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Associação entre os índices operacionais e a taxa de ocupação de um centro cirúrgico geral.

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Academic year: 2017

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ASSOCI AÇÃO ENTRE OS Í NDI CES OPERACI ONAI S E A TAXA DE OCUPAÇÃO DE UM

CENTRO CI RÚRGI CO GERAL

Maria Helena Aoki Nepot e1

I lza Urbano Mont eiro2

Ellen Hardy2

Est udo prospect ivo que analisou a dinâm ica das salas cirúrgicas at ravés de índices operacionais que m edem a ot im ização, resist ência, sobrecarga e ocupação do cent ro cirúrgico, e t am bém ident ificou os fat ores que m ais se associar am a esses índices. For am analisadas 1908 cir ur gias, dur ant e dois m eses de 2007. A t ax a de ocu p ação e os ín d ices d e ot im ização e r esist ên cia m éd ios en con t r ad os f or am 8 0 , 4 1 , 6 5 , 3 5 e 3 4 , 6 5 % , r esp ect iv am en t e. A d if er en ça en t r e o ín d ice d e sob r ecar g a p osit iv o e n eg at iv o f oi b aix o ( 5 , 4 2 % ) . O rem anej am ento de sala e o atraso, respectivam ente, foram as variáveis que m ais contribuíram para a elevação desses índices. No t est e est at íst ico de regressão linear observou- se que a t axa de ocupação foi a prim eira variável com um selecionada t ant o nos índices de sobrecarga, resist ência com o ot im ização. É fundam ent al a at uação sobre esses índices operacionais para se obt er result ados sat isfat órios no gerenciam ent o do cent ro cirúrgico, com processos bem definidos e t rabalho em equipe.

DESCRI TORES: enferm agem de cent ro cirúrgico; procedim ent os cirúrgicos operat órios; indicadores de gest ão; enfer m agem per ioper at ór ia

ASSOCI ATI ON BETW EEN OPERATI ONAL I NDEXES AND THE UTI LI ZATI ON RATE

OF A GENERAL SURGERY CENTER

This is a prospect ive st udy t hat focused on t he dynam ics of operat ing room s using operat ional indexes t hat m easure opt im izat ion, resist ance, overload and ut ilizat ion of t he surgical unit , and also ident ified t he fact ors m ost associat ed wit h t hese indexes. A t ot al of 1,908 surgeries were analyzed over a period of t wo m ont hs in 2007. The average rat es of ut ilizat ion, opt im izat ion and resist ance indexes were 80.41% , 65.35% and 34.65% r espect ively. The differ ence bet w een t he posit ive and negat ive over load index w as low ( 5.42% ) . Oper at ing room rescheduling and delays were the variables that contributed the m ost to the increase in these indexes. I n the linear regression statistical m odel, the utilization rate was found to be the first com m on variable selected in t he overload, resist ance and opt im izat ion indexes. I t is essent ial t o work on t hese operat ional indexes wit h a view t o obt ain sat isfact ory result s in t he m anagem ent of t he surgical cent er, wit h well- defined work processes and t eam w or k.

DESCRI PTORS: operat ing room nursing; surgical procedures, operat ive; m anagem ent indicat ors; perioperat ive nur sing

