualmente pela Câmara Municipal de Torre de Moncorvo. Verifica-se também que a área florestal existente no Cabeço da Mua, maioritariamente pertencente à freguesia do Felgar e a privados, embora com uma boa densidade de caminhos florestais e aceiros, não têm largura suficiente. Verifica-se também que existem freguesias com baixa rede viária florestal, e com largura média de 2 metros, tais como Mós, Adeganha, Cardanha, Cabeça Boa, Peredo dos Castelhanos. O que aliado aos acentuados declives e à elevada carga de combustível dificultam o trabalhos das equipas de 1.ª intervenção e combate a incêndios. No entanto, a sua construção teria custos muito elevados, pois são zonas de rocha e de acentuados declives.

4.1.1.3. Rede de pontos de água

AVALIAÇÃO DAS AÇÕES REALIZADAS NO PERIODO 2008-2012

Em matéria de DFCI, a existência de pontos de água com boas condições de acesso por meios aéreos ou

terrestres constitui, conjuntamente com a rede nacional de postos de vigia um fator essencial no combate a incêndios florestais, por facultar o acesso a água quer por parte das corporações de bombeiros quer pelas próprias populações.

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21 Da avaliação das necessidades para este quinquénio, previam-se construir 7 pontos de água no ano 2010, para abastecimento dos meio terrestres de combate a incêndios. No entanto, só foi possível concretizar-se em 2012 por meio do Programa Cooperação Transfronteiriço Espanha – Portugal (Norte – Riscos II), Prevenção de Riscos Naturais e Tecnológicos na Fronteira, Norte Portugal – Castela e Leão (2.ª Convocatória). Além destes, construiu-se mais um na freguesia do Felgar.

LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES PARA O PERIODO 2016-2020

No mapa n.º 25 encontra-se a rede de pontos de água operacionais existentes até à data no concelho. A sua localização e referenciação são essenciais para a eficácia do combate. É por isso necessário que exista um bom levantamento da localização destes pontos de água.

Efetuou-se o levantamento dos pontos de água no ano de 2006 e desde então tem-se efetuado anualmente a sua atualização. O levantamento foi efetuado com GPS (XT Trimble), segundo as normas estabelecidas na Portaria n.º 133/2007 de 26 de Janeiro. Esta informação será atualizada, sempre que se registarem alterações.

Da análise do mapa, verifica-se que grande parte dos pontos de água operacionais, são planos de água, os quais servem na grande maioria para abastecimento dos meios aéreos e terrestres, e têm uma boa distribuição por todo o concelho. Note-se ainda que o concelho é banhado pelo rio Douro, ótimo para

abastecimento quer de meios aéreos quer terrestres, e também pela barragem do Sabor. Verifica-se também que a relação entre o número de pontos de água/superfície de espaços florestais coberta é de 1 para 565 ha, e em termos de água disponível, (tendo como referência os 600m3/1000ha, segundo Lesionasses citado pela DGF em 1990), podemos concluir que a quantidade de água potencial disponível é mais do que suficiente. Este facto deve-se à existência de barragens de grande capacidade. Assim, podemos concluir que não existe necessidade de construir mais pontos de água no concelho.

4.1.1.4. Silvicultura no âmbito da DFCI

AVALIAÇÃO DAS AÇÕES REALIZADAS NO PERIODO 2008-2012

Em matéria de DFCI, a realização de silvicultura preventiva quer nas faixas quer em povoamentos florestais, foi

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22 florestais (contemplando a multifuncionalidade e a biodiversidade), o planeamento da exploração florestal (diversificando o regime de cortes), as práticas silvícolas (considerando as soluções de descontinuidade que reduzem o perigo de incêndio).

Da análise do mapa n.º 26 verifica-se que a área de silvicultura preventiva no âmbito da DFCI realizada nos dois últimos anos foi significativa, concentrando-se na área do PFR.