LA ASOCI ACI ÓN ENTRE LOS Í NDI CES OPERACI ONALES Y LA TASA DE OCUPACI ÓN

DE UN CENTRO QUI RÚRGI CO GENERAL

Se t r at a de u n est u dio pr ospect iv o qu e an alizó la din ám ica de las salas qu ir ú r gicas a t r av és de ín dices operacionales que m iden la opt im ización, resist encia, sobrecarga y ocupación del cent ro quirúrgico, y t am bién ident ificó los fact or es que m ás se asociar on a esos índices. Fuer on analizadas 1.908 cir ugías, dur ant e dos m eses en el año de .2007. La tasa de ocupación y los índices de optim ización y resistencia prom edios encontrados fueron 80,41, 65,35 y 34,65% , respectivam ente. La diferencia entre el índice de sobrecarga positivo y negativo fue baj o ( 5,42% ) . El cam bio de sala y el at raso, respect ivam ent e, fueron las variables que m ás cont ribuyeron par a la elev ación de esos índices. En la pr ueba est adíst ica de r egr esión linear se obser v ó que la t asa de ocu pación fu e la pr im er a v ar iable com ú n seleccion ada t an t o en los ín dices de sobr ecar ga, r esist en cia y optim ización. Es fundam ental la actuación sobre eses índices operacionales para obtener resultados satisfactorios en la adm inist ración del cent ro quirúrgico, con procesos bien definidos y t rabaj o en equipo.

DESCRI PTORES: enfer m er ía de quir ófano; pr ocedim ient os quir úr gicos oper at iv os; indicador es de gest ión; enfer m er ía per ioper at or ia

(2)

I NTRODUÇÃO

O

centro cirúrgico ( CC) é um setor singular dent r o de qualquer hospit al, at r aindo at enção pela e v i d ê n ci a d o s r e su l t a d o s, co m p l e x i d a d e d a s operações, decisiva ação curat iva e por ser o local m ais oneroso do com plexo hospit alar( 1). A ut ilização

da capacidade cir úr gica m áx im a const it ui um a das principais m edidas que visam a eficiência, vist o que pacien t es cir ú r gicos r epr esen t am a m aior r eceit a hospitalar em um a instituição de cuidados de saúde( 2). O enfer m eir o, at ualm ent e, v em , cada v ez m ais, sendo envolvido nas decisões financeiras e no planej am ent o or çam ent ár io das inst it uições, t endo que gerir recursos ( hum anos, m ateriais e financeiros) m uit as v ezes escassos. Possui t am bém im por t ant e papel com o agent e de m udanças para o alcance de resultados positivos, bem com o buscando o equilíbrio ent re qualidade, quant idade e cust os( 3).

Para se conseguir esse equilíbrio, a adoção de sist em as de m edição de desem penho const it ui im port ant e ferram ent a para os gest ores no processo de im plem ent ação de est rat égias e m elhorias, pelo retorno que os resultados do sistem a podem oferecer. Esse i n t e r e sse d a s e m p r e sa s e m m e d i r se u d e se m p e n h o su r g i u d e p r o j e t o s r e l a ci o n a d o s à qualidade, eficiência, produt ividade e cust os( 4).

Um a aut ora( 5) citou “ otim ização” com o sendo

o gan h o da capacidade oper acion al e den om in ou “ resist ência” os fat ores que represent am a perda da capacidade operacional do CC. Esses fat ores, com o os atrasos e cancelam entos, devem ser m inim izados, pois pr ej udicam o pr epar o pr é- oper at ór io, ger ando cu st os adicion ais ao h ospit al, descon f or t o par a o pacient e e sua fam ília bem com o descont ent am ent o da equipe( 6). Recom enda- se que os enferm eiros e os

g e r e n t e s d a u n i d a d e d e CC r e d e se n h e m se u s pr ocessos r elacionados a esses fat or es ( v isit a pr é-operatória, planej am ento do m apa cirúrgico, recursos hum anos, gerenciam ent o de m at eriais, ent re out ros) e ut ilizem m ét odos de cont r ole par a padr onizar ou corrigir os problem as, ou sej a, est abelecer m edidas p ar a r ed u zi r as cau sas d e su sp en são ci r ú r g i ca, t raçando e perseguindo m et as a serem at ingidas( 2). É r elev ant e cit ar que a elabor ação de um m apa cirúrgico bem dim ensionado visa a dim inuição do t em po de ociosidade da sala de operação ( SO) e a adequada adm inistração dos intervalos de utilização das salas. I sso leva à dim inuição dos atrasos, m elhora a p r ev isão d a d isp on ib ilid ad e d os in st r u m en t os, equipam entos e m ateriais necessários para a cirurgia,

al ém d e r ed u zi r as si t u açõ es d e r i sco a q u e o s pacient es são subm et idos desnecessariam ent e( 6). Sua

ociosidade deve ser analisada, assim com o a dem anda de cirurgias, bem com o as características das equipes cirúrgicas( 7).

Observa- se, na prática, que algum as equipes pleiteiam , insistentem ente, o aum ento de seu período na grade cirúrgica, quando não ocupam sequer a cota a elas at ribuída. Por out ro lado, o hospit al t em que ger en ciar a sobr ecar ga n a pr ogr am ação cir ú r gica, levando em conta os atrasos de determ inadas equipes e m u m a m e sm a SO e o s p r o ce d i m e n t o s q u e est endem a program ação cirúrgica do dia( 8- 9).

A eficiência dos serviços prest ados pelo CC p o d e se r ca r a ct e r i za d a p o r m o n i t o r a m e n t o d a pont ualidade das cir ur gias, t em po m ínim o ent r e as m e sm a s, f l e x i b i l i d a d e n a u t i l i za çã o d a s sa l a s cirúrgicas disponíveis, capacidade no at endim ent o de em ergências e encaixes de cirurgias ext ras, além da baixa taxa de suspensão de cirurgias e alta utilização da SO( 9- 10).

Dessa m aneir a, essa ut ilização do CC pode ser m onit or ada por alguns índices oper acionais de d e se m p e n h o co m o o s ín d i ce s d e o t i m i za çã o e resistência j á citados( 5). Cita- se, tam bém , o índice de

sobrecarga que m ede a diferença ent re o t em po de uso real da sala cirúrgica e o t em po reservado pelo cirurgião( 5).

O present e est udo apresent ou com o obj et ivo geral analisar a dinâm ica das salas cirúrgicas através de ín dices oper acion ais qu e m edem a ot im ização, resistência, sobrecarga e ocupação do CC. Teve com o obj et ivos específicos ident ificar os fat ores que m ais se associaram às variáveis dependent es pesquisadas ( índices de sobr ecar ga, r esist ência e ot im ização) e iden t ificar a associação da t ax a de ocu pação com esses índices de resistência, sobrecarga e otim ização.

MÉTODOS

Foi desenvolvido um est udo prospect ivo em um hospit al t erciário e privado, localizado no int erior d o Est ad o d e São Pau lo. O m esm o t r ab alh a com p r o g r a m a s d e q u a l i d a d e e p o ssu i d i r e t r i ze s organizacionais, que t raçam m et as de desem penho, m onit oradas por índices operacionais, analisando os processos de t rabalho e m edindo os result ados, que nort eiam os proj et os de m elhorias cont ínuas.

(3)

durante os m eses de setem bro e outubro do ano 2007, t ot alizando 1908 cir ur gias. Com o o CC é com post o por dez salas de cirurgias uniform em ent e equipadas, sem grandes diferenças estruturais e físicas, com taxa de ocupação pouco v ar iáv el por sala ( 10% ± 1,5% ) , opt ou- se por um a análise global do CC.

Os índices operacionais foram calculados com base nos horários regist rados na ficha de int ernação, no pr ont uár io do pacient e e na ficha de anest esia. Essas infor m ações for am r egist r adas num a planilha Ex cel.

- Ta x a d e o cu p a çã o: u so e f e t i v o d a capacidade operacional do CC. Calculado pelo t em po ( em m inut os) t ot al de uso da sala de oper ação + t em po gast o na lim peza e pr epar o da SO, div idido pelo total de horas que o CC estava disponível ( 7- 18 horas= 660 m inut os) m ult iplicado por 100.