Assim, através de meios moto manuais e mecânicos, realizaram-se cerca de 117 ha de faixas e mosaicos de

parcelas de gestão de combustível, dos quais 87 ha foram posteriormente plantados com espécies florestais e autóctones e resistentes à passagem do fogo:

- Projeto PRONATURA contemplou a limpeza da vegetação espontânea e a plantação de carvalhos, azinheiras e medronheiros:

- 20.150 carvalhos no PFR, em 24,8 ha;

- 625 medronheiros e 1.347 azinheiras no PFR em 3,08ha;

- 1.825 medronheiros e 600 azinheiras na Zona Industrial e Bulfeiros, em 3,8 ha.

- Projeto PRODER, inclui a limpeza da vegetação espontânea, o aproveitamento da regeneração natural existente e a plantação de carvalhos em 44 ha no PFR;

- Projeto COMPENSAÇÃO – APROVEITAMENTO HIDROELÉTRICO DO BAIXO SABOR, inclui a limpeza da vegetação espontânea, o aproveitamento da regeneração natural de carvalhos e castanheiros e a plantação de

sobreiros em 17 ha.

Com recurso à técnica de fogo controlado realizaram-se em 2011 e 2012 cerca de 26 ha, tendo como principal objetivo impedir a propagação de grandes incêndios em dias de perigo extremo, permitindo ações de supressão ativas por perda da intensidade da frente de fogo e, como objetivo complementar a renovação e melhoramento de pastagens.

De referir que à data de 27-07-2011 foi aprovado o Plano de Gestão Florestal do Reboredo, permitindo a concretização de uma meta prevista no PMDFCI e da ação de promoção do ordenamento do espaço florestal, o que contribui para a concretização de um dos objetivos do 1.º eixo estratégico do Plano Nacional de Defesa

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23 da Floresta Contra Incêndios, concretamente promover a gestão florestal e intervir preventivamente em áreas estratégicas.

LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES PARA O PERIODO 2016-2020

Para o próximo quinquénio, existem várias áreas sujeitas a ações de silvicultura preventiva, sendo a área do PFR, aquela que mais se destaca, a qual deverá seguir as ações constantes no Plano Gestão Florestal do PFR aprovado em 27-04-2011.

A realização das ações referentes ao 1.º eixo estratégico, referidas anteriormente ao nível municipal, permitiu cumprir objetivos, ações e metas previstos no PMDFCI (2008-2012) e consequentemente no Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios.

4.1.2. Planeamento das ações referentes ao 1.º eixo estratégico 4.1.2.1. Rede de FGC e MPGC

Nos mapas n.º 27, 28, 29, 30 e 31, apresentam-se as FGC e MPGC, RVF e RPA sujeitas a intervenção entre o período 2016 a 2020.

Para a concretização das propostas de planeamento atendeu-se aos meios de execução e de financiamento que os responsáveis da gestão de combustível utilizaram nos últimos cinco anos, pelo que os mesmos para os próximos cinco anos são apenas propostas, podendo no futuro ocorrerem alterações.

Assim, para as ações cujo responsável é a Câmara Municipal, nomeadamente a execução de faixas de gestão de combustível às estradas municipais, os meios de execução e financiamento serão meios próprios da Autarquia, à semelhança do que aconteceu nos últimos anos. Quanto à execução de faixas e mosaicos de parcelas de gestão de combustível, com recursos ao fogo controlado, poderá ser executado por empresa de prestação de serviços/prestadores de serviços e, só será possível executar se existir financiamento de fundos comunitários. Caso não existam não será possível executar as ações previstas/ano.

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24 Para as ações previstas cuja responsabilidade é das entidades gestoras, privados, privado/entidade

gestora; REN, EDP e EP, desconhecem-se quais os meios de execução que vão usar e respetivo financiamento,

pelo que colocou-se na tabela de atributos da shapefile, em ambos os meios o código “outros”, pois poderão ter meios próprios para executar ou recorrer a empresas, associações, etc., tal como também poderão ter financiamento próprio, de projetos, etc.

Por último, para levar a cabo as ações cuja responsabilidade é da câmara municipal e do instituto de

conservação da natureza e florestas (concretamente a execução das faixas de gestão de combustível à rede

viária florestal, no PFR), o meio de execução poderá ser “Empresa de prestação de serviços/prestadores de serviços” e, só será possível executar se existir financiamento de fundos comunitários.