- Í ndice de sobrecarga: m ede o uso excessivo ( índice de sobr ecar ga posit iv a) ou r eduzido ( índice de sobr ecar ga negat iv a) da capacidade oper acional da SO. Foram consideradas com o variáveis: o t em po real de duração da cirurgia e o t em po reservado da SO na m arcação da cirurgia pelo cirurgião. Calculado pela diferença entre o tem po real e o tem po reservado ( e m m i n u t o s) , d i v i d i d o p e l o t e m p o r e se r v a d o m ult iplicado por 100.

- Í ndice de otim ização: ganho de capacidade operacional ocasionado por aspect os facilit adores do m ovim ent o cirúrgico que se cont rapõem às sit uações de resist ência. Foram consideradas com o variáveis: a pontualidade, tem po de adiantam ento das cirurgias; t ax a de cir ur gias ex t r as, r em anej am ent o cir úr gico; tem po de lim peza e preparo da SO ≤ a 20 m inutos.

- I n d i ca d o r e s d e r e si st ê n ci a: p e r d a d a capacidade oper acional, ocasionada por obst áculos q u e i n t er f er i r a m n a ca p aci d ad e d e p r o d u ção d e serviços. Foram consideradas com o variáveis: atrasos p a r a o i n íci o d a s ci r u r g i a s (≥ a 1 6 m i n u t o s) , cancelam ent os, t em po de lim peza e pr epar o da SO

≥ a 21 m inutos.

O t em po de lim peza e preparo refere- se ao intervalo de tem po entre o final e o início da próxim a anest esia na sequência de cirurgias da m esm a sala, v er ificado nas fichas de anest esias da r efer ida SO. Esse in t er v alo n ão en t r ou n a r elação de v ar iáv eis independent es no t est e de Regressão Linear por se ap r esen t ar q u ase q u e u m a con st an t e em t od a a am ost r a.

Análise est at íst ica: o t est e est at íst ico foi a m o d e l a g e m p o r r e g r e ssã o l i n e a r, q u e p e r m i t i u

selecion ar, a p ar t ir d e u m con j u n t o d e v ar iáv eis, aquelas que contribuíram de form a independente para a v ar iação global do desfech o( 1 1 ). Foi defin ido u m

p< 0,05. Para análise da variável dependent e, foram in clu ídas com o v ar iáv eis in depen den t es a t ax a de ocupação e as variáveis que com punham os índices operacionais ( ot im ização, resist ência e sobrecarga) . Para assegurar a confidencialidade das fontes de infor m ação, na planilha de colet a de dados não const ou o nom e de pacient es, de colabor ador es do CC e nem de m édicos. Cada planilha foi ident ificada apenas pela dat a da colet a de dados e pelo núm ero da SO. A pesquisa t ev e apr ov ação inst it ucional da Dir et or ia Ex ecut iv a do hospit al e apr ov ação ét ico-m et odológica pelo Coico-m it ê de Ét ica eico-m Pesquisa da Facu ld ad e d e Ciên cias Méd icas/ Un icam p. Por n ão e n v o l v e r d i r e t a m e n t e se r e s h u m a n o s, n ã o f o i necessário ut ilizar um t erm o de consent im ent o livre e esclar ecido ( TCLE) .

RESULTADOS

Na a m o st r a , 9 0 % d o s p a ci e n t e s com pareceram ao hospit al no dia da cirurgia, sendo que, desses pacient es, 36% for am am bulat or iais e 64% per m anecer am int er nados no hospit al após a cir u r g ia. A d ist r ib u ição d as cir u r g ias, seg u n d o as e sp e ci a l i d a d e s, f o i : Or t o p e d i a ( 2 1 , 4 % ) , Ge r a l ( 1 4 , 9 % ) , Gi n e co l o g i a e Ob st e t r íci a ( 1 1 , 9 % ) , Ot o r r i n o l a r i n g o l o g i a ( 1 1 , 2 % ) , Ur o l o g i a ( 8 , 6 % ) , Neu r ocir u r g ia ( 6 , 4 % ) , Cab eça e Pescoço ( 5 , 8 % ) , Proctologia ( 5,4% ) , Plástica ( 3,6% ) , Vascular ( 3,6% ) , Pediát r ica ( 2,5% ) , Tór ax ( 1,7% ) , Cir ur gia Car díaca ( 1,7% ) , out ros procedim ent os realizados ( 1,2% ) .

A taxa de ocupação e o índice de otim ização f o r a m su p e r i o r e s a o ín d i ce d e r e si st ê n ci a , e a p r e se n t o u ín d i ce d e so b r e ca r g a p o si t i v a relat ivam ent e baixa ( Tabela 1) .

Tabela 1 - Í ndices operacionais do cent r o cir úr gico ( % )

s i a n o i c a r e p o s e c i d n

Í Média±DP Mínimo Máximo Mediana

o ã ç a p u c o e d a x a

T 80,41±8,95 59,70 115,27 79,39

o ã ç a z i m it o e d e c i d n

Í 65,35±9,70 33,33 91,36 64,06

a i c n ê t s i s e r e d e c i d n

Í 34,75±9,31 8,34 66,67 35,35

: a g r a c e r b o s e d e c i d n Í

a v it i s o

p 8,33±6,60 0,96 30,32 6,20

a v it a g e

(4)

O ín d i ce d e o t i m i za çã o f o i d e t e r m i n a d o p r i n c i p a l m e n t e p e l o s r e m a n e j a m e n t o s d e s a l a ( 4 1 , 9 % ) e t e m p o d e l i m p e z a ≤ 2 0 m i n u t o s

Tabela 2 - Com posição dos índices de ot im ização e de resist ência ( % )

( 1 8 , 1 % ) . O a t r a s o f o i a v a r i á v e l q u e m a i s con t r ib u iu ( 6 5 , 1 % ) p ar a a elev ação d o ín d ice d e r esi st ên ci a ( Ta b el a 2 ) .

s i e v á i r a V s e t n e d n e p e d n i o r t e m â r a P o d a m i t s e o r r E o ã r d a

p Valor-p R2parcial

e d a x a T o ã ç a p u c

o 0,0460 0,0154 0,0031 0,0046

e d a d il a u t n u

P 88,6655 39,9129 0,0264 0,0026

s i e v á i r a V s e t n e d n e p e d n

i Peasrtâimmaedtroo paEdrrroão Valor p R2parcial

e d a x a T o ã ç a p u c

o -0,1889 0,0232 <,0001 0,0349

o s a r t

A 3,0376 0,7390 <,0001 0,0130

o t n e m a l e c n a

C 2,9123 0,5086 <,0001 0,0084

Na Ta b e l a 3 , o ín d i ce d e so b r e ca r g a apr esent ou índice de det er m inação de 0,0072 com p= 0,0031. Deve- se ressaltar que a correlação foi fraca e positiva. A taxa de ocupação e a pontualidade foram as únicas variáveis associadas à sobrecarga. A t axa de ocupação r elacionou- se posit iv am ent e ao índice de sobrecarga por apresentar um parâm etro estim ado de valor positivo, que representou 63,9% do R2 parcial.

Tabela 3 - Variáveis significat ivam ent e associadas ao índice de sobr ecar ga

p = 0,0031 R2 = 0,0072

O índice de resist ência apresent ou índice de det er m inação de 0,0563 com p< 0,0001. A t ax a de ocupação foi a prim eira variável selecionada, com R2 parcial de 0,0349, represent ando 61,9% do t ot al do R2. O a t r a so f o i a v a r i á v el q u e m a i s co n t r i b u i u

positivam ente para a elevação do índice de resistência ( Tabela 4) . Foi com posto por 75,9% de atraso m édico, 8,6% relacionados ao pacient e, ao hospit al ( 3,6% ) , ao CC ( 3,3% ) e out ros m ot ivos ( 8,6% ) .