4.1.2.2. Rede viária florestal

Tal como se pode observar nos mapas n.º 27, 28, 29, 30 e 31, o PFR tem a manutenção anual dos caminhos e aceiros, bem como alguns caminhos adjacentes ao mesmo, dada a necessidade em mante-los em bom estado conservação para apoio às ações de deteção e vigilância, 1.ª intervenção e combate, pois o PFR é considerado uma área prioritária em termos de DFCI.

A realização das ações previstas de construção e manutenção da rede viária florestal poderá ser levada

a cabo por várias entidades, Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, Instituto de Conservação e das

Florestas, Privados e Entidades Gestoras, pelo que relativamente à Câmara Municipal e atendendo ao que tem sido realizado nos anos anteriores (a sua intervenção tem sido essencialmente no PFR e áreas adjacentes) , os

meios de execução disponíveis poderão ser meios próprios da autarquia, empresas de prestação de

serviços/prestadores de serviços, equipa de sapadores florestais. Quanto aos meios de financiamento poderão ser fundos próprios da autarquia e/ou fundos comunitários.

Quanto às restantes entidades, desconhecem-se quais os meios de execução que vão usar e respetivo financiamento, pelo que colocou-se na tabela de atributos da shapefile, em ambos os meios o código “outros”, pois poderão ter meios próprios para executar ou recorrer a empresas, associações, etc., tal como também poderão ter financiamento próprio, de projetos, etc.

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4.1.2.3. Rede de pontos de água

Nos mapas n.º 27, 28, 29, 30 e 31, não estão representados pontos de água, pois tal, como já foi referido no ponto 3.1.3, não existe necessidade de construir mais pontos de água no concelho, tal como os existentes prevê-se necessitem de manutenção/beneficiação nos próximos 5 anos. Por estes motivos os mapas anteriores aparecem sem rede de pontos de água.

Uma vez que não estão previstos para os próximos 5 anos, a construção e manutenção de pontos de água não são indicados os meios de execução disponíveis e respetivos meios de financiamento.

4.1.2.3. Distribuição da área total com necessidade de intervenção para a rede de FGC e MPGC

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Quadro IV– Intervenções na rede de FGC e MPGC para 2016-2020

Distribuição da área total com necessidade de intervenção (ha) Código da descriçã o da faixa ATCI (ha) ATSI (ha) Área Total FGC (ha) 2016 2017 2018 2019 2020 Com Interven ção (m) Sem Interv enção (m) Com Interv ençã o (m) Sem Interve nção (m) Com Interv enção (m) Sem Interven ção (m) Com Interven ção (m) Sem Interv enção (m) Com Interv enção (m) Sem Interven ção (m)

1 Devem ser intervencionadas sempre que se

justifique. 0,00 21,25 2 24,39 94,35 118,74 0,00 0,00 24,39 0,00 0,00 24,39 3 73,10 45,64 118,74 0,00 0,00 73,10 0,00 0,00 73,10 4 748,96 10,41 759,37 748,96 10,41 64,85 694,52 72,95 686,42 748,96 10,41 64,85 694,52 7 280,31 130,57 410,88 116,14 294,74 0,00 410,88 164,17 246,71 116,14 294,74 0,00 410,88 8 24,4 0,00 24,4 0,00 0,00 24,4 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 10 133,85 83,55 217,40 0,00 217,40 81,50 135,9 52,35 165,05 0,00 217,40 81,50 135,9 11 175,16 0,00 175,16 48,51 126,65 89,92 85,24 36,73 138,43 48,51 126,65 89,92 85,24 Total 1457,02 462,01 1919,03 913,61 649,2 355,01 1326,54 326,2 1236,61 913,61 649,2 236,27 1445,28

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4.1.2.4. Distribuição do comprimento total com necessidade de intervenção para a rede viária florestal

A rede de infraestruturas é fundamental em todas as fases de DFCI, desde a prevenção até ao rescaldo. Apesar de atualmente o município ter apoios para a construção e beneficiação de caminhos e aceiros, o município tem feito, todos os anos, um esforço enorme para garantir a manutenção destas infraestruturas. De acordo com o levantamento da rede viária efetuado até à data, há necessidade de não só beneficiar a existente como também construir em determinadas zonas.

Referências

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