O can celam en t o d e cir u r g ias se associou posit iv am ent e ao índice de r esist ência, sendo que foram regist rados 8,1% de cirurgias canceladas. As causas incluíram : m ot ivos part iculares dos pacient es ( 33,1% ) , cirurgias foram transferidas de dia ( 16,5% ) , não liberação do convênio m édico ( 12% ) , canceladas no dia ant erior pelo m édico ( 11,4% ) , pacient es sem con d ições clín icas ( 1 0 , 1 % ) , f alt a d e v ag a n a UTI ( 6,9% ) e out ros( 4,5% ) .

Tabela 4 - Variáveis significat ivam ent e associadas ao índice de resist ência

p < 0,001 R2 = 0,0563

O ín d i ce d e o t i m i za çã o t e v e ín d i ce d e det erm inação de 0,0521 com p< 0,0001. Verificou- se correlação diret am ent e proporcional ent re esse índice e a t a x a d e o cu p a çã o , se n d o e ssa v a r i á v e l responsável por 59,9% do valor do R2 parcial. Nesse

ca so , o a t r a so e o ca n cel a m en t o m o st r a r a m - se inversam ent e proporcionais ao índice de ot im ização, ist o é, cont ribuíram negat ivam ent e para a elevação desse índice ( Tabela 5) .

Tabela 5 - Variáveis significat ivam ent e associadas ao índice de ot im ização

p < 0,001 R2 = 0,0521

DI SCUSSÃO

Verificou- se um a dinâm ica do CC satisfatória, pois o índice de sobr ecar ga foi baix o, o índice de ot im ização foi super ior ao índice de r esist ência e a taxa de ocupação atingiu a m eta gerencial ( 80 a 85% ) . Na lit erat ura est rangeira( 8), essa t axa foi cit ada em

s e c i d n

Í Variáveis %emrelaçãoaoíndice %emrelaçãoaototaldecirurgias

) % 5 3 , 5 6 ( o ã ç a z i m it o e d e c i d n Í a l a s e d s o i b m a

C 41,9 27,4

a z e p m il e d o p m e

T ≤a20min. 18,1 11,8

e d a d il a u t n u

P 14 9,2

s a d a t n a i d a s a i g r u r i

C 7,1 4,6

s a v it e l e s a i g r u r i c e d s e x i a c n

E 3,1 2

s a i c n ê g r u e d s e x i a c n

E 14,6 9,5

s a i c n ê g r e m e e d s e x i a c n

E 1,1 0,8

) % 5 6 , 4 3 ( a i c n ê t s i s e r e d e c i d n Í s o s a r t

A 65,1 22,5

s o t n e m a l e c n a

C 23,2 8,1

a z e p m il e d o p m e

T ≥a21min. 11,7 4

s i e v á i r a V s e t n e d n e p e d n

i Peasrtâimmaedtroo Erropadrão Valorp R²parcial

e d a x a T o ã ç a p u c

o 0,1850 0,0243 <,0001 0,0312

s o s a r t

A -3,2889 0,7716 <,0001 0,0118

o t n e m a l e c n a

(5)

t or no de 85- 95% , por ém , as car act er íst icas do CC d i f er em , p el o f a t o d e a s sa l a s ci r ú r g i ca s ser em r e se r v a d a s e co b r a d a s p o r h o r a d e u so . Ca so ult rapasse ou subut ilize o horário reservado, ocorre, co n se q u e n t e m e n t e , p r e j u ízo s f i n a n ce i r o s( 8 ). Na

lit erat ura nacional, encont rou- se a t axa de ocupação m édia de 6 6 % em u m h ospit al u n iv er sit ár io( 1 2 ), e

7 6 , 2 1 % e m u m h o sp i t a l co m a s m e sm a s caract eríst icas do CC dest a pesquisa( 13).

Verificou- se que m ais de 40% das cirurgias foram classificadas no índice de otim ização por terem sido rem anej adas de SO. Quando as cirurgias foram rem anej adas ou encaixadas para salas vazias evit ou-se sua ociosidade, dim inuiu a espera do m édico entre um a cirurgia e outra, aum entou o núm ero de cirurgias e, com o decorrência, viabilizou a diluição dos cust os hospit alares( 6,10).

O índice de sobrecarga baixo não int erferiu significat ivam ent e na program ação cirúrgica e, para isso, foi necessário um bom balanceam ent o ent re o u so ex cessiv o (ov er u t ilizat ion) e o u so r ed u zid o (under ut ilizat ion) das hor as r eser v adas da SO( 8 - 9 ).

Par a esse balanceam ent o é necessár ia am pla v isão do profissional responsável pelo m apa cirúrgico. I sso significa que ele deve rem anej ar e encaixar cirurgias par a ganhar t em po com as cir ur gias que dur ar am m ais ou m enos que o t em po de reserva da SO( 8,10).

A t axa de ocupação e a pont ualidade foram as únicas v ar iáv eis associadas à sobr ecar ga, sendo a t axa de ocupação diret am ent e proporcional a esse ín d i ce . A a sso ci a çã o d a p o n t u a l i d a d e co m a sobr ecar ga pode ser ex plicada pelo fat o de que as cir ur gias pont uais apr esent ar am m édias super ior es n a du r ação, em r elação ao r est an t e das cir u r gias analisadas. Const at ou- se que ocorreu m enor núm ero d e a t r a so s e m ci r u r g i a s l o n g a s ( ci r u r g i a s q u e ult rapassam quat ro horas de duração, padronização estabelecida neste serviço) e que, m esm o com eçando pontualm ente, ocorreu overutilization( 8), isto é, quando

a dur ação da cir ur gia ex cedeu ao t em po r eser v ado da SO pelo cirurgião.

O índice de resistência apresentou associação inversam ent e proporcional à t axa de ocupação, ist o é, quanto m aior o índice de resistência, m enor a taxa d e o cu p a çã o . Em r e l a çã o a o s a t r a so s e ca n cel a m en t o s, v er i f i co u - se a sso ci a çã o d i r et a e posit iv a.

As m esm as variáveis foram selecionadas na an álise d o ín d ice d e ot im ização, en t r et an t o, com d if er en t e in t er p r et ação: q u an t o m aior a t ax a d e

ocu p ação, m aior f oi o ín d ice d e ot im ização, e a o co r r ê n ci a d e m u i t o s a t r a so s e ca n ce l a m e n t o s interfere negativam ente no índice de otim ização. Esse r esult ado par ece óbv io, por ém , agor a com pr ov ado num t est e est at íst ico

Sab e- se q u e os at r asos e can celam en t os realm ent e geram ociosidade da SO( 2,8- 10). A principal

cau sa d o at r aso f o i d o m éd i co . Ressal t a- se q u e envolver o m édico é t arefa difícil, principalm ent e se o m esm o é tam bém um cliente e não um colaborador do hospit al. Com o um client e faz m uit as exigências, apresent ando- se relut ant e para invest ir nos proj et os d a m e l h o r i a d a q u a l i d a d e( 1 4 ). O e n f e r m e i r o

coor d en ad or d e u m CC n ecessit a est ar at en t o às caract eríst icas individuais dos diferent es profissionais que atuam na unidade, buscando conhecer com o cada um age e reage frent e às sit uações de conflit o, para m elhor conduzir sua equipe, bem com o sua relação com a equipe m édica( 15). O conflito é inerente à relação

e n t r e p e sso a s, e n ã o d e v e se r e n ca r a d o co m o n e g a t i v o . Pe r ce b e - se q u e m u i t a s si t u a çõ e s conflit ant es, que ocorrem no CC, são im port ant es e n e ce ssá r i a s, co m o si n a l i za d o r a s d e m u d a n ça s, opor t unizando o r epensar e, post er ior m ent e, ger ar m udanças com repercussões posit ivas na assist ência ao pacient e( 15).

Em relação aos cancelam ent os cirúrgicos, o enfer m eir o dev e ut ilizar est r at égias par a m inim izá-l o s, a n a izá-l i sa n d o a s ca u sa s g e r a d o r a s d e ssa p r ob lem át ica( 2 ). Um est u d o sob r e can celam en t os

ci r ú r g i co s m o st r o u q u e a m ai o r p ar t e d el es er a p o t e n ci a l m e n t e e v i t á v e l . O p l a n e j a m e n t o adm inist rat ivo, redesenho dos processos de t rabalho, m ed i d as ed u cat i v as d e p esso al e av al i ação p r é-operat ória const it uem est rat égias recom endadas para m inim ização desse t ipo de ocorrência( 2).

Apesar de o tem po de lim peza e preparo não t er sido con sider ada v ar iáv el in depen den t e n esse m odelo de regressão linear ( por se apresent ar quase que um a const ant e nesse t est e est at íst ico) , ressalt a-se q u e alg u m as eq u ip es cir ú r g icas r elacion am os at r asos, em ger al, à dem or a na lim peza de salas, ent ret ant o, o m esm o pode t am bém est ar relacionado à s e q u i p e s d e a n e st e si a , ci r u r g i a e a o p r ó p r i o pacient e( 16).

Cab e en f at izar q u e, seg u n d o a lit er at u r a, esse t em po t em início após o ret orno do circulant e que levou o paciente da SO até a sala de recuperação pós- anestésica ou à UTI( 1), sendo que o tem po m édio

(6)

foi superior a 30 m inutos( 1,5,16). Entretanto, no hospital

e st u d a d o , e l a se i n i ci a a ssi m q u e t e r m i n a o pr ocedim ent o anest ésico, independent e do pacient e t er saído ou não da SO. A m et a do hospit al é que o int ervalo de t em po ent re o fim de um procedim ent o anest ésico e o início do seguint e não sej a superior a 2 0 m in u t os. A m esm a f oi at in gida em 8 8 , 3 % das cirurgias est udadas. Esse int ervalo é sem elhant e ao turnover tim e, citado por um autor estrangeiro( 8), onde

a próxim a cirurgia era program ada para com eçar 20 m i n u t o s ap ó s a p r ev i são d o t ér m i n o d a ci r u r g i a ant er ior.

Ver ificou- se que os t r ês índices est udados est iveram associados à t axa de ocupação, pois essa t axa foi a prim eira variável selecionada nos índices de sobrecarga, resistência e otim ização. Sendo assim , int er v ir pr oat iv am ent e nesses índices oper acionais pode acar r et ar m elhor ger enciam ent o do CC. Essa intervenção exige com bater as posturas acom odadas, dando ênfase ao t rabalho em equipe, m eios eficazes de com unicação int erpessoal e com prom et im ent o de t odos aqueles envolvidos com a dinâm ica da SO( 17).

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

O p r o f i ssi o n a l e n f e r m e i r o , e n g a j a d o n o pr ocesso ger encial das inst it uições de saúde, dev e ger enciar com conhecim ent o cient ífico e habilidade t écn ica, especialm en t e por se t r at ar de local com considerável diversidade de profissionais ali at uant es. É necessár io adequar os planos de ações ao per fil dos clientes, e exercer a gestão com base em fatos e p r ocessos p r ev iam en t e d ef in id os; en f at izan d o as práticas eficazes de desem penho e incentivo às ações proat ivas e aprendizado cont ínuo.

Os r esu l t ad o s o b t i d o s p o r est a p esq u i sa poderão servir de base para a elaboração de escore operacional que avalie os serviços prestados pelo CC, j á que perm item a análise crítica do seu desem penho g l o b al . Ab r e cam i n h o p ar a a r ev i são cr ít i ca n o s principais processos e rotinas envolvidas na produção ci r ú r g i ca e cau sar á m ai o r o u m en o r i m p act o n a m edida em que se consiga envolver o m aior núm ero de profissionais de t odas as cat egorias.

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